0 UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE ÁREA DE

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE
ÁREA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA SAÚDE - ACBS
CURSO DE ENFERMAGEM
Camila Freire Silva
Cláudia Coelho Pereira Linhares
Gilper de Souza Santos
Hercília Filgueiras de Almeida
CONHECIMENTO E ADESÃO DAS FUNCIONÁRIAS DE SERVIÇOS
GERAIS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR AO EXAME
PREVENTIVO DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO
Governador Valadares
2009
1
CAMILA FREIRE SILVA
CLÁUDIA COELHO PEREIRA LINHARES
GILPER DE SOUZA SANTOS
HERCÍLIA FILGUEIRAS DE ALMEIDA
CONHECIMENTO E ADESÃO DAS FUNCIONÁRIAS DE SERVIÇOS
GERAIS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR AO EXAME
PREVENTIVO DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO
Trabalho de Conclusão de Curso para
obtenção do grau de bacharel em Enfermagem,
apresentado à Área de Ciências Biológicas da
Saúde da Universidade Vale do Rio Doce.
Orientadora: Valéria de Oliveira Ambrósio
Governador Valadares
2009
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Camila Freire Silva
Cláudia Coelho Pereira Linhares
Gilper de Souza Santos
Hercília Filgueiras de Almeida
CONHECIMENTO E ADESÃO DAS FUNCIONÁRIAS DE SERVIÇOS
GERAIS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR AO EXAME
PREVENTIVO DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito para obtenção do grau de
bacharel em Enfermagem pela Área de
Ciências Biológicas da Saúde da Universidade
Vale do Rio Doce.
Governador Valadares,
de novembro de 2009.
Banca examinadora:
___________________________________________________________
Profª Valéria de Oliveira Ambrósio – Orientadora
Universidade Vale do Rio Doce
___________________________________________________________
Profª Carmen Rita Augusto
Universidade Vale do Rio Doce
___________________________________________________________
Profª Patrícia Malta Pinto
Universidade Vale do Rio Doce
___________________________________________________________
Profª Sheila Aparecida Ribeiro Furbino
Universidade Vale do Rio Doce
3
Dedicamos este trabalho a todos os profissionais
envolvidos com a promoção e prevenção, que
asseguram o direito à saúde e promovem a mesma de
forma contínua e humanizada.
4
AGRADECIMENTOS
Um projeto exige muita dedicação e esforço. Neste tempo, estiveram presentes
pessoas importantes que não nos deixaram desistir.
Agradecemos primeiramente a Deus, o maior mestre de todos, que nos criou e nos
sustentou permitindo nossa caminhada até aqui.
Aos nossos pais e familiares por nos incentivar, apoiar e ensinar a retidão do
caminho.
Aos colegas, pois juntos vencemos obstáculos e empecilhos através das reflexões e
do companheirismo, os quais são essenciais para realizar um trabalho em grupo.
À nossa orientadora Valéria de Oliveira Ambrósio, que esteve sempre presente e
confiou na nossa competência, nos guiou nos momentos de medo e frustrações,
dando ênfase sempre a cada detalhe e cada passo do nosso trabalho, para que tudo
ocorresse bem e deu um significado maior a nossa luta.
A toda coordenação dos serviços gerais da IES e em especial às funcionárias, pela
confiança e cooperação, permitindo-nos obter o material necessário para elaboração
deste trabalho.
A todos que nos fizeram acreditar que o conhecimento pode começar como um
sonho, e que este sonho busca a realidade através do desconhecido,
o nosso muito Obrigado!
5
“Conte-me seus sonhos para que sonhemos juntos”
(Rubens Alves)
.
6
RESUMO
O câncer do colo de útero apresenta um alto potencial de prevenção e cura, porém
quando não diagnosticado e tratado precocemente torna-se uma das maiores
causas de morte entre o sexo feminino. Considerando a relevância destes pontos
para a saúde e vida da mulher, torna-se indispensável trabalhar o conhecimento e
adesão das mulheres quanto a prevenção e tratamento dessa neoplasia. Este
trabalho de conclusão do curso de Enfermagem da UNIVALE teve como objetivo
identificar o conhecimento e a adesão das funcionárias de serviços gerais de uma
IES ao exame preventivo. Foi abordado durante o estudo, o conceito do câncer
cérvico-uterino, sua fisiopatologia, seus fatores de risco, métodos de prevenção, sua
incidência e atuação do enfermeiro em sua prevenção, além da história do exame de
Papanicolau e sua técnica de realização. Através da análise dos dados coletados
durante uma pesquisa de abordagem quantitativa, tendo como sujeito 41
funcionárias, identificou-se que embora o conhecimento que essas possuem em
relação ao câncer do colo de útero seja significativamente pequeno, o grau de
adesão ao exame preventivo das entrevistadas é considerado de nível satisfatório.
Palavras Chave: Câncer do colo de útero. Exame preventivo. Adesão.
7
ABSTRACT
The cervical cancer shows a high potential of prevention and cure, but when it’s not
diagnosed and treated early, becomes one of the biggest causes of woman death.
Considering the importance of these points for woman health and life, it’s essencial
work knowledge and gain woman support for prevention and treatment of this
neoplasm. This conclusion work of Univale nursing curse had as aim identify the
knowledge and geral services employees support of one Superior Institution of
Education to take Papanicolau exam. It was broached during the research, the
conception of cervical cancer, its physiopathology, its risks factors, prevention
methods, its incidence and nurse influence on the prevention, besides Papanicolau
exam history and its execution technique. Through the analysis of informations
collected during one research of quantitative broach with 41 employees, identified
that, even knowledge about cervical cancer is short, the number of interviewed
woman that support the prevention exam is considered satisfactory.
Key words: Cervical cancer. Prevention exam. Support.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Espátula e escovinha para coleta do exame citopatológico .....................28
Figura 2 – Coleta de material ectocervical ................................................................28
Figura 3 – Coleta de material endocervical ...............................................................28
Figura 4 – Confecção do esfregaço ectocervical.......................................................29
Figura 5 – Confecção do esfregaço endocervical .....................................................29
Gráfico 1 – Faixa etária das entrevistadas na IES em 2009 .....................................30
Gráfico 2 - Estado civil das entrevistadas na IES em 2009 .......................................31
Gráfico 3 - Grau de escolaridade das entrevistadas na IES em 2009.......................31
Gráfico 4 – Atividade sexual das entrevistadas na IES em 2009 ..............................32
Gráfico 5 – Conhecimento das funcionárias da IES sobre o câncer de colo de
útero em 2009 ...........................................................................................................33
Gráfico 6 – Formas de prevenção do câncer do colo de útero conhecidas
pelas funcionárias da IES em 2009...........................................................................34
Gráfico 7 – A realização ou não do exame Preventivo do câncer do colo de
útero das funcionárias na IES em 2009 ....................................................................36
Gráfico 8 – Freqüência de realização do exame preventivo nas funcionárias da
IES em 2009..............................................................................................................37
9
LISTA DE SIGLAS
IES – Instituto de Ensino Superior
INCA – Instituto Nacional do Câncer
SES – Secretária de Estado da Saúde
HPV – Vírus do Papiloma Humano
NIC - Neoplasia Intra-epitelial Cervical
OMS – Organização Mundial de Saúde
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11
2 CÂNCER DO COLO DE ÚTERO...........................................................................14
2.1 FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO ...................................14
2.2 FATORES DE RISCO .........................................................................................16
2.3 PREVENÇÃO......................................................................................................17
2.4 INCIDÊNCIA DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO ............................................19
2.5 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DE
ÚTERO................................................................................................................21
3 EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO...............................25
3.1 HISTÓRIA DO EXAME PAPANICOLAU .............................................................25
3.2 TÉCNICA DO EXAME PREVENTIVO.................................................................26
4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS ...............................................................30
5 MÉTODO................................................................................................................38
5.1 DESCRIÇÃO DOS SUJEITOS............................................................................39
5.2 LOCAL DE COLETA DE DADOS........................................................................39
5.3 MATERIAIS/INSTRUMENTOS/PROCEDIMENTOS ...........................................39
5.4 DOCUMENTOS ADICIONAIS.............................................................................40
5.4.1 Termo de solicitação de autorização para realização de pesquisa na
instituição .......................................................................................................40
5.4.2 Termo de consentimento livre e esclarecido ...............................................41
5.5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E ANÁLISE .........................................41
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................42
REFERÊNCIAS.........................................................................................................44
APÊNDICES .............................................................................................................49
ANEXO .....................................................................................................................58
11
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho surgiu a partir do interesse em investigar qual o
conhecimento que as funcionárias de serviços gerais possuem sobre o câncer do
colo de útero, seus métodos de prevenção e a adesão dessas ao exame
Papanicolau.
O câncer é uma doença das mais temidas no mundo inteiro. Grande parte
desse medo é causada pela ausência de tratamento efetivo para maioria dos
tumores metastáticos inoperáveis (POLLOCK et al., 2006).
