Monitorizar o impacto da política de biodiversidade da UE

Propaganda
Setembro de 2010
PT
Monitorizar o impacto
da política de biodiversidade
da UE
NATUREZA
A biodiversidade – variedade de ecossistemas, espécies e genes – é o
capital natural mundial e a sua conservação constitui uma das principais
prioridades ambientais da UE.
Uma vez que é impossível medir todos os aspectos da biodiversidade, foram desenvolvidos «indicadores» de biodiversidade à escala
europeia. Estes proporcionam uma ferramenta rápida e fácil para destacar mensagens-chave e apresentar tendências gerais sobre o estado da
biodiversidade na Europa.
Os indicadores de biodiversidade são também uma componente fundamental do processo de elaboração de políticas, na medida em que
proporcionam um mecanismo de feedback muito importante para
determinar se as políticas e acções da UE estão a surtir o efeito desejado.
As últimas avaliações baseadas em indicadores revelaram que, embora
tenham sido realizados alguns progressos, o estado da biodiversidade
na Europa continua a suscitar grande preocupação.
© iStockphoto
Estas constatações levaram os decisores a desenvolver a Estratégia da
UE em matéria de Biodiversidade após 2010 e a fixar um objectivo para
2020.
Dolomitas italianos – Terras agrícolas ricas
em vida selvagem importantes para a
biodiversidade
Como parte integrante desse processo, a UE estabeleceu um sólido
nível de referência da biodiversidade no ano 2010. Este funcionará
como ponto de referência para a medição de futuras alterações na
biodiversidade, por exemplo, em resultado da política da UE.
Entretanto, a CE continua a apoiar o futuro desenvolvimento de indicadores de biodiversidade, bem como a monitorização e a investigação
fundamental neste domínio, tanto a nível europeu como mundial, a fim
de ajudar a colmatar as lacunas de conhecimentos.
Facto 1: A biodiversidade constitui uma grande
prioridade ambiental da UE
A biodiversidade – definida como a variedade de ecossistemas, espécies e genes - constitui o capital natural mundial. É uma parte integrante do desenvolvimento sustentável, uma vez que proporciona
bens e serviços vitais, como os alimentos, a fixação do carbono e a
regulação do ciclo da água, subjacentes à prosperidade económica,
ao bem-estar social e à qualidade de vida. Juntamente com as alterações climáticas, a perda de biodiversidade é a ameaça global mais crítica e está na origem de perdas significativas em termos económicos
e de bem-estar.
Reconhecendo que constitui uma grande prioridade ambiental, a UE
de 27 países fixou-se o objectivo de travar a perda de biodiversidade
no seu território e de reduzir significativamente a perda de biodiversidade em todo o mundo. Este objectivo foi o principal factor catalisador no desenvolvimento do Plano de Acção para a Biodiversidade
(PAB) da UE em 2006, bem como na intensificação dos esforços de
aplicação plena das Directivas Aves e Habitats que, em conjunto, formam a espinha dorsal da legislação da UE em matéria de conservação
da natureza.
Facto 2: Os indicadores de biodiversidade ajudam
a sintetizar dados científicos complexos
Uma vez que é impossível medir todos os aspectos da biodiversidade,
são frequentemente utilizados «indicadores». Estes contribuem para
sintetizar conjuntos de dados científicos complexos e frequentemente
díspares de uma forma simples e clara. Funcionam como o indicador
do nível da gasolina ou de temperatura no painel de instrumentos
de um carro. Cada indicador fornece indicações sobre o modo como
o carro funciona, ou, em caso de anomalia, permite tomar medidas
imediatas, sem que o condutor tenha de compreender plenamente
toda a complexidade do motor que está dentro do carro.
Do mesmo modo, os indicadores de biodiversidade proporcionam
uma ferramenta rápida e fácil para sublinhar mensagens-chave e
apresentar tendências gerais sobre o estado da biodiversidade. São
também um elemento fundamental do processo de decisão política.
© David Kjaer
Ao elaborar um conjunto completo de factos e números sobre
diversas componentes da biodiversidade e dos ecossistemas na UE,
os indicadores de biodiversidade não só contribuem para avaliar o
impacto das políticas e acções específicas da UE na biodiversidade
