Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH r CURSO ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM P/ EBSERH AULA Nº 12– ENSINO AO PACIENTE COM VISTAS AO AUTOCUIDADO: PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE Equipe Professor Rômulo Passos | 2015 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 1 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Olá, futura (o) concursada (o)! Chegamos a mais uma aula do Curso Específico de Enfermagem para EBSERH. Nesta aula, exploraremos os conteúdos referentes ao Ensino ao paciente com vistas ao autocuidado: promoção e prevenção da saúde. Não deixe a sua APROVAÇÃO escapar por detalhes, resolva as questões do site www.questoesnasaude.com.br, veja os comentários de nossos professores e deixe os seus comentários também. Vamos interagir! Boa aula a todos! Profº. Rômulo Passos Profª. Raiane Bezerra Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 2 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Ensino ao paciente com vistas ao autocuidado: promoção e prevenção da saúde. Os programas de autocuidado frequentemente utilizam condutas multifacetadas, incluindo o ensino didático, sessões de grupo, planos de aprendizado individual e recursos baseados na Internet. Ao planejar a conduta para o autocuidado, é importante que a enfermeira considere o conhecimento, experiência, bases social e cultural, nível de educação formal e o estado psicológico de cada paciente. A preparação do autocuidado também deve abranger o curso do período de recuperação, devendo ser monitorada e atualizada regularmente quando os aspectos do autocuidado são dominados pelo paciente. A preparação para o autocuidado também é altamente relevante para os cuidadores informais do paciente na reabilitação. Quando um paciente recebe alta do cuidado agudo ou de uma instituição de reabilitação, os cuidadores informais, em regra os familiares, frequentemente assumem o cuidado e o suporte do paciente. Embora as tarefas de cuidado mais óbvias envolvam o cuidado físico (p. ex., higiene pessoal, vestir-se e arrumar-se), outros elementos do papel de cuidador incluem o suporte psicossocial e um compromisso com esse papel de suporte. Dessa maneira, é necessário avaliar o sistema de suporte do paciente (família, amigos) antes da alta. As atitudes da família e dos amigos em relação ao paciente, sua incapacidade e retorno para casa são importantes na elaboração de uma transição bemsucedida para casa. Nem todas as famílias podem realizar os programas árduos de exercício, fisioterapia e cuidados pessoais que o paciente pode precisar. Elas podem não ter os recursos nem a estabilidade para cuidar de familiares com uma incapacidade grave. As tensões físicas, emocionais, econômicas e de energia de uma condição incapacitante podem desestabilizar mesmo uma família estável. Os membros da equipe de reabilitação não devem julgar a família, mas, em vez disso, prover as intervenções de suporte que ajudam a família a atingir seu maior nível de função. O cuidado domiciliar a saúde é uma prática que remonta a própria existência das famílias como unidade de organização social. Inúmeras situações de dependência cronicamente assumidas pelas famílias sequer foram, ainda, incluídas nas iniciativas de atenção domiciliar organizadas pelo sistema de saúde. O objeto “atenção domiciliar”, Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 3 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH portanto, diz respeito apenas a uma parte das práticas de cuidado domiciliar, particularmente as que implicam uma convivência entre profissionais de saúde e cuidadores familiares (MEHRY; FEUERWERKER, 2008). Dessa forma, a atenção domiciliar surge como alternativa ao cuidado hospitalar, provocando a possibilidade de retomar o domicílio como espaço para produção de cuidado e despontando como um “dispositivo para a produção de desinstitucionalização do cuidado e novos arranjos tecnológicos do trabalho em saúde” e trazendo grande potencial de inovação (MEHRY; FEUERWERKER, 2008). Na atenção domiciliar, a equipe deve respeitar o espaço da familiar, ser capaz de preservar os laços afetivos das pessoas e fortalecer a autoestima, ajudando a construir ambientes mais favoráveis à recuperação da saúde. Essa assistência prestada no ambiente privado das relações sociais contribui para a humanização da atenção à saúde por envolver as pessoas no processo de cuidado, potencializando a participação ativa do sujeito no processo saúde-doença. Os familiares precisam saber o máximo possível sobre a condição e cuidado do paciente, de tal modo