TRASTORNO DE LA PERSONALIDAD HISTRIÓNICA: UNA PERSPECTIVA ACTUAL HISTRIONIC PERSONALITY DISORDER: A CURRENT PERSPECTIVE TRANSTORNO DE PERSONALIDADE HISTRIÔNICA: UMA PERSPECTIVA ATUAL Gabriela Gibson Cunha1; Amanda Toledo Pereira de Carvalho2; João Carlos Nascimento de Alencar3; Heloísa Karmelina Carvalho de Sousa4; João Carlos Alchieri5 1 Graduanda do curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 2 Graduanda do curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 3 Graduando do curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 4 Mestra em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e doutoranda em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 5 Doutor em Psicologia e Professor Adjunto do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Trastorno de la personalidad histriónica, DSM-V, Comorbilidad, Género, Revisión de la literatura Histrionic Personality Disorder, DSM-V, Comorbidity, Gender, Literature review Transtorno de personalidade histriônica, DSM-V, Comorbidade, Gênero, Revisão de literatura RESUMEN: El Trastorno de la personalidad histriónica (TPH) se caracteriza por la emotividad excesiva y demanda de atención. Las personas con este trastorno tienden a mostrar preocupación por ser atractivas físicamente, a veces son abiertamente seductoras y se sienten incómodas por no ser el centro de atención. Otros síntomas pueden ser la extraversión y una marcada tendencia a la manipulación, sumado a un discurso superficial y carente de detalles, como así también una expresión emocional dramática y exacerbada. Por estas características, sumado a su reactividad e intensidad suelen ser visto por los demás como personas superficiales. De acuerdo al DSM-IV las personas con este trastorno muestran un patrón de comportamiento que se manifiesta en la edad adulta y está presente en diversos contextos. El objetivo de este estudio es, a partir de la revisión de las publicaciones realizadas sobre la temática en inglés y portugués desde el 2005, contribuir al actual debate sob re la inclusión o no del Trastorno de la personalidad histriónica en la quinta edición del DSM. De esta manera, este trabajo brindará una visión actualizada y general sobre el TPH, lo que contribuirá a la promoción y desarrollo de estudios sobre este trastorno. 1 13º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO DE LA PERSONALIDAD HISTRIÓNICA: UNA PERSPECTIVA ACTUAL ABSTRACT: Histrionic Personality Disorder (HPD) is characterized by excessive emotionality and seeking for attention. Individuals with HPD tend to show an excessive preoccupation with physical attractiveness, and, sometimes, are exaggeratedly seductive, besides, they also feel uncomfortable for not being the center of attention. Other symptoms may manifest itself in the form of extraversion and tendency to manipulation, it adds up to this, a style of speech highly impressionistic and lacking in detail as well as drama and exaggerates emotional expression. Due to this exaggerated emotionality and for be very reactive and intense, they end up being seen by other as superficial. The DSM-IV criteria for HPD show a pattern of behavior that will manifest in early adulthood and is present in various contexts. Thus, this study has the proposal to establish a parallel between the published researches, gathering and presenting the current literature about the disorder and discuss the current debate about the presence or not of the HPD in the fifth edition of the DSM. The data collection for this article involved the research and reading of books and articles, both in English and Portuguese, the most part published since 2005, this way, became a study about the current literature related to HPD. Thus, this article will mount a general and update picture about the information on HPD, contributing to the advancement and development of studies on the disorder. RESUMO: O Transtorno de Personalidade Histriônico (TPH) é caracterizado pela excessiva emotividade e busca por atenção. Indivíduos com TPH tendem a demonstrar uma preocupação excessiva com a atratividade física, sendo, por vezes, exageradamente sedutores, além disso, sentem-se desconfortáveis por não ser o centro das atenções. Outros sintomas podem se manifestar na forma de extroversão acentuada e