Resumo 7º ano – 07 – Sistema Solar – Planetas

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Sistema Solar – Os planetas Rochosos
O Sistema Solar consiste do Sol e de todos os objetos que o
orbitam, incluindo asteróides, cometas, luas e planetas. A Terra é
o terceiro planeta do Sistema Solar.
A grande variedade de objetos que existe no Sistema Solar está
dividida em várias categorias. Nos últimos anos descobriu-se que
muitas destas categorias não estão tão bem delineadas como
antes se pensava.
Os planetas do Sistema Solar são os oito corpos regularmente
conhecidos com os nomes de: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte,
Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. O "status" de Plutão foi
recentemente alterado para planeta-anão pela União
Astronômica Internacional.
Os planetas rochosos ou Telúricos recebem esse nome por
possuírem uma crosta solida, sendo esta crosta apenas uma fina
camada comparada com o manto e núcleo. Apesar de algumas
semelhanças entre a crosta da Terra e a dos outros planetas
rochosos, a crosta da Terra é a única que é dividida em placas
tectônicas, embora acredita-se que os demais planetas rochosos
tem ou tiveram um vulcanismo ativo em tempo recente.
Júpiter constitui a maioria da massa do Sistema Solar, sem contar com o Sol: 0,1% da massa do Sistema Solar. Por
sua vez, Saturno constitui a massa restante, depois Urano e Netuno, e depois a Terra e Vênus.
MERCÚRIO
Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol a cerca de 57
milhões de quilômetros e o oitavo em tamanho. É menor que
Ganimedes e Titã, mas tem mais do dobro da massa.
Na mitologia Romana, Mercúrio é o deus do comércio, das
viagens e da ladroagem. O planeta provavelmente recebeu este
nome devido ao seu movimento extremamente rápido no céu.
Mercúrio é conhecido pelo menos desde o tempo dos Sumérios
(terceiro milênio AC). Foi-lhe dado dois nomes pelos Gregos:
Apolo pela sua aparição como estrela da manhã e Hermes
como estrela da noite. Os astrônomos Gregos sabiam, no
entanto, que os dois nomes se referiam ao mesmo corpo.
Heráclito até acreditava que Mercúrio e Vênus orbitavam o Sol,
não a Terra.
Até 1962 pensava-se que o "dia" de Mercúrio tinha a mesma
duração que o seu "ano", equivalendo a cerca de 88 dias
terrestres, dado que mostrava sempre a sua face, tal como a
Lua faz com a Terra. Mas mostrou-se que era falso em 1965 por
observações de radar. Sabe-se agora que Mercúrio gira três vezes em
cada dois dos seus anos. As variações da temperatura em Mercúrio são
das mais extremas do Sistema Solar, estando entre os -170°C e os
420°C. A temperatura de Vênus é ligeiramente mais quente, mas muito
estável.
Mercúrio é em muitas maneiras similar à Lua: a sua superfície é
pontilhada de crateras e muito antiga; não tem placas tectônicas. Por
outro lado, Mercúrio é muito mais denso que a Lua. Mercúrio é o
segundo corpo mais denso do Sistema Solar, depois da Terra. Na
realidade, a densidade da Terra é devida em parte à sua compressão
gravitacional; se não fosse por isso, Mercúrio seria mais denso que a
Terra. Isto indica que o denso núcleo de ferro de Mercúrio é
relativamente maior que o da Terra, provavelmente
constituindo a maioria do planeta. Sendo assim, Mercúrio tem
apenas um manto e uma crosta muito finas. O interior de
Mercúrio é dominado por um grande núcleo de ferro cujo raio
varia entre os 1800 e os 1900 km. A camada exterior de sílica
(análoga ao manto e crosta da Terra) tem apenas entre 500 e
600 km de espessura. Pelo menos uma parte do núcleo está
derretido.
A superfície de Mercúrio exibe enormes escarpas, algumas
com centenas de quilômetros de comprimento e quase três
de altura. Algumas cortam através dos anéis das crateras e
outras características geográficas são de tal forma que
indicam que foram formadas por compressão. Estima-se que a
superfície de Mercúrio foi encolhida em 0,1% (ou uma diminuição de 1 km no raio do planeta). Uma das maiores
características da superfície de Mercúrio é a "Bacia Caloris", com cerca de 1550 km de diâmetro. Pensa-se que seja
semelhante às grandes bacias (mares) da Lua. Tal como as bacias lunares, foram provavelmente criadas por um
grande impacto no princípio da formação do Sistema Solar. Este impacto foi provavelmente responsável pelo
terreno estranho exatamente no lado oposto do planeta. Em adição ao terreno cheio de crateras, Mercúrio tem
também planícies relativamente planas. Algumas podem ser o resultado de antigas atividades vulcânicas, mas outras
da deposição de material ejetado das crateras de impacto. Os dados enviados pela Mariner foram reavaliados e
fornecem dados preliminares de vulcanismo recente em Mercúrio. Mas
mais estudos precisam de ser efetuados para se ter confirmação.
