saúde notícias 28 de agosto 2015

Propaganda
Jornal do Commercio - PE
28/08/2015 - 08:17
Sobre a dor da perda entre outros conflitos
Laurindo Ferreira (diretor de Redação)
O relato da morte do pequeno Thales, de apenas oito meses, abre o compêndio de outros
trágicos relatos que misturam culpa, omissão e uma profunda amargura. São
sentimentos que povoam as 12 páginas do especial Filhos da Dor que o JC publica hoje,
também com farto material de ví- deos e textos no Portais NE10 e JC Online (foto),
além de especiais na Rádio Jornal e TV Jornal (esses dois últimos vão ao ar na próxima
semana).
É doloroso constatar, por exemplo, que o pequeno Thales, apenas um bebê, já engrossa
as estatísticas das vítimas de acidentes de motos em Pernambuco. Não tem sido fácil
para ninguém. Muito menos para os pais, Moisés e Débora, que viram o filho perder a
vida momentos depois de estar “seguro” entre os seus corpos sob a moto em
movimento, na distante Afrânio, no Sertão do São Francisco.
Impossível, portanto, não se comover com as histórias contadas pela repórter Roberta
Soares, apreendidas pelas lentes do fotógrafo Heudes Regis e embaladas no vigoroso
projeto das designers Ana Carolina Soriano, a Loló, Fabiana Martins e Bruno de
Carvalho. E a história do pequeno Thales e de seus pais é apenas uma das centenas que
se espalham por esse Estado afora, algumas delas registradas aqui: histórias também
como a de dona Quitéria, dona Dida, José Antônio, José Edimário...
É como se estivessem todos – vítimas e famílias – marcados pelo mesmo sangue
derramado, em lugares tão distantes uns dos outros. A equipe do JC percorreu 4.500
quilômetros, visitou dez cidades em todas as regiões de Pernambuco – do Sertão ao
Cais. Fez retratos, descobriu personagens, colheu números.
E os números também são de inquietar. Pelo menos 75% dos condutores de moto no
Estado circulam sem habilitação. Estamos falando de uma frota de 995.537 unidades.
Mais: Em 2013, dos 45.942 mortos em acidentes de transporte terrestre em
Pernambuco, 34.298 foram vítimas de acidentes de moto. Ou seja: os acidentes de
motos são responsáveis por pelo menos 75% das mortes no trânsito.
Muito mais de que um produto jornalístico de excelência, o que estamos oferecendo é a
possibilidade de uma grande reflexão e um alerta. É um documento para ser discutido
em casa, com a família, com os filhos, nos gabinetes dos gestores públicos em todas as
esferas. Para que não se repitam histórias como as do pequeno Thales, das Rayannes,
dos Adjailsons, dos Diegos e de tantos outros aqui relatados ou não.
Jornal do Commercio - PE
28/08/2015 - 08:17
Os números da morte
A epidemia dos acidentes de moto e ciclomotores em Pernambuco só cresce. Mês a
mês, ano após ano. Espalha-se por todas as regiões. Está impregnada. Transformou o
Estado em uma imensa mancha negra de risco. Difícil contê-la diante da dimensão
alcançada. Na Região Metropolitana, ainda mais no interior, o pernambucano
incorporou a moto à sua vida, hábitos e cultura. E a incorporou, em sua maioria, da
forma errada. Sem seguir regras básicas de segurança: conduzir habilitado, usando
capacete e sem consumir álcool. Virou uma relação difícil de romper. Mesmo sendo, em
sua maioria, danosa, prejudicial, quase sempre fatal. Enquanto os acidentes de trânsito
envolvendo automóveis têm apresentado redução nos últimos anos, os de moto se
proliferam. Cresceram 153,8% em seis anos. Aumentam em quantidade e em gravidade.
A cada ano, matam e mutilam mais e mais.
Os acidentes têm tirado o sono dos atores envolvidos com a saúde pública
pernambucana. É hoje a preocupação número um da Secretaria Estadual de Saúde
(SES). Com base no monitoramento do Comitê Estadual de Prevenção aos acidentes de
Moto (Cepam), único no Brasil, a epidemia das motos custou R$ 1,2 bilhão em
Pernambuco no ano de 2014. No País inteiro, foram gastos R$ 8 bilhões.