Teixeira (2007) relata que, o câncer já foi visto de diversas maneiras ao
longo da história brasileira, sendo de um tumor maligno e incurável à neoplasia, e de
uma tragédia individual a um problema de saúde pública. Ressalta ainda, que
apesar das mais modernas tecnologias de tratamento, as dificuldades técnicas para
a cura de muitas de suas formas, o alto custo e seu caráter individual mostram-se
como limitadores da ação terapêutica, fazendo com que a doença se vincule cada
vez mais ao campo da prevenção e da saúde pública.
Segundo a Rede Câncer (2009) é estimado que em 2009 no Brasil,
ocorram 466.730 novos casos de câncer, sendo os tipos mais incidentes, os
cânceres de próstata e de pulmão no sexo masculino e os cânceres de mama e de
colo do útero no sexo feminino, com exceção do câncer de pele do tipo nãomelanoma.
Com aproximadamente 500 mil casos novos por ano no mundo, o câncer
cérvico-uterino é o segundo tipo de câncer mais comum no sexo feminino, tornandose responsável pelo óbito de 230 mil mulheres por ano, segundo o Instituto Nacional
do Câncer (2008). Ainda de acordo com o mesmo, a incidência por câncer do colo
do útero torna-se evidente na faixa etária de 20 a 29 anos e seu risco aumenta até
atingir o pico geralmente entre a faixa etária de 45 a 49 anos.
Pollock et al. (2006) afirma que a etiologia do câncer do colo do útero é
multifatorial, porém, que o rastreamento sistemático reduziu sua morbidade e
mortalidade em todos os países nos quais foi estabelecido um programa organizado,
com a detecção precoce, utilizando-se o teste Papanicolau.
Segundo o Ministério da Saúde (2002), o câncer do colo do útero, dentre
todos os tipos de cânceres, é o que apresenta um dos mais altos potenciais de
12
prevenção e cura, chegando a perto de 100%, quando diagnosticado precocemente
e podendo ser tratado em nível ambulatorial em cerca de 80% dos casos.
A faixa etária preconizada para a detecção precoce do câncer cervical é
de 25 a 59 anos, tendo como esse período correspondente ao pico de incidência das
lesões precursoras e que antecede ao pico de mortalidade por este tipo de câncer
(BRASIL, 2002).
Sobre o teste Papanicolau, Pollock et al. (2006) relata que este foi
introduzido em meados dos anos 1940 nos Estados Unidos, tendo como objetivo
principal, a detecção do câncer do colo uterino e de suas lesões precursoras o mais
cedo possível. O exame consiste na coleta de material da parte externa
(ectocérvice) e parte interna (endocérvice) do colo do útero, sendo um procedimento
simples, indolor e eficaz.
Contudo, segundo o Ministério da Saúde (2002), existem no Brasil ainda,
cerca de seis milhões de mulheres entre 35 a 49 anos que nunca realizaram o
exame citopatológico do colo do útero. Destaca que a maioria dessas mulheres é de
origem simples e não possui acesso à informação, o que pode vir a interferir
diretamente na adesão destas ao exame preventivo.
Mediante o que se sabe e por acreditar na importância da prevenção do
câncer cérvico-uterino se fez pertinente a realização dessa pesquisa, com o objetivo
de levantar o conhecimento sobre essa doença, suas formas de prevenção e a
freqüência de realização do exame preventivo das funcionárias de serviços gerais de
uma Instituição de Ensino Superior (IES).
Partindo do pressuposto que, a aquisição de conhecimento favorece a
compreensão e a adesão do sujeito ao fenômeno no qual é submetido, veio o
questionamento: As funcionárias de serviços gerais da IES possuem conhecimento
sobre o câncer de colo de útero e suas formas de prevenção? Qual a freqüência de
realização do exame preventivo do câncer do colo de útero?
O trabalho foi estruturado em seis capítulos.
O capítulo 2 apresenta a definição, fisiopatologia, fatores de risco,
medidas de prevenção, incidência do câncer do colo de útero e a atuação do
enfermeiro na sua prevenção.
O capítulo 3 aborda a história da criação do exame Papanicolau,
esclarecendo também a técnica de coleta do material para análise citológica.
13
No quarto capítulo é apresentada a análise e discussão dos dados
obtidos durante a pesquisa de campo.
O capítulo 5 descreve os métodos utilizados para a realização da
pesquisa em uma IES do município de Governador Valadares.
E por último, são expostas as considerações finais.
14
2 CÂNCER DO COLO DE ÚTERO
O câncer não é uma doença única, mas sim um conjunto de mais de 100
doenças diferentes, resultante de alterações que determinam um crescimento celular
desordenado não controlado pelo organismo e que compromete tecidos e órgãos.
Pode resultar daí um clone de células descendentes, herdeiras dessa propensão ao
crescimento e divisão anômalos, insensíveis aos mecanismos reguladores normais,
que resulta na formação do que se chama tumor ou neoplasia podendo ser benigna
ou maligna (BRASIL, 1997).
No caso do câncer do colo do útero, o órgão que sofre alterações no seu
epitélio original é o útero, em uma parte específica – o colo, que fica em contato com
a vagina (BRASIL, 1997).
Ainda de acordo com Brasil, (1997), a história natural do câncer do colo
do útero é apresentada como uma afecção iniciada com transformações intraepiteliais progressivas que podem evoluir para uma lesão cancerosa invasora e, por
conseguinte, maligna num prazo de 10 a 20 anos, visto que sua evolução é lenta.
Durante este período, considerado relativamente longo, é possível desenvolver
ações preventivas eficientes, e alterar assim, o quadro evolutivo da doença. Quanto
mais precoce for a intervenção, maior a chance de sobrevivência da mulher e menor
o custo do tratamento.
2.1 FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO
O útero é um órgão do aparelho reprodutor feminino que fica no abdome
inferior, por trás da bexiga e na frente do reto. É dividido em corpo e colo, sendo
esta última parte, sua porção inferior dentro da cavidade vaginal. O colo do útero
apresenta, por sua vez, uma parte interna e uma parte externa. A parte interna
constitui o chamado canal cervical ou endocérvice, que é revestida por uma camada
única de células cilíndricas produtoras de muco (epitélio colunar simples). A
ectocérvice é parte externa do colo, que mantém contato com a vagina, e é revestida
15
por um tecido de várias camadas de células planas, chamado de epitélio escamoso
e estratificado (BRASIL, 2002).
Segundo Brasil (2002), as células epiteliais pavimentosas, que revestem o
colo do útero são arranjadas de forma bastante ordenada. Na presença de
neoplasias intra-epiteliais, esta estratificação fica comprometida e desordenada.
Quando esta desordenação ocorre nas camadas mais basais do epitélio
estratificado, há presença de uma displasia leve ou neoplasia intra-epitelial cervical
grau I (NIC I). Cerca de 60% das mulheres com esse tipo de displasia apresentam
regressão espontânea, 30% podem apresentar persistência da lesão como tal, e das
demais, menos de 10% podem evoluir para NIC III. Estima-se que apenas 1%
dessas mulheres, podem progredir para o câncer invasor. Quando a desordenação
avança até os três quartos de espessura do epitélio, preservando as camadas mais
superficiais, estamos diante de uma displasia moderada ou NIC II, já na NIC III,
observa-se o desarranjo em todas as camadas (BRASIL, 2002).
A desordenação das camadas é acompanhada por alterações nas células
que vão desde núcleos mais corados até figuras atípicas de divisão celular. A
coilocitose, alteração que sugere a infecção pelo HPV, pode estar presente ou não
(BRASIL, 2002).
BRASIL (2002) relata ainda que, uma mulher quando se infecta com
certos tipos de papilomavírus humano (HPV) e não é capaz de eliminar a infecção,
células anormais podem se desenvolver no revestimento do colo do útero. Se não
forem descobertas e tratadas a tempo, essas células anormais podem se tornar précânceres e posteriormente se tornarem células cancerosas.
A presença de um carcinoma invasor pode ser identificada a partir do
momento que as alterações celulares se tornam mais intensas e o grau de
desarranjo é tal que, as células invadem o tecido conjuntivo do colo do útero abaixo
do epitélio.
Para chegar a câncer invasor, a lesão não tem, obrigatoriamente, que
passar por todas estas etapas. As lesões de alto grau são consideradas
como as verdadeiras precursoras do câncer e, se não tratadas, em boa
proporção dos casos, evoluirão para o carcinoma invasor do colo do útero
(BRASIL, 2002, p.17).
Os cânceres cervicais podem ser caracterizados como exofíticos ou
endofíticos. As lesões exofíticas projetam-se da superfície cervical, podendo ser
16
visualizadas e medidas com facilidade, já as lesões endofíticas, são mais difíceis de
serem detectadas e, no geral, não são visualizadas no exame com espéculo,
podendo expandir a endocérvice de forma considerável antes mesmo de serem
detectadas (POLLOCK et al., 2006, p. 543).
Nos estágios iniciais, o câncer do colo de útero tende a ser assintomático.
Entre os sintomas iniciais que ele pode apresentar, incluem o corrimento vaginal,
odor e sangramento vaginal anormal. No caso da paciente possuir vida sexual ativa,
esta pode apresentar sangramento pós-coital (POLLOCK et al., 2006, p. 543).
Para Duavy et al. (2007), o câncer de colo uterino é uma das doenças
crônico-degenerativas mais temidas para as mulheres devido ao seu alto grau de
letalidade e morbidade.
