Federal University of Roraima, Brazil From the SelectedWorks of Elói Martins Senhoras Winter January 1, 2008 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Eloi Martins Senhoras Available at: http://works.bepress.com/eloi/70/ Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo 1 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 1 - GLOBALIZAÇÃO => A globalização do sistema internacional tem uma dinâmica em que a participação da maioria dos países pode ser observada também por meio de uma ótica de processos: dois processos simultâneos que adotam lógicas distintas: A) Multilateralismo: maior influência dos fóruns multilaterais com aumento do número de participantes e intensificação dos processos de liberalização comercial e interdependência mundial. - Integração Rasa: Existem diversos conflitos e atritos devido ao elevado número de países. B) Regionalismo: os países que participam da abertura multilateral têm adotado os mais variados esquemas de acordos regionais que co-existem com a OMC e que incluem desde acordos de livre comércio até uniões monetárias. - Integração Profunda: Elevada cooperação, consenso e menor conflito em um grupo menor de países Figura - Quadro processual da globalização 2 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 1 - GLOBALIZAÇÃO Quadro processual da globalização Eixo do Regionalismo Integrações Regionais GLOBALIZAÇÃO Negociações Multilaterais Países Eixo do Multilateralismo 3 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 1 - GLOBALIZAÇÃO => No sistema internacional globalizado para embasar os processos regionais e multilaterais existem os Estados, as empresas multinacionais e uma série de organismos ou instituições internacionais como atores principais: + (OMS). A) Organismos Multilaterais=>Políticas multilaterais. Ex: Organismos Econômicos (OMC), Organismos Políticos (ONU), Organismos Sociais P.S. Embora existam especializações ou focos de atuação, em princípio todo organismo ou instituição tem um caráter político. + B) Organismos Regionais=> Políticas regionais ou regionalismos. Ex: Blocos regionais (Mercosul), Tratado de Cooperação Amazônico. ± C) Intituições Internacionais=> Políticas internacionais unilaterais ou plurilaterais. Ex: Ongs nacionais com caráter internacional (unilateral) e rede de Ongs (plurilateral). => Conformação do Tripé de Atores na Análise da GeoRI: Estados, Empresas Multinacionais, Organismos Internacionais Figura – Organismos Internacionais 4 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 1 - GLOBALIZAÇÃO Organismos Internacionais Países e Organismos multilaterais Países e Organismos regionais X Instituições Regionais Sistema Internacional Instituições Multilaterais 5 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 2 - MULTILATERALISMO Qual a Importância do Multilateralismo? - Reduz os custos de transação e de guerra internacional. Maior eficiência econômica e política por meio da cooperação. - Melhora o balanço de poder sem recorrer às políticas unilaterais de cada país. Maneja por meio de instituições multilaterais problemas de coordenação e colaboração. 1) Houve aumento significativo da Esquema Tridimensional adesão de países membros nas Temas instituições multilaterais. Ex: ONU, OMC. 2) Houve aumento da liberalização comercial e financeira nos países, disseminando a economia de mercado, e portanto o capitalismo enquanto padrão de acumulação internacional. Ex: GATT, BIS 3) Houve um número pequeno de temas que avançaram nas diversas rodadas multilaterais de negociação devido as diferenças assimétricas entre países pobres e ricos. Ex: GATT.OMC de Evolução do Multilateralismo nos Últimos 50 Anos Dias Atuais + 1950s - + - + Liberalização Número de países Por que existem acordos regionais em um mundo cada vez mais multilateral? - Muitos temas de interesse nacional não avançam ou emperram nos fóruns multilaterais. - Existe uma dificuldade de coordenação e fechamento de agenda em fóruns multilaterais com mais de 150 países com formações e interesses nacionais diferenciados. 6 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 2 - MULTILATERALISMO 7 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 2 - MULTILATERALISMO 8 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Uma temática de hibridização de campos: Interface de estudos - A temática do regionalismo tem várias outras denominações: a) regionalismo transnacional, b) regionalização internacional, c) integração regional d) blocos regionais. - As diferentes denominações advêm da confluência de estudos sobre o assunto em diferentes áreas ou campos, tal como a economia, a política, as relações internacionais e a própria geografia. 