Soteriologia Aula 4/9: Natureza humana de Cristo (Cristologia) O conceito de pecado na Bíblia (Hamartiologia) Perfeição e perfeccionismo A humanidade de Cristo A humanidade de Cristo na Bíblia • • • • • • • • • • • • Concepção virginal e espiritual (Mt 1:18-25; Lc 1:26-38; ver Sl 51:5). Corpo humano normal (Lc 2:40, 52 [crescimento]). Suscetibilidades físicas, como fome (Mt 4:2), sede (Jo 19:28), cansaço (Jo 4:6) e morte (Lc 23:46). “O Santo de Deus” (Jo 6:69; ver Rm 3:9). “Quem me convence de pecado” (Jo 8:46; ver Jo 16:8 [hamartia, nos dois casos]). “Tentado em todas as coisas” (Hb 4:15; ver Gn 3:6, Lc 4:1-13, 1Jo 2:15, 16, Tg 1:14 [cobiça]). “Afetado, mas não infectado” (Woodrow W. Whidden). Impecabilidade (1Pe 2:22). “Nele não existe pecado” (1Jo 3:5; ver Rm 8:7). “Não conheceu pecado” (2Co 5:21; Rm3:23). Sumo sacerdote “sem pecado” (Hb 4:15; 7:26, 27; ver Rm 7:17, 21, 23-25; [hamartia]). “Semelhança de carne pecaminosa” (Rm 8:3; [homoioma]). Igual a Deus e semelhante aos homens (Fl 2:6, 7; [isos, homoioma]) A humanidade de Jesus em EGW • Introdução: “tira a sandália dos pés”: “A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo. Cristo foi um homem real; deu prova de Sua humanidade, tornando-se homem. Entretanto, era Deus na carne. Quando abordamos este assunto, bem faremos em levar a sério as palavras de Moisés, junto à sarça ardente: ‘Tira a sandália dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa’ (Ex 3:5). [...] E o estudo da encarnação de Cristo é campo frutífero, que recompensará o pesquisador que cave fundo em busca de verdades ocultas” (1ME, p. 244). A humanidade de Jesus em EGW • Quão humano era Cristo? “Ele mesmo tomou sobre Si a natureza dos anjos, mas a humanidade, perfeitamente idêntica à nossa natureza, exceto sem a mancha do pecado” (Ms p. 57, 1890; ML no 1211; ver também 3ME p. 129). A humanidade de Jesus em EGW • Era Cristo Completamente semelhante a nós? “A encarnação de Cristo sempre foi e sempre continuará a ser um mistério. O que é revelado é para nós e nossos filhos, contudo, que cada ser humano seja exortado a não colocar Cristo no mesmo patamar humano, tornando-O completamente semelhante a nós mesmos, pois não pode ser assim” (5BC p. 1129). A humanidade de Jesus em EGW • Igual a Adão antes ou depois da queda? “Por quatro mil anos estivera a raça humana a decrescer em forças físicas, vigor mental e moral; e Cristo tomou sobre Si as fraquezas da humanidade degenerada. Unicamente assim podia salvar o homem das profundezas da sua degradação” (DTN, p. 102). “Ele tomou sobre Si mesmo a natureza humana sofredora, decaída, corrompida e degradada pelo pecado” (4BC p. 1147; YI, 20 de dezembro, 1900). “NEle não havia engano ou pecado; Ele sempre foi íntegro e puro, embora tomasse sobre Si a nossa natureza impura e pecaminosa” (RH, 15 de dezembro, 1896). “Ele tomou nossa natureza pecaminosa sobre Sua natureza sem pecado para que pudesse saber como socorrer aqueles que são tentados” (MS p. 181). A humanidade de Jesus em EGW “Cristo, de fato, na realidade, uniu a natureza pecaminosa do homem à Sua própria natureza sem pecado” (RH, 17 de julho, 1900). “Cristo, que não conhecia o mínimo vestígio de pecado ou contaminação, tomou nossa natureza em seu estado deteriorado” (1ME p. 253). “Jesus aceitou a humanidade quando a raça havia sido enfraquecida por quatro mil anos de pecado” (DTN, p. 97). “Aceitara a fraqueza da humanidade” (DTN, p. 97). “Assumiu a natureza humana e arcou com as fraquezas e degenerescência da raça” (1ME, p. 268). A humanidade de Jesus em EGW • Cristo tinha propensões pecaminosas? “Cristo em Sua humanidade é chamado de ‘Ente Santo’” (ST, 16 de janeiro, 1896). “Cristo é chamado o segundo Adão. Unido e amado por Deus em pureza e santidade. Ele começou onde o primeiro Adão começou” (YI, 2 de junho, 1898). “Não havia princípios corruptos nos primeiro Adão, nem propensões corruptas ou tendência para o mal. Adão era perfeito como os anjos que serviam ante o trono de Deus” (1BC, p. 1083; Carta 191, 1899). A humanidade