História LGBT na Rússia De Wikipedia, a encyclopedia livre

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História LGBT na Rússia
De Wikipedia, a encyclopedia livre
Tradução e adaptação: Sergio Viula
Uma organização pró-direitos LGBT realizou um
"Rainbow flash mob" no Dia Internacional contra a
Homofobia e a Transfobia, em São Petersburgo, 2009.
A história de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros na
Rússia e seus antecedentes (por exemplo, a União
Soviética, o Império Russo) tem sido grandemente
influenciada por tendências políticas e níveis de
liberalismo e tolerância dos governantes. Também tem
sido influenciada pela natureza historicamente repressora
da Igreja Ortodoxa Russa em relação à sexualidade.
A homossexualidade tem sido documentada na Rússia
durante séculos. O governo tenta impedir as práticas
homossexuais desde o século 18, com o Czar Pedro, o
Grande que proibiu as práticas homossexuais nas forças
armadas em 1716, como parte de uma tentativa de
modernizar o país. Em 1832, outras leis foram efetivadas,
criminalizando certos atos sexuais entre dois homens;
porém, uma subcultura LGBT se desenvolveu na Rússia
durante aquele século, com muitos Russos proeminentes
vivendo abertamente como homossexuais ou bissexuais.
Em 1917, a Revolução Russa viu a queda do governo
czarista, e a subsequente fundação do SFSR Russo , o
primeiro estado socialista, seguido pela fundação da União
Soviética depois do final da guerra civil em 1922. O novo
governo do Partido Comunista erradicou as velhas leis
referentes às relações sexuais, efetivamente legalizando a
atividade homossexual dentro da Rússia, apesar de
permanecer ilegal nos antigos territórios do Império
Russo. Sob a liderança de Lenin, pessoas assumidamente
gays puderam servir no governo. Em 1933, o governo
soviético, sobe a liderança de Joseph Stalin, recriminalizou a atividade homossexual, muito
provavelmente para aprimorar as relações estremecidas
com a Igreja Ortodoxa Russa, que considerava a
homossexualidade pecaminosa. Depois da morte de Stalin,
houve uma liberação de atitudes em relação aos assuntos
sexuais na União Soviética, mas os atos homossexuais
permaneceram ilegais. Contudo, a cultura homossexual
tornou-se cada vez mais visível, principalmente depois das
políticas da glasnost do governo de Mikhail Gorbachev no
final dos anos 1980.
Seguindo o colapso da União Soviética e a fundação da
Federação Russa em 1991, o Conselho da
Europa pressionou a nova administração a legalizar a
homossexualidade, levando o presidente Boris Yeltsin a
faze-lo em 1993. Porém, existem diversas restrições sobre
atividades relacionadas à homossexualidade.
Conteúdo
[hide]


1 Império Russo
o 1.1 Anarquistas & Cadetes
2 União Soviética
2.1 Direitos LGBT depois da Revolução: 1917–1933
o 2.2 História LGBT sob Stalin: 1933–1953
o 2.3 História LGBT pós-Stalin: 1953–1991
3 Federação Russa
o 3.1 História LGBT sob Yeltsin: 1991–1999
o 3.2 História LGBT sob Putin: 1999–presente
4 Referência
o
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
Império Russo [edit source | editbeta]
Czar Ivan IV, "o Terrível", foi acusado de manter relações
homossexuais por seus inimigos políticos.