9 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO Evolução Histórica dos Acordos de Integração Regional sm o 200 2ª On da de Re gio na li 180 140 120 100 80 60 1ª Onda de Regionalismo 40 20 Fonte: Elaboração própria. Baseada nos dados da WTO (2003). 2002 1999 1996 1993 1990 1987 1984 1981 1978 1975 1972 1969 1966 1963 1960 1957 1954 1951 0 1948 Número de Acordos Regionais 160 10 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO Evolução Histórica dos Acordos de Integração Regional 1ª Onda de Regionalismo: Regionalismo Fechado (1960 a 1990) a) 1960-70 (Regionalismo Fechado): O Regionalismo é protecionista. Não se discute liberalização multilateral. Pequeno número de acordos. Somente acontece entre países vizinhos. b) 1970-90 (Regionalismo Semi-Fechado ou Semi-Aberto): Houve um aumento do número de acordos regionais. A importância geográfica dos acordos se mantém aos países vizinhos. Houve uma tentativa de conciliação entre protecionismo regional e liberalização multilateral, o que conferiu diferentes graus de abertura ou fechamento dos blocos. 2ª Onda de Regionalismo: Regionalismo Aberto (1990 até os dias atuais) Houve aumento significativo do número de acordos regionais. Os regionalismos são complementares à abertura multilateral. Queda da importância da proximidade geográfica. Multiparticipação nacional em vários acordos regionais. Negociações internacionais entre blocos. 11 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Formatos Teóricos de Formação Histórica dos Blocos Regionais A) Formação Passiva ou Subordinada: Os processos de integração regional seriam respostas de amadurecimento do mercado. Nesta formação histórica, os Estados seriam instituições com a missão mínima de permitir que o mercado realize sua tarefa natural. - Nesse viés passivo ou subordinado da política em relação à economia, a formação histórica demonstra que os países se acoplaram passivamente aos blocos hegemônicos que se formam, independente de uma ação política diretiva. B) Formação Ativa ou Política: Os processos de integração regional seriam produtos de ações engendradas no plano político. Nesta formação histórica, os regionalismos seriam uma reação dos Estados Nacionais às intempéries do mundo econômico globalizado. - Apesar de serem processos influenciados por corporações multinacionais e respaldados por Organizações Mundiais, os regionalismos se formaram a partir da ação política dos países-membros. 12 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Tipologia dos Acordos Regionais A) Acordo de livre-comércio: Ausência de barreiras tarifárias e não-tarifárias entre os países. Nesse tipo de acordo os países participantes podem concordar em abolir totalmente todas as barreiras internas ao comércio entre eles. B) União aduaneira ou alfandegária: É um passo adiante em relação à área de livre-comércio, pois estabelece tarifas externas comuns para produtos importados de terceiros países. c) Mercado comum: É um passo além da união aduaneira, uma vez que estabelece a livre circulação de trabalhadores, serviços e capitais e implica maior coordenação das políticas macroeconômicas, além da harmonização das legislações nacionais (trabalhista, previdenciária, tributária, etc). 13 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Tipologia dos Acordos Regionais D) União econômica: Prevê uma moeda e um Banco Central único para os países do bloco. Para o seu funcionamento efetivo, os países devem possuir níveis compatíveis de inflação, déficit público e taxa de juros; as taxas de câmbio se tornam fixas entre esses países. E) Integração física: Prevê a construção de infraestrutura transnacional a partir de redes integradas de base logística e energética compartilhadas entre diversos países de uma região. F) União política ou confederação: É o grau máximo de integração, onde os poderes legislativo, executivo e judiciário dos Estados-membros são vinculados ao abrir mão de suas soberanias individuais para dar lugar a uma nova nação soberana que é o somatório das nacionalidades. 14 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Modelos de Instituições dos Processos de Integração A) Modelo Supracional ou Maximalista: O Modelo Supracional ou Maximalista envolve instituições subregionais com status legal internacional e poderes transcendentes aos dos países membros. As instituições tipicamente incluem algum tipo permanente de poder de decisão e corpos executivos. Exemplo: União Européia e Comunidade Andina. B) Modelo Intergovernamental ou Minimalista: O modelo minimalista assentase no poder de decisão e na autoridade de coordenação intergovernamental outorgados pelos países-membros, de forma a excluir instituições supranacionais com status legal de independência, o que proporciona proteção à soberania, retenção de poder e iniciativa de decisão e ação ao Estado Nacional. Exemplos: Nafta e Mercosul. 