profissionalização de agricultores

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Centro Regional de Qualificação Profissional de
Produtores de Canguçu
CETAC
CURSO DE BOVINOS DE LEITE
CETAC
Mara Helena Saalfeld
Reginaldo Clasem Maciel
APRESENTAÇÃO
Este Resumo Técnico é destinado aos produtores que freqüentaram o Curso
de Bovinos de Leite realizado nos Centro de Qualificação profissional de produtores
Os dados aqui apresentados são um resumo das aulas administradas no
curso que são organizadas com base em resultados obtidos por pesquisadores,
extensionistas e produtores rurais.
A adoção das tecnologias contidas neste resumo permitirá alcançar níveis
elevados de produtividade já comprovados em várias propriedades do Rio Grande
do Sul.
Sempre visando a construção do desenvolvimento rural sustentável, com
base nos princípios da Agroecologia, objetivando o fortalecimento da agricultura
familiar e suas organizações, de modo a incentivar o pleno exercício da cidadania e
a melhoria da qualidade de vida.
2
1 - O LEITE COMO NEGÓCIO
Para ter sucesso na produção de leite é preciso:
Conhecer !
Gostar !
Fazer !
O produtor de leite deve ser um GERENTE da propriedade que
possui, independentemente da tamanho que ela tem. inclusive deve
tratar essa propriedade como uma EMPRESA RURAL.
“ O que faz um bom Gerente?” Toma decisões !!!
SOBRE
O que
Quando
Onde
FAZER
3
Como
Por que
Preciso de
informações
!
Terei
de fazer
O bom gerente é aquele que melhor
administra
anotações!
Terra
Trabalho
Dinheiro
Conhecimento
Anotações:
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4
ANÁLISE DO
PREÇO DO LEITE
 1945 A 1991 (Preço controlado pelo Governo).
Custo + LUCRO = PREÇO TABELADO

A PARTIR DE 1991 (Preço liberado).
PREÇO – CUSTO = LUCRO
COMO GANHAR
MAIS NA
ATIVIDADE
LEITEIRA?
1º Aumentar a produção e a qualidade do leite,
2º Alimentar bem as vacas, com baixo custo e com preservação ambiental,
3° Profissionalização dos agricultores,
4º Organização e gerenciamento da atividade,
5
Baixa produção
Média produção
6
Boa produção
_____Anotações_________________________________________________________
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Problemas que
afetam a
produção
leiteira
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



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RESUMO:
COMO O AGRICULTOR PODERÁ GANHAR MAIS NA ATIVIDADE LEITEIRA:
1º Elevar o preço do leite
5° Gastar bem o dinheiro
2º Aumentar a produção por vaca
6º Eliminar animais improdutivos
3º Aumentar o número de vacas
7º Baratear o custo da alimentação
4° Utilizar melhor a mão-de-obra
8° Melhorar a qualidade do leite
A PRODUÇÃO LEITEIRA DEVERÁ TER COMPETÊNCIA, NA:
PRODUÇÃO
PRODUTIVIDADE
QUALIDADE DO LEITE
GERENCIAMENTO DA PROPRIEDADE
“O leite é um bom negócio,
para quem o encara exatamente como um negócio”.
8
2 - DESEMPENHO IDEAL DA VACA LEITEIRA
A vaca deve ter uma cria a cada doze meses.
A vaca deve ser coberta entre 50 e 90 dias após o parto.
E a produção de leite: - Como deve ser?
A vaca deve atingir o PICO de produção entre 35 e 50 dias depois de parir.
Após o pico, a diminuição da produção de um mês para o outro deverá ser
entre de 7% a 10%.
9
O aumento de 1 litro no pico = 200 litros na lactação.
A vaca deve ser secada dois meses antes do parto.
A vaca deve manter uma condição corporal adequada no parto : 3,5 a 4,0
Condição corporal 2,5
Condição corporal 3,5 a 4,0
Desempenho ideal
da vaca leiteira
Pico
Queda
Entre 30 e 50 dias pós parto
Entre 7 a 10% ao mês
Cobrição
Entre 50 a 90 dias pós parto
Lactação
10 meses
Intervalo Partos
12 meses
Período Seco
Repete Cio
60 dias antes do parto
Entre 18 a 24 dias
O produtor só conseguirá estes índices se:
* Manejar bem o rebanho;
* Fizer anotações;
* Analisar estas anotações.
10
3 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO DIGESTIVO
Os ruminantes possuem o estômago divido em quatro partes:
rúmen, retículo, omaso e abomaso.
Os bovinos são
ruminantes e
possuem o
aparelho digestivo
dividido em quatro
compartimentos
que são:
1 - rúmen 80%;
2 - retículo 5%;
3- omaso 8%;
4 - abomaso 7%.
Estas bactérias e
protozoários atacam os
alimentos ingeridos, e para
sobreviver, necessitam de
uma acidez(pH) entre 6 a
7, que é o pH no interior
do rúmen.
O rúmen e o retículo são câmaras de
fermentação, onde existem grandes
quantidades de bactérias e
protozoários:que tem por função
fermentar os alimentos e fragmentá-los
11
para que possam passar para o
omasso. No rúmen-retículo ±80
bilhões por mililitro.
A função do folhoso é
absorver os líquidos do
rúmen pois o alimento
deve passar o mais
seco possível para o
abomaso.
No abomaso
(estômago verdadeiro)
se realiza a digestão
química através dos
sucos gástricos que
vão desdobrar os
alimentos.
Produção de saliva entre 80 e100 litros por dia
No rúmen e
reticulo
além das
bactérias
existem:
líquidos ,
alimentos e
gases
Há uma passagem lenta dos alimentos pelo sistema digestivo.
12
No rúmen ocorre a fermentação dos alimentos.
Para o rúmen funcionar bem é necessário que haja um bom equilíbrio na
quantidade de fibras dos alimentos.
LEMBRETE
RECÉM-NASCIDO – O estômago do recém-nascido funciona como um
monogástrico (funciona um estômago). O leite passa direto ao abomaso pela
goteira esofágica. A passagem do leite na faringe estimula a formação da goteira
esofágica.
Anotações:
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IMPORTÂNCIA DA FIBRA NA ALIMENTAÇÃO:
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A fibra ingerida pela
vaca leiteira deve
ser 2/3 de fibra
longa e 1/3 poderá
ser de fibra curta.
Mas como saber
diferenciar a fibra curta
da fibra longa?
. Fibra Longa:
são as fibras maiores que
2,5 cm.
. Fibra Curta:
são as fibras menores
que 2,5 cm.
 menos de 17 % de fibra bruta na alimentação = pasto novo=
passagem rápida que provoca amolecimento das fezes.

mais de 22 % fibra bruta na alimentação = pasto velho =
passagem lenta, diminuindo a produção de leite e aumenta o
teor de gordura.
 A fibra na alimentação é necessária para provocar a
ruminação.
 A saliva mantém o pH do rúmen entre 6 e 7.
Anotações:
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CONSUMO DE ÁGUA
A água é muito importante
para a produção de leite.
A vaca precisa ter acesso a
água de qualidade 24 horas por
dia.
Quero sombra e água
de boa qualidade `a
vontade!
Será que ele
sabe que NÂO
gosto de água
fria?
Observações:
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4- ALIMENTAÇÃO DA VACA LEITEIRA
Para atingir um bom desempenho a vaca necessita de uma quantidade adequada
de nutrientes e de água.
Os alimentos são formados uma parte de ÁGUA e outra parte MATÉRIA
SECA, onde se encontram os nutrientes. Os nutrientes mais importantes
são:
Nutrientes da
matéria seca
Proteínas – nutrientes de
construção
Energia – Combustível
Fibra – Importante na digestão, no
trabalho do rúmen
Minerais – Necessários para o
crescimento, a reprodução e a
produção do leite
Vitaminas – São importantes e
estão presentes em quantidades
suficientes nos bons alimentos
Necessária para diluir e deslocar os nutrientes no
animal . No leite a água participa com 87%.
O valor nutritivo de
um alimento é medido
pela quantidade de
nutrientes que este
alimento possui
Destes nutrientes a energia e a
proteína são os que têm maior
importância na alimentação da
vaca.
16
Devemos observar
também que uma vaca
com o rúmem cheio
não significa que esteja
bem nutrida.
Só estará bem nutrida
aquela que come os
nutrientes necessários
para se manter e produzir
leite.
TIPOS DE ALIMENTOS:
Alimento concentrado
Grãos
Farelos
Farinhas
Alimento volumoso
Capim
elefante
Os alimentos concentrados
possuem grande quantidade
de energia e proteína num
pequeno volume.
Pasto
Silagem
Feno
Palha
Os alimentos volumosos
necessitam de um maior
volume para fornecer a mesma
quantidade de energia e de
proteína que os concentrados
Anotações
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_________________________________________________________________
17
Quanto mais velho
o pasto, mais fibra
tem.
Quanto mais fibra,
menor valor nutritivo
e menos consumo
DESTINO DOS NUTRIENTES
Os nutrientes dos alimentos consumidos por uma vaca são utilizados
para as seguintes finalidades:
1. Manutenção do animal ( respirar, digerir, caminhar, ...)
2. Produção
(leite, carne, terneira)
1. MANUTENÇÃO DA VACA LEITEIRA
Quanto mais pesado o
animal, mais nutrientes necessita
para sua manutenção.
Para manutenção, a necessidade de nutrientes é sempre a mesma, tanto
para produzir pouco leite como para produzir muito leite.
18
Eu Peso
450 Kg.
Esta vaca precisa:
Energia: 3760 gramas
Proteína : 341 gramas
2. PRODUÇÃO DE LEITE
Quanto maior a produção de
leite, maior a necessidades
de nutrientes.
Para uma vaca produzir 20
litros de leite por dia, necessita
o dobro de nutrientes do que
para produzir 10 litros de leite
por dia
NECESSIDADE DE ENERGIA E PROTEINA PARA PRODUÇÃO
DE UM LITRO DE LEITE
 84 gramas de proteína
 301 gramas de energia
19
PRODUZIR MAIS CUSTA MENOS
A vaca deve produzir o máximo de leite possível, aproveitando todo
seu potencial, para compensar o custo de manutenção.
Veja um exemplo com duas vacas
450 Kg
450
450Kg
Kg
5 litros
15 litros
4515 g
1505 g
Energia para produção de leite
3760 g
3760 g
Energia para manutenção da vaca
Com 5265 g de
energia produz
apenas 5 litros
de leite
Com 8275 g de
energia produz
15 litros de leite
Necessitou de
1053 g de
energia por litro
produzido
Necessitou de
551 g de
energia por litro
produzido
Anotações:
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POR QUE PRODUZIR LEITE A BASE DE PASTO
Com pasto
produzo leite
mais barato
Nasci para
comer pasto
PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO DE PASTOS
Para calcular a área
necessária de pastos, o
que preciso saber





