ratura dessa substância em 1o C. A energia Q necessária para alterar a temperatura de uma massa m de uma Dois corpos estão em equilíbrio térmico um com o outro substância em ∆T é se não trocarem energia enquanto em contacto térmico. Q = mC∆T A lei zero da termodinâmica diz que, se dois corpos A e B estiverem separadamente em equilíbrio com um onde C é o calor específico da substância. terceiro corpo C, então A e B estão em equilíbrio um com A energia necessária para mudar a fase de uma substâno outro. cia de massa m é Q = ±mL Temperatura é a propriedade que determina se um corpo está em equilíbrio térmico com outros corpos. Dois onde L é o calor latente da substância e depende da naobjectos estão em equilíbrio térmico um com o outro se tureza da mudança de fase e das propriedades da subsse encontrarem à mesma temperatura. tância. O sinal positivo é usado caso a energia entre no sistema, o negativo é usado caso o deixe. A unidade SI de temperatura absoluta é o kelvin, que é definda como sendo a fracção 1/273.16 da temperatura O trabalho realizado num gás à medida que o seu vodo ponto triplo da água. lume passa do valor inicial Vi para o volume final Vf é Z Vf Quando a temperatura de um corpo sofre uma alteração W = − P dV ∆T , o seu comprimento sofre uma alteração ∆L que é TEMPERATURA Vi proporcional a ∆T e ao seu comprimento inicial Li : onde P é a pressão, que pode variar durante o processo. Para determinal W , o processo tem de ser completamente especificado – isto é, P e V têm de ser conhecionde a constante α é o coeficiente médio de expansão dos em todos os passos. Por outras palavras, o trabalho linear. O coefiente médio de expansão de volume β realizado depende do caminho tomado entre os estados para um sólido é aproximadamente igual a 3α. iniciais e finais. ∆L = αLi ∆T Para um gás ideal, a quantidade P V /nT é constante. A primeira lei da termodinâmica diz que, quando um Um gás ideal é descrito pela equação de estado: sistema sofre uma variavção de um estado para outro, a variação da energia interna é dada por P V = nRT = N kB T ∆U = Q + W onde n é o número de moles do gás, V é o seu volume, R é a constante universal dos gases (8.314 J/mol · K) onde Q é a energia transferida para o sistema através de e T é a temperatura absoluta. Um gás real comporta- calor e W é o trabalho realizado no sistema. Apesar de se aproximadamente como um gás ideal se tiver baixa que Q e W dependem ambos do caminho tomado entres os estdos inicial e final, a quantidade ∆U é independente densidade. do caminho. CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA Num processo cíclico (um que parte e termina no Energia interna é toda a energia do sistema associada mesmo estado), ∆U = 0 e, portanto, Q = −W . Isto com as componentes microscópicas do mesmo. Energia é, a energia transferida para o sistema por meio de cainterna inclui energia cinética da translação, rotação e vi- lor é igual ao simétrico do trabalho realizado no sistema bração aleatórias das moléculas, energia potencial das durante o processo. moléculas e energia potencial entre as moléculas. Num processo adiabático, não é transferida energia enCalor é a transferência de energia através da fronteiro tre o sistema e a sua vizinhança (Q = 0). Consequende um sistema como resultado duma diferença de tem- tente, a primeira lei dá-nos que ∆U = W . Isto é, a peratura entre o sistema e a sua vizinhança. Usamos o energia inteira varia como consequência do trabalho reasímbolo Q para designar a quantidade de energia trans- lizado no sistema. Numa Expansão adiabática livre de ferida por este processo. um gás, Q = 0 e W = 0, pelo que ∆U = 0. A caloria é a quantidade de energia necessária para au- Os processos isobáricos são aqueles que ocorrem a mentar a temperatura de 1 g de água de 14.5o C para pressão constante. O trabalho realizado num gás num 15.5o C. O equivalente mecânico do calor é 1 cal = processo deste tipo é dado por W = −P (Vf − Vi ). 