15 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Avaliação dos Efeitos positivos e negativos da integração regional A) Criação de comércio: Troca da produção de um fornecedor ineficiente nacional pela importação de um fornecedor mais eficiente de um país do bloco. + B) Desvio de comércio: Troca da importação de um fornecedor eficiente não membro do bloco pela importação de um fornecedor menos eficiente de um país do bloco. = C) Efeito líquido sobre o Comércio: Se a criação líquida de comércio é positiva, o efeito líquido da integração regional é positivo; se a criação líquida de comércio é negativa, o efeito líquido da integração regional é negativo. 16 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Fatores de influência na construção de building blocks Fatores positivos Crescimento regionais contínuo de outros Fatores negativos blocos Manipulação de interesses por parte de setores beneficiados com acordo regional Obtenção de apoio político à liberalização a partir de fortalecimento de agentes exportadores Apoio esgotável das firmas à liberalização contínua, podendo se satisfazer apenas com a regionalização Liberalização competitiva através do incentivo de sucessivas rodadas de negociação Recursos limitados para negociação, podendo se exaurir na rodada regional de liberalização Efeito lock-in e mobilização regional Eficiência da negociação a partir de maiores unidades: ganho de escala Poder de incentivando terceiros barganha dos o protecionismo blocos contra 17 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Os Regionalismos na década de 90 enquanto Building blocks 1) O importante incremento de comércio intra-regional durante os anos 90 demonstra que não houve uma redução de comércio entre as diferentes regiões do mundo, mas justamente o contrário, por meio de uma dinamização complementar entre regionalismo e multilateralismo todas as regiões do mundo demonstraram ser bulding blocks, com um incremento do comércio inter-regional com a maioria do resto das regiões do mundo. 2) Considerando o incremento significativo dos acordos de regionalismo aberto no mundo durante os anos 90, o incremento no comércio mundial pode ser um indicador de como o regionalismo aberto pode apoiar um novo multilateralismo. Crescimento Anual das Exportações por Região Econômica (1990-2000) Origem/ Destino Mundo América do Norte América Latina Europa Ocidenta l Europa Oriental África Oriente Médio Ásia Mundo 6.21% 8.54% 10.35% 4.12% 6.76% 3.14% 4.78% 8.17% América do Norte 7.33% 8.95% 12.00% 4.54% 1.91% 2.92% 5.19% 5.60% América Latina 9.35% 12.69% 11.64% 3.74% -8.57% 4.05% 1.82% 4.35% Europa Ocidenta l 4.08% 7.45% 6.45% 3.53% 7.64% 0.89% 2.71% 5.21% Europa Oriental 9.90% 16.27% 7.09% 9.68% 11.13% 2.75% 8.99% 5.97% África 3.35% 5.28% 11.01% 1.84% -6.75% 5.97% 3.27% 11.92% Oriente Médio 6.95% 8.17% -4.41% 2.86% -7.54% 9.69% 6.89% 8.94% Ásia 8.36% 7.30% 11.76% 6.49% 0.82% 7.39% 7.14% 10.00% 18 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Análise Comparativa entre o Velho e o Novo Regionalismo Regionalismo Fechado Regionalismo Aberto Funcionou sob a estratégia de substituição de importações para a ampliação de mercados protegidos Funciona sob a estratégia de inserção na economia global - terceira via em direção à liberalização da economia global Acordos entre países de graus de desenvolvimento similar Acordos entre países desenvolvidos e menos avançados (Norte-Sul/NorteNorte/Sul-Sul) Integração superficial: Bens industriais e tarifas Integração Profunda: Todos os produtos, serviços e investimentos Restrições aos Investimentos Externos Diretos Atração de IEDs Âmbito econômico Âmbito econômico social e político Iniciativa governamental Participação de governos e de empresas privadas 19 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Origens da Nova Onda de Regionalismo na América Latina A) Resultado da reestruturação do Estado após a crise dos anos 80: A crise dos anos 80 e seus efeitos sobre a balança de pagamento, provocou uma profunda recessão na América Latina e, conseqüentemente, uma contração das importações, tendo como conseqüência o colapso do comércio intra-regional e do regionalismo fechado, embasado nas estratégias desenvolvimentistas de substituição de importações. Nos anos 90, a adoção de uma nova estratégia de desenvolvimento baseada na abertura de mercados e privatização e desregulamentação estimulou o surgimento de acordos regionais abertos. 