Os ecossistemas costeiros europeus continuam a degradar-se
na Europa, como também fornecem indicações sobre a forma como
essas políticas podem ser melhoradas e ajustadas a fim de responder
melhor às necessidades nesta matéria.
Facto 3: Os indicadores de biodiversidade europeus
contribuem para dar uma panorâmica do
estado do ambiente na Europa
Desde 2005, a Comissão Europeia tem colaborado com a Agência
Europeia do Ambiente no desenvolvimento de um conjunto de indicadores de biodiversidade europeus – conhecido pela designação
de indicadores SEBI 2010 - para avaliar os progressos na realização do
objectivo de travar a perda da biodiversidade na Europa até 2010.
Os 26 indicadores SEBI foram cuidadosamente seleccionados a fim
de proporcionar uma vasta gama de informações interligadas sobre
diferentes atributos da biodiversidade. Alguns permitem acompanhar
directamente a evolução de uma componente da biodiversidade
(por exemplo, abundância e distribuição das espécies seleccionadas),
enquanto outros reflectem ameaças importantes à biodiversidade
(por exemplo, tendências no que diz respeito a espécies exóticas
invasoras), à sua utilização sustentável (por exemplo, quantidade de
madeira morta nas florestas), ou à integridade dos ecossistemas (por
exemplo, qualidade da água).
A principal preocupação ao desenvolver estes indicadores foi garantir
a sua solidez científica e o seu vasto âmbito geográfico. Foi também
uma prioridade tirar pleno partido dos dados científicos derivados
das avaliações regulares do Plano de Acção para a Biodiversidade da
UE ou das obrigações em matéria de comunicação de informações
ao abrigo das duas Directivas Natureza da UE, bem como de outras
políticas ou legislação relevantes da UE.
Facto 4: A biodiversidade na Europa continua a
estar gravemente ameaçada
A última avaliação baseada em indicadores revela que o estado da
biodiversidade na Europa continua a suscitar grandes preocupações.
Por exemplo, embora o declínio no número de algumas espécies de
aves comuns de terras agrícolas pareça ter-se estabilizado a partir de
meados da década de 1990, continua a verificar-se um declínio dramático do número de borboletas dos prados (cerca de 70 %) e sem
sinais de abrandamento. Existe também um risco de extinção de até
25 % das espécies animais da Europa, incluindo mamíferos, anfíbios,
répteis, aves e borboletas.
Tendências no que diz respeito às borboletas dos prados na Europa
140
120
100
80
60
40
20
0
1990
1994
1998
2002
2006
2010
Desde 1990 que se observa uma redução de quase 70 % do número
de borboletas dos prados (índice 1995 = 100)
Continua também a observar-se o declínio de algumas zonas de elevada biodiversidade, como os prados e as zonas húmidas. Por outro lado, verifica-se um
aumento das áreas artificiais (por exemplo, zonas industriais, empreendimentos imobiliários habitacionais, infra-estruturas de transporte, etc.) de cerca de
8 % desde 1990 (mais de 12 500 km²). Estas alterações significativas no ordenamento do território não só conduzem a uma perda e degradação de habitats,
mas também resultam numa grande fragmentação dos habitats existentes
susceptível de afectar seriamente a sua capacidade para continuar a assegurar
bens e serviços ecossistémicos valiosos.
Quanto a este aspecto, a avaliação revelou também que os serviços ecossistémicos na Europa se estão a degradar de tal forma que muitos já não têm
capacidade para assegurar a melhor qualidade e quantidade de serviços de
base, como a polinização das culturas, o fornecimento de ar e água limpos ou
o controlo de inundações e da erosão.
A uma escala mais global, a pegada ecológica da Europa demonstra que a sua
procura de recursos naturais tem impactos muito para além das suas fronteiras
geográficas. Os europeus estão a consumir o dobro do que os seus territórios e
mares podem produzir em termos de recursos naturais.
Estado e tendências nos serviços ecossistémicos na UE
Ecossistemas Ecossistemas
agrícolas
Aprovisionamento
Culturas/madeira
Sector pecuário
Alimentos silvestres
Lenha
Pesca de captura
Aquicultura
Genética
Água doce
Regulação
Polinização
Regulação do clima
Regulação das pragas
Regulação da erosão
Regulação da água
Purificação da água
Regulação dos riscos
Cultura
Recreio
Estética