de Jesus em EGW “Ele devia tomar Sua posição à frente da humanidade, tomando a natureza e não sua pecaminosidade” (ST, 29 de maio, 1901). “Não deve haver a mais leve apreensão em relação à perfeita isenção de pecaminosidade na natureza de Cristo” (MS 143, 1897). “Cristo não possuía a mesma deslealdade pecaminosa, corrupta e decaída que possuímos” (MS 94, 1893; 3ME p. 131). “Ninguém, olhando para o semblante infantil, iluminado de alegria, poderia dizer que Cristo era exatamente igual a outras crianças. Ele era Deus em carne humana” (5BC p. 1117; YI, 8 de setembro, 1898). A humanidade de Jesus em EGW “Ele é um irmão em nossas fraquezas, mas não em possuir paixões semelhantes às nossas. Como perfeito, Sua natureza rechaçou o mal. Ele suportou lutas e tortura de alma em um mundo de pecado” (2T, p. 202; ST, 7 de agosto, 1879). “Não de vemos pensar que a sujeição (suscetibilidade) de Cristo em permitir que Satanás O tentasse, degradasse Sua humanidade e que Ele possuía as mesmas propensõTJes pecaminosas e corruptas do homem. A natureza divina combinada com a natureza humana tornou-O capaz de permitir as tentações de Satanás. Aqui o teste de Cristo é muito, muito maior do que o de Adão e Eva, pois Cristos tomou nossa natureza, decaída, mas não corruptiva, e não se corromperia, amenos que Ele recebesse as palavras de Satanás em lugar das palavras de Deus” (Ms 57, 1890; ML no 1211, grifo acrescentado). A humanidade de Jesus em EGW “Era um poderoso solicitador, não possuindo as paixões de nossa natureza humana caída, mas rodeado das mesmas enfermidades, tentado em todos os pontos como nós o somos” (Tetemunhos, vol. 2, p. 508, 509). “Ele é nosso exemplo em tudo. É um irmão em nossas fraquezas, mas não em possuir idênticas paixões. Sendo sem pecado, Sua natureza recuava do mal” (Testemunhos, vol. 2, p. 201, 202). “Somente Cristo poderia abrir o caminho, fazendo uma oferta igual às demandas de pecado. Não havia nEle mácula ou imperfeição” (RH, 17/12/1872). “Jesus era sem pecado e não temia as consequências do pecado. Com exceção disso, Sua condição era a mesma da tua” (Carta 17, 1878). A humanidade de Jesus em EGW “Sede cuidadosos, excessivamente cuidadosos em como discorrer sobre a natureza humana de Cristo. Não O apresenteis diante das pessoas como um homem com propensões ao pecado. Ele é o segundo Adão. O primeiro Adão foi criado puro e perfeito, não havia nele mancha de pecado; foi feito à imagem de Deus. Ele poderia cair, e, de fato, caiu através da transgressão. Por causa do pecado, sua posteridade nasceu com propensões inerentes à desobediência. Contudo, Jesus Cristo era o unigênito Filho de Deus. Tomou sobre Si mesmo a natureza humana e foi tentado em todos os pontos assim como a natureza humana é tentada. Ele poderia ter pecado; poderia ter caído e, se o fizesse por um momento, haveria nEle propensão para o mal. Ele foi assaltado por tentações no deserto como Adão e Eva foram assaltados por tentações no Éden. Evitai toda questão em relação de ser mal compreendida […] Jamais, de modo algum, deixai a mais leve impressão sobre as mentes humanas de que havia mancha ou inclinação à corrupção ou que Ele era sujeito à pecaminosodade. Ele foi tentado em todos os pontos como um homem é tentado, embora seja chamado de ‘Ente Santo’. É um mistério que permanece inexplicável aos mortais uma vez que Cristo poderia ser tentado em todos os pontos, assim como nós, embora sem pecado” (5BC p. 1128 e 1129; Carta 8, 1895). Interpretações adventistas 1. A primeira corrente ensina que tanto Cristo quanto os seres humanos em geral têm a mesma natureza humana pecaminosa, com a distinção única de desempenho: Cristo não pecou, os seres humanos sim. Essa corrente tem como seus principais representantes: M. L. Andreasen, Robert J. Wieland, Kenneth H. Wood, Herbert E. Douglass e Thomas A. Davis. 2. A segunda corrente dá ênfase às declarações em que Ellen White afirma Sua total isenção de pecado. Entre seus defensores encontram-se: Leroy E. Froom, Edward Heppenstall, Desmond Ford, J. Robert Spangler42 e Norman Gulley. 