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FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE DE BRASILIA
CURSO BACHERAL EM ENFERMAGEM
DIVANI DOS REIS PEREIRA
NAYANE PEREIRA XAVIER
A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER
DE COLO DO ÚTERO
BRASILIA
2013
DIVANI DOS REIS PEREIRA
NAYANE PEREIRA XAVIER
A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER
DE COLO DO ÚTERO
Trabalho de conclusão de curso
apresentado às Faculdades Integradas
Promove de Brasília – ICESP como
requisito parcial para obtenção do título
de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: MS. Professora
Rodrigues Pinto Dantas.
BRASILIA
2013
Luciana
RESUMO
O presente estudo teve como objetivos: analisar a importância do enfermeiro no
processo de prevenção do câncer do colo de útero em unidades básicas de saúde e
nas literaturas. Analisar a atuação do enfermeiro como educador em saúde na
profilaxia do câncer de colo uterino. Analisar os fatores de risco que ocasionam a
neoplasia no colo do útero. Destacar a importância do enfermeiro na detecção
precoce do câncer uterino. Enfatizar a importância da realização do exame
preventivo. Discutir a importância da vacinação contra o HPV como estratégia de
prevenção do câncer de colo uterino. Trata-se de um estudo, descritivo e explicativo.
O estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica de produção nacional
disponíveis nas bases de dados científicas nacionais gratuitas. Foram analisados
manuais periódicos e artigos científicos. O estudo identificou que o profissional
enfermeiro participa ativamente nas políticas públicas brasileiras, atuando de
diversas formas, e têm grande importância na realização de programas educativos,
acolhimento e rastreamento da doença, a fim de combater o alto índice de câncer de
colo de útero e diminuir a quantidade de óbitos na população feminina. Concluiu-se
por meio deste estudo que o enfermeiro é um profissional habilitado e qualificado
para a realização do rastreio e detecção precoce do câncer do colo de útero, além
de, através da educação em saúde incentivar e motivar a população feminina com
medidas de precauções contra o HPV (principal agente causador do câncer de colo
de útero em mulheres com vida sexual ativa).
Palavras-Chaves: ENFERMEIRO, PREVENÇÃO, CÂNCER UTERINO.
ABSTRACT
The present study objective: analyze the importance of nurses in preventing cervical
cancer process in primary care units. Analyze the action made by the nurses
teaching about health e caring preventing cervical cancer. To analyze the risk factors
that causes cancer in the cervix. Show the importance on early detection of uterine
cancer made by a nurse. Emphasize the importance of completing the exams.
Discuss the importance of HPV vaccinate as a strategy for prevention of cervical
cancer. This is an exploratory, descriptive and explanatory study. This study was
made using a national literature, available in scientific free national databases. Were
analyzed books, manuals, journals and papers. The study identified that the
professional nurse actively participate in the Brazilian public politics, acting in
different ways, and had great importance in the realization of educational programs,
host and tracking of the disease, to combat the high rate of cancer on the cervix and
reduce the number of infected women deaths. It was concluded through this study
that, the nurse is a qualified professional and able to perform the screening and
cancer of the cervix early detection, and use health education to encourage and
motivate the women with measures of precautions against HPV (main cause agent of
cervical cancer in active sex life women).
Keywords: NURSE, PREVENTION, UTERINE CANCER.
3
INTRODUÇÃO
O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, demora muitos anos
para se desenvolver. As alterações das células que podem desencadear o câncer
são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como
Papanicolaou), por isso é importante a sua realização periódica. A principal
alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus
humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores
malignos. (INCA, 2012, pag. 16)
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer, 2012) é o segundo tumor mais
freqüente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama, e a quarta
causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais e
apresenta 18.430 novos casos.
