Trabalho

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XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
ABORDANDO O USO DE EXPERIMENTOS EM UMA
PERSPECTIVA INVESTIGATIVA: UMA PROPOSTA DE OFICINA
DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DO ENSINO
MÉDIO DE QUÍMICA.
Alexsandra Rodrigues de Lima1, José Euzébio Simões Neto2, Flávia Cristiane Vieira da Silva3.
Introdução
O uso experimentação no Ensino Médio de Química muitas vezes é ausente ou é usada de forma inadequada pelos
professores. De acordo com Rosito (2008) em um curso de graduação é impossível que todas as necessidades
formativas sejam preenchidas, sendo assim é importante que os professores estejam em constante processo de formação,
participando de oficinas, grupos de estudo entre outros, afirma ainda que os professores de ciências apresentam
deficiências em sua formação e isso representa uma séria limitação para utilização de experimentos em suas aulas,
falhas essas relacionadas tanto com a formação pedagógica como também com o domínio de conteúdos específicos.
Segundo Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2011):
Como bem o mostram estudos e pesquisas recentes na área, os professores são profissionais
essenciais nos processos de mudança das sociedades. Se forem deixados à margem, as
decisões pedagógicas e curriculares alheias, por mais interessantes que possam parecer, não
se efetivam, não geram efeitos sobre a sociedade. Por isso é preciso investir na formação e
no desenvolvimento profissional dos professores. (DELIZOICOV; ANGOTTI;
PERNAMBUCO, 2011 p.11).
Acreditamos que é importante o uso de atividades práticas investigativas para as aulas de química. Empregar a
perspectiva investigativa aliada à experimentação é um desafio para os educadores que visam uma melhor
aprendizagem dos alunos, mas não é uma tarefa impossível basta dedicação e mudanças de atitudes que tornarão suas
aulas mais interativas.
Segundo Azevedo (2012), uma forma de conduzir o aluno a participar de seu processo de aprendizagem é a utilização
de atividades investigativas, que desenvolve nos mesmos a compreensão de conceitos e ajuda-os a sair de uma postura
passiva e fazer com que comecem a perceber e agir sobre seu objeto de estudo. Diante do exposto o objetivo desse
trabalho foi: Avaliar as potencialidades e eficácia de uma oficina de formação continuada.
Material e métodos
A oficina de formação continuada foi intitulada “Abordando o uso de atividades experimentais em uma perspectiva
de Ensino por Investigação” ministrada pela pesquisadora em uma escola pública de Serra Talhada, foi planejada para
oito horas, distribuídas em duas tardes de atividades, cada uma caracterizando um momento.
No primeiro momento, foi aplicado o questionário (quadro 1) para levantamento das concepções prévias e em
seguida, apresentamos um breve histórico da experimentação no ensino de química, bem como os tipos de
experimentação existentes, foi exibido também um vídeo sobre experimentação na perspectiva do ensino por
investigação e diversos vídeos de experimentos demonstrativos. Os professores formaram duplas, para trabalhar em
conjunto até o final da oficina, trabalhando com o material de apoio elaborado para essa finalidade.
Tal material se constitui em uma apostila com 15 experimentos selecionados na literatura e previamente testados pela
pesquisadora. Para seleção dos experimentos, visamos os que podem ser realizados com matérias de baixo custo e de
fácil acesso, nas três divisões que a química apresenta no Ensino Médio (Química Geral, Química Orgânica e FísicoQuímica). .
No segundo momento, abordamos um pouco mais sobre o histórico da experimentação, agora totalmente centrado na
perspectiva de ensino por investigação. Colocamos alguns materiais (reagentes e vidrarias) a disposição dos
professores, para que eles pudessem usar a criatividade e tentar elaborar e/ou utilizar algum experimento. Por fim,
apresentaram os experimentos escolhidos da apostila, associado a um problema, na perspectiva do ensino por
1
Alexsandra Rodrigues de Lima é bolsista do PIBID e aluna do Curso de Licenciatura em Química da Unidade Acadêmica de Serra Talhada,
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Fazenda Saco, S/N, Serra Talhada, PE, CEP: 56900-000. E-mail:
[email protected]
2
José Euzébio Simões Neto é professor assistente da UAST-UFRPE, Fazenda Saco, Serra Talhada, PE, CEP 56900-000.
