Co-inceneração - Pradigital-ElianaSilva

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Co-incineração
Eliana Silva
Módulo: STC_7
Formadora: Flávia Rodrigues
Eliana Silva
Curso Técnico de Segurança e Higiene do Trabalho
Módulo: STC_7
Formador: Flávia Rodrigues
Proposta: Co-inceneração
Data: 01/03/2011
Conceito
Co-incineração é a acção de reduzir as cinzas de diversos materiais em
simultâneo, esta operação consiste na eliminação de resíduos, utilizando-os
como combustível em fornos industriais e incorporando as cinzas daí
resultantes nas matérias-primas a transformar.
História
Durante estes últimos anos, verificou-se na maior parte dos países
desenvolvidos uma acumulação irresponsável dos seus resíduos (urbanos,
hospitalares, industriais, entre outros) sem que tenha havido preocupações
sérias com o respectivo tratamento.
Esta atitude poderá ter impactos a médio e longo prazo na contaminação
dos solos, águas e ar, com efeitos nefastos para a saúde pública. Desta
forma, foi urgente a introdução de um sistema de separação de lixos
perigosos/não perigosos e posterior tratamento dos mesmos.
Por isso após várias pesquisas científicas realizadas, surgiu uma nova forma
de tratamento do lixo: a co-incineração.
Esta
é
realizada
em
cimenteiras,
consiste
essencialmente
no
aproveitamento dos fornos das cimenteiras e das suas altas temperaturas
(entre 1450 e 2000 graus), para a queima de resíduos perigosos (tais como
solventes de limpeza, solventes de indústria química, tintas, etc.), com a
produção simultânea de cimento. Alguns destes resíduos são constituídos
por hidrocarbonetos e compostos clorados e fluorados, entre outros, e
alguns têm elevado poder calorífico. No entanto, nem todos podem ser coincinerados e para a sua completa destruição é necessário que entrem no
forno de cimento em condições que permitam uma combustão completa e
regular. Tal exige uma preparação prévia de uma mistura dos resíduos com
serradura para fabricar um combustível de substituição.
Esta passa por diferentes fases, tais como:
Controlo de recepção de cimenteiras – será realizada uma análise do
combustível de substituição preparado pela unidade de pré-tratamento.
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Módulo: STC_7
Formador: Flávia Rodrigues
Proposta: Co-inceneração
Data: 01/03/2011
Garantias inerentes ao processo – a operação de fabrico do cimento são um
processo contínuo com exigências de laboração a altas temperaturas
(aprox.1450ºc). Assim, pela natureza intrínseca do processo, há garantia
que as condições à eliminação das substâncias orgânicas nocivas e a
inertização dos materiais pesados estão, em grande medida, asseguradas
se
durante
a
queima
dos
resíduos
industriais
perigosos
estiver
simultaneamente a ser produzido clinger. Todas as unidades de coincineração a licenciar estão certificadas pela norma ISO 9000 para o
fabrico de cimento.
Monitorizações das condições de operação – todas as operações de
condução do forno são monitorizadas em contínuo, registadas e enviadas
para o ministério do ambiente.
Monitorização ambiental – em 3 estações colocadas na imediação de cada
unidade cimenteira será feita a recolha de amostras para avaliar a
quantidade de partículas e metais pesados precipitados no solo, bem como
a qualidade do ar.
Desta resultam 2 tipos de produtos:
Gás de combustão (cujas substâncias são as dioxinas, PCB cádmio,
mercúrio e ácido clorídrico) com consequências para as vias
respiratórias, a microcamada, as folhas e o efeito de estufa.
Resíduos da incineração que se subdividem em poeiras, cinzas e
escórias (utilizados em estradas, asfaltos e aterros) e em águas
residuais e águas de arrefecimento que por via da infiltração nos
lençóis de água subterrânea, se dispersam na água potável (através
das estações de captação de água) e no mar.
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Formador: Flávia Rodrigues
Proposta: Co-inceneração
Data: 01/03/2011
Vantagens:
A taxa de destruição dos resíduos pelo processo de co-incineração é
superior á das incineradoras. No caso das incineradoras estas devem
garantir temperaturas entre os 850 e 1200ºC durante 2 segundos. No
caso da co-incineração nos fornos das cimenteiras as temperaturas
são superiores 1450ºC atingindo na zona de combustão temperaturas
na ordem dos 2000ºC com um tempo de retenção na ordem dos 4 a
6 segundos, assegurando-se desta forma uma elevada taxa de
destruição dos resíduos.
Os fornos das cimenteiras ao utilizar os calcários como matéria-prima
principal,
têm
um
ambiente
tipicamente
alcalino
e
por
isso
comportam-se como \"lavadores\" naturais dos gases. Este facto,
dispensa o tratamento complementar dos gases e não hà produção
de efluentes líquidos ou lamas.