Sabe-se que são muitos os fatores relacionados a essa patologia, como o
tabagismo, iniciação sexual precoce, multiplicidade de parceiros sexuais e idade,
atinge principalmente mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos. Dentro desse
destaca-se a infecção do colo uterino pelo vírus HPV (Vírus do Papiloma Humano do
inglês Human Papiloma Vírus). (INCA, 2012, pag.14)
Para Brasil (2006) o HPV é considerado uma doença sexualmente
transmissível, sendo importante então ressaltar o uso de preservativos durante
relações sexuais, diminuindo assim as possibilidades de contrair o vírus e
conseqüentemente lesões que futuramente poderão desencadear câncer de colo
uterino.
Segundo Pinho (2003) a outra forma de prevenção de câncer do colo do útero
adotada no Brasil pelas políticas públicas de Saúde da Mulher é a consulta
ginecológica periódica acompanhada do exame citológico preventivo (papanicolau).
Este exame é capaz de revelar lesões precursoras no colo do útero, ou mesmo a
presença do vírus HPV, fazendo um diagnóstico precoce aumentando as chances
de cura.
4
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo e explicativo. A pesquisa descritiva, tem
como objetivo compreender se e como o enfermeiro pode auxiliar na prevenção do
câncer de colo do útero. Já a pesquisa explicativa serve para “identificar fatores
determinantes para a ocorrência dos fenômenos” (RODRIGUES, 2007, p. 8).
Quanto à sua natureza esta pesquisa é aplicada, visando “investigar,
comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas por modelos já sugeridos” (RODRIGUES,
2007, p. 6). Quanto à forma de abordagem, é qualitativa, pois demonstram aspectos
subjetivos referentes às situações apresentadas. Quanto à modalidade, trata-se de
pesquisa bibliográfica, sendo o referencial teórico analisado através de leitura,
fechamentos e resumos.
O estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica de produção nacional
disponíveis nas bases de dados científicas nacionais gratuitas. Foram analisados
teses, manuais, periódicos e artigos científicos. A divulgação e conclusão das
análises se deram através da elaboração do trabalho de conclusão de curso.
5
DISCUSSÃO
O útero é um órgão do aparelho reprodutor feminino que está situado no
abdome inferior, por trás da bexiga e na frente do reto e é dividido em corpo e colo.
Esta última parte é a porção inferior do útero e se localiza dentro da cavidade
vaginal.( JONES, WENTZ, A. et BURNETT, pag. 439, 1996).
O colo do útero apresenta uma parte interna, que constitui o chamado canal
cervical ou endocérvice, que é revestida por uma camada única de células cilíndrica
produtoras de muco (epitélio colunar simples). A parte externa, que mantém contato
com a vagina, é chamada de ectocérvice e é revestida por um tecido de várias
camadas de células planas (epitélio escamoso e estratificado). Entre esses dois
epitélios encontra-se a junção escamocolunar (JEC), que é uma linha que pode
estar tanto na ecto como na endocérvice, dependendo da situação hormonal da
mulher. (BRASIL, 2002, p. 19).
Na infância e no período pós-menopausa, geralmente, a JEC situa-se
dentro do canal cervical. No período da menacme, quando ocorre produção
estrogênica, geralmente a JEC situa-se ao nível do orifício externo ou para
fora deste (ectopia ou eversão). Vale ressaltar que a ectopia é uma situação
fisiológica e por isso a denominação de “ferida no colo do útero” é
inapropriada. (BRASIL, 2002, p. 19).
Brasil (2002), nesta situação, o epitélio colunar fica em contato com um
ambiente vaginal ácido, hostil às suas células. Assim, células subcilíndricas (de
reserva) bipotenciais, através de uma metaplasia, se transformam em células mais
adaptadas (escamosas), dando origem à um novo epitélio, situado entre os epitélios
originais, chamado de terceira mucosa ou zona de transformação. Nesta região,
pode ocorrer obstrução dos ductos excretores das glândulas endocervicais
subjacentes, dando origem a estruturas císticas sem significado patológico,
chamadas de Cistos de Naboth. É nessa zona onde se localizam mais de 90% dos
cânceres do colo do útero.
Hoje em todo o mundo, o numero previsto de novos casos de câncer por ano
é de aproximadamente 10,5 milhões. Nos países desenvolvidos, esta doença é a
segunda causa de morte, superada apenas pelas moléstias cardiovasculares. No
6
Brasil, infelizmente, as mortes não naturais, frutos de violência ocupam o segundo
lugar, enquanto o câncer ocupa o terceiro. (BRASIL, 2006).
