Preventivo de câncer de colo uterino

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PREVENTIVO DE CÂNCER DE COLO UTERINO: CARACTERIZANDO A
POPULAÇÃO FEMININA GUARAPUAVANA QUE NÃO REALIZA O EXAME
Mayara Lazzarini (BIC- UNICENTRO), Paolla Maia Mandu (ICV - UNICENTRO),
Alexandra Bittencourt Madureira (Orientadora – Dep. De Enfermagem/
UNICENTRO), e-mail: [email protected]
Palavras-chave: Saúde da mulher; Câncer de Colo; Prevenção.
Resumo:
O exame preventivo de câncer de colo uterino é o procedimento mais utilizado para
a detecção precoce deste câncer. Tem-se como objetivo geral deste estudo
caracterizar a população feminina do município, que freqüenta os Centros
Integrados de Atendimento e que não realiza exame preventivo de câncer de colo
uterino. Trata-se de um estudo exploratório de abordagem qualitativa, onde
entrevistou-se 36 mulheres que nunca realizaram ou que não realizam o exame de
Papanicolau a mais de três anos. A partir das entrevistas e da análise, observou-se
que uma grande parte das mulheres nunca haviam realizado o exame. Dentre os
motivos para a não realização, a vergonha, o medo, o descuido com a saúde e a
falta de conhecimento sobre sua importância, foram os mais citados.
Introdução (Arial 12, Negrito, alinhado à esquerda)
O exame preventivo de câncer de colo uterino é o procedimento mais utilizado para
a detecção precoce deste câncer (INCA, 2002). Sabe-se que todas as instâncias
oficiais, como Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e o Ministério da Saúde,
vêm se preocupando com a prevenção do Câncer de colo uterino, realizando
campanhas, mutirões. Estas intervenções estão fazendo com que o número de
mulheres que realizam o exame preventivo cresça, porém, existe uma significativa
quantidade de mulheres que não fazem o exame (MADUREIRA, 2003). Sendo
assim tem-se com objetivo geral caracterizar a população feminina do município, em
idade fértil, que freqüenta os Centros Integrados de Atendimento (CIA) e que não
realiza exame preventivo de câncer de colo uterino.
Materiais e Métodos
Metodologia
Estudo do tipo exploratório e descritivo com abordagem qualitativa.
Campo de estudo
A pesquisa foi realizada no município de Guarapuava, que possui 22 unidades de
Programa da Saúde da família (PSF), 10 Centros Integrados de Atendimento (CIA) e
um Posto de saúde (PS) distribuídos pelos bairros periféricos, distritos e centro da
cidade.
Foram pesquisados, todos os CIAs do município, a fim de que se possa
caracterizar os Centros Integrados de Atendimento quanto a procura e realização do
exame preventivo de câncer de colo uterino.
Sujeitos
Foram sujeitos deste estudo, 36 mulheres (de 2 a 4 mulheres em cada unidade) que
nunca realizaram o exame citopatológico de Papanicolaou, ou que não realizam a
três anos ou mais.
Coleta de Dados
A técnica utilizada nesta pesquisa foi a entrevista semi-estruturada, que foram
gravadas e após transcritas. As perguntas objetivaram a caracterização dos sujeitos
bem como os motivos para a não realização do exame.
Resultados e Discussão
Foram entrevistadas 36 mulheres com idade entre 16 e 62 anos, na sua maioria
possui Ensino Fundamental Incompleto. Quanto a religião 27 mulheres referiram ser
Católicas, 06 Evangélicas e 03 não referiram. Das entrevistadas 13 são casadas, 08
solteiras, 06 separadas, 06 com companheiro e 03 viúvas. Foi questionado também
sobre seus antecedentes obstétricos, tedo como resultado: 32 mulheres já
engravidaram, destas 30 realizaram pré-natal, 18 tiveram parto normal, 04 cesárea e
9 cesárea e parto-normal, a idade da primeira gestação variou entre 14 e 26 anos.