4.186 J. Os processos isovolumétrico são aqueles que ocorrem A capacidade térmica CT de uma substância é a quan- a volume constante. Nenhum trabalho é realizado em tais tidade de energia necessária para aumentar a tempe- processos, pelo que ∆U = Q. 1 Os processos isotérmicos são aqueles que ocorrem A energia interna de N moléculas (ou n mol) de um gás a temperatura constante. Para um gás ideal, P V = ideal monoatómico é constante e o trabalho realizado é dado por 3 3 U = N kB T = nRT 2 2 Vi W = nRT ln Vf A variação de energia interna para n mol de qualquer gás A energia pode ser transferida por trabalho e por con- ideal que sofra uma variação de temperatura ∆T é dução, convexão e radiação. Condução pode ser vista como uma troca de energia cinética entre moléculas e electrões que colidem. A taxa de transferência de energia por condução, com fluxo de calor unidimensional segundo x, é dT P = −kAx dx onde k é a condutividade térmica do material, Ax é a área da secção e dT /dx é o gradiente de temperatura. Esta equação pode ser usada em muitas situações nas quais a taxa de transferência de energia através de energia é importante. Num estado de equilíbrio, o gradiente de temperatura é o mesmo ao longo do bloco e é dado por dT Th − Tc = dx L Q = ∆U = ncV ∆T Q = ncP ∆T onde cV e cP são o calor molar específico a volume e a pressão constante, respectivamete. O calor molar específico de um gás ideal monoatómico a volume constante é cV = 23 R; o calor molar específico a pressão constante é cP = 52 R. A razão dos calores específicos é dada por γ = cP /cV = 53 . Se um gás ideal sofrer uma expansão ou compressão adiabática, a primeira lei da termodinâmica, junto com a equação de estado, mostram que P V γ = constante Na convexão, uma substância quente transfere energia A lei de distribuição de Boltzmann descreve a distribuição de partículas pelos vários estados de energia acesde um local para outro. síveis. O número relativo de partículas com energia entre Todos os objectos emitem radiação sob a forma de on- E e E + dE é nV (E)dE, onde das electromagnéticas à taxa nV (E) = n0 e−E/kB T P = σAeT 4 Pnet = σAe T 4 − T04 A distribuição de velocidades de Maxwell-Boltzmann Um objecto mais quente que a sua vizinhança erradia descreve a distribuição da variável aleatória a que corresmais energia do que absorve, enquanto um objecto mais ponde a velocidade das moléculas num gás. A função de frio que a sua vizinhança absorve mais energia do que densidade de probabilidade é dada por: erradia. 2 m v 2 e−mv /2kB T fv = 4π 2πk T B TEORIA CINÉTICA DOS GASES A pressão de N moléculas de um gás ideal contido num Para amostras muito grandes, temos para o valor eficaz, a média e a velocidade mais provável: volume V é r r 2N 1 p P = mv 2 3k T kB T B 3V 2 vrms = v 2 = = 1.73 m m r r 8kB T kB T A energia cinética translacional por molécula de gás, v= = 1.60 1 2 , está relacionada com a temperatura T do gás de mv πm m 2 r r acordo com a expressão 2kB T kB T vmp = = 1.41 1 3 πm m mv 2 = kB T 2 2 Isto é, estes são os valores esperados para as estatíticas onde kB é a constante de Boltzmann. Cada grau de liberdade translacional (x, y ou z) tem 21 kB T de energia associada. em questão. MÁQUINAS TÉRMICAS, ENTROPIA E A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA O teorema da equipartição de energia afirma que a energia de um sistema em equilíbrio térmico está uni- Uma máquina térmica é um dispositivo que retira energia formemente distribuída por todos os