Contribuição da Visão Baseada em Recursos para a Análise da Sustentabilidade e Competitividade das Estratégias de Marketing Voltadas para o Público de Baixa Renda AUTORES: Wilson Chagas Gouveia e José de Paula Barros Neto - UFC RESUMO Este estudo se fundamenta nas bases conceituais da visão baseada em recursos, aplicada na análise das estratégias de marketing utilizadas para um produto voltado para a população de baixa renda ou da base da pirâmide. A partir de uma abordagem qualitativa, o objetivo principal foi identificar a contribuição da visão baseada em recursos para a análise da sustentabilidade e competitividade das estratégias de marketing voltadas para o público-alvo de baixa renda. Para atender a esse propósito, em uma primeira etapa resgatam-se os conceitos e definições da visão baseada em recursos, das estratégias de marketing e do perfil da baixa renda. Na seqüência estão indicados os procedimentos metodológicos utilizados neste trabalho. Finalmente apresenta-se um estudo de caso do Programa Crediamigo do Banco do Nordeste do Brasil com a identificação das estratégias de marketing, e aplicação da estrutura de análise VRIO sobre as mesmas de modo a determinar suas prováveis performances competitivas, econômicas, bem como caracterizar os pontos fortes. Os resultados da pesquisa demonstram então a utilização dessa ferramenta na análise e em conseqüência na gestão de negócios que operam sobretudo na baixa renda, de forma a assegurar a longevidade e a lucratividade das organizações. Palavras chave: visão baseada em recursos, estratégias de marketing, baixa renda. ABSTRACT This study is based on the resource-based view theory applied to the analysis of marketing strategies directed to low-income consumers, or to the base of the market pyramid. Applying a qualitative approach, the main objective of this analysis is to identify the contribution of the resource-based view to the analysis of the sustainability and competitiveness of the marketing strategies focusing on the base of the pyramid as the target market. To achieve this aim, this study first addresses the basic concepts and definitions of resource-based view, marketing strategies and low-income consumer’s profile. Following, the methodological procedures used in this research are explained. Finally, the case study of Crediamigo Program from Banco do Nordeste do Brasil, which identifies the marketing strategies, and analyses them through the lenses of the VRIO framework, are presented in order to find out the likely competitive and economics performances as well as its strong points. The results of the research will demonstrate the use of that tool in the analyses and, consequently, in a business management focused mainly in low-income consumer, in order to assure the longevity and profitability of those companies. Key words: resource-based view, marketing strategies, low-income consumer. 1 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 1. INTRODUÇÃO Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no ano de 2008, 74,3% das famílias brasileiras residentes em domicílios particulares estavam incluídas nas classes de rendimento mensal per capita de até dois salários mínimos, percentual esse que sobe para 86,1% quando se observa especificamente a região nordeste do país, distribuídos conforme Tabela 1. Tabela 1: Famílias residentes em domicílios particulares, em valores relativos, segundo as classes de rendimento mensal familiar per capita - 2008. Famílias residentes em domicílios particulares Classes de rendimento em valores relativos (%) mensal per capita em salário mínimo (sm) Brasil Nordeste Até 1/4 sm 7,4 17,0 + de 1/4 a 1/2 sm 15,2 24,3 + de 1/2 a 1 sm 26,8 29,5 + de 1 a 2 sm 24,9 15,3 Total até 2 sm 74,3 86,1 Fonte: Adaptado pelos autores de publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atender esse mercado de baixa renda ainda é um desafio para grande parte das organizações que persistem em implementar as suas estratégias de marketing para esse público-alvo baseadas naquelas utilizadas para os produtos fornecidos no topo da pirâmide, conforme Hart (2006). Quando o mercado-alvo é o da base da pirâmide, a grande dificuldade para as organizações é o de inovar no desenvolvimento de estratégias de marketing que incorporem competitividade e lucratividade no atendimento desse público. Para inovar no desenvolvimento dessas estratégias, é necessário buscar ferramentas que permitam identificar a competitividade e o retorno provável para um determinado mix ou composto de marketing de um produto voltado para a baixa renda. Baseado então nessa premissa a questão dessa pesquisa é: Como a visão baseada em recursos pode contribuir para a análise das estratégias de marketing voltadas para o público de baixa renda? Para responder