Antes da política Czarista, a homossexualidade e o crossdressing (vestir-se com as roupas características do outro
sexo) eram punidos pelas autoridades religiosas ou
militares. Ivan o Terrível foi acusado de ser gay, numa
tentativa de desacredita-lo. Quando o Czar "Falso Dmitry
I" foi derrubado, seu corpo alquebrado foi arrastado pelas
ruas, amarrado pelas genitas, ao lado de seu suposto
namorado.[1]
Em 1716, o Czar Pedro, o Grande decretou uma lei
proibindo a homossexualidade masculina nas forças
armadas. A proibição da sodomia foi parte de um
movimento de reforma maior, concebido para modernizar
a Russia e de esforços para estender uma proibição
semelhante à população civil, que foi rejeitada até 1835.[1]
Em 1832, o Czar Nicolau I acrescentou o Artigo 995, que
tornava ilegal muzhelozhstvo. Ao mesmo tempo em que
isso poderia ter levado à proibição de todas as formas de
comportamento homossexual voluntário entre adultos, os
tribunais tenderam a limitar sua interpretação ao sexo anal
entre homens, assim tornando legais os atos privados de
sexo oral consensual entre homens. A lei não abordava
explicitamente a homossexualidade feminine ou o crossdressing, apesar de ambos os comportamentos serem
considerados igualmente imorais e poderem ser punidos
sob outras leis.[2] Pessoas condenadas sob o Artigo 995
deviam ser privadas de seus direitos e transferidas para a
Sibéria por quatro a cinco anos. Não se sabe quanos russos
foram sentenciados sob essa lei, apesar de haver um
numero de gays e bissexuais assumidos durante essa era,
como o conservador Nikolai Gogol[citation needed], e ritos
homossexuais serem populares entre alguns dissidentes
religiosos no extremo norte da Rússia.[3] O relativamente
grande número de artistas e intelectuais assumidamente
gays ou bissexuais continuou crescendo até o século
dezenove.
O autor e crítico Konstantin Leontiev era bissexual, e um
dos mais famosos casais do mundo literário russo do final
do século dezenove era o das lésbicas Anna
Yevreinova (advogada) e Maria Feodorova (autora).[citation
needed]
Outro notório casal lésbico russo era formado pela
autora Polyxena Soloviova e por Natalia
Manaseina.[4] Outros notáveis incluíam o poeta Alexei
Apukhtin, Peter Tchaikovsky, o autor conservador e editor
Príncipe Vladimir Meshchersky, Sergei Diaghilev, que
tinha um caaso com seu primo Dmitry Filosofov e, depois
do final do relacionamento, com Vaslav Nijinsky. O
romance de Mikhail Kuzmin chamado Wings (1906)
tornou-se uma das primeiras histórias de ‘saída do
armário’ a ter um final feliz e seus diários pessoais
revelam uma visão detalhada da subcultura gay,
envolvendo homens de todas as classes.
Enquanto havia um grau de tolerância governamental
estendido a certos artistas e intelectuais gays ou
bissexuais, especialmente se eles matinham relações
amigáveis com a família imperial, a generalizada opinião
pública, grandemente influenciada pela Igreja Ortodoxa
Oriental, era a de que a homossexualidade era um sinal e
corrupção, decadência e imoralidade. O romance do autor
russo Alexander Amfiteatrov intitulada People of the
1890s (1910), refletia esse preconceito através de dois
personagens gays, uma advogada lésbica masculina e um
poeta decadente gay.
A obra Ressurreição de Leo Tolstoy apresenta um artista
russo, condenado por fazer sexo com seus alunos, mas
com uma sentença leve, e um ativista russo pelos direitos
gays na Rússia Czarista.[2]
Esses retratos de homens e mulheres gays na literatura
sugerem que a tolerância seletiva do governo para com a
homossexualidade não era amplamente demonstrada pelo
povo russo e que não contava com qualquer endosso da
parte deste quanto aos direitos LGBT. Enquanto em outras
nações, mais notadamente na Alemanha, havia um
‘movimento pelos direitos gays’ muito ativo durante essa
era, o exemplo mais visível da homossexualidade russa,
excetuando a literatura, era o da prostituição.
A urbanização russa havia ajudado a fortalecer São.
