APOSTILA_PLANEJAMENTO_E_CONTROLE_FINANCEIRO_

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APOSTILA PLANEJAMENTO
FINANCEIRO
E
Compilação, composição e adaptação: Prof. Paulo Vieira
CONTROLE
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ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO FINANCEIROS – CARACTERÍSTICAS E
FUNDAMENTOS
Fundamentos do Planejamento Financeiro;
-envolvimento administrativo;
-adaptação organizacional;
-contabilidade por áreas de responsabilidade;
-orientação para atingimento de objetivos;
-comunicação integral;
-expectativas realistas ;
-aplicação flexível;
-reconhecimento do esforço individual e do grupo;
-acompanhamento.
Características de um Planejamento de Resultados:
1) O plano de resultados baseia-se em estimativas.
2) Um programa de planejamento financeiro deve estar permanentemente adaptado às
circunstâncias existentes.
3) A execução de um plano de resultados não é automática. Uma vez concluído, um plano
só poderá tornar-se eficaz quando todos os executivos responsáveis o apoiarem e
exercerem esforços continuados e agressivos para a sua execução.
4) O plano de resultados não deve tomar o lugar da administração.
5) Ele obriga a análise antecipada das políticas básicas.
6) Existe estrutura administrativa adequada.
7) Obriga todos os membros da administração a participa do processo de estabelecimento
de objetivos e preparação de planos.
8) Obriga os chefes de departamento a fazer planos em harmonia com toda a empresa.
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9) Exige da administração a quantificação do que é necessário para um desempenho
satisfatório.
10) Exige dados contábeis adequados e apropriados.
11) Obriga a administração a planejar o uso mais econômico de mão-de-obra, matériaprima, instalações e capital.
12) Instala, em todos os níveis administrativos, o hábito de análise oportuna, cuidadosa e
adequada de todos os fatores relevantes, antes de serem tomadas decisões importantes.
13) Tende a eliminar a incerteza especialmente existente nos grupos administrativos
inferiores, em relação às políticas e aos objetivos básicos da empresa.
14) Força uma auto-análise periódica da empresa.
15) Ajuda o processo de obtenção de crédito.
16) Permite a verificação de progressos em relação aos objetivos da empresa.
Elementos de um programa amplo de planejamento e controle de resultados:
1) Avaliação do efeito em potencial de todas as variáveis relevantes para a
empresa.
2) Especificação dos objetivos gerais da empresa.
3) Estabelecimento de objetivos específicos.
4) Formulação e avaliação das estratégias da empresa.
5) Preparação e avaliação dos planos de projetos.
6) Realização de análises suplementares.
7) Execução de planos.
8) Implantação de medidas de acompanhamento.
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Os Cenários da Economia
Por que os juros oscilam?
-Instrumento de política monetária
-Política monetária são as decisões e as ações relativas ao controle de liquidez da
economia.
-Liquidez monetária é a quantidade de dinheiro que circula.
-Forma de conter a inflação.
-Incentivo à poupança ou ao consumo, conforme o caso.
-Maneira de atrair capitais.
Fatores de pressão sobre o dólar (para cima ou para baixo)
-Fluxos.
-Balanço de Pagamentos
-Balança comercial
-Procura por hedge
-Hedge=proteção
-Inflação
-Remessa e recebimentos de lucros e capitais
-Crises
-Expectativas
-Investimentos (especulativos e diretos): entrada e saída
Influência da política monetária na vida das empresas
-O que é política monetária: política de controle da liquidez da economia.
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-Instrumentos de política monetária
-Taxas de juros
-Depósitos compulsórios
-Mercado aberto
-Redesconto (assistência à liquidez)
-Tipos
-Restritiva ou contracionista
-Expansionista
Política fiscal no Brasil e a influência nas finanças empresariais
-O que é política fiscal (refere-se a receitas e despesas do governo)
-O que é política tributária (refere-se à arrecadação/receitas do governo).
-Relação carga tributária/PIB : implicações
-A Curva de Laffer
-Reflexos de uma elevada carga tributária: aumento do custo dos produtos, menor poder
de compra da população, menor competitividade, etc.
Alguns grandes problemas empresariais
-Operações no limite da capacidade produtiva
-Deficiências na gestão
-Problemas com o capital de giro
-Tripé juros altos/investimentos baixos/renda contraída
-Protecionismo no comércio internacional
As empresas e o mercado de capitais
-O que é mercado de capitais: mercado onde são negociados “capitais” das empresas.
-Papéis mais representativos: ações, debêntures, commercial papers, etc.
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-Mercado primário e secundário
-Por que a empresa abre o seu capital: para se tornar mais atrativa a investidores; para
mostrar transparência; para conquistar mercados; para angariar recursos mais baratos do
que num empréstimo bancário.
-Por que uma empresa fecha o capital: porque o custo/benefício da abertura passa a não
compensar.
-Abertura de capital: ações da empresa passam a ser negociadas em mercados
organizados (bolsas de valores).
-Debêntures conversíveis e não conversíveis : conversíveis são as que podem ser
convertidas em ações ao final do prazo; não conversíveis só podem ser liquidadas em
dinheiro.
-Por que um investidor pode preferir receber ações ao invés de dinheiro num resgate de
debêntures conversíveis? Devido às boas perspectivas da empresa, ele pode preferir se
tornar sócio a permanecer na condição de credor.
Inflação
-O que é inflação: alta generalizada e constante de preços, levando à perda do poder de
compra da moeda.
-Inflação de custos: aquela em que os preços sobem porque os custos relacionados à
produção, distribuição e comercialização sobem.
-Inflação de demanda: aquela em que os preços sobem porque há uma demanda maior
do que a oferta.
-Concepções monetarista, estruturalista e inercial:
-Concepção monetarista: inflação tendo como fundo questões monetárias, como
excessiva oferta de dinheiro na economia.
-Concepção estruturalista: tem como fundo deficiências na estrutura da economia;
-Concepção inercial: repasse de aumentos aos preços (exemplo: elevação de
salários dos empregados).
-Meta de inflação (inflation targeting)
-A inflação pessoal.
-Overshooting: repasse aos preços das oscilações positivas do câmbio.
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Taxas e Índices
-O que é Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia)
-O que é Taxa Selic-Meta (taxa básica da economia brasileira)
-O Copom-Comitê de Política Monetária do Banco Central, composto presidente e
diretores do Banco Central do Brasil.
-O mercado faz a taxa
-Metodologia da Selic
-Previsão de inflação para o período de 1 ano
-Risco-país
-Taxa de juros americana
-Eventualmente, podem existir outros ajustes relativos a política monetária
TBF-Taxa Básica Financeira
-Cálculo a partir da média das taxas dos cdb’s dos principais bancos brasileiros.
-Usada em aplicações financeiras, contratos, etc.
Passos:
1) o Banco Central pesquisa, junto aos 30 maiores bancos brasileiros em captação
de depósitos a prazo (cdb’s) as taxas praticadas no período de 30 a 35 dias;
2) Faz a equivalência para 30 dias, de cada banco. Ficam, portanto, 30 taxas.
3) Tira as duas maiores e as duas menores. Ficam 26 taxas.
4) Faz a média dessas 26 taxas.
5) A TBF de hoje é a média descrita de ontem, hoje e amanhã.
TR-Taxa Referencial
-Usada no reajuste da caderneta de poupança, nas prestações do Sistema Financeiro da
Habitação, em contratos, etc.
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-A TR nada mais é do que a TBF com a incidência de um redutor determinado pelo
governo.
Taxa da Caderneta de Poupança
-Usada no reajuste da caderneta de poupança, em contratos, empréstimos(principalmente
familiares), etc.
-Corresponde a TR + 70% da variação da Selic, sempre que a Selic estiver abaixo de
8,50% aa. Acima disso, é TR+0,50%am, ou seja, TR+6,17% aa.
TJLP-Taxa de Juros de Longo Prazo
-Determinada trimestralmente pelo Conselho Monetário Nacional.
-Composição:
-Inflação projetada para o período de 1 ano
-Risco-país
-Usada principalmente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, nos
empréstimos da linha Finame.
Risco-país
-O que significa(risco, medido em números, de o país não honrar seus compromissos
financeiros) e onde é aplicada(na composição dos empréstimos feitos ao país e às
empresas do país.
-É uma taxa oficial? Não.
-Quem calcula? Agências de classificação de risco internacionais, principalmente a JP
Morgan.
-O que valem os pontos? Cada 100 pontos representa 1 ponto percentual acima da taxa
dos títulos do Tesouro Norte-Americano
-Influência no mercado de capitais e nas captações das empresas e do país (aumenta ou
diminui o custo financeiro das empresas; representa maior ou menor risco para os
emprestadores).
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CDI-Certificado de Depósito Interbancário ou Interfinanceiro
-Taxa média dos negócios feitos entre os bancos
-Usada em empréstimos, aplicações financeiras, contratos, etc.
-Calculada pelo Banco Central, é divulgada diariamente.
LIBOR – London Inter Bank Ordinary/Offer Rate
-Taxa interbancária do mercado financeiro londrino
-Usada em operações no mercado internacional
-Prazos das operações: 3, 6, 9, 12 meses.
Prime Rate
-Taxa privilegiada, destinada aos clientes de primeira linha, no mercado norte-americano.
-Como muitas empresas brasileiras tomam empréstimos ou fazem captações nos Estados
Unidos, muitas são afetadas por variações da Prime.
Taxa de Câmbio
-Não é uma taxa; é um valor.
-O conceito de paridade: equivência entre moedas
-Sistemas cambiais fixo, misto e flutuante;
-Fixo: determinado pelas autoridades do país, não se altera com o fluxo;
-Flutuante: valor da moeda é determinado pelo fluxo de entrada e saída;
-Misto: mistura fixo e flutuante(ex; banda cambial).
-Ptax: taxa média de câmbio comercial, divulgada pelo Banco Central.
Taxas de Inflação
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-A família IGP: IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), IGP-DI(Índice Geral de
Preços-Disponibilidade Interna); IGP-10, IGP-15. IGP-S): mede a variação dos preços dos
produtos consumidos pelas famílias com renda familiar entre 1 e 33 salários mínimos.
Apurada em regiões metropolitanas, corresponde a uma cesta de índices, formada pelo
IPA(Índice de Preços no Atacado, com 60% de peso), pelo IPC-Índice de Preços ao
Consumidor/Brasil(com 30% de peso) e pelo INCC-Índice Nacional do Custo da
Construção(com 10% de peso).
-IPCA: Índice de Preços ao Consumidor Amplo ou Ampliado. É o índice que norteia a
inflação oficial. Corresponde à variação dos preços dos produtos consumidos pelas
famílias que ganham entre 1 e 40 salários mínimos.
-INPC(Índice Nacional de Preços ao Consumidor): mede a variação dos preços dos
produtos consumidos pelas famílias com renda familiar entre 1 e 8 salários mínimos. É
chamada a inflação da baixa renda.
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CONCEITOS DE FINANÇAS APLICADOS À GESTÃO
Fontes: InfoMoney, BM&FBovespa.
Ação: Valor mobiliário emitido pelas sociedades anônimas, representando a menor fração do capital
destas empresas. As empresas emitem ações para aumentar o capital social, e os recursos levantados
podem ser utilizados para vários fins, sobretudo futuros investimentos.
Ação Ordinária: São ações que conferem ao acionista direito de voto na empresa, por ocasião da
realização das assembléias de acionistas. São ações normalmente menos negociadas no mercado que as
preferenciais e, portanto, de menor liquidez.
Ação Preferencial: São ações que garantem aos acionistas maior participação nos resultados da
empresa, mas que não dão direito a voto. A preferência, no caso, diz respeito à distribuição dos
resultados, ou seja, os acionistas preferenciais têm prioridade no recebimento de proventos e no
reembolso de capital em caso de dissolução da sociedade em relação aos demais acionistas. Em geral,
são as ações mais negociadas e, portanto, de maior liquidez.
ACC-Adiantamento sobre Contrato de Câmbio: Trata-se de uma forma de financiamento utilizada por
empresas exportadoras, através da qual a empresa recebe antecipadamente recursos, que são
utilizados no financiamento da sua produção. Assim, o banco concede à empresa exportadora uma
antecipação dos reais equivalentes à quantia em moeda estrangeira que a empresa iria receber pelas
suas vendas a prazo. Vale ressaltar que esta antecipação pode ser parcial ou total.
Acionista: Possuidor de ações de uma sociedade anônima, o que o caracteriza como proprietário de
uma parcela da empresa proporcionalmente à quantidade de ações detida.
ADR-American Depositary Receipt: Os ADRS são recibos emitidos por um banco depositário norteamericano e que representam ações de um emissor estrangeiro que se encontram depositadas e sob
custódia deste banco. Os ADR´s são cotados em dólares norte-americanos e trazem grandes vantagens
ao emissor estrangeiro, já que facilitam o acesso ao mercado norte-americano. Existem três níveis
distintos de ADRs: ADR nível 1, nível 2 e nível 3.
Análise de Risco: Avaliação contínua e sistemática dos efeitos adversos, ou riscos, que podem atingir
uma determinada empresa em um mercado competitivo.
Análise Fundamentalista: Metodologia de análise que utiliza os dados financeiros disponíveis sobre
uma empresa para projetar seu desempenho futuro (ex. lucros, posição no mercado, oferta de produtos
etc.) e assim determinar um preço justo para as ações da empresa. Para isso, o valor de mercado da
empresa é expresso em forma de múltiplos de seu valor patrimonial, lucro estimado, fluxo de caixa e
comparado com múltiplos implícitos de empresas no mesmo setor. A principal fonte de informação do
analista fundamentalista é o balanço da empresa, de onde ele extrai informações sobre dividendos,
lucros, dívidas, atuação da administração, etc.
Análise Técnica: Também denominada Análise Gráfica, é uma metodologia que se baseia no
comportamento de ações listadas em bolsa ou outros ativos no passado e procura avaliar as
possibilidades de flutuações futuras. Em geral, este tipo de análise é usado para se projetar o
desempenho de curto prazo de uma ação, enquanto a análise fundamentalista é mais usada para
períodos mais longos. O analista técnico, ou grafista, baseia-se nos princípios que os preços se movem
em tendências persistentes ao longo do tempo e também através de padrões gráficos. Uma vez
determinada essa tendência e padrões, é possível estimar qual o melhor momento para comprar ou
vender uma ação.
Arbitragem: Termo usado no mercado financeiro para definir operações que buscam tirar proveito de
variações na diferença de preços entre dois ativos ou entre dois mercados, ou das expectativas futuras
de mudanças nessas diferenças sem haver risco de mercado da operação . Como exemplos, podemos
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citar a compra de um ativo à vista e a venda desse mesmo ativo a futuro ou operações envolvendo ações
no mercado Brasileiro e seus respectivos ADRs negociados em bolsas Americanas, comprando-se o
ativo no mercado onde o preço é menor e vendendo-se o ativo onde o preço é maior, obtendo-se assim,
lucro.
B2B: Sigla em inglês que significa "Business to Business", ou, em português, transação de empresa com
empresa. Este termo é usado para definir os negócios entre empresas, que são conduzidos através da
rede mundial de computadores (ou internet).
B2C: Sigla em inglês que significa "Business to Consumer", ou, em português, transação de empresa com
consumidor. Este termo é usado para definir os negócios entre uma empresa e seus consumidores, que
são conduzidos através da rede mundial de computadores (ou internet). Estes negócios podem incluir
desde a oferta de serviços de pós-venda, de promoção, assim como propaganda aos clientes da
empresa.
Bear Market: Terminologia na língua inglesa que significa que o mercado está em tendência de queda. A
associação ao "bear" (urso) deve-se à forma como esse animal ataca suas vítimas, que é com uma
patada vinda de cima para baixo.
Bens de Capital: Engloba os bens que são utilizados para a produção de outros bens, como é o caso, por
exemplo, das máquinas, equipamentos etc.
Bens de Produção: Muitas vezes o termo é usado como sinônimo de bens de capital, mas em alguns
casos é usado para denominar, além dos bens de capital, os bens intermediários e as matérias primas.
Blue Chip: Termo usado para fazer referência às ações de grande liquidez e números de negócios no
mercado. Em geral, são ações de empresas tradicionais, com ótima reputação e de grande porte.
Podemos citar como exemplos no Brasil: Petrobrás, Telemar, Vale, Bradesco, Itaú, etc.
Bolsa de Valores: Lugar onde se negociam títulos e valores mobiliários (sobretudo ações, opções,
direitos e debêntures). A BM&FBOVESPA é a principal instituição brasileira de intermediação para
operações do mercado de capitais e a única bolsa de valores, mercadorias e futuros em operação no
Brasil. É uma companhia de capital brasileiro, formada em 2008, a partir da integração das operações
da Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa de Mercadorias & Futuros. Para mais informações sobre a
BM&FBOVESPA, acesse: http://www.bmfbovespa.com.br/
Bônus (Bond): Similares às notas promissórias, os bônus são obrigações de renda fixa que são emitidas
por empresas, bancos ou governos. Um bônus é um certificado de dívida no qual o emissor se
compromete a pagar um montante específico de juros em intervalos pré-determinados, durante um
período de tempo, além de pagar também o montante da emissão, ou seja, o principal da dívida, na data
de vencimento. Como o bônus é um instrumento de dívida, o comprador de um bônus é um credor da
empresa, e não um acionista, como no caso do comprador de ações.
Bull Market: Terminologia na língua inglesa que significa que o mercado está em tendência de alta. A
associação ao "bull" (touro) deve-se à forma como esse animal ataca suas vítimas, que é com uma
chifrada vinda de baixo para cima.
Buy and Hold: Estratégia de selecionar ações de excelentes empresas, comprá-las na bolsa e mantê-las
por um longo tempo na carteira, independente das oscilações que sempre ocorrem de curto prazo.
Capacidade Instalada: A capacidade instalada de uma empresa reflete o seu potencial total de produção,
com base nos recursos de que dispõe, o que inclui equipamentos, mão de obra, conhecimentos, estoque
etc. De maneira simplificada, quando se fala que uma empresa está operando com 90% de sua
capacidade, isto significa que a empresa está produzindo 90% da sua capacidade instalada, ou seja,
90% do seu potencial total de produção.
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Capital de Terceiros: Termo usado para definir a parcela do capital total investida na empresa que não
pertence aos acionistas, sendo, em geral, equivalente à dívida da empresa.
Capitalização Bursátil: A capitalização bursátil é um indicador usado para medir o valor de mercado de
todos os ativos cotados em uma determinada bolsa de valores. É calculado somando-se o valor de
mercado de cada ação, obtido como o resultado da multiplicação do número de ações pela cotação de
fechamento no período desejado. No caso da Bovespa, a bolsa paulista divulga informações com
periodicidade diária, semanal e mensal, tanto em reais como em dólares norte-americanos.
CETIP-Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos: Criada em 1986, a CETIP é uma das
maiores empresas de custódia e de liquidação financeira da América Latina e se constitui em um
mercado de balcão organizado para registro e negociação de valores mobiliários de renda fixa. Dentre
os títulos privados podemos citar as Debêntures, CDB, Letras de Câmbio e CDI. Estes títulos são
mantidos escrituralmente no Cetip e são financiados com recursos disponíveis. Também são
custodiados na Cetip os títulos estaduais e municipais que ficaram fora das regras de rolagem.
Circuit Breaker: Uma condição de negociação que é adotada em muitas bolsas de valores. Através do
Circuit Breaker, o pregão é imediatamente interrompido toda vez que o índice representativo dos
preços de um conjunto de ações tenha queda substancial. No caso da Bolsa de Valores de São Paulo, o
circuit breaker é adotado quando o Ibovespa tem uma queda de dez por cento em relação ao
fechamento do pregão anterior, levando a uma paralisação de 15 minutos das negociações. Caso a
queda atinja 15%, a paralisação será de uma hora.
Cisão: É o processo de transferência, por uma empresa, de parcelas de seu patrimônio a uma ou mais
sociedades, existentes ou constituídas para esse fim, extinguindo-se a empresa cindida, se houver
versão de todo o seu patrimônio.
Commercial Paper: Termo em inglês que denomina uma categoria de títulos de dívida emitidos por
empresas, no mercado local ou internacional, e cujos recursos são usados para financiar as atividades
de curto prazo da empresa ou necessidades de capital de giro, como a compra de estoques, pagamento
de fornecedores etc. O prazo mínimo destes títulos é de 30 dias e o máximo de 360 dias.
Commodities: Termo em inglês que significa mercadoria. Trata-se de produtos primários como café,
soja, milho, trigo, petróleo, além de alguns produtos industriais semi-elaborados como celulose e
açúcar. Uma commodity costuma ter características muito parecidas com a de outros produtores,
permitindo que sejam cotadas nas Bolsas de Valores. Os produtores de commodities são considerados
"price takers", ou seja, são tomadores de preços, não podendo individualmente afetar as cotações dos
produtos produzidos. Desta forma, um produtor de soja no Brasil, por maior que seja e por mais que
varie sua produção, muito dificilmente conseguirá determinar os preços mundiais da soja.
Companhia Holding: Termo usado em contabilidade para denotar a empresa que possui, como
atividade principal, a participação acionária em uma ou mais empresas. A maior fonte de receita destas
empresas são dividendos provenientes das empresas nas quais a companhia holding tem participações.
É bastante comum a criação deste tipo de companhia por motivos fiscais.
Compliance: Conjunto de ações para fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas ou as
diretrizes estabelecidas para um negócio, bem como evitar quaisquer desvios.
Cooperativa: Empresa constituída por pessoas, geralmente com os mesmos interesses mercadológicos.
O papel da cooperativa é o de substituir seus associados nas suas relações com o mercado,
desempenhando, em benefício comum, determinada atividade econômica.
COPOM-Comitê de Política Monetária do Banco Central: O COPOM foi instituído em 20 de junho de
1996 com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa básica de juros. O
COPOM decide a meta da taxa SELIC, taxa básica da economia, que deve vigorar no período entre suas
reuniões e, em alguns casos, o seu viés ou tendência. A taxa SELIC é a média ajustada dos
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financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação de Custódia (SELIC) para títulos
federais.
Crescimento Horizontal (ou Horizontalização): Termo usado para denominar a combinação de
empresas que atuam no mesmo ramo de negócios.
Crescimento Vertical (ou Verticalização): Termo usado para denominar a combinação de empresas com
fornecedores de suas matérias primas ou compradores de seus produtos acabados ou serviços. Quando
uma empresa controla todo o processo de produção, ela é considerada como sendo verticalmente
integrada.
Cupom: Taxa determinada no momento da emissão de um título de renda fixa, pela qual um emissor se
compromete a pagar juros em intervalos periódicos. As taxas podem ser fixas (10% ao ano, por
exemplo) ou variáveis flutuantes (TR + 5%, por exemplo). O intervalo de pagamento também é
determinado quando da emissão, sendo pagamento trimestral, semestral ou anual os mais usados. É
importante notar a distinção entre cupom e rendimento, já que o cupom independe do preço de
negociação do ativo, enquanto que o rendimento, ou yield, varia de forma inversa às alterações no
preço do ativo.
Cupom Cambial: Em poucas palavras, o cupom cambial pode ser definido como a taxa de juro em
dólares no Brasil, sendo calculado com a diferença entre a taxa básica de juro interna (a Selic) e a
desvalorização da taxa de câmbio, ou seja do real frente ao dólar. Por exemplo, para uma taxa básica de
juro projetada de 16% ao ano e uma variação cambial de 7% ao ano, o cupom cambial é de 9%,
refletindo exatamente o diferencial entre a taxa de juro efetiva e a variação cambial. O mercado
trabalha com duas definições de cupom cambial: o "cupom sujo", no caso da variação do dólar levar em
conta a taxa de câmbio Ptax do dia anterior, ou "cupom limpo" que leva em conta a taxa de câmbio no
mercado spot, ou à vista.
Custo de Capital: O custo de capital de uma empresa pode ser definido como a taxa de retorno que a
empresa deve obter em seus investimentos para manter seu valor de mercado inalterado. Mantendo o
risco constante, projetos com retornos acima do custo de capital devem aumentar o valor da empresa e
vice-versa. Caso a empresa obtenha uma taxa de retorno acima do seu custo de capital, então é bastante
provável que a empresa consiga captar novos recursos (através de financiamento ou emissão de novos
títulos de dívida ou ações) a termos vantajosos. A fórmula de cálculo do custo de capital é a seguinte:
Custo Capital = Rl+Beta*(Rm-Rf) Onde: Rl = Taxa de retorno exigida de ativo de risco livre, geralmente
medida como retorno de um título de governo de longo prazo; Beta = Coeficiente beta da empresa; Rm
= taxa de retorno exigida do mercado; (Rm-Rf) = Pode ser visto como prêmio pelo risco de mercado.
Custo Fixo: Custos que não variam de acordo com o volume de produção, e em geral são contratuais,
como é o caso, por exemplo, dos gastos com aluguel.
Custo Semi-Variável: Denominação dada aos custos que passam a variar a partir de uma faixa de
volume de produção. Um exemplo deste tipo de custo é a comissão de vendedores, que podem ser fixas
até uma faixa de volume e aumentarem para volumes mais elevados.
Custo Variável: Custos que variam diretamente com o volume de vendas da empresa. Os custos de
produção são exemplos deste tipo de custo.
D+0, D+1, etc: Terminologia usada no mercado para definir data em que se realizou a operação e a data
em que se realiza a liquidação e/ou conclusão da mesma operação. Por exemplo uma operação D+2
significa que a instituição financeira precisa de 2 dias para efetivar a operação.
Day Trade: Combinação de operações de compra e de venda realizadas por um investidor com o mesmo
título em um mesmo dia. No Brasil as transações de compra e venda devem ser realizadas por uma
sociedade corretora.
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Debêntures: As debêntures são títulos de renda fixa de longo prazo (ou seja, com prazo acima de um
ano), que são emitidos por empresas e podem ou não ter como garantia algum tipo de ativo. Sua
finalidade principal é financiar os projetos de investimento ou alongar dívidas da empresa. As
debêntures podem ser emitidas com uma cláusula de conversibilidade, ou seja, se o título não for pago
no final do período, poderá ser convertido em uma quantidade correspondente de ações da empresa.
Embora a grande maioria das debêntures seja considerada como títulos de renda fixa, algumas podem
ser consideradas como títulos de renda variável, desde que a remuneração oferecida seja com base na
participação nos lucros da empresa emissora.
Default: Termo que vem do inglês e significa insolvência.
Déficit Primário: Termo que determina gastos do Governo que excedem o valor da sua arrecadação,
sem incluir os gastos com pagamento de juros da dívida pública.
Deflação: Termo que reflete a queda do nível geral dos preços, ou seja, é o oposto de inflação.
Demonstrações Financeiras: Termo que define uma série de relatórios que categorizam e quantificam
as principais contas de uma empresa. Dentre as demonstrações financeiras mais utilizadas estão o
balanço patrimonial, a demonstração de resultado, a demonstração das origens e aplicações de
recursos, e as alterações do patrimônio líquido, além das notas explicativas que acompanham as
demonstrações acima.
Dividendos: Pagamento efetuado pela empresa aos seus acionistas através da distribuição de parte do
lucro líquido da empresa, subdividido de acordo com as diferentes classes de ação. O montante, a ser
pago em dinheiro e de forma proporcional à quantidade de ações possuídas, deve ser decidido pelo
Conselho Administrativo da empresa e, em geral, é pago anualmente, semestralmente ou
trimestralmente. Pela Lei das S.A., deverá ser distribuído um dividendo mínimo de 25% do lucro líquido
apurado em cada exercício.
Dólar Comercial: Taxa de câmbio que é publicada pelo Banco Central e utilizada nas operações de
balança comercial e de serviços do país (exportações, importações), no pagamento do serviço da dívida
externa e na remessa de dividendos das empresas com sede no exterior.
Dólar Paralelo: Também conhecido como câmbio negro ou dólar black, é a cotação de compra ou venda
da moeda norte-americana fora dos canais de conversão autorizados pelo Banco Central. Em diversas
ocasiões é executado através da troca física de moedas, contrastando com o dólar cabo, onde a
transação é eletrônica.
Dólar Turismo (ou Flutuante): Operação de conversão de Reais por dólar no mercado flutuante. O
mercado flutuante também é conhecido como "turismo" e é usado como referência para compra de
moeda estrangeira para viagem, tanto em espécie quanto em travellers. O dólar turismo também é
usado para contribuições a entidades associativas, doações, heranças, aposentadorias e pensões,
manutenção de residentes e tratamento de saúde.
Dólar Ptax800: A cotação Ptax da moeda norte-americana, apurada pelo Banco Central, é a taxa de
câmbio média ponderada entre as cotações do dólar e o volume de operações envolvendo cada uma
destas taxas a que foi negociado ao longo do dia.
EBTIDA: Sigla que vem do inglês "Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization. Em
português significa lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização e pode ser substituído
pela sigla LAJIDA.
Empresa: Qualquer firma, companhia, organização ou corporação destinada à produção e/ou
comercialização de processos, bens e serviços que tem como objetivo a geração de lucros.
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Estagflação: Termo que reflete uma situação em que a economia do país se encontra, ao mesmo tempo,
em estagnação e com inflação. Por estagnação entenda-se situação em que não existe crescimento da
produção, o que se reflete sobre a renda nacional per capita e ao emprego.
FED-Federal Reserve System: O FED (Federal Reserve System), Banco Central dos EUA, é a entidade
governamental responsável pela formulação e execução de política monetária norte-americana. Além
disso, o FED age como regulador e supervisor do sistema bancário, serve como "banco" do Governo e o
assessora em operação financeiras. A taxa de juros do EUA é definida pelo FOMC (Federal Open Market
Commitee) o principal órgão do FED. Uma de suas características mais importantes é a independência
em relação ao Governo Federal dos EUA,garantindo assim a boa condução da política monetária. O Fed
é formado por uma equipe de sete membros escolhidos pelo Governo (Board of Governors), com sede
em Washington DC, e por doze bancos regionais localizados nas principais cidades dos EUA (Federal
Reserve Banks).
Flippers: São investidores que adquirem ações de companhias em processo de IPO (abertura de capital)
para vendê-las no primeiro dia de negociação e obter lucro rápido. Dado que, em mercados com forte
tendência de alta, é comum que as ações subam de forma expressiva na sua estréia.
Free-Float: É a porcentagem do capital uma empresa que não se encontra em mãos de acionistas
estratégicos, sendo que os acionistas estratégicos são aqueles com participação superior a 5% do
capital total da empresa. Desta forma, o free-float das ações de uma empresa é um indicador
importante da sua liquidez no mercado, pois indica qual é o percentual das ações que pode ser
efetivamente negociado no pregão e objeto de compra por parte de outros investidores.
Fundo de Investimento: Os fundos de investimentos são a forma mais conhecida de aplicação
financeira, e funcionam como uma espécie de condomínio de recursos individuais de pessoas físicas ou
jurídicas. Na maioria dos casos esses fundos funcionam como um condomínio aberto, sem limite
máximo de participantes, administrado com a finalidade de aplicar estes recursos no mercado e
maximizar o retorno para o investidor (cotista). Mas em alguns casos, podem ser fechados, em geral
estes fundos não permitem o saque a qualquer momento, e o investidor deve manter a aplicação por
um prazo determinado de tempo. A soma das aplicações individuais de cada um dos cotistas constitui o
patrimônio do fundo.
Goodwill: Denominação dada aos ativos intangíveis de uma empresa como, por exemplo, marcas e
patentes, pesquisa e desenvolvimento de bens e serviços, ágio fiscal pago em aquisições etc.
Governança Corporativa: Termo que denomina um sistema que garante o tratamento igualitário entre
os acionistas, além de transparência e responsabilidade na divulgação dos resultados da empresa.
Através da prática da governança corporativa os acionistas podem efetivamente monitorar a direção
executiva de uma empresa. Dentre as medidas estabelecidas por empresas que seguem a prática da boa
governança devem constar quatro princípios básicos: tratamento igual a acionistas minoritários e
majoritários, transparência na relação com o investidor, adoção de normas internacionais nos registros
contábeis e cumprimento das leis. Vários países adotam códigos das melhores práticas de governança
corporativa. No Brasil, este documento foi preparado pelo Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC), em maio de 1999. O projeto teve apoio da Bolsa de Valores de São Paulo, que
patrocinou o lançamento do código.
Hedge: Termo que vem do inglês e que significa salvaguarda. Também denomina administração do
risco como, por exemplo, o ato de tomar uma posição em outro mercado (futuros, por exemplo) oposta