a essa questão foi estabelecido como objetivo geral: Identificar a contribuição da visão baseada em recursos para a análise da sustentabilidade e competitividade das estratégias de marketing para um produto dirigido para a base da pirâmide. Objetivando então analisar a sustentabilidade e competitividade de uma estratégia de marketing, se trabalhou com a visão baseada em recursos, utilizando-se da estrutura de análise VRIO, sigla em inglês das palavras valor (value), raridade (rarity), imitabilidade (imitability) e organização (organization), que permite vincular essas estratégias à sua provável performance competitiva e econômica, bem como caracterizar os pontos fortes e fracos, conforme Barney (2002). Complementando os elementos necessários ao desenvolvimento da pesquisa, buscou-se um produto de sucesso consolidado no mercado de baixa renda, que foi identificado em estudo coordenado por Néri et al (2008), o qual revela que, para conhecer uma experiência de qualidade, com escala, sustentabilidade, retorno privado (aos clientes), e, portanto conseqüência social, basta visitar o programa Crediamigo do Banco do Nordeste. 2 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Para tornar viável esse estudo buscou-se sua fundamentação teórica em três grandes áreas que são a visão baseada em recursos, as estratégias de marketing e o perfil do mercado na baixa renda, apresentados na seção a seguir. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Esse artigo enfoca a intersecção de três grandes áreas do conhecimento, que são: a visão baseada em recursos, as estratégias de marketing e a baixa renda, conforme ilustrado na Figura 1. BP VBR EM Figura 1: A intersecção da visão baseada em recursos (VBR), com as estratégias de marketing (EM) e a base da pirâmide (BP). Fonte: Dos próprios autores. No entanto, como se verá a seguir, as estratégias de marketing englobam, na visão de McCarthy e Perreault (1997), o público-alvo, nesse trabalho a base da pirâmide ou baixa renda, e seu mix de marketing composto pelos 4 P´s, mostrando assim que o mercado-alvo objeto deste estudo já nasce como parte integrante das estratégias, pois nelas, o mesmo já está incorporado. O que se busca, então, é a intersecção de duas grandes áreas que são a visão baseada em recursos e as estratégias de marketing, o que é determinado pela intersecção, conforme Figura 2. VBR EM Figura 2: A intersecção da visão baseada em recursos (VBR), com as estratégias de marketing (EM). Fonte: Dos próprios autores. 2.1 Visão baseada em recursos O ponto central das abordagens dos estudos que compõem a visão baseada em recursos (VBR) é identificar os recursos organizacionais que possibilitam, à empresa, uma vantagem competitiva sustentável. Wernerfelt (1984, p. 172) define recurso como “qualquer coisa que pode ser pensada como um ponto forte ou uma fraqueza de uma empresa”. Por outro lado, “uma organização tem vantagem competitiva se ela consegue criar valor econômico além do 3 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br ponto de equilíbrio de um produto concorrente”, ensinam Peteraf e Barney (apud BARNEY; CLARK, 2007, p. 24). Para os mesmos autores, valor econômico é a diferença entre o benefício do ganho percebido pelo comprador do bem ou serviço e o custo econômico dele para a empresa. Então, vantagem competitiva é expressa em função da habilidade da organização em criar maior valor econômico. Os recursos organizacionais são vistos a partir de seu sentido estratégico, como sendo fontes de vantagens competitivas sustentáveis (WERNERFELT, 1984; BARNEY, 1991). Com isso, identifica-se a disposição das organizações em integrar a VBR com as estratégias a serem formuladas e implementadas pelas mesmas (WERNERFELT, 1984; BARNEY, 1991; GRANT, 1991; PETERAF 1993; e PENROSE, 2006). Fernandes, Fleury e Mills (2006, p. 49) entendem que: para os teóricos da VBR, recursos são elementos potenciais, um estoque à disposição da organização, cuja simples existência não se traduz necessariamente em desempenho. É preciso que tais recursos sejam mobilizados, coordenados e entregues para se garantir a performance organizacional. Conforme Barney (1991), o caminho do sucesso passa pela criação de condições específicas que permitam à organização a condição de identificar aqueles recursos considerados relevantes na obtenção da vantagem competitiva sustentável, quando da implementação de uma estratégia, sem que seus concorrentes sejam capazes de implementarem simultaneamente ou mesmo imitá-la. Mais tarde, Barney (2002) enumera os elementos necessários na identificação dos recursos relevantes que são: valor, raridade, impossibilidade de imitar ou substituir e capacidade de transferir o recurso. Na mesma linha, Wernerfelt (1984) indica que o objetivo da organização está em