Dengue e Febre do Chikungunya

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BOLETIM INFORMATIVO
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Secretaria Municipal de Saúde
Setembro a Dezembro 2014 - ANO II n° 5
Dengue e Febre do Chikungunya:
os trabalhos continuam
A situação da dengue em Brumadinho continua
sob controle. Foram contabilizados 19 casos da doença entre pessoas residentes no município até o final do
mês de agosto, em diferentes regiões, principalmente
na área urbana: Santa Efigênia, Progresso, Parque da
Cachoeira, Marques, Santa Cruz, Conceição de Itaguá,
Tejuco e São Judas Tadeu.
Contudo, os trabalhos para o combate à dengue
no município continuam. Foi realizado mais um Levantamento de índice rápido de Aedes aegypt (LIRAa)
nos dias 9 e 10 de julho com o intuito de averiguar se
há possibilidades de um novo surto de dengue. Foram
inspecionadas 353 residências e não foram encontrados focos do mosquito. Este resultado aponta para um
baixo risco de um novo surto.
É importante deixar claro que não podemos ficar
tranquilos pois os ovos do mosquito se encontram
aderidos aos recipientes secos e sobrevivem até 450
dias neste estado. Como eles são muito resistentes é
necessário ficarmos sempre em alerta, pois com o retorno das chuvas e o acúmulo da água, os ovos podem
eclodir e o risco de um novo surto aumenta.
Por isso continuamos trabalhando e contando
com a população para continuarmos controlando a
dengue.
Novo vírus
Não podemos esquecer que todas as ações referentes ao controle da dengue também são eficientes
para o controle de outra doença que está atingindo o
nosso continente: a febre do Chikungunya. Já foram
mais de 200 casos na Venezuela e 2 casos confirmados
no Amapá até dia 19 de agosto.
Esta doença, como já apresentada na edição anterior, apresenta características semelhantes à dengue e
é transmitida pelo mesmo mosquito: o Aedes aegypt.
Porém sua duração é
mais extensa e as dores articulares podem se prolongar
por meses ou anos e em certos casos, converter-se a uma
dor crônica incapacitante
para certas pessoas.
Esclarecimento sobre a Doença do Vírus Ebola
A doença do vírus Ebola é uma febre hemorrágica grave, com alta letalidade (entre 40 e 90% dos doentes morrem). De acordo com informações do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância Em Saúde - CIEVS
MINAS, a epidemia desta doença está localizada na África, não tendo sido registrado nenhum caso no Brasil
até o final do mês de agosto.
O vírus pode ser transmitido de pessoa a pessoa por:
-Contato direto com o sangue ou fluidos corporais de pessoas infectadas (saliva, suor, sêmen, urina, leite materno);
-Exposição a objetos (tais como agulhas) que tenham sido contaminados com secreções de pessoas infectadas;
-É importante ressaltar que a transmissão só ocorre após o aparecimento dos sintomas e pode ocorrer também
através do contato com superfícies e objetos contaminados;
-Os sinais e sintomas são: dor de cabeça, dor muscular e articular, fraqueza, diarréia, vômitos, perda de apetite.
Pode ocorrer também exantema, vermelhidão nos olhos, tosse, dor de garganta, dificuldade respiratória, dificuldade de engolir e sangramentos;
-Nas formas graves da doença podem ocorrer sintomas hemorrágicos e disfunção de múltiplos órgãos, incluindo danos hepáticos, insuficiência renal e envolvimento do sistema nervoso central, levando a choque e morte.
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Você conhece a Vigilância em Saúde?
Saiba como ela funciona
A Vigilância em Saúde é erroneamente conhecida pela população muitas vezes como zoonoses,
outras como vigilância sanitária e outras apenas
como vigilância. É responsável pelo acompanhamento sistemático de doenças e outros agravos à
saúde da população. Trata-se de um setor público
que faz parte da Secretaria Municipal de Saúde e é
subdivida em diferentes campos de atuação, a saber: Vigilância Sanitária (VISA), Vigilância Epidemiológica (VIEP), Vigilância Ambiental em Saúde (VIGAM) e Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT).
Estamos localizados no bairro Silva Prado.
Nessa edição daremos enfoque à VIGAM e VIEP.
relacionados às doenças ou outros agravos à saúde.
A VIGAM conta com os seguintes profissionais:
biólogos, veterinária, bioquímica, técnica de laboratório, agentes de controle de endemias, fiscal sanitário, supervisores de campo e agentes operacionais.
A VIGAM é dividida em vigilância ambiental propriamente dita e controle de endemias (zoonoses).