2.2 FATORES DE RISCO
De acordo com INCA (2009), o câncer do colo do útero é o segundo tipo
de câncer mais comum entre as mulheres, com aproximadamente 500 mil novos
casos por ano no mundo, e responsável pelo óbito de, aproximadamente, 230 mil
mulheres por ano.
Muitos são os fatores que predispõe a mulher ao câncer cérvico-uterino.
INCA (2009) afirma que alguns dos principais destes fatores estão associados às
baixas condições sócio-econômicas, ao início precoce da atividade sexual, à
multiplicidade de parceiros sexuais, ao tabagismo, à higiene íntima inadequada e ao
uso prolongado de contraceptivos orais. SMELTZER e BARE (2005) sugerem que o
baixo estado socioeconômico pode estar relacionado ao casamento precoce e
reprodução precoce. Citam ainda como fatores de risco, a imunossupressão e as
deficiências nutricionais, com baixos níveis de fosfato, beta-caroteno e vitamina C.
Segundo INCA (2009), o vírus do papiloma humano (HPV) tem importante
papel no desenvolvimento da neoplasia das células cervicais e na sua
transformação em células cancerosas, sendo que este vírus está presente em mais
de 90% dos casos desse tipo de câncer.
Existem aproximadamente mais de 100 tipos diferentes de HPV, cerca de
20 destes possuem tropismo pelo epitélio escamoso do trato genital inferior como o
17
colo, vulva, corpo do períneo, região perianal e anal. Os de números 6, 11, 26, 40,
42, 53-55, 57, 59, 66 e 68 estão relacionados principalmente a lesões benignas, tais
como condiloma, e também à Neoplasia Intra-Epitelial Cervical (NIC I), sendo
considerados como de baixo risco para o desenvolvimento de câncer. Os de médio –
alto risco são os de números 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56 e 59, estando
relacionados a lesões de alto grau – NIC II, III e câncer (INCA, 2002, p. 15). O HPV
16 é responsável por 50 % dos casos de neoplasia, seguido do HPV 18 que é
relacionado a 12% dos casos, o HPV 45 por 8% e o HPV 31 por 5%. A relação entre
HPV e o câncer do colo do útero é considerada 10 a 20 vezes maior do que a
relação entre o tabagismo e o câncer de pulmão (INCA, 2002, p. 15).
De acordo com Pollock et al. (2006), evidências epidemiológicas
associadas ao comportamento sexual, indicam que a neoplasia cervical se comporta
como uma doença sexualmente transmissível, e que seu risco torna-se maior em
mulheres com múltiplos parceiros, mulheres cujos parceiros sexuais são mais
promíscuos e àquelas que iniciaram sua vida sexual em idade precoce.
Em relação à associação do uso de contraceptivos orais e o risco de
câncer invasivo do colo do útero, esta é feita com dificuldades. Os contraceptivos
orais em sua maioria, são utilizados por mulheres sexualmente ativas e que, em
menor probabilidade, usam métodos de barreira, sendo por isso mais expostas ao
risco de contrair HPV. Porém, essas mulheres apresentam maior freqüência ao
ginecologista, tendo assim maior probabilidade de serem rastreadas para o câncer
cérvico-uterino (INCA, 2002, p. 13).
2.3 PREVENÇÃO
Derossi (2001), em seus estudos, descreve o câncer do colo de útero
como uma afecção progressiva, caracterizada por alterações intraepiteliais cervicais
e que pode se desenvolver para um estágio invasivo ao longo de uma a duas
décadas. Por possuir etapas bem definidas e de lenta evolução sua interrupção é
permitida a partir de um diagnóstico precoce e tratamento oportuno a custos
reduzidos.
18
Dentre todos os tipos de câncer, o câncer cervical é o que apresenta um
dos mais altos potenciais de prevenção e cura, chegando a perto de 100%, quando
diagnosticado precocemente e podendo ser tratado em nível ambulatorial em cerca
de 80% dos casos (BRASIL, 2002).
Como estratégia para a prevenção primária do câncer do colo de útero
INCA (2009) declara que esta pode ser realizada através do uso de preservativos
durante a relação sexual, pois assim, evita-se o contágio pelo HPV, vírus que tem
um importante papel no desenvolvimento de lesões precursoras e do próprio câncer.
Além do uso de contracepção por barreira, o atraso do início da atividade
sexual, limitação do número de parceiros e a cessação do tabagismo também
devem ser estimulados como comportamentos preventivos entre as mulheres contra
o câncer do colo de útero.
Para a detecção precoce de lesões precursoras e do diagnóstico da
doença, utiliza-se a prática do exame Papanicolau. Este exame pode ser realizado
nos postos ou unidades de saúde por profissionais da saúde devidamente
capacitados (INCA, 2009).
Segundo o Ministério da Saúde (2006), toda mulher que tem ou já teve
atividade sexual deve submeter-se ao exame preventivo periódico, especialmente se
estiver na faixa etária dos 25 aos 59 anos de idade. SMELTZER e BARE (2005)
afirmam que exames pélvicos regulares e realização do teste de Papanicolau em
todas as mulheres, principalmente mulheres idosas além da idade reprodutiva,
diminuem os riscos de morte por câncer do colo de útero de 1 em 250 para 1 em
2.000 mulheres.
De acordo com Pollock et al. (2006) estima-se que uma redução de cerca
de 80% da mortalidade pelo câncer cérvico-uterino pode ser alcançada através do
rastreamento de mulheres na faixa etária de 25 a 65 anos com o teste de
Papanicolau e tratamento das lesões precursoras com alto potencial de malignidade
ou carcinoma "in situ".
Segundo INCA (2009), a periodicidade preconizada para a realização do
exame Papanicolau é, inicialmente, um exame por ano em mulheres que iniciaram a
vida sexual. No caso de dois exames normais seguidos, com intervalo de um ano
entre eles, o exame poderá ser realizado a cada três anos. Já em caso de exames
com resultados alterados, a mulher deve seguir todas as orientações do médico que
a acompanha.
19
Para garantia de sua eficácia, é indispensável que o exame preventivo
seja realizado periodicamente pelas mulheres, e para isso, é preciso que se garanta
a organização, integralidade e a qualidade do programa de rastreamento, bem como
o seguimento de suas pacientes. Dessa forma ressalta-se a importância dos
serviços de saúde em promover orientações sobre o que é, e qual a importância do
exame preventivo, conscientizando e sensibilizando a população feminina a fim de
garantir uma maior adesão destas às campanhas preventivas.
2.4 INCIDÊNCIA DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO
O câncer é um problema de saúde pública, tanto em países
desenvolvidos como os em desenvolvimento.
Altas taxas de incidência do câncer de colo do útero são observadas em
países pouco desenvolvidos. Isso indica uma vigorosa associação deste tipo de
câncer com as baixas condições sócio-econômicas, com baixos índices de
desenvolvimento humano, com a ausência ou fragilidade das estratégias de
educação comunitária, como a promoção e prevenção, e com a dificuldade de
acesso a serviços públicos de saúde para diagnóstico precoce e o tratamento das
lesões precursoras. Por esses motivos tornam-se indispensáveis a atuação de
políticas de saúde pública bem estruturadas (INCA, 2006).
Nos paises desenvolvidos, a sobrevida média estimada em cinco anos varia
de 59% a 69%. Nos países em desenvolvimento, os casos são encontrados
em estágios relativamente avançados e, conseqüentemente, a sobrevida
média é estimada em 49% após cinco anos (INCA, 2006, p. 8).
A incidência do câncer tem sido um recurso indispensável para o
planejamento de ações adequadas em todos os níveis de atenção oncológica,
baseando nas taxas de morbidade e mortalidade dos estados e municípios do país.
No Brasil ocorreram 14.714 óbitos por câncer de mama e de colo do útero,
em 2005. Em torno de 10% desses óbitos aconteceram em Minas Gerais,
onde o câncer de mama matou 877 e o de colo do útero, 342
(SECRETARIA DE ESTADO DE GOVERNO, 2008).
20
Segundo INCA (2007), no Brasil as estimativas para o ano 2008, válidas
também para o ano 2009, indicam 466.730 casos novos de câncer, sendo que
231.860 esperam-se ocorrer nos homens e 234.870 nas mulheres. No estado de
Minas Gerais o câncer é a segunda principal causa de mortalidade com estimativa
para 2008 de 44.420 casos novos, sendo que 22.260 espera-se que ocorra na
população feminina. Entre eles, o câncer do colo de útero aparece em segundo lugar
com 1.360 novos casos, representando um número relevante, já que no estado do
Sudeste os números apontam 7.440 casos novos e no Brasil 18.680 novos casos
dessa neoplasia para o ano.
O câncer de colo uterino é o segundo tipo de câncer mais comum entre
as mulheres no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de mama, correspondendo a,
aproximadamente, 24% de todos os cânceres. A incidência do câncer do colo de
útero predomina na faixa etária de 20 a 29 anos e o risco aumenta rapidamente até
atingir um pico geralmente na faixa etária entre 45 e 49 anos. O câncer de útero tem
cura, mas ainda mata 230 mil mulheres por ano no mundo (GOTARDO, 2009).