3. Mais recentemente, tem acontecido uma clarificação da segunda corrente, segundo a qual, Cristo teria recebido a natureza humana decaída em todos os aspectos idêntica à do homem em geral, com uma única exceção: Sua absoluta isenção de propensões para o pecado. Entre os defensores dessa posição incluem-se: Roy Adams e Herman Bauman Entendendo o posicionamento de EGW • A cristologia de Ellen White reflete, de certa forma, a compreensão teológica de sua época. Ellen White mantém em tensão os dois conceitos aparentemente contraditórios, mas o faz de forma dialética. Como os principais teólogos da época de EGW tratavam o assunto: Abraham Kuyper, um teólogo que lhe foi contemporâneo, declarou que “esta íntima união do Filho de Deus com a natureza humana decaída não implica a menor participação em nosso pecado e culpa.” Robert L. Ottley , outro teólogo de sua época, afirmou: “Portanto o mistério da Encarnação jaz na aparente contradição da união de Cristo com a nossa natureza decaída, que, por um lado, é tão íntima que O torna susceptível a suas tentações e, por outro, O mantém completamente afastado de qualquer comunhão com seu pecado.” Entendendo o posicionamento de EGW Ellen White foi muito influenciada pela obra de um ministro anglicano Henry Melville (1798-1871). Posicionamento de Melville sobre a natureza humana de Cristo: a) fraquezas inocentes: dor, cansaço, tristeza e morte (que são introduzidas pelo pecado, mas não são pecaminosas); b) propensões para o pecado: “tendências para o pecado”. “Mas, enquanto Ele [Cristo] tomou a humanidade com suas fraquezas inocentes, Ele não a tomou com propensões pecaninosas” (Melville). O conceito de pecado na Bíblia: Pecado e pecados Textos bíblicos sobre o pecado original Antigo Testamento: • Efeito imediato da queda (Gn 3:7, 8). • Transmissão do pecado à descendência (Gn 5:3). • A profundidade do pecado na existência humana (Gn 6:3, 5; 8:21). • Condição humana desde a concepção (Sl 51:5). • A corrupção do coração humano (Jr 17:9). Textos bíblicos sobre o pecado original Novo Testamento: • A humanidade está sob o poder do pecado (Rm 3:9, harmartia). • A universalidade do pecado (Rm 3:23). • A origem e disseminação do pecado original (Rm 5:12). • A carne tem um pendor para o mal (Rm 8:7). • A natureza condenada do ser humano (Ef 2:3). • A carnalidade do ser humano não regenerado (Jo 3:6; Rm 7:17, 18; 8:5, 8, 9, 13; Gl 5:24). • O efeito (Rm 6:23). EGW: Pecado e pecados “‘A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser’ (Rm. 8:7). A educação, a cultura, o exercício da vontade, o esforço humano, todos têm sua devida esfera de ação, mas neste caso são impotentes. Poderão levar a um procedimento exteriormente correto, mas não podem mudar o coração; são incapazes de purificar as fontes da vida. É preciso um poder que opere interiormente, uma nova vida que proceda do alto, antes que os homens possam substituir o pecado pela santidade. Esse poder é Cristo. Sua graça, unicamente, é que pode avivar as amortecidas faculdades da alma, e atraí-la a Deus, à santidade” (Caminho a Cristo, p. 18). A natureza do pecado original • Não se refere à culpa herdada, mas às consequências (Ez 18:20; Dt 24:16; Êx 20:5). Porém, “hereditariedade não é destino” (James Denney). • Refere-se à transmissão da propensão pecaminosa (Gn 5:3; Rm 8:7). Os resultados do pecado original • Alienação de Deus (Gn 3:8-10). • Inimizade com Deus (Tg 4:4; Rm 5:10; Cl 1:21, 22). • Dano nas relações interpessoais (Gn 3:12; Gn 4; 2Tm 3:1-5; cf. Gn 6:5, 6; Rm 1:18-32). • Dano nas relações intrapessoais (Gn 3:13 [falta de reconhecimento]; Tt 1:15; Is 1:5). De acordo com Thomas Gataker, o coração humano é como “um livro eivado de erros tipográficos”. O núcleo do pecado “Pecado é transgressão da lei” (1Jo 3:4, anomia; Lc 10:27, 28; Jr 31:3133). “Pecado é amor direcionado para a coisa errada” (George Knight). A natureza orgulhosa e egocêntrica do pecado (Is 14:12-14; Gn 3:5). “O pecado de Eva não começou quando tomou do