A PREPOSIÇÃO COM NO PORTUGUÊS BRASILEIRO DO SÉCULO

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A PREPOSIÇÃO COM NO PORTUGUÊS BRASILEIRO DO SÉCULO XIX
Joelma Aparecida Rocha
Objetivos
Alguns projetos coletivos vem se dedicando
aos estudos diacrônicos do Português
Brasileiro (PB), dentre eles, o Projeto Para a
História do Português Brasileiro (PHPB). Este
trabalho tem por objetivo contribuir para o
estudo diacrônico das preposições no PB. O
objetivo central é o levantamento de dados da
preposições com em corpora de tipologia
diversa do século XIX. A partir desse
levantamento,
são
colocadas
algumas
questões para o estudo gramatical dessa
preposição.
Métodos/Procedimentos
A primeira etapa do projeto envolveu a coleta
de dados com a preposição com em corpora de
tipologia textual diversa do século XIX, a saber:
(a) cartas de leitores de jornais brasileiros
(Barbosa & Lopes 2006 orgs.);
(b) anúncios de jornais brasileiros (Guedes &
Berlinck 2000 orgs.)
(c) cartas pessoais da 1.ª e 2.ª metades do XIX,
escritas por diversos remetentes (Simões &
Kewitz 2006 eds.).
Os dados foram coletados conforme a tabela a
seguir:
Dado
Tipo de
doc.
Fonte
Anúncio
Guedes
&
Berlinck
(2000
orgs.)
(1) Regras faceis para a
exacta accentoação da
prepositiva –A- quando
contrahida com o
adjectivo articular –A(2) Olhe do Papagaio não
terão que dizer, porque he
animal de boa memo- ria,
e dá bem a ver que
estudou com proveito, (...)
Carta
de
Leitor
Barbosa
& Lopes
(2006
orgs.)
Tabela 1: Modelo de coleta de dados da preposição
com em corpora do PB do século XIX.
A partir dessa coleta de dados, foram
observadas 2 propriedades gramaticais da
preposição com: (i) amálgama com outros
elementos (com + um > cum); (ii) função
sintática: adjunto (estudou com proveito) ou
argumento (concordar com ele).
Resultados
Comparando os resultados apresentados por
Ilari et alii (2008), constatou-se o seguinte: (i) a
frequência de ocorrências dessa preposição é
praticamente a mesma nos dados do século
XIX; (ii) a preposição com apresenta
propriedades gramaticais semelhantes às
encontradas no corpus oral, com a diferença de
que não há ocorrências de amálgama em
textos escritos no século XIX. Esse resultado
era esperado, uma vez que se trata de um
fenômeno prototipicamente oral, ainda não
registrado na escrita atual.
Conclusões
Os resultados apresentados neste trabalho são
parciais, uma vez que foram levantados dados
de textos do século XIX. A continuidade da
pesquisa prevê a coleta de dados da
preposição com nos séculos XVIII e XX, além
da coleta de dados da preposição por, nos
mesmos corpora e séculos.
Referências Bibliográficas
BARBOSA, A. & LOPES, C.R. (2006 orgs.)
Críticas, queixumes e bajulações na Imprensa
Brasileira do Século XIX: Cartas de Leitores.
Rio de Janeiro, Letras/UFRJ – FAPERJ.
GUEDES, M. & BERLINCK, R.A. (2000 orgs.) E
os preços eram commodos... Anúncios de
jornais brasileiros do século XIX. São Paulo:
Humanitas, Série Diachronica vol. 2.
ILARI, R. / CASTILHO, A.T./ ALMEIDA,
M.L.L./BASSO, R./ KLEPPA, L.A. (2008) A
preposição. Em Neves & Ilari (Orgs. 2008)
Gramática do Português Culto Falado no Brasil.
Vol. II: Classes de palavras e construção da
sentença. Campinas, Ed. da Unicamp.
SIMÕES, J.S. & KEWITZ, V. (2006 eds.) Cartas
Paulistas dos séculos XVIII e XIX. São Paulo,
Humanitas, versão em cd-rom.
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