Petersburgo e Moscou, ambas com grandes bordéis gays e
com muitos locais públicos onde homens gays podiam
vender e comprar serviços sexuais para/de outros
homens.[1] Ao mesmo tempo que certamente havia
prostituição lésbica, e alguns supostos casos lésbicos,
pouco foi dito publicamente, para bem ou para mal, sobre
mulheres lésbicas ou bissexuais.[1] O Grande Duque Sergei
Alexandrovich Romanov (o irmão mais jovem e tio,
respectivamente, do Imperadores Russos Alexandre
III e Niolau II) serviu como governador de Moscou de
1891–1905. Seus relacionamentos homossexuais era
famosos em Moscou.
Anarquistas & Cadetes[edit source | editbeta]
O anarquista Alexander Berkman suavizou o preconceito
contra a homossexualidade através de seu relacionamento
com Emma Goldman e seu tempo passado na cadeia, onde
ele aprendeu que a classe trabalhadora de homens podia
ser gay, desbancando a ideia de que a homossexualidade
era um sinal da classe alta ou exploração dos ricos ou
decadência.[5]
Um dos fundadores dos Cadetes, Vladimir Dmitrievich
Nabokov, havia escrito um trabalho de pesquisa sobre o
status legal da homossexualidade na Rússia, publicado por
um dos primeiros defensores dos direitos gays Dr. Magnus
Hirschfeld em Berlim.
União Soviética[edit source | editbeta]
Direitos LGBT depois da Revolução: 1917–1933[edit
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Sob a liderança de Lenin, a homossexualidade foi
descriminalizada na Rússia.
A Comunista Russa Inessa Armand endossou
publicamente tanto o feminismo quanto o amor livre, mas
nunca lideram diretamente com os direitos LGBT.[6] O
Partido Comunista Russo legalizou o divórcio sem
necessidade de justificativa, o aborto e a
homossexualidade, quando aboliram todo sistema de leis
czarista antigo e o código soviético inicial colocou essas
políticas sexuais liberais em seu lugar.[7] Durante esse
tempo, pessoas gays assumidas puderam servir no novo
governo soviético russo.[citation needed]
Todavia, a legalização das relações homossexuais privadas
e consensuais só se aplicava à Rússia. A
homossexualidade ou sodomia permaneceu criminalizada
no Azerbaijão (oficialmente criminalizada em 1923),
assim como nas Repúblicas Soviéticas da Ásia
Transcaucasiana e Central na década de 1920.[8] Leis
semelhantes foram efetivadas no Uzbequistão em 1926 e
no Turcomenistão no ano seguinte.[9] A criminalização da
homossexualidade durante esse tempo foi exclusiva das
nações da União Soviética associadas com o "atraso
cultural".
A União Soviética enviou delegados para o
alemão Instituto para Ciência Sexual, e para algumas
conferências internacionais sobre sexualidade humana,
que manifestaram apoio à legalização das relações
homossexuais consensuais entre adultos. Porém, na década
de 1930, junto com a crescente repressão aos dissidentes
políticos e às nacionalidade não-russas sob o governo de
Stalin, os temas LGBT enfrentaram censura
governamental, e uma política uniforme e mais dura por
toda a União Soviética. A homossexualidade foi
oficialmente rotulada como doença.[10] A posição oficial
poderia ser resumida no artigo da Grande Enciclopedia
Soviética de 1930 escrita pelo especialista médico
Sereisky:
A legislação soviética não reconhece os assim chamados
crimes contra a moralidade. Nossas leis procedem do
princípio de proteção da sociedade e, por isso, aplica
punição somente naqueles casos em que adolescentes e
meros de idade são objeto de interesse homossexual... ao
mesmo tempo que reconhece a incorreção do
desenvolvimento homossexual... nossa sociedade combina
medidas profiláxicas e outras terapias com todas as
condições necessárias para tornar indolores esses conflitos
que afligem os homossexuais tanto quanto possível e
resolver seu típico estranhamento da parte da sociedade na
coletividade
—Sereisky, Great Soviet Encyclopedia, 1930, p.