"Estamos perdendo e mutilando vidas extremamente produtivas, travando o sistema de
saúde e gastando milhões em mortes e ferimentos evitáveis. Desse custo total, metade
do valor, R$ 600 milhões, é dinheiro gasto pelo governo de Pernambuco.
Para se ter ideia de quanto estamos perdendo, essa quantia representa oito anos de
manutenção do Hospital de Câncer de Pernambuco e três anos de funcionamento do
Hospital da Restauração. É muito. De fato, vivemos uma epidemia", alerta o secretário
estadual de Saúde, José Iran Costa Júnior.
Atualmente, os acidentes com motos representam 75% do total de ATTs (Acidentes de
Transporte Terrestre) em Pernambuco e 40% do número de mortes. Os ciclomotores
(motos de até 50 cilindradas, conhecidas como cinquentinhas) chegaram para piorar o
que já era ruim. Ainda responderam, segundo o Cepam, por 15% dos acidentes de
motos no Estado em 2014. Mas a gravidade está no fato de que esse percentual era de
2% dois anos antes. No ano passado, 46 mil pessoas foram vítimas de acidentes de
trânsito no Estado, sendo que 34 mil envolveram motocicletas. A obrigação do
emplacamento, definida por lei federal no fim de julho, ainda não teve impacto positivo
na saúde.
"Cada paciente que se envolveu no que chamamos de acidentes menores custou, em
média, R$ 16 mil. A vítima do acidente com internação custou R$ 86 mil e a que
resultou em morte, R$ 418 mil. São valores que superam o custo com as doenças de
coração e as neoplasias", adverte o secretário. Mesmo que polidamente, José Iran Costa
critica a omissão da sociedade e das montadoras no processo de educação sobre os
acidentes de motos. "Não se pode esperar que o poder público resolva tudo porque isso
não vai acontecer. Os pais precisam proibir os filhos menores e sem habilitação de
conduzir motos e ciclomotores. Os jovens e adultos precisam ter consciência do risco e
as montadoras têm que adotar estratégias educacionais", apela o secretário. Afinal, a
conscientização é a última esperança.
Jornal do Commercio - PE
28/08/2015 - 08:17
Paulo confirma presença no Ceará
Uma semana após recepcionar a presidente Dilma Rousseff (PT) em Pernambuco, o
governador Paulo Câmara (PSB) irá encontrá-la novamente. A petista convocou, de
última hora, todos os governadores do Nordeste para uma reunião hoje no Ceará. O
tema do encontro não foi revelado, mas especula-se que Dilma pedirá o apoio dos
gestores nordestinos para a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentações
Financeiras (CPMF). Assim como no passado, a presidente quer que os recursos do
imposto sejam destinados à área de Saúde.
O governador sairá direto de São Paulo, onde participa hoje como palestrante de um
evento da Fundação Getúlio Vargas, para o Ceará. Ontem, ele esteve em Brasília para
uma audiência com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, e para um evento do PSB (leia
mais na página 4).
A retomada da CPMF foi tema dos primeiros encontros dos governadores nordestinos.
Na época, Paulo se mostrou contrário à volta do imposto e mantém a mesma posição
agora, mas sinalizou que quer ao menos ouvir a proposta da União para o
subfinanciamento da Saúde.
O senador Humberto Costa (PT), que foi ministro da Saúde e participou da audiência de
Paulo com Arthur Chioro, disse não saber se Dilma convocou a reunião para tratar da
CPMF. Ele defendeu a retomada do imposto. "É importante se for possível ter algum
tipo de fonte permanente de financiamento da saúde. Agora tem que avaliar
politicamente esse momento, a oportunidade, se seria agora ou mais para frente", falou.
Além da retomada da CPMF, outros temas devem entrar na pauta de Dilma com os
governadores. Há uma expectativa que a presidente queira conversar sobre o orçamento
do ano que vem. A petista vai alertar os gestores, mais uma vez, que as contas não estão
fechando.
