A regionalização do espaço geográfico mundial Vimos no capítulo anterior que nos últimos anos a multipolaridade trouxe à tona uma realidade mundial muito complexa. Diferentemente do que aconteceu durante quase todo o século passado, hoje as oposições entre os países são mais profundas no que diz respeito às desigualdades socioeconômicas do que em relação às diferenças ideológicas. Para conhecer melhor essa realidade, vamos analisá-Ia em partes, valendo-nos do estudo das regiões. Na ciência geográfica, o conceito de região está ligado à ideia de diferenciação de áreas. Nesse sentido, regionalizar significa agrupar as extensões territoriais que apresentam determinadas características comuns, distinguindo-as de outras áreas. Tais características podem estar ligadas a aspectos naturais, como clima, vegetação, solos e relevo, ou a aspectos socioeconômicos e culturais, como produção industrial, distribuição da renda ou religião. Observe os mapas abaixo. Os temas desses mapas exemplificam a regionalização do espaço terrestre com base em aspectos de ordem natural e socioeconômica. O mapa à esquerda mostra a região dos municípios do Nordeste brasileiro atingidos periodicamente pelo fenômeno das secas. Já no mapa à direita são representadas as áreas dos Estados Unidos onde são desenvolvidos determinados tipos de cultura e criação, os belts, palavra que, em português, significa "cinturões". Assim, quando nosso objetivo é estudar a realidade mundial sob critérios de natureza política e socioeconômica, devemos buscar na história e nas informações advindas de dados qualitativos e quantitativos (estatísticas) a base para a regionalização do espaço geográfico. Nas páginas seguintes, conheceremos as principais formas de regionalização utilizadas nos estudos de Geografia durante o último século. Polígono das secas no Nordeste do Brasil Agropecuária OCEANO 'ACIFICO )~ANADA A 8> .t \!I ~o v c:! ,'I t} ,g, .t nos Estados Unidos , I Ei!i c:! ElO i2. Çl c:! Õ.., r s ÍI ÍI \, ç (J:) Cl e ~Çl Çl 'SI e. "!l ~ ..-(.L---, U g L (-S-('J1Z (i} c:! ;rrf ~ +N :\\ <:J<n \ c:! .~ O ,.(~ t) o t} 60 km MÉXICO L.....--...J TO Ranching belt: região dominada pela pecuária extensiva e bastante influenciada pelas condições naturais do clima Quente e árido. • Wheat belt domínio das grandes monoculturas de trigo, em que a existência de extensas planícies favorece a mecanização. Cotton belt: área onde se planta principalmente o algodão, cultivado na região de clima mais quente desde o século XVII, no período colonial. Dairy beft: área onde se desenvolvem a pecuária leiteira e a policultura intensiva (hortaliças, frutas e legumes), destinadas ao abastecimento das grandes cidades. Corn belt região produtora de milha, geralmente plantado em médias propriedades e associado ã criação de suínos. oL.....--...J 285 km • Culturas tropicais: praticadas em áreas de clima mais quente, que se destacam pela presença de lavouras como arroz, cana-de-açúcar e frutas cítricas. • Policultura: região que se caracteriza pela existência de vários cultivos, entre eles o tabaco, O milho e o amendoim. o problema das secas e o desenvolvimento do Nordeste semiárido. João Pessoa: DNOCS, 1994. UNIDADE I - A nova ordem e a regionalização Reference atlas ofthe world. London: Dorling Kindersley, 2007. do espaço mundial t Prin~ip~isprodutos ecnaçoes f'Algodão <D Amendoim "'" Arroz Õ J, Frutas citricas Fruticultura ElO Madeira Çl Milho (J:) Soja - ~ Tabaco f Uva ÍI Xarope de ácer ti c:l Aves Bovinos -t> Ovinos <:J Suínos Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo No começo do século XX, o mundo estava dividido em duas áreas distintas: a das metrópoles e a das colônias, estas sobretudo nos continentes africano e asiático. Durante a Segunda Guerra Mundial, desencadeou-se o processo de independência política das colônias, que até então viviam sob o controle das potências europeias. Esse processo histórico ficou conhecido como descolonização. Como estudamos no capítulo anterior, no pós-guerra houve a consolidação, em termos geopolíticos, de um mundo bipolar, ou seja, de uma realidade com duas faces: uma capitalista e uma socialista. Com o