No que refere a realização do exame preventivo 22 já haviam realizado e 14 não.
A partir das entrevistas foram construídas 06 categorias para melhor
compreensão dos conteúdos analisados: - a experiência na realização do exame
Preventivo: as mulheres referiram terem tido vergonha, bem como sentimentos
desagradáveis como o relacionado a ter que tirar a roupa na frente de alguém, por
ser um enfermeiro, por sentir dor e outras consideraram a realização do exame
como algo normal; - Motivos para a não realização do exame preventivo: as
respostas mais encontradas foram a falta de tempo, o medo, a vergonha, o descuido
com a saúde e a falta de conhecimento quanto a necessidade da realização; Conhecimento acerca do Exame Preventivo: a maioria das mulheres mostraram o
não conhecimento do real motivo pela realização do exame, algumas afirmaram não
saber absolutamente nada, outras informaram que o exame deveria ser realizado
por motivos secundários à prevenção do câncer do colo do útero. Poucas mulheres
mostraram que sabiam que o exame preventivo seria para a detecção precoce ou
prevenção do câncer do colo uterino. Dentre as mulheres que receberam informação
citaram a televisão, as campanhas e a unidade de saúde como fonte, bem como os
profissionais enfermeiros, médicos e agentes comunitários além de amigos,
familiares, professores e outros como informantes. - acessibilidade a Unidade e a
realização do Exame Preventivo: a maioria das mulheres referiu que o acesso à
unidade é fácil, sendo perto de suas casas e a realização feita diariamente pela
enfermeira, porém deixaram claro que a não realização do exame seria pelo próprio
descuido e não pela dificuldade no acesso para a realização. Poucas mulheres
relataram dificuldade de acesso pela distância e pelos horários de realização na
unidade que não seriam compatíveis com os seus; - o companheiro como sujeito
participante de sua saúde: a maioria das mulheres, relataram que seus
companheiros são preocupados e participam ativamente da sua saúde.
Conclusões
A partir desta análise podemos observar que o número de mulheres que nunca
realizaram o exame preventivo é alto, apesar de a grande maioria ter referido serem
informadas sobre o exame, essas informações provavelmente sejam incompletas e
não conseguem sensibilizá-las. Dentre as mulheres que já realizaram o exame
preventivo e demoraram em voltar a realizá-lo pode estar relacionada principalmente
a vergonha, a sentimentos desagradáveis, bem como a falta de conhecimento da
real importância da realização do preventivo. É importante salientar que o acesso às
Unidades, assim como os horários da realização do exame, não interfere na procura
e execução deste, isto demonstra a preocupação das equipes/unidades quanto a
acessibilidade das clientes.
Ao concluir este estudo, percebe-se que apesar das informações serem
repassadas e das mulheres terem algum conhecimento sobre o Exame Preventivo, a
exposição do corpo, ainda é uma barreira, pois a sociedade ainda impõe estigmas
quanto a intimidade das mulheres. Mesmo existindo a preocupação das instâncias
oficiais relacionadas à saúde, com a promoção de campanhas e incentivos para uma
maior adesão das mulheres quanto ao Preventivo, é necessário uma maior
sensibilização quanto a importância das mulheres tornarem rotina, a prevenção do
Câncer de Colo do útero realizando o exame citopatológico anualmente.
Agradecimentos
Agradecimento especial às mulheres que disponibilizaram seu tempo para participar
do estudo e as Unidades que cederam o espaço para a captação das mulheres e a
realização das entrevistas.
Referências
1. INCA – Normas e Recomendações do. Periodicidade e Realização do Exame
Preventivo do Câncer do Colo do Útero. Revista Brasileira de Cancerologia. 2002,
48 (1): 13-15, 2002.
2. Madureira, A.B. A saúde como direito: O exame preventivo de câncer de colo
uterino sob o olhar da faltosa. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do
Rio Grande, 2003.
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