20 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Origens da Nova Onda de Regionalismo na América Latina B) Resultado de uma estratégia defensiva de concorrência: A regionalização explicitada na formação dos blocos econômicos seria não apenas uma resposta ao vagar do GATT e da OMC, mas uma estratégia defensiva de concorrência entre as unidades econômicas, transformando a concorrência direta em acordos de cooperação e indiretamente transformando a rivalidade interblocos em diferentes áreas de influência no globo. C) Resultado da ineficiência do sistema multilateral : A velocidade da adoção de esquemas de abertura comercial não estando de acordo com as preferências e necessidades de muitos países têm ocasionado uma onda de acordos preferências de troca no mundo inteiro. Isso ocorre porque, embora se tenha observado um aumento da liberalização comércio mundial através das rodadas de liberalização através do GATT e da OMC, elas tornaram-se cada vez mais longas e mais complexas 21 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Características do Novo Regionalismo A) Opção direta de desenvolvimento: Os acordos regionais deixam de ser uma política de suporte ao desenvolvimento e passam a ser utilizados diretamente como uma opção de desenvolvimento, promovendo a maior competitividade dos países signatários dos acordos e levando à efetiva inserção destes países na economia internacional. B) Flexibilidade: Os novos acordos regionais não mais adotam regras específicas quanto ao nível de integração, que passa a ser definido pela abrangência dos itens negociados, tais como bens e serviços, e pela profundidade dos compromissos adotados pelos países. 22 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Características do Novo Regionalismo C) Multiparticipação dos países em acordos regionais: A participação simultânea dos países em vários acordos regionais é uma característica comum da próatividade dos países. Esta sobreposição de participações com o aumento do número de acordos que um país possui com seus parceiros comerciais criou situações em que países realizam negociações paralelas, tornando o processo de adoção de regras um item cada vez mais complexo. D) Negociações Norte-Sul: O surgimento de negociações entre paises desenvolvidos e em desenvolvimento levou à superação da simples relação de preferências unilaterais com relação aos bens negociados para a adoção de acordos que abrangeriam maior número de áreas, assim como a adoção de medidas de deep integration. Um exemplo deste tipo de acordo seria o Acordo de Livre Comércio da América do Norte mais conhecido pela sigla inglesa NAFTA, firmado entre os Estados Unidos, o Canadá e o México. 23 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Características do Novo Regionalismo E) Negociações block-to-block: Uma novidade que define o novo regionalismo é a tentativa de se negociar acordos regionais entre blocos comerciais, ou seja, o surgimento de block-to-block negotiations, por exemplo, o acordo de livre comércio sendo negociado entre o Mercosul e a União Européia. F) Acordos transgeográficos: A proximidade geográfica não mais passou a ser um fator determinante para pertencer a um acordo regional, uma vez que estão sendo firmados acordos entre países das mais variadas regiões do globo. G) Criação de Instituições de Direito Internacional: Existe uma série de iniciativas dos grupos regionais em perseguir uma política externa comum para melhorar o poder de barganha dos países membros nas negociações internacionais. A maioria dos blocos regionais constituídos por países em desenvolvimento está criando instituições para facilitar a condução conjunta das negociações internacionais. 24 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras Spaghetti bowl mundial: O complexo sistema espacial de negociações e acordos inter-regionais Fonte: Unctad. Disponível em <www.unctad.org>, 2007. 25 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras ALCA 3 - REGIONALISMO Spaghetti Bowl dos Acordos de Integração na América Acordo de primeira geração Acordo sob negociação Acordo recíproco: Acordo-País Acordo não-recíproco: Acordo-País Acordo de segunda geração Acordo regional ALADI 26 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras Noodle Bowl Asiático Fonte: Baldwin (2006). 27 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Lista e Cronologia dos Acordos Regionais na América Latina 1960 Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) Iniciada como processo para formar um mercado comum em 12 anos. Apesar deste objetivo não ter sido completado devido a persistentes diferenças entre os países-membros, o comércio intraregional cresceu de 7.7% em 1960 para 13.8% em 1980. Acordos sub-hemisférico de integração regional desconectados da ALALC 1960 Mercado Comum Centro Americano (MCCA) 1969 Comunidade Andina Costa Rica, Guatemala, El Salvador, Honduras e Nicarágua. Foi substituído em 1980 pela Associação Latino-Americana de Integração Bolívia, Colombia, Equador e Venezuela 28 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => Lista e Cronologia