Epidemiologia Mortalidade e Morbilidade Geral Licenciatura em Medicina – 3º ano “Transition” The health transition is a framework for describing and explaining the spectacular shifts in the patterns and causes of death that have taken place in most countries Demographic transition: high fertility and high mortality rates low fertility and low mortality rates Epidemiological transition: in addition to mortality, it describes the long-term changes in patterns of sickness and disability that occurred as societies changed their demographic, economic and social structures Telegramas de parabéns enviados em nome da Rainha Isabel II aos súbditos que comemoram 100 anos 1952 1962 1972 1982 1992 2001 255 590 1283 2759 3382 3898 Buckingham Palace Anniversaries Office, 2002 Esperança de vida Esperança de vida global Esperança de vida saudável Homens Mulheres Homens Mulheres Dinamarca 74.2 79.2 68.9 70.1 Irlanda 73.5 79.2 67.8 70.9 Alemanha 74.9 81.0 67.4 71.5 Finlândia 73.8 81.3 66.1 71.5 Itália 75.8 82.2 69.5 72.8 França 75.0 82.7 68.5 72.9 Espanha 75.2 82.3 68.7 72.5 Grécia 75.8 80.8 69.7 72.3 Portugal 71.9 79.1 63.9 68.6 República Checa 71.8 78.6 62.9 68.3 Polónia 69.8 78.1 59.3 64.3 Estónia 65.5 76.4 56.2 65.4 WHO, European Health Report 2002 Most poor people now live longer than the wealthiest people a century ago. Aumento na esperança de vida Reino Unido (1920-84) 12,4 11,5 20 15 Homens 10 5 3,9 2,1 1,7 1,7 1,3 0,3 0 16 6 3,1 0 13,3 0 1920-2 1930-2 1943 1952 1962 12,9 20 0 3,3 10 0 0,6 2,4 1972 14,4 15,5 18 7,7 3,7 4,3 6,7 5,1 0 1920-2 1930-2 1943 45 anos Nascimento 1984 1952 1962 1972 1984 Mulheres Principais Causas de Morte Dez primeiras causas de morte 2000 e e estimativas para 2020 2000 % do total de óbitos 2020 % do total de óbitos 1 Doença cardíaca isquémica 12,4 Doença cardíaca isquémica 16,3 2 Doença cerebrovascular 9,2 Doença cerebrovascular 11,2 3 Infecções do tracto respiratório inferior 6,9 Doença pulmonar obstrutiva crónica 6,9 4 VIH/SIDA 5,3 Infecções do tracto respiratório inferior 3,7 5 Doença pulmonar obstrutiva crónica 4,5 Cancro do pulmão, traqueia e brônquios 3,5 6 Perinatal 4,4 Acidentes de viação 3,4 7 Diarreias 3,8 Tuberculose 3,4 8 Tuberculose 3,0 Cancro do estômago 2,3 9 Acidentes de viação 2,3 VIH/SIDA 1,8 10 Cancro do pulmão, traqueia e brônquios 2,2 Suicídio e auto-agressão 1,8 Ebrahim S, Smeeth L. Int J Epidemiol 2005; 34:916 Dez primeiras causas de morte nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento, 2001 Países desenvolvidos % do total de óbitos Países em desenvolvimento % do total de óbitos 1 Doença cardíaca isquémica 22,2 Doença cardíaca isquémica 16,9 2 Doença cerebrovascular 13,8 Infecções do tracto respiratório inferior 14,8 3 Cancro do pulmão, traqueia e brônquios 4,5 Doença cerebrovascular 14,1 4 Infecções do tracto respiratório inferior 3,7 VIH/SIDA 13,2 5 Doença pulmonar obstrutiva crónica 3,0 Perinatal 10,4 6 Cancro cólon e recto 2,6 Diarreias 9,4 7 Cancro do estômago 2,0 Doença pulmonar obstrutiva crónica 9,3 8 Suicídio e auto-agressão 1,9 Tuberculose 6,8 9 Diabetes mellitus 1,8 Malária 4,9 10 Cirrose hepática 1,7 Acidentes de viação 4,7 WHO, European Health Report 2002 Principais causas de morte