Florestas
Prados

=

=

Charnecas
e matos
Zonas
húmidas
=


=
Lagos
e rios
Estado e tendências de componentes da
biodiversidade
1. Abundância e distribuição de espécies
seleccionadas (por exemplo, aves, borboletas)
2. Alteração do estado de espécies ameaçadas
3. Alteração do estado de espécies protegidas de
interesse europeu
4. Tendências na cobertura ecossistémica
5. Tendências em habitats de interesse europeu
6. Tendências da diversidade genética de espécies
domesticadas (gado, colheitas)
7. Cobertura de zonas protegidas designadas a nível
nacional
8. Cobertura de sítios Natura 2000
Ameaças para a biodiversidade
9. Cargas críticas devido a depósitos de azoto
excessivos
10. Tendências no que diz respeito a espécies
exóticas invasoras na Europa
11. Impacto das alterações climáticas nas espécies
sensíveis à temperatura
Integridade, bens e serviços ecossistémicos
12. Índice trófico marinho dos mares europeus
13. Fragmentação de zonas naturais e semi-naturais
14. Fragmentação de sistemas hidrográficos
15. Nível de nutrientes em águas de transição,
costeiras e marinhas
16. Qualidade da água doce
Utilização sustentável
17. Área de florestas sob gestão sustentável
18. Nível de madeira morta nas florestas
19. Balanço do azoto na agricultura
20. Zonas geridas de uma forma que potencialmente
proteja a biodiversidade
21. Estado das unidades populacionais de peixes
comerciais europeus
22. Qualidade das águas residuais provenientes de
viveiros de peixes ósseos
23. Pegada ecológica dos países europeus no resto
do mundo
Outros
24. Pedidos de registo de patentes baseadas em
recursos genéticos
25. Financiamento da gestão da biodiversidade
26. Sensibilização e participação do público
=
=






