ÁREA: CV (X) CHSA ( ) ECET ( ) O IMPACTO DA MINERAÇÃO DE OPALA NA RIQUEZA E DIVERSIDADE DE BROMÉLIAS NO MUNICÍPIO DE PEDRO II - PI Thales Eduardo Galdino Andrade (Bolsista PIBIC/UFPI), Gardene Maria de Sousa (Orientadora, Departamento de Biologia-UFPI) Introdução Na flora brasileira a família Bromeliaceae é grandemente distribuída, incluindo 3172 espécies e possui um alto nível de endemismo em diferentes habitats (AZEVEDO et. al., 2011), ocorrem em latitudes tropicais e subtropicais das Américas entre os paralelos 37º N e 44º S nas mais variadas condições de altitude, temperatura e umidade (WENDT 1999). No município de Pedro II, localizado no norte do Piauí, encontra-se a única reserva de opala nobre do Brasil, que é responsável pela produtividade mundial desse minério, juntamente com as reservas australianas. Por muitas décadas a exploração no município foi realizada de maneira irregular. A ação antrópica cria novos ecossistemas que abrigam uma flora distribuída biogeograficamente diferente da natural e que vem se especializando em viver neste meio alterado desde o advento da agricultura e da urbanização há, aproximadamente, 9000 anos (Tivy, 1993). Este trabalho objetivou a construção de mapas biogeográficos a fim de estudar a distribuição das espécies de Bromeliaceae no semiárido piauiense próximo aos locais de exploração mineral, para auxílio no manejo de recuperação das áreas degradadas. Metodologia A biogeografia estuda a distribuição de plantas e animais num contexto espacial e temporal, focando na maioria das vezes fatores evolutivos que expliquem os padrões de distribuição. Neste trabalho seu método se aplica na compreensão da estrutura populacional de Bromeliaceae no semiárido piauiense em regiões onde há direta ou indireta ação antrópica. Para se realizar o estudo biogeográfico foram escolhidas três regiões do município: Chapada do Bom Lugar (Delimitação I), Início da Serra dos Matões Mangabeira (Delimitação II) e estrada da Cachoeira do Salto Liso (Delimitação III), esta última se encontra dentro da Serra dos Matões. Cada delimitação com área de 0,015 hectares (10m x 15m), utilizou-se fita métrica para fazer as medidas das laterais do cerco geográfico e das distâncias existentes entre os indivíduos vivos dentro da delimitação. Dentro dos cercos geográficos houve contagens de indivíduos e foram construídos mapas geográficos das três delimitações em papel A4 para a representação das áreas estudadas de forma a serem especificadas as touceiras (junção de vários indivíduos) e também indivíduos isolados, medidas detalhadas entre os espécimes e tamanho relativo deles.A medida de um indivíduo a outro foi realizada tendo como ponto inicial o eixo central do primeiro e como ponto final o eixo central do segundo indivíduo, assim também com as touceiras. Os dados foram coletados em unidade de metro levando em consideração até o segundo algarismo após a vírgula. Resultados e Discussão A espécie mais abundante no município é Encholirium erectiflorum e os círculos coloridos ÁREA: CV (X) CHSA ( ) ECET ( ) de cor verde nos mapas representam indivíduos ou touceiras dessa espécie, exceto no mapa 2 onde há também ocorrência de Neoglaziovia variegata. Cada círculo nos mapas é proporcional ao tamanho real dos espécimes e a legenda mostra que os círculos coloridos em verde escuro representam as touceiras assim como os círculos em verde claro representam os indivíduos isolados. O número dentro de cada círculo está informando quantos indivíduos há e a informação dada entre alguns dos círculos é a medida que há entre os eixos centrais de cada indivíduo isolado ou touceira. Na delimitação I (Chapada do Bom Lugar, mapa 1) foram encontrados seis indivíduos, um indivíduo isolado e duas touceiras. É interessante observar a distância entre esses indivíduos e a disposição espacial proveniente da dispersão das sementes dessa espécie. Mapa 1: Chapada do Bom Lugar Na delimitação II (Início da Serra dos Matões Mangabeira, mapa 2) foi encontrada uma touceira de Caroá (Neoglaziovia variegata), espécie de bromeliaceae de folhas vermelhas ou rosadas, típica da caatinga em que recentes estudos da Univasf (Universidade do Vale do São Francisco) revelaram a presença de flavonoides que atuam contra inflamações. No mapa a touceira de Neoglaziovia variegata está especificada no circulo colorido em verde folha com quatro indivíduos. Mapa 2: Início da Serra dos Matões Mangabeira A última delimitação foi feita na estrada para a Cachoeira do Salto Liso (Mapa 3), foram ÁREA: CV (X) CHSA ( ) ECET ( ) contabilizadas setenta e quatro bromélias, seis isoladas e dezesseis touceiras. Mapa 3: Estrada da Cachoeira do Salto Liso Conclusão Os dados obtidos podem auxiliar na definição de trabalhos em áreas degradadas, uma vez que as bromélias servem como abrigo e são promotoras de recursos para animais da natureza. Reflorestar dando condições para os animais se reestabelecerem no local é uma das maiores preocupações nos projetos de recuperação de áreas degradadas da atualidade. Conhecer a distribuição espacial de bromeliaceae também nos baseia para prever o comportamento destas num possível trabalho de recuperação nas áreas exploradas de Pedro II, pois, sua distribuição está diretamente ligada a seus processos de dispersão de sementes, seja por autocoria, zoocoria ou anemocoria. Este tipo de estudo também contribui para aumento de informações no banco de dados de Bromeliaceae, que se trata de uma família tão importante nos ecossistemas tropicais. Apoio Universidade Federal do Piauí e CNPq. Referências AZEVEDO, A. A.; SILVA, L. C. da.; OLIVEIRA, T. S. de.; PEREIRA, T. A R. Comparative leaf anatomy of four species os Bromelioideae (Bromeliaceae) occuring in the Atlantic Forest, Brazil. Canadian Journal of Botany, Canada, v.89, n.4, p.243, 2011. WENDT, T. Hibridização e isolamento reprodutivo em Pitcairnia (Bromeliaceae). Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro. 141p. 1999. TIVY, J. Biogeography: a study of plants in the ecosphere. London: Longman. 452 p. 1993. Palavras-Chave: Biogeografia. Bromeliaceae. Cerrado. Distribuição.