Estima-se que até o fim de 2009, pelo menos 5 mil brasileiras morrerão
em decorrência de um câncer no colo do útero. Além das mortes, INCA (2007)
estima que surjam cerca de 19 mil novos casos desse tipo de tumor no país.
Em pleno século XXI, o preconceito, a desinformação e a falta de adesão
aos métodos para o diagnóstico da doença colaboram para que atinja vidas que
poderiam ser poupadas através de cuidados simples e da realização do exame
Papanicolau. Sabe-se que hoje a prevenção do câncer do colo de útero é
considerada a melhor estratégia para diminuir o número de casos novos de óbitos
por esta neoplasia.
Através do "Viva Mulher" - Programa Estadual de Controle do Câncer de
Mama e do Colo de Útero, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) vem insistindo
para que os municípios ofereçam o exame Papanicolau. Dessa forma, os gestores
municipais são orientados a buscar uma cobertura mínima de pelo menos um quarto
da população sexualmente ativa entre 25 a 59 anos por ano. Porém, muitos
municípios não estão cumprindo essa meta. Em 2003 cerca de 100 cidades, a
maioria localizada em regiões carentes do estado, como o norte e leste de Minas,
além do Vale do Jequitinhonha e outros cerca de 240 municípios, de regiões mais
favorecidas, sequer atingiram a metade da meta, como algumas cidades do
Triângulo Mineiro, Zona da Mata, Sul de Minas e Região Metropolitana (GOVERNO
21
DE MINAS, 2003). Já em 2007, foram realizados 292.297 exames a mais do que em
2003. No mesmo período, o número de municípios que alcançaram sua meta
também aumentou, passando de 207 para 495 em 2007 (GOVERNO DE MINAS,
2008).
Segundo Orquiza (2009), nos últimos 50 anos a incidência e a
mortalidade por câncer de colo uterino vêm diminuindo, graças às novas técnicas de
rastreamento do exame Papanicolau, considerado como uma “arma” importante na
detecção e diagnóstico precoce da doença.
O exame preventivo é um exame simples que tem reduzido a mortalidade
por câncer do colo de útero em 70 % desde sua criação pelo Dr. George
Papanicolau na década de 40. O sucesso do teste vem do fato de que ele pode
detectar o vírus HPV e outras lesões que ocorrem no colo do útero antes do
desenvolvimento do câncer (ORQUIZA, 2009).
Para INCA (2006), embora o aumento de acesso ao exame preventivo
tenha aumentado no país, isto não foi suficiente para reduzir a tendência de
mortalidade por câncer cérvico-uterino. Relata que em muitas regiões, o diagnóstico
ainda é realizado em estágios mais avançados da doença, e afirma que o
diagnóstico tardio pode estar relacionado com: a dificuldade de acesso da população
feminina aos serviços e programas de saúde; a baixa capacitação dos recursos
humanos envolvidos na atenção oncológica, principalmente nos municípios de
pequeno e médio porte; a capacidade do Sistema Público de Saúde para absorver a
demanda que chega às unidades de saúde e as dificuldades dos gestores
municipais e estaduais em definir e estabelecer um fluxo assistencial, orientado por
critérios de hierarquização dos diferentes níveis de atenção, que permita o manejo e
o encaminhamento adequado de casos suspeitos para investigação em outros níveis
do sistema.
2.5 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DE
ÚTERO
A prevenção, na área da saúde, é composta por ações que visam a
melhoria das condições de vida, redução da suscetibilidade das pessoas às doenças
22
e educação sanitária. A prevenção se dá também através da detecção precoce das
doenças, do seu tratamento adequado e nas ações destinadas a minimizar as suas
conseqüências, visto que, qualquer ação de prevenção deve estar atenta aos
valores, atitudes e crenças dos grupos sociais a quem a ação se dirige, ou seja, aos
seus aspectos culturais.
O câncer do colo de útero é um problema de saúde pública, incluído entre
as primeiras causas de morte de mulheres nas diferentes regiões do nosso país.
Para que ocorra sua prevenção, a população deve ser informada sobre os
comportamentos de risco, os sinais de alerta e as formas de prevenção. Mas, além
disto, é importante a capacitação dos recursos humanos que atuam nesta área,
buscando uma atualização e reorientação freqüente sobre o câncer e as ações mais
adequadas a serem desenvolvidas.
A prevenção primária é de grande importância quando relacionada ao
câncer, pois, situa-se no período anterior à doença, incluindo medidas de proteção
de indivíduos contra riscos e danos. Refere-se a toda e qualquer ação voltada para
redução da exposição da população a fatores de risco da doença, tendo como
objetivo reduzir a sua ocorrência, por meio da promoção e proteção da saúde.
Portanto, a prevenção primária divide-se nas ações de promoção e nas ações de
proteção específicas contra fatores de riscos para o câncer. A promoção da saúde
se relaciona às medidas inespecíficas da prevenção primária, como luta contra o
tabagismo, orientações sobre dieta saudável e proteção solar, já a proteção
específica, refere-se às ações mais diretas, como a vacinação e o exame de
Papanicolau (CESTARI e ZAGO, 2005).
Nesse ponto o enfermeiro tem grande responsabilidade, já que é um
profissional capacitado para desenvolver atividades de promoção à saúde e
prevenção de doenças, tendo respaldo legal para o desenvolvimento da consulta de
enfermagem e introdução da Sistematização da Assistência de Enfermagem,
planejando e implementando ações que contribuam para a melhoria da qualidade de
vida do cliente.
O ministério da saúde reconhece e reforça a atuação do enfermeiro na
coleta do material para o exame citopatológico após treinamento prévio adequado
(BRASIL, 1996 apud CARDOSO; LIPPAUS 2006).
A ação educativa em saúde deve ser entendida como uma postura, um
compromisso de qualidade no atendimento (CESTARI e ZAGO, 2005). Assim,
23
destaca-se a importante missão da equipe de enfermagem nas ações primárias de
prevenção e promoção em saúde com o objetivo de diminuir a morbimortalidade
pelo câncer cérvico-uterino.
A Organização Mundial da Saúde considera a neoplasia do colo do útero
um dos melhores exemplos de doença que pode ser prevenida por representar
problema real de saúde pública, ter sua história natural conhecida, e dispor de
métodos de rastreamento para identificação das lesões precursoras que são baratos
e aceitos por grande parte da população. Entretanto, ainda existem falhas nas ações
preventivas nos diferentes níveis de ação, e o câncer uterino permanece com alta
taxa de morbimortalidade.
As campanhas de coleta do exame citopatológico, desenvolvidas pela
equipe de enfermagem nas ações primárias em saúde, visam identificar aquelas
mulheres que possam apresentar a doença em fase inicial, onde o tratamento é
mais eficaz e, diminuir o alto índice do câncer do colo de útero que está relacionado
com: o início da atividade sexual precoce; multiplicidade de parceiros; histórico de
doenças sexualmente transmissíveis; infecções por papilomavírus (HPV) e
herpesvírus, baixo nível sócio-econômico; hábito de fumar e carências nutricionais.
O exame pode ser realizado em postos ou unidades de saúde que tenham
profissionais da saúde capacitados para realizá-los.
Para o sucesso do exame, são necessários ao profissional: empatia, calor
humano, simplicidade, segurança e confiança. A humanização e qualificação na
abordagem da mulher devem compreender, compartilhar saberes e reconhecer
direitos, implicando no estabelecimento de relação entre profissional e cliente.
Segundo a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do
Amazonas (2009), o Instituto Nacional do Câncer tem realizado diversas campanhas
educativas para incentivar o exame preventivo, tanto voltadas para a população
quanto para os profissionais. Sabe-se que é necessário proporcionar melhores
condições de trabalho aos profissionais bem como, mais treinamentos, e aumento
do contingente de equipes para atender com maior abrangência e eficiência. Uma
realidade um pouco longe dos nossos olhos, mas que ainda se luta muito para
alcançar.
Fica comprovada a importância do trabalho do enfermeiro nos programas
de prevenção junto à população, atuando não só tecnicamente, mas também como,
24
facilitador do acesso da população aos serviços de prevenção e detecção precoce
do câncer, educador e conselheiro.
25
3 EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER DO COLO DE ÚTERO
3.1 HISTÓRIA DO EXAME PAPANICOLAU
Segundo Cardoso
e
Lippaus
(2006),
o
exame
papanicolau
foi
desenvolvido pelo médico grego George Nicolas Papanicolau em meados de 1923,
após um estudo sistemático de citologia do fluido vaginal humano, a fim de descobrir
se uma mudança celular existente no orgão feminino seria uma característica do
ciclo menstrual. Através de suas observações científicas, Dr. Papanicolau
reconheceu anormalidades estruturais na amostra obtida de uma mulher com câncer
no útero, e a partir desta evidência elaborou um artigo entitulado “O novo
diagnóstico do câncer”, o qual foi exposto em uma conferência e publicado
posteriormente.
Em meados de 1940, o exame do Papanicolau foi introduzido nos EUA, e
em seguida, adotado em todo o mundo, tendo como objetivo principal a detecção do
câncer do colo de útero e de suas lesões precursoras o mais cedo possível
(POLLOCK et al., 2006).
