ESCLEROSE MÚLTIPLA PÓS-IMUNIZAÇÃO CONTRA FEBRE AMARELA Marco A. Lana-Peixoto, Antônio L. Teixeira Jr.,Luciano M. Simão, Marcos A. Moreira, Carolina R. Araújo Centro de Investigação e Tratamento da Esclerose Múltipla de Minas Gerais - CIEM Minas Universidade Federal de Minas Gerais, Hospital São Geraldo, Belo Horizonte, Brasil. OBJETIVO CASO 3 Relatar três pacientes com início de apresentação clínica de esclerose múltipla após um mês após receber imunização contra febre amarela. Um paciente de 39 anos de idade, sexo masculino, iniciou quadro progressivo de paraparesia e hipoestesia em extremidades de membros inferiores quatro semanas após ter sido imunizado contra febre amarela. Desde então, apresentou quadro associado de disartria, ataxia, desequilíbrio e distúrbios esfinctéricos. A exame de ressonância magnética de encéfalo e coluna cervical evidenciaram lesões desmielinizantes típicas de esclerose múltipla. RELATO DOS CASOS CASO 1 Uma paciente de 41 anos de idade, sexo feminino, com quadro clínico de neurite óptica bilateral após ter sido imunizada com a vacina contra febre amarela há três semanas. O exame de ressonância magnética de encéfalo não revelou anormalidades e após pulsoterapia com corticóides apresentou remissão total. Permaneceu assintomática por dois anos porém, exames posteriores de ressonância magnética de encéfalo realizados durante acompanhamento ambulatorial evidenciaram lesões desmielinizantes. CASO 2 Uma paciente de 22 anos de idade, sexo feminino, desenvolveu quadro de disestesia em menbro superior direito após um mês de ter sido vacinado contra febre amarela, tendo apresentado remissão completa do quadro após pulsoterapia com corticóides. O exame de ressonância magnética de encéfalo inicial era normal. Permaneceu assintomática por um ano quando iniciou quadro de disestesia em membros inferiores e hemiparesia à direita. Teve remissão completa do quadro com nova pulsoterapia. Exame de ressonância magnética de encéfalo e coluna cervical evidenciaram lesões desmielinizantes hiperintensas em T2 e FLAIR e com captação de contraste gadolínio. CONCLUSÃO Os pacientes preencheram os critérios para diagnóstico de esclerose múltipla e têm sido acompanhados ambulatorialmente. Todos receberam a vacina 17DD contra febre amarela antes da abertura do quadro neurológico inicial sugestivo de esclerose múltipla num prazo de um mês da imunização. Os casos 1 e 2 desenvolveram a forma em surto e remissão e o caso 3 a forma primária progressiva. Raros casos de imunização prévia com abertura de quadro de esclerose múltipla têm sido relatados, as vacinas conhecidas associadas a abertura do quadro de esclerose múltipla são contra a varíola, febre tifóide, raiva, tuberculose e febre amarela. A vacina recombinante contra a hepatite B está sendo considerada bastante promissora e associação com a abertura do quadro de esclerose múltipla após a imunização prévia ainda não pode ser estabelecido. O que se postula é que eventos desmielinizantes pósvacinais, em especial pela vacina contra a febre amarela com vírus vivo 17DD, só ocorrem em indivíduos geneticamente pressupostos. IRM. Caso 3 IRM. Caso 1 IRM. Caso 2