dos Acordos Regionais na América Latina Acordos sub-hemisférico de integração regional desconectados da ALALC 1980 1994 1995 Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) O objetivo da ALADI foi estimular a formação de acordos preferenciais de comércio entre os grupos sub-hemisféricos em substituição à ALALC A área tripartite de livre comércio foi organizada para reduzir tarifas nos Estados Unidos, Canadá e México Designado para ser um mercado comum entre países em desenvolvimento: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (membros permanentes) e Bolívia e Chile (membros associados) 29 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO O REGIONALISMO COMPARADO: MERCOSUL NAFTA ALCA UNIÃO EUROPÉIA 30 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => MERCOSUL A) O Mercosul, 3º maior bloco regional de comércio no mundo depois da União Européia e do NAFTA, representa a união de dois projetos simultâneos: a1) um político, definido pelo compromisso democrático dos membros participantes, e a2) o outro econômico, focado na liberalização e na abertura comercial entre os membros regionais e com a economia global. É uma experiência de regionalismo aberto. 31 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => MERCOSUL B) Entre as negociações do Tratado de Assunção em 1991 e a inauguração do Mercosul em janeiro de 1995, o comércio entre os países membros cresceu de 8 para 20%, permitindo a consolidação do bloco regional. C) Com o Protocolo de Ouro Preto (1994) o Mercosul ganhou personalidade jurídica de direito internacional passando a ser uma entidade distinta dos países que o integram, estando, portanto, apto para negociar com terceiros países, outros blocos ou com organismos internacionais. 32 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => MERCOSUL D) Apesar de sua natureza distinta, o Mercosul possui uma estrutura orgânica intergovernamental, ou seja, são os governos que negociam entre si, através de consensos, as decisões do bloco – não existindo, portanto, nenhum órgão supranacional. Portanto as negociações acontecem de forma intermitente, pois não existe um fórum e burocracia permanentes de negociação. - Sob este modelo institucional minimalista assentado sob uma estrutura orgânica intergovernamental, quanto maior o país, maior é o poder de veto sobre as regras do processo, que tendem como resultado a convergir em um baixo denominador comum, refletindo os interesses principalmente do Brasil, que é o país líder enquanto representatividade política e econômica. - No início de 2006 foi aprovada a constituição de um parlamento no Mercosul (fórum supranacional). Não há previsão para a formação. A recusa do Brasil e da Argentina no que concerne à criação de instâncias supranacionais no Mercosul mostra o interesse desses países em manter intocada a soberania do Estado e as assimetrias de poder no bloco.. 33 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => MERCOSUL E) O Mercosul embora não tenha sido a primeira experiência de regionalismo aberto latino-americano, foi certamente aquele que mais evoluiu seja em sua institucionalidade (integração de jure) seja em termos da maior densidade dos fluxos econômicos (integração de fato). F) O acordo de integração regional foi um processo originado nas esferas diplomáticas (integração de jure), mas que sempre teve como motivação básica sua importância potencial ou efetivamente econômica (integração de fato). - O Mercosul constitui-se em um regionalismo aberto de jure e de fato, embora a segunda dimensão tenha prevalecido sobre a primeira, devido ao maior avanço econômico vis-à-vis o desenvolvimento político-jurídico. 34 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => MERCOSUL Hipóteses para a Formação do Mercosul Tipo de hipóteses Motivação para a integração Membros do Mercosul Geopolítica Integração para reduzir o dilema da segurança sub-regional Argentina, Brasil e Venezuela Economia Política Integração para aumentar a competição econômica externa Argentina, Brasil e Venezuela Orientação Doméstica Os atores das economias domésticas pressionam pela maximização dos seus ganhos através do comércio Argentina, Brasil Institucionalização da democracia As regras da integração tornam a democracia um pré-requisito para a participação, portanto reduzindo as possibilidades de reversão do regime Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai 35 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => MERCOSUL G) Hoje a integração regional do Mercosul entre países permanentes e associados contém uma população de mais de 300 milhões de pessoas, contabilizando com mais de 50% do produto industrial e das exportações da América Latina. Esses números demonstram os ganhos de escala trazidos pela integração regional. H) Apesar das crises enfrentadas pelo Mercosul, o bloco representou um esforço importante para compatibilizar a agenda interna e a agenda externa da modernização, que se fez necessária em função do esgotamento do modelo do Estado e da economia baseado na substituição de importações, tornando-se uma plataforma de inserção competitiva numa economia mundial que simultaneamente se globaliza e se regionaliza em blocos. 