Aula 03

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FF-296: Teoria do Funcional
da Densidade I
Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá
Sala 2602A-1
Ramal 5785
[email protected]
www.ief.ita.br/~rrpela
Tema de hoje: Problema de 1
elétron

O princípio variacional

Função de onda tentativa

Átomo de H unidimensional

Íon H2+ unidimensional

Equação de Schrödinger

Teorema do Virial
O Princípio Variacional

A energia (média) num determinado estado é
com

O estado fundamental é aquele que minimiza
a energia. Portanto, trata-se de um problema
variacional que pode ser definido como
com
O Princípio Variacional

Podemos separar

Sendo
Integral por partes,
considerando que
nos limites a função
de onda tende a zero
Função de Onda Tentativa

O princípio variacional, apesar de simples, abre caminho
para algumas aproximações muito utilizadas

Por exemplo, podemos não estar interessados
exatamente no estado fundamental, mas sim numa
aproximação deste

Em vez de procurarmos ψ dentre todas as funções possíveis,
podemos escolher uma família de funções dependentes de um
parâmetro e restringir a busca entre estas funções

Com isto, recaímos num problema simples de Cálculo 1

A qualidade da aproximação dependerá de certa forma do insight
em escolher a família de funções
Função de Onda Tentativa

Exemplo: Átomo de H unidimensional

Para o potencial do tipo
(que imita
um átomo de H unidimensional), use uma função
tentativa do tipo gaussiana e obtenha uma
estimativa para o estado fundamental

Vamos tentar uma função do tipo
Nota: uma gaussiana é uma função do tipo
média
desvio-padrão
Função de Onda Tentativa

Exemplo: Átomo de H unidimensional

Condição de normalização
Mas, como a gaussiana integrada dá 1:
Se você quer entender melhor esta integral,
veja o apêndice A.
Função de Onda Tentativa

Exemplo: Átomo de H unidimensional

Energia cinética
Mas (veja apêndice B):
como
Função de Onda Tentativa

Exemplo: Átomo de H unidimensional

Energia potencial
como
Função de Onda Tentativa

Exemplo: Átomo de H unidimensional

Energia total
seja
A energia é mínima para:
O valor mínimo da energia é:
Função de Onda Tentativa

Exemplo: Átomo de H unidimensional

A energia encontrada é a energia do estado fundamental?

NÃO!

A energia do estado fundamental é menor ou igual à
encontrada

Utilizamos uma função de onda gaussiana para o estado
fundamental (e não sabemos se esta função representa bem o
estado em questão)

O que podemos garantir é que, de todas as infinitas funções
gaussianas, aquela que obtivemos é a que melhor se aproxima
do estado fundamental
Função de Onda Tentativa

Íon H2+ unidimensional

Para o potencial do tipo
(que imita
um átomo de H unidimensional), use uma função
tentativa do tipo exponencial
com

Nota, este procedimento nos leva ao estado
fundamental exato (como podemos ter certeza
disso? Pense nisso, como exercício).

Para garantir a normalização da função de onda,
vamos tentar
Função de Onda Tentativa

Exemplo: Átomo de H unidimensional

Condição de normalização
Função de Onda Tentativa

Exemplo: Átomo de H unidimensional

Energia cinética
Note que:
Função de Onda Tentativa

Exemplo: Átomo de H unidimensional

Energia potencial
como
Função de Onda Tentativa

Exemplo: Átomo de H unidimensional

Energia total
A energia é mínima para:
O valor mínimo da energia é:
Função de Onda Tentativa

O método variacional pode ficar mais
complicado (mas ao mesmo tempo mais preciso)
se considerarmos que a função de onda é uma
combinação de duas outras funções conhecidas


Em geral, isto melhora nossa função tentativa
A nossa tarefa é encontrar c1, c2 e a energia
mínima
Função de Onda Tentativa

Veja que a energia pode ser escrita em função
das constantes c1, c2:

Vamos supor o caso de funções de ondas reais (o
resultado complexo é análogo)
Sendo os elementos da matriz H:
Note que H no caso real é simétrica (no caso complexo, ela é hermitiana)
Devemos minimizar E, com a restrição
Função de Onda Tentativa

Analisando um pouco melhor a restrição
Sendo os elementos da matriz S (matriz de overlap):
Note que S no caso real é simétrica (no caso complexo, ela é hermitiana)
A restrição, portanto, é:
Para resolver o problema de minimização, vamos usar a técnica dos multiplicadores
de Lagrange
Função de Onda Tentativa

Fazendo a minimização
Isto pode ser escrito na forma matricial
Sendo:
Função de Onda Tentativa

Para obter solução não trivial, precisamos impor

Esta é uma equação de autovalores
generalizada

É generalizada porque não aparece a matriz
identidade

A matriz identidade pode aparecer (quando as
funções
são ortonormais)
Função de Onda Tentativa

E agora, como achar a energia? Resolvendo a equação
de autovalores generalizada
A energia é igual aos autovalores generalizados



Vejamos
Reescrevendo a energia (usando formas quadráticas)
(Verifique isto!)