?
Quanto come uma vaca ?
Quantas vacas serão
alimentadas ?
Área necessária de pasto ?
Período de uso do pasto ?
Capacidade de lotação da
pastagem ?
?
1. Quanto come uma vaca ?
Para planejamento estima-se que uma vaca come de pasto 12 % de seu peso vivo.
Exemplo: Uma vaca de 450 kg pode come, por dia, 54 kg de pasto verde.
2. Quantas vacas serão alimentadas ?
Lista-se todos os animais existentes na propriedade e após estima-se o peso médio por
categoria. Depois multiplica- se o peso médio de cada categoria pelo número de animais.
O resultado é dividido por 450, o numero obtido é uma referencia em unidades animais
(UA).
Uma Unidade Animal (UA) eqüivale a uma
vaca de
450 kg de peso vivo.
3. Área necessária de pasto ?
A área necessária de pastagem vai depender da oferta de pasto, que esta vinculado a
fertilidade do solo, adubação, manejo e condições climáticas.
Oferta de pasto relacionado com a necessidade de área, por dia, por período de
pastoreio e lotação
Área /
Área /
Oferta de pasto
Lotação / U.A / hectare
U.A /
U.A /
(g/m²)
dia (m²)
(m²)*
300
300
9.300
1,0
600
150
4.650
2,0
900
100
3.100
3,0
1.200
75
2.325
4,0
1.500
60
1.660
5,0
1.800
50
1.550
6,0
2.100
43
1.333
7,0
2.400
38
1.178
8,0
2.700
34
1.054
9,0
* Considerando o intervalo entre pastoreios de 30 dias
Para o cálculo da lotação foi considerado uma oferta de 90 kg de pasto / dia, por U.A.
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4. Período de uso do pasto ?
Oferta de pastos, de acordo com os meses do ano.
Pastagem oferta ao
longo do ano
MESES DO ANO
Jan
Fev Mar Abr
Mai
Jun
Jul
Ago Set
Out Nov Dez
Perene verão
X
X
X
X
X
X
C.elefante
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Anuais inverno
Anuais verão
X
X
X
X
X
X
Anuais verão*
Potreiro
X
X
X
X
X
* Plantio final de janeiro, X - oferta de pasto
Obs: O período de utilização dos pastos vai depender das condições climáticas da
região.
Quando falta pasto?
FENAÇÃO
E um dos meios de armazenar pastagens. O produtor não deve confundir feno
com palha. Feno é o produto obtido da pastagem cortada na época adequada, em geral
no início da floração, e desidratada convenientemente, ou seja, a mesma não deve secar
demais nem de menos, o ideal é quando as mesmas apresentam umidade entre 18 e
20%, isto ocorre normalmente após 3 dias de sol.
Como fenar:
- cortar logo após enxugar do sereno;
- espalhar no local para secar ao solo;
- após 3 a 4 horas de sol revolver com um ancinho;
- ao fim da tarde amontoar e cobrir com lona.
- o dia seguinte espalhar novamente. Se necessário revolver com ancinho para
uma secagem uniforme;
- o feno não deve secar demais para não perder as folhas, no caso da alfafa;
- o feno está “no ponto” quando não se consegue descascar com a unha na haste da
planta;
- deve-se ter cuidado para o feno não “passar do ponto”. Ao torcer um feixe de plantas,
elas não devem quebrar.
ENFARDAMENTO
- O enfardamento evita a secagem demasiada do feno e reduz a necessidade de espaço
para o armazenamento;
- Para facilitar o empilhamento, é importante que o comprimento do fardo seja igual ao
dobro da largura;
- Para pequenas produções, o enfardamento pode ser feito manualmente, usando uma
caixa de madeira do tamanho do fardo, socando o feno com os pés;
24
- Os fardos são amarrados com arame;
- Para facilitar a retirada do fardo, abrir um dos lados da caixa, colocando dobradiças.
ENSILAGEM
É um dos processos mais importantes na conservação de forrageiras, para servir
como alimento principalmente durante o período de escassez de pastagens. O processo
de fermentação ocorre continuamente no meio sem ar, até que os níveis de ácidos, na
ausência de ar, atuem conservando a forragem no silo.
SILAGEM
É o produto obtido por fermentação de forragens ou outro produto, contendo
adequada percentagem de MS, na ausência de ar.
Após o fechamento do silo, ocorre a fermentação acética, acompanhando
o período que ainda há respiração no meio da massa ensilada. Esse período dura de 2 a
3 dias. Terminada a fermentação acética, inicia a fermentação láctica. A fermentação
lática ocorre na ausência de ar, se caracteriza pela produção do ácido lático, que é o
ácido responsável pela melhor conservação da qualidade da silagem.
Uma boa fermentação exige:
> boa compactação
> boa vedação

A FERMENTAÇÃO NÃO MELHORA A QUALIDADE DA SILAGEM.

