ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONCESSIONÁRIAS DE RODOVIAS – ABCR MENSAGEM DO PRESIDENTE Um futuro sustentável para as concessões de infraestrutura ABRIL 2017 César Borges é presidente-executivo da ABCR As concessões de infraestrutura estão no foco das discussões e decisões políticas brasileiras. Recentemente, o Governo Federal promoveu o leilão de quatro aeroportos. Apenas neste certame, o governo deverá arrecadar, de imediato, R$ 1,87 bilhão, com a participação de grupos estrangeiros. Vale citar, é claro, o anúncio do Projeto Crescer, que prevê concessões de 55 projetos. Em São Paulo, tivemos também o leilão de rodovias do Centro-Oeste paulista. Vencido por um novo player de mercado, um fundo de investimento, o leilão recebeu sobre a primeira parcela de outorga uma oferta de quase R$ 1 bilhão. Essa movimentação é um sinal positivo para as concessões. Afinal, o Brasil precisa avançar na infraestrutura em um momento de forte recessão econômica. Precisamos de mais e melhores estradas, ferrovias, portos e aeroportos para eliminar os gargalos que ainda impedem o desenvolvimento e a geração de empregos no País. Sabemos que a infraestrutura nacional está muito aquém da realidade de outros países. Isso limita a competitividade da economia e restringe a integração nacional. Esta situação pode ser equilibrada com a consolidação de uma rede de autoestradas, malha asfaltada com pelo menos duas pistas de rolamento em cada sentido. Um sistema eficiente e planejado de rodovias reduz o tempo de percurso, a sinistralidade e o custo Brasil, principalmente o número de acidentes. Salva vidas, sem dúvidas. Os Estados Unidos, com extensão territorial e densidade populacional próximas às do Brasil, possuem cerca de 100 mil quilômetros de autoestradas. A malha brasileira equivalente corresponde a pouco mais de 14 mil quilômetros. Territorialmente, trata-se de cerca de 1,6 quilômetro por mil quilômetros quadrados de território. Isso é muito pouco. A China, por exemplo, tem cerca de 9 quilômetros por mil quilômetros quadrados de território. Na União Europeia, na mesma comparação, são 16 quilômetros. São Paulo é uma exceção dentro do Brasil no que diz respeito a uma rede moderna de autoestradas. O Estado conta com quase seis mil quilômetros (cerca de metade da rede nacional) que cobrem praticamente toda a sua área. Somente em 2016, São Paulo efetivou a construção de 200 quilômetros de autoestradas, todas elas concedidas à iniciativa privada, e estão previstas novas concessões em futuro próximo. Essa é uma bandeira que precisa ganhar corpo nacionalmente. Para se ter uma ideia, o Brasil gasta hoje 22 vezes menos em rodovia do que os Estados Unidos, apesar de depender mais do modal rodoviário para desenvolvimento da sua economia e mobilidade da população. Enfim, as autoestradas devem avançar no Brasil, sobretudo nas regiões centro-oeste, nordeste e norte. Para isso, é necessário que o poder público e a iniciativa privada atuem de forma conjunta, cada um a seu modo, somando os melhores esforços para garantir o futuro sustentável de todas as concessões de infraestrutura, notadamente a rodoviária. É hora de pensar programas federal e estaduais que mirem o longo prazo, que garantam o desenvolvimento de uma estrutura viária de ponta e atendam às necessidades de fluxo de bens e pessoas e do verdadeiro desenvolvimento nacional.