Cinemática da partícula Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação Professora Karen Luz Burgoa Rosso Tutor Antônio Marcelo Martins Maciel Lavras/MG 2011 1|Página Ficha catalográfica preparada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da UFLA Espaço a ser preenchido pela biblioteca [A ser preenchido posteriormente] Espaço a ser preenchido pelo CEAD ______________Digite o Título do Documento______________ Índice Unidade 1 .......................................................................................................... 5 1.1. A descrição física do problema ............................................................. 6 1.2. Partícula ..................................................................................................... 7 1.3. Cinemática da partícula ............................................................................ 7 1.4. Equações gerais da cinemática ............................................................. 11 1.4.1. Os vetores posição, velocidade e aceleração .................................... 11 1.5. Equações da cinemática em casos particulares .................................. 15 1.5.1. Equações da cinemática para aceleração constante nas três dimensões. ......................................................................................................................... 15 1.5.2. Equações da cinemática no caso de aceleração constante numa dimensão e velocidade constante na outra dimensão. ............................... 16 1.6. Combinação de movimentos para uma partícula ................................. 17 4|Página ______________Digite o Título do Documento______________ Unidade 1 OBJETIVO: Nesta primeira unidade priorizaremos a descrição física e matemática do movimento de uma partícula. Analisaremos os conceitos físicos, tais como, partícula, posição, velocidade, trajetória de uma partícula. Finalmente para a descrição matemática do movimento da partícula usaremos o conceito de sistemas de referência e aplicaremos o cálculo diferencial, derivadas, integrais, e a análise vetorial em uma, duas, e três dimensões. 5|Página ______________Cinemática da partícula______________ 1.1. A descrição física do problema O problema a ser resolvido consiste em obter as equações que descrevem o movimento de um objeto, isto é, a sua posição, velocidade e aceleração a qualquer instante de tempo. Isto será feito a partir do conhecimento da sua aceleração e da sua posição ou velocidade num instante de tempo anterior ou posterior. Exemplo: Consideremos um caminhão verde numa estrada reta. As 14h, instante de tempo inicial, o caminhão passa pelo ponto S 1 e ele esta com uma velocidade de 60km/h, em direção ao ponto S2. Gostaríamos de saber qual é a velocidade que ele terá num instante posterior, por exemplo, às 14h15min, dado que sua aceleração é nula nesse intervalo de tempo de 15min, ou gostaríamos de saber se o caminhão passou ou não pelo ponto S2, passados esses 15min. Para resolver este problema precisamos obter as equações da cinemática do caminhão, dada as condições iniciais ao tempo de 14h e conhecendo que o movimento não possui aceleração. Mas ainda existe uma questão a ser respondida, de que parte do caminhão se está falando? Quando o caminhão passa por S 1 é a parte da frente ou a parte traseira? Para responder a esta pergunta precisamos do um conceito muito importante, que na física é chamado de partícula. Na mecânica as equações da cinemática são descritas para as partículas, então precisamos definir o que é uma partícula. 6|Página ______________Cinemática da partícula______________ 1.2. Partícula Na física uma partícula é um objeto pontual ao qual podemos associar varias propriedades físicas, como por exemplo, posição, velocidade, massa, etc. Se os objetos podem ser ou não considerados como partículas depende do fenômeno físico que esta sendo estudado. Exemplos: Estudar o movimento da queda livre de uma pedra, de 3cm de diâmetro, dentro de um elevador, de 2,5 m de altura. Neste caso se considerarmos que o elevador é uma partícula então não poderá resolver o problema do movimento da pedra. Já considerando a pedra, e o chão do elevador como partículas em movimento. Então poderemos usar as equações da cinemática para resolver este problema. Estudar a posição de um trem, de 10m de cumprimento, que percorre uma ponte, de 3m de comprimento, a uma velocidade de 1m/s. Neste caso se considerarmos que o trem é uma partícula nós teremos um problema ao afirmar que o trem percorreu a ponte de 3m em um tempo de 3s, pois o trem mede 10m e em 3s o trem ainda esta na ponte. Se consideramos que o trem percorre uma ponte de 300km de comprimento, então poderemos considerá-lo como partícula. 