que eles não temam o retorno do paciente para casa. A enfermeira desenvolve métodos para ajudar o paciente e a família a lidar com os problemas que possam surgir. Na atenção domiciliar, a equipe deve respeitar o espaço da familiar, ser capaz de preservar os laços afetivos das pessoas e fortalecer a autoestima, ajudando a construir ambientes mais favoráveis à recuperação da saúde. Essa assistência prestada no ambiente privado das relações sociais contribui para a humanização da atenção à saúde por envolver as pessoas no processo de cuidado, potencializando a participação ativa do sujeito no processo saúde-doença. Uma enfermeira de cuidados domiciliares pode visitar o paciente no hospital, entrevistá-lo e à família, e rever a folha de Atividade de Vida Diária (AVD) para aprender quais atividades o paciente pode executar. Isso ajuda a garantir que a continuidade do cuidado seja provida e que o paciente não regresse, mas, em vez disso, mantenha a independência obtida enquanto no ambiente hospitalar ou de reabilitação. A família pode precisar comprar, obter emprestado ou improvisar o equipamento necessário, como grades de segurança, um assento sanitário elevado ou cadeira Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 4 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH higiênica, ou um banco de banheira. Pode haver necessidade de construir rampas ou alargar os vãos de porta para possibilitar o pleno acesso. Os familiares são ensinados a usar o equipamento e recebem uma cópia do folheto de instruções do fabricante sobre o equipamento, os nomes das pessoas a acessar, as listas de suprimentos relacionados com o equipamento e onde eles podem ser obtidos. Um resumo por escrito do plano de cuidado é incluído no ensino da família. O paciente e os familiares são lembrados sobre a importância da triagem de saúde rotineira e as outras estratégias de promoção da saúde. Uma rede de serviços de suporte e sistemas de comunicação pode ser necessária para aumentar a oportunidade para viver de modo independente. A enfermeira usa as habilidades administrativas e de colaboração para coordenar essas atividades e unir a rede de cuidados. A enfermeira também fornece os cuidados habilitados, inicia as referências adicionais, quando indicado, e serve como uma defensora e conselheira do paciente quando são encontrados obstáculos. A enfermeira continua a reforçar o ensino prévio e ajuda o paciente a estabelecer e atingir as metas programadas. O grau em que o paciente se adapta ao ambiente de casa e da comunidade depende da confiança e autoestima desenvolvidas durante o processo de reabilitação e assentadas sobre a aceitação, suporte e reações dos familiares, empregadores e membros da comunidade. Existe uma tendência crescente de as pessoas com incapacidade grave viverem independentes, quer sozinhas, quer em grupos que compartilham os recursos. A preparação para a vida independente deve incluir o treinamento no gerenciamento de uma residência e trabalhar com atendentes de cuidados pessoais, bem como o treinamento na mobilidade. A meta reside na integração na comunidade — viver e trabalhar na comunidade com alojamento, emprego, prédios públicos, transporte e recreação acessíveis. Gerir o cuidado e prover ou disponibilizar tecnologias de Saúde de acordo com as necessidades de cada pessoa ao longo da vida, visando ao seu bem-estar, segurança e autonomia para seguir com uma vida produtiva e feliz. A gestão do cuidado em saúde apresenta diversas dimensões interdependentes, que operam com logicas diferentes e dependentes da ação ou do protagonismo de múltiplos atores (CECILIO, 2009). Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 5 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH A promoção da saúde pode ser definida como aquelas atividades que ajudam as pessoas a desenvolver recursos que mantêm ou aumentam o bem-estar e a melhorar a qualidade de suas vidas. Essas atividades envolvem os esforços das pessoas para permanecer saudáveis na ausência de sintomas e não requerer a assistência de um membro da equipe de saúde. A finalidade da promoção da saúde consiste em focalizar-se no potencial da pessoa para obter bem-estar e incentivar as alterações apropriadas nos hábitos pessoais, estilo de vida e ambiente, de modo a reduzir os riscos e aumentar a saúde e o bem-estar. A promoção da saúde é um processo ativo; isto é, não é alguma coisa que possa ser prescrita ou ditada. Cabe a cada pessoa decidir se faz as alterações para promover um nível mais elevado de bem-estar. Apenas o indivíduo pode empreender essas escolhas. O conceito