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O Que Quer Dizer Inspiração?
A revelação diz respeito ao material ou ao conteúdo através do qual Deus é apresentado ao homem. A inspiração diz respeito ao registro de tal conteúdo, a Bíblia. Estritamente falando, inspiração significa "soprar para dentro, aspirar". Em 2 Timóteo 3:16, a palavra traduzida "inspirada"
seria mais corretamente traduzida "expirada", ou seja, "soprada por Deus". Em outras palavras,
o versículo simplesmente diz que a Escritura é produzida por Deus, sem contudo indicar qualquer meio que Deus possa ter utilizado em sua produção.
Uma Definição
Minha definição pessoal de inspiração bíblica é: o processo divino de supervisão dos autores
humanos da Bíblia, de modo que, usando suas próprias personalidades e estilos, compuseram
e registraram sem erro a revelação de Deus ao homem nas palavras dos manuscritos^originais.
Vários aspectos dessa definição são dignos de nota: (1) Deus supervisionou, mas não ditou n
conteúdo. (2) Ele usou autores humanos e seus estilos individuais. (3) O produto final, nos m.i
nuscritos originais, era isento de erro.
de Jesus Cristo". Em outras palavras, a principal revelação de Deus - salviie.m lui inl.ilivel
mente transmitida através de registros que, apesar disso, são perfeitamente l.ilivcr. l m mu
traste com os teólogos barthianos, os que defendem este conceito de inspir.u,-iio possuem | u >M
ções mais conservadoras em questões como autoria e data dos livros da Hihli.i, i onsulei.imlo
a, em geral, um livro mais fidedigno. Ainda assim, consideram-na falível e err.mte; e se el.i o
é em questões históricas, quem pode estar certo de que não o seja também em questões dou l ri
nárias? Além disso, como pode alguém separar doutrina e história? Experimente fazer isso em
relação aos grandes acontecimentos da vida de Cristo. Tais doutrinas dependem da exatidão dos
fatos históricos.
O Testemunho Bíblico
Pontos de Vista sobre Inspiração
Nem todos concordam com a definição acima e com suas implicações.
(1) Alguns afirmam que os autores bíblicos foram homens de grande talento, mas que SI-UN
escritos não foram mais inspirados do que os de outros gênios ao longo da História. Essa < >j >i
nião tem sido chamada inspiração natural, pois é totalmente desprovida de qualquer dimensflo
sobrenatural.
(2) Um passo além se vê na posição de quem vê os autores bíblicos como crentes controlai l< >•.
e dirigidos pelo Espírito como qualquer outro crente poderia ser hoje. Essa posição é cham.ul.i
de inspiração mística ou iluminação. Logicamente, poder-se-ia concluir que qualquer crente c»>nl i < •
lado pelo Espirito estaria capacitado a escrever a Bíblia hoje em dia. Uma idéia semelhante .1 <-.i.i
é a de que os autores bíblicos possuíam tal inspiração em grau mais elevado que os demais
(3) A visão distorcida mais comum da inspiração é a que a reduz a um mero ditado. Os .ml. >
rés bíblicos teriam sido completamente passivos e Deus teria simplesmente ditado a eles » < p i. •
deveria ser registrado. É certo e claro que algumas partes da Bíblia foram ditadas (como os l ><•/
Mandamentos e outras partes da Lei), mas a definição acima proposta traz em si a idéia ilc i jue
Deus permitiu aos autores humanos graus variados de expressão pessoal à medida que CM ir
viam.
(4) A teoria da inspiração parcial admite certas partes da Bíblia como sobrenaturalmente mi
piradas, ou seja, porções da Bíblia que de outra forma seriam desconhecidas (relatos d . i « < u
cão, profecias, etc.).
(5) Um conceito muito popular de inspiração é o de que apenas os conceitos, não as palav i .<••
foram inspirados. Esta posição parece garantir uma certa medida de autoridade, sem a M<-< <••<
sidade de que cada palavra da Bíblia seja totalmente correta.
(6) O conceito neo-ortodoxo (ou barthiano) de inspiração é o de que a Bíblia é uma tesleniu
nha da Palavra de Deus, embora teólogos barthianos não se oponham à frase "A Bíblia o .11'.ii.1
vra de Deus". Para eles, entretanto, tal sentido seria apenas secundário (no sentido prim.n i- >
Cristo é a Palavra), e sua Bíblia estaria cheia de erros, por ser apenas o produto de autor»-, l.ih
veis. O teólogo neo-ortodoxo aceita os ensinos do liberalismo quanto à Bíblia e tenta, apes.n > l i v."
conceder a ela uma medida de autoridade pelo fato de, ainda que falivelmente, dar teste
nho de Cristo.