São atribuições da VIGAM:
Monitoramento da qualidade da água ofertada
para consumo da população;
Visitação de residências para o combate de vetores, como o mosquito da dengue, o barbeiro da
doença de Chagas;
Realização de ações de educação em saúde da
população para o combate de vetores;
Vigilância ambiental – VIGAM
Campanha antirrábica animal;
Exames de leishmaniose animal;
A vigilância ambiental compreende um conjunExames do Programa do Controle de Esquistosto de ações que proporcionam o conhecimento e a
detecção de qualquer mudança em fatores do meio somose (PCE);
ambiente que podem interferir na saúde humana,
Canil municipal: apreensão, controle, disponibicom a finalidade de identificar as medidas de pre- lização para adoção e exames dos cães errantes do
venção e controle dos fatores de risco ambientais município.
Ações desenvolvidas pela VIGAM:
Programa de Controle de Febre Amarela e Dengue: (PCFAD) com realização do LIRAa ( Levantamento
Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti) no mínimo 3 vezes por ano .
Educação em saúde sobre dengue nas escolas.
Mutirão de limpeza.
Visitas das Agentes de Controle de Endemias (ACE).
Programa de Controle de Esquistossomose: atividade educativa e exames de fezes para detecção da doença.
Leishmaniose/Raiva:
-Recolhimento de animais agressivos ou debilitados nas ruas com posterior manutenção do status sanitário dos mesmos no Canil Municipal.
-Realização de censo canino e felino anual, direcionando os trabalhos da campanha de vacinação antirrábica, sendo também imprescindível para a estruturação dos inquéritos sorológicos contra leishmaniose
visceral.
-Realização da campanha antirrábica animal anual.
-Realização inquérito sorológico canino censitário e amostral contra leishmaniose visceral. Cães infectados numa área precedem o aparecimento da doença humana.
-Recolhimento do animal soro reagente para realização de eutanásia.
As eutanásias são realizadas em sua totalidade no canil municipal, e são de acordo com a resolução do
Conselho Federal de Medicina Veterinária nº 1000 de 2012, de maneira que o sacrifício dos cães é feito de
maneira humanitária.
Em breve o Controle de Endemias (zoonoses) iniciará o recolhimento de animais errantes. Estes serão
testados contra leishmaniose visceral, se negativos e passíveis de convívio social serão castrados, chipados,
vacinados contra a raiva e disponibilizados para adoção, se não forem adotados num período predeterminado, serão devolvidos ao local de origem em cumprimento a lei 2044/2014.
Programa de Controle da Doença de Chagas (PCDCh): realização de visitas de PIT (Posto de Informação
de Triatomíneos) e borrifação de residências positivas. Coleta de água de consumo humano para análise.
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Vigilância epidemiológica - VIEP
A Vigilância epidemiológica (VIEP) é responsável por coordenar a execução das atividades relativas à prevenção e controle de doenças e outros
agravos à saúde.
Seu objetivo primordial é estabelecer medidas
de intervenção pertinentes e eficazes para que
um evento relacionado à saúde seja evitado ou
controlado em tempo oportuno. A qualidade do
conhecimento depende, sobretudo, da adequada coleta de dados gerada no local onde ocorre o
evento sanitário.
A principal ferramenta de trabalho, para que
possamos desenvolver estas ações, são as notificações. Estas são fichas de investigação de doenças
e agravos transmissíveis e não transmissíveis que
são preenchidas pelos profissionais da saúde da
rede de saúde (PSF, hospital, UAI, UPA, CAPS, policlínica, consultórios particulares, dentre outros).
Após o preenchimento, as fichas são enviadas para
a VIEP, que irá processar, analisar, interpretar e recomendar quais medidas deverão ser efetivadas.
Cada caso influenciará nas decisões a serem trabalhadas. Para concluirmos cada caso, dependendo
das informações, realizamos busca ativa através
de visitas domiciliares ou através de contato com
os profissionais de saúde que realizaram o preenchimento das fichas de investigação.
A VIEP também é responsável pelos Comitês no
Combate a Dengue e contra a Mortalidade Materna, Infantil e Fetal. Estas ações estão voltadas para
questões de prevenção e melhoria da qualidade
da assistência aos munícipes de Brumadinho.
‘Ainda faz parte da VIEP o setor de Imunização, que é o setor responsável pela administração de vacinas à população, de acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI).
Outras ações desenvolvidas pela VIEP:
-Promoção e educação em saúde;
-Divulgação das informações epidemiológicas;
-Capacitação dos profissionais de saúde, demais Secretarias e população à respeito das medidas de controle apropriadas de prevenção, promoção e reabilitação da saúde para doenças e
agravos transmissíveis e não transmissíveis.