Em 1988, um painel de consenso representando a Sociedade Americana
do Câncer, o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, o Colégio Americano
de Obstetras e ginecologistas, a Associação Médica Americana, a Associação das
Enfermeiras Americanas, a Academia Americana de Médicos da Família e a
Associação Americana de Mulheres Médicas chegou a um acordo sobre
recomendações para o rastreamento com o teste Papanicolau, onde recomendam
esfregaços de Papanicolau anuais para todas as mulheres que estão ou estiveram
sexualmente ativas ou completaram 18 anos. Destacam que as mulheres com baixo
risco podem ser rastreadas em intervalos de 3 a 5 anos uma vez obtidos dois
esfregaços negativos consecutivos, porém, as mulheres com risco alto, ou seja,
aquelas que possuem múltiplos parceiros sexuais e as que começaram a atividade
sexual em uma idade precoce devem ser rastreadas anualmente. O painel de
consenso não recomendou uma idade para se deixar de fazer o teste de
Papanicolau (POLLOCK et al., 2006).
26
Segundo Brasil (2002), o exame preventivo foi introduzido no Brasil na
década de 50, tendo a primeira mobilização nacional para detecção precoce da
doença realizada em 1998. Durante a campanha foram colhidos 3 milhões de
exames, sendo 65% realizados em mulheres na faixa etária de 35 a 49 anos de
idade. Dentre estes foram detectados 60 mil com algum tipo de alteração, e
acompanhadas e tratadas 77% das mulheres que apresentaram lesões precursoras
de alto grau e câncer.
De acordo com Brasil (2002), a taxa de incidência e mortalidade por
câncer do colo de útero tem modificado efetivamente, pois a realização do exame
citopatológico de Papanicolau tem sido reconhecida em todo o mundo como uma
estratégia segura e eficiente para detecção precoce desse tipo de câncer na
população feminina.
3.2 TÉCNICA DO EXAME PREVENTIVO
O exame citopatológico (Papanicolau), é o exame preventivo do câncer
do colo uterino. Ele consiste na análise das células oriundas da ectocérvice e da
endocérvice que são extraídas por raspagem do colo do útero. É um exame
ginecológico onde é feita a coleta do material do útero e colocado numa lâmina de
vidro, que será examinada posteriormente ao microscópio (BRASIL, 2002).
O exame é rápido e normalmente não é doloroso, mas um desconforto
variável pode acontecer, de acordo com a sensibilidade individual de cada paciente.
Por ser um procedimento simples, a mulher pode procurar o posto ou centro de
saúde mais próximo da sua casa, que possuam profissionais capacitados para
realizá-lo.
A fim de garantir a eficácia dos resultados, o profissional de saúde, deve
orientar a mulher a evitar relações sexuais, uso de duchas ou medicamentos
vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores ao exame. Além disto, o
exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode
alterar o resultado (BRASIL, 2002).
27
O primeiro passo para a coleta, é o preenchimento adequado do
formulário de requisição do exame citopatológico com letra legível contendo todas as
informações referentes aos dados pessoais e da unidade de saúde corretos.
O procedimento de coleta propriamente dito deve ser realizado na
ectocérvice e na endocérvice, usando a espátula de Ayres e a escovinha tipo
Campos da Paz. Durante a coleta da ectocérvice o profissional deverá apoiar a
espátula de Ayres no orifício externo do canal cervical e realizar um movimento de
rotação de 360 graus para que toda a superfície do colo seja raspada e
representada na lâmina de maneira uniforme, no sentido transversal, próximo à
região fosca. Para a coleta da endocérvice o profissional deverá introduzir a
escovinha no orifício externo e fazer um movimento de 360 graus acompanhando
toda a superfície interna do canal e colocar o material coletado na metade inferior da
lâmina, no sentido longitudinal (BRASIL, 2002).
Depois da coleta, a fixação deste material na lâmina deve ser imediata,
sendo fundamental não esquecer que esta lâmina e o frasco devem estar
identificados corretamente, da mesma forma que o formulário de requisição de
exames já preenchido, todos a lápis grafite (BRASIL, 2002).
No caso de mulheres histerectomizadas, Brasil (2002) recomenda que o
profissional verifique se o colo foi mantido. Havendo colo de útero, o exame deve ser
realizado regularmente. No caso de pacientes grávidas, a coleta não é contraindicada, embora deva ser realizada de maneira cuidadosa, podendo seguir-se de
um pequeno sangramento.
Ao receber o resultado, a paciente deverá ser informada pelo profissional
de saúde, de quando deverá repetir o exame. Em geral, se não houver alteração, o
exame poderá ser feito no intervalo de 1 ano ou a cada 3 anos, devendo considerar
o resultado e a periodicidade com que a mulher tem realizado seu exame (INCA
2009).
É fundamental a orientação pelos profissionais quanto à importância do
exame Papanicolau, pois a sua realização permite reduzir a mortalidade pelo câncer
cérvico-uterino.
Para se oferecer um serviço de qualidade, o profissional deverá atender
requisitos como respeito, compreensão e informação completa e exata. Para serem
cumpridos, esses requisitos, não exigem altos custos, mas sim, atitude profissional
ética e humanizada, estando relacionados com o preparo da cliente para o exame,
28
com a relação profissional-cliente existente, com a manutenção da privacidade e do
conforto, o que refletirá na satisfação e qualidade do serviço, além de garantir uma
maior adesão às campanhas preventivas.
Figura 1 – Espátula e escovinha para coleta do exame citopatológico
Fonte: INCA, 2002
Figura 2 – Coleta de material ectocervical
Fonte: INCA, 2002
Figura 3 – Coleta de material endocervical
Fonte: INCA, 2002
29
Figura 4 – Confecção do esfregaço ectocervical
Fonte: INCA, 2002
Figura 5 – Confecção do esfregaço endocervical
Fonte: INCA, 2002
30
4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS
De acordo com Minayo (1999), a pesquisa é entendida como uma
atividade fundamental da ciência na indagação da realidade. É a pesquisa que
alimenta a atividade de instrução frente à realidade do mundo.
Através da análise dos dados coletados durante o processo, foi possível
avaliar o conhecimento e a adesão das participantes. Apoiada em relevâncias
teóricas que envolvem o tema abordado, a pesquisa iniciou-se com o levantamento
das idades das funcionárias entrevistadas, conforme explana o gráfico 1, dado este
que permitiu classificá-las quanto ao grau de risco em relação ao câncer cervicouterino.
5%
15%
41%
39%
20 à 29
30 à 39
40 à 49
50 à 59
Gráfico 1 – Faixa etária das entrevistadas na IES em 2009
Fonte: Pesquisa realizada na IES - Outubro/2009
Pode-se detectar no gráfico 1 que as mulheres entrevistadas estão dentro
da idade preconizada pelo Ministério da Saúde para a realização do exame
citopatólogico.
O Ministério da Saúde (2006) recomenda que toda mulher dos 25 aos 59
anos de idade deve se submeter ao exame preventivo periodicamente.
31
2%
22%
22%
Solteiro
Casado
2%
Viúvo
Separado
Outros
52%
Gráfico 2 - Estado civil das entrevistadas na IES em 2009
Fonte: Pesquisa realizada na IES - Outubro/2009
Neste gráfico observa-se que 52% das entrevistadas são casadas, 22%
separadas, 22% solteiras, 2% viúvas e 2% afirmam ter outro tipo de relação
conjugal. A análise dos dados em um primeiro momento sugere que essas mulheres
por serem em sua maioria casadas e afirmarem possuir parceiro único, podem ser
classificadas em um grupo de menor risco, uma vez que INCA (2009) afirma que um
dos fatores que predispõe a mulher ao câncer cérvico-uterino é multiplicidade de
parceiros sexuais.
12%
2%
0%
Analfabeto
5%
Fundamental Incompleto
15%
Fudamental Completo
Médio Incompleto
15%
51%
Médio Completo
Superior Incompleto
Superior Completo
Gráfico 3 - Grau de escolaridade das entrevistadas na IES em 2009
Fonte: Pesquisa realizada na IES - Outubro/2009
32
Apesar de mais de 50% das participantes da entrevista possuir ensino
fundamental incompleto, esta condição foi irrelevante no que diz respeito ao grau de
adesão ao exame preventivo do câncer do colo de útero, porém pôde-se perceber
que o nível de escolaridade pode vir sugerir interferência no conhecimento sobre a
doença, e seus meios de prevenção.
27%
73%
Sim
Não
Gráfico 4 – Atividade sexual das entrevistadas na IES em 2009
Fonte: Pesquisa realizada na IES - Outubro/2009
O gráfico 4 apresenta dados importantes, onde se observa que 73% das
entrevistadas relatam ter vida sexual ativa, já 27% afirmam não estar ativas
sexualmente.
O câncer de colo uterino está fortemente associado à atividade sexual,
mais especificamente, ao número de parceiros e à idade da primeira relação sexual.
Existem fortes evidências de que os agentes infecciosos sexualmente transmissíveis
estão envolvidos na etiologia deste tipo de câncer (AZEVEDO e MENDONÇA,
1993).