conseguir e organizar recursos que detenham um nível de qualidade superior àquele existente na concorrência, e que estes recursos devem ser valiosos e raros de modo a possibilitar altos retornos à firma. A partir disso, Barney (2002) criou uma forma de identificar se um recurso ou capacidade é um ponto forte ou fraco da organização por meio do que o mesmo chama de estrutura de análise VRIO (valor, raridade, imitabilidade e organização), estabelecendo então as seguintes questões: • A questão de valor – os recursos e capacidades da organização lhe permitem responder adequadamente aos riscos e às oportunidades do meio envolvente, agregando vendas ou reduzindo custos? • A questão de raridade – esse recurso está sendo utilizado por um pequeno número de concorrentes? • A questão de imitabilidade – o custo para obter ou desenvolver esse recurso na concorrência é elevado? • A questão de organização – existem normas ou procedimentos organizados para tirar o máximo de proveito desses recursos de valor, raridade e imitabilidade? A partir das respostas aos questionamentos acima, consegue-se identificar também como esse recurso contribui em termos de implicações competitivas (este pode trazer desvantagem ou igualdade competitiva, como também vantagem competitiva temporária ou sustentada), bem como em termos de performance econômica (abaixo do normal, normal ou superior ao normal) e finalmente se é considerado um ponto fraco, forte, forte e competência distintiva ou forte e competência distintiva sustentada. O detalhamento do que foi exposto apresenta-se na Figura 3. 4 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br O Recurso ou Capacidade é... Valioso? Não Raro? - de Imitação Custosa? Explorado pela - Não Implicações Performance Pontos competitivas econômica Fortes ou Fracos Desvantagem Abaixo do Normal Fraco Empresa? Competitiva Sim Não - Igualdade Competitiva Normal Forte Sim Sim Não Vantagem Competitiva Temporária Superior ao Normal Forte e Competência Distintiva Sim Sim Sim Vantagem Competitiva Sustentada Superior ao Normal Forte e Competência Distintiva Sustentada Sim Figura 3:A estrutura VRIO e seu inter-relacionamento com os pontos fortes ou fracos Fonte: Adaptado pelos autores de Barney e Clark, 2007 Crubellate, Pascucci e Grave (2008) entendem que o conhecimento do lado interno das organizações dá ao gestor condições parciais de decidir sobre a utilização otimizada de seus recursos, pois reconhecem que é também necessário incorporar o conhecimento do lado externo. Internamente, as escolhas são direcionadas pela racionalidade, eficiência, lucratividade, já o lado externo é influenciado pelos fatores estratégicos de mercado, aí incluídos os fornecedores, compradores, intensidade de competição e estrutura de mercado de produto. Barney (1991) e Srivastava et al (1998) entendem que os recursos de marketing são definidos como qualquer atributo, tangível ou intangível, físico ou humano, intelectual ou relacional, que possa ser implantado para alcançar uma vantagem competitiva em seus mercados. Hooley et al (2005) identificaram e reuniram em quadro grupos, aqueles recursos que podem ser alocados no mercado para criar ou mesmo manter uma vantagem competitiva, que são: A postura de fora para dentro da organização, ou seja, a sua capacidade de identificação com o cliente, que inclui a habilidade em identificar as necessidades, exigências e capacidades de um sólido relacionamento com os clientes, grupo esse que conforme Day (1994) representa a principal característica dos recursos baseados em mercado (RBM); O grupo seguinte dos RBM foca a reputação e credibilidade da organização junto a seus clientes, fornecedores e distribuidores, ou seja, os ativos de reputação indicados por DeChernatony e MacDonald (1992) como sendo difíceis de construir, agregam valor, criam posições defensáveis, exigem tempo para serem criados; O terceiro grupo dos RBM é constituído pela habilidade de inovar com êxito no mercado de atuação, conforme Han, Kim e Srivastava (1998); e 5 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br O último grupo dos RBM é composto pelos recursos humanos da organização. São os recursos humanos que no entendimento de D’Arcimoles (1997) formulam e implementam as estratégias de marketing, que são o objeto deste artigo na próxima seção. 