Lopes; Iyeyasu; Castro (2008) Define câncer como grupo de doenças por
crescimento descontrolado e capacidade de migração e colonização de outros
órgãos, resultante de alterações em genes que controlam o crescimento, divisão e
morte celular durante a vida do individuo.
Somente 5% a 10% de todas as neoplasias são hereditárias, ou seja,
indivíduos que herdam uma mutação específica têm mais risco de desenvolver um
tipo particular de câncer. Portanto, o comportamento das células cancerosas é
determinado pela expressão do seu genoma. Atualmente, considera-se o tumor
como órgão desorganizado, composto por células neoplásicas e células estromais,
como células endoteliais, inflamatórias e fibroblastos. (LOPES; IYEYASU; CASTRO,
2008).
O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do
epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e
podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou à distância (BRASIL, 2012).
Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero,
dependendo da origem do epitélio comprometido: o carcinoma epidermoide,
tipo mais incidente e que acomete o epitélio escamoso (representa cerca de
80% dos casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o
epitélio glandular. (LOPES; IYEYASU; CASTRO, 2008, p. 24).
Segundo Queiroz, Pessoa e Sousa, (2005), a principal importância
epidemiológica destas infecções deriva do fato que do início da década de 80 para
cá, foram publicados muitos trabalhos relacionando-as ao câncer genital,
principalmente feminino. Uma das mais importantes descobertas na investigação
etiológica de câncer nos últimos 30 anos foi a demonstração da relação entre o HPV
(papilomavírus humano) e o câncer do colo do útero, mortalidade ajustada por idade,
pela população mundial, de 4,8/100 mil mulheres.
A presença do HPV na quase totalidade dos casos desse câncer e as altas
medidas de associação demonstradas implicam na maior atribuição de
causa específica já relatada para um câncer em humanos. Dessa forma
está determinado que a infecção pelo HPV é causa necessária para o
desenvolvimento do câncer do colo do útero (BRASIL, 2013. p. 49).
7
A OMS (Organização Mundial de Saúde) reconhece desde 1992 o HPV como
o principal responsável pelo câncer do colo do útero, aprofundou esse conceito em
1996, em parceria com a InternationalAgency for ResearchonCancer – IARC. Assim,
foram identificados os tipos 16 e 18 como os principais agentes etiológicos desse
tipo de câncer, firmando-se cientificamente, pela primeira vez, a indução de um
tumor sólido por um vírus. Estudos que utilizam métodos de hibridização têm
demonstrado que mais de 99% dos casos podem ser atribuídos a alguns tipos de
HPV, sendo o HPV 16 o responsável pela maior proporção de casos (50%), seguido
do HPV 18 (12%), HPV 45 (8%) e o HPV 31(5%). A relação entre HPV e o câncer do
colo do útero é cerca de 10 a 20 vezes maior do que o tabagismo e o câncer de
pulmão (BRASIL, 2002, p. 15).
Aproximadamente 100 tipos de HPVs foram identificados e tiveram seu
genoma mapeado, 40 tipos podem infectar o trato genital inferior e 12 a 18 tipos são
considerados oncogênicos para o colo uterino (IARC, 2007). Entre os HPVs de alto
risco oncogênico, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do
colo do útero (PINHO, 2013).
São conhecidos, atualmente, mais de 100 tipos diferentes de HPV e cerca
de 20 destes possuem tropismo pelo epitélio escamoso do trato genital
inferior (colo, vulva, corpo do períneo, região perianal e anal). Desses tipos,
são considerados como de baixo risco para o desenvolvimento de câncer os
de números 6, 11, 26, 40, 42, 53-55, 57, 59, 66 e 68 (relacionados
principalmente a lesões benignas, tais como condiloma, e também à
Neoplasia Intra-Epitelial Cervical – NIC I). Os de médio – alto risco são os
de números 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56 e 59 (relacionados a
lesões de alto grau – NIC II, III e câncer) (BRASIL, 2002. Pag. 17).