33
15%
33%
32%
5%
15%
Nada
Que mata
Que é grave
Que o exame preventivo detecta o câncer
Outros
Gráfico 5 – Conhecimento das funcionárias da IES sobre o câncer de colo
de útero em 2009
Fonte: Pesquisa realizada na IES - Outubro/2009
O gráfico evidencia através dos dados obtidos, que grande parte das
entrevistadas nada ou pouco sabem sobre o câncer do colo de útero propriamente
dito.
“Não sei nada. Só sei que o útero é pra ter menino.” (Tulipa).
“Já ouvi falar que é uma doença que mata, e que tem que fazer exame
preventivo...” (Alfazema).
“A única coisa que sei é que se descobrir tarde, a pessoa perde a vida. Mas
não sei explicar o que é.” (Hortência).
“Saber, saber, em termo de causa, não sei não. Mas de prevenção eu sei e
faço.” (Acácia).
Sabe-se que todo conhecimento é de suma importância para a adoção de
medidas preventivas. Contudo, para grande surpresa, o desconhecimento das
mulheres entrevistadas, sobre o câncer de colo de útero, suas formas de contágio e
manifestações clínicas, não interfere no grau de adesão destas ao exame
preventivo.
34
Foi possível constatar então, um processo fragilizado de educação em
saúde para as mulheres, demonstrando a forma mecanicista do governo e da mídia
em suas ações. Estes estimulam a realização do exame entre as mulheres, porém
não fornecem informações claras sobre a doença e seus meios de prevenção, não
cumprindo o que deveria ser o objetivo real das campanhas de promoção à saúde,
visto que a educação da população é uma forma de produzir saúde e fortalecer
ações participativas.
4%
4%
18%
22%
Não conhece
Exame Preventivo
Preservativo
Parceiro único
Ultrasson
52%
Gráfico 6 – Formas de prevenção do câncer do colo de útero conhecidas pelas
funcionárias da IES em 2009
Fonte: Pesquisa realizada na IES - Outubro/2009
Nos dados analisados e apresentados no gráfico 6, observou-se que 18%
das entrevistadas, afirmam nada saber sobre a prevenção da doença, entretanto
78% destas citam alguma forma correta de prevenção do câncer cérvico-uterino.
Alguns relatos esboçam as formas de prevenção conhecidas pelas entrevistadas:
“...a única coisa que eu sei é que tem que fazer o exame preventivo.” (Rosa)
“Uso do preservativo. Não fazer igual às outras mulheres, que só porque
são casadas não usam camisinha.” (Margarida)
“...não ter muitos parceiros...” (Violeta)
35
Não podemos deixar de citar que 4% das entrevistadas acreditam
erroneamente como meio de prevenção o ultra-som intravaginal. O que se trata de
um equívoco, uma vez que o ultra-som tem como objetivo avaliar as estruturas
uterinas, e o exame Papanicolau de detectar possíveis alterações celulares no colo
do útero, fazendo deste então o meio mais eficaz de prevenção para o câncer
cérvico uterino.
“...Tem que fazer o exame preventivo, mas às vezes tem coisas que ele não
acusa...agente faz, faz o exame e fala que não deu nada, mas sempre
aparece alguma coisinha, por isso acho melhor aquele ultra-som vaginal
que dá pra ver lá dentro..."(Girassol)
Duavy (2007), em seus estudos cita que a mulher habitualmente só
procura realizar o exame preventivo quando surgem os sintomas, e que essa
realidade pode ser vivenciada pela população feminina que muitas vezes não
possuem informações necessárias quanto a sua importância. Essa afirmativa fica
evidenciada na fala das entrevistadas:
“...Eu sei muito pouco. Nunca tive problema genital, por isso não vou
muito ao posto.” (Orquídea)
“...Se sentir alguma coisa, aí procuro um médico e faço preventivo.”
(Azaléia)
Baseado na análise desses dados foi identificado um conhecimento
parcialmente satisfatório em relação às formas de prevenção do câncer cérvicouterino por parte das mulheres entrevistadas. Mas acreditamos que, a mulher em
posse da informação sobre o procedimento ao qual será submetida, bem como as
manifestações clínicas da doença e seus fatores de risco, se comprometerá cada
vez mais a aderir ao exame preventivo de forma consciente e não automatizada.
36
0%
100%
sim
não
Gráfico 7 – A realização ou não do exame Preventivo do câncer do colo
de útero das funcionárias na IES em 2009
Fonte: Pesquisa realizada na IES - Outubro/2009
O gráfico 7 expõe que 100% das entrevistadas já realizou o exame
papanicolau, porém durante todo processo de levantamento de dados, estas
deixaram claro, que o fato de trabalharem em uma Instituição de Ensino Superior
com área da saúde não influenciou em nada esta ação, e que todo conhecimento
sobre a importância de realizar o exame não foi adquirido no local de trabalho. Esse
resultado contradiz a pesquisa de Meirighi, Hamano e Cavalcante (2002), realizada
em uma escola de enfermagem, onde foi constatado que a maior proporção de
mulheres que realizam o exame preventivo pode estar relacionada ao fato de
trabalharem em uma instituição de ensino da área da saúde, e que assim, de certa
forma, possuem um maior acesso a informações sobre questões voltadas à
promoção
da
saúde.
Também
destacaram
em
seus
estudos
que,
um
estabelecimento que solicita anualmente exames médicos à suas funcionárias,
influencia em um maior grau de adesão ao exame preventivo do câncer cérvicouterino.
37
5%
2%
12%
81%
1 vez ao ano
2 vezes ao ano
Única vez
Exporadicamente
Gráfico 8 – Freqüência de realização do exame preventivo das funcionárias da
IES em 2009
Fonte: Pesquisa realizada na IES - Outubro/2009
Quanto a frequência com que o exame preventivo é realizado, foi
constatado que 81% das entrevistadas o realizam pelo menos uma vez anualmente,
5% realizam duas vezes durante o ano, 2% relatam ter se submetido a este exame
uma única vez na vida e 12% afirmam realizá-lo exporadicamente.
De acordo com os dados coletados e apresentados no gráfico 8, a maioria
das mulheres entrevistadas, realiza o exame na periodicidade recomendada pelo
Ministério da Saúde. O exame deve ser feito a cada ano, e se dois exames anuais
seguidos apresentarem resultado negativo para displasia ou neoplasia, este poderá
ser realizado a cada três anos (BRASIL, 2002).
Portanto, ao analisar os resultados obtidos após entrevistas com as
funcionárias de serviços gerais da IES, observou-se que, embora o conhecimento
que essas possuem em relação ao câncer do colo do útero seja significativamente
pequeno como exemplificado em suas próprias falas, o grau de adesão ao exame
preventivo das entrevistadas foi considerado de nível satisfatório.
38
5 MÉTODO
Este estudo trata-se de uma pesquisa dividida em dois momentos.
Inicialmente foi feito uma revisão de literatura, utilizando livros e artigos científicos
com o intuito de analisar os aspectos gerais sobre o câncer de colo de útero,
incidência, fatores de risco e as formas de prevenção desta patologia.
No segundo momento, foi realizada uma pesquisa de campo de natureza
quantitativa, desenvolvendo-se um estudo descritivo exploratório. Neste tipo de
estudo,
os
dados
são coletados,
registrados,
analisados,
classificados
e
interpretados, sem que o pesquisador interfira neles. Usa-se esta estrutura para
buscar informações precisas sobre a freqüência de ocorrência de um fenômeno
quando se sabe pouco sobre ele (LOBIONDO-WOOD: HABER, 2001).
A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicos” para que seus objetivos sejam atingidos: os métodos
científicos (GIL, 1999, p.26).
Fonseca (2003) afirma que a primeira razão para se conduzir uma
pesquisa quantitativa é descobrir quantas pessoas de uma determinada população
compartilham uma mesma característica ou um grupo de características. Ela é
especialmente projetada para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam
uma análise estatística.
A pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que
significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisálos, de forma que os resultados obtidos possam contribuir para os objetivos da
investigação.
O trabalho baseou-se na realização de uma pesquisa de campo
caracterizada por uma integração de abordagens, técnicas, categorização de termos
e interpretação completa dos questionários utilizados durante as entrevistas,
objetivando a identificação, registro e avaliação do fenômeno. A partir de então foi
possível gerar dados precisos e confiáveis para uma análise estatística da
freqüência com que tal fenômeno acontece.
39
5.1 DESCRIÇÃO DOS SUJEITOS
Para delimitação dos sujeitos da pesquisa, foi realizado um levantamento
do número de funcionários do sexo feminino contratados no departamento de
serviços gerais da IES. O quadro de funcionárias identificado foi equivalente a 45
mulheres, sendo que 28 delas pertencem ao turno da manhã e 17 pertencem ao
turno da tarde.
Para a participação das entrevistas foram definidos alguns critérios de
inclusão, como: ser do sexo feminino; estar contratada e ativa em suas funções na
instituição; aprovar sua participação na pesquisa, através de assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido, após as orientações fornecidas.
A amostra da pesquisa se constituiu de 41 mulheres, ou seja, quase a
totalidade de funcionárias identificadas no departamento de serviços gerais.