593
História LGBT sob Stalin: 1933–1953[edit
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Em 1933, o Article 121 foi acrescentado ao código
penal, por toda a União Soviética, proibindo
expressamente a homossexualidade masculina, com
pena de até cinco anos em regime fechado de trabalhos
forçados. A razão exata para a nova lei ainda é
discutível.
Alguns historiadores tem sugerido que a efetivação da
lei anti-gay por Joseph Stalin foi, assim como sua
proibição ao aborto, uma tentativa de aumentar a taxa
de natalidade russa e estabelecer um relacionamento
melhor com a socialmente conservadora Igreja
Ortodoxa Oriental. Alguns historiadores têm destacado
que foi durante esse tempo que a propaganda soviética
começou a representar a homossexualidade como um
sinal de fascismo, e que o Artigo 121 poderia ser uma
simples ferramenta política a ser usada contra os
dissidentes, a despeito de sua verdadeira orientação
sexual, e para solidificar a oposição russa ao Nazismo
alemão, que havia rompido seu tratado com a Rússia.[11]
Mais recentemente, uma terceira possível razão para a
lei anti-gay emergiu de documentos e transcrições
soviéticas não classificadas. Além dos medos expressos
a respeito de uma conspiração homossexual
contrarrevolucionária ou fascista, houve várias prisões
de homens russos acusados de serem pederastas.[12] Em
1933, 130 homens "foram acusados de serem
‘pederastas’ – homens adultos que mantêm relações
sexuais com meninos. Uma vez que não há registros de
homens tendo sexo com meninos naquele tempo, é
possível que esse termo tenha sido usado amplamente e
cruelmente para rotular a
homossexualidade."[12] Qualquer que seja a razão exata,
a homossexualidade permaneceu como crime até que
foi repelido em 1993.[12]
O governo soviético mesmo disse pouco publicamente
sobre a mudança na lei, e poucas pessoas parecem ter
tomado ciência de que ela existia. Em 1934, o
comunista britânico Harry Whyte escreveu uma longa
carta a Stalin condenando a lei, e suas motivações
preconceituosas. Ele sedimentou uma posição marxista
contra a opressão aos homossexuais, como uma minoria
sociedade, e comparou a homofobia ao racismo,
xenofobia e sexismo.[13] Ao mesmo tempo em que a
carta não foi formalmente respondida, o escritor cultural
soviético Maxim Gorky produziu um artigo, publicado,
tanto no Pravda quanto no Izvestia sob o título
"Humanismo Proletário", que parecia rejeitar os
argumento de Whyte ponto a ponto. Ele rejeitou a
noção de que os homossexuais fossem uma minoria, e
argumentou que a União Soviética precisava combatelos para proteger os jovens e enfrentar o fascismo.[14][15]
Alguns anos mais tarde, 1936, o Comissário de
Justiça Nikolai Krylenko declarou publicamente que a
lei anti-gay foi corretamente direcionada às velhas
classes dominantes, decadentes e estéreis, assim ligando
a homossexualidade a uma conspiração da direita, como
a aristocracia czarista e os fascistas alemães.[12]
História LGBT pós-Stalin: 1953–1991[edit
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Quando Stalin chegou ao poder, a homossexualidade
tornou-se um tópico impróprio para descrição, defesa
ou discussão pública. Homossexuais ou bissexuais
russos que quisessem uma posição dentro do Partido
Comunista deviam casar-se com alguém do sexo
oposto, a despeito de sua verdadeira orientação sexual.
Um exemplo notável foi o director de cinema
russo Sergei Eisenstein, que, a despeito de sua
homossexualidade, conseguiu sobreviver levando uma
vida dupla, tendo casos com homens enquanto casado
com uma mulher, produzindo filmes que eram
politicamente agradáveis a Stalin.
