levantamento pedológico em áreas do sertão

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LEVANTAMENTO PEDOLÓGICO EM ÁREAS DO SERTÃO CENTRAL DO
CEARÁ
Joylson Fernando Vidal de Lima Gomes (bolsista do PIBIC/CNPq), Gustavo Souza Valladares
(Orientador, Depto de Geografia e Historia – UFPI)
1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho é dedicado ao mapeamento e levantamento pedológico em áreas
do semi-árido na Região do Sertão Central do Estado do Ceará, e representa uma contribuição
útil para planejamentos, diagnóstico e gestão agroambiental.
No presente projeto foi considerada como área de estudo dentro do perímetro do
Sertão Central do Ceará o segmento centro-sul, compreendendo os municípios da microrregião
do Sertão de Senador Pompeu, a saber, Senador Pompeu, Mombaça, Pedra Branca e, Piquet
Carneiro (figura -1). Na qual foi realizado levantamento pedológico em nível de reconhecimento de
alta intensidade na escala 1:100.000. A área total é de aproximadamente 150.000 hectares e referese à sub-bacias do Rio Banabuiú em seu alto curso, na área de drenagem do rio Patu, Miguel
Rodrigues, Bom Sucesso e Rio do Meio.
O estudo, contem elementos que podem ser usados para subsidiar o planejamento e
elaboração de levantamento pedológico fornece informações objetivas que podem ser
aplicadas no planejamento agrícola, e como instrumento necessário para se verificar as
potencialidades para o manejo sustentável tendo em vista as limitações impostas pelo quadro
natural dada a sua localização no semiárido nordestino.
2. METODOLOGIA
Objetivando atender as metas deste estudo, foi adotada uma metodologia
acompanhada dos seguintes fundamentos:
Caracteres e atributos diagnósticos
Os solos foram coletados por meio de trincheiras e de tradagens e caracterizados por
seus atributos morfológicos, físicos e químicos com objetivo de classificação e identificação de
potencialidades e limitações, seguindo o Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo
(SANTOS, et. al 2006), o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS - EMBRAPA,
2006) e os métodos de análise de laboratório (EMBRAPA, 1997). As amostras coletadas foram
analisadas no laboratório de solos UFV e da ESALQ-USP.
Os solos foram agrupados no mapa, de acordo com as semelhanças ou aproximações
de atributos, desde que formassem blocos de paisagem homogênea dentro da mesma classe.
Prospecção e cartografia dos solos
No presente trabalho o levantamento em foco se enquadra na tipologia de
levantamento de reconhecimento de alta intensidade objetivando a confecção de um mapa de
solos na escala 1:100.000.
O estudo fundamentou-se na análise das condições de cobertura atual das terras em
contraste com as características naturais do meio físico (clima, vegetação, relevo geologia) e
do cruzamento desses dados buscou-se estabelecer o levantamento de solos da área. No
desenvolvimento do trabalho foi utilizados o Sistema de Informações Geográficas (SIG) para
mapeamento pedológico com objetivo de digitalização dos dados (mapas temáticos) confecção
de cartas básicas empregando imagens de satélites e mapas vetoriais, como curvas de nível.
O SIG foi gerado a partir da organização de imagens de satélite e do cruzamento com
os dados pré-existentes referentes à topografia, clima, vegetação e da descrição dos solos. O
produto gerado resultou nos mapa temáticos. Os mapas foram elaborados na escala 1:100.000
nos programas ArcGis e Gvsig no laboratório de Geomática no CCHL, UFPI.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As amostras de solo pertencentes área de estudo foram caracterizadas por diversos
métodos compatível com levantamento de reconhecimento de alta intensidade dos solos no
qual foi gerado o mapa da figura (1). Em termos de extensão geográfica conforme pode ser
observado na figura (1) ocorre uma grande variedade de solos na área de estudo:
Figura 1: Mapa de Reconhecimento de Alta Intensidade dos Solos do Alto Banabuiú
Fonte: CPRM (2003).
Baseado nas análises do mapa de reconhecimento de alta intensidade dos solos do
alto Banabuiú pode-se afirmar quanto à quantificação e a espacialização dos solos encontrados
na área de estudo que em termos de extensão geográfica a área de estudo apresenta
predomínio das Ordens de solo, respectivamente; Argissolos Vermelho 53% Neossolo Litolico
26,6% juntos totalizam 79,6% da área de estudo.
Com menor expressão espacial conforme a tabela a ocorrência de solos Argissolo
Vermelho-Amarelo 5,2% Cambissolo Háplico 4,6% Chernossolo Argiluvico 3,1% Planossolo
Háplico 2,3% Neossolo fluvico 1,5% luvissolo crômico 1,2 % e Neossolo regolitico 1,1 %
Argissolo amarelo 0,7% Vertissolo háplico 0,5% e as classes de Chernossolo ebânico e
Neossolo regolítico.
4. CONCLUSÃO
Os volumes de dados acumulados com o levantamento de solos foram bastante
significativos, a pesquisa sobre o solo do núcleo do sertão central do Ceará, deu sua parcela
de contribuição no que diz respeito ao esboço de caracterizar os solos de áreas do sertão
central do Ceará.
Através deste trabalho podemos evidenciar substantivas contribuições da aplicação de
aportes metodológicos para a Geografia Física. A utilização desta metodologia para pesquisas
tem possibilitado a realização de estudos ambientais de maneira integrada, fornecendo uma
percepção mais ampla do meio natural, além de ser um estudo base para pesquisas
posteriores a respeito das potencialidades e limitações dos recursos naturais.
5. APOIO
PETROBRAS pelo financiamento da pesquisa.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AQUINO, Renê Pedro de. Vulnerabilidade Ambiental dos Compartimentos
Morfopedológicos de Trecho do Alto Banabuiu- CE. Teresina, UFPI. 2013. Dissertação
(Programa de Pós-Graduação em Geografia, da Universidade Federal do Piauí).
BERTONI, José. NETO, Lombardi. Conservação do solo. 6ª. ed. São Paulo: Ícone, 2008.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análises de
solos. Rio de Janeiro: Embrapa, 1997.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação
de solos. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006.
IBGE, Manual Técnico de Pedologia. 2. ed. IBGE: Rio de Janeiro. 2007.
IBGE. Brasil. Ministério de Planejamento e Orçamento. Diagnóstico ambiental da
Bacia do Rio Jaguaribe: Diretrizes gerais para a ordenação Territorial. Salvador, 1999.
Disponível em: <
ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/diagnosticos/jaguaribe.pdf >.
Acesso em: 10 jun. 2012. http://www.funceme.br/, acesso em 01 ago. 2013.
LEMOS, R.C & SANTOS, Manual de descrição e coleta de solo no campo. 4ªed.
Viçosa: 2006.
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