Tosse e resfriado comum em crianças e adolescentes

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ProtocoloAssistencial
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Tosse e resfriado comum em crianças e adolescentes - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
Tosse e resfriado comum em crianças e adolescentes
1.
DEFINIÇÂO
A tosse é um dos mais frequentes motivos de consultas em unidades de pronto atendimento e
impacta em bilhões de dólares gastos anualmente em consultas médicas e medicamentos nos EUA. (1)
A tosse é um reflexo protetor da via respiratória, particularmente quando há grande quantidade
de secreção. Pode decorrer de alterações em qualquer porção do trato respiratório, desde infecções
virais não complicadas das vias aéreas superiores até pneumonias ou doenças graves como a fibrose
cística. Raramente, pode ser sintoma de doenças extrapulmonares, como insuficiência cardíaca.(1,2)
O resfriado comum é uma condição autolimitada, de causa viral (rinovírus, influenza,
parainfluenza, adenovírus, vírus respiratório sincicial e coronavírus) que constitui a principal causa de
tosse na criança e para a qual não há indicação de terapêutica específica. Deve ser distinguido
clinicamente de infecções bacterianas como pneumonia, otite média aguda ou faringite estreptocócica,
além de bronquiolite e crise asmática. Complicações (otite média aguda, sinusites, pneumonia) podem
desenvolver-se em 8 a 12% dos casos.(1,2)
Na maioria das vezes, os pais levam crianças com infecções virais de vias aéreas superiores ao
pronto atendimento por estarem preocupados com sintomas como tosse, dor de garganta, febre,
obstrução nasal ou dificuldade para alimentação. O pediatra deve reconhecer as dificuldades dos pais
em lidarem com a tosse e suas preocupações, como qual a causa da tosse, o prejuízo do sono ou da
alimentação da criança, se esta pode ser sinal de doença grave, se a criança corre risco de sufocar ou
de sofrer lesões permanentes do trato respiratório.(1,2)
Em crianças com tosse crônica, é necessário definir a causa para indicação de terapêutica
específica, se houver.(2,3)
Existem, atualmente, protocolos específicos para abordagem do paciente de risco com quadro
clínico definido como síndrome gripal (quadro agudo de febre e tosse), para os quais há manejo
específico.
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MEDICO
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23/11/2012
08/10/2014
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Sandra Cristina P. L.
Shiramizo
Elda Maria Stafuzza
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Antonio Silva B.
Neto | Oscar
Fernando Pavao
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2.
POPULAÇÃO ALVO:

3.
População pediátrica 0 a 16 anos com queixa de tosse e/ou sintomas de resfriado comum
POPULAÇÃO EXCLUÍDA

Pacientes maiores de 16 anos;

Pacientes com imunodeficiências e/ou em tratamento imunossupressor;

Pacientes portadores de doenças pulmonares ou cardíacas crônicas;