A QUALIDADE DA SILAGEM DEPENDE DA QUALIDADE DA FORRAGEM.
* A FERMENTAÇÃO APENAS CONSERVA A FORRAGEM.
PASSOS PARA A PRODUÇÃO DE UMA BOA SILAGEM:
 PRIMEIRO PASSO: Escolher uma boa forragem.
 SEGUNDO PASSO: Fazer um bom cultivo dessa forragem.
 TERCEIRO PASSO: Cortar no ponto certo.
 QUARTO PASSO: Ensilar corretamente.
Silagem
Feno: forragem conservada com teor de umidade abaixo de 18% de umidade.
Passos para elaboração
5º) Capacidade de lotação da pastagem:
25
Estimativa de produção de pasto e lotação de algumas forrageiras
Produção pasto (gramas/ m2)
Lotação (UA/ha )
Tifton, hermatria,
1.500
5,0
Estrelas
1.200
4,0
Capim elefante
2.100
7,0
Milheto e Teosinto
1.050
3,5
Sorgo e Capim Sudão
1.050
3,5
Aveia
900
3,0
Aveia + Azevém
900
3,0
Trevos
900
3,0
Campo nativo
150
0,5
Pastagem
Estratégia para período de escassez
Mesmo com a adoção de um bom esquema forrageiro, nos meses de abril e maio
irá ocorrer baixa produção de pasto, pois as forrageiras de verão estão em final de ciclo,
com pouca produção e, as de inverno, ainda não estão em condições de serem utilizadas
para pastoreio. Assim, é necessário produzir uma quantidade de alimentos (pastagem,
culturas, silagem, feno e/ou grãos) para suprir a necessidade dos animais, neste período
de escassez de pasto.
Durante o ano existem os meses críticos de falta de volumosos, ora de forragem
de verão, ora de forragem de inverno.
Os períodos críticos de falta de volumosos também, dependem do tipo de
volumoso e do clima.
De maneira geral, os meses críticos são: abril/maio: quando estão
terminando os volumosos de verão e não iniciou a forragem de inverno.
Outro período: outubro/novembro: quando estão terminando os volumosos de
inverno e não iniciou a forragem de verão.
Nos dois períodos é importante o fornecimento de silagem.
26
PASTAGENS USADAS PARA PASTEJO
1. Pastagem perene de verão:
As pastagens perenes de verão mais utilizadas são:
 capim elefante,
 tifton
 hemartria
 quicuio
PONTO DE PASTEJO/CORTE & INTERVALO ENTRE CORTES
PASTAGEM
ALTURA DAS PLANTAS
INTERVALO ENTRE CORTES
Capim elefante
100 a 150 centímetros
30 a 45 dias
Tifton/Flora
30 centímetros
30 a 45 dias
kirk/Kikuio/
Hemarthria
Sorgo
Acima de 80 centímetros
60 dias
Milheto
50 a 80 centímetros
25 a 30 dias
Teosinto
50 a 80 centímetros
30 a 45 dias
1. Capim elefante – tifton - hemarthria/Kikuio:
Plantados por mudas. Colocá-los em sulcos distantes 80 centímetros a 1metro
entre linhas e, em torno de 40 centímetros entre plantas.
2. Milheto:
Semeia-se de 25 a 30 kg de sementes por ha.
Espaçamento: 50 cm entre sulcos e 15 sementes por metro de sulco, ou à lanço.
3. Sorgo:
Usa-se 10 a 12 kg de sementes por ha. Espaçamento: 45 centímetros entre sulcos
e 14 a 18 sementes por metro de sulco ou à lanço.
4. Teosinto:
Semeia-se 35 kg de sementes por ha.
Espaçamento: 50 cm entre sulcos e 25 sementes por metro de sulco, ou à lanço.
O solo deve ser corrigido com calcário e adubado de acordo com a Análise de
Solo. Para interpretar a análise do solo, o produtor deve procurar um técnico. As
pastagens, sempre que possível, devem ser adubadas com esterco - adubo
orgânico.
Observações:
Sorgo: Pode ser cortado e picado a partir de 0,80 m de altura até o ponto de
ensilar.
27
Pastejo direto: O produtor dever dar preferencia para o pastejo direto. Para isto é
importante dividir a área em piquetes utilizando a cerca elétrica.
Cuidado!
O sorgo pode intoxicar os animais se for dado com tamanho menor que 0,80 m de
altura ou quando há rebrote após uma seca.
PASTAGEM ANUAL DE INVERNO
Aveia, Azevém, Trevo Vesiculoso, Trevo Vermelho e Ervilhaca.
Época de plantio preferencial: De março a abril.
Quantidade de sementes, quando em semeadura isolada:
- Aveia preta:
- Azevém:
120 kg por ha.
35 kg por ha.
Consorciações:
Consorciação 1:
Aveia: 100 kg por hectare
Azevém: 30 kg por hectare
Consorciação 2:
Aveia: 100 kg por hectare
Trevo vesiculoso: 10 kg por hectare
Consorciação 3:
Aveia: 100 kg por hectare
Ervilhaca: 30 kg por hectare
Consorciação 4:
Azevém: 30 kg por hectare
Trevo vermelho: 10 kg por hectare
Consorciação 5:
Azevém: 30 kg por hectare
Ervilhaca: 30 kg por hectare
É sempre aconselhável semear a ervilhaca e trevos
azevém e/ou aveia.
consorciados com
Atenção! Mesmo no sistema consorciado, cada forrageira deve ser semeada em
separado.
PASTAGEM PERENE DE INVERNO
Azevém, Trevo Branco e Cornichão.
Época de plantio: Março e abril (preferencial)
28
Quantidade de sementes na consorciação:
- Azevém:
- Cornichão:
- Trevo Branco:
30 kg por ha.
12 kg por ha.
3 kg por ha.
ADUBAÇÃO E CALAGEM
Calagem: antes do plantio, de acordo com a análise de solo.
Adubação no plantio: de acordo com a análise de solo. Dando preferencia para fosfatos
naturais.
Adubação de cobertura: após cada pastejo ou corte, utilizar adubação de acordo com a
análise de solo, e preferencialmente adubação orgânica.
As sementes de leguminosas devem ser
.
inoculadas e peletizadas
PONTO DE PASTEJO
Tanto para pastejo direto como para corte, a altura ideal é quando as plantas
estiverem com 25 centímetros de altura. E intervalo ideal entre os cortes é de 25 a 30
dias.
MANEJO DO PASTEJO DIRETO.
-
Dividir a pastagem em piquetes, de modo que as vacas em produção fiquem, no
máximo um dia em cada piquete.
Recomenda-se 50 metros quadrados por UA por dia, como medida de referência, para
cada potreiro.
O número médio de potreiros é de 30 unidades.
Cuidado com o “timpanismo” quando predominar os trevos (branco ou vermelho).
ALFAFA- A RAINHA DAS FORRAGEIRAS
29
É uma excelente forrageira.
- Variedade recomendada: Crioula;
- Época de plantio: Outono e primavera. Dar preferência ao plantio do
outono - melhor formação de raízes;
- Espaçamento: 30 cm entre os sulcos;
- Quantidade de sementes: 40 a 50 gramas de semente a cada 100 m de
sulco;
- Profundidade de plantio: As sementes devem ficar a 1 ou 2 cm
enterradas nos sulcos.
As sementes da alfafa devem ser inoculadas e peletizadas.
INOCULAÇÃO E PELETIZAÇÃO DE SEMENTES.
1º) Preparo da goma adesiva;
Uma colher rasa de polvilho doce em um copo de água;
Ferver, mexendo até formar uma goma transparente;
Deixar esfriar.
2º) Misturar a goma com as sementes, aos poucos, até que estas fiquem bem
umedecidas, juntar e misturar o inoculante;
3º) Adicionar pó de calcário bem fino misturando com as mãos até que as sementes
fiquem bem envolvidas com uma camada enxuta de calcário.
4º) Secar na sombra.
Cuidados:
A inoculação e a peletização das sementes devem ser realizadas na sombra;
Não deixar as sementes peletizadas expostas ao sol;
As sementes devem ser enterradas imediatamente, porque o sol mata as bactérias da
inoculação, ou semeadas a tardinha;
As sementes devem ser plantadas no mesmo dia da peletização preferencialmente.
CALAGEM E ADUBAÇÃO.
Tanto a calagem como a adubação devem ser realizadas de acordo com a análise
do solo. Deve-se usar 5 gramas por metro quadrado de uréia e 2 gramas de bórax.
Para o plantio do alfafal o solo deve ser:
... fértil;
30
... profundo, com bom teor de argila;
... bem drenado (enxuto);
... livre de inços.
Ponto de corte:
Na primavera, verão e outono: Cortar no início da floração.
No inverno: Cortar quando o rebrote da base atingir 5 cm de altura.
Altura de corte:
Cortar sempre 7 a 8 cm acima do solo para não prejudicar o rebrote da base.
O alfafal não tolera
“inços”.
6. CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE ALGUMAS FORRAGEIRAS
PRODUÇÃO DE LEITE
TIPO DE VOLUMOSO
(manutenção + produção)
litros
Pastagem nativa (primavera e verão)
4
Capim elefante
10
Pastagem perene de verão (tifton, flora kirk e
hemarthria)
10
Milheto e sorgo para corte
8
Pastagem de inverno (aveia, azevém, ervilhaca, trevos)
12
50% campo nativo + 50% capim elefante
6
50% pastagem de inverno + 50% de silagem
9
50% de capim elefante + 50% de silagem
7
Silagem de milho ou sorgo (usada como único
volumoso)
* Se adicionado 500 gramas de proteína.
9*
Atenção:
- A tabela anterior só funciona quando o volumoso for de boa qualidade e fornecido à
vontade.
- Quando utilizar misturas de volumosos diferentes dos apresentados na tabela, procure
o técnico, para saber a capacidade de leite.
31
- Os dados de manutenção considerados na tabela são para vacas de 450 kg de peso
vivo.
7 CONSUMO MÁXIMO DE VOLUMOSO
A vaca leiteira deve produzir o máximo de leite possível através dos volumosos
para diminuir o custo de produção do leite.
Para que a vaca consuma o máximo de volumoso, este deverá ser dado:
1º) Em quantidade: A vaca deve Ter o volumoso à disposição o maior tempo possível. O
ideal é durante as 24 horas do dia.
CONSUMO MÉDIO DE VOLUMOSO POR VACA
PESO DAS VACAS
CONSUMO DE PASTO
kg
kg/dia
350
42
400
48
450
54
500
60
550
66
600
72
650
78
Mesmo usado no ponto certo, o consumo varia de um volumoso para outro.
Exemplo:
- Uma vaca de 450 kg pode consumir ao redor de 65 kg de aveia por dia;
- Recebendo só cana de açúcar, não conseguirá comer mais de 22 kg por dia.
32
- E silagem não consegue comer mais de 35 kg por dia.
2º) Com qualidade: O volumoso deverá ser cortado no ponto e na altura certos.
EXEMPLO:
Altura
m
Qualidade x Altura do Capim Elefante
Energia (NDT)
Proteína (PB)
%
%
Fibra
%
0,9
11,45
2,17
4,91
1,5
11,53
2,16
6,91
1,7
10,36
0,90
2,7
16,74
1,24
8,14
14,92
3º) Considerando a Temperatura: Quando a temperatura ambiental for muito elevada, a
vaca holandesa (européia) come menos. Nestas condições, o volumoso deverá ser dado,
a sombra ou a noite quando possível, e não pode faltar água.
8. SAL MINERAL E SAL COMUM
Os sais minerais são elementos que, embora necessários em menores
quantidades que as proteínas e a energia, são fundamentais ao bom desenvolvimento
das funções de manutenção, crescimento, produção e reprodução.
Os minerais são divididos em:
1. Macronutrientes (maior quantidade necessária aos animais)
- Fósforo
- Cálcio
- Sódio
- Cloro
- Potássio
- Enxofre
- Magnésio
2. Micronutrientes (menor quantidade necessária aos animais)
- Cobre
- Manganês
- Vanádio
- Iodo
- Flúor
- Cobalto
- Cromo
- Ferro
- Zinco
- Selênio
- Molibdênio - Silício
Todos os minerais estão presentes no solo, com exceção do Sódio e Cloro (sal comum),
que vem do mar.
Para a vaca leiteira o Cálcio e o fósforo são necessários em maior quantidade.
33
A vaca retira os minerais do:
- Volumoso;
- Da ração concentrada;
- Do cocho com minerais (quando o produtor coloca).
“O ideal é fornecer um suplemento mineral na ração (forçar, o consumo) em função
do tipo de volumoso e da produção de leite”.
Além de fornecer o mineral junto à ração concentrada, quando a mesma não
contiver esta suplementação, deve ser colocado a disposição dos animais em cochos
apropriados: duas (2) partes de farinha de ossos calcinada e uma (1) parte de sal
comum.
Inicialmente esta mistura pode ser duas partes de sal comum e uma de farinha de
ossos, a medida que os animais vão se acostumando, inverte-se a proporção até chegar
na recomendação correta.
Na ração a suplementação não deve ultrapassar 3%.
A vaca deve ter disponível 24 horas por dia água limpa à vontade.
NECESSIDADE DE CÁLCIO E FÓSFORO:
MINERAIS
MANUTENÇÃO
(g/dia)
Cálcio
18
Fósforo
13
Manutenção = vacas de 450 kg de peso;
Produção = por litro de leite com 3,5% de gordura.
PRODUÇÃO
(g/litro/dia)
3,0
1,9
ATENÇÃO:
O produtor deve retirar o sal mineral das vacas secas 20 dias
antes do parto ou usar mistura mineral pré-parto, para evitar
a febre vitular.
34
9. RAÇÃO CONCENTRADA CASEIRA
As misturas de rações concentradas abaixo indicada, apresentam um valor
nutritivo em torno de:
- 17% de proteína (PB)
- 70% de energia (NDT)
MISTURA 1
Milho c/ palha e sabugo desintegrado
72,0 kg
Farelo de soja
25,0 kg
Suplement Suplemento mineral
3,0 kg
MISTURA 2
Milho grão
55,0 kg
Farelo de trigo
24,0 kg
Farelo de soja
18,0 kg
Suplemento mineral
3,0 kg
MISTURA 3
Milho grão
50,0 kg
Farelo de arroz integral
27,0 kg
Farelo de soja
20,0 kg
Suplemento mineral
3,0 kg
MISTURA 4
Milho grão
50,0 kg
Farelo de trigo
23,0 kg
Concentrado (32% de PB)
24,0 kg
Suplemento mineral*
3,0 kg
*Observar se, o concentrado, já não possui os minerais necessários.
35
10. CONSERVAÇÃO DE FORRAGENS
Somente armazenando forragens na época de abundância, não haverá falta na
época de escassez.
Desde as épocas mais remotas o homem conhece formas de armazenar forragens,
e embora os milhares de anos transcorridos hoje mais do que nunca precisamos usar
estes métodos.
FENAÇÃO
E um dos meios de armazenar pastagens. O produtor não deve confundir feno
com palha. Feno é o produto obtido da pastagem cortada na época adequada, em geral
no início da floração, e desidratada convenientemente, ou seja, a mesma não deve secar
demais nem de menos, o ideal é quando as mesmas apresentam umidade entre 18 e
20%, isto ocorre normalmente após 3 dias de sol.
Como fenar:
cortar logo após enxugar do sereno;
- espalhar no local para secar ao solo;
- após 3 a 4 horas de sol revolver com um ancinho;
- ao fim da tarde amontoar e cobrir com lona.
- o dia seguinte espalhar novamente. Se necessário revolver com ancinho para
uma secagem uniforme;
- o feno não deve secar demais para não perder as folhas, no caso da alfafa;
- o feno está “no ponto” quando não se consegue descascar com a unha na haste da
planta;
- deve-se ter cuidado para o feno não “passar do ponto”. Ao torcer um feixe de plantas,
elas não devem quebrar.
ENFARDAMENTO
- O enfardamento evita a secagem demasiada do feno e reduz a necessidade de espaço
para o armazenamento;
- Para facilitar o empilhamento, é importante que o comprimento do fardo seja igual ao
dobro da largura;
- Para pequenas produções, o enfardamento pode ser feito manualmente, usando uma
caixa de madeira do tamanho do fardo, socando o feno com os pés;
- Os fardos são amarrados com arame;
- Para facilitar a retirada do fardo, abrir um dos lados da caixa, colocando dobradiças.
ENSILAGEM
É um dos processos mais importantes na conservação de forrageiras, para servir
como alimento principalmente durante o período de escassez de pastagens. O processo
de fermentação ocorre continuamente no meio sem ar, até que os níveis de ácidos, na
ausência de ar, atuem conservando a forragem no silo.
SILAGEM
36
É o produto obtido por fermentação de forragens ou outro produto, contendo
adequada percentagem de MS, na ausência de ar.
Após o fechamento do silo, ocorre a fermentação acética, acompanhando
o período que ainda há respiração no meio da massa ensilada. Esse período dura de 2 a
3 dias. Terminada a fermentação acética, inicia a fermentação láctica. A fermentação
lática ocorre na ausência de ar, se caracteriza pela produção do ácido lático, que é o
ácido responsável pela melhor conservação da qualidade da silagem.
Uma boa fermentação exige:
> boa compactação
> boa vedação