à posição no mercado à vista, para minimizar o risco de perdas financeiras em uma alteração de preços
adversa.
High Yield: Do inglês significa alta taxa de retorno. Em geral se refere a títulos, ou empréstimos de
empresas, que pagam juros excessivamente altos. Esta denominação foi criada de forma a diferenciar
estas empresas das companhias que, por gozarem de uma situação de crédito mais confortável,
conseguem obter financiamento a uma taxa de juro mais baixa. Assim, o mercado de high yield
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concentra as obrigações de empresas que necessitam pagar taxas mais elevadas para obter
financiamento, tanto em função de fracos indicadores financeiros, quanto de sua localização geográfica.
Isso acontece porque muitas empresas de bons indicadores estão situadas em países com perfil maior
de risco maior, o que reflete no maior custo de captação destas empresas.
Hot Money: 1) Termo usado para determinar operações de financiamento de curto prazo para
empresas. As linhas podem ser pré-aprovadas ou não, sendo que a amortização do saldo devedor é feita
em uma única parcela; 2) Também pode denominar investimentos em ativos financeiros atraídos pela
possibilidade de ganhos rápidos devido a elevadas taxas de juros ou por grandes diferenças cambiais.
Trata-se de operações de curtíssimo prazo, no qual os recursos podem deslocar-se de um mercado para
outro com grande rapidez.
Ibovespa: É o principal índice da bolsa paulista, que exprime a variação média diária das negociações da
Bolsa de Valores de São Paulo. O Ibovespa foi implementado em 1968 e é formado atualmente por uma
carteira teórica de cerca de 60 ações, que são escolhidas pela participação das ações no mercado e pela
liquidez. A participação de cada ação na carteira tem relação direta com a representatividade desse
título no mercado à vista - em termos de número de negócios e volume financeiro -, sem levar em
consideração seu valor de mercado. Com isso, os setores que têm empresas como ações mais líquidas
(como telecomunicações) possuem maior participação no índice.
Investment Grade: Termo em inglês para qualificar empresas ou governos com boa capacidade de
pagamento, aqueles com "grau de investimento".
Joint Venture: Termo que vem do inglês e significa união de empresas. Denomina uma forma de aliança
interempresarial com o objetivo de criar um novo negócio, para atuação em mercados conjugados na
comercialização de produtos ou na complementação de projetos de desenvolvimento de produtos. Pode
ser estabelecida entre uma empresa com capital necessário ao financiamento do projeto, e outra que
domina as competências técnicas, os contatos comerciais, ou ambos.
Libor-London Interbank Offered (ou Ordinary) Rate: É a taxa interbancária do mercado de Londres, isto
é, a taxa preferencial de juros que é oferecida para grandes empréstimos entre os bancos internacionais
que operam com eurodólares. A Libor é geralmente utilizada como base de remuneração para outros
empréstimos em dólares a empresas e instituições governamentais. Por exemplo, boa parte dos Brady
Bonds brasileiros pagam taxa de juro com referencial baseado na Libor (Libor mais uma certa margem
pré-determinada).
Margem de Contribuição: Porcentual de cada R$ 1 em vendas, que sobra depois de serem descontadas
todas as despesas variáveis.
Market Share: O market share corresponde à participação de mercado de uma empresa ou grupo
dentro do seu segmento de atuação. Por exemplo, uma fabricante que produz 1 milhão de veículos
possui um market share de 25% de um mercado onde a produção é de 4 milhões de veículos.
Mercado Aberto (Open Market): Mercado no qual as autoridades monetárias (sobretudo o Banco
Central) de cada país operam com títulos públicos de modo a regular e controlar os meios de
pagamento, ao mesmo tempo em que financiam a dívida federal interna. O open é assim chamado, pois
não tem um recinto de negociações limitado e por proporcionar operações de grande flexibilidade e
sem limitações.
Mercado de Ações: Segmento do mercado de capitais, que compreende a colocação primária em
mercado de ações novas emitidas pelas empresas e a negociação secundária (em bolsas de valores e no
mercado de balcão) das ações já colocadas em circulação.
Mercado de Balcão: Mercado de títulos onde as transações são realizadas por telefone ou outros meios
eletrônicos entre instituições financeiras. Não existe um local específico para negociação, como uma
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bolsa de valores ou de mercadorias, por exemplo. A maioria dos instrumentos de renda fixa e ações de
empresas não registradas em bolsas de valores é negociada no mercado de balcão.
Mercado de Capitais: É o conjunto de instituições, tais como bolsas de valores e instituições financeiras
(bancos, corretoras, bancos de investimento, seguradoras), ligadas à intermediação de ativos
financeiros (ações, títulos de dívida em geral). A principal função do mercado de capitais é canalizar a
poupança (recursos financeiros) da sociedade para o comércio, a indústria, outras atividades
econômicas e para o próprio governo. Distingue-se do mercado monetário que movimenta recursos a
curto prazo, embora tenham muitas instituições em comum.
Mercado de Opções: Mercado no qual são transacionadas opções, que podem ser definidas como
direitos de compra, ou venda, de uma quantidade pré-determinada de ações ou títulos, com preços e
prazos de exercício também pré-determinados. O comprador da opção paga um prêmio para obter
esses direitos, podendo exercê-los até a data de vencimento ou revendê-los ao mercado.
Mercado Spot: O termo spot é usado nas bolsas de mercadorias para se referir a negócios realizados
com pagamento à vista e pronta entrega da mercadoria, em oposição ao mercado a futuro ou a termo. A
entrega, aqui, não significa entrega física, mas sim a entrega de determinado montante de dinheiro
correspondente à quantidade de mercadoria negociada.
Mercosul-Mercado do Cone Sul: União aduaneira, criada em 26 de março de 1991, com a assinatura do
Tratado de Assunção por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela aderiu ao grupo em julho
de 2006.
NAFTA: Sigla em inglês para North Atlantic Free Trade Agreement. Designa o tratado de área de livre
comércio entre os Estados Unidos, Canadá e México, e que prevê a eliminação de tarifas alfandegárias
entre esses países por um período de 15 anos.
NASDAQ (National Association of Security Dealers Automated Quotation System): Principal instituição
norte-americana operando no mercado de balcão. Neste tipo de mercado os títulos são negociados por
meio de pregão eletrônico e não por meio do pregão ao vivo. Recentemente, a NASDAQ uniu-se à
American Stock Exchange (AMEX), formando o Nasdaq-Amex Market Group. Muitas das principais
empresas negociadas na NASDAQ são ligadas aos setores de alta tecnologia, tais como Microsoft, Intel,
Dell Computer, Amazon.com e Yahoo!.
Novo Mercado: O Novo Mercado é um segmento de listagem criado pela Bovespa que diferencia a
negociação de ações emitidas por empresas que se comprometem com a adoção de práticas de
governança corporativa e abertura de informações adicionais em relação ao que é exigido pela
legislação. Para uma empresa entrar no Novo Mercado, ela precisa aderir a um conjunto de regras
societárias, conhecidas como boas práticas de governança corporativa, que são muito mais rígidas do
que as determinadas pela legislação brasileira. Este conjunto de regras amplia os direitos dos
acionistas, melhora a qualidade das informações usualmente prestadas pelas companhias e, ao
determinar a resolução dos conflitos por meio de uma Câmara de Arbitragem, oferece aos investidores
a segurança de uma alternativa mais ágil e especializada. Para medir a performance das ações que
participam deste segmento de listagem, a Bovespa criou o IGC - Índice de Ações com Governança
Corporativa Diferenciada, que inclui tanto as empresas que aderiram às regras do Novo Mercado, como
também aquelas que fazem parte dos Níveis 1 e 2 de Governança Corporativa, que são intermediários
entre os padrões que constam da legislação brasileira e aqueles do Novo Mercado.
Oferta Pública de Compra: Proposta de compra, por um determinado preço, de um lote específico de
ações. Grande parte destas operações é lançada pelas próprias empresas ou por seus acionistas,
visando recomprar ações que estão no mercado para colocá-las em tesouraria ou cancelá-las
posteriormente.
Oferta Pública de Venda: Proposta de colocação de um determinado lote de ações de uma empresa. A
empresa pode colocar um lote já existente (oferta secundária) ou um novo lote (oferta primária).
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Overnight: Indica as aplicações financeiras feitas no open market em um dia para serem resgatadas no
dia seguinte.
Patrimônio Líquido: Um dos componentes do balanço patrimonial de uma empresa, o patrimônio
líquido ou valor patrimonial reflete a soma do capital social realizado, reservas de capital, reservas de
reavaliação, reservas de lucro e lucro ou prejuízo acumulados período. O total de ativos de uma
empresa equivale à soma de todos os seus passivos mais seu patrimônio líquido.
Política Monetária: Termo que denomina um conjunto de medidas adotadas para controlar a oferta de
moeda e crédito e, conseqüentemente, a taxa básica de juro de uma determinada economia. O Banco
Central é o responsável pela execução da política monetária do país e, exatamente por isto, sua
independência política é importante, pois garante que a política monetária do país não será afetada por
interesses políticos. Dentre os instrumentos mais utilizados para a execução da política monetária do
país estão os depósitos compulsórios sobre depósitos bancários. Assim sendo, quando o Banco Central
quer diminuir o volume de moeda em circulação, em geral aumenta o depósito compulsório dos bancos.
Private Equity: Termo que vem do inglês e denomina uma forma de financiamento alternativa, utilizada
por empresas, de médio ou grande porte, para garantir o desenvolvimento e a expansão de suas
atividades. As empresas alvo deste investimento temporário, em geral, gozam de taxas significativas de
crescimento e nível de risco médio ou baixo. O termo Private Equity pode também descrever os
investidores que atuam na aquisição de participações em empresas existentes, de maior porte, e que
não requeiram a colaboração direta do investidor na gestão do negócio.
Rating: Classificação atribuída à qualidade de crédito do emissor. Há basicamente três agências
internacionais de classificação de risco mais importantes, a saber: Fitch, Moody´s e Standard & Poor´s,
que atribuem notas aos títulos emitidos por uma empresa ou um governo com o intuito de medir a
probabilidade de inadimplência - essa nota é o rating.
Recebíveis: Termo usado para denominar todos os ativos que uma empresa tem direito de receber
como, por exemplo, notas promissórias.
Renda Fixa: Termo usado de forma genérica para denominar todos os títulos de renda fixa que, como o
nome sugere, são títulos que pagam, em períodos definidos, uma certa remuneração, que pode ser
determinada no momento da aplicação ou no momento do resgate (no final da aplicação). Quando você
compra um título de renda fixa está emprestando dinheiro ao emissor do título (que pode ser o seu
banco, uma empresa ou o governo). Portanto, os juros do título são a remuneração que você recebe por
emprestar seu dinheiro. Dentre os exemplos de títulos de renda fixa podemos citar: a caderneta de
poupança, os certificados de depósito bancário (CDB), títulos do tesouro, letras do tesouro e títulos de
crédito.
Renda Variável: Termo usado de forma genérica para denominar todos os títulos cuja remuneração não
é discriminada anteriormente, como acontece com os títulos de renda fixa. Sendo assim, a rentabilidade
destas aplicações depende das condições de mercado. Dentre os exemplos de títulos desta natureza
temos as ações, commodities e os fundos de investimento que aplicam recursos neste tipo de títulos,
como os fundos de ações, fundos multimercados com renda variável, fundos setoriais etc.
Rentabilidade: Termo usado para expressar a valorização (ou desvalorização) de um determinado
investimento em termos percentuais. Alguns analistas usam o termo retorno ao invés de rentabilidade.
Desta forma, um indivíduo tenha feito um investimento de R$ 10 que, após um mês vale R$ 11,
registrou uma rentabilidade de 10%. A fórmula de cálculo da rentabilidade é a seguinte: Rentabilidade
= ((Preço fim/Preço início)-1)*100, onde Preço fim: é o preço do ativo financeiro no final do período de
cálculo da rentabilidade; Preço início: é o preço do ativo financeiro no momento da aplicação.
Risco de investimento: Termo usado para denominar a variabilidade de retornos relativos a um
investimento. Alguns autores diferenciam risco de incerteza, afirmando que ao primeiro pode-se
atribuir uma distribuição de probabilidades, o que não ocorreria com o segundo, mas geralmente os
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dois termos são usados como sinônimos. Assim quando se fala que um investimento é de alto risco isto
significa que é muito difícil prever com precisão a rentabilidade que será alcançada. No mercado
financeiro o termo "risco" é usado para determinar a probabilidade de ganhos ou perdas acima ou
abaixo da média do mercado.
Risco País: Medida criada pelo banco norte-americano JP Morgan, com o intuito de medir a percepção
de risco dos investidores em relação a diversos países, tomando como base a cotação dos ativos da
dívida externa destes países negociados no mercado internacional. A partir do spread, ou diferencial de
juros que estes títulos pagam em relação aos títulos do tesouro norte-americano de prazo semelhante, o
banco calcula a medida de risco ponderada. Assim, se o diferencial médio é de 10%, o risco país é de
1.000 pontos base, medida esta criada para capturar pequenas mudanças no spread. O risco é calculado
também para uma cesta de papéis de vários países, através do índice Embi+ (Emerging Markets Bond
Index Plus), ou Índice de Bonds de Países Emergentes. Diversos países fazem parte, incluindo Brasil,
Argentina, México, Colômbia e Venezuela, Rússia, Bulgária, Polônia, Nigéria e outros.
Road Shows: Termo que vem do inglês e denomina as apresentações formais dos planos de negócios de
uma empresa para potenciais investidores nacionais ou internacionais com vistas a levantar os
recursos necessários para o financiamento de suas atividades.
Selic, taxa: Taxa referencial de juros da economia brasileira, determinada pelo COPOM (Comitê de
Política Monetária) do Banco Central, que é considerada pelo mercado como o principal indicador de
política monetária do governo.
Sisbacen: Sigla que denomina o Sistema de Operações Registro e Controle do Banco Central. Define
mecanismo de comunicação através de computadores entre o Banco Central e as várias instituições
financeiras atuantes no país, que usam o sistema para enviar dados referentes as suas operações
financeiras, assim como para receber dados do BC.
Spread: Diferença entre o custo de captação de um banco e a taxa de juros cobrada do cliente. Na
prática, é o ganho bruto de uma instituição financeira com um empréstimo.
Swap: Do inglês, significa troca. No mercado financeiro trata-se de um jargão que se refere a um
contrato de troca envolvendo commodities, moedas ou ativos financeiros. A troca é feita para mudar
datas de vencimento, indexador ou os títulos que estão na carteira do investidor. Há operações dessas
na Bolsa, que tem regras e, em alguns casos, até garantias, e no mercado de balcão, ou seja, fora de
bolsa. Os contratos de swap foram lançados pela BM&F em abril de 1993.
Tag along: Direito dos outros acionistas de receber um percentual do valor pago pelas ações dos
controladores em caso de venda do controle da empresa.
Taxa Interna de Retorno: Usada na análise de investimentos, a taxa interna de retorno (TIR) nada mais
é do que a taxa de retorno de um projeto. A TIR é a taxa de desconto que faz com que o valor atual do
projeto seja zero. Um projeto é atrativo quando sua TIR for maior do que o custo de capital do projeto, e
vice-versa.
Títulos Públicos: Assim como as empresas e os bancos, os governos federal, estadual e municipal
precisam de dinheiro para financiar suas obras e cobrir suas despesas. Os títulos emitidos por estas
entidades são chamados de títulos de dívida pública e podem ser pré ou pós-fixados. No caso do
Governo federal, os títulos também podem ser emitidos com intuito de sinalizar política monetária,
como aconteceu nos últimos meses com o Governo, emitindo títulos cambiais para controlar a alta do
dólar.
TJLP-Taxa de Juros de Longo Prazo: A TJLP foi criada em dezembro de 1994 com a finalidade de
estimular os investimentos nos setores de infra-estrutura e consumo. Ela remunera três fundos
compulsórios, o PIS/PASEP, o FAT e o Fundo de Marinha Mercante. Em 1995, a TJLP passou a incidir
sobre os financiamentos concedidos pelo BNDES, como Finame, Finem e BNDES automático. Ela é
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válida para empréstimos de longo prazo. Apesar de seu custo ser variável, ela permanece fixa a cada
trimestre civil. A TJLP é calculada a partir dos seguintes parâmetros: Meta de inflação calculada pro rata
para os doze meses seguintes ao primeiro mês de vigência da taxa, inclusive, baseada nas metas anuais
fixadas pelo Conselho Monetário Nacional; Prêmio de risco.
Treasures (títulos do Tesouro dos EUA): Obrigações de dívida negociáveis do governo norte-americano
que são emitidas com vários prazos. Podemos dividir os Tresuries em três grupos, de acordo com o
prazo: Treasury Bills (até um ano),Treasury Notes (de um a dez anos) e Treasury Bonds (dez anos ou
de prazo mais longo). Os Treasuries são considerados dentre os investimentos mais seguros do mundo,
e são constantemente usados como referência para outros investimentos.
Underwriting: Do inglês significa subscrição. No mercado financeiro descreve as operações financeiras
nas quais os bancos intermediam o lançamento e distribuição de ações ou títulos de renda fixa para
negociação no mercado de capitais.
União Europeia (UE): A União Européia (UE) foi criada após a 2ª Guerra Mundial. O processo de
integração européia foi lançado em 9 de maio de 1950, quando França propôs oficialmente a criação da
"primeira fundação concreta de uma federação européia". Foram seis os países fundadores (Bélgica,
Alemanha, França, Itália, Luxemburgo e Holanda). Foram cinco rodadas de adesão (1973: Dinamarca,
Irlanda e Reino Unido; 1981: Grécia; 1986: Espanha e Portugal; 1995: Áustria, Finlândia e Suécia; 2004:
Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e República Tcheca).
Parte dos países que compunham a UE em 1999 adotou o Euro como moeda comum a partir de então,
com as exceções ficando com a Dinamarca, Suécia e Reino Unido, que, portanto, mantiveram suas
moedas nacionais e não fazem parte da Zona do Euro.
Units: Ativos compostos por mais de uma classe de valores mobiliários. Assim, quando você compra
uma unit, na verdade está comprando um pacote de ativos, como ações ordinárias, preferenciais, bônus
de subscrição etc. Cada empresa deixa pré-definida a proporção de ativos que vão compor a unit.
Valor Presente Líquido (VPL): Usado na análise de investimentos, o valor presente líquido (ou VPL) é
calculado como sendo a diferença entre o valor inicial investido no projeto e o valor presente dos fluxos
de caixa projetados deste mesmo projeto. É também conhecido como valor atual líquido. Um projeto
cujo VPL é negativo, normalmente deve ser rejeitado.
Valuation: Valuation é o nome do processo usado pelos analistas para estimar o valor real de um ativo
ou empresa. Existem várias técnicas que podem ser usadas para estimar estes valores, como, por
exemplo, a análise financeira (demonstrativos apresentados pela empresa), composição da estrutura de
capital, projeção de cenários para receitas, despesas e lucros futuros, modelo CAPM (Capital Asset
Pricing Model) e até mesmo modelos quantitativos e estatísticos.
Volatilidade: Indica o grau médio de variação da cotação de um título ou determinado mercado de subir
ou cair intensamente em um curto período de tempo. A relação da volatilidade de uma ação em relação
à volatilidade do mercado acionário como um todo pode ser medida através do seu coeficiente beta.
Quando se afirma que uma aplicação é extremamente volátil, entende-se que esta aplicação está sujeita
a fortes oscilações, o que pode ser decorrência das perspectivas para a companhia, falta de liquidez
(bastante comum entre algumas ações no Brasil), ou outras razões.
Yield to Maturity: Taxa de retorno até o vencimento de um título de renda fixa, que leva em
consideração o total dos pagamentos periódicos de juros, o preço de compra, o valor de resgate e o
tempo que falta até o prazo de vencimento da obrigação. É o indicador de rendimento mais utilizado
para títulos de renda fixa.
Zero Coupon: Bônus que não paga cupom. A rentabilidade é determinada somente pela diferença entre
o preço de aquisição e o preço de vencimento.
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DERIVATIVOS
Os derivativos são operações financeiras cujo valor de negociação deriva (daí o nome “derivativos”) de
outros ativos, denominados ativos-objeto, com a finalidade de assumir, limitar ou transferir riscos.
Abrangem um amplo leque de operações, de quatro “famílias”: a termo, futuros, opções e swaps, tanto
de commodities quanto de ativos financeiros, como taxas de juros, cotações futuras de índices, etc.
A utilização ampliada dos derivativos no mundo todo tem gerado uma preocupação crescente por
parte dos bancos centrais, autoridades monetárias e de supervisão bancária e de técnicos, dada a
dificuldade de avaliação de sua dimensão e suas conseqüências em termos de riscos, já que as
atividades financeiras se tornam cada vez mais globalizadas.
O nome “derivativos” existe porque essas operações dependem da existência de outro contrato ou
ativo. Ou, em outras palavras, os derivativos só existem porque há a possibilidade de o preço da
mercadoria à vista (ação, grãos, taxas e índices) variar. Caso ela deixe de existir ou de ser negociada
livremente, o derivativo perde a razão de existir.
Não se prestam para operações de derivativos as mercadorias que possuem controle de preços, pois
não há risco de preços ou não há interesse por parte dos participantes do mercado de que seu preço
seja livre e transparente. Por exemplo, nos Estados Unidos existe um contrato derivativo do preço da
gasolina. No Brasil, esse contrato futuro não funcionaria, pois há a influência do governo na refinação,
distribuição e precificação do produto.
Não há unanimidade sobre quanto eles surgiram. Alguns historiadores dizem que surgiram na China
antiga com a negociação de commodities básicas. Outros, dizem que eles surgiram na Idade Média, com
a especialização do comércio. Outros estudiosos trazem o foco para os tempos modernos, e dizem que
os derivativos surgiram na Europa, no início da década de 1970, com o aparecimento dos swaps, em
resposta à necessidade de proteção contra o risco de oscilações das moedas.
A mais antiga bolsa de commodities do mundo, a Chicago Board of Trade, iniciou a negociação de
derivativos no final do século XIX e início do século XX. Não se sabe a data exata, uma vez que todos os
registros da Bolsa foram perdidos no grande incêndio que assolou Chicago no início do século XX.
São basicamente quatro os participantes dos mercados de derivativos: o hedger, o especulador, o
arbitrador e o market maker.
Hedger é a pessoa ou empresa que se utiliza do mercado para se proteger de eventuais mudanças no
preço de um produto, ou para negociar o bem.
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Especulador é a pessoa ou empresa cuja atividade principal NÃO está relacionada com o bem objeto do
contrato derivativo e que assume posições no mercado para a exposição ao risco de oscilação de preços.
O especulador é que dá liquidez ao mercado. Ele assume hoje o risco de perdas futuras, na esperança de
auferir ganhos futuros. Sem ele, o hedger não teria a quem repassar seu risco. Ao contrário do que
muitos pensam, o especulador não é nocivo ao mercado. Ao contrário, é fundamental.
O arbitrador é o participante que, assumindo poucos riscos, opera em mais de um mercado
simultaneamente, para se valer de distorções de preços relativos.
O market maker é também chamado de “especialista”. São, em geral, bancos ou corretoras que operarm
sempre em deteminado mercado, carregando posições próprias (investindo o próprio capital), e que se
especializam em determinados produtos e papéis. Gozam de redução de custos operacionais e possuem
preferência em qualquer negócio. Em contrapartida, são sempre obrigados a oferecer preços de compra
e venda para o produto em que se especializaram. Esses preços devem seguir, obrigatoriamente, regras
estabelecidas pela bolsa, e devem atender a um spread máximo. Garantem, portanto, boa liquidez ao
produto e auxiliam na formação de seu preço. Podem ser contratados por empresas, para atuarem com
um ativo específico.
Relembrando, o derivativo presta-se para a troca de um resultado financeiro obtido por meio da
aplicação da variação do valor de índices ou projeções de preços, em um determinado período de
tempo, sobre um montante teórico inicialmente. Ele não é, normalmente, usado para a negociação ou
comercialização de produtos e serviços. Ele é usado para alterar a característica do risco do caixa, ou da
carteira, de uma empresa, dada a possibilidade de alteração no valor de determinado ativo, seja uma
commodity, taxa de câmbio, taxa de juros ou um índice de preços.
Um exemplo pode facilitar a compreensão do instrumento: um exportador pode desejar vender hoje os
dólares provenientes de uma exportação, já contratada, que irá realizar em data futura. Entretanto,
como ele não tem a moeda, ainda, restam-lhe apenas duas alteranativas:
-ou não poderá realizar a operação, esperando receber os dólares em data futura;
-ou deverá tomar os recursos emprestados no mercado internacional, vender os dólares provenientes
desse empréstimo e, quando receber a moeda, no futuro, liquidar seu débito no exterior. A operação é
conhecida como Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC).
Caso o seu desejo seja o de apenas proteger-se de eventual queda no preço da moeda, e não o de
realizar caixa hoje contra um crédito futuro, o que seria viabilizado por meio da segunda opção exposta,
esse exportador poderá realizar uma operação de swap, ou seja, ele se compromete com uma
contraparte que irá, em data futura, vender essa moeda no mercado. Se o valor obtido por essa venda
for maior do que o hoje acordado, ele repassará a sua contraparte o lucro não esperado resultante da
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operação. Se ocorrer o contrário, se o valor obtido pela venda da moeda estrangeira for inferior ao
valor hoje pactuado, sua contraparte irá ressarci-lo de sua perda.
O mesmo exemplo pode ser dado se considerarmos um importador de suco de laranjas, ou petróleo.
Esse importador poderá realizar um swap com seu banco de tal forma que se o preço do suco de
laranja, ou petróleo, em uma data futura, for maior do que o hoje acordado, ele receberá essa diferença
de seu banco. Caso esse preço seja menor do que aquele contratado, o importador terá que pagar essa
diferença ao banco.
É importante notarmos que, independentemente de qual seja o valor do petróleo ou suco de laranja, o
importador pagará, por esse produto, um preço fixo, predeterminado e conhecido hoje. Ele estará
trocando algo incerto e desconhecido por algo certo e conhecido.
Enfim, podemos dizer que esses contratos são chamados de derivativos porque dependem da existência
de outro contrato ou ativo, como vimos nos exemplos anteriores. Sem o petróleo, ou moeda
estrangeira, não há o contrato. Nessa definição mais ampla, podemos incluir os contratos futuros
negociados em bolsa, como, por exemplo, o contrato futuro de soja negociado na Bolsa de Mercadorias
e Futuros – BM&F – ou as opções, como as de compra sobre ações, negociadas na Bolsa de Valores de
São Paulo. Ou seja, eles só existem porque há a possibilidade de o preço da mercadoria à vista (ação,
grãos, taxas e índices) variar. Caso ela deixe de existir, ou de ser negociada livremente, o derivativo
perde a razão de ser.
Esse mercado não é somente grande, a diversidade de produtos negociados a futuro é impressionante.
Nos Estados Unidos, negocia-se café, soja, suco de laranja, o preço dos bônus e notas do governo
americano (T.Bonds e Bills), moedas de outros países, madeira para construção e até o direito de
poluição. A lista é enorme. No Brasil, os principais produtos são taxas de juros de curto prazo, taxa de
câmbio de dólares, índice da Bolsa de Valores de São Paulo, bônus da dívida externa brasileira, café e
boi gordo.
Câmara de Compensação (Clearing House)
Com o tempo, o mercado foi crescendo e, a cada dia, mais e mais pessoas e empresas se utilizavam dele
para a garantia de preços, fornecimento de produtos e especulação. Os valores que passaram a circular
nas bolsas eram muito grandes e problemas na liquidação das posições poderiam atingir proporções
catastróficas, comprometendo a confiança no sistema.
Os corretores logo perceberam que se um de seus clientes não honrasse os compromissos assumidos,
eles estariam em uma posição muito difícil, perderiam a confiança do mercado e muito provavelmente
estariam fora do sistema.
Para resolver esse problema, os corretores decidiram criar outra instituição com o objetivo de garantir
as operações realizadas na bolsa. Foi criada a câmara de compensação , capitalizada com o dinheiro dos
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corretores membros. Tinha como sua principal fonte de renda uma pequena taxa cobrada em todas as
transações. Em inglês, câmara de compensação é clearing house, termo largamente usado em todos os
países do mundo para diferenciar uma câmara de liquidação de uma bolsa de valores para a de futuros,
que assume muito mais riscos de crédito.
As clearings são geralmente associações, compostas por membros de compensaão (clearing members)
que capitalizaram a empresa. Elas são responsáveis pela compensação e liquidação das posições
assumidas nas bolsas por seus participantes. Se um corretor não for membro da clearing, ele deverá,
obrigatoriamente, contratar um membro para representá-lo junto ao sistema. Nos sistemas de clearing
hoje adotados, a corretora é a garantidora final das posições de seus clientes. A câmara garante a
operação perante os outros membros do mercado, evitanto que contratos não sejam honrados caso a
instituição que intermediou a operação não tenha condições financeiras para proceder à boa liquidação
dos contratos. Portanto, apesar de haver um sistema de garantia é o corretor o garantidor final da
operação.
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CONCEITO GERAL DE ALAVANCAGEM / ALAVANCAGEM FINANCEIRA
No mundo financeiro, a alavancagem representa a utilização de recursos de
terceiros para potencializar ganhos. Mas existe uma outra abordagem, mais
voltada para avaliação de resultados da empresa, como veremos a seguir.
A alavancagem envolve a utilização de custos fixos para potencializar os retornos.
Alavancagem e estrutura de capital são conceitos estreitamente relacionados, que
são ligados às decisões de orçamento de capital através do custo de capital.
Portanto, a alavancagem resulta do uso de ativos ou recursos de custos fixo para
maximizar os retornos aos proprietários da empresa. A estrutura de capital nada
mais é do que a combinação de dívida de longo prazo e capital próprio mantidos
pela empresa.
E já que falamos em custo de capital, vale a pena recordar que custo de capital é a taxa
de retorno que uma empresa deve obter sobre seus projetos de investimento para manter
seu valor de mercado ou atrair fundos. Em outras palavras, seria uma taxa que, aplicada
a um projeto de investimento, não fizesse a empresa perder valor e manter-se atrativa a
potenciais investidores, ou, ainda, quanto custa uma aplicação em investimento (é por
este motivo que utilizamos o custo de capital no cálculo do VPL-Valor Presente Líquido,
um dos instrumentos de decisão acerca de projetos, que vimos em Técnicas de
Orçamento de Capital).
Voltando à alavancagem, existem três tipos básicos de alavancagem:
-a alavancagem operacional, que se preocupa com a relação entre as vendas da empresa
e seus lucros, antes dos juros e do imposto de renda, o que chamamos de LAJIR (Lucro
Antes dos Juros e Imposto de Renda). LAJIR é o próprio Lucro Operacional);
-a alavancagem financeira, que se preocupa com o relacionamento entre o LAJIR e seus
resultados sobre as ações ordinárias(LPA, ou Lucro Por Ação);
28
-e a alavancagem total, que se preocupa com o relacionamento entre as receitas de
vendas da empresa e o LPA.
Na literatura de finanças, é comum a utilização de um demonstrativo muito interessante
sobre os tipos de alavancagem e sua relação com as contas da empresa, que
reproduzimos a seguir:
Receita de vendas
Alavancagem
menos custo produtos vendidos
Operacional
Lucro bruto
Menos despesas operacionais
LAJIR
Alavancagem
Menos juros
Lucro Líquido antes do IR
Alavancagem
Menos IR
Financeira
Lucro Líquido após IR
Menos: dividendos ações
Preferenciais
Lucro disponível p/acionistas de
Ações ordinárias
Lucro por ação
Total
29
Alavancagem Financeira
Alguns autores definem alavancagem financeira como o potencial de uso de custos fixos
financeiros para maximizar os efeitos de variações em lucros antes de juros e imposto de
renda nos lucros por ação da empresa. Este conceito é melhor entendido com um
exemplo:
Determinada empresa espera um LAJIR de R$ 10.000,00 para este ano. Ela tem uma
dívida que lhe toma, por ano, R$ 2.000,00 de juros. Como a empresa é sociedade
anônima, paga dividendos, que são de R$ 2.400,00 (já definidos pela diretoria) . O
Imposto de Renda é de 40% sobre o lucro líquido. São 1.000 ações. Pensemos nas
seguintes hipóteses:
Caso 1: se houver um aumento de 40% no LAJIR (de R$ 10.000 para R$ 14.000) resulta
em 100% de aumento nos lucros por ação (R$ 2,40 para R$ 4,80) ;
Caso 2: uma diminuição de 40% no LAJIR (de R$ 10.000 para R$ 6.000) resulta em uma