nos países da EU, por idade Idade (anos) Homens Mulheres <1 Problemas perinatais e síndrome da morte súbita infantil 1-4 Acidentes com veículos motorizados (...) Acidentes com veículos motorizados 30-34 Acidentes com veículos motorizados Suicídio 35-39 Suicídio Cancro da mama 40-44 Doença cardíaca isquémica Cancro da mama (...) Doença cardíaca isquémica Cancro da mama 65-69 Doença cardíaca isquémica 70-74 Doença cardíaca isquémica 75-79 Doença cardíaca isquémica 80-84 > 84 Doença cardíaca isquémica Acidente vascular cerebral Doenças da circulação pulmonar e outras cardiopatias Adaptado de Abel-Smith et al, 1995 “For Better Health In Europe”, 2004 Mortalidade pelas principais causas de morte na Europa OMS 2002 Mortalidade por doença coronária, 35-74 anos, 1990 II Jornada Internacional / I Jornada Luso-Brasileira de Nutrição Oncológica Rio de Janeiro, Novembro 2004 II Jornada Internacional / I Jornada Luso-Brasileira de Nutrição Oncológica Rio de Janeiro, Novembro 2004 II Jornada Internacional / I Jornada Luso-Brasileira de Nutrição Oncológica Rio de Janeiro, Novembro 2004 II Jornada Internacional / I Jornada Luso-Brasileira de Nutrição Oncológica Rio de Janeiro, Novembro 2004 II Jornada Internacional / I Jornada Luso-Brasileira de Nutrição Oncológica Rio de Janeiro, Novembro 2004 II Jornada Internacional / I Jornada Luso-Brasileira de Nutrição Oncológica Rio de Janeiro, Novembro 2004 Evolução da Mortalidade Mortalidade por doença cardiovascular, EUA 1965-1995 Mortalidade por doença coronária (por 1000), 1968-1988 Ajustada para a idade dos 45-74 anos Mortalidade por Doença Cerebrovascular Homens Mulheres USA Canada Switzerland Autralia France Mexico Israel Sweden Netherlands Denmark Mortalidade média anual ajustada para a idade, por sexo, 1989 - 1992 Ireland Poland Norway England & Wales Japan Finland Italy Germany Austria Argentina Scotland Greece Czechoslovakia Portugal 300 200 100 0 100 Dados da Organização Mundial de Saúde, 1993 200 300 Mortes por 100 000 pessoas-ano Bronner et al., N Engl J Med 1995; 333: 1392-1400 Variação percentual anual da mortalidade por AVC, em homens e mulheres, 35 74 anos, no período 1968 -1994 Sarti et al., Stroke 2000;31:1588-601 Taxas padronizadas de mortalidade para ambos os sexos em Portugal Anos 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Todas as Causas DCV DIC 866,9 194,0 79,4 915,7 205,6 83,6 868,8 191,7 79,9 893,4 195,2 83,0 829,4 178,8 74,3 846,0 179,6 73,4 863,4 178,0 74,2 834,7 162,4 71,6 831,0 158,5 72,2 829,0 154,0 69,5 736,0 133,0 61,2 Fonte: DEP, DGS Taxas de mortalidade por AVC, no sexo masculino, em Portugal, 1983-2000 1983-1985 1986-1988 1992-1994 1995-1997 1989-1991 1998-2000 Taxas de mortalidade por AVC, no sexo feminino, em Portugal, 1983-2000 1983-1985 1986-1988 1989-1991 1992-1994 1995-1997 1998-2000 Razão Homem/Mulher de mortalidade por AVC, em Portugal, 1983-2000 1983-1985 1985-1988 1989-1991 1995-1997 1998-2000 ± 0 2040 1992-1994 80 120 160 Kilometers Taxas de mortalidade por DC, no sexo masculino, em Portugal, 1983-2000 1983-1985 1986-1988 1989-1991 1995-1997 1998-2000 ± 0 25 50 1992-1994 100 150 200 Kilometers Taxas de mortalidade por DC, no sexo feminino, em Portugal, 1983-2000 