Pele riscada com

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SAÚDE
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Pele riscada com
segurança
Texto | André Rossi Fotos | Divulgação
Quem deseja fazer uma tatuagem deve estar com a saúde em dia e escolher
um profissional que use produtos esterilizados, alerta dermatologista
T
er uma obra de arte eternizada na pele é o
desejo daqueles que fazem tatuagens. Porém, é necessário uma série de cuidados
para que a realização desse desejo não se transforme em um pesadelo. O alerta é da dermatologista e professora da Universidade de Valença
(RJ) Livia Pino, que acredita que a informação
e o acompanhamento de especialistas é fundamental para todos que desejam fazer uma tatuagem. Para isso, é necessário, procurar um profissional experiente.
“Primeira coisa antes de decidir-se por fazer
uma tatuagem é pensar que trata-se de algo definitivo e, justamente por isso, deve ser feito por
profissional especializado, que utilize tintas certificadas e material esterilizado, afinal, pode ser
porta de entrada para contaminação de doenças
como hepatite C e HIV”, explicou Livia.
Praticamente qualquer parte do corpo pode ser tatuada. Porém, existem pontos que exigem mais
cuidado. “É preciso avaliar
o lugar que vai ser feito
o desenho. Nós recomendamos que a tatuagem
nunca seja feita sobre sinal ou pinta. Porque
se algum dia aquele sinal transformar-se num
melanoma, a tatuagem irá esconder e dificultar o diagnóstico”, ressalta a dermatologista.
Outro alerta que a médica faz é
que se a pessoa estiver com alguma doença grave, o desenho
deve ser adiado. “Pedimos
que o paciente primeiro
se recupere. A tatuagem é
uma intervenção estética e deve-se estar com a
saúde em dia para para
evitar qualquer problema”, comentou.
O pós-tattoo
Depois de feita a tatuagem, o plástico filme (curativo oclusivo colocado após o procedimento) deve ser trocado com a higiene adequada e
não pode ficar mais que dois dias sem a substituição. “A ligeira inflação, com
vermelhidão, sensação de dor e inchaço, são efeitos normais e dependem de
cada pessoa, da área do corpo, do tamanho da tatuagem e quantas cores foram utilizadas. Em geral, passam em uma semana. Mais que isso é recomendado procurar um
dermatologista para investigar a inflamação”, disse Livia. A utilização de pomadas de barreira com ação antibiótica também é indicada. Outro cuidado importante é evitar a exposição
ao sol. “Não podemos perder de vista que a tatuagem é uma agressão temporária à pele e, por
isso, a área precisa estar especialmente protegida do sol; que pode interferir na cicatrização e
na fixação dos pigmentos”, orientou Livia.
Quando o cuidado deve
ser redobrado
Pessoas que tem histórico de queloide e de cicatrização ruim devem ter atenção redobrada,
pois a tatuagem é um tipo de trauma na pele e a cicatriz pode gerar uma marca. Os que
possuem histórico de alergia a corante e pigmentos também precisam tomar cuidado,
já que o corante não pode ser retirado da pele. “Um dos mitos que as pessoas se apegam é que se houver arrependimento quanto à tatuagem o desenho pode ser
retirado com laser. Fundamental a consciência de que o laser não retira totalmente o pigmento. Ele parte o pigmento que está dentro da pele em
vários micropedacinhos e o sistema linfático elimina, mas nem
sempre consegue tirar tudo. E a pele nunca volta 100% ao
normal. É alta a chance de ficar meio borrada e com
leve cicatriz”, explicou a especialista.
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