Pacientes com síndrome gripal que fazem parte dos grupos de risco para complicações
(conforme protocolo específico).
4.
DIAGNÓSTICO
Sintomas atribuíveis ao resfriado comum incluem tosse, coriza, obstrução nasal, dor de
garganta, febre, mal-estar, cefaleia e inapetência. (1)
Em relação à abordagem da tosse, consideram-se sua característica, sinais ou sintomas
associados e tempo de evolução.
Classifica-se a tosse como seca ou produtiva (ou úmida, em crianças menores que não engolem
o escarro), inespecífica ou específica (quando associada a sinais de doença pulmonar ou sistêmica) e
aguda ou crônica. Ainda, há quadros em que a tosse pode ser classicamente reconhecida, como a
tosse ladrante na crupe ou em salvas, sugerindo coqueluche. Mesmo nestes casos, a história e exame
clínicos completos são essenciais na determinação da etiologia.(2,3)
Para crianças com queixa de tosse aguda, o diagnóstico da causa será clínico, incluindo a exclusão
de patologias que exigem terapêutica específica, como crise asmática, bronquiolite, pneumonia, sinusite
bacteriana aguda.
4.1 Tosse aguda X tosse crônica
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Há divergência nas definições de tempo para classificação da tosse como crônica, variando de 3 a
12 semanas. De forma geral, a tosse causada por infecções virais de vias aéreas superiores resolve-se
em até 10 dias em 50% das crianças e em até 25 dias em 90% delas. Utilizaremos, portanto, a
denominação de tosse crônica para os casos com duração superior a 4 semanas.
Muitas vezes a tosse crônica decorre de infecções virais recorrentes, porém devem ser
considerados diagnósticos diferenciais incluindo asma, aspiração de corpo estranho, fibrose cística,
tuberculose, outras doenças pulmonares crônicas, doença do refluxo gastroesofágico ou cardiopatias.
Sugere-se, para diagnóstico da causa da tosse crônica, portanto, realização de radiografia de tórax.
Espirometria também está indicada no seguimento ambulatorial.
Em crianças com tosse crônica seca e inespecífica, a resolução espontânea do quadro é esperada
em cerca de 4 a 8 semanas. (2,3)
4.2 Tosse específica X tosse inespecífica
Sinais associados a tosse crônica específica, que devem alertar para a possibilidade de doença
pulmonar ou sistêmica incluem: início no período neonatal, tosse crônica úmida ou purulenta, início
após episódio de engasgo, se a tosse ocorre durante ou logo após a alimentação, sinais clínicos de
doença sistêmica, sinais de hipoxemia crônica, pneumonias de repetição ou mau ganho pônderoestatural. Os casos sugestivos de tosse crônica específica deverão ser encaminhados para seguimento
e investigação com especialista.(2,3)
5.
TRATAMENTO:
O resfriado comum é um quadro autolimitado e com baixa chance de complicações e sem
indicação de tratamento específico. Nenhuma droga tem eficácia demonstrada em diminuir o tempo de
curso ou prevenir complicações associadas ao resfriado comum. O uso de antibióticos em pacientes
com infecções agudas virais de vias aéreas superiores não previne a ocorrência de complicações
bacterianas. O tratamento visa o conforto do paciente. (1, 4, 5,6)
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Uma vez que a tosse é um reflexo protetor da via aérea, ela não deve ser suprimida por
medicamentos, mas acalmada por remédios seguros. O uso de medicamentos antitussígenos ou
antigripais é causa comum de efeitos adversos, principalmente em crianças menores de 5 anos e
associados a ingestão não supervisionada. Especialmente, as preparações com múltiplos componentes
oferecem maior risco de intoxicação exógena, pela imprecisão da prescrição de dose e possibilidade de
a criança receber mais de uma preparação contendo o mesmo componente.
Não há evidência que dê suporte ao uso de expectorantes, mucolíticos, anti-histamínicos,
antitussígenos ou descongestionantes simpatomiméticos nos quadros de resfriado comum. As medidas
seguras de eficazes para o tratamento incluem hidratação oral e lavagem nasal com solução salina.
Líquidos doces e quentes (como chás) acalmam a tosse e seu uso deve ser encorajado. O uso do mel
(0,5 a 2 colheres de sopa) antes de dormir promove melhora da qualidade do sono.(1,4,5,6,7)
Em crianças evoluindo com tosse crônica inespecífica, a suspeita de descarga nasal posterior
crônica pode ser tratada com antibióticos, porém com efeitos modestos (NNT=8). (2)
6.
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7.
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Quantificar a não prescrição de medicamentos antigripais e/ou antitussígenos para os
diagnósticos de tosse aguda e resfriado comum.
8.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Department of Child and Adolescent Health and Development – World Health Organization
“Cough and cold remedies for the treatment of acute respiratory infections in Young children”
WHO, 2001.
2. Chang, AB “Cough” Pediatr Clin N Am 56 (2009) 19-31.
3. Jongste, JC & Shields, MD “Cough 2: Chronic cough in children” Thorax 2003; 58: 998-1003.
4. Schaefer, MK et al “Adverse events from cough and cold medications in children” Pediatrics
2008; 121: 783-787.
5. Vernacchio, L et al “Cough and cold medications use by US children, 1999-2006: Results from
the Sloane Survey” Pediatrics 2008; 122:e323-e329.
6. Smith, SM et al “Over-the-counter (OTC) medications for acute cough in children and adults in
ambulatory settings” Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library,
issue 05 Art. No. CD001831. DOI: 10.1002/14651858.CD001831.pub3.
9.
ELABORAÇÃO RESTE DOCUMENTO
Autora: Cristina Quagio Grassiotto.
Grupo de Protocolos de Pediatria para Unidades de Pronto Atendimento: Flavio Rocha Brito
Marques, Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires, Cristina Quagio Grassioto, Ariel Levy, Edwin Adolfo
Silva Tito.
TOSSE E RESFRIADO COMUM EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
ORIENTAÇÕES PÓS ALTA HOSPITALAR
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Informações sobre a doença
O resfriado comum é uma doença viral de evolução autolimitada, que tem baixo risco de complicações e
constitui a causa mais frequente de tosse em crianças. Caracteriza-se por sintomas como tosse, obstrução nasal,
coriza, dor de garganta e dificuldade para alimentar-se. O uso de medicamentos e antibióticos não modifica o
curso da doença, nem previne a ocorrência de complicações.
A tosse é um reflexo normal de proteção das vias aéreas e, por isto, não deve ser suprimida com
medicamentos, mas acalmada de forma segura. Não existe evidência de que medicamentos contra tosse ou
antigripais levem a melhora significativa do quadro e sabe-se que estes podem causar efeitos adversos
indesejáveis.
Habitualmente, a tosse provocada por infecção viral prolonga-se por vários dias, chegando a cerca de 4
semanas, sem maiores complicações. Complicações podem ocorrer em 8 a 12% das crianças e incluem otite,
sinusite e pneumonia.
Sobre o tratamento
Está comprovado que medidas seguras e eficientes para acalmar a tosse incluem a lavagem nasal com
solução salina, a hidratação oral e a oferta de líquidos doces e aquecidos (como chás) e mel (de meia a 2 colheres
de sopa, antes de dormir, para crianças maiores de 1 ano).
Instruções para a casa




Ofereça mais líquidos à criança ao longo do dia;
Aplique soluções salinas (solução fisiológica, cloreto de sódio 0,9%) para lavagem nasal várias vezes ao
dia;
Ofereça chá ou mel (para criança maior de 1 ano) antes da criança dormir;
Eleve a cabeceira da cama da criança.
Retorne com seu médico ou ao pronto atendimento se:







Febre persistente;
Dificuldade para respirar;
Dor de ouvido;
Coriza escurecida, esverdeada ou purulenta;
Dor no tórax;
Prostração, queda do estado geral ou sinais de piora;
Persistência da tosse por mais de 4 semanas.
Cristina Satoko Mizoi (02/01/2014 02:34:02 PM) - Atualização do Protocolo
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Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires (07/10/2014 02:44:38 PM) - Diretriz revisada e reformatada.
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