1983-1985 1986-1988 1989-1991 1992-1994 1995-1997 1998-2000 Razão Homem/Mulher de mortalidade por DC, em Portugal, 1983-2000 1983-1985 1985-1988 1989-1991 1995-1997 1998-2000 ± 0 1992-1994 25 50 100 150 200 Kilometers Morbilidade Anos de vida perdidos Anos de vida perdidos devido a várias causas de morte, tendo como referencial o grupo etário até aos 65 anos. É usada para mostrar a importância de certas causas de morte na redução da esperança de vida. Disability-adjusted life-years (DALYs) - combina o tempo perdido devido a morte prematura e o tempo vivido com incapacidade. Global Burden of Disease Project – “the measured disease burden is the gap between a population’s health status and that of a normative reference population (with life expectancy at birth of 82.5 years for females and 80.0 years for males)”. The top 10 causes of burden of disease in the WHO European Region in DALYs*, estimates for 2000 21,8 20,3 14,8 11,5 Cardiovascular Diseases Neuropsychiatric disorders Injuries Malignant Neoplasms 4,6 Digestive diseases 4,4 Infectious and parasitic diseases Respiratory diseases 4,2 3,5 Musculoskeletal diseases 2,7 Sensory organ disorders 2,5 Respiratory infections 9,5 *DALYs (disability-adjusted life-years) All other causes WHO, European Health Report 2002 Dez primeiras causas de morbilidde (DALYs), 2001 Países desenvolvidos % DALYs total Países em desenvolvimento (baixa mortalidade) % DALYs total Países em desenvolvimento (alta mortalidade) % DALYs total 1 Doença cardíaca isquémica 9,4 Depressão 5,9 VIH/SIDA 9,0 2 Depressão 7,2 Doença cerebrovascular 4,9 Infecções do tracto respratório inferior 8,2 3 Doença cerebrovascular 6,0 Infecções do tracto respratório inferior 4,1 Diarreias 6,3 4 Alcoolismo 3,5 Acidentes de viação 4,1 Doenças “da infância” 5,5 5 Demências 3,0 Doença pulmonar obstrutiva crónica 3,8 Baixo peso ao nascimento 5,0 6 Hipoacusia 2,8 Doença cardíaca isquémica 3,2 Malaria 4,9 7 Acidentes de viação 2,5 Traumatismos do parto 2,6 Depressão 3,1 8 Doença pulmonar obstrutiva crónica 2,6 Tuberculose 2,4 Doença cardíaca isquémica 3,0 9 Artroses 2,5 Alcoolismo 2,3 Tuberculose 2,9 10 Cancro do pulmão 2,4 Hipoacusia 2,2 Acidentes de viação 2,0 WHO, European Health Report 2002 Mortalidade infantil de cidades europeias 1893-97 Nuremberg Berlim Porto Lisboa Vienna Praga Budapest Antuerpia Hamburgo Bruxelas Londres Stockolmo Glasgow Edimburgo POR 1000 NADOS Paris 0 50 100 150 200 Ricardo Jorge - Demographia e Hygiene da Cidade do Porto, 1899 250 70 Mortalidade Infantil Portugal * Finlandia – 1970-2000 60 40 Portugal 30 20 10 20 00 19 90 19 80 0 19 70 Por 1 000 nado-vivos 50 Incidência de Tuberculose Portugal * Finlândia 1975-2000 120 100 p 100000 80 Portugal 60 40 20 0 95 90 85 80 75 0 Varíola (smallpox virus) Bioterrorismo: Antrax, EUA 2001 Número total de casos: 18 casos confirmados; 4 casos suspeitos; 5 mortes por antrax inalado; Veículo: envelopes postais Falsos alarmes: Aproximadamente 4.000 nos EUA e 3.000 no resto do mundo. Estimativa do custo económico da resposta a falsos alarmes nos EUA: 100 milhões de dólares. Custos previstos das medidas preventivas no sistema postal dos EUA: 5 biliões de dólares. Estimativa das pessoas que