tendência à manipulação, soma-se isso a um estilo de discurso extremamente impressionista e carente de detalhes, bem como dramaticidade e expressão emocional exacerbada. Devido a essa emotividade exagerada e a serem muito reativos e intensos, acabam sendo vistos pelos outros como superficiais. Os critérios do DSM-IV para TPH apontam para um padrão de comportamento que irá se manifestar no início da idade adulta, estando presente em vários contextos. Assim, esse estudo tem a proposta de estabelecer um paralelo entre as pesquisas já publicadas, reunindo e apresentando a literatura atual sobre o transtorno, e discutir sobre o atual debate acerca da permanência ou não do TPH na quinta edição do DSM. A coleta de dados para este artigo envolveu a pesquisa e leitura de livros e artigos, ambos nos idiomas inglês e português, a maioria publicada a partir de 2005, configurando-se, assim, como um estudo sobre a literatura atual relacionada ao TPH. Dessa forma, este artigo irá montar um quadro geral e atualizado de informações sobre o TPH, contribuindo para o avanço e desenvolvimento de estudos sobre o transtorno. -213º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO DE LA PERSONALIDAD HISTRIÓNICA: UNA PERSPECTIVA ACTUAL INTRODUÇÃO O termo Transtorno de Personalidade Histriônica (TPH) não é antigo, sendo antes conhecido como Transtorno de Personalidade Histérica, que surgiu a partir do conceito de histeria [1]. O TPH foi oficialmente reconhecido no DSM-III (Diagnostical and Statistical Manual of Mental Disorders), publicado em 1980 [2]. A partir daí, os critérios para o TPH sofreram diversas mudanças durante a atualização das edições do DSM, já indicando um diagnóstico complicado para o transtorno. Um exemplo disso foi a retirada de dois critérios do DSM-IV-TR, por não consistirem em características apenas do TPH e estarem presentes com frequência em outros transtornos, o que dificultava o diagnóstico [1]. Indivíduos com TPH buscam sempre ser o centro das atenções [1], usando, muitas vezes o seu físico para isso [2]. Quando não conseguem chamar atenção, sentem-se entristecidos e raivosos (DSM-IV), com sentimentos de ressentimento e depressão [2]. Uma grande indicação do transtorno é evidente na apresentação excessivamente dramática o\u histriônica de si mesmo [1]. Em um estudo de caso de uma paciente com TPH, uma característica marcante foi a teatralidade, mas também expressividade emocional exagerada e superficial. Essa paciente costumava se esboçar como vítima, cobrando dos outros atenção e cuidados [3]. Os relacionamentos que pessoas com TPH estabelecem com outros são tumultuados e pouco gratificantes, muitas vezes o indivíduo com TPH é visto como superficial, exigente, excessivamente dependente e de difícil convívio [1]. Também tendem a considerar os relacionamentos mais íntimos e amigáveis do que realmente são [2]. As pesquisas sobre o tema não são muitas [4] e o TPH é apontado como o transtorno de personalidade menos estudado do DSM-IV [5]. Isso não quer dizer que há falta de interesse sobre transtorno nem que não há pesquisas relevantes sobre o assunto [5]. A diversa taxa de prevalência do TPH, a grande comorbidade e diferenças entre os pacientes da mesma categoria indicam que a validade do TPH é questionável [6]. Feita uma breve contextualização sobre o Transtorno de Personalidade Histriônica, é importante salienta que o presente estudo visa reunir as atuais pesquisas sobre o assunto. Os temas que serão foco dessa pesquisa são: a questão do gênero, o diagnóstico/ comorbidade e o histrionismo no DSM-V. MÉTODO Para a realização desse estudo, foi feita uma pesquisa bibliográfica em artigos e livros recentes. A busca pelos artigos foi feita através de sites de pesquisa acadêmica, utilizando-se os termos “histrionic personality disorder”, “histrionic”, “TPH”, “DSM-V” e “gender histrionic”. Primeiramente, as datas do material investigado restringiam-se a um período de cinco anos para cá, mas devido ao pouco número de estudos encontrados sobre o TPH, esse tempo foi estendido para dez anos. -313º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO DE LA PERSONALIDAD HISTRIÓNICA: UNA PERSPECTIVA ACTUAL Por fim, foram reunidos 26 artigos, dois livros e o DSM-IV. A filtragem dos artigos foi feita através da leitura