APOIO - Na audiência com o Arthur Chioro ontem, o governador solicitou a ampliação
no repasse de recursos para a saúde pública de Pernambuco, sobretudo para a rede de
UPA Especialidades e os segmentos de média e alta complexidade. "Ele ficou de nos
dar uma resposta durante o mês de setembro", disse Paulo.
Jornal do Commercio - PE
28/08/2015 - 08:17
Voz do Leitor
Falta de medicamentos
Sou um estudante soropositivo, em tratamento no Hospital das Clínicas de Recife.
Atualmente, a Farmácia da unidade está sem dois medicamentos essenciais para o
tratamento: Efavirenz e Kaletra. Os funcionários não sabem informar quando terão
novos estoques e chegou ao ponto de pacientes dividirem medicação entre si, para que
ninguém ficasse sem. A farmácia da UPE e o Correia Picanço estão no limite da falta de
medicamentos. Fica evidente a carência de uma política adequada e de coordenadas
exatas para os portadores do vírus no Estado. É válido lembrar que o uso incompleto da
medicação dá margem para a resistência do vírus no organismo. Levi de Souza [email protected]
Programa Mais Médicos
Dia 22 foi publicada uma nota na coluna de Cláudio Humberto sob o título “Mentira
sobre o Mais Médicos”, em que o colunista afirma que o governo federal propaga uma
mentira sobre o programa de saúde em destaque, e se diz espantado com a quantidade
de pacientes que os médicos teriam que atender para alcançar o número de brasileiros
beneficiados pelo programa – divulgado pelo governo. A quantidade de pacientes
atendidos por dia por cada médico do programa para atingir o número de 63 milhões em
dois anos é de 9,375 (pouco mais de nove pacientes por dia) e não 9.375, como afirma a
nota. Rodrigo Brayner Sampaio, por e-mail
Jornal do Commercio - PE
28/08/2015 - 08:17
Mais Saúde
Calamidade anunciada
Enlouquecer é um risco que todos nós corremos nesses dias conturbados de guerra
urbana, política, consumista, social, em que não sobra tempo para ser feliz, gentil e
solidário. Se isso acontecer, nem mesmo usuários de planos de saúde estarão livres de ir
parar no Hospital da Tamarineira. Com o fechamento dos manicômios, tornou-se o
único porto a abrigar a emergência dos refugiados da esquizofrenia, dependência
química, depressão...Apesar dos avanços conquistados a partir da década de 1990,
quando começaram a surgir as residências terapêuticas e os centros de atenção
psicossocial, a política de saúde mental parece estagnada em Pernambuco, com medidas
tímidas e lentas, do Estado e dos municípios. A situação de penúria e calamidade, que
vem sendo denunciada desde a semana passada por trabalhadores do Ulysses
Pernambucano, vai além da crise estadual com terceirizados. Em nota divulgada ontem,
o Núcleo Estadual de Luta Antimanicomial, formado por militantes da reforma
psiquiátrica, culpa o modelo de gestão do Estado e a falta de investimento sistemático
na saúde mental. De fato, o empenho para construir novos hospitais e UPAs não foi
sentido na saúde mental. Por que não foram abertos leitos psiquiátricos nos hospitais
gerais e regionais? Por que as negociações e desenhos de rede traçados com prefeituras
não se concretizaram em tempo hábil? Não dá para atribuir tudo à crise do SUS.
JC - Qual a situação no Hospital Ulysses Pernambucano?
*TADEU CALHEIROS -Médicos relatam total desconforto num ambiente que ameaça
a integridade física deles e dos pacientes. Não há como manter o serviço nessa situação.
Segunda haverá reunião no Conselho de Medicina. *Vice-Presidente do Sindicato dos
Médicos
Eu reclamo
“Minha mãe tenta marcar, sem sucesso, consulta com neurologista no Hospital
Universitário Oswaldo Cruz. Continua sem marcação, por que e até quando?” Márcia da
Silva Souza
Faltam leitos de alta complexidade
A conclusão é da Promotoria da Saúde do MPPE. Hospitais conveniados ao SUS foram
convidados a ajudar. Têm até quarta para responder.