Os
fornos
das
cimenteiras
que
efectuarão
a
co-incineração
incorporarão também as cinzas da combustão dos resíduos na
estrutura do próprio cimento, fixando assim os metais pesados ao
produto numa percentagem superior a 99,99 por cento. Deste
processo, não resultam quaisquer resíduos, devido á grande taxa de
incorporação
das
cinzas
no
produto
final,
ao
contrário
das
incineradoras, onde as poeiras produzidas teriam de ser depositadas
em aterro, de acordo com as normas para resíduos perigosos.
Os fornos das cimenteiras não dependem dos resíduos industriais
para o seu funcionamento, uma vez que utilizam combustiveis fosseis
para laboração, e a matéria-prima utilizada é proveniente de
pedreiras calcárias, pelo que uma redução da produção de resíduos
não colocará em causa o funcionamento do sector cimenteiro.
Com a utilização dos resíduos como combustível existe uma
diminuição no consumo de combustível primário. Para o tratamento
de 1 tonelada de resíduos industriais numa incineradora iria custar
cerca de 400 euros enquanto na co-incineração o custo ronda os 150
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euros.
Este processo permite uma valorização dos resíduos industriais em
termos energéticos. Neste ponto de vista teremos uma reutilização
de um resíduo que aparentemente poderia funcionar apenas como
"lixo" e poluente.
Desvantagens:
Os fornos das cimenteiras não terem uma temperatura constante,
terem uma extremidade com temperaturas muito elevadas e a outra
com temperaturas mais baixas, o que não garante a formação de
gases indesejados como as dioxinas, substâncias classificadas como
cancerígenas.
Para as co-incineradoras o limite máximo do valor das emissões é
cerca de 3 vezes superior ao máximo admissível para uma unidade
de incineração.
Pode-se com este processo criar um desincentivo à redução de
produção de resíduos uma vez que o processo estará dimensionado
para queimar uma percentagem bastante mais elevada do que a que
actualmente é produzida.
Quando a laboração é interrompida, os filtros deixam de funcionar e
os gases escapam-se, praticamente sem tratamento, pela chaminé
porque os filtros de manga previstos para as poeiras não têm
capacidade para reter gases mais voláteis como o mercúrio.
Não está suficientemente estudada a questão das emissões de metais
pesados pelas cimenteiras na sequência da queima de resíduos
industriais
perigosos,
nem
a
incorporação
destas
substâncias
cancerígenas no cimento.
Não se conhece ao certo a composição química dos gases produzidos
pela co-incineração, contudo, apenas se sabe que hà em maior ou
menor percentagem os seguintes elementos: dióxido de enxofre,
ácido clorídrico, ácido fluorídrico, óxidos de azoto, monóxido de
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carbono, mercúrio, cádmio, titânio, arsénico, níquel, selénio, telúrio,
antimónio, chumbo, crómio, cobalto, estanho, cobre, manganésio e
vanádio.
Em Portugal existe por volta de 5 cimenteiras que realizam este processo,
estas localizam-se em:
Loulé;
Souselas;
Setúbal (Outão);
Estarreja.
Noticia:
“Manifestantes contra a co-incineração e revisão curricular não faltaram à abertura
do Polis
"... É uma desonestidade estabelecer uma relação causal entre o cimento e doenças
como o cancro, não abona quem pretende revelar espírito científico", acusou o
ministro em declarações aos jornalistas. Mas não o disse a João Gabriel, que
respondeu também através da comunicação social: "Dissemos sempre e apenas
que estes dados [que revelam que em Souselas se verifica uma maior incidência de
cancro e de doenças do foro respiratório] são um sinal de alarme, que exige um
estudo epidemiológico sério e torna eticamente inaceitável a co-incineração". ...”
Público 9/2/01
http://paginas.fe.up.pt/~jotace/temaspolemicos/posicoes.htm
Eu na minha opinião, concordo com a notícia, deveria de ser efectuado um
estudo mais aprofundado, sobre a co-incineração, para saber que causas
esta pode ter no ambiente e no ser-humano.
Em vez de haver co-incineração, o governo devia de apostar na distribuição
de ecopontos domésticos a toda a população e em programas de
informação/formação, como se deve separar os diferentes lixos domésticos.
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Referências Bibliográficas:
Eliana Silva
Curso Técnico de Segurança e Higiene do Trabalho
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Proposta: Co-inceneração
Data: 01/03/2011
http://www.aeportugal.pt/Areas/AmbienteEnergia/RevistaPDF/Revista57/Coincineracao.pdf
http://www.novasfronteiras.pt/contributos-88.html
http://www4.fe.uc.pt/fontes/trabalhos/2002008.pdf
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