Tipologia Bíblica no Pentateuco

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CURSO LIVRE DE BACHAREL EM TEOLOGIA GRATUITO
Teólogo Responsável: JUANRIBE PAGLIARIN. Graduado pela UFC. O que credencia um Teólogo é a criação de
uma produção científica e teológica inédita. E isto o Pr. Juanribe Pagliarin fez ao reunir pela primeira vez na História os
relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João em um só, sem acrescentar nada à Palavra original, e dispondo os fatos na
provável ordem cronológica em que ocorreram. Tal produção deu origem aos livros: JESUS - A VIDA COMPLETA e O
EVANGELHO REUNIDO.
NÍVEL BÁSICO - MÓDULO II
Copyright © 2013 by JUANRIBE PAGLIARIN
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etc., total ou parcial sem a expressa anuência do autor e coautores.
29ª AULA – Tipologia Bíblica no Pentateuco
Êxodo (H
(H) – Tabernáculo
Ao Palestrante: Ministre a aula com calma e propriedade fazendo as devidas leituras das referências Bíblicas que
respaldam os comentários.
“Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos, que tinha o
incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de
ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto; e sobre a
arca, os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório” (Hb 9:3-5a).
Ao transpor o véu que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, era preciso antes passar
pelo grande altar do holocausto (ser purificado da má consciência) e pela pia de bronze (ter o
corpo lavado com água limpa) (Hb 10:19-22). Dentro do Lugar Santíssimo não havia nenhuma
luz natural como a do Sol, e nenhuma luz artificial, mas a própria Glória de Deus a Shekinah
iluminava o Lugar Santíssimo. De acordo com Conner (2004): “a palavra ‘Shekinah’ significa
‘aquele que habita’, referindo-se à habitação visível de Deus entre o seu povo”.
O acesso ao Lugar Santíssimo só era permitido uma vez por ano, no Dia da Expiação (Yom
Kippur). Este acesso era restrito a uma pessoa, o sumo sacerdote. Ele deveria entrar no Lugar
Santíssimo trazendo o sangue de um novilho, oferecido em favor dele mesmo e o sangue de
bode pelos pecados do povo de Israel (Lv 16:11-22; 32,33). “Os fariseus jejuavam duas vezes
por semana, às segundas e às quintas, quando o dever na época era apenas uma vez por ano,
no Dia do Perdão – “Yom Kippur” (Lv 16:31)” (PAGLIARIN, 2011, p. 87).
Mesmo o sumo sacerdote sofria várias restrições para entrar além do
Véu e não podia chegar ali o tempo todo. Para se ter uma ideia da
proibição de entrar além do Véu, dois filhos do sumo sacerdote Arão, apesar de
também serem sacerdotes, morreram por entrarem ali sem os requisitos
necessários: “Falou o Senhor a Moisés, depois da morte dos dois filhos de Arão,
que morreram quando se chegaram diante do Senhor. Disse, pois, o Senhor a
Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre em todo tempo no Lugar Santo,
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para dentro do Véu, diante do Propiciatório que está sobre a Arca, para que não
morra; porque aparecerei na nuvem sobre o Propiciatório. Com isto entrará
Arão no Lugar Santo: com um novilho, para oferta pelo pecado e um cordeiro
para holocausto” (Lv 16:1-3). Ou seja, até o sacerdote que entrasse com
pecado, morria, consumido pela santidade de Deus. Para expiar sua própria
culpa e fazer com que Deus lhe fosse propício, o sumo sacerdote deveria
sacrificar um novilho perfeito pelos seus próprios pecados, e um Cordeiro
Perfeito pelos pecados do povo, e entrar além do Véu levando sangue nas mãos
e aspergir sobre o Propiciatório. Vendo o sangue, Deus poupava o pecador.
Não é que o sangue dos animais pudesse ocultar os pecados e o rigor da Lei da
vista de Deus, mas demonstrava o temor e o arrependimento do pecador. E
fazia com que o Ser Humano fixasse o conceito de que sem derramamento de
sangue alheio, puro e perfeito, ele não seria aceito e nem haveria cumprimento
da pena (Lv 9:7; Hb 9:22).