2.2. Estratégias de Marketing Segundo Andrews (1980), a estratégia é a ligação entre a organização e seu meio envolvente, ou seja, inclui como ingredientes principais uma análise externa (identificando o meio em que opera) e uma análise interna (identificando os recursos e capacidades, ou sejam as experiências, conhecimentos e habilidades acumuladas). Quando se conhece o ambiente em que se atua e se identificam suas forças e fraquezas, se aprende mais rapidamente os meios para avançar, com comprometimento, consistência e determinação. As componentes-chaves de uma análise estratégica são: ter os objetivos claros, conhecer a concorrência, ter avaliação clara dos recursos envolvidos e ter uma implementação efetiva. Para uma estratégia ser vitoriosa, a mesma precisa ser consistente com: os valores e objetivos da empresa; o ambiente externo; os seus recursos e capacidades; e seus sistemas organizacionais. Thompson e Strickland (1998) entendem que a estratégia: • é um guia para a organização, indicando o caminho por onde estão indo e o que almejam alcançar; • leva os gestores a focar as mudanças ambientais, ameaças e oportunidades; • permite uma avaliação refinada de novas possibilidades de investimentos; • facilita a unificação das decisões estratégicas concebidas nos diferentes setores da empresa; e • desenvolve uma postura gerencial pró-ativa. Para Grant (1991, p. 114), estratégia é “o encontro que uma organização faz entre seus recursos internos e suas habilidades e as oportunidades e riscos criados pelo ambiente externo.” O mesmo autor enfatiza que as organizações devem desenvolver estratégias que explorem ao máximo os efeitos potenciais de cada característica individual, representada por seus recursos e capacidades. Ghemawat (2000) e Besanko (2004) enfatizam que o valor de uma estratégia competitiva vem da dificuldade da concorrência em reproduzi-la. Rowe e Barnes (1998) enfatizam que as organizações que desenvolvem relacionamentos positivos com os clientes por meio de estratégias de marketing têm maior chance de obter uma posição de vantagem competitiva sustentável e retornos financeiros acima da média. Crubellate, Pascucci e Grave (2008, p. 15) entendem que “a busca pela eficiência necessária à manutenção de sua posição de mercado faz com que as organizações mantenham-se atentas à evolução do seu ambiente”, naquilo que se chama de ações de monitoramento contínuo conforme Aaker (2001), objeto da próxima subseção. 2.2.1. Monitoramento Contínuo das Estratégias de Marketing Aaker (2001) entende que a evolução para o pensar estratégico contínuo mostra que: a exposição das organizações às transformações ambientais faz com que as ações de monitoramento sejam contínuas e que se busque antever e criar novas estratégias. Aaker (2001, p. 44) afirma ainda que “as estratégias e os indicadores da necessidade de mudança seriam continuamente monitorados. Na mesma linha, Mintzberg e Quinn (2001) afirmam que o planejamento detecta possibilidades de estratégias, sugere ações e estimula o pensar estratégico contínuo, no sentido em que as estratégias sejam alvo permanente de análise, permitindo assim a geração de novas alternativas estratégicas. 6 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Hunt e Morgan (1997) ensinam que é responsabilidade da administração reconhecer, entender, criar, selecionar, implementar e modificar estratégias. Conforme Day (1992), a construção e a manutenção de uma vantagem competitiva se verifica através da contínua interação da organização com seu mercado consumidor, buscando informações e atendendo demandas. Hult, Ketchen e Nichols (2002) ensinam que a cultura da competitividade está definida como sendo o grau em que as cadeias de fornecimento estariam predispostas à detectar e ao mesmo tempo preencher as lacunas entre os desejos do mercado e o que está lhes sendo oferecido atualmente. Correa e Luce (2005) entendem ser fundamental a habilidade da organização para executar uma estratégia bem focada, orientada pelo e para o mercado e também pela missão de entregar valor superior aos clientes, e continuamente adaptar processos e habilidades para mantê-los alinhados com as mudanças das oportunidades no mercado e nas expectativas e ou necessidades dos clientes. Hooley et al (2005) afirmam que as organizações inovadoras e criativas irão sempre identificar novas formas de atender aos seus clientes e estabelecer diferenciais em suas ofertas em relação às dos concorrentes. Para os mesmos autores a aplicação de mensurações permite aos gestores identificar os pontos fortes e fracos de marketing, estabelecendo então as áreas de atenção. Para que esse monitoramento seja factível é necessário entender como são construídas as estratégias de marketing, objeto da próxima subseção. 