SAÚDE 04 Pele riscada com segurança Texto | André Rossi Fotos | Divulgação Quem deseja fazer uma tatuagem deve estar com a saúde em dia e escolher um profissional que use produtos esterilizados, alerta dermatologista T er uma obra de arte eternizada na pele é o desejo daqueles que fazem tatuagens. Porém, é necessário uma série de cuidados para que a realização desse desejo não se transforme em um pesadelo. O alerta é da dermatologista e professora da Universidade de Valença (RJ) Livia Pino, que acredita que a informação e o acompanhamento de especialistas é fundamental para todos que desejam fazer uma tatuagem. Para isso, é necessário, procurar um profissional experiente. “Primeira coisa antes de decidir-se por fazer uma tatuagem é pensar que trata-se de algo definitivo e, justamente por isso, deve ser feito por profissional especializado, que utilize tintas certificadas e material esterilizado, afinal, pode ser porta de entrada para contaminação de doenças como hepatite C e HIV”, explicou Livia. Praticamente qualquer parte do corpo pode ser tatuada. Porém, existem pontos que exigem mais cuidado. “É preciso avaliar o lugar que vai ser feito o desenho. Nós recomendamos que a tatuagem nunca seja feita sobre sinal ou pinta. Porque se algum dia aquele sinal transformar-se num melanoma, a tatuagem irá esconder e dificultar o diagnóstico”, ressalta a dermatologista. Outro alerta que a médica faz é que se a pessoa estiver com alguma doença grave, o desenho deve ser adiado. “Pedimos que o paciente primeiro se recupere. A tatuagem é uma intervenção estética e deve-se estar com a saúde em dia para para evitar qualquer problema”, comentou. O pós-tattoo Depois de feita a tatuagem, o plástico filme (curativo oclusivo colocado após o procedimento) deve ser trocado com a higiene adequada e não pode ficar mais que dois dias sem a substituição. “A ligeira inflação, com vermelhidão, sensação de dor e inchaço, são efeitos normais e dependem de cada pessoa, da área do corpo, do tamanho da tatuagem e quantas cores foram utilizadas. Em geral, passam em uma semana. Mais que isso é recomendado procurar um dermatologista para investigar a inflamação”, disse Livia. A utilização de pomadas de barreira com ação antibiótica também é indicada. Outro cuidado importante é evitar a exposição ao sol. “Não podemos perder de vista que a tatuagem é uma agressão temporária à pele e, por isso, a área precisa estar especialmente protegida do sol; que pode interferir na cicatrização e na fixação dos pigmentos”, orientou Livia. Quando o cuidado deve ser redobrado Pessoas que tem histórico de queloide e de cicatrização ruim devem ter atenção redobrada, pois a tatuagem é um tipo de trauma na pele e a cicatriz pode gerar uma marca. Os que possuem histórico de alergia a corante e pigmentos também precisam tomar cuidado, já que o corante não pode ser retirado da pele. “Um dos mitos que as pessoas se apegam é que se houver arrependimento quanto à tatuagem o desenho pode ser retirado com laser. Fundamental a consciência de que o laser não retira totalmente o pigmento. Ele parte o pigmento que está dentro da pele em vários micropedacinhos e o sistema linfático elimina, mas nem sempre consegue tirar tudo. E a pele nunca volta 100% ao normal. É alta a chance de ficar meio borrada e com leve cicatriz”, explicou a especialista.