A infecção pelo HPV é muito comum, até 80% das mulheres sexualmente
ativas irão adquiri-la ao longo de suas vidas. Aproximadamente 291 milhões de
mulheres são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16,
18 ou ambos (pinho, 2013).
De acordo com Nakagawa, Schirmer, Barbieri (2010)Papiloma Vírus Humano
(HPV) é uma doença infecciosa de transmissão sexual, que tem elevada prevalência
em ambos os sexos, ocorrendo assim de modo universal, embora outras formas
tenham sido identificadas. É também conhecida como condiloma acuminado,
verruga genital, crista de galo, figueira, cavalo de crista ou jacaré de crista, podendo
8
ocasionar lesões que, se não tratadas, podem se transformar em câncer de colo de
útero.
Na forma clínica condilomatosa, as lesões podem ser únicas ou múltiplas,
restritas ou difusas e de tamanho variável, localizando-se, mais
frequentemente, no homem, na glande, sulco bálano-prepucial e região
perianal, e na mulher, na vulva, períneo, região perianal, vagina e colo.
Menos frequentemente podem estar presentes em áreas extragenitais como
conjuntiva mucosa nasal oral e laríngea. Dependendo do tamanho e
localização anatômica, podem ser dolorosos, friáveis e/ou pruriginosos
(BRASIL, 2006, p. 47).
Dessa forma, principal precursor do câncer de colo de útero, o HPV é um
DNA-vírus da família Papoviridae, gênero papiloma vírus, com uma
variabilidade de subtipos, englobando mais de 100 tipos reconhecidos
atualmente, definidos pela análise da sequência de DNA, 20 dos quais
podem infectar o trato genital. O papiloma vírus humano está associado a
um espectro amplo de doenças, que variam desde a verruga vulgar até o
carcinoma invasivo do trato genital (NAKAGAWA, SCHIRMER, BARBIERI,
2010, p. 36).
O espectro das infecções pelos HPV é muito mais amplo do que se conhecia
até poucos anos atrás e inclui também infecções subclínicas (diagnosticadas por
meio de peniscopia, colpocitologia, colposcopia e biópsia) e infecções latentes (só
podem ser diagnosticada por meio de testes para detecção do vírus). O diagnóstico
do condiloma é basicamente clínico, podendo ser confirmado por biópsia (BRASIL,
2013).
Para Brasil (2006), o objetivo principal do tratamento da infecção pelo HPV é
a remoção das lesões condilomatosas, o que leva a cura da maioria dos pacientes.
Nenhuma evidência indica que os tratamentos disponíveis erradicam ou afetam a
história da infecção natural do HPV. Se deixados sem tratamento, os condilomas
podem desaparecer permanecerem inalterados, ou aumentar em tamanho ou
número.
Existindo
também
a
possibilidade
de
transforma-se
em
lesões
cancerígenas.
Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero,
dependendo da origem do epitélio comprometido: o carcinoma epidermóide, tipo
mais incidente e que acomete o epitélio escamoso (representa cerca de 80% dos
casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio glandular
(LOPES; IYEYASU; CASTRO, 2008).
9
Essa neoplasia é mais comum em mulheres de 35 e 50 anos de idade. O tipo
invasivo é, em geral, precedido de uma historia de 10 a 20 anos de alterações
celulares que variam de NIC1(neoplasia intra-epitelial) até carcinoma in situ (NIC 3).
Sem tratamento, uma pequena proporção de mulheres com NIC 1 desenvolverá
eventualmente câncer invasivo. Mesmo com uso disseminado de esfregaço em
papanicolaou para diagnóstico de doença cervical pré – invasiva, estima-se que
cerca de 900 mil casos novos ocorram por ano no mundo, com 80% em países em
desenvolvimento. (LOPES; IYEYASU; CASTRO, 2008).
As mulheres com câncer identificadas pelo rastreio têm, em média, 10 anos
de idade a mais que as mulheres com lesões precursoras, indicando que a
eventual progressão dessas lesões para câncer ocorre lentamente
(BRASIL, 2013).