Depois que Stalin morreu em 1953, ele foi substituído
por Nikita Khrushchev, que continunou a liberalizar as
leis da era Stalin sobre casamento, divórcio e aborto,
mas a lei anti-gay permanceu. O governo de Khruschev
acreditava que sem uma lei contra a homossexualidade,
o sexo entre homens que ocorria no ambiente da prisão
se espalharia entre a população em geral, à medida que
eles libertassem os prisioneiros da era Stalin. Enquanto
o governo de Stalin confundia a homossexualidade com
a pedofilia, o governo de Khrushchev confundia
homossexualidade com atos sexuais esporádicos, às
vezes forçados, entre prisioneiros masculinos.[16]
Em 1958, o Ministério do Interior enviou um
memorando secreto para reforçar a lei, ordenando que a
lei anti-gay fosse reforçada. Todavia, no final da década
de 1950 e início da década de 1960, Aline Mosby, uma
reporter estrangeira na Rússia naquela época, atribuiu a
atitude mais liberal do governo Khrushchev ao fato de
que ela via alguns casais gays em público e que não era
incomum ver homens esperando do lado de fora de
certos teatros em busca de encontros com os homens do
elenco.[17]
Apesar desses raros exemplos, milhares de pessoas
foram aprisionadas por causa da homossexualidade e a
censura do governo contra a homossexualidade e os
direitos gays não começou a relaxar vagarosamente até
o início da década de 1970, permitindo alguns breves
pronunciamentos. Kozlovsky teve permissão para
incluir um breve monólogo interior sobre
homossexualidade no Moscou até o Fim da
Linha (1973). Talvez o primeiro endosso public dos
direitos gays desde Stalin foi uma breve declaração,
crítica do Artigo 121 e requerendo sua derrubada, feita
no Compêndio de Leis Criminais Soviéticas (1973).[11]
Essas referências foram caracterizadas como sendo
breves declarações num romance ou compêndio e foram
feitas por heterossexuais. Vicktor Sosnora teve
permissão para escrever sobre ter visto um ator gay
idoso ser brutalmente assassinado num bar do
Leningrado em The Flying Dutchman (1979), mas o
livro foi só teve autorização para ser publicado na
Alemanha Oriental. Quando o autor era gay e, em
particular, se ele fosse visto apoiando os direitos gays,
os censores tendiam a ser muito mais severos.
O autor gay russo Yevgeny Kharitonov fez circular
ilegalmente algumas ficções antes de morrer de falêncai
cardíaca em 1981. O escritor Gennady Trifonov passou
quatro anos em regime de serviço forçado por divulgar
seus poemas gays e, quando libertado, obteve permissão
para escrever e publicar sob a condição de que ele
evitasse retratar ou fazer qualquer referência à
homossexualidade.[18]
Em 1984, um grupo de gays russos se reuniu e tentou
formar uma organização oficial pela defesa dos direitos
gays, que foi fechada pela KGB. Foi somente no
período da Glasnost que discussões públicas sobre a relegalização das relações homossexuais consensuais e
privadas entre adultos foram permitidas.
Em 1989–1990, uma organização pelos direitos gays
em Moscou dirigida por Yevgeniya
Debryanskaya obteve permissão para existir, com
permissão dada por Roman Kalinin para publicar um
jornal gay, o "Tema".[19]
Federação Russa[edit source | editbeta]
História LGBT sob Yeltsin: 1991–1999[edit
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Em 1993, o Presidente Boris Yeltsin assinou uma lei
re-legalizando os atos homossexuais na Rússia.