Portanto, apenas 4 funcionárias não foram entrevistadas, uma por motivo de estar
em gozo de férias, e três por estarem em licença de maternidade.
5.2 LOCAL DE COLETA DE DADOS
Os dados foram coletados na IES em duas salas previamente reservadas,
com portas fechadas, contendo mesa, cadeiras, ar condicionado, e iluminação.
5.3 MATERIAIS/INSTRUMENTOS/PROCEDIMENTOS
Para coleta dos dados foi utilizado um formulário semi-estruturado
contendo questões fechadas e abertas. O questionário abordou as seguintes
variáveis:
40
Variáveis
Dados sócio-demográficos
Idade;
estado
civil;
escolaridade;
profissão ocupacional.
Conceito do câncer do colo de útero
Entendimento sobre o conceito do
câncer do colo de útero.
Métodos de prevenção
Uso
de
preservativos;
exame
preventivo; outros.
Freqüência de realização do exame Realização anual; duas vezes ao ano;
preventivo
só realizou uma única vez; realização
esporádica.
As entrevistas foram iniciadas após a aprovação do projeto pelo Comitê
de Ética, seguindo todos os critérios estabelecidos pela resolução Nº 196/96
Conselho Nacional de Saúde, que preconiza e regulamenta os aspectos ético-legais
da pesquisa com seres humanos. Foram realizadas em dias úteis, respeitando a
disponibilidade das funcionárias dentro do seu turno de trabalho, de forma individual,
com duração máxima de 15 minutos. Após o consentimento das funcionárias, as
entrevistas foram gravadas em áudio, e depois transcritas na íntegra, sendo dado às
participantes nomes fictícios. Os arquivos em áudio foram devidamente deletados e
os questionários respondidos serão arquivados em armário fechado no laboratório
de Semiologia e Semiotécnica da instituição por um período de cinco anos e
posteriormente incinerados.
5.4 DOCUMENTOS ADICIONAIS
5.4.1 Termo de solicitação de autorização para realização de pesquisa na
instituição
Para obter a autorização da realização da pesquisa, foi apresentado um
termo de solicitação ao pró-reitor administrativo e posteriormente ao encarregado
dos serviços gerais da instituição, onde foi descrito o objetivo da pesquisa, a forma
41
com que as entrevistas seriam realizadas, e os meios de divulgação dos resultados
obtidos.
5.4.2 Termo de consentimento livre e esclarecido
Através do encarregado dos serviços gerais, foi realizado um convite às
funcionárias para a participação da pesquisa, onde foram informadas sobre o
objetivo da mesma e de como se procederia a coleta dos dados.
Ao comparecerem ao local das entrevistas, foi prestado esclarecimento
sobre o anonimato de cada uma, e que, se caso fosse necessário, ao serem
mencionadas na pesquisa, seriam referidas com o pseudônimo de flores.
As entrevistadas assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido
para sua colaboração na pesquisa e divulgação dos dados coletados, e foram
orientadas sobre a possibilidade de desistência de sua participação a qualquer
momento, caso fosse de sua vontade.
5.5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E ANÁLISE
De acordo com Lakatos e Marconi (2001), a interpretação é uma atividade
intelectual que procura dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a
outros conhecimentos e relacionando-as aos objetivos propostos e ao tema
estudado.
No estudo de um fenômeno, os dados quantitativos possibilitam a
compreensão da abrangência de um acontecimento. Assim, os dados coletados
durante as entrevistas foram organizados, categorizados e agrupados em tabelas.
Posteriormente foi realizada a construção de gráficos e análise dos mesmos, além
da seleção de citações das entrevistas, tomando como base o depoimento das
funcionárias na intenção de exemplificar e justificar os resultados obtidos.
42
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização
do
presente
estudo
foi possível levantar o
conhecimento sobre o câncer do colo de útero, formas de prevenção e freqüência de
realização do exame preventivo das funcionárias de serviços gerais de uma
instituição de ensino superior.
Ao levantar os aspectos sócio-econômicos, constatou-se que as mulheres
entrevistadas eram na sua maioria, casadas, com baixa escolaridade e com vida
sexual ativa. Tais condições remetem à presença de fatores de risco, que as tornam
mais vulneráveis ao câncer de colo uterino.
Em relação à idade, as entrevistadas seguem de forma geral as diretrizes
propostas pelo Ministério da Saúde, que considera como público prioritário para o
rastreamento do câncer cérvico-uterino, através do exame Papanicolau, as mulheres
de 25 a 59 anos.
Com os dados obtidos na pesquisa, foi constatado que há pouco
conhecimento das funcionárias sobre o que venha a ser o câncer do colo de útero e
suas formas de prevenção. Porém, mesmo com essa falta de conhecimento, todas
as mulheres revelaram já terem se submetido ao exame Papanicolau, e em sua
maioria, com periodicidade de uma vez ao ano.
A partir da análise realizada, pode-se perceber que embora essas
mulheres façam periodicamente o exame preventivo, elas não possuem uma
compreensão satisfatória sobre a finalidade do mesmo, o que ficou evidenciado em
suas falas durante as entrevistas.
Esperava-se encontrar durante a pesquisa, um nível de conhecimento
relativamente bom entre essas mulheres, por se tratar de mulheres que trabalham
em uma instituição de ensino superior com cursos da área da saúde, e que assim,
de certa forma, possuem maior facilidade em obter e vincular informações sobre
questões voltadas à promoção da saúde.
Entretanto, o resultado encontrado
demonstrou divergência, pois o fato de estarem inseridas em uma IES não
demonstrou interferência na aquisição do conhecimento dessas funcionárias, e não
revelou qualquer tipo de influência quanto à adesão dessas ao exame preventivo do
câncer do colo de útero.
43
Faz-se importante salientar que a prevenção não depende somente de
aspectos técnicos, mas também da educação em saúde, que deve permear todo o
âmbito das ações de prevenção e detecção precoce do câncer de colo uterino.
Acredita-se que toda mulher que tenha acesso à informação, tem uma melhor
compreensão e consequentemente, uma maior adesão às medidas de prevenção.
Nesse contexto sugere-se à IES, que desenvolva atividades de educação
em saúde, utilizando como agente educadores, seus acadêmicos, através de
palestras e trabalhos extra-classe, no intuito de oferecer aos seus funcionários
informações contínuas que visem a promoção da saúde.
44
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Acesso em: 15 mai. 2009.
49
APÊNDICES
50
APÊNDICE A – TERMO DE SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA
REALIZAÇÃO DE PESQUISA NA INSTITUIÇÃO
Governador Valadares, 15 de Setembro de 2009
Prezado Prof. Marle José Ferrari Junior,
Solicitamos autorização para realização da pesquisa nesta instituição com o
título Conhecimento e Adesão das Funcionárias de Serviços Gerais de uma
Instituição de Ensino Superior ao Exame Preventivo do Câncer do Colo de Útero.
Trata-se de um trabalho de conclusão do curso de graduação em Enfermagem,
tendo como pesquisador responsável a Enf. Prof. Valéria de Oliveira Ambrósio.
Este estudo será realizado dentro da abordagem quantitativa, tendo como
objetivo levantar o conhecimento sobre o câncer do colo de útero, formas de
prevenção e freqüência de realização do exame preventivo das funcionárias de
serviços gerais de uma instituição de nível superior.
Propõe-se a realização desta pesquisa no período de setembro/2009, onde as
entrevistas se realizarão individualmente com utilização de um questionário semiestruturado, com perguntas claras e objetivas. As informações obtidas serão
utilizadas somente para o estudo e as participantes terão garantido o seu anonimato
e sigilo sobre o que informarem assim como o atendimento à Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde.
Contando com a colaboração da instituição, informamos
que será
encaminhado ao encarregado dos serviços gerais, após consentimento e aprovação
deste, a solicitação de autorização necessária e liberação das funcionárias de
serviços gerais para a realização da pesquisa em questão. Informamos que as
entrevistas ocorrerão durante o expediente do turno a qual a funcionária está
inserida, em sala reservada e climatizada, com portas fechadas, dentro do
Ambulatório de Lesão do curso de Enfermagem, no Campus II. Ressaltamos ainda
que o tempo utilizado para coleta de dados terá duração máxima de 30 minutos,
respeitando assim, a ordem e funcionamento do setor.
Prevêem-se como benefícios dessa pesquisa conhecer o perfil sóciodemográfico das funcionárias, correlacionando-o com o conhecimento existente
51
sobre o câncer do colo de útero e suas formas de prevenção, além de investigar a
freqüência de realização do exame preventivo, comparando-a conforme o estado
civil das entrevistadas. Assim a instituição terá uma visão da situação do
conhecimento e freqüência da realização do exame preventivo entre as
funcionárias de serviços gerais.
A pesquisa não oferecerá riscos para as entrevistadas, bem como para a
instituição, pois, os nomes não serão divulgados.
Após conclusão, será entregue uma cópia desta pesquisa à instituição para
que esta através dos resultados obtidos venha desenvolver trabalhos futuros com as
funcionárias que foram sujeitas deste projeto.
Os resultados encontrados serão divulgados em apresentação do Trabalho de
Conclusão de Curso ao final do ano de 2009, bem como em congressos e
seminários na área da saúde, e ainda em publicações de artigos, entre outros.