Piso de R$ 3.600 para psicólogos
Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 1.015/2015, que trata do assunto.
Ontem foi o dia deles.
Menos cigarro, mais comida
Sabe quanto vale uma semana sem fumar? O pneumologista Paulo Barreto Campello,
do Hospital Oswaldo Cruz, fez a conta: 8,5 quilos de alimentos, sete ovos, 14 pães e
dois litros de leite. Inspirou cordel e charge do médico Wilson Freire.
Compartilhe
Psiquiatria
Gargalos da assistência psiquiátrica abrem debates do segundo dia da Jornada
Pernambucana de Psiquiatria, no Recife Palace. O evento, até amanhã, discute os
caminhos da especialidade.
Cigarro
Sábado, Dia Nacional Contra o Fumo, tem ação pela manhã nas UPAs de Paulista e
Igarassu. Hoje, o CAPs-AD de Olinda faz campanha no HiperBompreço de Bairro
Novo, alertando sobre os males da fumaça.
Enfermagem
A Federação Nacional dos Enfermeiros discute a Convenção 59 da Organização
Internacional do Trabalho, não aplicada ainda no Brasil. Será em congresso científico,
de 2 a 4 de setembro, na Feira Hospitalmed, em Olinda.
Psicologia
O Conselho Regional de Psicologia promove o I Seminário Psicologia e Diversidade, no
Onda Mar Hotel, em Boa Viagem. Às 14h20 de hoje debate maioridade penal. Informese: www.crppe.org.br.
Diario de Pernambuco - PE
28/08/2015 - 08:05
Diário Econômico
Lafepe contra a maré
Há dois dias, uma grave denúncia foi feita pelo Ministério Público de Pernambuco
(MPPE). Em audiência pública na Assembleia Legislativa, promotores do órgão
informaram que a empresa responsável pela distribuição de antirretrovirais, SaúdeLog,
teria interrompido suas operações por falta de pagamento. Resultado: mais de 60% dos
medicamentos essenciais ao tratamento das pessoas com HIV e aids estão em falta nas
farmácias do estado. Prova de como serviços indispensáveis à população não deveriam
ser, mas têm sido contaminados pela crise econômica que compromete a máquina
pública e empresas. A única boa nova em meio a isto tudo é que o Laboratório
Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe), mesmo com pouco dinheiro circulando na
praça, continua a trabalhar em cima de novas drogas para melhorar a qualidade de vida
de soropositivos e dos que desenvolveram a doença. No momento, estão sendo feitos
testes de bioequivalência de dois medicamentos que devem começar a ser produzidos
ainda no final do primeiro semestre de 2016. Presidente do Lafepe, José Fernando
Uchôa explica que até dezembro deste ano será solicitado à Anvisa o registro de um
antirretroviral do tipo "2 em 1", composto por Lamivudina e Tenofovir. A expectativa é
produzir 20 milhões de comprimidos ao ano, que serão vendidos ao Ministério da Saúde
e distribuídos na rede do SUS em todo o país. Em março, será a vez do Ritonavir
Termoestável, uma das armas mais modernas da medicina no tocante ao tratamento dos
portadores do vírus HIV - serão 36 milhões de comprimidos/ano. Atualmente, o Lafepe
- cujo faturamento é da faixa de R$ 500 milhões anuais - fabrica cinco dos 22
medicamentos utilizados no combate à aids no Brasil. Em 1994, foi o primeiro
laboratório oficial no país a produzir o AZT.
Diario de Pernambuco - PE
28/08/2015 - 08:05
Diario Urbano
Espírito solidário…
As constantes faltas de medicamentos para portadores do HIV contribuem para fatos
inusitados. Para amenizar os efeitos da descontinuidade do uso de drogas como o
Efavirenz e Kaletra, pacientes do Hospital das Clínicas dividem entre eles o que
receberam da farmácia.
…A perder de vista
Desolador, segundo os soropositivos, é ouvir dos funcionários do hospital que não
sabem quando os estoques dos medicamentos serão normalizados. Pacientes afetados
temem o aumento da resistência do HIV, vírus da Aids, no organismo, previsível na
falta de uso ou no uso incompleto de medicamentos.