36 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => MERCOSUL Principais Crises do Mercosul 1997 Brasil publica medida provisória que elimina financiamento externo às importações. Sócios do Mercosul reagem e governo revê medida 1999 Brasil desvaloriza o real, o que derruba as exportações dos vizinhos e inunda os mercados com produtos brasileiros 2001 O ex-ministro da economia argentino Domingo Cavallo anuncia a Lei de Competitividade, que eleva a 35% a Tarifa Externa Comum. Brasil suspende negociações com a Argentina. 2002 Crise da Argentina derruba o comércio. Exportações do Brasil para a Argentina caem mais de 60%, do PIB do Uruguai cai 10% e na Argentina retração chega a 16%. 2004 Guerra da linha branca entre Brasil e Argentina provoca nova crise comercial 2006 Argentina e Uruguai brigam por causa da instalação de fábricas de papel na fronteira. Brasil e Argentina oficializam salvaguardas no comércio bilateral e excluem os sócios menores. Uruguai 37 indica possibilidade de saída do bloco para assinatura de acordo preferencial com EUA. Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => UNIÃO EUROPÉIA A) A União Européia é o mais avançado grau de regionalismo no mundo enquanto bloco político e bloco regional de comércio no mundo. Representou a união de dois projetos simultâneos: a1) um político, a2) e o outro econômico. => A integração européia ganhou maiores proporções no período do Pós-Guerra, como uma tentativa de se evitar novos conflitos e de ampliar as perspectivas de desenvolvimento dos países membros. 38 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => UNIÃO EUROPÉIA Marcos de evolução do Regionalismo Europeu 1950: Início da Integração (Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA) 1957: Comunidade Econômica Européia (CEE)=> União alfandegária 1973: Expansão da Comunidade Européia=> 6, 9, 12, 15 1979: Eleições Diretas do Parlamento Europeu por Sufrágio Universal 1986: Ato Único Europeu=> Concretização do Mercado Comum Europeu 1993: União Européia (Moeda única=> Euro) 1997: Tratado de Amsterdã (garantias sociais, ambientais e democráticas) 2001: Tratado de Nice (consolidações político-institucionais=>Entre países e Supranacional) 2005: União Européia +10 (Dez países do Leste Europeu entram oficialmente à UE) 39 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => UNIÃO EUROPÉIA B) Os acontecimentos mais importantes se deram nos anos 50, com apenas 6 países: França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Restringia-se a um território razoavelmente homogêneo no que diz respeito aos patamares sócioeconômicos. Viria a ganhar mais fôlego como um projeto de integração em 1958, a partir da formalização da Comunidade Econômica Européia (CEE) C) Inicialmente, devido a homogeneidade dos 6 países e o potente crescimento econômico, o projeto se solidificou, mas na crise de fins dos anos 60 e início dos 70, já apresentava sinais de estagnação econômica. Como resposta à crise, decidiu-se expandir o projeto, com grande estímulo à adesão de novos membros. O que mais incentivava a Europa à adoção de uma política comunitária era a percepção de que ela estava atrasada (euroesclerosis), com relação aos níveis de produtividade, quando comparada aos patamares e dinâmicas dos EUA e Japão. 40 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => UNIÃO EUROPÉIA D) O Cecchini Report, famoso relatório sobre competitividade, relatava os benefícios de avanços na integração européia, e argumentava que a constituição de um mercado único faria com que ela alcançasse os padrões de eficiência compatíveis com os das principais economias concorrentes. Decorreu-se que, as políticas da segunda metade dos anos 80 da União se concentraram em enfrentar o desafio competitivo, que se apresentava em um mundo em aberto processo de globalização. E) O centro das mudanças desse período está concentrado no projeto de unificação dos mercados – projeto SEM (Single European Market) -, pregando o desenvolvimento de uma Europa sem barreiras à circulação de capitais, mercadorias e, em certa medida, trabalhadores. Tal projeto era a base da nova União Européia a ser alcançada em prazo curto e a ritmo acelerado. Posteriormente, o SEM se desdobraria com a obtenção de um novo passo importante, que se firma no Tratado de Amsterdã, em 1997, configurando a unificação monetária (EMU – European Monetary Union). 