do resumo ou do texto completo, sempre focalizando no objetivo deste estudo. Por fim, 14 artigos foram excluídos por não serem relevantes ao que será aqui abordado ou por apenas mencionarem o TPH sem repassar uma informação útil. DISCUSSÃO 1.0 – Questão do gênero: TPH nos homens e nas mulheres Segundo o DSM-IV, a mulheres são clinicamente mais diagnosticadas com TPH do que os homens, porém esta diferença é consistente dentro das relações de gênero de cada clínica [7]. Essa ocorrência maior do TPH em mulheres chama atenção dos estudiosos. No livro "Personality Disorders in Modern Life" de Theodore Millon [2], o capítulo sobre Transtorno de Personalidade Antisocial (TPAS) assume, implicitamente, que a grande maioria dos indivíduos com TPAS são homens, já o capítulo sobre TPH, assume que grande maioria dos indivíduos com histrionismo são mullheres. Essa prevalência maior nas mulheres constitui mais uma das diferenças entre o TPH e os outros transtornos do Grupo B, sugerindo que isso ocorre devido aos critérios do DSM para o TPH coincidirem com traços comuns do sexo feminino [8]. De fato, exemplos comportamentais femininos foram classificados como exemplos melhores dos critérios de TPH e como mais representativos do constructo do TPH do que os exemplos comportamentais masculinos [9]. Porém, isso não exclui os homens do histrionismo. Muitos homens têm manifestado traços histriônicos, como uma necessidade crônica de chamar atenção e aprovação de si mesmo através de comportamentos sexuais exagerados. E, apesar de ambos, homens e mulheres, estarem constantemente em busca de atenção, as vias de desenvolvimento, sintomas associados e as modalidade de tratamento preferencial podem ser bem diferentes [2]. Ora, se comportamentos femininos são vistos como melhores exemplos dos critérios e do constructo do TPH e os masculinos como menos representativos dos mesmos, há um aumento da probabilidade do diagnóstico ser atribuído as mulheres [9]. Como a sociedade "desculpa/ perdoa" os homens fanfarrões por suas proezas atléticas ou proficiência corporativa, é possível que tais traços histriônicos passem despercebidos. Sendo considerando de mau gosto quando uma mulher vangloria seus esplendores e seu charme irresistível. Por causa dessa máscara social das características histriônicas masculinas, tem sido difícil averiguar a verdade cognitiva, interpessoal e semelhanças psicodinâmicas entre homens e mulheres [2]. Os níveis mais elevados de assertividade nos homens são refletidos na tendência do TPAS (e possivelmente de Transtorno de Personalidade Narcissista) ser mais prevalente em homens. A maior extroversão entre mulheres pode ser refletida na tendência do TPH ser visto com mais frequência em mulheres [10]. A relação entre psicopatia e traços de personalidade anti-social e histriônica foi moderada pelo sexo biológico, e não pelo papel de gênero. Assim, o TPAS e o TPH podem ser -413º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO DE LA PERSONALIDAD HISTRIÓNICA: UNA PERSPECTIVA ACTUAL considerados uma entidade única, cuja expressão depende de gênero, ou seja, o TPH é uma caricatura dramática do que é feminino e o TPAS pode ser considerado uma caricatura dramática do que é masculino, então ambos os transtornos representam o mesmo constructo básico genético [2]. Alguns indivíduos, no entanto, acumulam tantas dessas características que são biologicamente predispostos desde o nascimento. A partir desta perspectiva, os transtornos de personalidade histriônico e anti-social se tornam evolucionamente inevitáveis. O histriônico é atraído pela hiper-masculinidade do anti-social, suas características fornecem uma exibição masculina do que ela acha atraente. Por sua vez, o anti-social é naturalmente atraído pela hipersexualidade infantil e sensação impulsiva de busca do histriônico [2]. No estudo de Bakkevig e Karterud [6], foi feita uma comparação entre as diferenças de sexo na amostra de pacientes inteira e entre os indivíduos com TPH. A diferença entre os pacientes com TPH não foi significativamente diferente do restante da amostra. No campo do nível do diagnóstico, não houve diferenças entre os sexos, porém no nível dos traços de personalidade, dois itens foram mais frequente entre as mulheres. Há muitas evidências do TPH ser mais frequente em mulheres do que em homens, os autores atribuem o resultado negativo desse estudo, provavelmente, à baixa frequência de TPH [6]. De acordo com o DSM-IV, na prática clínica, o TPH foi diagnosticado com mais frequência em mulheres, porém alguns estudos que utilizaram avaliações estruturadas relataram uma prevalência parecida entre homens e mulheres [7]. 