Folha de Pernambuco - PE
28/08/2015 - 07:32
Fogo Cruzado
SOCORRO -Paulo Câmara foi ontem a Brasília pedir ao ministro Arthur Chioro (saúde)
que aumente o repasse de verbas para as UPAs e os hospitais de média e alta
complexidade, que passam por grandes dificuldades por falta de recursos para se
manterem. Foi uma confissão, tácita, de que não tem a menor possibilidade de construir
os quatro novos hospitais prometidos por ele na campanha. A prioridade, agora, é
manter os atuais.
Folha de Pernambuco - PE
28/08/2015 - 07:32
A arte de ser feliz ajudando o próximo
No Recife, dez mil vagas para voluntários estão disponíveis em 340 Organizações não
Governamentais
Ao contrário do que se imagina, o voluntariado é uma via de mão dupla. O bem que
essas pessoas praticam também as ajuda a superar os próprios problemas. Seja como m
professor de dança ou arrecadador de brinquedos, são várias as formas de dar
assistência. Na Capital pernambucana, o programa Transforma Recife, que convoca
organizações sociais e oferta vagas de trabalho voluntário, é uma alternativa para quem
quer participar e trabalhos solidários. Atualmente, 40 ONGs participam do esforço e dez
mil vagas estão disponíveis, segundo o coordenador da iniciativa, Fábio Silva. “A
plataforma possibilita que você se identifique com os diversos trabalhos a realizar. E
levar sua experiência. Por exemplo, se você trabalha com marcenaria, poderá consertar
algo. Se é designer, pode realizar um projeto gráfico”, explicou.
No Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP), os relatos chegam a impressionar. É o
caso da aposentada Maria Isael, 65, que resolveu ajudar as pessoas depois que viu uma
irmã se recuperar de um princípio de depressão por conta da morte do marido. A irmã
de Maria encontrou no voluntariado forças para enfrentar a vida sozinha e essa
recuperação inspirou a família. No total, quatro irmãs se tornaram voluntárias. “E nossa
vida mudou desde então. Cada dia mais dá vontade de estar aqui. Prefiro estar no
hospital a ir para uma festa, porque sendo voluntária estou ajudando ao próximo. Faço
por amor, com carinho e dedicação”, ressaltou. O psicólogo e contador Edson Tabosa,
77, reencontrou a felicidade no HCP. Há mais de um ano, vinha alimentando a vontade
de ajudar os pacientes do hospital. Ele confessa que também está sendo ajudado. “Umas
das minhas alegrias é hoje estar aqui no Hospital do Câncer. Isso foi um desejo
concretizado. Creio que seja a nossa maior missão na Terra, ser útil ao outro, à
sociedade”, afirmou.
“Fazemos orações, agradecemos e pedimos juntos. A gente dá força e recebe muito
mais. O trabalho voluntário acrescenta na minha vida a cada dia que eu venho aqui.
Vejo a grande oportunidade de ser uma pessoa melhor”, contou dona de casa Fabiola,
48. No caso do Instituto Viva História, uma associação sem fins lucrativos que objetiva
treinar e capacitar pessoas para realizar atividades na área cultural, educacional e
artística, é por meio da leitura que os 135 voluntários transformam a vida de crianças e
adolescentes, em sete unidades de saúde. A autônoma Vilany Bezerra, 48 anos, é um
exemplo. Desde 2013 com a missão de, uma vez por semana, contar histórias infantis
para os pequenos na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), na Ilha
de Joana Bezerra, área Central do Recife, ela acredita que o vazio da alma é preenchido
pelo voluntariado. “Quando me afasto, sinto muita falta. É algo que dá sentido à vida,
além de trazer equilíbrio emocional”, disse.
As crianças se aglomeram nos corredores da AACD em torno dos voluntários e, aos
poucos, cada um arranja um lugar para ouvir as histórias, contadas muitas vezes pela
militar aposentada do Exército, Marcolina Maria da Silva, 52, que também é voluntária
do instituto. “Passei 30 anos na área militar e não tinha tempo para nada e nem para os
meus filhos. Descobri em que lugar posso distribuir amor e carinho”, comentou
Marcolina. Apesar de não receber nada em troca, ela afirmou que o salário no fim do
mês é ver crianças felizes como trabalho realizado. “Estou doando o tempo que tenho
para ajudar a quem precisa. E isso não tem preço.”