A VIEP realizou as seguintes ações em 2013:
Acompanhamento das notificações, investigação,
encerramento e acompanhamento do controle de cura
dos seguintes agravos e doenças transmissíveis e não
transmissíveis:
Dengue -1059 suspeitas (517 confirmados)
Esquistossomose -1154 exames realizados (85 casos
confirmados)
Atendimento Antirrábico -144 casos
Violência - 86 suspeitas (66 confirmados)
Acidente por animais peçonhentos - 26 casos
Intoxicação exógena - 25 casos (17 confirmados)
Hepatites virais - 55 suspeitas (3 confirmados)
Tuberculose - 04 casos (3 Mário Campos e 1 Brumadinho)
Leishmaniose Tegumentar -1 caso notificado e confirmado
Leishmaniose Visceral - 3 casos (1 confirmado)
Influenza H1N1 - 4 casos (2 confirmados)
Varicela - 191 casos
Sífilis em gestante - 1 caso
Meningite -1 caso
Hanseníase -1 caso
Reativação do Comitê de Municipal para enfrentamento da Dengue;
Reativação do Boletim epidemiológico de Vigilância em Saúde;
Ações de educação em saúde nas escolas, ESFs, associações de bairro, e outras localidades;
Realização de busca ativa de agravos e doenças nos
atendimentos da UPA;
Capacitação permanente dos profissionais da rede
SUS Brumadinho e particular nos agravos e doenças
transmissíveis e não transmissíveis;
Reativação do Comitê municipal de Prevenção e redução dos óbitos maternos, infantis e fetais (CMPOFIM);
Realização do III Seminário de Prevenção de mortalidade materna, fetal e infantil de Brumadinho;
Investigação e fechamento dos óbitos materno, fetal e infantil em tempo hábil;
Capacitação de Sífilis Congênita para os médicos da
Atenção Básica;
Participação da equipe de VIEP em cursos de atualização das ações da VIEP para várias doenças transmissíveis e não transmissíveis.
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Dia da não violência contra a mulher
No dia 25 de novembro comemora-se o dia internacional da luta contra a violência à mulher. Embora a
violência, em suas mais diversas formas, esteja presente em nosso dia a dia, sendo um grave problema de
saúde pública ainda é um assunto pouco abordado, discutido e registrado no município, muitas vezes devido ao medo, desinformação ou descaso com o assunto.
A violência é definida pela Organização Mundial de Saúde como “uso intencional da força física ou do
poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade,
que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.
É um agravo de notificação compulsória, ou seja, ao atender essa situação, a unidade de saúde deverá registrar o ocorrido e encaminhar para a Vigilância Epidemiológica. Porém até bem pouco tempo era bastante
negligenciado, havendo uma subnotificação muito expressiva. Em 2010 foram notificados 3 casos, em 2011
não foi registrada nenhuma notificação e em 2012 foram notificados 5 casos.
Por isso, foi realizado um trabalho de conscientização entre as unidades de saúde de Brumadinho, com o
intuito de informar e sensibilizar sobre a necessidade de registrar este tipo de agravo. É importante ressaltar
que as informações colhidas são mantidas em sigilo.
No ano de 2013 foram registradas 126 notificações e em 2014 foram 105 notificações até o final do mês
de agosto (incluindo-se violências praticadas contra a própria pessoa). Por um lado o aumento do número
de notificações é positivo, pois indica que os casos estão sendo registrados, mas por outro é preocupante
pois o número já é bem expressivo e ainda devem existir casos não notificados, muitas vezes pelo medo que
a vítima pode ter em procurar o serviço de saúde. Isso sem contar com os casos de agressão em que a vítima
não chega a precisar de serviço médico e por isso não temos acesso. Os pela própria pessoa, 62% foram violência contra a mulher. Dessas, 92% correspondem a violência física, 27% violência psicológica, 6% violência
sexual. De todas as agressões praticadas na quase totalidade dos casos (96%) não houve intervenção legal o
que demonstra que o medo ainda está muito presente.
Quase 80% dos agressores eram homens, excluindo-se aqueles em que a vítima não declarou o
sexo do agressor. Em 30% das agressões havia envolvimento com a ingestão de bebidas alcoólicas, o que
configura mais um problema de saúde pública que
aflige nosso país.
A vítima de violência não deve ter medo de procurar auxílio, pois é dever dos serviços de saúde oferecer assistência médica e psicológica, encaminhando
os usuários para os serviços de atenção especializada
quando necessário.
PUBLICAÇÃO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BRUMADINHO – SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
RUA REINALDO PINTO VIEIRA, 636. SILVA PRADO | CEP: 35460-000 | BRUMADINHO-MG | TELEFONES: (31) 3571-2814/3047
PROJETO EDITORIAL E PRODUÇÃO: SECRETARIA DE SAÚDE / ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
ELABORAÇÃO: REGINARA ALVES FERREIRA
JORNALISTAS RESPONSÁVEIS: MARCOS AMORIM (RJPMG 14972) E HENRIQUE PAIVA (SJPMG 3975)
PRODUÇÃO EDITORIAL: THIAGO FRANÇA
IMPRESSÃO: 2.500 EXEMPLARES
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