graus de liberdade. sob a forma de calor e, através de um processo cíclico, 2 • A entropia do Universo aumenta em todos os processos reais. expele uma fracção dessa energia pelo meio de trabalho. O trabalho total realizado por uma máquina térmica durante um processo cíclico (∆U = 0) é A variação da entropia dS de um sistema durante um processo entre dois estados de equilíbrio infinitesimalonde |Qh | é a energia tirada da fonte quente e |Qc | é a mente separados é energia expelida para a fonte fria. dQr A eficiência térmica e de uma máquina térmica é dS = T |Qc | Weng =1− e= onde dQr é a transferência de energia sob a forma de ca|Qh | |Qh | lor para um processo reversível que liga os estados final e inicial. A mudança de entropia de um sistema durante O COP de uma bomba de calor e de um refrigerador são um processo arbitrário entre um estado inicial e um esdados, respectivamente, por tado final é Z f |Qh | dQr COPhp = ∆S = W T i |Qc | COPref = W O valor de ∆S para o sistema é o mesmo para todos os Weng = |Qh | − |Qc | caminhos que liguem os estados inicial e final. A variaA segunda lei da termodinâmica pode ser enunciada ção de entropia para um sistema que sofra um processo das duas seguintes formas: reversível e cíclico é nula e quando tal processo ocorre, a entropia do Universo permanece constante. • É impossível construir uma máquina térmica que, operando ciclicamente, não produza outro efeito que De um ponto de vista microscópico, a entropia de uma não receber energia sob a forma de calor duma fonte dado macroestado é definida como e realizar um trabalho igual (Kelvin-Planck). S ≡ kB lnW • É impossível construir uma máquina cíclica cujo único efeito seja transferir energia continuamente, onde kB é a constante de Boltzmann e W é o número de sob a forma de calor, de um corpo para outro a uma microestados do sistema que correspondem ao macrotemperatura superior sem que receba energia sob a estado. forma de trabalho (Clausius). INTRODUÇÃO À FÍSICA QUÂNTICA Num processo reversível, o sistema pode tornar às suas condições iniciais através do mesmo caminho num dia- As características da radiação do corpo negro não grama P V e cada ponto ao longo dessa caminho é um podem ser explicadas através de conveitos clássicos. estado de equilíbrio. Um processo que não satisfaça este Planck introduziu o conceito de quantum e a constante requisito é irreversível. O teorema de Carnot afirma de Planck quando assimiu que osciladores atómicos que que nenhuma máquina térmica real pode operar (irrever- existindo apenas em estados de energia discretos eram sivelmente) entre as temperaturas Tc e Th pode ser mais responsáveis por esta radiação. No modelo de Planck, eficiente que uma máquina a operar reversivelmente num a radiação é emitida em pacotes quantizados quando o oscilador faz uma transição entre estados discretos ciclo de Carnot entre as mesmas duas temperaturas. de energia. Einstein extendeu a hipótese de Planck às Dado que para um ciclo de Carnot |Qh |/|Qc | = Th /Tc , ondas estacionárias da radiação electromagnética numa a eficiência térmica de uma máquina térmica a operar cavidade usada no modelo da radiação do corpo negro. neste ciclo é Tc O efeito fotoeléctrico é um processo em que os eleceC = 1 − trões são ejectados de uma superfície metálica quando Th luz incide sobre essa superfície. No modelo de Einstein, A segunda lei da termodinâmica afirma que, quando um a luz é vista como uma corrente de partículas, ou fotões, processo real (irreversível) ocorre, o grau de desordem cada um com energia E = hf , onde f é a frequência e h no sistema mais o da vizinhança aumenta. Quando um é a constante de Planck. A energia cinética máxima dos processo ocorre num sistema isolado, o estado do sis- fotoelectrões ejectados é tema torna-se mais desordenado. A medida da desordem num sistema é chamada entropia S. Desta forma, Kmax = hf − φ uma outra maneira de enunciar a segunda lei da termodinâmica é onde φ é a função de trabalho do metal. 