A FERMENTAÇÃO NÃO MELHORA A QUALIDADE DA SILAGEM.

A QUALIDADE DA SILAGEM DEPENDE DA QUALIDADE DA FORRAGEM.
* A FERMENTAÇÃO APENAS CONSERVA A FORRAGEM.
PASSOS PARA A PRODUÇÃO DE UMA BOA SILAGEM:
 PRIMEIRO PASSO: Escolher uma boa forragem.
 SEGUNDO PASSO: Fazer um bom cultivo dessa forragem.
 TERCEIRO PASSO: Cortar no ponto certo.
 QUARTO PASSO: Ensilar corretamente.
 PRIMEIRO PASSO: Escolher uma boa forragem.
O princípio, qualquer forragem, pode ser ensilada. Para escolher a forrageira,
devemos observar sua capacidade de produção de matéria seca por hectare, o teor de
energia e características nutricionais dessa forrageira.
O milho é mundialmente conhecido como sendo a planta de características mais
favoráveis. Apresenta alta produção de matéria seca, alta capacidade de produção de
grãos, boa digestibilidade, boa palatabilidade, baixo teor de lignina e boas condições
para fermentação.
O sorgo também apresenta características semelhantes ao milho e é capaz de
produzir o dobro de matéria verde por hectare.
 SEGUNDO PASSO: Fazer um bom cultivo dessa forragem.
Preparo do solo: O preparo do solo deve permitir condições para uma boa germinação
das sementes.
Adubação: A adubação deve ser feita de acordo com a análise do solo, tanto para a
adubação corretiva da acidez do solo, como a adubação de reposição dos nutrientes que
a planta retira do solo. Deve-se observar que a adubação de manutenção deverá ser, no
mínimo 50 % superior a adubação recomendada para produção de grãos, uma vez que
para produção de silagem retira-se toda a planta da lavoura.
37
Aconselha-se fazer uma nova análise de solo a cada três anos nas áreas onde são
realizadas lavouras para silagem.
Escolha da semente: Para uma boa silagem de milho, deve-se utilizar cultivares que
possuam 40 a 50 % de grãos presentes na matéria seca do material ensilado. Os
híbridos super-precoces e precoces são os mais recomendados, pois com um menor
ciclo apresentam uma menor percentagem de fibra.
As cultivares de sorgo poderão ser as forrageiras ou graníferas, lembrando que as
graníferas apresentam uma melhor qualidade protéica.
Espaçamento/densidade: No caso do milho o mesmo recomendado para produção de
grãos, 0,80 a 0,90m entre linhas e de 5 a 7 sementes por metro linear, em torno de
60.000 plantas/ha.
No caso do sorgo 0,70 m entre linhas e de 12 a 15 sementes por metro linear.
Controle de inços: A lavoura para produção de silagem deve ser limpa de inços, os
quais concorrem no consumo de adubo e de água no solo.
 TERCEIRO PASSO: Cortar no ponto certo.
Para as culturas de milho e sorgo, o ponto certo para se fazer o corte para
produção de silagem é quando os grãos estiverem no ponto farináceo- duro, no caso do
milho, e quando os grãos da parte média da panícula estiverem passando de leitosos a
duros no caso do sorgo. Neste estágio as plantas apresentam de 30 a 35 % de matéria
seca.
Quando o milho sofreu com a falta de água, poderá iniciar a secagem das folhas
de baixo sem que os grãos estejam no ponto de farináceo-duro, mesmo assim deve-se
fazer o corte das plantas. Silagem desse material terá menor valor nutritivo.
A altura de corte da planta de milho ou sorgo deve ser: 10 a 15 cm do solo.
 QUARTO PASSO: Ensilar corretamente.
Corte: O material deve ser cortado e picado em pedaços de 1,5 a 2 cm, procurando levar
no máximo três dias para encher o silo.
Compactação: A distribuição do material no silo deve ser feita em camadas de 30-40
cm, para facilitar a compactação. É muito importante que essa etapa seja bem feita,
porque a boa fermentação do material ensilado depende da máxima retirada do ar.
A melhor compactação é feita com o uso do trator. Para isso a construção do silo
deve permitir a entrada da máquina, se o silo for do tipo trincheira.
Vedação: A cobertura do silo deve ser com lona plástica e sobre esta uma camada de
pelo menos 20 cm de areia ou terra. Esta vedação deve ser feita de tal forma que não
permita a entrada de ar nem de água.
Atenção !
O processo de fermentação dura 21 dias, a partir deste período a silagem pode ser
usada.
38
O tamanho das partículas não podem ser superiores a 2 centímetros.
Deve-se iniciar a alimentação dos animais com pequenas quantidades.
A utilização de sal mineral a base de Ca e P é fundamental.
39
11- CRIAÇÃO CORRETA DA TERNEIRA E NOVILHA
A terneira merece especial
atenção do produtor de leite,
pois será a futura vaca do
rebanho.
 O Produtor deve observar o parto.
 Só ajudar se for necessário.
 .
Eu quero parir
em um
ambiente
tranqüilo, seco
e abrigado.
40
Primeiros cuidados:
Corte e desinfecção do umbigo;
Limpar e secar a terneira;
Dar o colostro.


Podemos usar:
Colostro congelado
Silagem de colostro
O produtor deve guardar a sobra de colostro
para utilizar como substituto do leite na
alimentação das terneiras.
O colostro pode ser congelado ou pode ser feito
a SILAGEM DE COLOSTRO.
Silagem de colostro
Armazenar o colostro que sobrou em garrafas plásticas limpas;
Encher completamente ( não deixar ar dentro da garrafa)
Fechar completamente a garrafa
Guardar em local seco e escuro por 30 dias.
Para usar misturar a silagem de colostro com água (2 litros de água para dois
litros de colostro)
Temperatura de 38 a 40 graus celsius
Adaptar a terneira ao gosto da silagem (acrescentando a mistura de colostro
+ água ao leite em 25% no primeiro dia, depois 50% no segundo dia e 75%
no terceiro dia, até a terneira se acostumar com o gosto da silagem)
41
E se não
houver o
colostro da
mãe?
Na falta de colostro pode ser ainda usada a
seguinte alternativa:
 Meio litro de água;
 Meio litro de leite;
 1 ovo;
 1 colher de sopa de óleo de rícino
Anotações
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
Local de criação:
 Até dois meses de
terneireiras individuais;
idade:
em
 Dos dois meses aos seis meses de
idade: em piquetes coletivos;
 Dos seis meses à cobertura: em
piquetes separados por idade.
ALIMENTAÇÃO:
Fornecimento do leite
Idade (dias)
1 dia
2 ao 14
15 aos 60
Leite
Litros por dia
Holandesa
Manhã
Tarde
4,5 litros Colostro
2,0
2,5
3,5
Leite
Litros por dia
Jersey
Manhã
Tarde
3,5 litros Colostro
1,5
2,0
3,0
Sempre que usar substitutos do leite devemos adaptar a terneira ao novo alimento.
LEMBRETE !!!!
42
Não esquecer de acompanhar mensalmente o desenvolvimento da
terneira, medindo seu peso e altura.
A partir da segunda semana
fornecer ração (18 a 20% de Pb) e
feno de boa qualidade
 Não esquecer que as terneiras
devem ter sempre à disposição
volumoso de boa qualidade e
água limpa à vontade.
 Após o 42º dia:
 Terneira Jersey: pode-se suspender o leite desde que ela esteja
consumindo 500 gramas de ração concentrada por dia. A partir do
desmame fornecendo até 1,5 kg de ração diário até os 6 meses.
 Terneira Holandesa pode-se suspender o leite desde que ela esteja
consumindo 700 gramas de ração concentrada por dia. A partir do
desmame fornecendo até 2 kg de ração diário até os 6 meses.
Desde a primeira semana o produtor deve dar feno
de alfafa, tifton, azevém e aveia de boa qualidade
para a terneira.
Lembrete
Se fornecer silagem as terneiras isto deve ser depois
do desmame.
Cuidados Sanitários até os dois meses:
Aos dez dias: corte de tetas extras
Até trinta dias : - amochar
- Controle de verminose e carrapatos
Preciso ser
vacinada!
43
VACINAS A SEREM FEITAS:
- Paratifo : Vacinar aos 15 dias
- Brucelose: 3  ao 8 mês
- Febre aftosa: a partir do nascimento
- Carbúnculo Sintomático e Hemático: aos 4
meses
Anotações:
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_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
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44
12.Manejo da Novilha ( a partir dos 6 meses )
Como deve ser a
alimentação das
novilhas?

Fornecer volumoso de boa qualidade e à
vontade

Fornecer concentrado de acordo com a
qualidade do volumoso disponível:
Varia
de 1,5 kg a 2,0 kg por dia

Cuidar para que a novilha tenha acesso ao
Sal mineral e água de qualidade à vontade.
QUANDO FAZER
A PRIMEIRA
COBERTURA DAS
NOVILHAS?
1. Raças Holandesa:

350 kg de peso

1,2 metros de altura
2. Raça Jersey:

250 kg de peso

1,0 metro de altura
45
13.HIGIENE E MANEJO DA ORDENHA
Ordenha manual  ação coordenada entre homem
e animal;
Ordenha mecânica  ação coordenada entre
homem, animal e máquina.
maior rendimento;
Ordenha mecânica
maior qualidade do leite;
menos tempo de trabalho.
A ordenha ocupa a
maior parte do tempo
de trabalho do produtor
(50 a 60%).
Sequência correta dos animais na ordenha:
Ordenhar na ordem seguinte:
- Novilhas e vacas que nunca tiveram mamite;
- Vacas tratadas e curadas;
- Vacas que deram positivo o C.M.T.;
- Vacas com mamite clínica em tratamento.
46
Para uma ordenha bem feita o produtor
deve:

Lavar bem as mãos com sabão ou detergente;

Fazer antes da cada ordenha o teste da caneca de fundo
preto e separar as vacas positivas para tratamento;

Lavar os tetos da vaca;

Secar com toalha de papel;

Após a ordenha desinfetar os tetos.

Alimentar a vaca após a ordenha para que ela fique de pé meia hora.