processo de descolonização, configurou-se um terceiro mundo, composto de países pobres, que haviam sido em sua maioria colônias de exploração europeias. A expressão "Terceiro Mundo" foi criada pelo economista francês Alfred Sauvy (1898-1990), em 1952, para se referir às nações pobres que estavam à margem do cenário político-econômico internacional naquele momento histórico. Anos mais tarde, na década de 1960, uma nova forma de regionalização do espaço geográfico mundial foi criada com base nessa terminologia. Havia, então, o Primeiro Mundo, conjunto dos países capitalistas industrializados com economia mais desenvolvida, o Segundo Mundo, conjunto dos países socialistas de economia estatal e planificada, e o Terceiro Mundo, conjunto dos países capitalistas economicamente menos desenvolvidos. Observe no planisfério a seguir a forma como os países do mundo foram agrupados de acordo com esse critério de regionalização. -. - " O€EANO PAcíFICO OCEANO PAcíFICO Eq~ .' Trépico d~_Ca~ricómio OCEANO iNDICO Primeiro Mundo Segundo Mundo Terceiro Mundo 1875 3750 km L....-_....I''--_....I' Demétrio Magnoli. O novo mapa do mundo. São Paulo: Moderna. Descolonização: processo de enfraquecimento político. econômico ou militar das metrópoles propiciou o surgimento dos movimentos de independência das colônias. Colônias de exploração: terras que serviam exclusivamente apropriavam das riquezas existentes nas colônias. aos interesses das metrópoles. CAPíTULO 4 - A regionalização europeias que As metrópoles do espaço geográfico se mundial 1998. Países ricos e pobres ou centro e periferia A regionalização caracterizada pela divisão entre Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo foi amplamente utilizada durante a Guerra Fria, período em que prevaleceu a rivalidade entre as duas superpotências. No começo da década de 1990, com a extinção da União Soviética e o enfraquecimento do socialismo, o termo Segundo Mundo tornou-se obsoleto, pois deixou de ser representativo como realidade político-econômica global. A partir de então, as preocupações mundiais voltaram-se muito mais para as desigualdades existentes entre os diversos países no que diz respeito ao acesso às tecnologias, à distribuição de renda e ao nível de vida das populações. Nesse contexto, foram estabelecidas novas regionalizações, com o objetivo de expressar com mais exatidão a organização do espaço mundial contemporâneo. Entre elas, cabe destacar a seguinte: • Países ricos ou centrais - grupo formado pelas nações mais ricas e industrializadas (como Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia e países da União Europeia) que se encontram no centro do sistema capitalista, exercendo forte domínio econômico e tecnológico sobre as nações mais pobres. • Países pobres ou periféricos - grupo formado pelo restante das nações do planeta, que apresentam desenvolvimento tecnológico e econômico menor, assim como forte dependência financeira em relação aos países ditos centrais, estando, por isso, na periferia do sistema capitalista. Observe abaixo a regionalização do espaço geográfico com base na divisão entre países centrais e países periféricos. Países centrais e países periféricos , .' <... .: OCEANO PAciFICO ,, , • Países centrais Países periféricos ~ Países c0n:! economia em transicão ~ c:::J c:::J Limite UNIDADE . I r do centro 1- A nova ordem e a regionalização o I 625 ! ! 3250 km I ---:=:-,.,...,--:-----,-.,..,*::-E_s,-ca-:la,....,a..:...p-,ro_x_im_a_d_a _na_L_in_h_a....,.d.,..,o_E--',qu_a_d_or-The World Bank. Obtido em: <www.worldbank.org>. Acessado em: 07/12/2009. do espaço mundial Países desenvolvidos e países subdesenvolvidos Outro critério de regionalização que leva em conta os aspectos relacionados às desigualdades socioeconômicas entre as nações é o nível de desenvolvimento, ou seja, o patamar em que se encontra a economia de um país e o padrão de vida de sua população em relação aos demais países do mundo. Observe as principais semelhanças entre o planisfério abaixo e os vistos anteriormente no que se refere à regionalização político-econômica dos países do mundo. Identifique, com a ajuda do gráfico a seguir, a realidade da maior parte da população mundial. Países desenvolvidos Circulo Polar Antártico -- .J\, D Países [:] desenvolvidos - do Norte -------_.