41 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => NAFTA A) O Acordo de Livre Comercio Norte Americano (NAFTA- North American Free Trade Agreement) é o 2º maior bloco econômico do mundo, após a União Européia. a1) Surgiu enquanto projeto eminentemente econômico-comercial sem caráter político. a2) O Nafta tratou-se de uma resposta dos EUA frente à ameaça criada pelo Mercado Comum Europeu, posteriormente União Européia. Destaque para comércio exterior e investimentos diretos externos. B) Em Agosto de 1992 a NAFTA, congregando o México, Canadá e os E.U.A, era assinado pelos três governos. Desde então, muitos analistas no campo da integração vêm manifestando as suas preocupações com as acentuadas assimetrias e disparidades entre as partes. - E.U.A e o Canadá de um lado e o México, de outro. Um dos aspectos que suscita questões, quanto à abrangência e ao ritmo da liberalização do comércio, é que no NAFTA não existe de forma abrangente e relevante um tratamento especial e diferenciado para o México. 42 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => NAFTA C) Nos EUA houve resistência do congresso para aprovação do acordo devido às críticas de perigo de queda dos salários e fuga de trabalhos dos EUA para o México. D) O NAFTA tratou-se do primeiro processo de regionalismo aberto representativo com negociações assimétricas Norte-Sul. O acordo tem uma característica essencialmente comercial. Não existem órgãos supranacionais. E) As negociações são intergovernamentais, como forma dos EUA controlar as agendas de discussão, como maior país, sem perda de soberania. Os EUA tem ampla capacidade de direcionamento do bloco. F) O desempenho dos países no bloco desde seu início mostra que existe uma divergência dos ciclos macroeconômicos dos 3 países. 43 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => NAFTA G) As relações comerciais entre EUA-Canadá sempre foram muito intensas o que configurou historicamente uma interdependência e especialização produtiva entre os dois países. Dentro desse processo o NAFTA somente veio a corroborar para os processos de livre-comércio existentes entre os 2 países. H) A Inclusão do México no tratado foi visto com muita cautela e crítica pelo congresso americano. A sua inclusão foi tomada por motivos geoeconômicos estratégicos na restruturação produtiva dos EUA na década de 90. - Estratégias de outsourcing + Baixo custo da mão-obra mexicana=> Empresas maquiladoras. - Houve aumento comercial e regressão na estrutura produtiva do México. Apesar da aproximação comercial com os EUA na década de 90, o México perde espaço nos investimentos norte-americanos devido ao dinamismo na Índia e China com custos mais 44 baixos ainda. Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => ALCA ou FTAA (Free Trade Area of the Americas) Site oficial da Alca: www.ftaa-alca.org - A ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) é uma proposta de integração comercial de todos os países da América, com exceção de Cuba. - A criação da ALCA foi proposta, em 1990, pelo ex-presidente dos Estados Unidos George Bush, pai do atual presidente dos EUA. As discussões da ALCA somente avançaram a partir da gestão Clinton. Objetivos gerais da ALCA : a) Estabelecimento de uma área de livre comércio englobando o comércio de mercadorias e serviços, assim como a liberalização dos fluxos de investimento, eliminando as barreiras alfandegárias entre os 34 Países da América; b) Promover a integração comercial dos países americanos e se transformar no maior bloco comercial do mundo. 45 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => ALCA ou FTAA (Free Trade Area of the Americas) a) Em 1994, 34 chefes de Estado representando os países das Américas, com a exceção de Cuba, reuniram-se na Primeira Cúpula das Américas em Miami, inspirados pela possibilidade de definição de uma nova agenda de cooperação hemisférica no contexto pós-Guerra Fria. b) Entre os itens da agenda, foi incluída a idéia de formação de uma área de livre comércio nas Américas e estabelecido o ano de 2005 para a conclusão das negociações. c) No entanto, desde a Reunião Ministerial de Miami em novembro de 2003, o projeto da ALCA fragmentou-se em uma série de negociações bilaterais, que consolidam a posição dos Estados Unidos como centro e dos demais países como raios, à espera de uma futura harmonização hemisférica da complexa rede de acordos atualmente existentes (Spaghetti Bowl). 