O colo uterino é revestido por várias camadas de células epiteliais
pavimentosas, arranjadas de forma bastante ordenada. Nas neoplasias intraepiteliais, esta estratificação fica desordenada. Quando a desordenação ocorre nas
camadas mais basais do epitélio estratificado, estamos diante de uma displasia leve
ou neoplasia intra-epitelial cervical grau I (NIC I). Cerca de 60% das mulheres com
NIC I vão apresentar regressão espontânea, 30% podem apresentar persistência da
lesão como tal, e das demais, menos de 10% irão evoluir para NIC III, sendo a
progressão para o câncer invasor estimada em cerca de 1% (CARVALHO, TONANI,
BARBOSA, 2005) .
Se a desordenação avança até os três quartos de espessura do epitélio,
preservando as camadas mais superficiais, estamos diante de uma displasia
moderada ou NIC II. Na NIC III, o desarranjo é observado em todas as camadas.
Esta desordenação das camadas é acompanhada por alterações nas células que
vão desde núcleos mais corados até figuras atípicas de divisão celular. A coilocitose,
alteração que sugere a infecção pelo HPV, pode estar presente ou não.
(CARVALHO, TONANI, BARBOSA, 2005) .
Quando as alterações celulares se tornam mais intensas e o grau de
desarranjo é tal que as células invadem o tecido conjuntivo do colo do útero abaixo
do epitélio, temos o carcinoma invasor. As lesões precursoras do câncer do colo do
útero são assintomáticas, podendo ser detectadas por meio da realização periódica
10
do exame citopatológico e confirmadas pela colposcopia e exame histopatológico.
(CARVALHO, TONANI, BARBOSA, 2005)
Para Brasil (2013) existem praticamente dois tipos de prevenção para o
câncer do colo uterino, prevenção primária e prevenção secundária. A primária está
intimamente relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV e a secundária
associada à detecção precoce.
Na
prevenção
primária
atualmente
as
vacinas
preventivas
são
disponibilizadas apenas na rede particular de saúde. Entretanto vale ressaltar que
em setembro do ano passado, o senado aprovou um projeto de lei que prevê que
meninas de 9 a 13 anos tenham o direito de receber de graça a vacina na rede
pública de ensino. Mas, o texto ainda está sendo analisado pela câmara dos
deputados.
No Brasil tramita na Câmara dos Deputados Federais o Projeto de Lei
449/11, da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que obriga o Sistema
Único de Saúde (SUS) a oferecer imunização contra o Papilomavírus
Humano (HPV) a mulheres de 9 a 26 anos. A deputada argumenta que
trabalhos científicos comprovam que o HPV é a causa principal de um dos
tipos mais graves de câncer de cólon de útero. No Brasil, já existe vacina
aprovada contra essa infecção, “porém seu alto custo inviabiliza o acesso
dessa vacina para milhões de mulheres carentes”, afirma a parlamentar
(CÂMARA, 2013).
De acordo com Andrade (2010), duas vacinas para prevenção de infecção
pelo HPV estão registradas no Brasil. A vacina tetravalente, que teve seu registro
publicado em 2006 que está indicada para mulheres de 9 a 26 anos e previne contra
HPV tipos 6, 11, 16 e 18. A vacina bivalente teve seu registro publicado em 2008 e
está indicada para mulheres de 10 a 25 anos de idade para a prevenção contra dois
tipos de HPV, 16 e 18.
As vacinas contra HPV são preparadas a partir de partículas virais
semelhantes ao vírus ou VLP (do inglês viral-likeparticle), produzidas por
tecnologia recombinante, oriundas da proteína L1 do capsídeo viral dos
subtipos de HPV, altamente purificadas e capazes de gerar resposta
imunológica. Como as VLP não contêm DNA (ácido desoxirribonucléico)
viral, não são capazes de infectar células, se reproduzirem ou causarem
doenças (ANDRADE, 2010, P. 41)
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal, em uma ação pioneira no país,
começou a imunizar em março de 2013, meninas de 11 a 13 anos que estudam em
escolas públicas e privadas do Distrito Federal. Elas vão receber a vacina contra o
11
HPV (papilomavírus humano) mediante autorização dos pais, as jovens nessa faixa
etária poderão tomar as três doses da imunização (uma por mês) gratuitamente no
colégio em que estudam. A Secretaria estima atender 64 mil garotas entre 11 e 13
anos (SES DF, 2013).