Em 27 de maio de 1993, os atos homossexuais
consensuais entre homens foram
legalizados.[20] Todavia, relatos têm dado conta de que
até 13 de agosto de 1993, "nem todas as pessoas
cumprindo pena sob a velha legislação foram libertadas
da prisão", e tem havido “casos de homossexuais sendo
re-sentenceados e mantidos na cadeia, casos de
homossexuais aprisionados que não podem ser
localizados e arquivos desaparecidos ".[21] A reforma foi
amplamente o resultado da pressão por parte
do Councílo da Europa.[20] Enquanto o Presidente Boris
Yeltsin assinava a lei em 29 de abril de 1993,[20] nem
ele nem o parlamento tinham qualquer interesse na
legislação pelos direitos LGBT. [1]
Nenhum russo assumidamente LGBT foi eleito para o
parlamento.[citation needed] A Russia Unida, o Partido
Comunista da Federação Russa, o Partido Democrático
Liberal da Rússianited Russia, e o Uma Rússia Justa são
os quatro maiores partidos da Rússia e eles tendem a
ignorar os temas relacionados aos direitos LGBT ou a
endossar uma postura socialmente conservadora em
oposição aos mesmos.[citation needed] Uma postura
semelhante tende a ser tomada nos partidos
menores.[citation needed] Os conservadores Patriotas da
Rússia e o Causa da Direita expressamente se opõem
aos direitos LGBT, enquanto o liberal Yabloko apoia a
plataforma dos direitos humanos, ele geralmente evita
tomar um posicionamento público em relação aos
direitos LGBT.[citation needed]
Em 1996, uma organização russa chamada "Triângulo"
foi formada, com várias publicações novas com
temática LGBT e organizações locais surgindo à luz da
queda da União Soviética.[1] Todavia, como aconteceu
com os grupos que surgiram durante 1989–1990, muitas
dessas organizações, incluindo o "Triângulo", fecharam
devido à falta de financiamento e em função do assédio
legal e social que sofreram.[1]
História LGBT sob Putin: 1999–presente[edit
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Em 1999, a homossexualidade foi formalmente
removida da lista de desordens mentais na Rússia
(devido ao endosso do CID-10, que removeu a
homossexualidade em 1990).
Em 2002, Gennady Raikov, que havia dirigido um
grupo conservador pró-governo no Duma russo, sugeriu
que os atos homossexuais fossem tornados ilegais. A
proposta dele fracassou em gerar votos suficientes, mas
a sugestão gerou apoio publico da parte de muitos
líderes religiosos conservadores e médicos.[1]
Em 2003, um novo estatuto sobre a expertise militar e
médica foi adotado (1 de julho de 2003); ele continha
«uma cláusula de “desvios de identificação de gênero e
preferências sexuais” entre as razões para a inaptidão
para o serviço militar <...> essa cláusula irritou os
proponentes dos direitos iguais para pessoas de
diferentes orientações sexuais <...> [enquanto] outra
cláusula dizia que diferentes orientações sexuais não
deveriam ser consideradas um desvio.»[22] Finalmente,
Valery Kulikov, o Major-General do Serviço Médico,
anunciou:
“ O novo estatuto sobre expertise militar e médica
de 1 de julho de 2003 não proíbe que pessoas de
orientação sexual não-padrão sirvam no
militarismo.... A questão da homossexualidade
de uma pessoa não é tema médico. Não há
diagnóstico de homossexualidade na medicina.
Não já tal doença na classificação da
Organização Mundial de Saúde. O novo estatuto
sobre expertise militar e médica segue as práticas
legais internacionalmente. Portanto, razões para
avaliar a habilidade de servir quanto aos
homossexuais são as mesmas: saúde física e
mental.[22]
”
“ Pessoas de orientação sexual não-padrão podem
ter problemas quando estão no Exército, e
portanto não deveriam revelar suas preferências
sexuais, disse Valery Kulikov. "Outros soldados
”
não vão gostar disso, e eles podem ser
espancados."»[22]
Em maio de 2005, o Projeto de Direitos Humanos
LGBT Gayrussia.ru foi fundado por Nikolai
Alekseev para combater discriminações com base em
orientação sexual e conscientizar para as questões
LGBT na Rússia. Em julho de 2005, Nikolai Alekseev
lançou o Moscow Pride, uma iniciativa que tem sido
levada a efeito todo ano desde maio de 2006. Desde
junho de 2009, o Projeto de Direitos Humanos LGBT
Gayrussia.ru passou a ser uma organização
transnacional promovendo os Direitos LGBT na Rússia
e Bielorrússia.