2.2.2 Construção das Estratégias de Marketing McCarthy e Perreault Jr (1997, p. 43) entendem que “uma estratégia de marketing especifica um mercado-alvo e um composto de marketing relacionado”, no qual o mercadoalvo é dado por um conjunto relativamente homogêneo de pessoas que uma organização deseja conquistar e o composto de marketing ou mix de marketing são as chamadas variáveis controláveis que a organização utiliza para satisfazer esse público, ou seja, os 4 P´s: produto, preço, praça e promoção. Correa e Luce (2005) entendem que o conceito de marketing requer uma orientação estratégica com foco na satisfação do cliente através de uma estratégia integrada que envolva produto, preço, promoções e distribuição. Segundo McDonald (2004), existem alguns títulos que indicam o conteúdo geral das declarações de estratégias na área de marketing encontradas na literatura, que são: • políticas e procedimentos relativos aos produtos que serão oferecidos ; • níveis de preço a adotar, margens e políticas de desconto; • propaganda e promoção de vendas; • ênfase a ser dada à venda pessoal, à abordagem de vendas, ao treinamento de vendas; • os canais de distribuição; e os níveis de serviço. Conceituada a construção das estratégias de marketing, identifica-se a seguir, o perfil do público-alvo, objeto deste trabalho. 2.2.3. Perfil do Mercado-Alvo: a Baixa Renda Rocha e Silva (2008) destacam que “a literatura de administração de negócios pouco se preocupou com as camadas de renda mais baixa da população, exceto no contexto das questões de ética e responsabilidade social.”. Os mesmos autores afirmam também que “as pesquisas sobre o comportamento de consumo dos pobres são bastante raras na literatura norte-americana e praticamente inexistentes na européia [...].” E é justamente a partir do 7 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br início dessa década quando Prahalad e outros autores, a seguir apresentados, começam a discutir a importância, características e a amplitude da baixa renda no mercado de consumo. Anderson e Markides (2007) destacam que a conquista dos segmentos de baixa renda está associada a quatro fatores: aceitabilidade do produto, preço acessível, sistemas inovadores de distribuição e formas criativas de comunicação. Conforme Meirelles (2008), quando se fala em marketing para a base da pirâmide é necessário considerar a dissonância cognitiva, a escolaridade, a vizinhança, as barreiras de acesso, a estética, o “aspiracional” e o crédito. Na dissonância cognitiva, Meirelles (2008) alerta para a necessidade de se considerar as diferenças de formação entre a baixa renda e a classe alta, como a cultural, a educacional, a econômica e a de lingüística, ou seja, seu repertório, valores e vocabulário são distantes das referências da elite brasileira. Godoy e Nardi (apud MELLO, 2007) ressaltam que, em situação de sobra de caixa, o consumidor de baixa renda busca algo de que já estava precisando, em lugar de adquirir outro em função de liquidações ou promoções. Esse mercado da base da pirâmide tem um grau de racionalidade, que vai além do preço do bem, para incluir também a qualidade e o desejo. Quando analisam a variável preço isoladamente, o que mais importa a esse consumidor é saber se a prestação é adequada ao seu orçamento. Parente, Barki e Kato (2007) indicam um estudo de 2002 do The Boston Consulting Group que mostra a grande preocupação dos consumidores da base da pirâmide com o equilíbrio entre qualidade e preço, pois a baixa renda não tem como refazer compras equivocadas ou mesmo corrigir experiências de consumo mal sucedidas. Quanto à escolaridade, Meirelles (2008) demarca a noção de que a média de anos de estudo está crescendo, sobretudo quando o foco é o jovem de baixa renda. A baixa escolaridade ainda existente, no entanto, altera diretamente a maneira como esse consumidor vê o mundo, ou seja, não se pode subestimar a inteligência desse consumidor, em função de sua baixa escolaridade, sendo simples e direto, respeitando o seu repertório, se utilizando de referências próximas e, finalmente, aprenda com a tradição oral e aposte na repetição. Corrobora Hart (2006) assinalando que os colaboradores precisam ser treinados para ter empatia com os stakeholders, bem como entender sua cultura, os processos de pensamento e linguagem. No que diz respeito à vizinhança, diferentemente do topo da pirâmide, todo mundo ajuda todo mundo, conforme Meirelles (2008). Por um lado, esse mercado vê com descrédito as instituições oficiais e, de outra parte consideram porto seguro a família, a igreja e a comunidade. Corrobora Hart (2006), destacando que é necessário considerar o sentido de pertença da base da pirâmide à comunidade, e sua conexão com propósitos mais amplos, que vêm da família, tradição e religião. Essa relação de vizinhança na base da pirâmide se reflete nas relações de consumo, em que o principal informante do consumidor de baixa renda é outro consumidor, considerando um bom amigo aquele que dá dicas. Meirelles (2008) recomenda a propaganda boca-a-boca, falar localmente, ser didático, fornecer conteúdo e fazer merchandising. Conforme Meirelles (2008), o consumidor popular acredita que o mercado levanta uma série de barreiras de acesso ao consumo, colocando, então, a confiança