Com relação ao controle do câncer do colo do útero, as ações contemplam a
detecção precoce por meio do exame citopatológico (prevenção secundaria); a
garantia do tratamento adequado da doença e de suas lesões precursoras em 100%
dos casos; e o monitoramento da qualidade do atendimento à mulher nas diferentes
etapas do Programa.(BRASIL, 2002).
No Brasil a prevenção secundária do câncer de colo de útero passou a ser
realizada através de várias iniciativas propostas pelo PAISM (Programa de
Assistência Integral à Saúde da Mulher), uma das quais a parceria entre o
Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) para a
implantação e do Programa Nacional de Câncer de Colo de Útero e de
Mama, cujo objetivo é reduzir a mortalidade e as repercussões físicas,
psíquicas e sociais desses cânceres na mulher brasileira, por meio da oferta
de serviços para prevenção e detecção em estágios iniciais, tratamento e
reabilitação (BRASIL, 2002, p.32).
Dentre as estratégias propostas pelo INCA no "Programa Viva Mulher",
incluísse a articulação de uma rede de comunicação com a mulher; além da
informação, capacitação e reciclagem de pessoal do Programa. As ações
preparatórias para sua execução envolvem a produção de materiais de divulgação,
que incluem textos para os meios de comunicação; folhetos para a mulher; cartazes
de coleta, de fluxograma e de sensibilização da mulher (INCA 2010).
As diretrizes e estratégias traçadas para o Programa contemplam a
formação de uma rede nacional integrada, com base em um núcleo
geopolítico gerencial sediado no município, que permitirá ampliar o acesso
da mulher aos serviços de saúde. Além disso, a capacitação de recursos
humanos (profissionais de saúde da rede de serviços), a normalização de
procedimentos e controle de qualidade e a motivação da mulher para cuidar
da sua saúde fortalecerão e aumentarão a eficiência da rede formada para
o controle do câncer. (BRASIL, 2002, p.32).
As estratégias de prevenção ao câncer de colo do útero consistem no
diagnóstico precoce das lesões do colo de útero, antes de se tornarem invasivas, o
que é feito a partir de rastreamento, compreendendo colpocitologiaoncológia ou
teste Papanicolaou, colposcopia e, mais recentemente, os testes de DNA do vírus
HPV em esfregaços citológicos ou histopatológicos (PINHO, 2003).
12
O teste colpocitológico, ou teste Papanicolaou, é considerado o método
mais eficiente e efetivo a ser aplicado coletivamente em programas de
rastreamento do câncer de colo uterino. O teste Papanicolaou é aceito
internacionalmente como instrumento mais adequado e de baixo custo para
rastreamento desta doença. A coleta do material pode ser feita por médicos,
enfermeiros e auxiliares de enfermagem, desde que treinados previamente
(BRASIL, 2010).
As práticas preventivas devem ser incentivadas, e as mulheres com vida
sexual ativa, orientadas para a realização do exame de câncer de colo de útero e
para a importância de se tornarem agentes multiplicadores de informações
pertinentes à temática, especialmente quanto aos cuidados para a realização do
exame e retorno à Unidade Básica de Saúde em busca do resultado. A comunicação
objetiva e eficaz dos profissionais de saúde para a realização do exame preventivo
sensibiliza as mulheres para a coleta do exame, sua importância e enfrentamento do
resultado desconhecido. (BRASIL, 2013).