de promoção da saúde evoluiu por causa da mudança na definição de saúde e uma consciência de que existe o bem-estar em muitos níveis de funcionamento. A saúde é visualizada como uma condição dinâmica, sempre em mudança, que capacita as pessoas a funcionar em um potencial ótimo em determinado momento. O estado de saúde ideal é aquele em que as pessoas são bem-sucedidas para atingir seu potencial pleno, independentemente de quaisquer limitações que elas possam ter. Hoje em dia, há uma ênfase crescente sobre a saúde, promoção da saúde, bemestar e autocuidado. A saúde é visualizada como decorrente de um estilo de vida orientado para o bem-estar. O resultado foi a evolução de uma grande gama de estratégias de promoção da saúde, incluindo a triagem multifásica, testes genéticos, monitoramento da saúde por toda a vida, programas de saúde ambiental e mental, redução de risco, nutrição e educação em saúde. Um crescente interesse nas habilidades de autocuidado reflete-se no grande número de publicações relacionadas com a saúde, conferências e seminários destinados ao público leigo. As pessoas estão se informando cada vez mais sobre sua saúde e demonstram maior interesse e responsabilidade por ela e pelo bem-estar. Programas sistematizados de educação sobre autocuidado enfatizam a promoção da saúde, prevenção de doença, controle da doença, autocuidado e o uso criterioso do sistema de saúde. Além disso, inúmeros endereços eletrônicos na rede e grupos de chat promovem o compartilhamento Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 6 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH de experiências e informações a respeito do autocuidado com outros que apresentam patologias, doenças crônicas ou condições incapacitantes similares. Os profissionais de saúde estão empreendendo esforços especiais para alcançar e motivar os membros de diversos grupos culturais e socioeconômicos sobre o estilo de vida e práticas saudáveis. Estresse, dieta não saudável, falta de exercícios, tabagismo, uso de drogas ilícitas, comportamentos de alto risco (incluindo as práticas sexuais de risco) e a higiene deficiente são, sem exceção, comportamentos de estilo de vida conhecidos por afetar negativamente a saúde. Os profissionais de saúde preocupam-se em estimular a adoção de comportamento que promova a saúde. A meta é motivar as pessoas a melhorar o modo como elas vivem, modificar os comportamentos de risco e adotar comportamentos saudáveis. O ensino sobre saúde e a promoção da saúde estão ligados por uma meta comum — incentivar as pessoas a alcançar o mais alto nível possível de bem-estar, de tal modo que elas possam desfrutar a vida de modo o mais saudável possível e evitar doenças. O apelo à promoção da saúde tornou-se um marco na política de saúde por causa da necessidade de controlar os custos e reduzir a doença e morte desnecessárias. As metas de saúde para a nação foram estabelecidas na publicação Healthy People 2000. As prioridades a partir dessa iniciativa foram identificadas como promoção da saúde, proteção da saúde e o uso de serviços preventivos. O Healthy People 2010 define a atual iniciativa nacional de promoção da saúde e prevenção da doença para a nação. As duas metas essenciais contidas nesse documento são (1) aumentar a qualidade e os anos de vida saudável para as pessoas e (2) eliminar as disparidades de saúde entre os vários segmentos da população (U.S. Public Health Service, 2005). Modelos de Promoção da Saúde Diversos modelos de promoção da saúde identificam os comportamentos de proteção da saúde e procuram explicar o que as pessoas fazem para se engajar nos comportamentos preventivos. Um comportamento de proteção da saúde é definido como qualquer comportamento realizado por pessoas, independentemente de suas condições de saúde reais ou percebidas, com a finalidade de promover ou manter a saúde, quer o comportamento produza ou não o resultado desejado (Keleher, Mac Dougall & Murphy, 2007). O Modelo de Crença de Saúde foi idealizado para Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 7 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH fomentar a compreensão do porquê de algumas pessoas saudáveis escolherem ações para evitar a doença, enquanto outras pessoas não fazem tal opção. Já o Modelo de Recurso do Comportamento de Saúde Preventivo aborda as maneiras pelas quais as pessoas usam os recursos para promover a saúde (Keleher et al., 2007). As enfermeiras educadoras podem usar esse modelo para avaliar como as variáveis demográficas, os comportamentos de saúde e os recursos sociais e de saúde influenciam