fruto e comeu. Essas ações foram o resultado do primeiro pecado, e não o pecado, exclusivamente. Eva pecou quando desprezou a palavra que Deus lhe dirigira e aceitou a sugestão de Satanás. [...] De seu pecado de rebelião fluíram os atos pecaminosos. O ato em sim não foi o primeiro pecado, mas resultado do pecado que lhe governava o coração” (Pecado e Salvação, p. 41). Definições de Pecado/pecados • Rebelião (Gn 3:6; 1Jo 3:4). • Relacionamento quebrado (Gn 3:8). • Comissão (1Jo 3:4). • Omissão (Tg 4:17). Tipos diferentes de pecado: Bíblia, Wesley e EGW • A transgressão vem pelo conhecimento de uma lei (Rm 3:20; Ef 2:1 [delitos, paraptona]). • Existem faltas ocultas (Sl 19:12). • Pecado por ignorância (Lv 4:1; Lv 15:22, 23). • Pecados atrevidos ou de “mão levantada” (ARC; Lv 15:30, 31). • Pecados para a morte e pecado que não são para morte (1Jo 5:16, 17). • Distinção de Wesley: conceitos éticos e legais de pecado: Pecados “corretamente assim chamados” (éticos, intenção de pecar) e pecados “incorretamente assim chamados” (legais, pecados involuntários). Tipos diferentes de pecado: Bíblia, Wesley e EGW “[...] ser levado ao pecado sem se aperceber – não pretendendo pecar, [...] é muito diferente daquele que planeja deliberadamente entrar em tentação e planeja o curso do pecado” (Nossa Alta Vocação, , 175). Perfeição e impecabilidade Perfeição bíblica • “Sede perfeitos como perfeito é o vosso pai celeste” (Mt 5:48; Lc 6:27-35). “A única coisa que nos torna semelhantes a Deus é o amor que nunca cessa de cuidar das pessoas, não importa o que elas lhe façam. [...] Entramos na perfeição cristã [...] quando aprendemos a perdoar como Deus perdoa e amar como Ele ama” (William Barclay). Perfeição bíblica • “Se queres ser perfeito...” (Mt 19:21). “O que Cristo exigiu realmente do jovem rico não foi uma decisão de natureza ética [fazer algo], mas de natureza religiosa [relacionamento] radical: uma completa submissão a Deus” (Hans LaRondelle). Perfeição bíblica • Perfeição e impecabilidade: “A palavra-chave no Novo Testamento traduzida por perfeição é teleios, a forma adjetiva de telos. A ideia por trás de telos [é] ‘fato ou qualidade de ser direcionado a um fim definitivo ou de ter uma causa final. [...] Teleios não significa ‘impecabilidade’, mas ‘maduro’, ‘inteiro’ ou ‘indiviso’. Daí Cristo ter dito ao jovem rico que se ele quisesse ser perfeito (teleios) precisava se tornar inteiramente comprometido com Deus” (Pecado e Salvação, p. 160, 161). • Noé, Abraão, Jó e Davi são considerados perfeitos (Gn 6:9; 17:1; Jó 1:1; 1R 11:4, ARC, hebraico tam e tamym. O paradoxo da impecabilidade bíblica • “qualquer que permanece nele não peca [...]. Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado” (1Jo 3:6, 9, ARC). • “Se dissermos que não temos pecado, enganam-nos a nós mesmos”; “se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados”; “se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso”; “estas coisas vos escrevo para que não pequeis: e se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (1Jo 1:8-2:1). • Pecado contínuos e pecados pontuais; pecados para morte e pecados que não são para morte (1Jo 5:16, 17). O paradoxo da perfeição bíblica • Perfeito e imperfeito ao mesmo tempo (Fp 3:12-16). “Nenhum dos apóstolos e profetas jamais pretendeu estar isento de pecado. Homens que viveram mais achegados a Deus, homens que sacrificaram antes a vida a cometer conscientemente um ação injusta, homens que Deus honrou com luz e poder divinos, confessaram a pecaminosidade de sua natureza” (EGW, Parábolas de Jesus, 160). “Ser perfeito para Paulo [...] não significa [...] perfeição absoluta [...]