Em 2006, Grande Mufti Talgat Tadzhuddin foi citado
como tendo dito o seguinte sobre os participantes
do Moscow Pride: "Se eles sairem à ruas de qualquer
modo serão açoitados. Qualquer pessoa normal faria
isso – muçulmanos e cristãos ortodoxos,
igualmente.[23] Comentários semelhantes foram feito
por um dos Rabinos Chefes, Berl Lazar, que se juntou
a Tadzhuddin na condenação à marcha, dizendo que
“seria um ataque à moralidade” ".[24]
A Rede LGBT Russa foi fundada em maio de 2006.
Desde julho de 2009, essa foi a primeira e
única Organização LGBT inter-regional da Russia.
No final de abril e começo de março de 2006,
manifestantes bloquearam alguns clubes gays populares
em Moscou. Depois de reclamações iniciais de que a
polícia havia fracassado em intervir, bloqueios
posteriores foram respondidos com detenção.[25]
Em maio de 2006, um fórum de direitos gays foi
conduzido em Moscou. Uma marcha que seguiria o
evento foi proibida pela maior decisão emitida pelas
cortes. Alguns ativistas, liderados por Nikolai Alekseev
tentaram marchar apesar da proibição e tentaram
colocar flores sob o Túmulo do Soldado Desconhecido.
Essa marcha é conhecida como o primeiro Moscow
Pride. Esse atoe a presença de ativistas não-russos
provocou reação nacionalista em adição à condenação
religiosa contra a homossexualidade, resultando tanto
na presença de neo-nazistas e de manifestantes
ortodoxos ameçando os ativistas gays. Manifestantes
contra a marcha bateram nos participantes, e cerca de
50 participantes da marcha e 20 opositores foram presos
quando a polícia de choque entrou para acabar com o
conflito.[26] O documentário Moscow Pride
'06 apresenta os eventos que aconteceram entre 25 e 27
de maio de 2006 em Moscou. Ele contém um
testemunho vívido da primeira tentativa de realizar uma
parada gay na Rússia bem como o festival organizado
em torno dela."
"Com respeito ao que dizem os chefes regionais, eu
normalmente tento não comentar. Eu não acho que
seja problema meu. Minha relação com as paradas
gays e as minorias sexuais em geral é simples – ela
está ligada às minhas obrigações oficiais e ao fato de
que um dos principais problemas do país é
demográfico. Mas eu respeito e continuarei
respeitando a liberdade pessoas em todas as suas
formas, em todas as suas manifestações."
Presidente Vladimir Putin, quando questionado sobre
a proibição contra a Parada Gay de Moscou, 1 de
fevereiro de 2007.[27][28]
Em 27 de maio, a Parada LGBT de Moscou (Moscow
Pride) que havia sido proibida de novo pelo ex-prefeito
de Moscou Yuri Luzhkov, que a havia chamado de
"satânica",[29] foi realizada em Moscou de novo e pelo
segundo ano degenerou em confrontos violentos com
opositores. Pela segunda vez, a polícia fracassou em
proteger os ativistas dos direitos gay. O congressista
italiano Marco Cappato foi chutado por um ativista antigay e depois detido quando exigia proteção policial. O
veterano defensor dos direitos gays, o britânico Peter
Tatchell, e o líder gay russo Nikolai Alekseev também
foram presos.[30][31] A marcha foi documentada no filme
de 2008 East/West - Sex & Politics.[32]
On 1 June 2008, Moscow Pride again attempted to hold
a gay parade. Some 13 Orthodox opposers were held by
police for violent actions against protesters.
Em fevereiro de 2009, no final de uma conferência de
imprensa em Moscou, a Rede LGBT Russa e o Moscow
Helsinki Group publicaram um artigo entitulado «A
situação para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros
na Federação Russa ».[33][34] Esse foi o primeiro estudo
complexo da situação legal das pessoas LGBT na
história da Rússia. O documento de 100 páginas contém
a análise das leis russas relevantes e também reúne e
apresenta exemplos específicos de infração de direitos e
discriminação.