3
Flávia Cristiane Vieira da Silva doutoranda do programa de pós graduação em Ensino de Ciências da UFRPE-SEDE.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
investigação. Durante os seguintes momentos da oficina, algumas atividades escritas foram realizadas com os
professores, descritas abaixo:
- Descrição da situação apresentada por um quadrinho.
- Estudo do Texto: A Visita do Inspetor (CAMPOS e NIGRO, 1999), está disponível em anexo (quadro 2).
- Resposta a perguntas finais, relativas à experimentação, ensino por investigação e a oficina. (quadro 3)
Resultados e Discussão
Foi possível através das respostas dos professores perceber uma evolução nas concepções dos mesmos sobre o uso da
experimentação, dessa forma pode-se dizer que a partir do tema abordado na oficina, os professores puderam fazer uma
reflexão quanto ao uso da experimentação, enquanto antes possuíam uma visão mais simplista, fato esse que podemos
perceber a partir da analise das concepções prévias dos professores de química sobre o uso de atividades experimentais
através do questionário aplicado, ao qual os mesmos apresentaram visões simplistas e equivocadas quanto ao uso da
experimentação no Ensino de Química, considerando que a experimentação era realizada somente com o intuito de
comprovar o que foi dito na teoria. Esses resultados foram importantes, pois nas respostas dos mesmos no decorrer da
oficina podemos perceber uma evolução significativa dessas concepções. Passando a perceber que a experimentação
deve ter um caráter de construção do conhecimento e não ser usada apenas para provar o que foi dito na teoria.
Na análise aos experimentos realizados pelos mesmos, uma característica importante e satisfatória para a pesquisa foi a
criação de um problema para o experimento apresentado. Através das respostas as atividades complementares
realizadas, podemos perceber que os docentes valorizam o trabalho experimental por meio do Ensino por Investigação,
e acreditam que nesse tipo de atividade o aluno vai participar mais ativamente do processo de ensino-aprendizagem,
apontam em suas respostas vários passos correspondentes a uma atividade investigativa, se identificaram mais a uma
atividade demonstrativa-investigativa, já que apontam dificuldades para realização de atividades em que todos os alunos
participem de forma prática. Em suas respostas destacam a importância de oficinas que utilizam uma boa metodologia,
e ressaltam a importância dessa formação continuada principalmente para professores não formados na área em que
atuam. Dessa forma podemos perceber a eficácia dessa referida oficina de formação, já que promoveu reflexões
importantes quanto ao uso de atividades experimentais aos participantes da pesquisa, além da potencialidade da mesma,
tendo em vista que a criação de problemas para os experimentos e as respostas as atividades direcionam passos para
uma atividade investigativa, foi um passo inicial para promover mudanças de procedimentos nas aulas práticas desses
professores.
Agradecimentos
À UAST/UFRPE, PIBID-CAPES. À escola em que foi realizada a pesquisa, bem como aos professores participantes da mesma.
Referências
AZEVEDO, M. C. P. S. Ensino por Investigação: Problematizando as Atividades em Sala de Aula. In: Ensino de ciências: unindo a
pesquisa e a prática / Anna Maria Pessoa de Carvalho, (org.). São Paulo: Cengage Learning, 2012.
CAMPOS, M. C.C. e NIGRO, R. G. Didática de Ciências: o ensino-aprendizagem como investigação. São Paulo: FTD, 1999.
DELIZOICOV, D; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. 4. ed. São Paulo:
Cortez, 2011.
ROSITO, B. A. O Ensino de Ciências e a Experimentação. In: Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e
metodológicas/ Roque Moraes (org.) – 3. Ed. – Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008. 230 p.
SILVA, R.; MACHADO, P.; TUNES, E. Experimentar sem medo de errar. In: MALDANER, O.; SANTOS, W. O Ensino de
Química em Foco. Ijuí: Unijuí
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Quadro 1: Questionário de afirmativas para levantamento das concepções prévias.
Fonte: Silva e Zanon (2000, apud SILVA, MACHADO e TUNES, 2010).
Quadro 2: Texto gerador de debate.
Fonte: Campos e Nigro (1999).
Quadro 3: Atividades complementares.
Fonte: Própria.
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