JORNAL DE SANTA CATARINA 9 Editora: Isabela Kiesel ☎ (47) 3221-1528 [email protected] Editora Daiane Costa ☎ (47) 3221-1521 assistente: [email protected] DEMOLIÇÃO DO AMÉRICA EM NÚMEROS A coordenação da implosão seria da Defesa Civil Seria necessária uma equipe de 12 pessoas para coordenar a explosão A previsão de custo seria em torno de R$ 700 mil O trabalho até a retirada de entulhos duraria 20 dias Softwares avaliariam o impacto nas edificações próximas Seriam usados pelo menos 200 kg de dinamite 250 kg de explosivos derrubaram um pavilhão do Carandiru A implosão do Palace 2 usou 50 kg de dinamite Fonte: Manoel Jorge Dias, engenheiro de minas, especialista em implosão e engenheiro responsável da CDI Implosões. Dias coordenou as demolições do Palace 2 e Carandiru Como implodir? A pedido do Santa, o engenheiro de minas, especialista em implosão e engenheiro responsável da CDI Implosões de São Paulo, Manoel Jorge Dias, avaliou como poderia ser a demolição do América, analisando a estrutura através de fotografias encaminhadas pela reportagem. Dias coordenou mais de 100 implosões no país – incluindo as históricas da Casa de Detenção de São Paulo (Complexo do Carandiru) e o Palace 2, no Rio de Janeiro. Segundo o engenheiro, há duas alternativas para a destruição do América: implosão com dinamite e demolição manual. Ele explica que o ideal é o método com dinamite por ser mais seguro, rápido e ter a melhor relação custo benefício. Todo o trabalho duraria 20 dias. O método manual levaria aproximadamente três meses e seria executado por uma equipe de 30 pessoas. Porém, conforme Dias, o custo é maior e o perigo também. – É grande o risco de cair um pedaço da estrutura e acertar um carro ou uma pessoa na rua – avisa. Segundo ele, geralmente as implosões ocorrem em cumprimento a decisões judiciais. Hotéis Nações e Alvorada ● Brasília 2011: Os dois prédios de 12 pavimentos cada foram implodidos para a construção de hotéis mais modernos para a Copa de 2014. A implosão resultou em 10 mil toneladas de entulho Estádio Mané Garrincha ● Brasília 2011: Duas tentativas e a arquibancada do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, continuou em pé. O estádio inaugurado no início dos anos 1970 está em obras para a Copa Carandiru 1 ● São Paulo 2002: A primeira etapa da implosão foi em 8 de dezembro. Restaram 80 mil toneladas de entulho, retiradas do local por 8 mil caminhões. A explosão durou 10 segundos Palace 2 ● Rio de Janeiro 1998: Edifício residencial, foi implodido depois de constatado erro estrutural de cálculo no projeto das vigas de sustentação. O projeto era do engenheiro Sérgio Naya Edifício Mendes Caldeira GILMAR DE SOUZA O espaço ao redor é isolado duas horas antes de acionar o detonador, que fica a 150m da área a ser implodida A implosão começa com um detonador A implosão dura até 10 segundos O dispositivo cria uma faísca que queima um composto químico dentro de um longo cabo que segue até o prédio ARTE MARCELO CAMACHO IMPLOSÕES FAMOSAS NO BRASIL Obras do Edifício América estão paralisadas desde 2008 Lá dentro, centenas de outros fios saem do cabo principal Todo fio é ligado a uma espoleta que explode a dinamite A liberação da rua e da área é feita meia hora após a detonação ● São Paulo 1976: O edifício foi destruído por implosão. A tecnologia era inédita, até então, na América Latina. O prédio foi demolido para a construção da Estação da Sé santa.com.br Assista aos vídeos das implosões que repercutiram no país em www.santa.com.br Os entulhos são removidos Pelo menos meia banana de dinamite é colocada por pilar. A quantidade é definida conforme a altura do prédio A sequência da explosão é controlada por um produto que faz o fio detonador queimar lentamente A diferença entre a explosão das primeiras e das últimas dinamites é de milésimos de segundo Fonte: Manoel Jorge Dias, engenheiro de minas, especialista em implosão e engenheiro responsável da CDI Implosões. Dias coordenou as demolições do Palace 2 e Carandiru