Tanto o animal sacrificado pelo pecado tinha de ser perfeito, assim
como o sacerdote. “Fala a Arão, dizendo: Ninguém dentre os teus
descendentes, por todas as suas gerações, que tiver defeito, se chegará para
oferecer o pão do seu Deus. Pois nenhum homem que tiver algum defeito se
chegará: como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros
demasiadamente compridos, ou homem que tiver o pé quebrado, ou a mão
quebrada, ou for corcunda, ou anão, ou que tiver belida, ou sarna, ou impigens,
ou que tiver testículo lesado. Nenhum homem dentre os descendentes de Arão,
o sacerdote, que tiver algum defeito, se chegará para oferecer as ofertas
queimadas do Senhor; ele tem defeito; não se chegará para oferecer o pão do
seu Deus. Comerá do pão do seu Deus, tanto do santíssimo como do santo;
contudo, não entrará até o Véu, nem se chegará ao Altar, porquanto tem defeito;
para que não profane os meus Santuários. Porque EU SOU o Senhor que os
santifico” (Lv 21:17-23) (PAGLIARIN, 2011, p. 430).
No Lugar Santíssimo, continha um único móvel que era a Arca da Aliança ou Arca do
Concerto.
ARCA DA ALIANÇA (hebraico: àron berit; grego: kibotos = arca da aliança;
baú) – santuário sagrado portátil que representava a divindade no meio do povo
na peregrinação do deserto. Ela é a Arca do Testemunho (Êx 25:22), a Arca do
Senhor (Js 6:11), a Arca de Deus (I Sm 3:3), Arca da Tua Fortaleza (Sl 132:8),
Arca Santa (II Cr 35:3). Ela foi construída no monte Sinai sob a orientação de
Moisés (Êx 37:1-9; Dt 10:1-5). Foi construída por Bezalel de madeira de acácia,
medindo 2,5 x 1,5 x 1,5 côvados, revestida de ouro por dentro e por fora (Êx
25:10-21; 37:1-9) e era carregada por membro da tribo de Levi (Dt 10:8)
(SANTOS, 2006, p.42).
O que havia de mais sagrado ficava dentro do Véu. “E levarás para
dentro do Véu a Arca do Testemunho. Este Véu vos fará separação entre o
Lugar Santo e o Santo dos Santos. Porás o Propiciatório sobre a Arca do
Testemunho no Santo dos Santos” (Êx 26:31-34). A Arca do Testemunho
continha as Tábuas da Lei às quais o povo deveria obedecer, sob pena de
morte. O Propiciatório era como uma tampa que cobria a Arca. Através do
sangue de um animal puro e inocente, espargido sobre o Propiciatório, o rigor
da Lei era coberto e Deus se fazia propício aos pecadores (Lv 16:14-16)
(PAGLIARIN, 2011, p. 430).
Dentro da arca ficavam depositados três objetos importantíssimos:
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As duas Tábuas da Lei - (Êx 25:16, 22; Hb 9:4);
A vara de Arão que floresceu - (Nm 17:10; Hb 9:4);
O Pote de ouro com Maná - (Êx 16:33, 34).
Deve ser compreendido que em cada um desses três objetos apontavam para a figura de Jesus
Cristo, conforme Almeida (2011, p.54) relata:
AS TÁBUAS DA LEI: “Depois, porás na arca o Testemunho, que eu te darei” (Êx 25:16;
Ler também: Êx 40:20; Dt 10:1-5). Como as tábuas da Lei representavam a vontade de Deus
para com o povo de Israel, elas apontavam para Jesus, que tinha a vontade de Deus no seu
coração: “Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro em meu coração está a tua lei”
(Sl 40:8; Ler também: Hb 10:5-10).
A VARA DE ARÃO: Essa vara, florescida (Hb 9:4), fala da ressurreição e da vida através
de Cristo, e também, de um ministério aprovado que dá flores e frutos (Nm 17:5-9). A justiça e
o juízo, simbolizados pela tábuas da Lei e pela vara de Arão, não permitiam a presença do
pecador. A graça e a misericórdia vieram por Cristo em esplendor e glória: “Porque a Lei foi
dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1:17).
O MANÁ DO DESERTO: Colocado num vaso dentro da arca, o maná indicava a provisão
de Deus para o seu povo (Êx 16:32-34). O maná, por sua vez, aponta para a pessoa de Jesus:
“Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e
morreram; quem comer este pão viverá para sempre” (Jo 6:58; Ler também: Ap 2:7).
MANÁ. Quando o povo de Israel viu o maná pela primeira vez, perguntou: “O
que é isto?” (Êx 16:15), em hebraico, “Man hu?”. Também é traduzido como “é
man”, ou “é maná”. O rabino Arieh Kaplan comentou que man significa “um
presente”, da raiz “maná”. E que “em egípcio antigo, a palavra man pode
significar presente, algo vindo do céu, ou algo vindo todo dia”.