2.0 – Comorbidade e semelhanças com outros transtornos O TPH compartilha importantes traços com Transtorno de Personalidade Dependente (TPD) e outros. Em geral, personalidades "orientadas pelo eu" (self-oriented), como narcissista e anti-social, tendem a desenvolver traços paranóides sob condições de intenso ou prolongado estresse, enquanto que personalidade que são "orientadas pelo outro" (other-oriented), como dependente e histriônico, desenvolvem traços que são mais borderline [2]. E já foi constatado que, assim como o TPH, o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é mais comum em mulheres [10]. O TPH foi também foi positivamente correlacionado com TPB, TPD e Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN) [6, 7]. Em seu livro, Millon destaca variações do TPH em alguns subtipos: appeasing (características dependentes compulsivas), vivacious (características narcisistas), tempestuous (características negativistas), disisgenuous (características anti-sociais), theatrical (variante do padrão puro) e infantile (características borderline) [2]. Em relação ao suicídio em indivíduos com TPH, não se cabe o risco real, mas a experiência clínica sugere que os indivíduos com histrionismo têm risco elevado para tentativas e ameaças suicidas com a finalidade de chamar atenção e coagir melhor aqueles que cuidam deles. O TPH tem sido associado com altas taxas de transtorno de somatização, transtorno de conversão e transtorno de depressivo maior [7]. Na personalidade histriônica, a depressão maior usualmente decorre de -513º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO DE LA PERSONALIDAD HISTRIÓNICA: UNA PERSPECTIVA ACTUAL sentimento de vazio, tédio ou perda de segurança dependente, provavelmente relacionado com problemas de relacionamento [2]. No que diz respeito às fobias e do TOH, a agorafobia é provavelmente mais rara entre histriônicos do que em dependentes, devido aos histriônicos amarem naturalmente tomar o centro do palco e se tornar o centro das atenções em um evento social. Da mesma maneira, fobias são provavelmente raras, exceto onde constituem uma imagem que o histriônico que apresentar [2]. Quanto à semelhança de traços de personalidade entre os transtornos, o TPH e o TPB exibem rápidas mudanças emocionais e ambos experienciam sentimentos de profundo vazio e podem tentar manipular os outros com gestos suicidas. No entanto, um comportamento auto-destritivo real, como se cortar, são mais frequentes em borderlines. Já o TPH e o TPN apresentam características exibicionistas, dividindo o desejo de ser o centro absoluto de atenção, embora por razões diferentes. Agora, sobre as personalidades anti-social e histriônica, ambas são impulsivas, manipuladoras e incapazes de antecipar as consequências de seus comportamentos. Esses são todos transtornos do Grupo B do DSM-IV, mas TPH também apresenta semelhanças com TPD, ambas são vulneráveis à ansiedade da separação, embora por diferentes razões [2]. 3.0 – O histrionismo no DSM-V O status atual do transtorno no DSM cria uma confusão conceitual que poderia explicar a escassez de literatura [8]. Nesse sentido, têm acontecido debates sobre a permanência do TPH no DSM-V, como transtorno ou como subcategoria de outros transtornos mentais. A não ocorrência de uma correlação positiva entre o número de critérios específicos para o transtorno de personalidade e os indicadores patológicos (algo que ocorre na maioria dos outros transtornos) pode refletir que os critérios para TPH não implicam, necessariamente, em um transtorno grave [6]. Isso sugere que o nível da patologia é procedente de critérios de outros transtornos (comorbidade) - pacientes que possuem apenas TPH raramente apresentam um nível de severidade grave [6]. Nesse ponto de vista patológico, Gould [8] argumenta que o TPH não é uma patologia real, o termo "histriônico" se refere, na verdade, a um traço ou grupo de traços de personalidade