diminuição de 100% nos lucros por ação (de R$ 2,40 para R$ 0) .
CASO 1
-40%
CASO 2
+40%
LAJIR
6.000
10.000
14.000
Menos juros
2.000
2.000
2.000
Lucro líquido antes IR
4.000
8.000
12.000
Menos IR (40%)
1.600
3.200
Lucro líquido após IR
2.400
Menos dividendos ações PN
2.400
Lucro disponível aos acionistas ON
0
4.800
2.400
2.400
4.800
7.200
2.400
4.800
30
Lucro por ação (LPA)
0
2,40
-100%
4,80 .
+100%
O Grau de Alavancagem Financeira (GAF) é a medida numérica da alavancagem
financeira de uma empresa e é apurado pela seguinte fórmula:
GAF = % variação no LPA / percentual de variação no LAJIR
Então:
Caso 1) +100% / + 40% = 2,5
Caso 2) -100% / - 40% = 2,5 .
CONCLUSÃO: EM AMBOS OS CASOS, O ÍNDICE É MAIOR DO QUE 1 . PORTANTO,
HÁ ALAVANCAGEM FINANCEIRA.
31
RISCO E RETORNO
O conceito de que o retorno deve aumentar se o risco aumenta é fundamental
para a administração moderna e as finanças. Essa relação é regularmente
observada nos mercados financeiros, com a velha máxima dizendo que “quanto
maior o risco maior a possibilidade de retorno, e vice-versa”.
Definição de risco
No sentido mais básico, risco é a chance de perda financeira, se bem que, em teoria,
pode-se ver pelo outro lado, de chance de ganhos (em geral, só se pensa em risco pelo
lado negativo). Alguns autores conceituam risco como “a incerteza medida em números”.
O termo “risco” é usado com incerteza ao se referir à variabilidade de retornos associada
a um dado ativo. Por exemplo, um título do governo que garanta ao seu portador R$
100,00 após 30 dias não tem risco de oscilação de valor de retorno, uma vez que é
prefixado. Já uma ação de uma empresa embute o risco das oscilações do mercado.
Quanto mais certo for o retorno de um ativo, menor será a variabilidade do mesmo, e, por
conseguinte, menor será o risco.
Definição de retorno
Retorno é o total de ganhos ou perdas ocorrido através de um dado período de
tempo. Em geral, é mensurado como a variação no valor mais quaisquer
distribuições ou agregações de caixa durante o período, expresso como uma
percentagem do valor de investimento de início do período. A taxa de retorno é
expressa pela seguinte equação:
Pt - Pta + C
32
K = ----------------------Pta
Sendo:
K = taxa de retorno durante o período (esperada ou exigida) ;
Pt = preço ou valor do ativo no tempo t
Pta = preço ou valor do ativo no tempo anterior ;
C = fluxo de caixa recebido do investimento do ativo em todo o período de tempo, que vai
de ta(tempo anterior) a t (tempo atual)
Exemplo:
Uma loja de jogos eletrônicos gostaria de determinar o retorno de duas de suas máquinas
de jogos eletrônicos. A máquina A foi comprada há 1 ano por R$ 20.000,00 e atualmente
tem um valor de mercado de R4 1.500,00. Durante o ano, ela gerou R$ 800,00 de
receitas, após os impostos. A máquina B foi comprada há 4 anos, e seu valor caiu de R$
12.000,00 para R$ 11.800,00. Durante o ano, ela gerou R$ 1.700,00 de receitas, após os
impostos. Vamos ver qual o retorno de cada máquina:
Máquina A
K=(21.500 – 20.000 + 800) / 20.000 = 2.300 / 20.000 = 11,5%
Máquina B
K=(11.800 – 12.000 + 1.700) / 12.000 = 1.500 / 12.000 = 12,5% .
Conclusão: a máquina B teve um retorno maior, principalmente por conta de seu fluxo de
caixa superior.
33
Avaliação de risco
O risco pode ser avaliado usando análise de sensibilidade e distribuições de
probabilidades, para olhar o comportamento dos retornos.
Análise de sensibilidade: usa um número de estimativas de retornos possíveis para obter
uma percepção de variabilidade entre os resultados. Um método comum envolve a
estimativa (pior), o mais provável (esperados) e o otimista, melhor, associado a um ativo.
Nesse caso, O RISCO PODE SER MENSURADO PELO INTERVALO, QUE É ACHADO
AO SE SUBTRAIR O RESULTADO PESSIMISTA DO RESULTADO OTIMISTA.
Exemplo: determinada companhia tem dois projetos de investimentos, A e B. Cada um
exige um aporte inicial de R$ 10.000,00 e cada um tem uma taxa de retorno anual mais
provável de 15%. Para avaliar o risco de cada uma dessas alternativas, a administração
fez estimativas pessimistas e otimistas dos resultados. O projeto A variou entre 17% e
13% (portanto, um intervalo de 4%) e o B de 26% e de 7%, respectivamente nas visões
otimista e pessimista. O ativo A aparenta ser menos arriscado que o ativo B, pois seu
intervalo (4%) é menor.
Apesar de o uso de análise de sensibilidade e o intervalo serem métodos um tanto
grosseiros e simples, fornecem ao gestor uma percepção voltada para a sua decisão.
A distribuição de probabilidade é um modelo que relaciona probabilidades com os
resultados associados. O tipo mais simples é o diagrama de barras. Há também a
distribuição contínua de probabilidades. Os gráficos serão mostrados em sala de aula.
Medidas de risco
Adicionalmente ao seu intervalo, o risco de um ativo pode ser mensurado
quantitativamente usando a estatística. Veremos dois instrumentos, o desvio
padrão e o coeficiente de variabilidade.
O indicador estatístico mais comum do risco de um ativo é o desvio padrão, que
menciona a dispersão, em torno do valor esperado.
34
Já o coeficiente de variação (CV) é uma medida de dispersão que é útil ao se
comparar o risco de ativos com retornos distintos esperados.
Teremos exemplificação no decorrer da aula.
Risco de um portfólio
O risco de qualquer investimento proposto em um únicoa ativo não deve ser visto
independentemente de outros ativos. Novos investimentos devem ser
considerados sob a luz de seu impacto sob o risco e retorno do portfólio de ativos.
A meta do administrador financeiro é criar um portfólio eficiente, que maximize o
retorno para um dado nível de risco ou minimize o risco para um dado nível de
retorno.
Usa-se a correlação para determinar a medida. Correlação é uma medida
estatística da relação, se existir, entre as séries de números representando dados
de qualquer tipo. Se duas séries se movem na mesma direção, elas são
correlacionadas positivamente. Se as séries se movem em direções opostas, são
correlacionadas negativamente.
O grau de correlação é mensurado pelo coeficiente de correlação, que tem um
intervalo de +1 para séries com correlação positiva perfeita a –1 para séries com
correlação negativa perfeita. As séries correlacionadas perfeita e positivamente se
movem exatamente juntas; as séries correlacionadas perfeita e negativamente se
movem em direções exatamente opostas.
35
ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO DAS SOBRAS DE CAIXA
ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTOS FINANCEIROS PARA AS EMPRESAS
BOLSAS DE VALORES E AÇÕES
Há um termo curioso, que é muito citado quando se fala em bolsa de valores. É
pregão. Pregão é a sessão durante a qual se negociam as ações. Mas ele não
precisa ser realizado dentro do prédio da bolsa. Há o chamado “pregão
eletrônico”. Por que a bolsa é importante? Ora, porque ela permite que recursos
possam ser direcionados para um investimento.
A principal bolsa de valores brasileira é a Bolsa de Valores de São Paulo, também
conhecida como Bovespa. Há também a SOMA, que é a Sociedade Operadora
do Mercado de Ativos, criada em 1996 e que tem todas as suas transações por
meio eletrônico(o mercado de balcão organizado, como veremos adiante).
A Bovespa não disponibiliza apenas um mercado, mas três: o mercado à vista, o
mercado a termo e o mercado de opções. No mercado à vista,, o vendedor
entrega as ações ao comprador no segundo dia útil após a realização do negócio,
recebendo o dinheiro no terceiro dia útil após a negociação. No mercado a
termo, que é um mercado futuro, onde os vencimentos são acertados entre as
partes para, geralmente, 30, 60 ou 90 dias, chegando a 180 dias. Já no mercado
de opções, os investidores negociam as opções de compra ou de venda, que
representam o direito de comprar ou de vender determinada ação por um preço
preestabelecido, em determinada data, o chamado “dia de vencimento das
opções”.
A ação representa a menor parcela em que se divide o capital da empresa. Quem
compra uma ação passa a ser dono da empresa, sócio do negócio, ou, de
maneira mais apropriada, passa a ser co-proprietário. Como todos os donos, ele
passa a ter direito à participação nos resultados, mas, em contrapartida, assume
os riscos inerentes à aplicação de seu dinheiro nessa modalidade.
Ação não tem vencimento, nem valor final. Quem fixa o seu preço é o mercado,
com base na percepção de risco e de retorno. Podem ser emitidas sob a forma
física de cautelas ou certificados, ou da forma mais comum hoje em dia, a
eletrônica, também chamada de “escritural”. Podem ser negociadas a qualquer
instante, ou numa bolsa de valores ou num mercado de balcão(mercado
informal).
Quando se fala em cotação, entende-se o preço pelo qual a ação é negociada
nas bolsas de valores ou mercado de balcão organizado.
36
Lote-padrão é uma quantidade de ações, com as mesmas características,
considerada ideal para negociação. Podem ser comercializadas quantidades
inferiores ao lote padrão, mas aí dizemos que essas ações são negociadas no
“mercado fracionário” (que possui características próprias de cotações).
Algumas empresas costumam fazer “inplit”, outras, “split”. O inplit é também
chamado de grupamento(quando, por exemplo, 1.000 ações se tornam 1 , e, em
termos práticos, consiste na redução de ações que estão no mercado (num
processo de aglunitação, de ajuntamento, como o próprio nome permite
entender). No inplit, o número de ações diminui, mas o capital social não se
altera. Portanto, há uma elevação do valor unitário das ações.
Contrário do implit é o split. Split é um desdobramento de ações (quando, por
exemplo, 1 ação se transforme em 1.000). Também não há alteração do capital
da empresa, o que leva, logicamente, a uma diminuição nominal do valor da ação.
Tipos de ações
As ações podem ser ordinárias ou preferenciais. As ordinárias conferem ao
seu detentor o direito de voto nas assembléias gerais. As preferenciais, como o
próprio nome diz, garantem ao acionista a preferência na distribuição dos
dividendos.
Outra classificação feita pelo mercado é com relação à liquidez dos papéis.
Liquidez é a capacidade que um ativo possui de se transformar em dinheiro. Uma
ação muito líquida é chamada de “blue chip”, ou “ação de primeira linha”. As
ações de empresas menores, com menor liquidez, são chamadas de “ações de
segunda linha”, ou “small caps” .
Mercados
O Mercado de Ações é uma parte do grande Mercado de Capitais. É onde
ocorrem as compras e vendas das ações, que nada mais são do que
participações no capital das sociedades anônimas.
O Mercado de Ações pode ser classificado em :
-Mercado Primário: onde ocorre a primeira colocação pública dos títulos de uma
sociedade anônima, também chamada de underwriting. É no mercado primário
que acontece a captação de recursos para as empresas emissoras dos papéis.
-Mercado Secundário: a bolsa de valores é um exemplo de mercado secundário.
No mercado secundário são negociadas ações entre pessoas, e não diretamente
com a empresa emissora. Portanto, não há transferência de recursos para as
emissoras. O acionista assume o risco do preço.
-Mercado de Balcão: operações fechadas fora das bolsas, fechadas diretamente
entre as partes interessadas em vender e comprar, podendo haver intermediação
37
das instituições financeiras. Existe, no Brasil, o Mercado de Balcão Organizado,
que é administrado pela SOMA-Sociedade Operadora do Mercado de Ativos, e
tem como objetivo oferecer um ambiente eletrônico para negociação de ações e
demais ativos financeiros no mercado.
Vale a pena investir em ações ?
O mercado de ações é um mercado de riscos. Isto é inegável. Mas não se pode
atribuir apenas ao mercado eventuais perdas. Muitas vezes, o maior culpado é o
próprio investidor, que não se planeja e não conhece o mercado acionário
suficientemente. Muitas vezes, vai afoito ao mercado, ou num momento de
empolgação, depois de subidas fortes da bolsa (ele vai, quando, na verdade,
deveria estar voltando).
É bom lembrar que os investimentos em ações têm se mostrado muito atraentes
no longo prazo. Ah, longo prazo... Investimentos em ações não são exatamente
os mais indicados para o curto prazo. E mais: por suas características, não devem
ser destinados a eles o dinheiro que vai, em pouco tempo, pagar a escola das
crianças, impostos ou outras obrigações. O dinheiro para um investimento em
ações deve ser aquele que não tem data para ser utilizado. Sem esse
compromisso, as oportunidades aparecerão com mais facilidade. E o investidor
pode aproveitar os bons momentos do mercado. E evitar os maus...
Os índices do mercado de ações
Sempre ouvimos falar de Ibovespa, Dow Jones, Nasdaq. O que representariam
esses nomes?
Eles são os índices de ações, em bolsas de valores espalhadas pelo mundo. Sua
função é servir como referência para as aplicações nesse mercado. Cada índice é
formado por um grupo de ações, conforme veremos a seguir, e podem dar a idéia
de como um grupo se comportou em relação a outro.
O principal índice de ações do mercado brasileiro é o Ibovespa . Ele mede o
comportamento das ações mais negociadas na Bolsa de São Paulo. É composto
pelas ações que participaram de, pelo menos, 80% dos pregões (que são as
sessões da Bolsa) e cujo volume de negociação chegou a, pelo menos, 0,1% de
todos os negócios feitos na Bolsa, no espaço de 1 ano. A avaliação é feita a cada
quatro meses. Ou seja, de quatro em quatro meses, a carteira pode mudar,
podem entrar e sair ações, conforme seu desempenho naquele mercado. O
número de empresas pode variar, pois entram no índice todas as que atingiram o
patamar citado. Atualmente, pouco mais de 50 ações o compõem.
O IBrX também é calculado pela Bolsa de Valores de São Paulo. É o Índice
Brasil/Bovespa. Mede o desempenho das 100 ações mais negociadas na Bolsa,
em número de negócios e volume financeiro. Ela tem um “filho”, o IBrX-50, que,
como pode se depreender pelo número colocado à frente da denominação, mede
38
o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de 50 empresas,
selecionadas entre as mais negociadas na Bovespa, ponderadas pelo valor de
mercado da ações.
Existem, também, os chamados “índices setoriais”, como o IEE , ou Índice
Setorial de Energia Elétrica, que acompanha o desempenho das ações das
principais empresas de energia elétrica do país. Também há o ITEL, o Índice
Setorial de Telecomunicações, que mede o comportamento das principais
empresas de telecomunicações brasileiras.
Mas não é só Bolsa que calcula indicadores de ações. A Fundação Getúlio
Vargas, centro de referência nos estudos econômicos brasileiros, calcula o FGV100, que avalia o desempenho das 100 empresas privadas não-financeiras mais
capitalizadas, que têm ações negociadas na Bolsa paulista.
No âmbito internacional, os índices mais falados são o Dow Jones Industrial
Average (DJIA) e o Nasdaq Composite Index. O Dow Jones mede as variações
dos preços das 30 ações mais negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque.
O Nasdaq mede o valor de mercado das ações (todas) negociadas na Nasdaq,
que é a sigla de National Association of Securities Dealers Automated Quotation,
que é a principal instituição americana operando no mercado de balcão. A
Nasdaq é conhecida por negociar ações das maiores empresas de tecnologia,
como Microsoft, Intel, Yahoo, Dell Computer, etc. São negociadas ações de cerca
de 4.700 empresas.
As oscilações dos preços das ações nas bolsas da valores
Oscilações todos os dias, todos os momentos, acontecem. Uma das
características do mercado acionário é exatamente a oscilação de preços, com
base na oferta e demanda de ações (aliás, a bolsa de valores é um dos mercados
onde mais perfeitamente se observa a Lei da Oferta e da Demanda, que é um dos
pilares da economia). Às vezes, as oscilações são muito fortes, com grandes altas
ou grandes baixas. Aí, acontece o óbvio: quando as ações caem demais, e ficam
atrativas pois seu preço ficou barato, há um movimento de compras, o que faz
com que subam. Quanto estão altos demais, é normal que haja o que o mercado
conhece como “realização de lucros”, ou seja, a venda das ações por aqueles que
as compraram mais baratas, e agora, com a valorização, querem embolsar a
valorização.
Uma das funções dos analistas das empresas é se debruçar sobre os balanços,
demonstrações diversas e notícias. Aí, observam receitas, despesas e lucros, a
partir do que determinam o chamado “preço-alvo” do papel. Após essa tarefa,
comparam esse preço ao valor que a ação está valendo no mercado. Se o preço
do mercado está abaixo do preço-alvo(também chamado de “preço justo”) é hora
de comprar; se está ocorrendo o contrário, ou seja, quando o preço de mercado
está acima do preço justo, é hora de vender.
39
Mas não são apenas as perspectivas do desempenho da companhia que
determinam a alta ou a baixa de um papel. Há outros fatores, como riscos da
economia ou fatores externos.
De qualquer forma, qualquer decisão de compra ou venda de uma ação deve
levar em conta a estratégia de investimento do dono do dinheiro. Enfim, juntam-se
percepções e decisões do investidor, com notícias do mercado e análises dos
especialistas.
Os dividendos
Quem entra no mercado acionário, em geral busca duas coisas: a primeira é a
valorização do papel que adquiriu. Em segundo lugar, caso tenha a intenção de
permanecer investido durante algum tempo naquele papel, deseja auferir lucros,
que, no caso das ações, são os dividendos (dividendos são os lucros da
companhia divididos por ação). Segundo a legislação brasileira, uma empresa
aberta (que tem ações negociadas em bolsa) deve distribuir no mínimo 25% sob a
forma de dividendos( o restante normalmente vai para os projetos de investimento
e expansão).
Existe um índice que mede o retorno em forma de dividendos. É o “dividend
yield”. É um instrumento de avaliação, sim, mas deve ser tomado com cuidado e
reservas, uma vez que se trata de uma fração, em que o numerador é o dividendo
pago e o denominador, o preço da ação. Ora, mesmo se o dividendo não for
grande coisa, mas o preço da ação estiver lá embaixo, a conta vai dar um baita
dividendo yield, não retratando, necessariamente, que a ação é interessante.
OS FUNDOS DE INVESTIMENTO
Fundos de investimento são uma espécie de condomínio, onde pessoas se
reúnem para aplicar seu dinheiro em determinado tipo de ativo (ou em vários). Os
fundos democratizaram sobremaneira as aplicações financeiras. No entanto,
muitos aplicam seus recursos nesse tipo de produto financeiro sem saber
exatamente como funcionam. Daí a possibilidade de alguns sustos, como os
relacionados com a marcação a mercado, que é a precificação dos papéis que os
compõem .
Mas os fundos não são feitos apenas para pequenos investidores. Existem os
grandes aplicadores, que detêm tanto os fundos de varejo, quanto os chamados
“fundos exclusivos”, ou as “carteiras administradas”.
Existem duas grandes famílias de fundos de investimento: os de renda fixa e os
de renda variável. Nos de renda fixa, estão os prefixados e os posfixados. Nos de
renda variável, os de ações e os que trabalham com os derivativos (operações
que derivam de outras operações).
40
Fundos de renda fixa
Os fundos de renda fixa podem ser compostos de papéis prefixados ou
posfixados.
Os posfixados são também conhecidos como Fundos DI. Eles seguem a
tendência das taxas de juros do mercado, ou seja, se os juros subirem, eles
tendem a subir; se as taxas caírem, eles caem junto. São considerados os fundos
mais conservadores. Mas serão ainda mais conservadores se aplicarem em
títulos do governo federal, pois o risco de que o emissor (no caso, o governo
federal) não honre seus compromissos é muito baixo.
Os prefixados são fundos que podem aplicar em papéis prefixados (papéis
prefixados são aqueles cuja remuneração fixa é acertada previamente, no ato da
contratação). Esses papéis podem ser públicos ou privados, e, naturalmente,
quanto maior o risco do papel, maior será a taxa de juro. Um ponto a ser
considerado é a possibilidade de oscilação das taxas. Como esses fundos têm
papéis com remuneração já fixada, ou seja, que não mudam, se as taxas da
economia subirem, eles não acompanharão, registrando perdas. Mas, se as taxas
caírem, eles serão beneficiados.
Fundos de renda variável
Os fundos de renda variável podem ser compostos por ações ou derivativos.
Os fundos de ações devem ter, pelo menos, 51% de sua carteira aplicada em
ações e podem seguir diversas linhas. Podem ser fundos relacionados a algum
benchmark (ponto de referência), como o Ibovespa, ou setoriais, como os fundos
de ações de telecomunicações, energia, etc. Podem, também, ser compostos das
ações de segunda linha, as chamadas “small caps”, ou as de maior liquidez, as
“blue chips”.
Os fundos de derivativos são os que usam os derivativos, principalmente os
contratos futuros e de opções. Existem também os “derivativos agressivos”, ou
chamados “tarja preta” que, em geral, usam os derivativos para alavancar suas
aplicações. Alavancagem é a utilização de valores superiores ao capital, como
tentativa de aumento dos ganhos. O problema é que se tornam aplicações de alto
risco.
Existem, ainda, fundos que misturam tudo, renda fixa com renda variável, ou seja,
papéis de mercado à vista, mercado futuro e derivativos, ou, ainda, câmbio, bolsa
e juros. São os chamados “multimercados” ou “multicarteira”. Possuem as mais
diversas configurações. Quem neles aplicar deve conhecer em profundidade suas
políticas de investimento e avaliar seus riscos.
Aliás, por falar em política de investimento, é direito e dever do investidor saber
onde está aplicando seu dinheiro. Não basta, por exemplo, saber a composição
41
atual da carteira de um fundo, uma vez que ela é mutável, é dinâmica, pode ser
alterada daqui a instantes. O importante é conhecer a política de investimento, ou
seja, os objetivos do fundo e os percentuais máximos de aplicação em cada tipo
de papel. O aplicador deve ler, com atenção, e analisar, o regulamento do fundo.
Antes da aplicação, não se esqueça de:
-saber quem são e avaliar os gestores: os gestores podem ser independentes ou
ligados a conglomerados financeiros. Conhecê-los é fundamental, e medir seu
desempenho em administração de outros fundos é prudente, se bem que
rendimento passado não é garantia de rentabilidade futura, mas, pelo menos,
expõe as suas últimas atuações, é um indicativo da competência do gestor. O
gestor tem todo o interesse de que o patrimônio do fundo cresça o máximo
possível, principalmente porque sua remuneração, chamada de “taxa de
administração” é calculada sobre todo o bolo, ou seja, sobre o montante
existente. Portanto, quanto mais o fundo crescer, mais o gestor vai ganhar. É a
garantia de que ele se esforçará o máximo para proporcionar um bom
desempenho à aplicação;
-ler os regulamentos: leia-os com atenção. Se precisar, peça ajuda a
especialistas, professores, etc, mas não aplique no escuro. Além disso, prefira os
regulamentos bem explicadinhos. Os muito genéricos não são muito bons para o
entendimento dos limites dos gestores;
-avalie a volatilidade da aplicação: volatilidade é uma das principais medidas de
risco. Mede a oscilação de uma carteira, para cima e para baixo. Quanto maior a
oscilação, maior o risco da carteira;
-verifique a taxa de administração: a taxa de administração é o preço que o
investidor vai pagar para alguém administrar sua carteira. E não se engane com
os níveis, procure outras formas de avaliação. Taxas baixas não significam
necessariamente rentabilidade maior, da mesma forma que taxas altas não
querem dizer que a qualidade da gestão é melhor. E veja se existem outras taxas
que oneram o rendimento, como taxa de performance, de saída, etc.
Os riscos de um fundo
Todas as aplicações financeiras têm seus riscos. Mas os riscos gerais da família
dos fundos de investimento começam no fato de eles não estarem protegidos
pelo FGC.
FGC é a sigla de Fundo Garantidor de Crédito, que é aquela garantia dada pelo
governo para, no caso de quebra de uma instituição financeira, o cliente receber,
num curto espaço de tempo após a liquidação do banco, até o limite de R$ 20 mil
por CPF ou CNPJ (o restante, se houver, fica para o processo normal de
liquidação). Esse seguro beneficia os clientes dos depósitos à vista e os
aplicadores em caderneta de poupança, depósitos a prazo (CDB / RDB), letras
hipotecárias, etc, mas não atinge os fundos de investimento. Isso porque o
42
legislador entende que o banco é simples administrador dos recursos que lhe
foram confiados por terceiros. Ou seja, ao contrário de outras aplicações, o
dinheiro dos fundos não entra no passivo dos bancos. A instituição financeira
somente pode usar o dinheiro captado nos fundos de investimento para aplicar
em papéis para o próprio fundo, e não para, por exemplo, emprestar. Há uma
divisão em administração de recursos próprios (que é o dinheiro que entra e que
é trabalhado e emprestado pelos bancos) e administração de recursos de
terceiros (em que as pessoas entregam seu dinheiro aos bancos, como no caso
dos fundos, remunerando-os com uma comissão, chamada de “taxa de
administração”). Em tese, um banco pode estar muito bem, e um de seus fundos
muito mal, e vice-versa: o fundo pode ir muito bem, e o banco ... se arrastando.
Se bem que essa última situação é difícil, mas possível de acontecer.
Bem, esse é um risco genérico. Mas existem outros, como o do rendimento dos
papéis. O que determina os ganhos e as perdas de um fundo é a valorização (ou
desvalorização ) dos papéis que estão nele. Por exemplo, se um fundo de ações
tem papéis de uma empresa que, por algum motivo, experimentou queda de
preços na bolsa de valores, certamente o fundo se desvalorizará.
Muitos fundos têm travas, ou seja, limitadores de perdas, mas outros não as
possuem, principalmente os de maior risco. Portanto, na teoria, é possível um
fundo chegar a zero, se todas as suas aplicações forem mal-sucedidas. E mais:
pode ocorrer de os cotistas serem chamados a completar o capital do fundo. Mas,
calma: tudo isso tem que estar previsto no regulamento do fundo.
Bem, vamos falar dos riscos dos rendimentos. Por exemplo, quando os juros
sobem, as cotas dos fundos que possuem papéis prefixados tendem a cair. Por
que isso ocorre? Todos os dias, todos os papéis que estão nos fundos de
investimento devem ser precificados, devem receber um “valor do dia”, naquilo
que chamamos de “marcação a mercado”(determinação de preço por aquilo que
o mercado está pagando naquele papel). Se o papel que o fundo possui está
recebendo um juro menor do que os juros do mercado, o gestor precisa fazer um
ajuste no preço desse papel, dando uma espécie de desconto no preço do título,
para que caibam nele os juros maiores. Da mesma forma, se os juros dos papéis
forem maiores do que os juros atuais do mercado, o preço do papel será ajustado
também, mas para cima.
É essencial lembrar – ponto fundamental num planejamento – que a tributação
incidente sobre os fundos de investimento de qualquer tipo é de 20% sobre o
rendimento bruto nominal (Imposto de Renda)(a partir de 2005 variará conforme o
tempo em que o dinheiro ficará aplicado). Quanto ao IOF, ele incide somente
sobre os fundos de renda fixa (renda variável não tem IOF), conforme a tabela
regressiva para aplicações financeiras (que vai de 96% no primeiro dia de
aplicação, chegando a zero no trigésimo dia). Para todos eles incide, ainda, a
CPMF, cujo fato gerador é o débito na conta de depósitos. E, para qualquer
aplicação, há a necessidade de se fazer um débito na conta de depósitos.
43
TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS
Eles estão, de maneira muito ampla, nos fundos de investimento de renda fixa
(aliás, no Brasil, os fundos de renda fixa têm basicamente três tipos de papéis,
que são os títulos públicos federais, as debêntures e os CDBs). Estima-se que os
fundos de renda fixa vendidos no varejo dos grandes bancos tenham, em média,
80% de seu patrimônio aplicados em TPF, que são os papéis mais conservadores
que existem no país, uma vez que o risco de calote por parte do governo federal
é mínimo.
Títulos Públicos Federais são títulos representativos da dívida interna do governo
federal. Eles foram emitidos pelo governo, com o objetivo de fazer política
monetária ou política fiscal (ou seja: para regular a liquidez da economia, ou para
conseguir recursos para fins específicos).
Portanto, quem aplica num fundo de investimento de renda fixa está,
indiretamente, aplicando em títulos públicos federais. Mas é possível comprá-los
fora do ambiente dos fundos. Para quem quer – e pode – aplicar até R$ 200 mil
por mês nesses papéis, a compra pode ser feita através do Tesouro Direto, que é
um programa da Secretaria do Tesouro Nacional para a compra e venda desses
títulos. Tudo é feito via internet. A pessoa entra no site do Tesouro (ou nos sites
dos bancos conveniados, que têm link com o Tesouro), preenche uma ficha de
cadastro, e, assim que receber a senha da CBLC (Companhia Brasileira de
Liquidação e Custódia, que coordena a parte operacional), pode operar. Como foi
dito, a pessoa pode comprar até R$ 200 mil por mês nesse sistema (o valor
mínimo para compra é de R$ 200,00). Basta escolher o título, nomear um banco
custodiante e fechar o negócio. O Tesouro recompra os títulos que ele vendeu,
mas apenas uma vez na semana, às quartas-feiras. Portanto, a liquidez não é
ampla, geral e irrestrita. O Imposto de Renda é de 20% sobre o rendimento bruto
nominal, e se o saque for feito antes do 30 o. dia de aplicação, haverá também a
incidência de IOF, conforme a tabela regressiva desse tributo (vai diminuindo à
medida que o tempo passa, chegando à alíquota zero no 30o. dia de aplicação).
E para quem deseja aplicar mais de R$ 200 mil ? É possível, mas, nesse caso, a
mesa de operações da instituição financeira escolhida conduzirá o processo,
intermediando a compra junto ao Tesouro Nacional.
São os seguintes os principais títulos públicos federais em circulação:
-LTN – Letras do Tesouro Nacional, prefixados ;
-LFT – Letras Financeiras do Tesouro, posfixados, remunerados pela taxa média
dos títulos federais registrados na Selic (que é o Sistema Especial de Liquidação
e Custódia, que custodia – ou seja, guarda – os títulos públicos negociados no
mercado e também faz a liquidação financeira dessas operações) ;
44
NTN – Notas do Tesouro Nacional, que possui várias séries e vários tipos de
remuneração, que vão desde a variação cambial, até índices de preços (inflação),
como o IGP-M e o IPCA.
CDB
Estas três letrinhas significam Certificado de Depósito Bancário. É um papel
emitido pelos bancos, representativos de uma aplicação financeira, e que paga
uma remuneração. Existem CDBs de vários prazos. Ao contrário da caderneta de
poupança e dos fundos de investimento, cujos rendimentos são iguais para todos
os aplicadores, as remunerações dos CDB são negociadas caso a caso entre o
cliente e o gerente do banco, podendo variar conforme o montante da aplicação
ou do nível de relacionamento do investidor com a instituição financeira.
Os CDB também estão presentes nos fundos de renda fixa. A tributação é de
20% sobre o rendimento bruto nominal (Imposto de Renda) e existem
modalidades que permitem resgates parciais, ou seja, antes do vencimento.
Nesse caso, se o resgate for antes de 30 dias, ainda há a incidência do IOF.
Também tem a CPMF, que é cobrada no ato da aplicação.
CADERNETA DE POUPANÇA
A mais popular das aplicações financeiras brasileiras, seja pela simplicidade, seja
pelo tempo em que está no mercado. Na forma atual, existe desde 1968, e
sobreviveu a regimes e planos econômicos. Apenas uma vez, teve seu conceito
de segurança abalado: no início do Governo Collor, seus recursos foram
confiscados, para devolução posterior, em parcelas.
Rende TR + 0,5% ao mês, ou TR + 6,17% ao ano. Não paga Imposto de Renda,
nem IOF, e a CPMF é devolvida, na forma de acréscimo sobre os rendimentos,
após cerca de 90 dias da aplicação. Para as empresas, o rendimento é creditado
trimestralmente, mas a base mensal é a mesma.
DEBÊNTURES
Debêntures são títulos emitidos por empresas não-financeiras, geralmente para
angariar recursos para os seus projetos de ampliação e expansão. Geralmente,
estão presentes nas carteiras dos fundos de investimento. São papéis de renda
fixa (têm um vencimento e um valor de resgate). São de longo prazo, no mínimo
com um ano de vigência. Pagam Imposto de Renda de 20%, mais CPMF no ato
da aplicação. Como são de longo prazo, escapam do IOF.
Podem ser de dois tipos: conversíveis ou não conversíveis. As conversíveis são
aquelas (sim, debênture é palavra feminina) que permitem ao seu detentor
45
escolher, no vencimento do papel, se quer receber em dinheiro ou em ações (por
isso são chamadas de “conversíveis”, pois podem ser convertidas em ações). As
não conversíveis podem ser recebidas apenas em dinheiro.
46
VALUATION – LÂMINAS POWER POINT
47
ORÇAMENTO
DISCIPLINA “PLANEJAMENTO E
CONTROLE FINANCEIRO”
2015
PROFESSOR MÁRCIO DE SOUZA E SILVA
48
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
49
ORÇAMENTO EMPRESARIAL – INTRODUÇÃO
De uma maneira geral, orçamento é todo o cálculo da receita a ser arrecadada
e de todas as despesas a serem efetuadas durante um exercício contábil-financeiro.
O orçamento é o instrumento básico, por excelência, para a execução do
planejamento e do controle econômico-financeiro, a curto, médio e longo prazo.
Pode ser definido também como um conjunto de técnicas que permitem
planejar e controlar as atividades de uma empresa, em quase todas as áreas onde se
preparar para o futuro seja importante.
Pode-se dizer ainda que o orçamento é uma contabilidade voltada para o
futuro, pois enquanto a contabilidade registra informações sobre as atividades
passadas (até o presente), o orçamento sistematiza dados sobre a atividade futura de
uma organização.
O orçamento nada mais é que um plano escrito, expresso em termos de
unidades físicas e/ou monetárias. A complexidade do processo orçamentário, e os
seus detalhes de elaboração, poderão variar de empresa para empresa, porém na sua
essência, serão semelhantes.
Orçamento, portanto, pode ser definido como o instrumento que descreve um
plano geral de operações e/ou de investimentos, orientado pelos objetivos e pelas
metas traçadas, pela alta cúpula diretiva, para um período de tempo determinado, e
em sintonia com os recursos disponíveis para o período em questão.
Assim, pode-se distinguir três etapas básicas na técnica orçamentária:



A fixação dos objetivos técnicos e financeiros;
A previsão dos recursos e atividades necessárias, em quantidades e em
valores monetários (físico-financeiro);
O acompanhamento e controle, pela comparação do previsto com o
realizado.
50
Existem inúmeros tipos de orçamento dentro de uma empresa (de vendas, de
produção, de caixa, de material, etc), mas de um modo mais genérico, tratamos como
orçamento empresarial àquele que tem os seguintes itens orçamentários:
1. Orçamento Operacional
2. Orçamento de Investimentos
Estes por sua vez, estão sustentados no:
A. Orçamento Econômico;
B. Orçamento Financeiro;
C. Balanço Patrimonial.
O orçamento pode ser estudado em vários estágios, dependendo da
ótica que se quer desenvolvê-lo, mas principalmente do tipo de atividade
econômica e do porte da empresa na qual ele será elaborado, implantado /
implementado, avaliado e controlado. Entre os principais estágios, se
encontram:
A. Estágio Operacional: engloba a elaboração dos orçamentos que
constituem o plano geral de operações de uma empresa (produção,
vendas, despesas operacionais, caixa, demonstrativo de resultados do
exercício e balanço patrimonial) e as respectivas variações de capital de
giro, necessários à toda empresa. É importante salientar, que o Gestor
Financeiro não possui poder de decisão, sobre todos os dados que
compõem o sistema orçamentário global da empresa, mas apesar de não
decidir sobre os níveis de estoques, produção, vendas, etc., ele poderá,
tendo em vista as diversas implicações financeiras envolvidas, influenciar
as decisões operacionais, relativas à esses itens, quando da composição
de um novo orçamento. Portanto, é exigido do Gestor Financeiro, uma
visão ampla, moderna e dinâmica, sobre a organização.
B. Estágio Estratégico: refere-se à parte do orçamento que deve ser
incorporada ao planejamento de curto prazo. O planejamento estratégico
consiste no processo de decidir sobre os objetivos e as metas da empresa,
e suas conseqüentes alterações, sobre os recursos a serem utilizados, para
que os mesmo sejam alcançados, e sobre as políticas a serem adotadas na
aquisição, utilização e distribuição de recursos. Este estágio envolve as
decisões que afetam o capital de giro da empresa, como investimentos em
itens do ativo imobilizado, dividendos a distribuir, captações de recursos em
fontes de longo prazo, etc, portanto, o objetivo do estágio estratégico é
manter um nível desejado de caixa, como margem de segurança para fazer
frente aos riscos dos empreendimentos previstos/planejados, num período
de tempo estipulado.
C. Estágio Tático: ao final dos estágios operacional e estratégico, a empresa
já terá projetado as suas variações e necessidades de capital de giro e, em
51
decorrência, o nível desejável de caixa, que atenderá as necessidades
previstas. Neste estágio, o nível desejado de caixa, apresenta-se como um
dado, igual aos outros, e a única preocupação é que o mesmo se mantenha
em patamares sempre positivos. Conclui-se, daí, que o estágio tático, na
realidade, é o orçamento de caixa da empresa. A necessidade de caixa das
empresas resulta (na maioria das vezes) da falta de sincronização existente
entre os fluxos de ingressos e desembolsos de caixa, e da dificuldade de se
estimar tais fluxos com exatidão. Portanto, cabe ao Gestor Financeiro, fixar
a tática de empréstimos e de aplicações de curto prazo, de modo a manter
o nível “ótimo” de caixa e subsidiar o orçamento, cumprindo, assim o seu
papel.
Período orçamentário: é o tempo que a empresa levará para realizar o seu
ciclo operacional. Neste espaço de tempo ocorrerão todos os fatores e etapas,
planejados/vislumbrados, controles acompanhamentos, reavaliações e tomadas de
novos rumos.



