O que é toxoplasmose congênita? A toxoplasmose congênita é uma infecção parasitária transmitida da mãe para o feto, durante a gestação por via transplacentáriaou durante o parto. As infecções congênitas são importantes causas de morte de fetos e de bebês recém-nascidos. Dentre elas, a toxoplasmose merece destaque, tanto pela sua frequência como pelo impacto social que causa toda doença congênita. Quais são as causas da toxoplasmose congênita? A toxoplasmose é causada pelo Toxoplasma gondii, um parasita intracelular obrigatório, extensamente distribuído no Brasil. As vias de transmissão para a mãe, na maioria das vezes, são a ingestão de carne crua ou mal cozida ou a ingestão de oocistos presentes na água ou na terra contaminadas com fezes de gatos. Esses animais se infectam com ovos do parasita que passam para seus dejetos. Para o bebê, a contaminação geralmente é vertical, transplacentária. A toxoplasmose congênita ocorre apenas quando as mulheres são infectadas durante a gestação ou próximas a ela, não havendo risco para o feto quando a infecção ocorreu a mais de seis meses antes da gestação. Quais são os principais sinais e sintomas da toxoplasmose congênita? Ao nascer, a maioria das crianças infectadas não mostra sinais ou sintomas da doença. Podem ocorrer manifestações inespecíficas como febre, eritema maculopapular, hepatoesplenomegalia (aumento de volume do fígado e do baço), microcefalia, convulsões , trombocitopenia, sendo clássica a tríade retinocoroidite, hidrocefalia e calcificações intracranianas. Quando não tratadas, contudo, a maioria dessas crianças apresentará tardiamente, na infância ou na vida adulta, atraso no desenvolvimento, déficit auditivo, calcificações cranianas, convulsões e, mais comumente, retinocoroidite e déficit visual. Em mais ou menos 40% dos casos, as consequências podem ser o nascimento prematuro e com baixo peso, sequelas de intensidade variáveis para a criança, inflamação do coração, pulmões ou olhos, erupções cutâneas, pressão elevada dolíquido cefalorraquidiano ou aborto. Estas anomalias podem aparecer anos mais tarde nas crianças que pareciam saudáveis ao nascer. Como o médico diagnostica a toxoplasmose congênita? O diagnóstico da toxoplasmose pode ser feito por meio de análises de sangue, tanto na mãe como no bebê. Nesses, deve-se realizar também radiografias ou outros exames de imagens da cabeça, análises do líquido cefalorraquidiano e exames oculares. Um exame da placenta no momento do nascimento ajuda o médico a comprovar se ela está ou não infectada. Para saber se o feto foi infectado podem ser examinados o líquido amniótico ou o sangue fetal. Alguns problemas fetais da toxoplasmose congênita como microcefalia ou hidrocefalia, calcificações cerebrais, ascite fetal, etc, podem ser diagnosticados pela ecografia. Como o médico trata a toxoplasmose congênita? O tratamento da toxoplasmose da mãe é baseado no uso de medicamentos específicos, de indicação médica. As crianças com toxoplasmose congênita também devem ser tratadas com medicamentos, ainda durante o primeiro ano de vida. Como prevenir a toxoplasmose congênita? Mulheres grávidas devem evitar o contato com locais que possam estar contaminados por fezes de gatos e devem cozinhar bem os alimentos para destruir possíveis parasitas. Em cerca de 70% dos casos, a toxoplasmose da mãe é assintomática. Por isso, destaca-se a importância da triagem pré-natal (teste do pezinho) para prevenir a toxoplasmose congênita. O tratamento da toxoplasmose na gestante e no recém-nascido melhora o prognóstico das crianças, pelo que impõe-se um diagnóstico precoce. Quais são as complicações possíveis da toxoplasmose congênita? A toxoplasmose congênita pode ter como consequência lesões em órgãos como coração, cérebro, olhos, baçoe fígado; convulsões; retardo mental; paralisia cerebral ; surdez e cegueira, bem como restrição do crescimento, prematuridade e morte fetal.