46 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => ALCA ou FTAA (Free Trade Area of the Americas) O posicionamento dos países latino-americanos na ALCA => No jogo das negociações comerciais alguns países ajustaram suas estratégias em conformidade com a proposta dos Estados Unidos: A) Países permanentes ou sócios preferenciais do NAFTA. - Canadá, México e Chile B) Países pequenos que são ultra-especializados em algumas commodities ou serviços (como turismo e finanças) tendem a ganhar escala de mercado com a Alca. - Os paises centro-americanos (CAFTA) vinham se beneficiando, desde a década de 1980, por um programa de preferências unilaterais temporárias (Caribbean Basin Initiative). Com a conclusão do NAFTA, os países dessa região viram ameaçado seu acesso em base preferencial ao mercado norte-americano, passando a concorrer com o México em condições semelhantes ou mais benéficas para este último. As negociações da ALCA tornaram-se, portanto, um compromisso fundamental para viabilizar este acesso necessário para países cujas exportações são altamente vinculadas ao mercado norte-americano. - A criação de comércio se mostra maior que o desvio de comércio na Área de Livre Comércio da América Central (CAFTA). 47 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO => ALCA ou FTAA (Free Trade Area of the Americas) O posicionamento dos países latino-americanos na ALCA => No jogo das negociações comerciais a maioria dos países ajustaram suas estratégias em conflito com a proposta dos Estados Unidos: C) América do Sul. - Ao redor da CAN e do Mercosul os países negociaram condições menos assimétricas, emperrando o processo de consolidação da ALCA - A ALCA é problemática pois acena apenas com uma integração do tipo zona de livre comércio, o que tende a desestruturar os próprios blocos já consolidados na América do Sul e em específico os países nacionalmente, com o risco de desindustrialização ou regressão na especialização produtiva, diante da competitividade norte-americana em diversos setores. - O desvio de comércio se mostra maior que a criação de comércio na América do Sul com a criação da ALCA. 48 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO MERCOSUL vs ALCA Mercosul Alca Representa um processo real de aproximação de Representa uma hipótese de trabalho e a expressão posições entre países que já partilham de uma de um processo negociador de difícil realização por envolver nações de tradições diversas história comum e de relativo sucesso É uma decisão fundamentalmente política apoiada É uma proposta essencialmente econômica que se tenta implantar de forma política em decisões de caráter econômico Tenciona nivelar o terreno Emerge como um exercício de convergência de economias e sociedades que interesses entre países situados, grosso modo, num diferenças estruturais entre si – mesmo patamar de desenvolvimento econômico uma potência e outros mais desenvolvimento assimétrico entre ostentam enormes um confronto entre de 30 países em Pratica um esforço de autocontenção nos litígios Deve ostentar instâncias resolutivas dos conflitos internos, utilizando um mecanismo de comerciais autônomamente e independente dos administração política das controvérsias ligadas ao governos. 49 comércio recíproco Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO MERCOSUL vs NAFTA vs União Européia ⇒ O regionalismo do Mercosul do ponto de vista histórico e político se aproxima mais do modelo europeu da União Européia tendencialmente comunitário (agendas políticas e econômicas), do que do modelo norte-americano do NAFTA, exclusivamente livre-cambista. ⇒ O regionalismo do Mercosul do ponto de vista institucional se aproxima mais do modelo norte-americano do NAFTA, pois ambos blocos regionais tem fóruns Intergovernamentais de Negociação, diferentemente da União Européia cuja instituição é supranacional e com burocracia permanente (Parlamento). 50 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras ALCA 3 - REGIONALISMO Spaghetti Bowl dos Acordos de Integração na América Acordo de primeira geração Acordo sob negociação Acordo recíproco: Acordo-País Acordo não-recíproco: Acordo-País Acordo de segunda geração Acordo regional ALADI 51 Economia Política entre Multilateralismo e Regionalismo Prof. MSc. Elói Martins Senhoras 3 - REGIONALISMO Spaghetti Bowl dos Acordos de Integração na América ⇒ A ALCA avança à la carte através de negociações e acordos bilaterais e plurilaterais entre os EUA e os países da América Latina. ⇒ O Mercosul tem buscado, nos últimos anos, negociações com a União Européia e em especial com a CAN (Comunidade Andina de Nações), aproveitando vantagens regionais e consolidando laços políticos e econômicos com os vizinhos na América do Sul, a fim de fazer contrapeso à formação da ALCA. ⇒ A pesar dos percalços enfrentados pelo Mercosul, a partir dos governos Lula e Kirchner, houve um afastamento das negociações da agenda da ALCA com o objetivo de fortalecimento de uma possível ALCSA (Área de Livre Comércio da América do Sul) ou uma CSN (Comunidade Sulamericana de Nações). 52