A Busca do Conhecimento (17423)

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A Busca do Conhecimento
Um dos filmes mais impressionantes já produzidos — 2001, Uma odisseia no
espaço — Mostra o ser humano representado por um único homem, buscando conhecer
o que havia além: além do horizonte, além do conhecimento científico, além de si mesmo.
O ser humano quer conhecer, em última análise, para dar conta de si próprio,
entender quem ele é, o que faz aqui, para onde vai. Nessa caminhada, o conhecimento
adquirido passa de geração a geração e capacita a humanidade a resolver muitos de
seus problemas básicos para a manutenção da vida.
Eis aí um motivo prático do
conhecimento: resolver problemas da vida humana — Alimentação, saúde, transporte,
etc. É preciso ter conhecimento para trabalhar e construir.
Mas, será que o conhecimento sempre tem ajudado a sociedade humana? Será
que muita escolaridade resolve a vida, garantindo felicidade, paz e tranquilidade? O
Professor do livro de Eclesiastes é pessimista a esse respeito. Ele acredita que conhecer
é sofrer.
A Busca do Conhecimento é Tarefa Árdua
O versículo 13 diz que buscar o conhecimento é um “enfadonho trabalho”, ou seja,
uma tarefa penosa. Para adquirir o conhecimento, o ser humano precisa desgastar-se
num intenso esforço. Por mais facilidade que uma pessoa tenha para aprender, sem
dedicação não chegará muito longe. Einstein dizia que física teórica moderna era 10%
inspiração e 90% transpiração. Conhecimento perfeito, completo, só o Deus Eterno tem.
Mas o ser humano deve aprender aos poucos. A própria revelação divina para o ser
humano não foi dada toda de uma vez. O plano de Deus foi revelado aos poucos, até
chegar em Jesus Cristo.
O ser humano, sendo fraco, imperfeito, não poderia obter, de modo rápido e total, o
conhecimento do plano divino; e Deus, sábio e bondoso, deu-nos a revelação aos poucos.
Também o conhecimento das ciências, das artes, de todas as áreas da cultura humana,
não foi alcançado rápida e imediatamente. Gerações e gerações acumularam
conhecimento; e cada uma, aprendendo com a anterior, fez com o que o ser humano
chegasse ao que é hoje. Mas, em cada geração foi preciso muito esforço para adquirir e
ampliar o conhecimento. Imagine se os cientistas que descobriram vacinas e tratamentos
avançados, os engenheiros que desenvolveram equipamentos sofisticados, tivessem
desistido nas primeiras tentativas! Eles trabalharam dias, meses, anos sem conta, até que
o conhecimento adquirido resultasse em algo que pudesse tornar a vida humana melhor.
A Busca do Conhecimento Pode Levar à Vaidade e à Exploração
O Professor de Eclesiastes diz: “eis que me engrandeci e sobrepujei em sabedoria
a todos” — Quantas pessoas, pelo fato de terem passado anos nos bancos escolares,
olham os outros como se fossem seres inferiores! Esse é um problema antigo. Além
disso, é verdade que o conhecimento leva, também, à exploração. Países mais
desenvolvidos impõem regras e mais regras que impedem outros países de alcançar
determinados conhecimentos; e, se alcançam, há leis que impedem o uso do
conhecimento, como acontece, por exemplo, com os remédios, que só podem ser
produzidos e distribuídos por grandes grupos farmacêuticos. Os detentores do
conhecimento estão mais preocupados com o lucro do que com as vidas humanas.
Assim, o conhecimento é usado como gerador de riqueza, e não como benefício para
todos.
O Conhecimento Produz Tristeza
“Quem aumenta ciência, aumenta tristeza” — Quando uma pessoa estuda tem a
possibilidade de perceber melhor a realidade que a cerca, o que aumenta sua consciência
a respeito das questões que envolvem a sociedade. Então, começa a desconfiar da
situação do mundo; vê que as coisas poderiam ser diferentes do que são; percebe o
quanto é difícil mudar as coisas. Tal constatação abate, desanima e produz tristeza.
Surgem, então, filósofos contemporâneos repetindo o que a filosofia embutida no discurso
de Eclesiastes já dizia no passado distante: quanto mais você conhece as coisas, mais
sabe do funcionamento da sociedade; mais tristeza você há de ganhar por isso, pois é
penoso ver uma situação ruim, sendo que a muitos não interessa melhorar, devido à
ganância.
Outra questão é que, quanto mais uma pessoa estuda, mais ela adquire a certeza
de que há muito, muito mesmo, a se descobrir e aprender. Então pode vir a perguntar:
para que tanto estudo, se o que de melhor se aprende é que é preciso estudar mais ainda
para descobrir, ao fim, que tão pouco se sabe e que muito é necessário se desgastar para
aprender?
O ser humano, porém, está sempre insatisfeito, sempre buscando. Como diz o
ditado: “conhecimento não ocupa espaço”. Não ocupa espaço, mas pode trazer tristeza e
sofrimento pelo sentimento de incapacidade diante dos grandes desafios enfrentados pela
humanidade. Há então um quadro assustador: conhecimento traz dor e sofrimento. E,
quando o conhecimento é usado para a exploração, como vimos acima, traz dor,
sofrimento e morte.
O quadro era triste e desalentador. Era esse o tipo de filosofia que permeava a
sociedade. O quadro triste serviria justamente para mostrar aos hebreus que a cultura que
eles estavam importando levava à descrença, à tristeza. Essa filosofia não era a filosofia
judaica tradicional. Em outros livros chamados de sabedoria, como Provérbios, há a
exaltação do conhecimento tinha outro sentido, outro direcionamento. Servia para se viver
bem com Deus, consigo e com a sociedade. Na nova cultura que agora influenciava o
povo, o conhecimento servia para vaidade e exploração, trazendo pesar e sofrimento.
PARA REFLEXÃO
1. É possível ser um cientista, pesquisador, ou professor universitário, e, ao mesmo
tempo, crer na Bíblia e ser um cristão fiel?
2. O que você pode dizer sobre a contribuição dada pelos protestantes, na promoção
do conhecimento?
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