e a honestidade como aspectos delicados e determinantes do relacionamento com a baixa renda. Meirelles (2008) informa que pesquisa realizada pela Data Popular, em São Paulo, em 2004, identificou o fato de que a baixa renda entende como sinais de desconfiança os funcionários muito próximos, as bolsas lacradas, as portas giratórias, a solicitação de comprovantes de renda ou de residência e da carteira de identidade. Diferentemente de Meirelles (2008), enfatizam Parente, Barki e Kato (2007) que estudo de 2003 da Booz Allen Hamilton mostra que a proximidade física é 8 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br sim um diferencial do pequeno varejo, no qual se consegue melhor relacionamento com os consumidores. Meireles (2008) entende que as referências estéticas (ser alegre, colorida, exagerada, extravagante e farta) da baixa renda derivam de sua cultura popular. Portanto, o referido autor recomenda não tentar catequizar, respeitar as preferências, utilizar cores primárias e trabalhar com a idéia de fartura. Segundo, ainda Meirelles (2008), as organizações acreditaram durante anos que, falando para o topo da pirâmide, falariam para todos. Quando o sonho é inatingível ou a linguagem inadequada, o consumidor de baixa renda entende que o bem não é para ele, o que o mesmo autor chama de “aspiracional”, ou seja, algo sonhado, no sentido de desejado. O consumidor de alta renda quer se diferenciar da base, ou seja, quer exclusividade. Já o de baixa renda busca socializar informações sobre oportunidades de consumo. Para Meirelles (2008), o crédito é a porta de entrada da base da pirâmide no universo de consumo. O acesso oportuno e ágil ao crédito é mais relevante do que a taxa de juros cobrada, pois a baixa renda aceita e pode pagar juros de mercado, anota Parente (2003). Esta pesquisa foca então o produto crédito, empregado para o desenvolvimento de uma unidade produtiva e destinado a micros e pequenos empreendedores, o qual conforme Mayer (2005) é chamado de microcrédito produtivo orientado. O microcrédito tem como metodologia de concessão de empréstimos o uso de garantias chamadas de capital social da comunidade, como relações de confiança, reciprocidade e participação, consoante Nichter et al (2002), Romeiro et al (2004), e Néri et al (2008). Essa garantia chamada de aval solidário, para Morduch (1999) é a maneira de “[...] construir programas em torno dos ativos sociais quando os ativos físicos são escassos”. Dentre as organizações de micro finanças operando no Brasil, uma em especial, o Banco do Nordeste do Brasil vem ganhando destaque, com seu Programa Crediamigo, seja pela sua sustentabilidade, seja pela sua competitividade, conforme Néri et al (2008), e é portanto em função dessa performance que esse produto se tornou o objeto de estudo desta pesquisa. Definem-se, então, a seguir os procedimentos metodológicos adotados no presente estudo. 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esse trabalho utilizou como estratégia de pesquisa estudo de caso exploratório, pois, segundo Yin (2005), esse caminho torna fácil a compreensão de fenômenos sociais complexos. O estudo de caso não exige controle sobre eventos comportamentais e foca acontecimentos contemporâneo, além de trabalhar com pequenas amostras, sem o intuito da generalização dos resultados para toda uma população, mas sim buscar fundamentos, explicações e compreensão para um fato ou fenômeno. A busca também exibiu, como uma de suas principais fontes de evidência, a entrevista de pessoas nele envolvidas, característica essa também inerente ao estudo de caso, segundo o mesmo autor. Na lição de Mattar (1993), a pesquisa exploratória destaca-se no sentido de proporcionar uma visão geral acerca de determinado fenômeno ainda pouco estudado e, portanto, o que se buscou foi conhecer, compreender e estudar a contribuição da visão baseada em recursos para a análise das estratégias de marketing voltadas à baixa renda. Na primeira etapa identificou-se as estratégias de marketing a partir da construção de seu mix de marketing pelo “braço interno da organização” no Programa. Esse grupo constituído de 5 técnicos do Crediamigo identificou 29 estratégias através da realização de 9 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br uma entrevista com perguntas abertas sobre cada um dos 4 P´s, com foco no seu público-alvo, a base da pirâmide. Na segunda etapa apresentaram-se então essas estratégias de marketing a 8 assessores de crédito, considerados “braços externos da organização” no Programa, para em entrevista com questões estruturadas, de múltipla escolha e resposta única, em escala ordinal, identificassem o grau de importância de cada uma delas, de “muito importante” , escala 5, até “sem importância”, escala 1 para a performance do Crediamigo no mercado-alvo. Resultando 13 estratégias evidenciadas como “muito importantes” para a organização. Na terceira e última etapa, aplicou-se, sobre essas 13 estratégias, a estrutura de análise VRIO. Dessa construção da estrutura de análise participaram 3 técnicos do Programa (braço interno), com a utilização de entrevistas com questões dicotômicas para identificação do valor, raridade, imitabilidade e se a organização extrai o máximo de proveito dessas estratégias. Concluída essa etapa identificou-se então as contribuições da VBR na análise das estratégias de marketing, objeto da próxima seção. 