=

=
=


=
=
=
=
=
=

=
=

➔
=
=

=

=


=
=

=
=
=
=
=


=
=
© David Kjaer
Serviços
Indicadores de Biodiversidade
Europeus
Tendência entre períodos
 Evolução positiva entre os períodos de 1950-1990 e de 1990 até ao presente
 Evolução negativa entre os períodos de 1950-1990 e de 1990 até ao presente
= Sem alteração entre os dois períodos
Estado no período de 1990-2010
■ Degradado ■ Misto ■ Reforçado ■ Desconhecido ■ Não aplicável.
(Fonte: Projecto RUBICODE da UE)
As borboletas são bons indicadores de biodiversidade,
uma vez que são sensíveis às alterações ambientais
A monitorização científica constitui um elemento
essencial para a elaboração de políticas
A Rede, que abrange todos os 27 países da UE, duplicou de tamanho nos últimos dez
anos e conta actualmente com mais de 26 000 sítios, cobrindo cerca de 18 % dos territórios e mares da UE. A qualidade da água doce nos lagos e rios da Europa tem também
melhorado graças à aplicação da Directiva-Quadro Água e da Directiva Nitratos da UE.
Mais informações:
Facto 6: O nível de referência da biodiversidade 2010 estabelece
uma referência para o futuro
Política de Biodiversidade da UE
http://ec.europa.eu/environment/nature/
biodiversity/comm2006/index_en.htm
A última conclusão da avaliação mais recente baseada em indicadores foi que a UE não
conseguiu cumprir o objectivo inicial de travar a perda de biodiversidade até 2010, apesar dos progressos realizados em algumas zonas. Esta conclusão levou os responsáveis
políticos a desenvolver uma nova Estratégia da UE em matéria de Biodiversidade após
2010 e a fixar um objectivo para 2020, tomando em consideração as informações obtidas
com os indicadores de biodiversidade.
Nível de Referência da Biodiversidade
2010 da UE
http://www.eea.europa.eu/publications/
eu-2010-biodiversity-baseline/
Sítio Web da AEA sobre os
Indicadores de Biodiversidade 2010
(SEBI)
http://www.eea.europa.eu/themes/
biodiversity/indicators
Relatório n.º 4/2009 da Agência
Europeia do Ambiente (EEA)
sobre os progressos verificados
na concretização do objectivo
da UE para 2010 em matéria de
biodiversidade
http://www.eea.europa.eu/publications/
progress-towards-the-european-2010biodiversity-target
Controlo sanitário dos habitats e
espécies protegidos ao abrigo da
Directiva Habitats
http://ec.europa.eu/environment/nature/
knowledge/rep_habitats/index_en.htm
Listas Vermelhas Europeias da UICN
http://ec.europa.eu/environment/
nature/conservation/species/redlist/
index_en.htm
Projecto RUBICODE
RUBICODE é um projecto de investigação
financiado pela UE que está a analisar
e desenvolver conceitos sobre
ecossistemas dinâmicos e os serviços que
estes fornecem. Estas componentes da
biodiversidade que fornecem serviços
específicos à sociedade estão a ser
definidas e avaliadas a fim de melhorar
a nossa compreensão sobre o seu valor
e, por conseguinte, sobre o custo da sua
perda
(http://www.rubicode.net).
© União Europeia, 2010
Reprodução autorizada mediante
indicação da fonte
Como parte integrante deste processo, a UE estabeleceu um novo nível de referência da
biodiversidade no ano 2010. Este nível de referência é o primeiro do seu género na UE
e proporciona um ponto de referência claro em função do qual podem ser avaliadas as
alterações na biodiversidade, por exemplo devido a políticas e acções da UE.
O nível de referência está estruturado de forma a proporcionar factos e números sobre
o estado actual da biodiversidade em função dos principais tipos de ecossistemas:
ecossistemas agrícolas, prados, charnecas e matos, florestas, zonas húmidas, lagos e
rios, ecossistemas costeiros e marinhos. Além disso, apresenta, pela primeira vez, uma
medida da capacidade de diferentes ecossistemas para fornecer uma gama de serviços
ecossistémicos.
Facto 7: É necessária uma maior investigação e monitorização em
apoio ao nível de referência
Os Indicadores de Biodiversidade Europeus e o Nível de Referência da Biodiversidade
2010 baseiam-se nas melhores informações disponíveis. Porém, a complexidade inerente
à biodiversidade continua a constituir um desafio e reconhece-se que há ainda importantes lacunas em termos de conhecimentos e dados em muitas áreas.
Nos próximos anos, será importante assegurar a intensificação da investigação e da
monitorização da biodiversidade na UE e no mundo com vista a colmatar essas lacunas
de conhecimentos. Tal permitirá criar uma base de conhecimentos mais sólida e abrangente para apoio a futuras políticas e acções que, em última análise, se deverão traduzir
por um melhor e mais eficaz processo de elaboração de políticas.
Sistema de Informação sobre Biodiversidade para a Europa (BISE)
O Nível de Referência da Biodiversidade da UE é apoiado pelo
Sistema de Informação sobre Biodiversidade para a Europa
(BISE), criado pela Agência Europeia do Ambiente e pela
Comissão Europeia. Este sistema proporciona um ponto único
de entrada de dados e de informações sobre a biodiversidade
na UE. Ao reunir factos e números sobre a biodiversidade e os
serviços ecossistémicos, este sistema estabelece uma ligação com políticas conexas, bases
de dados ambientais, avaliações e resultados da investigação provenientes de várias fontes.
Trata-se de um importante novo portal de informação sobre a biodiversidade europeia.
www.biodiversity.europa.eu
Impresso em papel reciclado a que foi concedido o rótulo ecológico da UE para papel gráfico (www.ecolabel.eu)
© Ingo Arndt/NaturePL
Contudo, também há alguns sinais positivos que indiciam que a legislação da UE está a
ter um impacto positivo e a contribuir, pelo menos, para travar o declínio da biodiversidade em certas zonas. A Rede Natura 2000, por exemplo, que se destina a proteger sítios
importantes de cerca de 1 500 espécies e habitats raros e ameaçados visados pelas duas
Directivas Natureza da UE, encontra-se actualmente quase concluída.
KH-32-10-347-PT-C
Facto 5: A política da UE está a ter um impacto positivo em
algumas zonas
Download