Uma vez por semana fazer o teste da raquete ou CMT.
Fazer o teste da raquete ou CMT uma vez por semana
A Qualidade do Leite é importante para todos!
Para a indústria
significa
melhores
produtos.
Para o
consumidor
saúde e maior
consumo.
Para o
produtor
significa
melhor preço.
O leite deve ser
assim:
COR
 branco opaco
SABOR
 levemente adocicado
ODOR
 pouco acentuado
GORDURA  mínimo de 3%
ÁGUA
 máximo de 87,5%
ACIDEZ
 entre 15 e 18º Dornic
DENSIDADE a 15 ºC (entre 1028 e 1033 g/litro)
pH
 entre 6,5 e 6,6.
47
FATORES IMPORTANTES NA QUALIDADE DO LEITE
FILTRAGEM  usar filtros de nylon ou tela inoxidável;
TARROS  bem limpos, desinfetados e secos;
RESFRIAMENTO  a 4 ºC. Não melhora a qualidade do leite, somente
mantém;
TRANSPORTE  o mais rápido possível.
CONSELHOS PARA MELHORAR A QUALIDADE DO LEITE:
- Usar água de excelente qualidade
- Não deixe os animais dormirem no estábulo;
- Lave as mãos e tetos com água com desinfetante (pode ser fitoterápico) desinfete os
tetos pós-ordenha;
- Seque os tetos antes da ordenha com toalhas de papel;
- Faça C.M.T. de 7 em 7 dias para diagnosticar mamite subclínica;
- Vacas com mamite e cria velha, secar e tratar com produtos para vacas secas;
- Dê sal mineral de boa qualidade;
- Não compre animais sem atestado negativo de mamite, tuberculose e
brucelose;
- Lavar todos os vasilhames e utensílios com esponja, água e sabão e enxaguar;
- Mantenha o estábulo limpo, seco e desinfete uma vez por mês;
- Ordenhe as vacas em ordem.
O tempo gasto para produzir um leite de má qualidade é o mesmo que para
produzir um de boa qualidade. A diferença está na hora de receber o pagamento.
Anotações
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_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
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48
Mamite
É a inflamação do úbere das vacas.
É a principal doença do rebanho
leiteira.
falta de higiene;
ordenha mal feita;
Causas do mamite:
defeitos no úbere e tetas;
alta produção de leite.
FORMAS DE MAMITE:
CLÍNICA: Com alterações no úbere.
Dolorido, quente, vermelho e inchada.
SUBCLÍNICA: Sem alterações no úbere. Só pode ser percebida com
testes especiais. Pode contaminar todo o rebanho e
evoluir para mamite clínica.
Para evitar a
mamite
devemos:




Limpar o estábulo diariamente
Desinfetar o estábulo periodicamente.
Lavar utensílio da ordenha diariamente
Regular a ordenhadeira
Anotações
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_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
49
AS VACAS COM MAMITE DEVEM SER ORDENHADAS
SEPARADAMENTE E O LEITE DESCARTADO EM LOCAL ADEQUADO.
A mamite causa muitos
prejuízos ao produtor:
1. Menor produção de leite;
2. Perda de leite (por infeção e durante o tratamento);
3. Gastos com medicamentos;
4. Descarte de animais;
5. Perda de quartos mamários;
5. Transmissão da doença para outros animais.
Não esquecer!
MAMITES SUBCLÍNICAS SÃO MUITO FREQÜENTES E TENDEM A
EVOLUIR PARA MAMITES CLÍNICAS
50
14. SECAGEM DA VACA LEITEIRA
A vaca deve ser
secada 60 dias antes
do parto.
A vaca deve estar com condição
corporal entre 3,5 e 4
Seca-se a vaca para:
1. Recuperar o úbere;
2. Formar reservas corporais;
3. Crescimento do feto.
Vacas de baixa produção ( menos de dez litros dia)
1º dia: Ordenhar normalmente, separar a vaca das demais, suspender o concentrado, dar
volumoso de baixa qualidade e não fornecer alimento nem água durante a noite;
2º dia: Ordenhar de manhã, colocar o preventivo para mamite, mantendo a mesma
isolada e com restrição alimentar;
Anotações:
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51
E vacas que estão
produzindo mais de
10litros por dia?
Como secar?
1º dia: Ordenhar normalmente,
separar a vaca das demais,
suspender o concentrado, dar
volumoso de baixa qualidade e
não fornecer alimento nem água
durante a noite;
2º dia: Ordenhar de manhã,
3º dia: Não ordenhar e
fornecer água só durante o
dia
4º dia: Ordenhar de manhã,
colocar o preventivo para
mamite, mantendo a mesma
isolada e com restrição
alimentar.
Se a vaca apresentar mamite (úbere inchado e
avermelhado), após a secagem, tratar conforme
orientação do Médico Veterinário.
Anotações:
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_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
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_____________________________________________________________
52
15. ALIMENTAÇÃO DA VACA SECA
Recuperar a condição corporal para parir
com 3,5 a 4
20 dias antes do parto fornecer ração
para adaptar flora ruminal
Suspender o sal mineral 15 dias antes do parto
15 dias antes do parto
previsto, colocar a vaca
num ambiente próprio,
que poderá ser um
piquete ou uma sala de
parto.
Anotações:
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53
16. CUIDADOS ESPECIAIS NOS PRIMEIROS 100 DIAS DE
LACTAÇÃO
Nos primeiros 100
dias de lactação a
vaca deve receber
cuidados especiais .
É o período de maior
produção de leite
É o período de menor
apetite da vaca
Neste período ocorre o
pico de produção
Devo entrar em cio
A vaca deve ser
coberta entre os 5090 dias pós-parto
54
Não consigo
comer tudo
que
necessito!
17. DESAFIO:
O desafio é para provocar a vaca a atingir o máximo de seu potencial
genético, o que elevará o pico de produção.
20% de ração concentrada acima da necessidade.
Anotações e controles necessários.
-- Observação diária da produção de leite;
- Anotar uma vez por mês a produção diária de cada vaca;
- Anotar para cada vaca:
- a data do parto;
- a data do cio;
- a data da cobertura;
- a data de secagem;
- a data de abortos, mamite, e outras doenças quando ocorrerem.
- Anotar uma vez por mês o peso das terneiras (fita);
- Controlar o orçamento mensal para que não falte dinheiro para a compra de ração, sal
mineral, sementes forrageiras, fertilizantes, medicamentos e outros;
- Anotar as entradas e saídas de dinheiro para poder calcular o resultado econômico da
atividade leiteira.
55
18- SAÚDE DOS ANIMAIS:
Minha avó já dizia:
- É melhor prevenir do que
remediar!
Prevenir é mais
barato!
PREVENTIVO
Evitar as doenças
Usar vacinas
Controle do carrapato
Alimentar corretamente
Manejar corretamente os animais
Higiene
Controle de verminose
CURATIVO
Curar doença já instalada
Dar remédios
Antibiótico
Soro
Outros
Usar vermífugos
Usar carrapaticida
Prestem atenção nos
sinais que a vaca dá para
vocês!
SINAIS DE SAÚDE
Temperatura entre 38,5 - 39,5
Olhos vivos
Apetite normal
Pelos lisos e brilhantes
Crescimento normal
Ruminação normal
Fezes e urina normais
SINAIS DE DOENÇA
Febre
Olhos tristes e fundos
Falta de apetite ou apetite depravado
Pelos sem brilho ou arrepiados
Atraso no
56 crescimento
Parada na ruminação
Fezes e urina com alteração
Corrimento
TRATAMENTO CURATIVO
É MAIS CARO E PODE NÃO FUNCIONAR
Os animais ficam doentes
por erros de manejo e de
alimentação.
Erro no manejo
Super lotação;
Não utilização de vacinas;
Mau uso de carrapaticidas;
Mau uso de vermífugos;
Falta de higiene
Erro na alimentação
Não fornecer colostro as terneiras
Alimentação de má qualidade
Alimentação deficiente
PRINCIPAIS DOENÇAS DO REBANHO LEITEIRO
DIARRÉIAS:
Diarréia Branca ou Colibacilose - Diarréia esbranquiçada, cheiro forte, tristeza, perda
do apetite, emagrecimento, afundamento dos olhos, fezes com leite coagulado e
desidratação.
Paratífo - Febre de 41º C, abatimento, lacrimejamento, falta de apetite, pelos secos e
arrepiados, diarréias, fezes moles e com muco, desidratação.
Diarréia de Sangue ou Salmonelose - Diarréia com sangue, esterca com dificuldade,
falta de apetite, emagrecimento e anemia.
Tratamento Preventivo:
- Fornecer colostro e o leite sempre na mesma temperatura;
- Cortar e desinfetar o umbigo;
- Criar a terneira em ambiente limpo;
- Vacinar as vacas e as terneiras.
Tratamento Curativo:
- Isolar terneiras com diarréia
- Suspender alimentação;
- Dar água limpa e fresca;
57
125 g de açúcar
20 g sal
2,5 litros de água
- Soro caseiro a vontade:
Chamar o veterinário.
RAIVA:
Sintomas: Fraqueza no quarto posterior, cessa a produção de leite, dificuldade de
engolir, salivação intensa, incontinência urinária, excitação, mugidos freqüentes, parada
ruminal, esforço dolorido para estercar, morte de 4 a 6 dias.
Prevenção: Controle morcego hematófago;
Vacinação.
AFTOSA:
Sintomas: Febre, aftas na boca, úbere e patas.
Prevenção: Vacinação assim que nascer .
LEUCOSE:
Sintomas: Doença crônica. Muitos animais infectados com poucos sintomas.
Prevenção: Atestado negativo por ocasião da aquisição.
BRUCELOSE:
- diminuição da produção de terneiras (40%);
- diminuição na produção de leite (20%);
Importância Econômica:
- diminuição da fertilidade (parto cada 2 anos);
- zoonose (contamina o homem).
Prevenção: Vacinação das terneiras dos 3 aos 8 anos.
Sintomas: Aborto e retenção de placenta.
TUBERCULOSE:
58
Sintomas dependem do órgão afetado. 75% dos casos em bovinos é no pulmão
com tosse seca, corrimento nasal, dificuldades respiratórias, emagrecimento, baixa
produção e nódulos.
LEPTOSPIROSE:
Sintomas: Aborto, febre, anemia e icterícia (mucosas amareladas).
Profilaxia: Higiene dos estábulos, eliminação dos doentes e cuidado com
aquisição de animais (atestado negativo).
PAPILOMATOSE (VERRUGAS):
Sintomas: Verrugas principalmente na cabeça, pescoço. úbere, tetas e vagina.
CURA ESPONTÂNEA É FREQÜENTE APÓS 6 A 18 MESES
CARRAPATOS:
É o parasito que causa maiores prejuízos a bovinocultura de Leite.
Prejuízos:
- Anemia;
- Transmissão de doenças;
- Inoculação de toxinas;
- Desvalorização dos couros.
- usar produtos eficientes;
Como controlar com eficiência:
- manejar corretamente (animais e
pastagens).
TRISTEZA PARASITÁRIA (BABESIOSE E ANAPLASMOSE):
- uso indiscriminado de produtos;
Acontece por falhas no manejo:
- introdução de animais sem imunidade.
59
Sintomas: Febre de 40ºC, anemia, icterícia (mucosas amareladas), debilidade geral,
prostração, inapetência, perda de peso, urina com sangue, falta de coordenação motora,
salivação (possibilidade de confundir com a raiva).
MOSCA DO CHIFRE:
Hábitos: - Região das cruzes;
- Precisa de umidade e temperatura alta;
- Pões ovos no esterco fresco de bovinos (360 ovos).
Prejuízos:
- Inquietação (picadas doloridas);
- Perda de peso;
- Desvalorização dos couros;
- Transmissão de doenças.
Controle Recomendado:
- Tratamento de animais com mais de 250 moscas;
- Tratar de 20 a 30% do rebanho (animais mais atacados);
- Utilizar mosquicidas eficientes e com avaliação no RS;