Jornal do Commercio - PE
28/08/2015 - 08:17
Aulas suspensas no curso de odontologia
PROTESTO NA UFPE A falta de materiais levou estudantes a sair em passeata ontem
para pedir providências. A clínica-escola, que atende pessoas carentes, suspendeu
serviços
Respaldados pela coordenação do curso, que decidiu suspender atividades teóricas e
práticas desde segunda-feira, alunos da graduação em odontologia, da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) realizaram ontem um protesto no câmpus Recife, em
frente à reitoria, na Cidade Universitária, Zona Oeste da cidade. Faltam materiais
básicos, como luvas e máscaras, segundo os estudantes. A greve dos servidores também
está prejudicando o funcionamento da clínica-escola. Sem funcionários, não há como
esterilizar os instrumentos usados no atendimento à população.
Haverá uma reunião no próximo dia 2 para que os alunos sejam comunicados pelas PróReitorias sobre o andamento dos processos licitatórios e a chegada de materiais na
UFPE. “Nós não temos como atender uma pessoa na clínica. Não temos materiais
básicos nem para examiná-las”, afirmou a estudante Priscilla Chaves, tesoureira do
Diretório Acadêmico de odontologia. “Está horrível a situação do curso. Não há
dinheiro para comprar materiais, para reparar equipamentos”, revelou Thais Ximenes,
do 5º período.
Por volta das 9h, os alunos se uniram aos servidores grevistas e interditaram a BR-101,
no trecho em frente à reitoria, por alguns minutos. “A reitoria pediu um mês para se
organizar e resolver os problemas, mas um mês de atraso pode nos levar um período e
isso é muito tempo”, comentou o presidente do DA do odontologia, Alex Machado.
Coordenadora do curso, a professora Silvia Jamelli disse que “a situação ficou bastante
crítica, pois não podemos atender as pessoas sem a ajuda dos técnicos, que esterilizam
os instrumentos e trabalham em conjunto conosco”, destacou. Segundo ela, os materiais
que faltavam já foram comprados, mas sem o apoio dos técnicos não dá para a clínica
funcionar.
No final da manhã, os estudantes foram recebidos pelas pró-reitoras para Assuntos
Acadêmicos e de Gestão Administrativa, Ana Cabral e Paula Albuquerque,
respectivamente. Silvia Jamelli também estava presente. A universidade informou que
devido à paralisação dos técnicos-administrativos não foram concluídos até agora os
processos de aquisição de produtos odontológicos para uso em atividades práticas neste
semestre. Também não há servidores para o setor de esterilização e compressor.
Ana Cabral destacou que, “infelizmente, será preciso aguardar o fim da greve dos
técnicos para que as condições de funcionamento sejam restabelecidas em sua
totalidade”. Quanto à realização dos processos licitatórios para aquisição dos produtos,
a pró-reitora Paula Albuquerque disse que a universidade está se empenhando para
comprar os produtos para as aulas práticas por meio de pregões eletrônicos.
Jornal do Commercio - PE
28/08/2015 - 08:17
Cartão do SUS agora no celular
TECNOLOGIA Ministério da Saúde disponibiliza hoje aplicativo onde os pacientes
poderão informar exames e medicamentos. Em breve, até consultas serão marcadas
A versão digital do Cartão SUS já está disponível para download a partir de hoje,
segundo o Ministério da Saúde. Além do número do cartão, o aplicativo contém
informações sobre a saúde do paciente, como o Índice de Massa Corporal (IMC),
alergias medicamentosas e alimentares, exames realizados e medicamentos de uso
contínuo.
Após baixar o aplicativo, o usuário deve informar o CPF, a data de nascimento e um
endereço de e-mail. A ferramenta apresenta os dados da pessoa e permite o
preenchimento de informações que vão desde o tipo sanguíneo até os profissionais que
fazem as consultas e os resultados de exames.