Diante do exposto, vimos solicitar autorização para realizarmos a pesquisa a
que nos propomos.
Agradecemos sua colaboração e solicitamos ainda o acordo neste
documento.
Atenciosamente,
Governador Valadares, ______ de ___________ de 2009
___________________________________
Pesquisador Responsável
Ciente das informações apresentadas acima, autorizo a realização da
pesquisa mencionada na instituição na qual sou responsável.
____________________________________
Responsável pela Instituição/Serviço
Sr. Marle José Ferrari Junior
Pró-reitor administrativo
52
APÊNDICE B – TERMO DE SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA
REALIZAÇÃO DE PESQUISA NA INSTITUIÇÃO
Governador Valadares, 16 de julho de 2009
Sr. Encarregado dos Serviços Gerais
Solicitamos autorização para realização da pesquisa nesta instituição com o
título Conhecimento e Adesão das Funcionárias de Serviços Gerais de uma
Instituição de Ensino Superior ao Exame Preventivo do Câncer do Colo de Útero.
Trata-se de um trabalho de conclusão do curso de graduação em Enfermagem,
tendo como pesquisador responsável a Enf. Prof. Valéria de Oliveira Ambrósio.
Este estudo será realizado dentro da abordagem quantitativa, tendo como
objetivo levantar o conhecimento sobre o câncer do colo de útero, formas de
prevenção e freqüência de realização do exame preventivo das funcionárias de
serviços gerais de uma instituição de nível superior.
Propõe-se a realização desta pesquisa no período de setembro/2009, onde as
entrevistas se realizarão individualmente com utilização de um questionário semiestruturado, com perguntas claras e objetivas. As informações obtidas serão
utilizadas somente para o estudo e as participantes terão garantido o seu anonimato
e sigilo sobre o que informarem assim como o atendimento à Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde.
Contando com colaboração da instituição, informamos que será necessária
para a realização da pesquisa em questão, a liberação das funcionárias de serviços
gerais durante o expediente do turno a qual está inserida. Informamos que as
entrevistas ocorrerão em sala reservada e climatizada, com portas fechadas, dentro
do Ambulatório de Lesão do curso de Enfermagem, no Campus II. Ressaltamos
ainda que o tempo utilizado para coleta de dados terá duração máxima de 30
minutos, respeitando assim, a ordem e funcionamento do setor.
Prevêem-se como benefícios dessa pesquisa conhecer o perfil sóciodemográfico das funcionárias, correlacionando-o com o conhecimento existente
sobre o câncer do colo de útero e suas formas de prevenção, além de investigar a
freqüência de realização do exame preventivo, comparando-a conforme o estado
53
civil das entrevistadas. Assim a instituição terá uma visão da situação do
conhecimento e freqüência da realização do exame preventivo entre as
funcionárias de serviços gerais.
A pesquisa não oferecerá riscos para as entrevistadas, bem como para a
instituição, pois, os nomes não serão divulgados.
Após conclusão, será entregue uma cópia desta pesquisa à instituição para
que esta através dos resultados obtidos venha desenvolver trabalhos futuros com as
funcionárias que foram sujeitas deste projeto.
Os resultados encontrados serão divulgados em apresentação do Trabalho de
Conclusão de Curso ao final do ano de 2009, bem como em congressos e
seminários na área da saúde, e ainda em publicações de artigos, entre outros.
Diante do exposto, vimos solicitar autorização para realizarmos a pesquisa a
que nos propomos.
Agradecemos sua colaboração e solicitamos ainda o acordo neste
documento.
Atenciosamente,
Governador Valadares, ______ de ___________ de 2009
___________________________________
Pesquisador Responsável
Ciente das informações apresentadas acima, autorizo a realização da
pesquisa mencionada na instituição na qual sou responsável.
____________________________________
Responsável pela Instituição/Serviço
Sr. Antônio José de Souza Filho
Encarregado do Setor de Serviços Gerais
54
APÊNCIDE C – QUESTIONÁRIO
Iniciais do Usuário_________________________________ Nº Questionário:____
Idade: ____
Tempo de Serviço na Instituição: ______
Data da entrevista___/___/___
Início hora:______
Término hora:______
Entrevistador: ___________________________
Observação: _____________________________________________________
1. - Estado Civil: ( ) Solteira
( ) Casado
( ) Viúvo ( ) Separado
( ) Outro
2. Grau de escolaridade:
( ) Analfabeto ( ) Fundamental completo
( ) Fundamental incompleto ( ) Médio completo
( ) Médio incompleto ( ) Superior completo
( ) Superior incompleto
3. O que você sabe sobre o câncer do colo de útero?
4. Quais as formas de prevenção do câncer de colo de útero que você conhece?
5. Você já realizou o exame Preventivo do câncer do colo de útero?
7. Se sim, com qual freqüência o realiza?
55
APÊNDICE D – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
1 – Identificação do Responsável pela execução da pesquisa:
Título: CONHECIMENTO E ADESÃO DAS FUNCIONÁRIAS DE SERVIÇOS GERAIS
DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR AO EXAME PREVENTIVO DO
CÂNCER DO COLO DE ÚTERO.
Pesquisador Responsável: Enf. Prof. Valéria de Oliveira Ambrósio
Se TCC incluir nome do aluno(a) Participante: Camila Freire Silva, Cláudia Coelho
Pereira Linhares, Gilper de Souza Santos, Hercília Filgueiras de Almeida
Contato com pesquisador responsável
Endereço: Rua Santo Estevão, Nº 60 Vila Mariana
Gov. Valadares/ MG.
Telefone(s): 8865-1011
Comitê de Ética em Pesquisa
Rua Israel Pinheiro, 2000 – Campus Universitário – Tel.: 3279 5575
2 – Informações ao participante ou responsável:
1) Você
está sendo
convidado
a
participar
de
uma
pesquisa
intitulada
“Conhecimento e Adesão das Funcionárias de Serviços Gerais de uma Instituição de
Ensino Superior ao Exame Preventivo do Câncer do Colo de Útero”. Esta pesquisa
trata-se do trabalho de conclusão de curso para obtenção da graduação em
enfermagem.
2) A pesquisa terá como objetivo(s) levantar o conhecimento sobre o câncer do colo
de útero, formas de prevenção e freqüência de realização do exame preventivo em
uma instituição de nível superior.
3) Antes de aceitar participar da pesquisa, leia atentamente as explicações que
informam sobre o procedimento.
Será realizada entrevista individual, com local reservado e climatizado, em
uma sala com portas fechadas, dentro da própria instituição. As entrevistas
ocorrerão em dias úteis, dentro do seu turno de trabalho, tendo duração máxima de
30 minutos, respeitando a disponibilidade de cada uma, onde serão abordadas
56
quanto ao conhecimento existente sobre o câncer do colo de útero, suas formas de
prevenção e com que freqüência realiza o exame preventivo. As entrevistas serão
gravadas em áudio para posteriormente serem transcritas e analisadas, mantendo o
sigilo e respeitando a privacidade de cada participante. Mas caso não esteja de
acordo com a gravação, poderá assim mesmo participar da entrevista, uma vez que
as informações serão apenas transcritas.
4) Durante sua participação, você poderá recusar responder a qualquer pergunta ou
participar
de
procedimento(s)
que
por
ventura
lhe
causar
(em)
algum
constrangimento.
5) Você poderá se recusar a participar da pesquisa ou poderá abandonar o
procedimento em qualquer momento, sem nenhuma penalização ou prejuízo.
6) A sua participação na pesquisa será como voluntário, não recebendo nenhum
privilégio, seja ele de caráter financeiro ou de qualquer natureza. Entretanto, lhe
serão garantidos todos os cuidados necessários a sua participação de acordo com
seus direitos individuais e respeito ao seu bem-estar físico e psicológico.
7) A sua participação não oferecerá riscos ou desconforto, pois, os nomes não
serão divulgados.
8) Prevêem-se como benefícios dessa pesquisa conhecer o perfil sóciodemográfico das funcionárias, correlacionando-o com o conceito existente sobre
câncer do colo de útero e suas formas de prevenção. Além de investigar a
freqüência de realização do exame preventivo, comparando-a conforme o estado
civil das entrevistadas.
9) Serão garantidos o sigilo e privacidade aos participantes, assegurando-lhes o
direito de omissão de sua identificação ou de dados que possam comprometê-lo. Na
apresentação dos resultados não serão citados os nomes dos participantes.
10) Os resultados obtidos com a pesquisa serão apresentados em eventos ou
publicações científicas, durante apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso
de Enfermagem, em cópia do trabalho disponibilizada na biblioteca da Universidade,
em artigos científicos e em congressos da área da saúde.
Confirmo ter sido informado e esclarecido sobre o conteúdo deste termo. A minha
assinatura abaixo indica que concordo em participar desta pesquisa e por isso dou
meu livre consentimento.
57
Governador Valadares, _____de _____de____________.
Nome do participante:______________________________
Assinatura do participante:_______________________
Assinatura do pesquisador responsável:_________________________________
58
ANEXO
59
ANEXO A – CARTA DE AUTORIZAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
60
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