A primeira etapa na elaboração de um orçamento consiste m definir o
horizonte, ou o universo, a ser alcançado pelo planejamento, e por quanto
tempo, isto ocorrerá.
O período orçamentário de uma empresa pode ser determinado por dois
preponderantes: a) os objetivos específicos da empresa; b) natureza e
características de seu negócio.
As empresas mais estruturadas utilizam, com freqüência, vários tipos de
períodos orçamentários, como: a) por um exercício social; b) curto prazo
(até 12 meses); c)médio prazo (de 1 a 3 anos); d) longo prazo (acima de 3
anos).
52
TIPOS DE ORÇAMENTO
A. Orçamento de vendas: por ser a maior fonte de recursos de uma empresa, as
vendas são o fato limitativo da maior parte delas, pois, quando os níveis
esperados não são alcançados vários ajustes se fazem necessários. De
maneira geral, podemos dizer que existem, pelo menos, 3 métodos para se
prever as vendas:
 Experiências anteriores;
 Método de estimativas feito pelos vendedores;
 Métodos estatísticos.
B. Orçamento de Produção: é uma estimativa de quantidade de bens que
devem ser fabricados durante um período pré-determinado. O orçamento de
produção será elaborado após o planejamento de vendas, e tem que mostrar
quantidades físicas de cada produto a ser processado no período orçamentário
em questão. Um eficiente orçamento de produção tem que determinar de
maneira adequada, junto com a área de Administração de Materiais, os tipos
de estoques exigidos para o referido período.
C. Orçamento de Materiais: visa especificar as quantidades previstas de cada
item necessário para executar a produção planejada. Deve tratar das
quantidades (orçamento físico) e dos custos (orçamento financeiro). O
responsável por este orçamento deve fazer parte das decisões do orçamento
de produção. Aqui devem estar previstos, as quantidades de:
 Matérias-primas
 Produtos semi-acabados
 Produtos prontos ou acabados
D. Orçamento de Compras: tem o objetivo de especificar tanto as quantidades a
serem adquiridas, quanto o custo/preço de cada tipo de material e ainda o
período/época em que deverão ser adquiridos.
E. Orçamento de Investimento: tem o objetivo de especificar a quantidade
(física e financeira) necessária que a companhia tem em substituir seus
maquinários, equipamentos, etc... visando manter a produção em operação.
F. Orçamento de mão-de-obra: visa estimar o número de horas de mão-de-obra
alocadas, direta e indiretamente, para que o nível desejado da produção seja
alcançado. Com o cálculo do nº de homens/hora definido bastará
multiplicarmos pelo valor/custo da hora trabalhada para cada categoria
profissional envolvida no processo.
G. Orçamento de Custos Indiretos: este orçamento tem por finalidade
especificar os demais custos necessários à produção, que não são diretamente
identificáveis com os produtos ou serviços.
53
H. Orçamento de Despesas de vendas: visa estimar o montante de todas as
despesas relacionadas com as vendas, distribuição e entrega dos produtos aos
clientes.
I.
Orçamento de Despesas Administrativas: tem por objetivo estimar as
demais despesas de administração que não estejam vinculadas às atividades
de produção e distribuição da empresa.
J. Orçamento de Caixa: é elaborado com o objetivo de projetar as entradas de
caixa e as necessidades de financiamento, além de controlar os recursos
financeiros de uma empresa, durante um período. É um orçamento vital para a
eficácia da empresa.
K. Etc.
54
Elaboração do Orçamento
Para se elaborar um orçamento temos que partir do princípio, que na empresa
deverá haver integração nos diversos setores, que seja nos níveis superiores de
direção, quer seja nos níveis de hierarquia mais baixos, pois em algum momento do
processo de elaboração do orçamento, os ocupantes de tais cargos, irão fornecer
subsídios e/ou tomar decisões, que influenciarão resultado final.
Não se trata de deixar que ele seja elaborado só da base para o topo, mas ter
sempre a preocupação de buscar subsídios e dados reais nos locais onde eles são
mais próximos da realidade organizacional e espelhando a situação econômica do
país.
Na verdade o orçamento pode ser elaborado de cima para baixo, que é do
âmbito geral para o específico (é o que acontece na maioria das empresas) ou de
cima para baixo, que seria dos setores, seções, divisões, departamentos até a alta
direção, mas o ideal é que, seja qual for a forma, seja feito ao mesmo tempo, de
maneira articulada e coordenada, para que não surjam conflitos entre os objetivos da
direção e os objetivos das diversas áreas da empresas.
Num processo de elaboração de orçamento, independente do tipo, será
necessário percorrer os seguintes passos ou etapas:
1. análise da situação existente e de seus pontos críticos;
2. fixação dos objetivos, de acordo com a análise anteriormente efetuada;
3. detalhamento dos objetivos prioritários, e fixação dos objetivos secundários,
com seu detalhamento;
4. determinação das atividades a serem desenvolvidas para atingir estes
objetivos, com seu detalhamento;
5. determinação dos recursos necessários;
6. levantamento dos recursos disponíveis e daqueles que deverão ser obtidos;
7. resumo do orçamento em demonstrações financeiras projetadas (balanço,
resultados, etc);
8. controle das operações correntes a medida em que vão se realizando;
9. análise e explicação das discrepâncias ou variações;
10. avaliação de todo o processo orçamentário.
É necessário ter em mente que, na realidade, a avaliação e reformulação do
orçamento é um ato continuado, ocorrendo a cada fase, o que caracteriza o processo
orçamentário como um processo altamente dinâmico.
55
Portanto, é importante lembrar, que, depois de terminada a fase de elaboração
e ao início do processo de acompanhamento, o orçamento deverá necessariamente
permitir que:


Os valores orçados reflitam a realidade das empresas, para o período
pretendido;
Os valores realizados sejam confrontados com os valores orçados, de
forma direta e constante, sem remanejamento de valores realizados e
apurando os desvios dos dados opostos.
O sistema orçamentário de uma empresa tem que ter a função de espelhar a
movimentação dos valores e recursos que a compõem nas áreas, financeira,
econômica e patrimonial. Isto vai exigir um preparo técnico e bastante profissional dos
responsáveis pela elaboração, coordenação e controle de todos os dados, ali
colocados, pelos diversos órgãos/setores da empresa, e analisados, tabulados e
otimizados pelos encarregados de seu texto final.
Ele deverá ser elaborado modularlamente, ou seja, em partes, e isto vai gerar
uma grande quantidade de mini-orçamentos setoriais, que agrupados, irão compor o
orçamento global da empresa. Tal desmembramento visa facilitar e dar subsídios, para
as tomadas de decisões, que porventura se fizerem necessárias, pois algumas são
vitais e estratégicas para todo o alcance do objetivo proposto. É comum termos dentro
dum orçamento global os orçamentos de:
Receitas. Produção. Insumos. Materiais. Manutenção. Despesas
Administrativas. Mão-de-obra. Aquisição e reposição do ativo. Compras.
Vendas. Impostos e Tributos. Investimentos. Crédito Operacional.
Patrimônio Líquido. Empréstimos/financiamentos. Fluxo de Caixa . etc
Observação: todos os orçamentos acima darão suporte e facilitarão as tomadas de
decisões em áreas vitais para um orçamento, e que dependerão sobremaneira da área
financeira.
Se aos orçamentos acima forem incluídos os orçamentos de ativos,
depreciação, custos e demonstração de resultados, um maior grau de informações
poderá ser obtido, e aí, já teremos dado um grande passo, administrativamente
falando, pois eles oferecerão condições de se precaverem e manter sob controle, com
elevado grau de precisão, a sua posição econômica e financeira, e daí sua
perenidade.
56
As precisões alcançadas com os orçamentos citados só completarão o ciclo
orçamentário da empresa se forem elaborados os orçamentos de geração de caixa, do
balanço projetado e o da origem e aplicação de recursos, vitais para a área contábil.
Ao se estabelecer os critérios para a escolha dos valores para a elaboração do
orçamento, deve-se levar em conta que existem moedas fortes e fracas, instáveis e
estáveis, logo prever a liquidez e rentabilidade das mesmas, deve ser um fato
relevante para o sucesso final da missão de bem orçar.
A elaboração e utilização de orçamentos implicam em facetas tanto de
planejamento quanto de controle, portanto devemos estar cientes que:




Planejar é estabelecer, com antecedência, as ações a serem executadas,
estimar os recursos a serem empregados e definir as correspondentes
atribuições de responsabilidades, de cada envolvido, (em relação a um período
futuro estimado), para que os objetivos consigam chegar à um bom termo.
A fixação desses objetivos é um passo inicial indispensável à todo o processo
desencadeado, mas esta tarefa, em si mesma, só tem sentido diante de
análises prévias de viabilidade, em que a empresa procura identificar a
existência de oportunidades e restrições, seja externas ou internas.
Usam política identifica um conjunto de medidas a serem tomadas, caso se
verifique um dado evento de ocorrência incerta (sazonalidade/acidentalidade).
É uma decisão condicionada, pois já se saberá muito bem o que fazer, mas
nunca se conhece o momento exato do quando fazer, logo as medidas devem
espelhar as conseqüências e os resultados presumidos, para não criar
situações de dificuldades para a empresa.
Ao planejar suas atividades para os anos seguintes e elaborar os orçamentos
correspondentes, o Gestor Financeiro deve dar a destinação dos recursos,
existentes, bem como, apontar as políticas e os programas nele concebidos.
Vantagens de um Orçamento
A existência e utilização do sistema moderno de administração exigem que
objetivos e metas sejam fixados de maneira concreta, e isto introduz o hábito
exame prévio, da análise detalhada e de reavaliações cuidadosas, sem o que,
tomadas de decisões ficam sem embasamento. Este parece ser a vantagem maior
um orçamento, mas existem outras como:


os
do
as
de
Obriga a direção da empresa a dedicar atenção especial, adequada e oportuna
aos efeitos eventualmente causados pelo surgimento de novas condições
externas;
Força todos os envolvidos a elaborarem planos integrados ás outras áreas,
aumentando o grau de participação de cada setor no resultado final fixado;
57










Induz os elaboradores do orçamento a quantificarem e datarem as atividades
pelas quais serão responsáveis, em lugar de limitarem-se à compromissos com
metas ou alvos vagos, imprecisos, improdutivos, pouco rentáveis, e o que é
pior, descompromissado com a realidade;
Reduz o envolvimento da alta cúpula com as operações diária, através da
delegação de poderes e de autonomia que refletirão, positivamente, no
orçamento;
Exige a definição prévia de objetivos detalhados;
Exige que as funções de cada órgão e de cada empregado sejam claramente
definidas;
Exige ainda um sistema de informações racional e eficiente;
Informa e aponta as necessidades futuras de recursos;
Prevê os financiamentos necessários e suas fontes;
Estabelece as utilizações para estes recursos;
Estima os resultados a serem obtidos;
Estabelece padrões para comparação e avaliação das operações correntes.
Melhora a utilização dos recursos disponíveis e ajusta-os à necessidades e atividades
consideradas prioritárias, evitando com isto dispersão ou pulverização dos objetivos
globais.
Desvantagens/Limitações do Orçamento


Os dados nos orçamentos não passam de estimativas, estando assim sujeitos
à erros, maiores e menores, e á própria incerteza, inerente ao ramo de
operações da empresa. Entretanto, se finalidade é planejar, nada pode ser feito
para eliminar totalmente, cada margem de erro que se apresente;
O custo para se implantar um sistema de orçamentação completo não é
pequeno, logo, cabe ao Gestor Financeiro, procurar a relação “custo-benefício”
para que se determine o nível compensador;
A implantação de um orçamento, numa empresa onde a filosofia de gerência não
seja democrática, ou seja, autoritária e não participativa, pode ser totalmente inviável,
pis orçamento é uma prática constante de interação e sinergia.
Regras Básicas para Executar um Orçamento


Não devem ser dispersas as implantações e rotinas de custos e de
orçamentos, pis elas se completam;
Só as empresas que possuem uma boa infra-estrutura administrativa e
operacional, é que devem se habilitar a montar sistemas efetivos de
orçamentos, pios se tal condição não ocorrer, há o risco de se Ter apenas mais
uma forma, dispendiosa, de controle do que uma forma, mais sensata, de
administrar recursos da empresa;
58




Após a implantação do orçamento, os responsáveis, não podem omitir-se, no
acompanhamento do sistema, pois correm o risco fatal de não obterem
sucesso nos seus objetivos globais;
Os valores constantes de um orçamento não têm a obrigação de coincidirem,
fielmente, com os números que serão obtidos á medida que a realização da
empresa avança sobre o período orçado, mas sim, colocarem-se num patamar,
próximo da realidade empresarial;
Ao se elaborarem, quaisquer previsões orçamentárias, a empresa deverá
examinar, exaustivamente, todas as variáveis que possam interferir na vida da
empresa. Desejável seria se todas as memórias de cálculos, fossem
arquivadas, pois seria o ponto de partida para futuras correções;
A empresa deverá Ter agilidade e eficiência, ao se comprovar a variação de
um fato analisado, ou a presença de um fato novo, pois o controle de um
orçamento não comporta, demoradas decisões no processo de mudanças, pois
se tal ocorresse, poderíamos descaracterizar, e até comprometer, a posição
inicial do processo orçamentário.
Manual de Orçamentação
Qualquer orçamento pode estar sujeito aos problemas decorrentes do
comportamento de quem o elabora. Ordens e contra-ordens podem se tornar comuns
no dia-a-dia organizacional, e para evitar interferências do ser humano (e suas
instabilidades emocionais), e como conseqüência o processo de orçamentação não
sofra prejuízos, é de extrema necessidade que todos os passos fiquem registrados,
num só documento chamado: Manual de Orçamento. Em cujo interior deve,
necessariamente, conter:






Instruções detalhadas e formulários a serem utilizados na elaboração dos
planos orçamentários;
Indicações quanto às responsabilidades pela produção de estimativas
numéricas a serem inseridas nos planos e projetos existentes, e a
determinação, bem clara, de limites de autonomia e coordenação dos
envolvidos, ou seja, o que enviar – a quem enviar – por que enviar – com qual
espaço de tempo – quais as quantidades a serem enviadas, etc.
Cronograma indicativo dos prazos para a conclusão das diversas etapas de
todo o processo orçamentário;
Instruções (dentro das técnicas de O & M) para a criação de formulários,
impressos e documentos, que conterão os dados do orçamento;
Fontes de dados (origem e geração) para a elaboração dos relatórios, e
causas, objetivos e conseqüências que uma informação mal interpretada, pode
causar em todo processo orçamentário;
Outras considerações que cada empresa considere relevante e essencial ao
atingimento global dos objetivos propostos.
Controle do Orçamento
É nesta etapa que a maioria das empresas cometem erros que fatalmente vão
comprometer todos os esforços despendidos nas fases anteriores. Muitas empresas
59
se julgam bastante dinâmicas, a ponto de considerar esta etapa como sendo “muito
fácil” de ser administrada, esquecendo, porém que é o controle diário, momento a
momento, que determinará o sucesso ou o fracasso de todo o processo orçamentário.
Na execução da tarefa de controle do orçamento, é essencial a existência de
linhas definidas de como se comportar, ao se confrontar dos dados reais com os
dados estimados/previstos. A fonte destes dados, é única e exclusivamente a
contabilidade da empresa, desde que o plano de contas adotado seja compatível e
capaz de permitir que os dados reais sigam as mesmas linhas de elaboração do
orçamento.
Se não houver maneira de se controlar eficientemente, o orçamento de nada
valeu toda a precisão nas outras etapas. O controle é o retroalimentador de todo o
processo, pois vai permitir as tomadas de decisões, que vão apontar os novos
caminhos, que não época da orçamentação, não se vislumbravam.
Imaginemos, por exemplo, o orçamento de caixa de uma empresa. É ele que
possibilita ao Gestor financeiro planejar suas necessidades de caixa em curto prazo
(até 1 ano). Neste orçamento a atenção está voltada para os recursos que faltam ou
sobram. Visto isso, podemos perguntar: Se não houver um controle constante e
efetivo, quem saberá quando vai faltar ou vai sobrar recurso em seu caixa?
Para um bom acompanhamento podemos dividir a empresa em 3 áreas de
controle e responsabilidade, que são:
1. Centro de Lucro: permite que o desempenho do responsável pelo
segmento operacional de uma empresa, seja aferido com base na maneira
pela qual o lucro planejado á atingido.
2. Centro de custos: para cada item das despesas não deve haver dúvidas e
indefinições, quando é chegada a hora de alocá-las nas contas devidas
cada gasto deve estar presente num grupo maior de contas denominado
centro de custo. Os gastos com itens de material de escritório, e limpeza,
por exemplo, os que geram estas dúvidas, podemos, portanto, serem
alocadas indevidamente, em outros centros de custos.
3. Controle de caixa: o controle efetivo de todas as despesas e receitas que
transitam pela empresa, é fundamental para avaliar os resultados
esperados e os objetivos perseguidos, quando da elaboração do
orçamento. Uma despesa antecipada ou uma receita após a data prevista,
podem comprometer etapas dentro do mesmo exercício orçamentário. Um
controle de gastos não previstos para o período em questão, comprometerá
o resultado final.
Acompanhamento da Execução Orçamentária
60
Planejamento e controle associam-se intimamente nesta etapa, pois o sistema
de orçamento deve permitir a avaliação constante das perspectivas econômicas e
financeiras previstas nas metas e objetivos da empresa, para um determinado período
de tempo.
Esta etapa tem por finalidade básica a investigação das causas que geram
variações nos valores orçados. Já que na etapa do controle é relevante verificar se os
valores orçados foram efetivamente realizados, aqui será necessário analisar o efeito
global destas variações, e se questionar se foram ou não previstas quando da
elaboração do orçamento.
As pressões inflacionárias bem como a variação econômica do mercado
financeiro (ações, dólar, euro, economias dos grandes paises como: EUA, Japão e
paises da Europa), são considerados as maiores causadoras de desequilíbrio no
desenrolar de um orçamento, pois afetam não só o volume da produção (custo do
material empregado), como o volume de vendas (perda do poder aquisitivo do
consumidor/cliente), comprometendo o próprio orçamento e conseqüentemente a
posição financeira da empresa. Cabe, portanto, ao Gestor Financeiro tratá-lo com o
devido valor e eficiência.
Conclusões:
Resumindo, podemos considerar o orçamento como um plano de atividades de
toda ordem (operacional, financeiro, administrativo, etc.) de que se valem as
organizações, sejam com fins lucrativos ou não, para a definição quantitativa dos
objetivos e do detalhamento/profundidade dos fatores e variáveis necessários para
atingir a excelência administrativa e se perenizar no mercado.
É o orçamento um dos grandes componentes do planejamento global da
empresa e de seu acompanhamento sistemático e otimizador resulta o controle efetivo
da mesma, que se norteia pelos objetivos e metas pretendidos e que estão
numericamente espelhados em todo orçamento.
A concepção de um sistema orçamentário deve permitir uma série de análises,
visando a comparação entre receitas e despesas orçadas e as efetivamente
acontecidas ou realizadas.
61
Num país como o nosso, o orçamento só terá sucesso se ficarmos atento aos
fatos externos, mas sem perdemos de vista os problemas internos que são
contornáveis se houver um inter-relacionamento entre os diversos setores da empresa
e suas peças orçamentárias respectivas.
62
ORÇAMENTO: DEFINIÇÕES

















Substantivo masculino, proveniente do italiano “orzare”;
“ato ou efeito de orçar”;
“Cálculo da receita e da despesa”;
Cálculo dos gastos para a realização de uma obra”;
“cálculo da receita que se deve arrecadar num exercício financeiro e das despesas
que devem ser feitas pela administração pública, organizado obrigatoriamente pelo
executivo e submetido á aprovação das respectivas câmaras legislativas”
(orçamento geral da união).
“orçamento público que especifica não somente os custos dos diversos programas
sub-programas e projetos, desdobrados setorialmente por funções, segundo as
categorias de custeio e de capital, mas também as metas anuais que devem ser
atingidas através da aplicação dos recursos orçamentários”.
“ser ou Ter aproximadamente”.
“calcular”.
“computar”.
“estimar”.
“avaliar”.
“aproximar-se”.
“procurar chegar”.
“tentar atingir”.
“prever o futuro”.
“planejamento antecipado de uma situação”.
Etc.
63
ORÇAMENTO DE RECEITAS (VENDAS)
A. COMO A EMPRESA OBTÉM RECURSOS:








Receita operacional;
Receita não operacional;
Receita de vendas no mercado interno/externo;
Receita de prestação de serviços; receita financeira (descontos-juros-taxasmultas);
Receita de variações monetárias (ganhos cambiais e monetários);
Receita de equivalência patrimonial (aumento do patrimônio líquido);
Receita de subvenção;
Receita de dividendos, etc.
B. FATORES QUE INTERFEREM NAS VENDAS:
1.