1.3. Cinemática da partícula Cinemática é uma área da física que estuda o movimento dos corpos, que podem ser modelados como partículas. Na cinemática não levamos em conta como os corpos foram colocados em movimento, isto será feito na unidade dois, de dinâmica. As equações da cinemática dependem primeiramente do espaço dimensional no qual acontece o movimento dos corpos. Um corpo pode-se movimentar em uma, dois ou três dimensões. 7|Página ______________Cinemática da partícula______________ Exemplos Movimentos numa dimensão: Um carro, fusca amarelo, que se movimenta a velocidade constante numa estrada reta, do ponto S1 a S2, tem um movimento unidimensional horizontal. A queda livre de uma pedra que foi lançada do terraço de um prédio tem um movimento unidimensional vertical, veja a figura do ponto C ao ponto E. Movimentos em duas dimensões: Um carro de corrida numa pista circular descreve um movimento bidimensional na forma de um circulo. 8|Página ______________Cinemática da partícula______________ Uma bola sendo lançado por um jogador de basquete descreve um movimento bidimensional na forma de uma parábola. Movimentos em três dimensões: Uma sequência de carrinhos no trilho de uma montanha russa, com curvas fechadas, altas subidas e descidas além de várias ondulações em seu percurso, descreve um movimento em três dimensões. 9|Página ______________Cinemática da partícula______________ O movimento do corpo, que acontece em alguma dimensão, traceja um caminho durante seu movimento. Na física este caminho é chamado de trajetória da partícula. No caso da pedra e do fusca amarelo, fisicamente dizemos que a partícula descreveu uma trajetória retilínea. No caso da bola de basquete ela descreveu uma trajetória parabólica. O carro de corrida descreveu uma trajetória circular. Fisicamente falando o fusca amarelo é igual à pedra, pois os dois são partículas. A trajetória do fusca amarelo e da pedra caindo do prédio é a mesma, retilínea. Entretanto, o tempo gasto no percurso pode ser completamente diferente. No caso do fusca amarelo o tempo gasto em percorrer uma distancia de 24m dependerá somente do valor da sua velocidade, por exemplo, se a velocidade é de 24m/s, o tempo gasto será de 1s. No caso da pedra, devido à aceleração da gravidade, a velocidade aumentará em 9,81m/s a cada segundo que passa, então para determinar o tempo gasto para percorrer a distância de 24m precisaremos da velocidade da pedra há um tempo inicial e também deveremos levar em conta a sua aceleração. Por esta razão na cinemática não somente precisamos levar em conta se o movimento foi em uma, duas ou três dimensões 10 | P á g i n a ______________Cinemática da partícula______________ também será necessário saber se o movimento é ou não acelerado. As equações da cinemática também dependem da aceleração no movimento dos corpos. Uma partícula pode-se movimentar em uma dimensão e não ter aceleração, como no caso do fusca amarelo a velocidade constante. Uma partícula pode-se movimentar a aceleração constante, como no caso da pedra lançada do prédio. Também teremos o caso em que o vetor aceleração varia no tempo, como no caso do movimento circular do carro de corrida. 1.4. Equações gerais da cinemática Matematicamente a descrição do movimento das partículas que deslocam-se em uma, dois ou três dimensões é feita através de vetores que descrevem posição, velocidade ou aceleração das partículas. A forma das equações da cinemática dependerá do tipo de aceleração que o movimento da partícula experimenta. Antes de estudar o seguinte material, por favor, veja o vídeo vetores e suas propriedades. 