- Época mais indicada para combate  dezembro a abril;
- Fezes frescas mantém ovos, larvas e pupas (utilizar esterqueiras);
- Tratamento conjunto com vizinhos (mosca pode voar de 12 a 14 km).
VERMINOSE:
Ataca principalmente animais jovens, causando atraso no crescimento.
Sinais de verminose: - Pelos arrepiados e sem brilho;
- Papeira;
- Diarréia;
- Emagrecimento;
- Retardo no crescimento;
- Queda na produção.
60
Controle:
Terneiras: everminar de 2 em 2 meses até os 2 anos;
Vacas adultas  1 a 2 aplicações no período seco.
19. REPRODUÇÃO
O nosso objetivo é
a vaca ter um parto
a cada 12 meses
Assim terei mais
produção de leite
e de terneiras.
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DA VACA DEPENDE:
- Estado nutricional da vaca;
-
Manejo correto;
-
Idade;
-
Fator genético;
-
Fator sanitário;
-
Lactação;
61
-
Identificação correta do cio;
-
Momento ideal para a cobertura;
A vaca deve ser coberta 50 a 90 dias após o parto
A identificação correta do cio é um
dos fatores mais importantes para
que o intervalo entre partos seja
de 12 meses.
O sinal mais confiável de que
uma vaca está em cio é quando
ela fica parada ao ser
montada por outra.
CIO É
SINAL DE
SAÚDE
MOMENTO IDEAL PARA COBERTURA:
Na prática
- Vaca que se deixa montar de manhã  inseminar de manhã
- Vaca que se deixa montar de tarde  inseminar de tarde
62
Vaca só entra
em cio se estiver
bem de saúde e
bem alimentada.
NUNCA INSEMINAR
VACAS COM:
-
Menos de 50 dias de parida;
-
Corrimento vaginal amarelado;
-
Cios irregulares;
- Aborto de causa desconhecida.
Vacas que repetem cio após duas ou mais coberturas ou inseminações devem ser
examinadas pelo Médico veterinário
Uma vaca que não repete cria
todo ano pode estar com
alimentação insuficiente,
manejo inadequado do
rebanho ou doente
A vaca precisa de
alimentação para se
manter, para
produzir e para
reproduzir.
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
- É mais barata que manter um touro;
- Permite usar touros de melhor qualidade;
- Permite escolher touros indicados para determinado tipo de vacas;
- Menor risco de transmitir doenças.
COMO OBTER BONS RESULTADOS COM INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
63
- As vacas devem ser sadias;
- Os cios deve ser corretamente identificados;
- O inseminador deve ser bem preparado.
Observações:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Devemos ter muito cuidado
na hora de comprar uma
vaca leiteira!
Preste atenção nos
seguintes itens:
- Idade (após o 5º parto diminui a produção);
- Exame negativo de mamite (C.M.T.);
- Em lactação (observar a ordenha e produção);
- Ausência de defeitos nos cascos e pernas;
- Não comprar vacas secas;
- Exame negativo de brucelose, tuberculose,
leucose
- Exame ginecológico.
64
Veja no quadro a seguir o quanto aumenta a produção com a diminuição do intervalo
entre partos para 12 meses. Lembrando, que com este intervalo a vaca terá um terneiro
por ano, consequentemente também dará maior renda ao produtor.
INTERVALO ENTRE PARTOS
de 24 para 12 meses
de 21 para 12 meses
de 18 para 12 meses
de 17 para 12 meses
de 16 para 12 meses
de 15 para 12 meses
de 14 para 12 meses
de 13 para 12 meses
AUMENTO DE PRODUÇÃO
100%
75%
50%
40%
33%
25%
16%
8%
Anotações:
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
PRODUÇÃO POR LACTAÇÃO (EM RELAÇÃO À 1ª CRIA)
2ª CRIA 
3ª CRIA 
4ª CRIA 
5ª CRIA 
6ª CRIA 
7ª CRIA 
25% a mais;
35% a mais;
45% a mais;
50% a mais;
45% a mais;
35% a mais.
65
20: PLANTAS MEDICINAIS
O uso das plantas
medicinais é tão antigo
como a cultura do
povo brasileiro.
As planta fornecem princípios ativos igual
aos medicamentos comprados em farmácias.
As plantas podem ser usadas verdes ou serem secadas para usar em épocas que
não existem na natureza
Devemos ter cuidados na hora de colher, armazenar e guardar as plantas.
•
•
•
•
•
•
identificar corretamente a planta;
escolher sempre plantas viçosas, sem manchas e sem fungos;
fazer uma colheita limpa, sem mistura com outros materiais, como capim,
terra etc.;
colher uma espécie de cada vez;
colher em dias secos, logo após a evaporação do orvalho.
Proteger do sol tudo que for colhido
Devemos:
•
Identificar corretamente a planta medicinal a ser utilizada;
•
Utilizar ingredientes de boa qualidade,
•
Conhecer a procedência;
•
material e utensílios utilizados na preparação dos remédios deve ser
rigorosamente limpo e de uso específico para este fim;
•
Recomenda-se a utilização de recipientes de inox, vidro ou louça;
•
Observar corretamente as medidas de cada receita.
•
Limpar e esterilizar as embalagens (potes, vidros, garrafas)Vidros escuros
•
Não reaproveitar potes de cremes e pomadas, nem as tampas plásticas
•
Os remédios devem ser rotulados e guardados em armário específico, protegido
do sol.
Como devemos secar as plantas
•
Não seque as plantas diretamente no sol
•
Evite secá-las ao ar livre, por causa dos insetos e poeira.
•
Elas podem ser secadas em feixes, bandejas ou estufas, não misturando as
espécies.
•
O tempo e a temperatura de secagem, em geral, é de 35°C a 60°C, variando
conforme a espécie e as partes do vegetal a serem secas.
66
Como devemos armazenar as plantas
•
Local seco, escuro, ventilado, livre de poeira, insetos e outros animais.
•
Para armazená-las, embale as plantas secas em sacos de papel, envoltos em
sacos plásticos, protegidos da luz.
•
As plantas devem ser cortadas em tamanho padrão ou podem ser moídas,
conforme o caso.
•
Podem ser guardadas em vidros escuros e guardadas dentro de armários
fechados, devidamente identificadas.
•
Não esqueça de colocar uma etiqueta que contenha o máximo de dados sobre
a planta, como data da colheita, parte da planta e uso terapêutico
•
O tempo de conservação das plantas secas, corretamente armazenadas, é de,
no máximo, 1 ano.
Os mais conhecidos meios de se utilizar as plantas medicinais são:
Infusão : a água fervente é despejada sobre as plantas, e o recipiente tampado
durante 10 a 15 minutos. Ideal para flores e folhas.
Decocção : a planta é fervida por algum tempo em recipiente tampado. Depois
deixá-la tampada por alguns minutos. Esta forma é mais apropriada para raízes, cascas e
sementes, porém estas devem ser cortadas em pequenos pedaços ou esmagadas antes
de serem utilizadas.
Maceração : a planta fica de molho em água fria até 24 horas, de acordo com sua
qualidade.Neste caso, as vitaminas e sais minerais não são alterados pela fervura.
As doses de ervas a serem utilizadas variam muito, porém, pode-se utilizar, em
média, para folhas secas: 4 colheres de sopa por litro de água, e para folhas frescas: 8
colheres de sopa por litro de água. Para raízes e cascas, depende muito da qualidade da
erva.
Xarope
Preparação de uso mais prolongado, usado principalmente para doenças da
garganta, pulmão e brônquios. Para prepará-lo são necessários dissolver açúcar em
água e aquecer até a obtenção de ponto de fio e depois acrescentar a tintura do vegetal
na preparação.
Cataplasmas
As ervas frescas podem ser aplicadas soltas diretamente sobre a pele ou sustentadas por
uma gase.
Podem também ser esmagadas até ficarem em forma de pasta, colocada entre dois
panos finos ou gase, e aplicada sobre o local afetado.
67
Podem ser usados para tratar nevralgias, dores de ouvido, asma, caimbras,etc.
Compressas
Embebe-se panos com uma decocção forte concentrada e aplica-se na região afetada.
Os chás quentes têm efeito sedativo sobre inchaços, nevralgias, contusões, reumatismo,
gota, etc.
Tinturas
É a maceração das plantas a frio, em álcool de cereais a 60º ou a álcool 70º. A planta
deve ser rasgada bem fina ou amassada, e colocado em vidro escuro Colocar o álcool
que fique dois dedos acima da planta . Filtrar após 8 dias. Guardar em local escuro.
Unguentos
Preparados misturando-se ervas com uma substância gordurosa como vaselina.
Pomadas – Extração do princípio ativo pela vaselina ou banha de porco.
•
•
Modo de preparar:
•
Lavar, secar, picar, medir e socar as plantas. Juntar a gordura e
aquecer em banho-maria por 15 minutos, com a panela tampada.
Tirar do fogo e colocar imediatamente a cera de abelha ralada
Concentração:

- 20 colheres de sopa de planta para 1 xícara de vaselina

- 100g planta para 1 xícara de gordura
Sabão medicinal:
•
-Ingredientes :
Sabão de côco com a planta que tem as propriedades medicinais desejadas:
•
-Plantas:
Camomila, própolis, erva de bicho, calêndula, arruda, boldo, losna, fumo
•
-Concentração:
20 colheres de sopa ou 100g de planta para ½ kg sabão
Observações:
Nunca use um chá por mais de 24 horas depois de preparado, pois este entra em
fermentação; e não use o mesmo tipo de chá por mais de 30 dias seguidos, porque seu
organismo vai responder cada vez menos.
Evite preparar as ervas em utensílios de metal, pois podem causar alterações no efeito e
sabor do chá devido a oxigenação. Prefira recipientes de barro, louça ou esmalte.
68
21 . MELHORAMENTO DO REBANHO
Produção
QUAL A MELHOR RAÇA LEITEIRA ? Isto depende da
Rusticidade
gosto do produtor
DESEMPENHO DAS RAÇAS LEITEIRAS SOB VÁRIOS PARÂMETROS
CARACTERÍSTICAS
HOLANDÊS JERSE PARDO SUÍÇO GIR
Y
7,5
6,0
8,0
7,0
Temperamento
3,0
4,5
4,5
8,0
Resistência sob condições
mínimas
5,5
8,5
7,0
9,5
Tolerância ao calor
5,5
3,5
7,0
3,0
Tolerância ao frio
7,5
7,0
6,0
3,0
Fertilidade
6,0
10,0
5,5
10,0
Facilidade de parto
6,5
6,5
6,5
6,5
Capacidade materna
10,0
9,0
9,5
3,0
Facilidade de ordenha
8,0
7,3
8,7
6,0
Eficiência alimentar
10,0
2,0
10,0
5,5
Crescimento pós-desmame
média
cedo
tarde
tarde
Puberdade
8,0
10,0
12,0
8,0
Nº de crias
3,5
5,0
4,0
4,5
Gordura do leite
6.353
3.854
5.113
2.870
Produção de leite ano
50.000
40.000
60.000
20.00
Produção leite/vida/litros
0
Fontes: Better Beet. Business e Associação Brasileira de Criadores
MELHORAMENTO DO REBANHO:
Prático, para fazer em sua propriedade:
PRIMEIRO PASSO  usar inseminação artificial;
SEGUNDO PASSO  criar bem as terneiras;
TERCEIRO PASSO  substituir as piores vacas.
DESCARTE DE ANIMAIS:
1. Vacas doentes;
2. Vacas com problemas de reprodução;
69
3. Vacas “duras”, nervosas, com mal formação de tetos;
4. Vacas velhas;
5. Vacas que não estão dando a produção desejada.
21. AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO CORPORAL
O que é avaliação da condição corporal ?
É uma forma de pontuar os animais conforme seu estado corporal,
reservas acumulados no corpo.
níveis de
Existem pelo menos 3 métodos.
Avaliação de :
1a9
0a5
1a5
Este último, canadense, parece ser o mais prático (fácil).
CICLO DA LACTAÇÃO
CURVA DE
LACTAÇÃO
DÉFICIT DE ENERGIA
0
30
60
90
120
150
CONSUMO
ALIMENTAR
180
210
240
270
DIAS
300
330
360
PESO VIVO
Este déficit ocorre devido as vacas desde o parto até 90 dias de lactação não
conseguirem ingerir o suficiente de nutrientes para suas necessidades de produção.
Quanto mais magra parir: maior será o déficit;
70
menor produção;
maiores problemas reprodutivos;
menor gordura;
maiores custos para recuperar condição corporal
(alimentação)
AVALIAÇÃO:
1 - Extremamente magro;
2 - Magro;
3 - Médio;
4 - Animal com boa deposição de gordura;
5 - Extremamente gordo.
C U R V A ID E A L
ESCORE
4
3
2
1
0
0
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
M ESES
PARIÇÃO
3,5 - 4,0
PICO
2,0 - 2,5
6 MESES
3,0
AO SECAR
3,5 - 4,0
CONDIÇÃO CORPORAL
MÍNIMA 2,0 MÁXIMA 4,0
71
Tratar o animal pela produção ?
OU
Tratar o animal pela condição corporal?
O CORRETO É:
Até 3 meses antes de secar tratar pela produção, a partir daí o produtor deve
avaliar o estado corporal, pois a partir deste período ele pode elevar a energia da dieta
(p. ex.: milho moído).
72
22. INSTALAÇÕES PARA GADO LEITEIRO
As instalações para gado
leiteiro devem:
 facilitar o trabalho da família;
 preservar a saúde dos animais;
 garantir a qualidade do leite;
 serem econômicas.
PRINCIPAIS COMPONENTES DAS INSTALAÇÕES PARA GADO LEITEIRO:
 local para criação das terneiras;
 local para limpeza do vasilhame para o leite;
 local para ordenha (sala de ordenha);
 local para armazenar o concentrado;
 local para fornecimento de volumosos (sala de alimentação ou “free stall”);
 local para o esterco (esterqueira líquida);
 local para picar a forragem e farmácia;
 local para fazer silagem;
 local para fornecer farinha de ossos calcinada + sal comum;
 local para os animais beberem água (bebedouro).
TIPOS DE ESTÁBULOS:
Existem dois tipos básicos de estábulos:
- o tipo em que cada vaca tem seu lugar (tradicional);
73
- o tipo em que as vacas ficam em uma mangueira e são
ordenhadas em rodízio (salas de ordenha).
ESTÁBULO TRADICIONAL:
- é possível controlar o consumo de volumoso e de concentrado de cada
animal;
- para um pequeno número de animais o trabalho fica mais fácil;
- as grandes produtoras de leite devem receber doses mais altas de
concentrado, tem mais tempo para comer.
SALAS DE ORDENHA:
- não precisa ter um local para cada vaca;
- pode aumentar o número de vacas até certo limite, sem necessidade de
aumentar o estábulo;
- os animais podem ficar comendo capim ou silagem na mangueira, onde
tem água, podendo entrar e sair livremente se assim se desejar;
- necessidade de menor investimento quando há um maior número de
vacas;
- facilidade de fornecimento do volumoso;
- local da ordenha permanece mais limpo.
74
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