3 Os raios-x são dispersos em vários ângulos por electrões num alvo. O efeito Compton é um desvio no comprimnento de onda observado nos raios-x dispersos. A física clásica não prevê o comportamento correcto neste efeito. Se o raio-x for tratado como um fotão, a conservação de energia e momento linear aplica às colisões electrãofotão dá-nos o desvio: MECÂNICA QUÂNTICA Combinado um grande número de ondas, uma única região de interferência construtiva, denominada pacote de onda, pode ser criada. O pacote de onda tem a característica da localização como uma partícula, mas tem propriedades de onda porque é feito de ondas. Para uma onda individual no pacote, a velocidade de fase é onde A é o valor máximo de ψ. A partícula tem um comprimento de bem definido λ com valores tais que L = nλ/2. Os estados permitidos de uma partícula numa caixa tem valores de energia quantizados dados por 2 h En = n2 n = 1, 2, 3, ... 8mL2 Em mecânica quântica, uma partícula num sistema pode ser representada pela função de onda ψ(x, y, z). A probabilidade por unidade de volume (ou densidade de probabilidade) de que uma partícula seja encontrada num ponto é |ψ|2 = ψ ∗ ψ, onde ψ ∗ é o conjugado complexo de ψ. Se a partícula estiver restricta a mover-se ao longo h do eixo x, a probabilidade de que esteja num intervalo dx (1 − cos θ) λ0 − λ0 = me c é |ψ|2 dx. Para mais, a soma destas probabilidades em onde me é a massa do electrão. c é a velocidade da todos os valores de x tem de ser 1: Z ∞ luz e θ é o ângulo de dispersão. Os comprimentos de |ψ|2 dx = 1 onda relacionam-se com a energia cinética segundo a −∞ expressão: hc hc Esta é chamada a condição de normalização. − 0 =K λ λ O valor esperado é dado por: A luz tem uma natureza dual – tem características quer Z ∞ Z ∞ de onda, quer de partícula. Alguns dados experimentais E(x) ≡ x|ψ|2 dx = ψ ∗ xψ dx podem ser explicados somente, ou melhor pelo modelo −∞ −∞ da partícula, outros somente, ou melhor, pelo modo da onda. Se uma partícula de mass m for restricta a mover-se numa caixa unidimensional de comprimento L cujas paTodos os corpos de massa m e momento p = mv tem redes são impenetráveis, requeremos que ψ seja nulo proprieddes de onda, com um comprimento de onda nas paredes e fora da caixa. As funções de onda para de de Broglie dado por: este sistema são dadas por h h nπx λ= = n = 1, 2, 3, ... ψ(x) = A sin p mv L vphase = ω k A função de onda para um sistema tem de satisfazer a equação de Schrödinger. A equação de Schrödinger para uma partícula confinada a mover-se ao longo do eixo dos x é ~2 d 2 ψ − + U ψ = Eψ 2m dx2 onde E é a energia total do sistema e U é a energia potencial. Para o pacote de onda como um todo, a velocidade grupo é dω vg = dk Para um pacote de onda que representa uma partícula, pode mostrar-se que a velocidade de grupo é igual à da partícula. O princípio da incerteza de Heisenberg afirma que se é feita uma medição da posição com incerteza ∆x e uma medição simultânea de momento linear é feita com incerteza ∆px , o produto das duas incertezas está restricto a ~ ∆x∆px ≥ 2 Outra forma do princípio da incerteza relaciona medições de energia e tempo: A abordagem da mecânica quântica é resolver esta última equação para ψ e E, dada a energia potencial U (x) para o sistema. Ao fazê-lo, temos de colocar as seguintes restrições a ψ(x): 1. ψ(x) tem de ser contínua 2. limx→±∞ ψ(x) = 0 3. ~ ∆E∆t ≥ 2 4 dψ dx tem de ser contínua para todos os valores finitos de U (x)