a promoção da saúde. O Modelo de Crença em Saúde, desenvolvido por Becker et al. (1974), baseiase na premissa que quatro variáveis influenciam a seleção e o uso dos comportamentos de promoção da saúde. Os fatores demográficos e da doença, a primeira variável, incluem as características do paciente, como idade, sexo, educação, emprego, gravidade da doença ou incapacidade e duração da doença. As barreiras, a segunda variável, são definidas como fatores que levam à indisponibilidade ou à dificuldade de ter acesso a uma alternativa da promoção da saúde específica. Os recursos, a terceira variável, englobam certos fatores, como o suporte financeiro e social. Os fatores perceptuais, a quarta variável, consiste em como a pessoa visualiza seu estado de saúde, auto eficácia e as demandas percebidas da doença. Becker et al. demonstraram que essas quatro variáveis têm uma correlação positiva com a qualidade de vida de uma pessoa. O modelo de promoção da saúde descrito por Pender, Murdaugh e Parsons (2006) baseia-se na teoria de aprendizado social e enfatiza a importância dos fatores motivacionais ao adquirir e sustentar os comportamentos de promoção da saúde. Esse modelo explora como os fatores cognitivo-perceptuais afetam a visão da pessoa em relação à importância da saúde. Ele também examina o controle percebido da saúde, auto eficácia, estado de saúde e os benefícios e as barreiras para os comportamentos de promoção da saúde. O Modelo de Mudança Transteórico, também conhecido como os estágios do modelo de mudança, é uma estrutura centrada na motivação de uma pessoa para tomar decisões que promovam a mudança de comportamento saudável (Miller, 2009; DiClemente, 2007). A pesquisa indica que as pessoas que procuram assistência a partir de profissionais ou de grupos de autoajuda progridem através desses estágios de mudança (Kim, 2007). Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 8 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Qualquer um dos modelos pode servir como uma estrutura de organização para a pesquisa e o trabalho clínico que sustentam a melhora de saúde. A pesquisa e outras literaturas que sustentam as estruturas e os conceitos de promoção da saúde aumentam a compreensão da enfermeira sobre os comportamentos de promoção da saúde das famílias e comunidades (Betz, 2007; Chen, Shiao & Gau, 2007; Rowley, Dixon & Palk, 2007; Seals, 2007). Componentes da Promoção da Saúde Existem vários componentes da promoção da saúde como um processo ativo: autorresponsabilidade, consciência nutricional, redução e controle do estresse e atividade física. Autorresponsabilidade Assumir a responsabilidade por alguém é básico para a promoção da saúde bemsucedida. O conceito da autorresponsabilidade é baseado na compreensão de que o indivíduo controla sua vida. Cada pessoa isoladamente deve fazer as escolhas que determinam quão saudável é seu estilo de vida. À medida que mais pessoas reconhecem que o estilo de vida e o comportamento afetam de maneira significativa a saúde, elas podem assumir a responsabilidade de evitar comportamentos de alto risco, como o tabagismo, abuso de álcool e drogas, alimentação excessiva, dirigir enquanto intoxicado, práticas sexuais de risco e outros hábitos não saudáveis. Elas também podem assumir a responsabilidade por adotar rotinas que mostraram ter uma influência positiva sobre a saúde, como engajar-se em práticas de exercícios regulares, usar cintos de segurança e ingerir uma dieta saudável. Diversas técnicas têm sido empregadas para incentivar as pessoas a aceitar a responsabilidade por sua saúde, variando desde programas educacionais extensos até sistemas de recompensa. Demonstrou-se que nenhuma técnica é superior a outra. Em lugar disso, a autorresponsabilidade pela promoção da saúde é individualizada e depende dos desejos e das motivações internas de uma pessoa. Os programas de promoção da saúde são instrumentos importantes para incentivar as pessoas a assumir a responsabilidade por sua saúde e para desenvolver os comportamentos que melhoram a saúde. Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 9 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Consciência Nutricional A consciência nutricional envolve a compreensão da importância de uma dieta saudável que supre a totalidade dos nutrientes essenciais. Compreender a relação entre a dieta e a doença é uma faceta importante do autocuidado de uma pessoa. Alguns especialistas acreditam que uma dieta saudável é aquela que substitui os alimentos processados e refinados por alimentos “naturais” e reduz a ingestão de açúcar, sal, gordura, colesterol, cafeína, álcool, aditivos e conservantes alimentares. Redução e Controle do Estresse O controle do estresse e a redução do estresse são aspectos importantes da promoção da saúde. Estudos demonstraram os efeitos negativos do estresse sobre a saúde e a relação de causa e efeito sobre o estresse e as doenças infecciosas, lesões traumáticas (p. ex., acidentes automobilísticos) e algumas doenças crônicas. O estresse torna-se inevitável nas sociedades contemporâneas, nas quais as demandas por produtividade tornaram-se excessivas. Mais e mais ênfase é colocada sobre incentivar as pessoas a gerenciar adequadamente o estresse e para reduzir as pressões que são contraproducentes. Técnicas como relaxamento, exercício e modificação de situações estressantes são frequentemente incluídas em programas de promoção da saúde que lidam com o estresse. Atividade Física A atividade física é outro componente importante da promoção da saúde. Os especialistas e os pesquisadores (Perry, Rosenfeld, Bennett, et al., 2007; Chao, Lian, Yu, et al., 2007), que examinaram a relação entre a saúde e a atividade física, mostraram que um programa de exercício regular pode promover a saúde das seguintes maneiras: • Melhorando a função do sistema circulatório e dos pulmões. • Diminuindo os níveis de colesterol e de lipoproteína de baixa densidade. • Diminuindo o peso corporal ao aumentar o gasto calórico. • Retardando as alterações degenerativas, como a osteoporose. • Melhorando a flexibilidade e a força e a resistência musculares globais. Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 10 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Um programa de exercício apropriado pode ter um efeito positivo sobre a capacidade de desempenho, aparência e nível de estresse e fadiga de uma pessoa, bem como seu estado geral de saúde física, mental e emocional. Um programa de exercício deve ser especificamente idealizado para determinada pessoa, sendo dada consideração para a idade, condição física e quaisquer fatores de risco cardiovascular ou outros fatores de risco conhecidos. O exercício pode ser prejudicial quando não é iniciado de maneira gradativa e aumentado lentamente de acordo com a resposta de uma pessoa. Promoção da Saúde Durante Todo o Ciclo de Vida A promoção da saúde é um conceito e um processo que se estende por todo o ciclo de vida. A saúde de uma criança pode ser afetada quer positivamente, quer negativamente através de práticas de saúde da mãe durante o período pré-natal. Por conseguinte, a promoção da saúde começa antes do nascimento e se estende à infância, adolescência, fase adulta e velhice. Adolescentes A triagem de saúde tem sido tradicionalmente um aspecto importante do cuidado de saúde do adolescente. A meta foi detectar os problemas de saúde em uma idade precoce, de tal maneira que eles possam ser tratados nesse momento. Hoje em dia, a promoção da saúde vai além da simples triagem para incapacidades e inclui extensos esforços para promover as práticas de saúde positivas em uma idade precoce. Como os hábitos e práticas de saúde são formados precocemente durante a vida, os adolescentes devem ser incentivados a desenvolver atitudes de saúde positivas. Por esse motivo, mais e mais programas estão sendo oferecidos aos adolescentes para ajudá-los a desenvolver bons hábitos de saúde. Embora os resultados negativos das práticas, como tabagismo, atividades sexuais de risco, abuso de álcool e drogas e nutrição deficiente, sejam explicados nesses programas educacionais, também é colocada ênfase sobre o treinamento de valores, autoestima e práticas de estilo de vida saudáveis. Os projetos são idealizados para apelar a determinado grupo etário, com ênfase sobre as experiências de aprendizado que sejam engraçadas, interessantes e relevantes. Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 11 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Adultos Jovens e de Meia-idade Os adultos jovens e de meia-idade representam um grupo etário que não apenas expressa um interesse na saúde e promoção da saúde, mas também responde entusiasticamente às sugestões que mostram como as práticas de estilo de vida podem melhorar a saúde. Os adultos são frequentemente motivados a mudar seus estilos de vida de maneira que eles acreditam que melhore sua saúde e bem-estar. Muitos adultos que desejam melhorar sua saúde voltam-se para os programas de promoção da saúde para ajudá-los a fazer as alterações desejadas em seus estilos de vida. Muitos responderam aos programas centrados em temas como bem-estar geral, abandono do tabagismo, prática