(7) Entre muitos cristãos conservadores há uma posição que se poderia chamar di> ;'«>;>" //••
inspirado da Bíblia. Isto significa simplesmente que, apesar de conter erros de fato e d is» • r» • | >. 111
cias insolúveis em seu conteúdo, a Bíblia possui "integridade doutrinária" e, assim, eu m| >i < • | M • i
feitamente o propósito de Deus para ela. Pessoas que defendem esta idéia podem u-..n .
geralmente usam, os termos infalível e inerrante, mas é importante notar que eles limil.un . m
dadosamente a infalibilidade da Bíblia a seu propósito ou ênfase principal, não a estendem l..
de modo a incluir a exatidão de todos os fatos históricos e relatos paralelos. Um escritor exj m ••••••><>
se recentemente assim: "Eu confesso a infalibilidade e a inerrância das Escritur.is mi m m p n
o propósito de Deus para elas —dar ao homem arevelação de Deusem Seu arm>ii.-«leiiioi.iii.".
Apenas para ilustrar como os tempos mudaram, até poucos anos atrás tudo o que se precisava
dizer para expressar convicção de que a Bíblia era plenamente inspirada era "A Bíblia é a Palavra de Deus". Depois, foi preciso acrescentar "a Palavra inspirada de Deus". Mais algum tempo
passou e a frase cresceu para "a Palavra verbalmente inspirada de Deus". Daí, para dizer a mesma coisa, era preciso dizer: "A Bíblia é a Palavra de Deus, verbal e plenariamente inspirada". Depois, surgiu a necessidade de dizer: ".. .a Palavra de Deus, infalível, verbal e plenariamente inspirada". Hoje em dia, é preciso usar uma bateria de termos teológicos: "A Bíblia é a Palavra de
Deus, infalível, inerrante nos manuscritos originais, verbal e plenariamente inspirada". Apesar
de tudo isso, é possível não comunicar exatamente o que se quer dizer!
O que, todavia, a Bíblia reivindica para si?
(1) Ela afirma que toda a Escritura é inspirada por Deus (2 Tm 3:16). Isto significa que Deus,
que é verdadeiro (Rm 3:4), "soprou" a verdade.
(2) Mas não teria o homem corrompido a verdade enquanto a registrava? Não, porque a Bíblia também testifica que os homens que a escreveram foram "movidos (lit., carregados) pelo
Espírito Santo" (2 Pé 1:21). O Espírito foi, assim, Co-autor de todos os livros da Bíblia, escrevendo "de parceria" com cada autor humano. Há uma série de passagens no Novo Testamento
em que trechos do Antigo Testamento tiveram como autor designado o Espírito Santo, embora
tenham sido escritos por vários homens diferentes. A única maneira de explicar esse fenômeno é reconhecer uma dupla autoria (veja Mc 12:36, onde Jesus afirma que foi o Espírito o Autor
de algo que Davi escreveu no Salmo 110; em Atos 1:16 e 4:24-25, onde os Salmos 41 e 2 são atribuídos ao Espírito Santo; igualmente Hebreus 3:7; 10:15-16).
(3) Às vezes o registro reflete claramente o estilo e as expressões dos autores humanos. Isso
deve ser esperado em um livro de dupla autoria, e não significa de maneira alguma que, ao empregarem seu próprio estilo, os autores estivessem produzindo registros errôneos (veja Rm 9:1-3
como exemplo dessa afirmação).
(4) Fora de dúvida, a Bíblia expressa possuir inerrância. De que outra maneira poderíamos
explicar o fato de Cristo ter reivindicado para as próprias letras que formam as palavras da Escritura um caráter permanente, irrevogável: "Porque em verdade vos digo: Até que o céu e a terra
passem, nem um i ou um til passará jamais da lei, até que tudo se cumpra" (Mt 5:18)? O i é a
letra hebraica yod, a menor do alfabeto hebraico. O til era um pequenino traço que servia para
distinguir certas letras hebraicas de outras (como um dalet de um resh). Num tipo comumente
usado para livros, teria extensão menor que um milímetro! Em outras palavras, o Senhor estava afirmando que cada letra, ou cada palavra é importante, e que o Antigo Testamento seria cumprido exatamente como fora soletrado, letra por letra, palavra por palavra.
O Senhor também insistiu na importância de um tempo presente em Mateus 22:32. Para deixar bem clara a veracidade da ressurreição, ele relembrou aos saduceus que Deus é o Deus dos
vivos porque Se identificara a Moisés dizendo "Eu SOM" o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó,
embora eles já estivessem mortos havia centenas de anos. Se a ressurreição não fosse uma realidade, Ele teria dito "Eu fui" o seu Deus. O Senhor também baseou um argumento crucial sobre Sua própria divindade na palavra Senhor (Mt 22:41-46) conforme usada no Salmo 110:1. Se
Ele não considerasse inerrantes as próprias palavras da Escritura, seu argumento não teria sentido. Em outra ocasião Ele Se escusou d.i .u-us.ic.io de blasfêmia focalizando uma única palavra
do Salmo 82:6 (Jo 10:34). Depois, reforçou seu argumento lembrando a Seus acusadores que
a Escritura "não pode falhar" (lit., ser quebrada). De igual modo, Paulo insistiu na importância
de um singular em contraste com um plural em seu argumento registrado em Gaiatas 3:16. Tal
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