Externos:
Capacidade atual do mercado;
Crescimento vegetativo deste mercado;
Capacidade de absorção de novos produtos;
Mudança de hábitos do consumidor/cliente;
Influência da concorrência;
Política do governo, etc.
2.





Internos:
Capacidade instalada de produção;
Programa de ampliação/expansão/modernização;
Curva histórica de vendas;
Capacidade financeira da empresa;
Capacidade do quadro de pessoal (especialização, qualificação e treinamento da
mão-de-obra existente);
Política de controle de qualidade;
Política de recursos humanos (salários/benefícios/incentivos).


ORÇAMENTO DE VENDAS
O orçamento de vendas é o primeiro passo de um processo orçamentário
global que, por sua vez, é parte de um plano anual de lucros, pois a maior parte das
64
receitas de uma empresa, são oriundas das vendas de bens e/ou serviços, ou seja, as
vendas se constituem na principal fonte de caixa.
Constitui-se no alicerce do planejamento periódico de uma empresa, já que
praticamente, toda a atividade de planejamento da companhia baseia-se nele, quase
que inteiramente.
E como elaborar este tipo de orçamento, visto que as vendas estão
condicionadas a inúmeros fatores que as fazem imprevisíveis e inconstantes? As
vendas são o fator limitativo da maioria das empresas?
Evidentemente, são encontradas sérias dificuldades, de ordem técnica e
prática, para se elaborar um orçamento das quantidades e receita de vendas, mas
pode-se alcançar um grau de eficácia na elaboração do orçamento de vendas se
levarmos em conta dois fatores:
1. o cuidado técnico e proximidade da realidade com que é elaborado o
orçamento de vendas;
2. o esforço sério (profissionalismo) desenvolvido pelos componentes do setor
de vendas para alcançar os objetivos/metas fixados no plano de lucros.
Para tentar anular as dificuldades apontadas no parágrafo anterior, as
empresas elaboram uma projeção de vendas, baseada principalmente em:
A. Experiência passada/fatos históricos: consiste em planejar um volume
de vendas para o próximo período em função de períodos de tempo
anteriores (passado). Normalmente se reúne uma equipe gerencial do setor
e traçam uma radiografia do comportamento de vendas passadas,
projetando-as para o futuro.
B. Método das estimativas feito pelos vendedores: nesta modalidade,
fornecem-se aos vendedores, informações e dados sobre o passado e que
possam afetar/impactar as previsões para o próximo período. É levado em
conta os aspectos externos que mostram o cenário onde a empresa vai
atuar, e os aspectos internos da equipe de vendas, como: motivação,
conhecimento da clientela, espírito de unidade, comprometimento com os
resultados, etc.
C. Emprego de técnicas estatísticas: a utilização desta técnica oferece alto
grau de objetividade e refinamento, mas requer um conhecimento mais
aprofundado do manejo de dados estatísticos. E isto requer um especialista
na área. Dentro desta ótica pode-se usar o Método da Extrapolação e o
Método da Correlação. Tais métodos têm como componentes algumas
tendências (sazonal, cíclica e secular) que não se trata apenas de projetar
65
números, mas também o uso de conhecimento e bom senso sobre o tipo de
produto e o ramo das vendas.
Com o exposto acima podemos absorver o conceito de que a finalidade de um
orçamento de vendas não é o de procurar estimar (ou “adivinhar”) o nível real do
volume de vendas (seja a curto/médio/longo prazo), mas sim desenvolver um plano
com objetivos claramente definidos em direção de cuja realização se possa orientar o
esforço operacional dos envolvidos.
66
ORÇAMENTO DA PRODUÇÃO
A. Orçamentos Ligados diretamente ao orçamento da produção:
 Orçamento de matérias-primas;
 Orçamento de mão-de-obra;
 Orçamento de custos (diretos/indiretos) de fabricação.
B. Itens que compõem um orçamento da produção:
 Produtos fabricados;
 Produtos em fabricação/em elaboração (semi-acabados);
 Estoque inicial no almoxarifado/fábrica.
C. Decisões exigidas para elaboração de um orçamento de produção:
 Determinação das necessidades totais de produção (por produto) para o
período orçamentário;
 Determinação das políticas de estoques em relação a produtos acabados e
produção em andamento (as políticas de estoques devem ser estabelecidas
com razoável grau/nível de precisão);
 Determinação de políticas de capacidade de produção tais como as relativas
aos limites de tolerância para o nível de produção anual;
 Determinação da adequação da capacidade de produção (expansão ou
redução);
 Determinação da disponibilidade de matérias-primas, de componentes
adquiridos externamente e de mão-de-obra;
 Determinação do efeito do prazo de duração das atividades de processamento;
 Determinação dos lotes econômicos de fabricação;
 Determinação do escalonamento da produção durante o ano.
D. Principais procedimentos envolvidos no controle da produção:
 Controle de materiais;
 Análise de processos de produção;
 Estabelecimento da movimentação física da produção;
 Programação da produção;
 Execução da produção;
 Acompanhamento da produção.
67
ORÇAMENTO DE MATÉRIAS-PRIMAS
Um programa orçamentário amplo compreende um sistema de
planejamento e controle dos diversos aspectos dos materiais usados no
processo de fabricação do produto. E para que o nível destes materiais seja
planejado e controlado, é preciso dar grande atenção para:
I.
II.
III.
As exigências de matérias-primas da fábrica;
Os níveis dos estoques de matérias-primas;
As compras destas matérias-primas.
Para assegurar a disponibilidade de materiais nas quantidades necessárias no
momento desejado e para projetar os custos desses materiais, é essencial que um
planejamento contenha:
A. Orçamentos detalhados especificando a quantidade dos materiais exigidos,
e os custos destes materiais.
B. Um orçamento de compras de compras de matérias-primas.
Logo, um orçamento de matérias-primas compreende os 4 sub-orçamentos
seguintes:
1. Orçamento de Matérias-primas: especifica as quantidades previstas de
cada matéria-prima necessária para executar a produção planejada. Deve
incluir especificações por tipo de matéria-prima, período, produto,
departamento, etc.
2. Orçamento de compras: depois de serem especificados no orçamento de
matérias-primas os períodos e as quantidades de cada tipo de material
necessário deverá ser preparado um plano para a sua aquisição. Assim, o
orçamento de compras indicará tanto as quantidades a serem adquiridas
quanto o custo de cada tipo de material e as respectivas datas de entregas.
3. Orçamento de estoques de matérias-primas: este orçamento indica os
níveis planejados de estoques de matérias-primas em termo de
quantidades e custo. A diferença em termo de unidades entre as
necessidades de materiais indicadas no orçamento de matérias-primas e o
orçamento de compras é refletida por um aumento ou diminuição dos
estoques orçados.
4. Orçamento do custo das matérias-primas consumidas: este quadro
orçamentário indica o custo dos materiais planejados para uso no
orçamento de matérias-primas. Deve-se observar que o orçamento de
matérias-primas não pode ser custeado antes de ser determinado o preço
previsto de compra.
Ao projetar-se cada um dos orçamentos acima, dois objetivos básicos são
prioritários no processo de planejamento de resultados;
68
1. Controle: os custos de matérias-primas estão sujeitos á controle direto;
portanto, os custos e atividades correspondentes devem ser orçados em
termos de responsabilidades e em períodos curtos.
2. Custeio de produtos: os custos de matérias-primas são incluídos nos
custos de fabricação, portanto, devem ser identificados no custo dos
produtos acabados.
69
ORÇAMENTOS DE ESTOQUES
Ao se calcular as necessidades em termos de unidades a produzir (que está
sustentada no orçamento de vendas) devem ser considerados com a devida
importância os estoques de matérias-primas, de produtos em processamento e o de
produto acabados.
É impossível desenvolver um orçamento de produção satisfatório sem definir
objetivamente as políticas dos estoques acima citados. É uma das principais
vantagens da elaboração de um orçamento de produção é a que nos leva
obrigatoriamente a uma análise antecipada e apurada dos problemas que os estoques
possam acarretar.
As políticas de estoques devem incluir o estabelecimento de padrões de
estoques em termos de limites mínimos e máximos e a aplicação de técnicas e
métodos que assegurem uma uniformidade nos padrões dos diversos tipos de
estoques.
Toda esta preocupação com as políticas de estoques, ao elaborar o orçamento,
tem sentido, pois resultará na determinação e nas variações dos níveis em relação ao
padrão fixado (níveis “ótimos”), em bases mensais.
Ao determinar estas políticas de estoque a área orçamentária deve levar em
consideração estes importantes fatores:









Quantidades necessárias para atender as exigências do departamento de
vendas e do departamento de produção baseados na demanda;
A duração do período de produção;
A existência de itens/artigos perecíveis e passíveis de deterioração e perda
total ou parcial;
As instalações para armazenagem dos estoques;
Adequação dos recursos de capital para financiar o custo de produção de
uma quantidade a ser mantida em estoque para uma venda futura, com
uma carta antecedência, evitando-se assim a alocação de níveis
excessivos de capital de giro vinculados aos estoques;
Custo de manutenção dos estoques (seguros, impostos, aluguéis,
transportes, vigilância, etc);
Mecanismos de proteção contra falta de matérias-primas;
Mecanismos de proteção contra falta de mão-de-obra;
Mecanismos de proteção contra aumentos de preços;
70

Riscos envolvidos na estocagem dos produtos (reduções de preço,
obsolescências, perdas casuais, furtos, insuficiência de demanda, etc).
No orçamento de estoques de matérias-primas existem três problemas
distintos:
1. a fixação de políticas voltadas para os níveis de estoques destas;
2. a estimativa do custo unitário de cada uma das matérias-primas;
3. a determinação exata no nº de unidades de cada tipo de matéria-prima.
71
ORÇAMENTO DE COMPRAS
O orçamento de compras é elaborado com base no orçamento geral de
operações, uma vez que este indica todas as matérias-primas, suprimentos, materiais,
máquinas, insumos, etc, a consumir (mas não necessariamente a adquirir) para o
atendimento de determinada produção.
O orçamento de compras se inicia logo que o orçamento de matériasprimas aponte as unidades de cada tipo de material que serão necessário à
produção.
Com base nessas informações e nas políticas administrativas,
principalmente àquelas relativas aos estoques de matérias-primas, é possível
calcular as unidades a serem adquiridas.
Determinado o número dessas unidades, faz-se necessário que o
escalonamento (planejamento) das compras seja previsto de forma consistente
com a política de estocagem.
Deve-se, a partir daí, levar em consideração a posição do estoque dos
materiais da empresa, os que estão em trânsito e os que já foram
encomendados e ainda não recebidos.
Cabe ao órgão de compras da empresa se responsabilizar pela previsão
estimada do preço unitário da matéria-prima que se planeja adquirir, bem como
com a qualidade dos mesmos.
Ele deve ser elaborado detalhando o que serão comprados a níveis de
itens, grupo de itens, quantidades, unidades de medidas, lotes, preços unitários
e valores globais.
Todo orçamento de compras bem equilibrado é composto de dois
elementos básicos:
1. a projeção do consumo antecipado de todos os tipos de materiais a
serem inutilizados;
2. a o cálculo do estoque mínimo desejável e as decisões relativas a
pedidos dos lotes de materiais.
As falhas que possam surgir na preparação e na execução do
orçamento de compras são causadas, na maioria das vezes, pelos fatores
abaixo:
A.
Ineficácia dos orçamentos de investimentos e de operações, pois,
poderá comprometer os recursos para as compras previstas;
B.
Falta de um relacionamento estratégico/comercial para com os
fornecedores.
72
Existe uma fórmula que pode determinar o volume de compras de uma
empresa para o período orçamentário escolhido:
Compras = (Consumo Projetado + Estoque Mínimo Desejado) – (Estoque Inicial + Material em
Trânsito)
Pelo exposto acima, vimos que o orçamento de compras é de suma
importância no processo orçamentário, pois o produto só é fabricado se o
material chegar à linha de produção. Para que tal ocorra satisfatoriamente, uma
otimização de todas as etapas do processo de compras tem que ser
desencadeado periodicamente.
73
ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS
O orçamento de investimentos, também chamado de orçamento de capital tem
o objetivo de determinar as quantidades e valores necessários visando aquisições,
baixas ou atualizações do Ativo Permanente da companhia. Nesse orçamento é
planejado os investimentos da companhia para mantê-la em pleno funcionamento.
O orçamento de investimento segue o plano estabelecido pela organização
dentro do planejamento estratégico, visando manter a companhia com equipamentos,
máquinas, acessórios, etc “de tecnologia”, proporcionando assim, condições para com
que a empresa se mantenha competitiva no mercado.
Esse orçamento leva em conta:
-
Retorno da aquisição (investimento) em relação a sua
produtividade;
Valor Presente Líquido (VPL) do investimento;
Comparação do bem;
Depreciação e Amortização (Vida Útil do bem);
Atratividade do bem.
Etc...
74
ORÇAMENTO DE MÃO-DE-OBRA DIRETA
Em muitas empresas o custo de mão-de-obra supera todos os outros
custos combinados, daí a necessidade de um planejamento cuidadoso e um
controle sistemático e eficaz.
Este planejamento e controle envolvem áreas importantes e complexas
da empresa, tais como:
 Necessidade de recursos humanos;
 Recrutamento e seleção;
 Treinamento e desenvolvimento;
 Avaliação e especificações das tarefas;
 Avaliação de desempenhos;
 Negociações com sindicatos;
 Administração salarial.
Os custos de mão-de-obra direta compreendem os salários pagos aos
empregados diretamente envolvidos em atividades específicas de produção.
Tecnicamente falando tal orçamento pode assumir várias formas.
Quadros separados geralmente podem ser desenvolvidos para:
1. o nº de horas da mão-de-obra direta;
2. os custos da mão-de-obra direta.
A abordagem a ser utilizada na preparação dos dados para este
orçamento depende principalmente de:
A.
B.
C.
D.
Do método de pagamento de salários;
Dos tipos de processos de produção envolvidos;
Da disponibilidade de tempos-padrão de trabalho;
Da adequação dos registros de contabilidade de custos relativos à
mão-de-obra direta.
Basicamente, existem três abordagens á preparação do Orçamento de Mãode-obra direta, que são:
I.
Estimar o nº padrão de horas mão-de-obra direta exigida por
unidade de cada produto e as taxas médias de remuneração por
departamento/divisão/seção/setor, por centro de custos ou
operação. A multiplicação do nº de unidades de bens a serem
produzidos pelos departamentos, centro de custos ou operação
pelo custo de M.O.D. por unidade nos dará o custo total de
M.O.D. de cada produto.
II.
Estimar relações diretas entre o custo de mão-de-obra e alguma
medida do volume ou nível de atividade que possa ser projetada
com realismo;
III.
Construir tabelas de necessidades de pessoal através da
priorização das exigências de mão-de-obra direta.
75
ORÇAMENTO DE CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (CIF)
Este orçamento é elaborado somente após o orçamento de produção
Ter sido aprovado, pois irá mostrar todos os demais custos necessários à
produção, que não estão diretamente ligados (ou identificados) com os
produtos fabricados.
Portanto, os custos indiretos de produção representam aquela parte do
custo total da produção que não é diretamente associável com produtos
específicos.
As matérias-primas indiretas, a mão-de-obra indireta, e despesas
diversas como impostos, seguros, depreciação, materiais de consumo, luz,
água, gás, fax, telex, telefone, manutenção, etc., são alguns exemplos.
O fato de os CIF incluírem muitos tipos distintos de despesas cria
diversos problemas para a administração, pois tanto na elaboração do
orçamento quanto na contabilidade de custos os CIF, obrigam ao:
A. Controle de custos;
B. Rateio dos custos aos produtos fabricados (custeio da produção).
Geralmente existem dois tipos distintos de departamento (ou centro de
custos) nas empresas industriais que são:
1. departamento de produção: são aqueles que trabalham diretamente
com os bens fabricados;
2. departamento de serviços: são aqueles que não trabalham
diretamente com os bens fabricados, mas fornecem serviços auxiliares
ao departamento de produção e a outros departamentos. Departamentos
de serviços típicos numa indústria são: manutenção ou reparos,
compras, planejamento da produção, estudos de tempos e movimentos
e administração geral da fabricação.
A identificação e análise das medidas de atividades dos 2 tipos básicos
de departamentos darão suporte para a elaboração de um orçamento de CIF
eficaz. Estas medidas são:
1. Departamento de produção:
 Unidades produzidas;
 Horas de mão-de-obra direta;
 Horas de uso direto das máquinas;
 Custo da mão-de-obra direta;
 Matéria-prima consumida;
2. Departamentos de serviços
 Reparos e manutenção (preventiva e corretiva) em horas diretas de
reparos;
 Energia elétrica em quilowatt/horas diretas de reparos;
76