de exercícios, condicionamento físico, controle de peso, resolução de conflito e gerenciamento do estresse. Devido à ênfase nacional sobre a saúde durante os anos reprodutivos, os adultos jovens procuram ativamente os programas que abordam a saúde pré-natal, paternidade, planejamento familiar e questões de saúde da mulher. Os programas que proporcionam a triagem de saúde, como aqueles que fazem triagem para o câncer, colesterol alto, hipertensão, diabetes, aneurisma abdominal e comprometimentos visuais e auditivos, são bastante populares entre os adultos jovens e de meia-idade. Programas que envolvem a promoção da saúde para pessoas com doenças crônicas específicas, como câncer, diabetes, cardiopatia e doença pulmonar, também são populares. A doença crônica e a incapacidade não impedem a saúde e o bem-estar; em vez disso, as atitudes e práticas de saúde positivas podem promover a saúde ótima para pessoas que devem viver com as limitações impostas por suas doenças crônicas e incapacitantes. Os programas de promoção da saúde podem ser oferecidos em quase todos os lugares na comunidade. Os locais comuns incluem as clínicas locais, escolas, faculdades, centros de lazer, igrejas e, até mesmo, casas particulares. As feiras de saúde são frequentemente realizadas em centros cívicos e shopping centers. A ideia estendida para os programas de promoção da saúde serviu para satisfazer as necessidades de muitos adultos que, de outra forma, não aproveitam as oportunidades para se empenharem no sentido de um estilo de vida mais saudável. Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 12 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH De acordo com o Caderno de Atenção Primária nº 29 “Rastreamento”, do Ministério da Saúde, existem 4 níveis de prevenção: primária, secundária, terciária; e quaternária. a) Prevenção primária é a ação toma da para remover causas e fatores de risco de um problema de saúde individual ou populacional antes do desenvolvimento de uma condição clínica. Inclui promoção da saúde e proteção específica (ex.: imunização, orientação de atividade física para diminuir chance de desenvolvimento de obesidade). b) Prevenção secundária é a ação realizada para detectar um problema de saúde em estágio inicial, muitas vezes em estágio subclínico, no indivíduo ou na população, facilitando o diagnóstico definitivo, o tratamento e reduzindo ou prevenindo sua disseminação e os efeitos de longo prazo (ex.: rastreamento, diagnóstico precoce). c) Prevenção terciária é a ação implementada para reduzir em um indivíduo ou população os prejuízos funcionais consequentes de um problema agudo ou crônico, incluindo reabilitação (ex.: prevenir complicações do diabetes, reabilitar paciente pósinfarto-IAM ou acidente vascular cerebral). d) Prevenção quaternária é a detecção de indivíduos em risco de intervenções, diagnósticas e/ou terapêuticas, excessivas para protegê-los de novas intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis. Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 13 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Passemos para a resolução de algumas questões sobre o tema: 1. (Prefeitura de Cambé-PR/FUNTEF-PR/2014) A prevenção de deficiências compreende ações e medidas orientadas a evitar as causas das deficiências que possam ocasionar incapacidade e as destinadas a evitar sua progressão ou derivação em outras incapacidades (Decreto n.º 3.298/99). A prevenção pode incluir muitos e diferentes tipos de ações, como: I. cuidados primários da saúde; II. puericultura, pré-natal e pós-natal; III. educação em matéria de nutrição; IV. campanhas de vacinação contra doenças transmissíveis e medidas contra doenças endêmicas. Assinale a alternativa correta. a) Apenas I está correta. b) Apenas I, II e III estão corretas. c) Apenas IV está correta d) Apenas II e III estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. COMENTÁRIOS: É importante priorizar ações de prevenções, pois, segundo a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 70% das deficiências poderiam ser evitadas se houvesse maior investimento nessa área. E quando se fala em investimento, não significa custo alto, pois sabe-se que algumas ações de prevenção tem custo irrisório comparados com a reabilitação, que tem necessidade de tecnologias mais avançadas além de técnicos mais especializados. Segundo as normas e recomendações internacionais sobre deficiência, publicados pela CORDE (2001), por prevenção se entende adoção de medidas com vista a impedir que se produza uma deterioração física, intelectual, psiquiátrica ou