4. CONTRIBUIÇÕES DA VBR PARA A ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE MARKETING Construída a estrutura de análise VRIO daquelas 13 estratégias, 5 foram classificadas em igualdade competitiva e performance econômica normal, e estão apresentadas na Figura 4, que inclui também o paralelo de cada uma delas com a bibliografia levantada. Estratégia Paralelo com Bibliografia Assegurar agilidade logística (liberar crédito em até 7 dias). Prahalad (2005) entende que é esssencial assegurar agilidade logística. Prover disponibilidade de recursos. Conforme Prahalad (2005) é fundamental prover disponibilidade de estoque. Realizar venda pessoal com o assessor de crédito indo ao cliente. É necessário assegurar a acessibilidade ao público-alvo, ensina Prahalad (2005) Promover a propaganda boca a boca e o cliente indica cliente. Enfatiza Meirelles (2008) que o perfil da BP estimula a propaganda boca a boca Proporcionar prestações adequadas à renda da BP As prestações devem caber no bolso do cliente, destacam Prahalad (2005) e Meirelles (2008). Figura 4: Estratégias com igualdade competitiva e performance econômica normal Fonte: Dos próprios autores Essas estratégias da Figura 4, foram consideradas pontos fortes, pois agregam vendas, embora sejam consideradas factíveis de imitação, posto que já não são consideradas raras. As outras oito estratégias resultantes dessa mesma análise apresentam vantagem competitiva sustentada, performance econômica superior ao normal e são consideradas pontos fortes e competências distintivas sustentadas, conforme Figura 5, que identifica essas estratégias, e apresenta também seu paralelo com a bibliografia. 10 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br Estratégia Ser a 1ª. opção como imagem de marca. Proporcionar a inclusão da BP no microcrédito com revisão do sistema de garantias (aval solidário). Disponibilizar o assessor de crédito no cliente. Prover capacitação (treinamento) a assessor de crédito. Assegurar qualidade de atendimento. Promover (divulgar) a capacitação e o sucesso do empreendedor como automotivação para a equipe. Planejar e acompanhar resultados. Alavancar a adimplência e vendas com juros decrescentes na renovação dos créditos. Paralelo com bibliografia Wernerfelt (1984) considera a imagem de marca e reputação, ativos intangíveis. Conforme Grant (1991) a vantagem em diferenciação está associada entre outras à reputação da marca. São os chamados ativos de reputação indicados por DeChernatony e MacDonald (1992). Estratégia de imagem é uma das quatro estratégias propostas por Grönroos (1993). A reputação organizacional possui características de recurso estratégico, conforme Michalisin, Smith e Kline (1997). Aaker (1998) afirma que o nome de marca combinado com seu significado, tornam-se um dos recursos mais relevantes da firma. Davies (2004) apresenta a marca como fator primordial na baixa renda. Segundo Awad (2005), a Casas Bahia trabalha para manter a marca como 1ª. opção do mercado. Hooney et al (2005) destaca que reputação de marca apresenta mecanismos de isolamento à sua imitação. Para Morduch (1999) a garantia, chamada de aval solidário, é a maneira de “[...] construir programas em torno de ativos sociais quando os ativos fixos são escassos.” Prahalad (2005) destaca que na Casas Bahia a garantia é o próprio cliente. Conforme Hart (2006) é necessário considerar o sentido de pertença da BP à comunidade. Meireles (2008) informa que a BP tem conceito de inclusão e de pertença ao grupo (aval solidário). O microcrédito utiliza garantias chamadas de capital social da comunidade, como relações de confiança, reciprocidade e participação, consoante Nichter et al (2002), Romeiro et al (2004) e Néri et al (2008). Trez e Luce (2000) destacam a interação direta com o cliente como uma das principais características da estratégia de serviços proposta por Grönroos (1993). Anversa (apud SCIARRETTA; PRADO, 2007) garante não ser possível abrir mão do agente de crédito, que vai até o cliente e cuida de todas as etapas, da concessão à recuperação. Rocha e Silva (2008) recomendam entre outras estratégias de marketing nos canais de distribuição a venda porta a