Compras em valor líquido das compras;
Administração geral da fábrica em nº total de mão-de-obra direta da
fábrica/nº de empregados da fábrica.
77
ORÇAMENTO DE CAIXA OU ORÇAMENTO DE DISPONIBILIDADES
Do ponto de vista orçamentário, dois fluxos são importantes na empresa
e devem ser controlados e planejados com cuidado, e que são:
A. Fluxo de bens e serviços;
B. Fluxo de recursos/dinheiro.
A preparação deste orçamento envolve a projeção de entradas e saídas
de caixa, das necessidades de financiamento, além do controle de recursos
financeiros. Logo, deve se preocupar-se com a defasagem entre as transações
e os fluxos de caixa com as necessidades do caixa, bem como com os
excessos de fundos, já que envolvem um custo de oportunidade.
As principais finalidades do orçamento de caixa/disponibilidades são:
1. Indicar a posição financeira provável face aos resultados da
operações planejadas e desencadeadas.
2. Apontar o excesso/sobra e a insuficiência de recursos disponíveis.
3. Mostrar a necessidade de captação de empréstimos ou a
disponibilidade para investimentos.
4. Permitir a coordenação dos recursos financeiros em relação a:
 Capital de giro total
 Capital de terceiros
 Vendas
 Investimentos
5. Determinar estratégias para a política de crédito;
6. Estabelecer bases para o controle corrente da posição financeira.
O orçamento em questão deve estar relacionado a 3 dimensões
temporais diferentes, que são:
I.
Planejamento a longo prazo: quando a ocorrência de fluxos
correspondentes às dimensões dos projetos de investimento e à
dimensão temporal do plano de resultados a longo prazo
(geralmente 5 anos). O planejamento de caixa a longo prazo
preocupa-se com as entradas e saídas mais relevantes.
II.
Planejamento a curto prazo: quando a ocorrência de fluxos está
enquadrada no plano anual de resultados. Estabelece as bases
para a determinação das necessidades de crédito a curto prazo e
para o controle de caixa durante o ano.
III.
Planejamento operacional: quando as entradas e saídas de
caixa são projetadas para o mês, para a semana ou para o dia
seguinte. Esta atividade destina-se primordialmente ao controle
preciso dos saldos disponíveis, com o objetivo de minimizar
encargos financeiros dos empréstimos e o custo de oportunidade
dos fundos ociosos.
Para se controlar as disponibilidades através de um programa
orçamentário, deve-se Ter:
78
A. Projeções sistemáticas dos fluxos de caixa a curto prazo.
B. Avaliações diárias da posição de disponibilidades.
C. Projeções mensais da posição de disponibilidades.
79
ORÇAMENTO DE DESPESAS DE VENDAS
Os elementos básicos de um planejamento de vendas são:
A. Objetivos da empresa;
B. Estratégias da empresa;
C. Previsões de vendas.
Para se preparar um plano de vendas são necessários:
1. Um plano de promoção de vendas e publicidade;
2. Um plano de despesas de vendas;
3. Um plano de marketing.
As despesas de vendas incluem todos os custos relacionados à venda,
distribuição e entrega dos produtos ao cliente/comprador. Em muitas empresas
este elemento representa uma porcentagem substancial dos custos totais, logo,
o planejamento desses custos, combinado a um controle eficaz, causa um
impacto vital na rentabilidade potencial de uma empresa.
Existe dois aspectos principais na preparação do orçamento de despesas
de vendas, que são:
A. Planejamento e coordenação;
B. Controle dos custos de vendas.
Os custos de vendas, geralmente, constituem uma parcela substancial
dos custos totais, e tanto a administração geral quanto o pessoal de vendas
tendem a encará-los de maneira leviana e, em alguns casos, chegam a fazer
gastos exorbitantes.
O orçamento de despesas de vendas inclui dois tipos principais de
custos que são as despesas do escritório central e as despesas dos homens
de vendas que saem á campo para negociar com os clientes.
A promoção de vendas e publicidade é outra parte que deve ser olhada
com atenção, não só por ser dispendiosa, mas por ser ela a variável que vai
fazer com que o cliente se sinta atraído pelo produto, e indiretamente vai
derrubar a concorrência.
Numerosos métodos são usados para determinar o montante de verba a
ser destinado para a promoção de vendas e publicidades. Os mais utilizados
são:







Dotação arbitrária
Paridade com os concorrentes
Porcentagem das vendas
Quantia fixa p/ unidade do produto
Retorno sobre o investimento
Utilização de todos os recursos existentes
Métodos de projeção
80



Métodos estatísticos
Métodos históricos
Lucro do ano anterior.
81
ORÇAMENTO DE DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS
O orçamento de despesas gerais e administrativas é uma peça
orçamentária que envolve a empresa como um todo, pois de acordo com seu
sistema orçamentário, o seu nível de detalhamento pode descer até ao
patamar de centro de custos. Estas despesas são a soma de vários itens
heterogêneos e que fazem parte do plano de contas de despesas da
organização.
As despesas gerais e administrativas incluem outros custos que não os
das operações de produção e vendas de uma empresa. Em geral, elas são
incorridas na supervisão e prestação de serviços a todas as principais funções
de uma empresa, em vez da execução de qualquer função específica.
Como a maior parte destas despesas é fixa e, não variáveis, persiste a
crença de que elas não podem ser controladas, e aí reside uma maior
preocupação, pois os envolvidos deixam de conter alguns gastos.
Com exceção de certos honorários de altos executivos (que nas
sociedades anônimas são fixados pela diretoria), muitas despesas gerais e
administrativas são influenciadas sensivelmente pelas políticas e decisões
gerenciais. Não é raro encontrar custos administrativos elevadíssimos, quando
comparados ao volume de trabalho realizado.
A administração central de qualquer empresa, com exceção das
empresas muito pequenas, é realizada em vários departamentos tais como,
tesouraria, contas a pagar/receber, contabilidade, recursos humanos,
planejamento, pesquisa e desenvolvimento, comercial, etc. Assim sendo, o
orçamento de despesas gerais e administrativas compreende o orçamento
destes diversos departamentos.
A melhor abordagem ao planejar as despesas deste tipo consiste em
baseá-las em planos e programas específicos, que devem ser elevados á todos
ocupantes de cargos gerenciais e seus subordinados, pois sem o prévio
conhecimento e o efetivo comprometimento não compensa despender tempo a
um projeto orçamentário, pois ele estará fadado ao fracasso.
O que torna-se relevante neste orçamento e que ao definirmos os tipos
de despesas que dele farão parte, encontraremos desembolsos que serão
debitados a custo no mesmo mês em que serão realizados financeiramente e
outros cujos pagamentos ocorrerão em épocas distintas de seu débito de
despesas.
Exemplificando, segue abaixo a lista de despesas gerais e administrativas
que poderão ocorrer em uma empresa, em cada centro de custo:




Despesas com viagens e estadias (Brasil e exterior);
Seguros;
Luz, telefone, gás e água;
Aluguéis;
82



















Impostos prediais;
Taxa de condomínio;
Despesas postais;
Telex;
Assinatura/compra de jornais, revistas e livros;
Fax;
Xerox;
Material de escritório;
Leasing de copiadoras;
Donativos;
Publicações e anúncios;
Recursos audiovisuais;
Conservação, limpeza e vigilância de prédios;
Multas;
Despachantes;
Manutenção/ass. Técnica;
Fretes e carretos;
Auditoria e consultoria;
Outras despesas.
83
Portanto, o Controle Geral dos Orçamentos ficará da seguinte forma:
CONTROLE DE RECEITAS E DESPESAS
VALOR
PERCENTUAL
SALDO
SALDO
(R$ x 1.000)
(%)
TIPO DE ORÇAMENTO
(R$ x 1.000)
Vendas
Margem de Lucro
pretendida
Custo da matéria-prima
Custo de máquinas,
equipamentos, instrumental,
ferramental, acessórios
Mão-de-obra direta
Custos indiretos de
fabricação
Despesas de vendas
Despesas
gerais/administrativas
Resultado Final
84
85
ESQUEMA DO SISTEMA ORÇAMENTÁRIO
Plano Geral de Operações
(Objetivos da cúpula para o
ano)
EXPRESSO FORMALMENTE
NO
PLANO ANUAL DE LUCROS
Especificando unidades físicas e monetárias,
por zona, produto, departamento e período
de tempo, detalhado em:
CUSTOS E DESPESAS
OBJETIVO GERAL DE
RENDAS:


ME
NO
S
Orçamento de
vendas;
Orçamento de outras
rendas(juros,
royalties, etc.)






Orçamento de produção;
Orçamento de matériaprima;
Orçamento de mão-deobra direta;
Orçamento de custos
indiretos de fabricação;
Orçamento de despesas
de vendas;
Orçamento de despesas
gerais e administrativas.
Resultando em
LUCROS E PERDAS PROJETADAS
RESUMINDO POR FIM O PLANO COMPLETO DE
OPERAÇÕES
ORÇAMENTO FINANCEIRO
86
BALANÇO PROJETADO
(ATIVO PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO)
ORÇAMENTOS AUXILIARES
(CAIXA, ESTOQUES, INVESTIMENTOS)
BIBLIOGRAFIA
QUE PODE SER APLICADA
FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
NA
DISCIPLINA
ADMINISTRAÇÃO

AMORIM, Paulo Henrique, De Olho no Dinheiro. R. Janeiro: Ed. Globo,
1988.

BARBOSA DE OLIVEIRA, Miguel Delmar, Introdução ao Mercado de
Ações. Rio de Janeiro: Comissão Nacional de Bolsas de Valores, 1989.

CHERRY, Richard T. Cherry, Introdução à Administração Financeira.
Tradução de Vera Maria Conti Nogueira e Danilo A. Nogueira. São Paulo:
Editora Atlas, 1975.

DIVERSOS AUTORES, Introdução ao Mercado de Ações. BOVESP –
BOVERJ. Rio de Janeiro, São Paulo – 1999.

FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial.1 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial.3 ed. São Paulo: Atlas, 2006.

FORTUNA, Eduardo, Mercado Financeiro – Produtos e Serviços. Rio de
Janeiro: Qualitymark Editora, 1992.

GITMAN, Lawrence Jeffrey, Princípios de Administração Financeira.
Tradução de Arthur R. Neto e outros – Revisão Técnica de Maria Lúcia G.
L. Rosa – São Paulo: Ed. Harbra do Brasil, 1999.

GROPPELLI, A. A. e NIKAKHT, Ehsan. Administração Financeira. Tradução
de André Olímpio M.C. Castro – 3ª Edição – São Paulo: Saraiva, 1998.

HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. 6ª Edição –
São Paulo: Editora Atlas.2007.Pag. 409-538.

HORNGREN, Charles T., et al. Tradução de Elias Pereira. Contabilidade
Gerencial. 12ª Edição – São Paulo: Prentice Hall, 2004.

IUDICIBUS,S. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1995.
87

JONES, Reginald L. TRENTIN, H George, Orçamento: A Chave do
Planejamento e Controle – Um Roteiro Prático para Dirigentes. Tradução de
W.G. Binns – Revisão Técnica de Sandra di Negraes Brisolla. São Paulo:
McGraw-Hill do Brasil, 1998.

LEITE, Hélio de Paula, Introdução á Administração Financeira. São Paulo:
Ed. Atlas (Volumes I e II), 1999.

LIMA NETO, R. P., Curso Básico de Finanças. Rio de Janeiro: Editora
Fórum, 1994.

MARTINS, Eliseu e ASSAF NETO, Alexandre, Administração Financeira.
São Paulo: Editora Atlas, 1998.

MATHUR, Iqbal, Introdução á Administração Financeira. Tradução de José
Lauro de Freitas Filho. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos
Editora S.A., 1995.

PADOVEZE, C.M. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1996.

SANVICENTE, Antônio Zoratto, Administração Financeira. São Paulo:
Editora Atlas, 1998.

VIEIRA, Roberto, Iniciação à Administração Financeira. Rio de Janeiro:
Editora Tecnoprint, 1995.

WELSCH, William, J., Introdução ao Mercado Empresarial. São Paulo:
Editora Atlas, 1988.
88
DECISÕES DE FINANCIAMENTO
Parte 1
Decisão de Financiamento
Para uma decisão de financiamento leva em consideração a determinação da estrutura do
passivo, onde se existe um maior grau de liberdade, tanto para se tomar as decisões iniciais de
financiamento referente a um investimento, como posteriores, dentro de um conjunto normal de
condições empresariais, onde sempre existe a possibilidade de refazer o perfil da dívida, tanto
em termos de participações percentuais, quanto em termos de prazos e amortizações.
Os principais norteadores da estrutura do passivo são:



Grau de aversão ao risco
Dilema liquidez versus rentabilidade
Mensuração do endividamento.
DEFINIÇÕES
Estrutura de Capital
Estrutura de Capital: define as quantidades e os tipos de ações que constituem o capital da
empresa (ordinárias, preferenciais, com direito a voto, sem direito a voto, etc.).
Estrutura de Acionistas: representa o conjunto de acionistas/quotistas de uma empresa e a
respectiva quantidade de ações ou quotas que cada um possui.
Estrutura de Controle: identifica os acionistas/quotistas, diretos e/ou indiretos, da Entidade
Supervisionada, que foram por ela indicados como sendo seus controladores finais.
89
Participações: representa o conjunto de dados sobre empresas das quais uma Entidade
Supervisionada é acionista, direta ou indiretamente, identificando a empresa participada e as
quantidades de ações com e sem direito a voto detidas pela participante.
Capital
Capital é um fundo de valores ou conjunto de bens, créditos e débitos colocados à disposição
da empresa, com a finalidade de gerar resultados econômicos (Sá & Sá, 1989:50)
O capital da empresa está todo investido no Ativo, com objetivo de gerar retornos adequados.
Esse capital é fornecido por terceiros e pelos acionistas ou sócios. A parte dos acionistas ou
sócios é representada pelo Capital Próprio.
Capital Próprio e Política de Dividendos
Empiricamente, sabe-se que os investimentos com prazo de retorno longo ou de alto grau de
risco devem ser financiados com capital próprio, pois em caso de insucesso das operações,
haveria menos aperto de liquidez. O capital próprio é obtido por meio de integralização de
ações preferenciais e ordinárias e com os lucros retidos.
Ação Preferencial: não dá direito a voto em assembléias de acionistas, mas tem preferência na
distribuição de lucros em caso de dissolução da sociedade.
Ação Ordinária: além de ter direito á distribuição de lucros (após a distribuição a acionistas
preferenciais), confere o direito de voto ao acionista dessa classe, isto é, dá ao seu titular o
direito de eleger os dirigentes da sociedade.
Uma empresa precisa manter equilíbrio entre o capital próprio e o capital de terceiros.
Capital de Terceiros
Valor dos recursos de terceiros utilizados para a manutenção da atividade da empresa. Termo
utilizado para definir a parcela do capital total investida na empresa que não pertence aos
acionistas, sendo, em geral, equivalente à dívida da empresa.
Custo de Capital
O custo do capital é calculado com base em diversas fontes de financiamento de caráter
permanente e de longo prazo, que compõem a estrutura de capital.
90
A taxa de juros é um importante instrumento de política econômica utilizada pelos governos,
para atrair capital e dever o país. Para cada fonte de financiamento existe uma taxa, e cabe ao
administrador determinar o custo médio de cada estrutura de capital.
Suponha que as taxas de financiamento atuais, para as seguintes fontes são:
Ações Preferenciais – 18,00%
Ações Ordinárias – 20,00%
Lucros Retidos – 19,00%
Empréstimos em Moeda Nacional – 22%
Outras Contas do Passivo – 12%
Como determinar o WACC (Weighted Average Cost of Capital) de uma empresa?
WACC = Custo Médio Ponderado de Capital: é a soma ponderada dos resultantes da
multiplicação dos custos efetivos pelas respectivas taxas de participação (pesos) na estrutura
de capital planejada.
Exemplo: Vamos analisar o “Negócio da China” e entender a estrutura de capital de um
negócio.
“Negócio da China”
Balanço Patrimonial em 31.12.2XX8 (Valores expressos em milhares reais)
Ativo
Passivo
Ativo Circulante
Passivo Circulante
Disponibilidades
3.000
Fornecedores
135
Clientes
1.000
Impostos a Pagar
140
Estoques
1.000
Provisão IRPJ e CSLL
Empréstimos
49
2.300
91
Ativo Não Circulante
Ativo Tangível
Imóvel
(-) Deprec. Acum
Veículos
(-) Deprec. Acum.
Passivo Não Circulante
2.000
(80)
1.200
Patrimônio Líquido
Capital Social
Lucros
6.590
166
(240)
Terrenos
1.500
Total
9.380
Total
9.380
92
Demonstração do Resultado do Exercício – 2XX8
Vendas
1.000
(-) Impostos e Devoluções (200)
= Vendas Líquidas
800
(-) CPV
(500)
Lucro Bruto
300
(-) Despesas Operacionais
(50)
(-) Juros
(35)
(=) Lucro antes do I.R.
215
(-) CSLL
(17)
(-) IRPJ
(32)
(=) Lucro Líquido
166
Nota: Demonstrações Financeiras devidamente auditadas por auditor externo, credenciado
pelo IBRACON.
Então teremos,
Valor Efetivo
Peso
Tx Efetiva
Custos
Ponderados
Capital de Terceiros
Fornecedores
135
1,44
12,00
0,17
Impostos a Pagar
140
1,49
12,00
0,18
49
0,52
12,00
0,06
2.300
24,52
22,00
5,39
Provisão IRPJ e CSLL
Empréstimos
Capital de Próprio
Capital Social dividindo em:
Ações Preferenciais
Ações Ordinárias
4.690
50,00
1.900
18,00
20,26
9,00
20,00
4,05
93
Lucros Retidos
166
Totais
1,77
19,00
0,34
100,00%
19,19%
Portanto a soma dos custos ponderados, de 19,19%, representa o WACC, em taxa anual. O
planejamento da estrutura ótima de capital deve levar em consideração os cenários atuais e
futuros.
Importante: O investimento que gera retorno superior ao WACC aumenta a riqueza dos
proprietários (criar valor).
O que significa isso? Se o retorno de um investimento for maior que 19,19%, significa que a
companhia está criando valor, pois as fontes de financiamento estão sento cobertas (pagas).
Exemplo: A “Negócio da China” planeja fazer diversos investimentos no valor total de $
700.000. Para financiar os investimentos ela consegue financiamentos e empréstimos no valor
máximo de $ 250.000, esses somente em moeda local, pois o acesso a empréstimos em
moeda estrangeira está temporariamente suspenso. Após esgotada a capacidade de obtenção
de capital de terceiros, a empresa espera financiar o restante com emissão de ações
ordinárias, porém a custo de 22%, pois os acionistas preferenciais não estão dispostos a
aumentar seus investimentos na empresa e os acionistas ordinários passam a exigir maior
retorno, em conseqüências do aumento dos riscos. Sabe-se que os retornos dos investimentos
são:
Investimento
Valor em Mil $
Taxa de Retorno ao ano
A
250
21,50
B
150
20,10
C
100
22,10
D
200
17,20
Total
700
Situação 0 : Sem Investimento
Capital de Terceiros
Valor Efetivo
Peso
Tx Efetiva
Custo Ponderado
94
Fornecedores
135
1,44
12,00
0,17
Impostos a Pagar
140
1,49
12,00
0,18
49
0,52
12,00
0,06
2.300
24,52
22,00
5,39
Ações Preferenciais
4.690
50,00
18,00
9,00
Ações Ordinárias
1.900
20,26
20,00
4,05
166
1,77
19,00
0,34
9.380
100,00
Provisão IRPJ e CSLL
Empréstimos
Capital de Próprio
Lucros Retidos
Totais
19,19
Situação 1 : Com Investimento A
Capital de Terceiros
Valor Efetivo
Peso
Tx Efetiva
Custo Ponderado
Fornecedores
135
1,40
12,00
0,17
Impostos a Pagar
140
1,45
12,00
0,17
49
0,51
12,00
0,06
2.300
23,88
22,00
5,25
250
2,60
22,00
0,57
Ações Preferenciais
4.690
48,70
18,00
8,77
Ações Ordinárias
1.900
19,73
20,00
3,95
166
1,72
19,00
0,33
9.630
100,00
Provisão IRPJ e CSLL
Empréstimos
Financiamento Investimento A
Capital de Próprio
Lucros Retidos
Totais
19,27
Situação 2 : Com Investimento A e B
Capital de Terceiros
Valor Efetivo
Peso
Tx Efetiva
Custo Ponderado
Fornecedores
135
1,38
12,00
0,17
Impostos a Pagar
140
1,43
12,00
0,17
49
0,50
12,00
0,06
2.300
23,52
22,00
5,17
250
2,56
22,00
0,56
Provisão IRPJ e CSLL
Empréstimos
Financiamento Investimento A
95
Capital de Próprio
Ações Preferenciais
4.690
47,96
18,00
8,63
Ações Ordinárias
1.900
19,43
20,00
3,89
Lucros Retidos
166
1,70
19,00
0,32
Lançamento novas ações Financ. "B"
150
1,53
22,00
0,34
9.780
100,00
Totais
19,31
Situação 3 : Com Investimento A, B e C
Capital de Terceiros
Valor Efetivo
Peso
Tx Efetiva
Custo Ponderado
Fornecedores
135
1,37
12,00
0,16
Impostos a Pagar
140
1,42
12,00
0,17
49
0,50
12,00
0,06
2.300
23,28
22,00
5,12
250
2,53
22,00
0,56
Ações Preferenciais
4.690
47,47
18,00
8,54
Ações Ordinárias
1.900
19,23
20,00
3,85
Lucros Retidos
166
1,68
19,00
0,32
Lançamento novas ações Financ. "B" e "C"
250
2,53
22,00
0,56
9.880
100,00
Provisão IRPJ e CSLL
Empréstimos
Financiamento Investimento A
Capital de Próprio
Totais
19,34
Situação 0 = 19,19%
Situação 1 = 19,27%
Situação 2 = 19,31%
Situação 3 = 19,34%
Comparando os retornos “A” = 21,5%; “B” = 20,10%; e “C” = 22,1%, com a nova estrutura de
capital, situação “3” = 19,34%, todos os investimentos criarão valor na companhia.
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