EU SOU O PÃO VIVO QUE DESCEU DO CÉU. Jesus se declara o
verdadeiro Maná que desceu do Céu, presente de Deus, para sustentar o povo
todos os dias, durante a peregrinação neste Mundo (PAGLIARIN, 2011, p. 191).
Segundo Hoff (2012): Ao construir o tabernáculo estritamente conforme as ordenanças de
Deus, os israelitas foram recompensados, pois a Glória do Senhor encheu a tenda, e a nuvem
do Senhor permaneceu sobre ela. Igualmente é conosco, se desejamos a presença e as bênçãos
divinas, temos de cumprir as condições expressas na Palavra de Deus.
A glória no tabernáculo. Êx 40:34-38. Israel cumpriu ao pé da letra as
instruções divinas concernentes à construção do tabernáculo. Quando Moisés
terminou sua obra, a nuvem que havia guiado Israel aproximou-se, descansou
sobre o tabernáculo como uma manifestação visível da presença de Deus e aí
permaneceu. Quando Moisés procurou entrar no lugar santo, não pôde fazê-lo.
Tanto a nuvem como a glória eram demasiado fortes. A maior glória do
tabernáculo não se encontrava nas magníficas cortinas, nem no ouro, nem na
prata, mas na presença do Deus vivente (HOFF, 2012, p.174).
Hoff (2012, p.169) informa que somente por meio do Mediador nomeado por Deus e do
sacrifício do inocente o homem podia aproximar-se de Deus. Para o cristão de hoje essas coisas
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servem de “alegoria para o tempo presente” (Hb 9:3-9), quando Jesus Cristo, nosso Sumo
Sacerdote, entrou de uma vez para sempre com seu próprio sangue para fazer propiciação por
nossos pecados e expiá-los. Assim, o livro de Êxodo termina com o cumprimento da promessa
de Deus: “E habitarei no meio dos filhos de Israel e lhes serei por Deus” (Êx 29:45). O Deus
que habita entre seu povo é também o Deus que levará seu povo a Canaã Celestial, em
cumprimento de sua promessa aos patriarcas. Nós também podemos estar seguros de que o
que começou em nós “a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo” (Fp 1:6).
BIBLIOGRAFIA:
ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. Entrando com ousadia no Santuário de Deus. 21ª Impressão.
Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
BÍBLIA, Português. Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Tradução de João Ferreira de
Almeida, Edição Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
COSTA, João Arantes, O Tabernáculo, Cristo e o Cristão. 12ª Reimpressão. São José dos Campos: Editora
Cristã Evangélica, 2012.
HOFF, Paul. O Pentateuco. 22ª Reimpressão. São Paulo: Editora Vida, 2012.
PAGLIARIN, Juanribe. O Evangelho Reunido: Mateus, Marcos, Lucas e João reunidos em um só Evangelho e
com os fatos organizados em ordem cronológica / compilado e comentado por Juanribe Pagliarin. Edição de Luxo.
São Paulo: Bless Press Editora, 2011.
SANTOS, João Batista Ribeiro. Dicionário Bíblico: conhecendo e entendendo a palavra de Deus. São Paulo:
Didática Paulista, 2006.
QUESTIONÁRIO
Leia a aula com atenção! Depois, responda a cada uma das questões procurando não copiar a
resposta do texto da aula, mas sim, responder o que você entendeu acerca do assunto questionado.
1. De acordo com Conner qual o significado da palavra Shekinah?
2. No dia da expiação o que o Sumo Sacerdote deveria realizar?
3. O que representava a Arca da Aliança para o povo de Israel e o que ela continha?
4. O que representava as Tábuas da Lei?
5. O que tipificava a vara de Arão?
6. Para quem aponta o maná aponta?
7. O que era o propiciatório e o que ele indicava?
8. Por que a arca sem o propiciatório estava incompleta?
9. O que devemos fazer para que a presença e as bênçãos divinas estejam sobre nossas vidas?
10. De que forma o povo de Israel podia se aproximar de Deus?
Autor: Pr. Juanribe Pagliarin
Coautoria e revisão: Pr. Romildo Flôres, Ev. Maria Luiza Costa, Daniela Louback Porto, Ev.
Cristiane Carvalho, Pr. Fabio Martins
CONTATOS: [email protected];
[email protected];
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