Nikolai Alekseev no Festival Eslavo do Orgulho LGBT
em 16 de maio de 2009. Dois políciais do choque
detiveram Nikolai Alekseev e seu parceiro, uma ativista
transgênero da Bielorrúsia.
Em 8 de maio de 2009, o Duma russo rejeitou a lei que
criminalizava a “propaganda” gay na Rússia (com
apenas 90 votos a favor, quando 226 era o mínimo
requerido). Esse projeto de lei foi iniciado em 2007 por
um membro do Partido Rússia Justa que sugeria
destituir daqueles que “abertamente demonstrassem um
estilo homossexual de vida e uma orientação
homossexual” o direito de assumir postos em
estabelecimentos educacionais ou no exército por um
período de 2 a 5 anos.[35] De acordo com o Interfax, os
parlamentares decidiram que a “propaganda” gay não
era perigosa para a sociedade e, portanto, não podia ser
punida pelo código penal.[36] Nikolai Alekseev,
organizador-chefe do Moscow Pride, comentou que
com a reijação a essa lei pelo parlamento, seria possível
que a Corte Constitucional da Rússia acatasse o pedido
deles para cancelar uma lei similar que havia sido
efetivada na Região do Ryazan .[35]
Em 16 de maio de 2009, o Pride Moscow agendado
para coincidir com a hospedagem da final do Concuso
Musical Eurovision de 2009 foi interrompido pela
polícia, com todos os 30 participantes – incluindo o o
ativista de direitos humanos britânico Peter Tatchell –
presos.[37][38]
Em 17 de maio de 2009, em função do Dia
Internacional Contra a Homofobia, a Rede LGBT Russa
organizou o «Rainbow flash mob» em São Petersburgo.
Esse evento reuniu 100 a 250 pessoas, de acordo com
diferentes estimativas, e os organizadores consideraram
esta a maior ação de larga escala em toda a história da
Rússia dedicada ao problema dos Direito LGBT
.[39][40][41][42][43] Além disso, a ação em escala menor
aconteceu em mais de 30 cidades da Rússia.
Uma tentativa de obter uma Pride House durante
as Olímpiadas de Inverno de 2014 foi derrubada pelo
Ministério da Justiça, que recusou-se a aprovar o
registro da ONG para organizar o Pride House. A
proibição foi mantida pelo Juiz Krasnodar
Krai na Svetlana Mordovina sobre a base de que o Pride
House incita “propaganda de orientação sexual nãotradicional, o que poderia minar a segurança da
sociedade russa e do estado, e provocar ódio socialreligioso, o que é típico da característica extremista da
atividade ".[44] Human Rights Watch destacou o
problema com as novas leis russas sobre a
homossexualidade e convocou o Comitê Olímpico
Internacional (COI) a considerar a segurança de
quaisquer competidores LGBT. O grupo americano e
russo pelos direitos gays RUSA LGBT contatou o COI
a respeito dessa preocupação, e iniciou uma petição
solicitando que os patrocinadores Coca-Cola, Visa
Inc., Panasonic, Samsung, e Procter &
Gamble boicotem os jogos devido ao posicionamento
do governo russo com relação à
homossexualidade.[45] Entre os clamores dos defensores
LGBT para que os países boicotem as Olimpiadas, o
COI declarou em agosto de 2013 que “havia recebido
garantias do mais alto governo na Rússia de que a
legislação não afetará aqueles que assistirem ou
participarem dos Jogos ";[46] isso foi contradito numa
declaração três dias depois pelo Ministro do Interior da
Russia, que declarou que as leis anti-propaganda
continuariam vigorando em Sochi, onde serão
realizados os Jogos.[47] O COI também confirmou que
reforçaria a Regra 50 do Contrato Olímpico, que proibe
protesto político, contra atletas que manifestassem
apoio à comunidade LGBT.[48]
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