obtiveram receitas ou compraram antibióticos : 11 milhões (4% dos habitantes dos EUA). Infecções de origem alimentar Novas patologias continuam a emergir (ex: Salmonella farmaco-resistente) http://www.cdc.gov/foodnet/ Principais factores de risco OMS, 2003 Percentage of total deaths (globally) attributable to selected risk factors Malnutrition 11% Poor water supply, sanitation 5% Unsafe sex 2% Tabaco use 6% Alcohol use 2% Occupation 2% Hypertension 6% Physical inactivity 4% Undefined risk factors 61% Air pollution 1% WHO, European Health Report 2002 1988 – Report of the Surgeon General • tabaco como dependência • nicotina é a droga no tabaco que provoca dependência •paralelismo entre a dependência do tabaco e de outras drogas, como a heroína e cocaína Epidemia do tabaco Epidemia do tabaco 1º - pouco frequente, típico das classes sociais altas; Epidemia do tabaco 1º - pouco frequente, típico das classes sociais altas; 2º- mais frequente nos homens em todas as classes sociais; prevalência nas mulheres “lagged” frequente nas classes sociais mais altas; 10-20 anos, Epidemia do tabaco 1º - pouco frequente, típico das classes sociais altas; 2º - mais frequente nos homens em todas as classes sociais; prevalência nas mulheres “lagged” 10-20 frequente nas classes sociais mais altas; 3º - prevalência decresce rapidamente nos homens; atinge o pico nas mulheres; anos, Epidemia do tabaco 1º - pouco frequente, típico das classes sociais altas; 2º- mais frequente nos homens em todas as classes sociais; prevalência nas mulheres “lagged” 10-20 anos, frequente nas classes sociais mais altas; 3º - prevalência decresce rapidamente nos homens; atinge o pico nas mulheres; 4º - o hábito decresce nos dois sexos e torna-se mais prevalente nas classes sociais mais baixas. Prevalência de fumadores - Portugal 33,3 % 35 29,2 30 27,3 25 20 15 10 5 6,5 5 7,5 0 INS - 87/88 Mulheres INS - 95-96 Homens INS - 98/99 Prevalência de fumadores - Portugal % 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 43 35 35 27,3 17,6 14 13 Lisboa 1993 Lisboa 1989 7,5 Porto INS - 98/99 Mulheres Homens Epidemia do tabaco Evolução do preço de 1 maço de Marlboro (ajustado para o PIB) 00 20 98 19 96 19 94 19 92 19 19 88 19 86 19 84 19 82 19 19 80 6 5 4 3 2 1 0 90 Portugal Resumo (1) A diminuição da taxa de mortalidade e o aumento da esperança média de vida mostram que nas últimas 5 décadas houve uma grande melhoria global no estado de saúde As desigualdades entre países, em termos de mortalidade relativa, não se alteraram substancialmente Informação detalhada e fidedigna sobre causas de morte está disponível para apenas 1/3 da população mundial; sistemas de registo baseados em amostras providenciam informação para mais 40% Dos 56 milhões de óbitos que ocorrem cada ano, 50% ocorrem antes dos 60 anos de idade e 80% ocorrem em países pobres; 1/3 das mortes são devidos a doenças infecciosas e quase ½ a doenças não transmissíveis e causas externas Resumo (2) As mortes prematuras são responsáveis por 60% dos DALYs perdidos; os restantes 40% são por incapacidade Os dados de morbilidade são mais sujeitos a erros do que os de mortalidade Os pressupostos assumidos para o cálculo de DALYs não são consensuais