é",--"---.~ Países subdesenvolvidos - do Sul 1-- ~ Linha Norte-Sul ~ Países com economia em transição e subdesenvolvidos OCEANO GLACI~S,AfoIrÁRT~9." ~-. 't... ~ Padrão de vida: nível de renda e de acesso a serviços de saúde, educação, habitação e lazer. ---,->-.-~~~",~ , "'-=-~_',_., c,,--:"·> _ Jurandyr População L. S. Ross (org.). 2125 '--_ ••••• 1__ 7% subdesenvolvidos desenvolvidos com economia em transição 76 % Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Relatório do Desenvolvimento <www.pnud.org.br>. (PNUD). em: em: 09/1212009. Humano 2006. Obtido Acessado De acordo com o critério utilizado para essa regionalização, podemos considerar desenvolvidos os países com alto nível de industrialização, amplo e diversificado mercado de consumo de bens e de serviços e cuja população usufrui de um elevado padrão de vida. De maneira geral, a economia dos países desenvolvidos é vigorosa, e seu crescimento depende, basicamente, de suas forças produtivas internas. CAPíTULO 4 - A regionalização •••• 1 Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2001. mundial D Países D Paises D Países 4250km do espaço geográfico mundial Já os países com nível de industrialização mais baixo ou com economia baseada predominantemente no setor primário (agropecuária e atividade extrativa), dependentes tecnológica e financeiramente dos países ricos e cuja população, em sua maioria, apresenta baixo padrão de vida, são considerados subdesenvolvidos. As nações desenvolvidas e as subdesenvolvidas Canção do subdesenvolvido também são chamadas, respectivamente, de países As nações do mundo para cá mandaram do Norte e países do Sul. Essa denominação leva Os seus capitais desinteressados em conta, basicamente, a posição geográfica dessas As nações, coitadas, queriam ajudar [...] nações, pois, com exceção da Austrália e da Nova E começaram a nos vender e a nos comprar Zelândia, os países desenvolvidos encontram-se na Comprar borracha - vender pneu porção setentrional do hemisfério Norte, enquanto Comprar madeira - vender navio os subdesenvolvidos situam-se, de maneira geral, Pra nossa vela - vender pavio ao sul das nações desenvolvidas. Só mandaram o que sobrou de lá A letra de música ao lado, composta em 1963 por Matéria plástica, Carlos Lyra e Chico Assis, satiriza a condição de subQue entusiástica, desenvolvimento do Brasil diante das nações ricas e Que coisa elástica, indica a existência de uma dependência não apenas Que coisa drástica econômica, mas também tecnológica e cultural. Rock-balada, filme de mocinho Os conceitos de desenvolvimento e de subdesenAr refrigerado e chiclete de bola volvimento passaram a ser usados com mais frequênE coca-cola! Oh ... cia a partir da década de 1950, quando a Organização Subdesenvolvido, 'subdesenvolvido ... etc. das Nações Unidas (ONU) começou a divulgar LYRA, Carlos. A música brasileira deste século periodicamente dados estatísticos de diferentes napor seus autores e intérpretes [CD). ções do mundo, como taxa de mortalidade infantil, São Paulo: Sesc, 2000, faixa 14. expectativa de vida, analfabetismo, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e renda per capita. Esses dados revelaram a existência de grandes contrastes entre as nações desenvolvidas e as menos desenvolvidas economicamente: nos dias atuais, sabe-se que cerca de 50,5% da população mundial vive em países cuja renda per copito anual é igualou inferior a mil dólares, o que caracteriza uma situação de subdesenvolvimento; já uma parcela restrita da população do planeta vive em países considerados desenvolvidos, nos quais a renda per copita anual é igualou superior a 30 mil dólares. Veja o planisfério abaixo. Renda per capita nos países do mundo OCEANO PAC;fK;O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Relatório do Desenvolvimento Humano 2009. Obtido em: <www.pnud.org.br>. Acessado em: 19/11/2009. 