. Mas significa estar livre de uma atitude de rebelião contra o Pai celestial e os princípios por Ele estabelecidos na lei do amor” (Pecado e Salvação, p. 166). Perfeição e última geração Os crentes da última geração precisam ser mais justos do que os de outras gerações? • Apocalipse 14:1, 5 (“irrepreensíveis” [ARC], “impecáveis”, [RSV]). • Os crentes da última geração precisam ser mais justos do que os de outras gerações? M. L. Ardreasen: Por meio dos crentes da última geração, Deus “derrota Satanás e ganha o pleito. [...] No remanescente encontrará Satanás sua derrota. [...] Na última geração, Deus será reivindicado” (O Ritual do Santuário, p. 148-156, 170-178). George Knight: “O certo é que não haverá nenhuma espécie de meio-termo. Do ponto de vista do conflito final, aqueles que não aceitaram a marca da besta devem se decidir conscientemente pela completa fidelidade aos princípios divinos. [...] Essa experiência [...] não é singular em qualidade, mas quantidade” (Pecado e Salvação, p. 194, 195, itálico acrescentado). EGW: igreja perfeita O texto-base: “Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como Seus” (Parábolas de Jesus, p. 69, itálico acrescentado). Contexto da citação – Santificação progressiva e perfeição como maturidade: “Nossa vida pode ser perfeita em cada fase de desenvolvimento; contudo haverá progresso contínuo, se o propósito de Deus se cumprir em nós. A santificação é obra de toda uma vida. Multiplicando-se as oportunidades, ampliar-se-á nossa experiência crescerá nosso conhecimento. Tornar-nosemos fortes para assumir as responsabilidades, e nossa maturidade será proporcional aos nossos privilégios” (ibid., p. 65, 66, itálico acrescentado). EGW: igreja perfeita Contexto da citação – Envolvimento evangelístico: “Falai do amor de Cristo, contai de Sua bondade. Cumpri todo dever que se vos apresenta. Levai sobre o coração o peso da salvação das pessoas, e tentai salvar os perdidos por todos os meios possíveis. Recebendo o Espírito de Cristo - o espírito do amor abnegado e do sacrifício por outrem - crescereis e produzireis fruto. As graças do Espírito amadurecerão em vosso caráter. Vossa fé aumentará; vossas convicções aprofundar-se-ão, vosso amor será mais perfeito. Mais e mais refletireis a semelhança de Cristo em tudo que é puro, nobre e amável” (ibid., p. 68). EGW: Sem mediador “Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no santuário celestial, deverão, sem mediador, estar em pé na presença do Deus santo. Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue da aspersão” (O Grande Conflito, p. 425). EGW: Sem mediador “Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está a fazer expiação por nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo. Nem mesmo por um pensamento poderia nosso Salvador ser levado a ceder ao poder da tentação. Satanás encontra nos corações humanos algum ponto em que pode obter apoio; algum desejo pecaminoso é acariciado, por meio do qual suas tentações asseguram a sua força. Mas Cristo declarou de Si mesmo: ‘Aproxima-se o príncipe deste mundo, e nada tem em Mim.’ João 14:30. Satanás nada pôde achar no Filho de Deus que o habilitasse a alcançar a vitória. Tinha guardado os mandamentos de Seu Pai, e não havia nEle pecado que Satanás pudesse usar para a sua vantagem. Esta é a condição em que devem encontrar-se os que subsistirão no tempo de angústia”(ibid., p. 623). O que os textos querem dizer? 1. Falta de mediador não equivale a abandono de Cristo: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mt 28:20). 2. Perfeição não equivale à impecabilidade nem perfeição absoluta: “O amor de Deus para com os Seus filhos durante o período de sua mais intensa prova é tão forte e terno como nos dias de sua mais radiante prosperidade; mas é necessário passarem pela fornalha de fogo; sua natureza terrena deve ser consumida para que a imagem de Cristo possa refletir-se perfeitamente” (ibid., 621, itálico acrescentado). 3. Ser como Cristo equivale a manifestar a natureza amorosa divina e estar plenamente apegado a Deus e à verdade. Perfeição em EGW “Não podemos dizer: ‘Sou sem pecado’, até que seja transformado esse corpo abatido, para ser igual ao corpo de sua glória” (Signs of Times, 23 de março de 1888, p. 178). “Se bem que não possamos advogar perfeição na carne podemos possuir perfeição cristã na alma” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 32).