1.4.1. Os vetores posição, velocidade e aceleração O movimento de uma partícula é completamente determinado se a posição da partícula é conhecida em todos os tempos. A posição da partícula é uma grandeza vetorial que indica a posição física da partícula a cada instante de tempo, a partir de uma origem, previamente determinada. Matematicamente isto é expresso como: r(t) = x(t) i + y(t) j + z(t) k (1) Onde em negrito são representadas as grandezas vetoriais e sem negrito as grandezas escalares. O vetor r(t) é o vetor posição da 11 | P á g i n a ______________Cinemática da partícula______________ partícula em três dimensões, os vetores unitários i, j e k indicam a direção nos três eixos do nosso sistema de coordenadas. Os escalares x(t), y(t) e z(t) representam as distâncias às quais a partícula se encontra nas direções i, j e k correspondentemente. As unidades em SI estão contidas nas grandezas escalares x(t), y(t) e z(t). O corpo que esta sendo estudado é representada através do ponto azul, isto é a partícula para a qual queremos escrever as equações da cinemática. A curva azul é a trajetória que a partícula descreve. Os vetores verdes descrevem a posição da partícula em dois instantes diferentes. O vetor rosa representa o vetor deslocamento da partícula, de um instante de tempo t0 a um instante de tempo posterior t1. O ponto A representa o instante inicial em que a nossa partícula será estudada por nós. Atenção: O ponto A não representa que a partícula esteja sem movimento. 12 | P á g i n a ______________Cinemática da partícula______________ A posição da partícula num ponto B pode ser determinada sabendo o instante de tempo, t1, e através da equação. r(t1) = x(t1) i + y(t1) j + z(t1) k Para descobrir a velocidade da partícula em qualquer ponto B, sabendo que a posição dela a quaisquer instante de tempo é r(t), usamos a definição do vetor velocidade. A velocidade instantânea é definida como a variação instantânea do espaço em função do tempo. Matematicamente isto é expresso como: V(t) = d r(t) / dt (2) Onde V(t) representa a velocidade instantânea da partícula, a fração d /dt representa à função derivada, e r(t) a posição da partícula no instante t. Então a velocidade da partícula no ponto B é V(t1). Igualmente para descobrir a aceleração instantânea da partícula no ponto B é usada a sua definição. A aceleração instantânea de uma partícula é a variação instantânea da velocidade no tempo. Pela equação (2) conhecemos V(t) em quaisquer instantes de tempo então por definição sabemos que a aceleração é: a(t) = d V(t) / dt (3) Onde a(t) representa a grandeza vetorial aceleração da partícula no tempo t, a fração d /dt representa à função derivada, e V(t) é o vetor velocidade da partícula no instante t. Então a aceleração da partícula no ponto B é a(t1). Exemplo: Uma partícula num instante inicial t0=0[s] passa pelo ponto A, no instante de tempo t1=5[s] passa pelo ponto B, e ao tempo final de t2 =10[s] ela passa pelo ponto C. A posição da partícula, em função do tempo, é descrita e descrita através da equação: r(t) = 5[m/s]*t i + 8[m/s]*t2 j + (1[m/s]-4[m/s]*t) k Determine a posição, velocidade e aceleração da partícula nos pontos A, B, e C. 13 | P á g i n a ______________Cinemática da partícula______________ A posição da partícula, no ponto A é r(t0) = 1[m]k, no ponto B é r(t1) = 25[m]i + 200[m]j-19[m]k, e no ponto é C r(t2) = 50[m]i + 800[m]j-39[m]k. A velocidade instantânea da partícula é: V(t) = 5[m/s] i + 16[m/s]*t j - 4[m/s] k Conseguintemente a velocidade da partícula, no ponto A é v(t0) = 5[m/s]i -4[m/s]k, no ponto B é v(t1) = 5[m/s]i + 80[m/s]j-4[m/s]k, e no ponto C é v(t2) = 5[m/s]i + 160[m/s]j-4[m/s]k. A velocidade instantânea da partícula é: a(t) = 16[m/s2] j Conseguintemente a aceleração da partícula no ponto A, B e C é constante e igual a a(t0) = 16[m/ s2]j. Quando conhecida a posição da partícula a quaisquer instante de tempo é possível determinar a velocidade e aceleração instantânea da partícula. Na maioria dos casos não é conhecida a posição da partícula e sim a aceleração a qual esta submetida. Nesse caso podemos determinar a velocidade da partícula através da função inversa da derivada, que é conhecida como a integral. Então para achar a velocidade da partícula em função da aceleração temos a seguinte equação: (4) Onde V(t) é a velocidade a quaisquer tempo t, V(t0) é a velocidade num instante de tempo anterior a t, e a(t´) é a aceleração instantânea da partícula. Para determinar a posição a cada instante de tempo deve-se integrar a velocidade da partícula, isto é: (5) 14 | P á g i n a ______________Cinemática da partícula______________ Onde r(t) é a posição a quaisquer tempo t, r(t0) é a posição da partícula num instante de tempo anterior a t, e v(t´) é a aceleração instantânea da partícula. 