2660 ! UNIDADE 1- A nova ordem e a regionalização do espaço mundial A renda per capita e os indicadores sociais A renda per capita é um indicador econômico que vem sendo amplamente utilizado há algumas décadas, sobretudo pelos economistas, para definir o nível de desenvolvimento dos países. Mas será que a análise isolada desse indicador oferece uma visão real da situação socioeconômica das nações do mundo? A renda per capita é obtida mediante a divisão do PIB de um país (soma de todas as riquezas geradas internamente no período de um ano) por sua população absoluta, ou seja, pelo número total de habitantes. Por ser um cálculo médio, esse índice não revela as diferenças de rendimento que podem existir no interior das sociedades, sobretudo nos países subdesenvolvidos. A renda per capita do Brasil, por exemplo, em 2008, era de aproximadamente 8 695 dólares, já que o país abrigava em torno de 184 milhões de habitantes e seu PIB era de I 600 bilhões de dólares. Veja o cálculo: Renda per capita = PIB (US$ I 600 bilhões) US$ 8695 dólares/habitante população absoluta (184 milhões de habitantes) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estimativas da População. Obtido em: <www.ibge.gov.br>. Acessado em: 18/08/2007. Almanaque Abril 2009. São Paulo: Abril. 2008. Trata-se, à primeira vista, de uma renda per capita baixa quando comparada à dos países desenvolvidos. Mas é importante saber que na realidade uma parcela reduzida da população brasileira recebe esse valor anualmente: cerca de 23,9% dos habitantes vivem com até I salário mínimo ao mês e outros 32,8% nem sequer têm algum rendimento em dinheiro. Observe o gráfico ao lado. Outra forma de relativizar os dados de renda per capita dos países é compará-Ios a alguns indicadores sociais, como as taxas de mortalidade infantil, analfabetismo e expectativa de vida. Observe os dados, apresentados na tabela abaixo, referentes a alguns países desenvolvidos e nações produtoras de petróleo do Oriente Médio. Renda da população brasileira (em salários mínimos) 1.3% Sem declaração 23,9% Até 1 0.6% Mais de 20 1,7% De 10a 20 Li <ri 'Inclusive as pessoas ~e receberam somente em beneficio~lj Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). PNAD. Obtido em: <www.ibge.gov.br>. Acessado em: 19/08/2009. Indicadores sociais em países desenvolvidos e no Oriente Médio Mortalidade infantil (%0) Expectativa de vida (em anos) Noruega 3 79,8 Canadá 5 80,3 Japão 3 82,3 Arábia Saudita 21 72.2 Irã 31 70.2 17.6 Kuwait 9 77.3 6.7 País Analfabetismo* (%) 17.1 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Relatório do Desenvolvimento Humano 2007/2008. Obtido em: J *(-)Países com indicadores próximos <www.pnud.org.br>. 08/12/2009. Acessado a zero. CAPíTULO 4 - A regionalização do espaço geográfico mundial em: Analisando os dados do planisfério da página 64, podemos observar que a renda per capita dos países do Oriente Médio é superior à das demais nações subdesenvolvidas, o que a princípio os colocaria em uma situação de vantagem. Porém, quando se avalia a renda per capita ao lado de indicadores sociais como mortalidade infantil, expectativa de vida e analfabetismo, compreende-se por que essas nações são enquadradas na realidade socioeconômica do subdesenvolvimento. Mas o que significa cada um desses indicadores sociais? Vejamos: • Mortalidade infantil- relação entre o número de crianças que morrem antes de completar um ano ~ de idade e o total de crianças nascidas vivas. Essa Em Daca, capital de Bangladesh, a taxa de taxa é obtida com base no número de crianças mortalidade infantil é uma das mais altas do que morrem a cada mil que nascem, no período mundo: cerca de 54%0 (por mil). As crianças sofrem de doenças decorrentes da falta de de um ano. saneamento básico e subnutrição. Na • Expectativa de vida - estimativa do número médio imagem, crianças em Daca no ano de 2008. de anos que uma pessoa poderá viver considerando-se as condições socioeconômicas do país. • Analfabetismo - porcentagem de pessoas que não sabem ler nem escrever. Retomando o caso dos países do Oriente Médio, as altas taxas de mortalidade infantil, por exemplo, apontam a existência de uma precária assistência médica às mães e aos recém-nascidos, assim como a falta de campanhas de vacinação e de controle de doenças, revelando