Para Carvalho, Tonani, e Barbosa (2005) enfermeiros são profissionais
chaves no processo de prevenção e detecção do câncer. No contexto da Atenção
Primária de Saúde e dentre as atribuições específicas do enfermeiro, sob o olhar do
profissional da saúde, está à consulta de enfermagem, a qual é uma atividade
desenvolvida pelo enfermeiro na assistência a saúde, tendo por base o
monitoramento, a avaliação e a intervenção das situações de saúde/doença nos
diversos momentos do ciclo de vida das famílias. Neste sentido, pode-se afirmar que
na consulta de enfermagem, são desenvolvidas ações de promoção da saúde e
prevenção da doença.
O enfermeiro é um dos mais importantes profissionais de saúde responsáveis
pelo processo educativo da comunidade, sendo parte da sua competência divulgar
informações a respeito dos fatores de risco, desenvolver ações de prevenção e
detecção precoce, orientar as mulheres quanto a sua saúde. (BEGHINI, 2006).
O profissional Enfermeiro possui a sua atuação técnica regulamentada desde
1986, quando, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) através da Lei n. 7498,
de 25 de junho de 1986 dispôs a Regulamentação do Exercício da profissão.
(COFEN, 2002) Diante disso, conforme pressuposto da Associação Brasileira de
Enfermagem (ABEN), a consulta de enfermagem é entendida como:
13
[…] um serviço diretamente prestado pelo enfermeiro à cliente através da
qual são identificados problemas de saúde-doença, prescritas e implantadas
medidas de enfermagem que contribuam à promoção, proteção,
recuperação ou reabilitação da saúde […] (ALONSO, 2005, p.145).
Portanto, acredita-se que a consulta de enfermagem seja uma atividade na
qual o profissional da saúde criou seu espaço de trabalho, centrado não somente na
clínica, mas sim no indivíduo como um todo, intervindo no processo saúde-doença
do individuo/família proporcionando ao profissional, condições para atuar de forma
direta e independente com o cliente, caracterizando, dessa forma, sua autonomia
profissional (LOPES, MELLO, 2008).
Já no desenvolvimento da consulta de enfermagem é necessária uma
estrutura física, equipamentos apropriados, o domínio de um saber estruturado e a
competência para o desenvolvimento de determinados procedimentos técnicos, bem
como planejar as ações (ALONSO, 2008).
Por outro lado, na consulta de enfermagem o comportamento relacional é
muito significativo, uma vez que a qualidade das interações interpessoais pode
determinar o grau de aproximação entre o profissional da saúde e o indivíduo e/ou
famílias. (ALONSO, 2008)
Neste sentido, acredita-se que a consulta de enfermagem ginecológica deve
ser um momento de interação entre o profissional e o cliente, formando um vínculo,
a fim de diminuir a ansiedade e proporcionar um ambiente agradável, onde a cliente
possa se sentir descontraída e falar sobre seus medos, ansiedades, alegrias e
aspectos biopsicossociais. (LOPES, MELLO, 2008).
Na consulta de enfermagem ginecológica, o profissional atua nas ações de
controle do câncer, identificando aspectos da história de vida e de saúde da
mulher, fazendo orientações sobre as doenças sexualmente transmissíveis.
Adicionalmente, dentro do compromisso com a Educação em Saúde, o
enfermeiro organiza atividades educativas sobre o procedimento e sua
importância. Garante-se assim, que as mulheres que irão se submeter ao
exame de papanicolaou estejam bem orientadas (SANTOS, FERNANDES e
CAVALCANTI,2004, p. 68).
Para Carvalho e Queiroz (2007) é importante sublinhar que a rotina de
rastreamento citológico deve ser realizada nas unidades básica de saúde,
preferencialmente dentro da Estratégia da Saúde da Família, para maior controle e
seguimento das mulheres, atividade que vem sendo realizada pelo enfermeiro. No
14
entanto, é fundamental que este profissional saiba não só ter uma técnica de coleta
adequada, mas também interpretar um laudo citológico, reconhecendo a
classificação. Todo esse processo é de fundamental relevância.