1.5. Equações da cinemática em casos particulares A partir das equações gerais da cinemática, veja Eqs. (1), (2) e (3) ou (4) e (5) é possível determinar todas as características do movimento das partículas. Nesta seção aplicaremos as equações (4) e (5) para determinar a velocidade e posição instantânea de uma partícula com aceleração constante. 1.5.1. Equações da cinemática para aceleração constante nas três dimensões. Com aceleração constante no tempo e a partir da equação (4) temos que: V(t) –V(t0) = a*(t-t0) ou V(t) = V(t0) + a*(t-t0) (6) Para determinar a posição da partícula precisamos resolver a integral da equação (5) com a velocidade determinada na equação (6). Matematicamente obtemos: r(t) = r(t0) + v*(t-t0) + ½*a*(t-t0)2 (7) As equações (6) e (7) são as conhecidas equações da cinemática para o caso de aceleração constante. No caso em que a aceleração é nula, isto é, uma partícula a velocidade constante. A posição instantânea da partícula é: r(t) = r(t0) + v*(t-t0) (8) As equações (6) e (7) descrevem completamente o movimento da partícula a aceleração constante, ou seja, uma partícula em movimento retilíneo uniformemente variado MRUV. Observe que ditas equações precisam das grandezas físicas, velocidade e posição, conhecidas num ponto inicial, isto é, é necessário conhecer r(t0) e v(t0) para resolver o problema completamente. A 15 | P á g i n a ______________Cinemática da partícula______________ equação (8) é conhecida como a equação que descreve o movimento retilíneo uniformemente MRU. Observe que as equações para MRU e MRUV que foram apresentadas estão escritas de forma vetorial, isto significa, que em o vetor aceleração constante, velocidade e posição estão em três dimensões. Pode resultar mais facilmente conhecido escrever as equações (6), (7) e (8) numa dimensão. 1.5.2. Equações da cinemática no caso de aceleração constante numa dimensão e velocidade constante na outra dimensão. Uma partícula que descreve um movimento combinado, de MRU na horizontal e um movimento MRUV na vertical, é conhecida como o movimento parabólico. Um exemplo muito comum de partículas que descrevem este tipo de movimento pode ser encontrado nas bolas de futebol, veja a seguinte figura. 16 | P á g i n a ______________Cinemática da partícula______________ As equações que descrevem este movimento parabólico são: As equações do movimento da partícula na horizontal e do movimento na vertical elas se juntam através do tempo e do vetor velocidade, que é a soma vetorial da velocidade na direção vertical mais o vetor velocidade na direção horizontal. 1.6. Combinação de movimentos para uma partícula Como foi visto no exemplo do jogador de futebol a combinação dos movimentos foi dada através da soma vetorial das componentes da velocidade. Quando uma partícula esta submetida a dois, ou mais velocidades, a velocidade resultante por ela adquirida será a soma vetorial das velocidades. Vejamos o seguinte Exemplo: Seja um barco que tem uma velocidade na direção leste, Vb, que se encontra num rio cuja corrente está na direção sul com uma velocidade Vr. O barco terá um movimento na direção sudeste, pois a velocidade será: V = Vb+ Vr 17 | P á g i n a ______________Cinemática da partícula______________ Onde o vetor velocidade resultante V está desenhado na cor laranja na figura embaixo. Este fato de somar as velocidades para encontrar a velocidade com a qual a partícula desenhara a trajetória do seu movimento é aplicado também para as grandezas vetoriais da aceleração e da posição. Na seguinte unidade, sobre dinâmica, será visto que este conceito de soma também é aplicado aos vetores das forças às quais as partículas são submetidas. 1.7 Bibliografia Raymond A. Serway e John W. Jewett, Jr. Princípios de Física, Volume 1, tradução ao português da Terceira edição Americana, 2004. Halliday, Resnick e Walker, Fundamentos de Física, Volume 1, Oitava Edição, 2007. 18 | P á g i n a