“O registro do conjunto de informações por meio da identificação do usuário é
extremamente importante porque, a partir das informações reunidas, será possível
acompanhar melhor a saúde dos pacientes e garantir uma atenção ainda mais adequada
aos brasileiros que utilizam a rede pública de saúde”, informou o ministério em nota.
O aplicativo Cartão SUS Digital pode ser baixado por pessoas com celulares com
sistemaAndroid, na Play Store, e deve chegar à Apple Store em novembro. Embora
contenha o nome, o número do cartão e o CPF do usuário, o Cartão SUS Digital deve
ser apresentado nas unidades de saúde com um documento com foto.
No aplicativo, os pacientes da rede pública de saúde podem registrar dados de exames,
avaliações nutricionais, remédios que utilizam e até o contato de médicos que os
acompanham. Em breve, também poderão agendar atendimentos e receber avisos de
futuras consultas médicas.
O paciente também poderá cadastrar os contatos de médicos e profissionais de saúde e
enviar os resultados de exames de pressão arterial e glicose do sangue para avaliação caso de pacientes com hipertensão ou diabetes, por exemplo.
Jornal do Commercio - PE
28/08/2015 - 08:17
Recife sem fumo em espaço fechado
CONTROLE Amanhã, Dia Nacional de Combate ao Fumo, capital festeja adesão a lei e
queda de conflitos em bares e boates
Cada vez menos popular, o hábito de fumar foi banido dos restaurantes, bares e boates
da capital pernambucana, que têm cumprido a valer a lei antifumo. Em vigor desde
dezembro, a norma debelou os fumódromos. A última irregularidade, segundo a
Vigilância Sanitária do Recife (Visa), foi notificada em maio. Desde então, a prefeitura
não tem registrado problemas nos estabelecimentos comerciais – nem mesmo os mais
acanhados, como a presença de cinzeiros e falta de sinalização indicativa de que é
proibido fumar no local. “Percebemos que o Recife tem apresentado boa adesão. Os
donos dos restaurantes e bares não relatam mais conflitos com os clientes, que se
sentem constrangidos em fumar no espaço”, diz a gerente da Visa, Adeílza Ferraz.
Esse feito alcançado por mais uma política contra o tabaco é motivo para comemoração
amanhã, no Dia Nacional de Combate ao Fumo, que sensibiliza a população para os
danos sociais, econômicos e ambientais causados pelo tabagismo, que acomete 10,3%
dos moradores do Recife. A expectativa é de que a lei antifumo, ao promover ambientes
livres do tabaco, ajude a diminuir, cada vez mais, a prevalência de fumantes na capital
pernambucana. Serve como exemplo o Estado de São Paulo, onde a proibição do fumo
em locais fechados é uma realidade desde 2009. Por lá, uma pesquisa do Ibope mostra
que 49% das pessoas admitem ter reduzido o consumo de cigarros desde o início da
vigência da lei.
Mesmo diante da adesão positiva no Recife, o trabalho de inspeção continua a todo o
vapor: de segunda a sexta-feira, nos três expedientes, a Visa faz vistoria nos
estabelecimentos. “Sempre há fiscalização, o que é muito bom para nós que trabalhamos
nos restaurantes. A presença da Vigilância Sanitária aqui ajuda bastante a conscientizar
os clientes, que têm colaborado conosco. Eles não fumam dentro do estabelecimento ou
na calçada. Já sabem que não é permitido por lei”, diz o gerente-geral do Caneca Fina,
Pedro Amaro da Silva.
O restaurante, que está repleto de sinalização de que não é permitido fumar no local, é
um dos 14 estabelecimentos recifenses que, desde a vigência da lei, receberam autos de
infração pela presença de pessoas fumando no espaço – na maioria das vezes, em
puxadinhos nas calçadas, onde há toldos ou marquises. “Quando querem fumar, os
clientes já sabem que precisam ir a lugares abertos, como a praça que há aqui na frente.
Por isso, não temos mais problemas”, acrescenta Pedro.
Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo e reforçar a fiscalização, a Visa faz
uma blitz hoje, das 17h às 23h, para fortalecer a importância de os donos dos
estabelecimentos continuarem a abraçar a causa de uma cidade sem fumo. O balanço do
órgão, de janeiro a julho, indica que 1.384 empresas passaram por fiscalização. Desse
total, 52 foram notificadas e 14 tiveram que responder a um processo administrativosanitário, que pode resultar em multa que varia de R$ 40 a R$ 400 mil.
Jornal do Commercio - PE
28/08/2015 - 08:17
Alíquota de 0,38% na CPMF
CARGA Proposta encaminhada ao Planalto é a mesma que vigorou até 2007.
Arrecadação poderia dar mais R$ 80 bilhões ao governo
A proposta de resgate da CPMF encaminhada pela equipe econômica ao Palácio do
Planalto prevê uma alíquota de 0,38% do chamado imposto do cheque, que incide sobre
movimentações financeiras, o que representaria mais R$ 80 bilhões nos cofres do
governo. A alíquota apresentada ao Palácio é a mesma que vigorou até 2007, quando a
CPMF foi suspensa pelo Legislativo.
A volta da CPMF foi descartada no primeiro semestre deste ano após o ministro da
Saúde, Arthur Chioro, defender sua volta.
Ontem, Chioro voltou a defender a contribuição exclusiva para a área da saúde, dessa
vez chamada de Contribuição Interfederativa da Saúde (CIS). Ele diz que há uma
convergência do governo em torno da proposta - inclusive da presidente Dilma
Rousseff, relata, e nega que a medida consista em um retorno da CPMF.
A diferença em relação ao imposto anterior, de acordo com o ministro, estaria no fato de
que a arrecadação seria destinada exclusivamente para a saúde, diferentemente do que
ocorreu com a CPMF nos últimos anos, que também destinava recursos para outras
áreas. Ainda segundo Chioro, a contribuição seria interfederativa porque, desde o início,
teria percentuais divididos entre o governo federal, estados e municípios. O ministro diz
que discute a proposta com esse critério de construção harmonizada com os
governadores e prefeitos. Uma das possibilidades é que a proposta seja apresentada no
Congresso em um projeto de emenda à constituição, como ocorreu com a CPMF.
Atualmente, 4,7% do PIB é gasto com saúde. Com a nova contribuição, afirma Chioro,
esse percentual poderia passar para 6%, "o que teria forte impacto em recursos".
A proposta de elevar a carga tributária foi bastante criticada até por aliados do governo.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a ideia de elevar
tributos "será um tiro no pé." Organizações ligadas ao comércio e à indústria, como a
Confederação Nacional da Indústria (CNI), também criticaram a possibilidade,
chamando-a de "loucura, retrocesso e absurdo".
A medida é considerada crucial para reequilibrar as contas públicas em um cenário de
fraca arredarão decorrente da desaceleração da economia.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem feito forte oposição ao
governo, se manifestou pessoalmente contrário ao retorno do imposto. "Acho pouco
provável que aprove aqui na Casa, mas, se eles mandarem, o processo vai tramitar. Mas
vejo pouca possibilidade de aprovar", afirmou Cunha, destacando que o Planalto
enfrentará um desgaste desnecessário, caso envie esse projeto ao Congresso.
Organizações ligadas à indústria e ao comércio se posicionaram no mesmo sentido. O
presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, classifica a
possível medida como um absurdo.
"Mais um imposto para a sociedade pagar, enquanto o caminho ideal seria o governo
promover uma redução de gastos públicos para deixar a economia se recuperar",
afirmou Andrade, ao tomar conhecimento da proposta do governo para fechar o
Orçamento da União de 2016.
O presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nese, disse que é
uma loucura criar novo imposto no Brasil em um momento de crise e fragilidade das
empresas.
O Presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, chegou a
pedir a cabeça do ministro Levy (Fazenda). "Se o ministro da Fazenda não tiver a
competência para encontrar caminhos para resolver a questão econômica brasileira a
não ser o caminho do aumento de impostos, é melhor ele arrumar a mala dele e ir fazer
outra coisa. Ele vai prejudicar muito o Brasil."
Download