que podem levar a outros transtornos. O TPH faz parte do Grupo B do eixo II do DSM-IV-TR junto com os transtornos de personalidade narcisista, anti-social e borderline, tal grupo é conhecido pelo seu caráter de transtornos morais. Porém, Gould [8] argumenta que o TPH se difere dos outros do grupo B, sendo mais um transtorno cultural do que moral, pois pessoas com traços de histrionismo podem ser extremamente empáticas e sensíveis com os outros. Ainda sobre essa questão, Charland [11] admite o TPH como sendo um transtorno moral coerente com os outros do Grupo B, ressaltando que o caráter moral do TPH é mais implícito do que explícito. Já Renner [12], corroborando com Gould, aborda o TPH trazendo para a cultura, afirmando que o “fenômeno histriônico” está infiltrado em muitas facetas e áreas da cultura Ocidental. -613º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO DE LA PERSONALIDAD HISTRIÓNICA: UNA PERSPECTIVA ACTUAL Importante deixar claro que Gould [8] chama de transtorno cultural o que se refere a uma pessoa que vive em uma sociedade onde membros de certo grupos ou subculturas são tratados de maneira que os façam se sentirem alienados, fisicamente inferiores, deprimidos ou ansiosos [8]. Essa condição acarretaria na possibilidade dessas pessoas desenvolverem sintomas de outros transtornos como anorexia ou Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Dessa forma, a pessoa que manifesta TPH estaria na verdade reagindo a uma cultura desordenada, ou seja, não é um problema patológico ter um evento dramático ou preocupação com a aparência [8]. Em sua amostra de pacientes, Bakkevig e Karterud [6] apontam que a maioria dos que manifestavam TPH, apresentavam sua personalidade patológica como sendo derivada de critérios de outros transtornos de personalidade. Isso pode apoiar a ideia de que o THP seria uma forma feminina de outros transtornos [8]. Vale salientar que a amostra de pacientes de Bakkevig e Karterud foi a maior já usada para pesquisar sobre TPH [6]. No que diz respeito ao TPH no DSM-V, há várias opiniões, Bakkevig e Karterud [6] apóiam a que sugere que se retire a categoria, mas com uma redefinição da “essência” do transtorno para uma dimensão do TPN, sendo um subtipo “exibicionista que busca por atenção” (exhibitionistic attention-seeking). A dominância masculina no TPN seria complementada pela predominância feminina desse subtipo. Bakkevig e Karterud [6] afirmam ainda que querer tratar do TPH como um transtorno completamente independente dos outros é ingênuo, sendo a comorbidade algo normal, que não ameaça a validade do transtorno. Porém, quando a comorbidade revelar conexões muito grandes, ela irá ameaçar a validade do transtorno, por causa da diminuição da possibilidade de discriminação dos mesmos. Isso aconteceria com o TPH, gerando confusão na distinção dele com outras patologias [6]. Em relação à confiabilidade dos critérios, Bakkevig e Karterud [6] apontaram baixa intercorrelação entre os critérios, o que indicaria baixa redundância entre eles. Já o critério de sugestibilidade apresentou baixa intercorrelação com os outros critérios, o que sugeriria que este indica algo mais que “histrionismo” ou que foi mal interpretado. -713º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2012 www.interpsiquis.com - Febrero 2012 Psiquiatria.com TRASTORNO DE LA PERSONALIDAD HISTRIÓNICA: UNA PERSPECTIVA ACTUAL REFERÊNCIAS [1] Beck, AT, Freeman A, Davis DD. Terapia cognitiva dos transtornos de personalidade. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed; 2005. p. 189-206. [2] Millon T, Grossman S, Millon C, Meagher S, Ramnath R. Personality Disorders in Modern Life. 2ª edição. New Jersey: John Wiley & Sons; 2004. p. 292-327. [3] Pereira FS, Aparício MAM, Felício JL, Bassitti DP. Transtorno de personalidade na terceira idade. Revista de Psiquiatria Clínica. 2007; 34 (1); 18-22. [4] Blagov PS, Westen D. Questioning the Coherence of Histrionic Personality Disorder: Borderline and Hysterical Personality Subtypes in Adults and Adolescents. Journal of Nervous Mental Disease 2008; 196: 785-797. [5] Gore WL, Tomiatti M, Widiger TA. The home for histrionism. Personality and Mental Health 2011 Jan; 5: 57-72. [6] Bakkevig JF, Karterud S. 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