No cenário da prevenção do câncer do colo do útero, a atuação do enfermeiro
nas equipes da atenção primária revela-se de importância fundamental. Suas
atividades são desenvolvidas em múltiplas dimensões, entre elas: realização das
consultas de enfermagem e do exame de papanicolaou, ações educativas diversas
junto a equipe de saúde e comunidade, gerenciamento e contatos para o provimento
de recursos materiais e técnicos, controle da qualidade dos exames, verificação,
comunicação dos resultados e encaminhamentos para os devidos procedimentos
quando necessário (LOPES, MELLO, 2008).
Com relação à prevenção do câncer cervical uterino, o papel da
enfermagem tem sido o de propiciar uma abordagem mais efetiva para o
controle do câncer de útero, por meio do exame citopatológico e na
educação em saúde. Assim, a enfermagem tem atuado na orientação sobre
a importância do exame de papanicolau e no diagnostico precoce da
doença, possibilitando o tratamento inicial, e diminuindo, a morbimortalidade
por esse tipo de câncer (CARVALHO, TONANI, BARBOSA, p.300).
Para Carvalho e Queiroz (2007) o profissional de enfermagem desempenha
um papel de fundamental importância no controle do câncer de colo uterino,
devendo desenvolver ações de promoção e prevenção, cuidando individualmente da
família e comunidade, informando e detectando os fatores de risco aos quais os
indivíduos estão submetidos, promovendo educação em saúde, contribuindo na
detecção precoce e adesão ao tratamento.
A equipe de enfermagem tem grande importância na realização de programas
educativos, acolhimento e rastreamento da doença, a fim de combater o alto índice
de câncer de colo de útero e diminuir a quantidade de óbitos na população feminina
(BEGHINI, 2006).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos do estudo através de revisão bibliográfica foram que o
enfermeiro pode prestar importante contribuição para a prevenção do câncer de colo
de uterino, destacando-se, dentre outras sua participação nos controles de fatores
de risco, na realização da consulta ginecológica e do exame Papanicolau, influindo
para um maior e melhor atendimento à demanda, efetivando um sistema de registro
de qualidade, intervindo para o encaminhamento adequado das mulheres que
apresentarem alterações citológicas.
O envolvimento da enfermagem nas questões referentes ao câncer se da na
medida em que, na atualidade, este se refere um problema de saúde publica, face à
sua magnitude (elevada morbimortalidade) e transcendência (alto custo social e
econômico).
O Enfermeiro está totalmente inserido nas políticas publicas atuais praticadas
no Brasil, onde ele é o receptor principal da clientela de livre demanda nas unidades
básicas de saúde, além de incentivador da população a qual ele é referenciado.
Sabe-se ainda que este profissional possui ferramentas importantíssimas neste
processo de educação e informação a população.
A revisão bibliográfica mostra que o enfermeiro é um profissional habilitado e
qualificado para a realização do rastreio e detecção precoce do câncer do colo de
útero, além de, através da educação em saúde incentivar e motivar a população
feminina com medidas de precauções contra o HPV (principal agente causador do
câncer de colo de útero em mulheres com vida sexual ativa).
Em virtude da importância dessa prevenção as alunas Divani e Nayane
autoras desse trabalho realizaram uma visita na unidade posto de saúde N° 04 do
Riacho Fundo II, a fim de observar e comparar os estudos literários. Nessa visita foi
observado que durante a consulta é feito uma anamnese durante uma triagem.
Percebe-se que muitos desses clientes não estão preparados psicologicamente para
realização do exame e informados sobre as DSTS, exigindo do enfermeiro uma
orientação cautelosa usando termos mais leigos para facilitar o seu entendimento.
16
Sugerindo o uso dos preservativos e orientando sobre os benefícios do exame. No
ato da coleta do Papanicolau é feito exame físico inclusive das mamas para detectar
módulos mamários, se observado algum tipo de inflamação ou DST’S é solicitados
encaminhamento para tratamento com um médico especialista. Observado que o
enfermeiro está apto a atuar, e tem boa interação com a clientela daquela região
exercendo seu primordial papel de educador. Em relação à cliente ao sair do
atendimento bem orientada ela não somente retornará para receber seu resultado,
passará a fazer o exame periodicamente e se transformará em um agente
multiplicador em sua comunidade. Corroborando e confirmando os achados literários
do presente estudo.
17
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