Reescrevendo a restrição

Por fim
Função de Onda Tentativa

Como ficaria nosso problema, no caso
complexo?

Exatamente da mesma forma. Também
precisaríamos resolver a mesma equação de
autovalores generalizada

Mas ao construir as matrizes H e S, precisaríamos
usar o produto interno complexo
Neste caso, as matrizes H e S não seriam simétricas, mas hermitianas, pois
Função de Onda Tentativa

E se o problema fosse com 3 funções
tentativas e não 2?

O procedimento seria o mesmo

Também precisaríamos resolver a equação de
autovalores generalizada

Mas, então, teríamos matrizes 3x3 (em vez de 2x2)
Função de Onda Tentativa

Íon H2+ unidimensional

Para exemplificar o método anterior, vamos
considerar o caso do íon H2+ unidimensional,
ou seja, um potencial do tipo

E vamos obter a energia de ligação em função
da separação entre os núcleos a
Função de Onda Tentativa

Para obter a energia, vamos considerar uma
função de onda do tipo
sendo
Você consegue entender por que estamos supondo este tipo de solução? Pense um pouco.
Precisamos resolver a equação de autovalores generalizada
Como a energia é igual ao autovalor, podemos escrever
Função de Onda Tentativa

Vamos, inicialmente, encontrar a matriz de
overlap
onde
Analogamente:
Função de Onda Tentativa

Vamos, agora, encontrar a matriz H
Função de Onda Tentativa

Vamos, agora, encontrar a matriz H
Função de Onda Tentativa

Assim
Precisamos resolver
Função de Onda Tentativa

Para simplificar, façamos
Isto implica
Há 2 possíveis soluções:
Função de Onda Tentativa

Temos duas soluções
(curva azul)
(curva verde)
Função de Onda Tentativa

Você deve ter notado algo de estranho nas
soluções anteriores

É que esquecemos um fator importante para
compor a energia de ligação


A energia de repulsão núcleo-núcleo
Para cada valor de a, esta energia é igual a
Função de Onda Tentativa

Assim, a verdadeira energia de ligação é
(curva azul)
(curva verde)
Função de Onda Tentativa

Por que ainda assim a curva não se parece
como esperaríamos?

Falta inserir um parâmetro de alcance na
exponencial
sendo
Para cada a, devemos minimizar em relação a ξ
Equação de Schrödinger

Qual a relação entre o princípio variacional e a
equação de Schrödinger?

Veremos que o princípio variacional leva
exatamente à equação de Schrödinger

Vejamos, inicialmente o caso de uma função de
onda real

o caso complexo é um pouco mais complicado

O funcional a ser minimizado é

Com a restrição
Equação de Schrödinger

Aplicando a técnica dos multiplicadores de
Lagrange

Mas
Equação de Schrödinger

Conclusão

Ou seja
Equação de Schrödinger
Equação de Schrödinger

No caso complexo, precisamos fazer

Teremos um problema variacional nas funções f e g.
Teorema do Virial

Evolução temporal de uma quantidade
Mas:
comutador
Teorema do Virial

Evolução temporal de uma quantidade

Para um estado estacionário

Para um estado estacionário e uma quantidade Q
que não depende explicitamente do tempo
Teorema do Virial

Vamos aplicar o resultado anterior para

Mas, afinal, o que é

?
Tomemos uma função f(x) “bem comportada”
Teorema do Virial

Assim:

Note que, para

V(x) = k/x:

V(x) = kx2:
Apêndice A

Desejamos obter a integral da gaussiana

Fazendo uma mudança de variáveis

Multiplicando as duas integrais
Mudança para coordenadas polares
Apêndice A

Continuando

Isto mostra que
Apêndice B

Desejamos obter a integral

Seja

Com isso
Apêndice B

Mas

Assim

Conclusão
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