porta. Conforme Meirelles (2008) deve-se cuidar da importância do relacionamento interpessoal com a BP. Para McCarthy e Perrault Jr. (1997) é necessário treinar aos colaboradores. Para Michalisin, Smith e Kline (1997) o know-how dos empregados possui características de recurso estratégico. Conforme Prahalad (2005) a Casas Bahia cuida em detalhes do treinamento de pessoal. Hart (2006) assinala que os colaboradores precisam ser treinados para ter empatia com os stakeholders, bem como entender sua cultura, processos de pensamento e linguagem. Conforme Wernerfelt (1984) deve-se cuidar da qualificação do pessoal. Estratégia de qualidade é uma das quatro estratégias propostas por Grönroos (1993). Barney (2002) fala da importância da contribuição individual dos funcionários. Conforme Prahalad (2005) a Casas Bahia cuida da qualidade desde o analista de crédito, passando pelo vendedor, pelo caixa e finalmente também pelo entregador. Slongo (1994) mostra dentro da estratégia de serviços a disposição do fornecedor em capacitar o usuário. Yunus e Jolis (2006) reportam as dificuldades iniciais em implantar o microcrédito e sua auto-motivação com o sucesso. Rocha e Silva (2008) recomendam entre outras estratégias de marketing nas comunicações a educação do consumidor com instruções simples e objetivas. Conforme Ambrósio (1999) é necessário planejar e acompanhar resultados. È necessário prover sistemas de controle, segundo Barney (2002). McDonald (2004) recomenda: determinar e monitorar padrões de desempenho. Para McCarthy e Perreault Jr. (1997) deve-se oferecer algo aos clientes para fazer algo adicional. Prahalad (2005) fala da adimplência versus aumento de crédito na Casas Bahia. Figura 5: Estratégias de grau máximo em sustentabilidade e competitividade Fonte: Dos próprios autores 11 VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 5. ANÁLISE DOS RESULTADOS Constatou-se que das 29 estratégias inicialmente levantadas junto aos técnicos do Programa (braço interno da organização), somente 13 foram consideradas “muito importantes” pelos assessores de crédito (braço externo da organização), isso sinaliza que as outras 16 precisam ser reavaliadas pela organização para reforçar a competitividade da empresa, conforme já apresentado pela pesquisa bibliográfica, sobre a dinamicidade de mudança nos mercados, e conseqüente necessidade de monitoramento contínuo. Dessas 13 estratégias somente 8 (conforme mostrado na Figura 5), ou seja, 28% de um total inicial de 29 estratégias são efetivamente a base maior de sustentação da vantagem competitiva e de performance econômica superior, sinalizando aqui também a necessidade da revisão das demais estratégias identificadas, e até mesmo a formulação e implementação de novas estratégias. As contribuições que esta pesquisa traz para a organização são: • a identificação das estratégias que representam o seu grau máximo em sustentabilidade e competitividade; • a identificação de estratégias que embora sejam pontos fortes, por aumentarem vendas ou reduzirem custos, não são raras e ou são de fácil imitação, exigindo aqui um esforço maior de inovação da organização, pois podem ser estratégias de curto life time; e • finalmente a identificação daquelas estratégias que não são consideradas “muito importantes” para o mercado, sinalizando aqui a necessidade da formulação de novas estratégias, que permitam manter o diferencial de competitividade da organização. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa permitiu então identificar as contribuições da visão baseada em recursos, com a utilização de sua estrutura de análise VRIO para a análise da sustentabilidade e competitividade das estratégias de marketing voltadas para o público-alvo de baixa renda. A visão baseada em recursos através da estrutura de análise VRIO contribui com a organização no sentido de: • fazer um filtro em suas estratégias, permitindo focar esforços naquelas que lhe trazem o diferencial competitivo; • rever aquelas com menor contribuição; e • buscar novas que alavanquem seu potencial. Trata-se de uma ferramenta que permite as organizações retro-alimentarem suas operações e gestões em um mercado de alta escala, que é o de baixa renda, porém gerenciando, permanentemente, a sua longevidade e sua lucratividade, em um ambiente, não só, em mutação permanente, mas também em velocidade crescente. Para pesquisas futuras a sugestão é buscar estabelecer uma correlação mais direta entre os recursos/estratégias e indicadores de desempenho de produto/organização. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMBRÓSIO, V. Plano de marketing passo a passo. Rio de Janeiro: Reichmann & Afonso Editores, 1999. AAKER, D. Marcas: brand equity, gerenciando o valor da marca. 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