um sistema de saúde deficitário. A baixa expectativa de vida também pode revelar precariedade do atendimento médico-hospitalar voltado à população adulta, além de falta de acesso a uma alimentação saudável e ausência de um sistema de previdência social justo. As altas taxas de analfabetismo, por sua vez, indicam parcos investimentos no sistema de ensino formal e altos índices de evasão escolar, provocados pelo ingresso precoce de crianças e adolescentes no mercado de trabalho. Por meio desses indicadores sociais, podemos concluir que a elevada renda per capita desse conjunto de países do Oriente Médio é decorrente do alto valor do PIB, alcançado pela venda de petróleo no mercado internacional. Essa riqueza está concentrada nas mãos de uma pequena parcela da população, já que, como foi visto, a maioria de seus habitantes enfrenta graves problemas sociais. Tal exemplo mostra que em muitas situações a renda per capita não exprime a realidade socioeconômica da população, sobretudo nos países subdesenvolvidos, e deve ser considerada um parâmetro médio que precisa ser analisado com outros indicadores. UNIDADE 1- A nova ordem e a regionalização Nos países desenvolvidos europeus, a" expectativa de vida é alta, e a população idosa desfruta ótima qualidade de vida. Idosos ingleses (em fotografia de 2009), por exemplo, têm uma expectativa de vida em torno de 79 anos. Brunei, localizada no Sudeste Asiático, é uma das nações subdesenvolvidas com maior renda per capita (cerca de 50200 dólares ao ano), riqueza proveniente da exploração do petróleo. No entanto, a maior parte de seus habitantes vive em condições precárias, como os moradores dessa favela, localizada em Kampong Ayer. Fotografia de 2003. do espaço mundial índice de Desenvolvimento Humano Vimos que a análise de um único indicador capita, não é suficiente para avaliar o nível de o objetivo de obter informações mais precisas mundo, a ONU vem utilizando desde a década índice de Desenvolvimento Humano socioeconômico, como a renda per desenvolvimento de um país. Com sobre a realidade de cada nação do passada um indicador denominado (IDH). O IDH foi criado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o objetivo de avaliar com maior fidelidade as condições em que vive a maior parte dos habitantes de cada país, considerando os seguintes critérios: a longevidade da população, medida pela expectativa de vida; o acesso à escolaridade, verificado por meio da taxa de analfabetismo; o poder de consumo de bens e serviços, determinado pela renda per capita; o acesso a condições sanitárias satisfatórias, avaliado com base na taxa de mortalidade infantil. Para calcular o IDH leva-se em conta a combinação de todos esses indicadores, e o resultado varia em uma escala que vai de a I. Quanto mais próximo de é o IDH de um país, piores são as condições socioeconômicas enfrentadas pela população e, portanto, menos desenvolvido ele é. Quanto mais esse índice é próximo de I, melhores são as condições socioeconômicas e maior é o nível de desenvolvimento do país. O IDH é considerado baixo quando inferior a 0,5, médio quando se encontra entre 0,5 e 0,8, e alto quando é superior a 0,8. A ONU calcula anualmente o IDH de cada país do mundo, já que muitos indicadores variam periodicamente. Veja no planisfério abaixo o IDH de cada nação no ano de 2008 e verifique se no Brasil esse índice é alto, médio ou baixo. De acordo com o que você conhece a respeito da atual situação socioeconômica de nosso país, procure saber se a classificação da ONU é condizente com essa realidade. Observe também o continente em que estão os IDHs mais altos e os mais baixos. Em seguida, discuta com seus colegas os possíveis motivos de tal distribuição espacial. ° ° IDH dos países do mundo - 2008 IDH dos paises do mundo até 0,49 I-- de 0,5 a 0,69 de 0,7 a 0,791 2455 ! 4910 km ! • de 0,8 a 1 IDH baixo L IDH médio I-- IDH elevado Dados não disponíveis CAPíTULO 4 - A regionalização Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento I (PNUD). Relatório do Desenvolvimento 2007/2008. ! Humano 'Obtido em: i <www.pnud.org.br> rAcessado em: !04/12/2008. do espaço geográfico mundial .