sensorial (prevenção primária) ou a impedir que essa deterioração cause uma deficiência ou limitação funcional permanente (prevenção secundária). A prevenção pode incluir muitos e diferentes tipos de ação como cuidados primários da saúde, puericultura, pré-natal e pós-natal, educação em matéria de nutrição, campanhas de vacinação contra doenças transmissíveis, medidas contra Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 14 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH doenças endêmicas, normas e programas de seguranças para evitar acidentes, inclusive a adaptação dos locais de trabalhos para evitar deficiências e doenças profissionais e a prevenção das deficiências resultante da combinação do meio ambiente ou causada por conflitos armados. Dados da CORDE revelam que 40% dos casos graves de deficiência mental e 60% das deficiências visuais, podem ser evitados por medidas preventivas. Falar em prevenção de deficiências significa enfrentar muitas barreiras, certamente pelo preconceito que a sociedade tem com a pessoa que apresenta alguma deficiência. Mas as estatísticas mostram a importância da abordagem preventiva. Dados da Organização das Nações Unidas revelam que existem aproximadamente quinhentos milhões de pessoas com deficiência no mundo. No Brasil o censo de 2000 realizado pelo IBGE, 14,5% da população possui algum tipo de deficiência, isto é 24,5 milhões de pessoas. Tendo visto isto, concluímos que o gabarito da questão é a letra E, pois todas as afirmativas estão corretas. 2. (Fundação Hospital Getúlio Vargas – FHGV/FUNDATEC/2014) Conforme exposto no Caderno de Atenção Básica - Prevenção Clínica de Doença Cardiovascular, Cerebrovascular e Renal Crônica (BRASIL, 2006), referente às atribuições e competências da equipe de saúde, podemos afirmar que as atividades abaixo competem ao enfermeiro, EXCETO: a) Encaminhar à unidade de referência secundária os pacientes diabéticos com dificuldade de controle metabólico. b) Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, tratamento não medicamentoso, adesão e possíveis intercorrências ao tratamento, encaminhando o indivíduo ao médico, quando necessário. c) Desenvolver atividades educativas de promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade; desenvolver atividades educativas individuais ou em grupo com os pacientes hipertensos e diabéticos. d) Estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão (grupos com dislipidemia, tabagistas, obesos, hipertensos e diabéticos). e) Encaminhar para consultas mensais, com o médico da equipe, os indivíduos não aderentes, de difícil controle e portadores de lesões em órgãos alvo (cérebro, coração, Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 15 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH rins, olhos, vasos, pé diabético, etc.) ou com comorbidades. COMENTÁRIOS: A equipe mínima de Saúde da Família é constituída por um médico, um enfermeiro, um a dois auxiliares de enfermagem e quatro a seis agentes comunitários de saúde, devendo atuar, de forma integrada e com níveis de competência bem estabelecidos, na abordagem da avaliação de risco cardiovascular, medidas preventivas primárias e atendimento a hipertensão arterial e diabetes mellitus. Competências e Atribuições do Enfermeiro: 1) Capacitar os auxiliares de enfermagem e os agentes comunitários e supervisionar, de forma permanente, suas atividades; 2) Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, tratamento não-medicamentoso, adesão e possíveis intercorrências ao tratamento, encaminhando o indivíduo ao médico, quando necessário; 3) Desenvolver atividades educativas de promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade; desenvolver atividades educativas individuais ou em grupo com os pacientes hipertensos e diabéticos; 4) Estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão (grupos com dislipidemia, tabagistas, obesos, hipertensos e diabéticos); 5) Solicitar, durante a consulta de enfermagem, os exames mínimos estabelecidos nos consensos e definidos como possíveis e necessários pelo médico da equipe; 6) Repetir a medicação de indivíduos controlados e sem intercorrências; 7) Encaminhar para consultas mensais, com o médico da equipe, os indivíduos não-aderentes, de difícil controle e portadores de lesões em órgãos -alvo (cérebro, coração, rins, olhos, vasos, pé diabético, etc.) ou com co-morbidades; 8) Encaminhar para consultas trimestrais, com o médico da equipe, os indivíduos que mesmo apresentando controle dos níveis tensionais e do diabetes, sejam portadores de lesões em órgãos-alvo ou co-morbidades; 9) Encaminhar para consultas semestrais, com o médico da equipe, os indivíduos controlados e sem sinais de lesões em órgãos-alvo e sem co-morbidades; Dessa forma, concluímos que a alternativa A é a única que não apresenta uma atribuição do Enfermeiro (atribuição do médico). Portanto, o gabarito é a letra A. Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 16 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH 3. (EBSERH/HU-UFS/Instituto AOCP/2014) Tem-se como um exemplo de Prevenção Secundária a) a imunização. b) o rastreamento de câncer de colo de útero. c) a orientação de atividade física para diminuir chance de desenvolvimento de obesidade. d) a reabilitação paciente pós infarto do miocárdio. e) a reabilitação de paciente pós acidente vascular encefálico. COMENTARIOS: Prevenção secundária é a ação realizada para detectar um problema de saúde em estágio inicial, muitas vezes em estágio subclínico, no indivíduo ou na população, facilitando o diagnóstico definitivo, o tratamento e reduzindo ou prevenindo sua disseminação e os efeitos de longo prazo (ex.: rastreamento, diagnóstico precoce). Visto isto, concluímos que o gabarito da questão é a letra B. ----------------------------------------- Até nossa próxima aula! Mantenha-se motivado, sonhe com a sua aprovação! Profº. Rômulo Passos Profª. Raiane Bezerra Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 17 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH REFERÊNCIAS http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/melhor_em_cas a http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cad_vol2 http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/prevencaoasdeficiencias.htm http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abcad14.pdf C., SMELTZER, S., HINKLE, L., BARE, G., CHEEVER, H.. Brunner e Suddarth | Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica, 12ª edição. Guanabara Koogan, 08/2011. Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 18 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Lista de Questões 1. (Prefeitura de Cambé-PR/FUNTEF-PR/2014) A prevenção de deficiências compreende ações e medidas orientadas a evitar as causas das deficiências que possam ocasionar incapacidade e as destinadas a evitar sua progressão ou derivação em outras incapacidades (Decreto n.º 3.298/99). A prevenção pode incluir muitos e diferentes tipos de ações, como: I. cuidados primários da saúde; II. puericultura, pré-natal e pósnatal; III. educação em matéria de nutrição; IV. campanhas de vacinação contra doenças transmissíveis e medidas contra doenças endêmicas. Assinale a alternativa correta. a) Apenas I está correta. b) Apenas I, II e III estão corretas. c) Apenas IV está correta d) Apenas II e III estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 2. (Fundação Hospital Getúlio Vargas – FHGV/FUNDATEC/2014) Conforme exposto no Caderno de Atenção Básica - Prevenção Clínica de Doença Cardiovascular, Cerebrovascular e Renal Crônica (BRASIL, 2006), referente às atribuições e competências da equipe de saúde, podemos afirmar que as atividades abaixo competem ao enfermeiro, EXCETO: a) Encaminhar à unidade de referência secundária os pacientes diabéticos com dificuldade de controle metabólico. b) Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, tratamento não medicamentoso, adesão e possíveis intercorrências ao tratamento, encaminhando o indivíduo ao médico, quando necessário. c) Desenvolver atividades educativas de promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade; desenvolver atividades educativas individuais ou em grupo com os pacientes hipertensos e diabéticos. Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 19 Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH d) Estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão (grupos com dislipidemia, tabagistas, obesos, hipertensos e diabéticos). e) Encaminhar para consultas mensais, com o médico da equipe, os indivíduos não aderentes, de difícil controle e portadores de lesões em órgãos alvo (cérebro, coração, rins, olhos, vasos, pé diabético, etc.) ou com comorbidades. 3. (EBSERH/HU-UFS/INSTITUTO AOCP/2014) Tem-se como um exemplo de Prevenção Secundária a) a imunização. b) o rastreamento de câncer de colo de útero. c) a orientação de atividade física para diminuir chance de desenvolvimento de obesidade. d) a reabilitação paciente pós-infarto do miocárdio. e) a reabilitação de paciente pós-acidente vascular encefálico. Gabarito 1. E 2. A 3. B Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Curso Específico de Enfermagem p/EBSERH Página 20