Surpreendentemente, observações efetuadas por radar mostram que o
pólo Norte de Mercúrio (uma região não mapeada pela Mariner 10) mostra
provas de gelo nas regiões protegidas pela sombra de algumas crateras.
Mercúrio tem um pequeno campo magnético cuja força é de cerca de 1%
do da Terra.
Mercúrio não tem satélites conhecidos.
Dado que a Terra tem uma órbita exterior à de Mercúrio, a sua observação
é muito difícil, pois surge sempre próximo do Sol no céu. Por vezes levantase antes do nascer do sol, por vezes põe-se depois do pôr do Sol, mas de tal
forma próximo destes eventos que nunca é visível quando está realmente
escuro. Por esta razão, os astrônomos nunca tinham tido uma boa visão de
Mercúrio da Terra, mesmo com os grandes telescópios. Muitos astrônomos
nunca viram Mercúrio (Copérnico no seu leito de morte lamentava-se que
nunca havia visto Mercúrio).
DATAS IMPORTANTES
1610
O astrônomo Galileu Galilei faz as primeiras observações telescópicas de Mercúrio.
1631
O astrônomo francês Pierre Gassendi faz as primeiras observações do trânsito de Mercúrio pela
face do Sol.
1639
O astrônomo italiano Giovanni Zupus descobre que Mercúrio tem fases, uma prova de que o
planeta orbita o Sol.
1641
O astrônomo alemão Johann Franz Encke faz a primeira determinação da massa de Mercúrio
usando o efeito da gravidade do cometa Encke.
1889
O astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli produz o primeiro mapa das características da
superfície de Mercúrio.
1965
Os rádio astrônomos americanos Gordon Pettengil e Rolf Dyce medem o período de rotação de
Mercúrio, que se situa à volta de 59 dias.
1968
A Surveyor 7 tira as primeiras fotos de Mercúrio a partir da superfície lunar.
1974
A sonda Mariner 10 faz o seu primeiro vôo rasante a 705 km de Mercúrio.
1975
A sonda Mariner 10 faz o seu terceiro e último vôo rasante a 327 km de Mercúrio.
2008
A sonda MESSENGER completa o seu primeiro vôo rasante por Mercúrio.
2011-2013
A sonda MESSENGER entra em órbita de Mercúrio e leva cabo diversos estudos e mapeamentos
do planeta.
VÊNUS
Vênus é o segundo planeta a contar do Sol e o sexto maior.
Vênus (Grécia: Afrodite; Babilônia: Ishtar) é a deusa do amor e da beleza.
O planeta tem este nome provavelmente porque é o mais brilhante dos
planetas conhecidos na Antiguidade (com algumas exceções, as
características geográficas de Vênus têm nomes femininos).
Vênus é conhecido desde tempos pré-históricos. É o objeto natural mais
brilhante do céu, além do Sol e da Lua. Tal como Mercúrio, pensava-se
que eram dois corpos: Eosphorus como estrela da manhã e Hesperus
como estrela da tarde, mas os astrônomos Gregos conheciam este fato (a
aparição de Vênus como estrela da manhã é por vezes chamada de
Lúcifer).
Dado que Vênus é um planeta interior, mostra fases quando observado
com um telescópio a partir da perspectiva da Terra. A observação deste
fenômeno por Galileu foi uma importante prova a favor da teoria
heliocêntrica do Sistema Solar desenvolvida por Copérnico.
A primeira sonda a visitar Vênus foi a Mariner 2 em 1962. Foi
subseqüentemente visitada por muitas outras (mais de 20 até agora),
incluindo as famosas Pioneer Venus, a soviética Venera 7, a primeira
sonda a aterrar em outro planeta e a Venera 9, que enviou as
primeiras fotografias da superfície de Vênus. Mais recentemente, a
sonda americana Magalhães produziu mapas detalhados da superfície
de Vênus utilizando radar e atualmente a sonda Venus Express
encontra-se a orbitar o planeta.
A rotação de Vênus é um pouco invulgar, pois é extremamente lenta
(243 dias terrestres por cada dia em Vênus, um pouco maior que um
ano venusiano) e retrógrada. Em adição, os períodos da rotação de
Vênus e da sua órbita são sincronizadas, dado que apresenta sempre a
mesma face em direção à Terra quando os dois planetas estão na sua
maior aproximação.
Vênus é por vezes tido como irmão da Terra. Em alguns aspectos são
muito semelhantes:



Vênus é apenas um pouco menor que a Terra (95% do diâmetro da Terra, 80% da massa da Terra).
Ambos têm poucas crateras, o que indica superfícies relativamente jovens.
As suas densidades e composições químicas são similares.
Devido a estas semelhanças, pensou-se que por baixo das suas densas nuvens Vênus seria tal como a Terra e que até
pudesse ter vida. Mas, infelizmente, estudos mais detalhados revelaram que em aspectos muito importantes é
radicalmente diferente da Terra. Pode até ser o local menos hospitaleiro do Sistema Solar.
A pressão da atmosfera de Vênus à superfície é de 90 atmosferas (mais ou menos a mesma pressão que a uma
profundidade de 1 km nos oceanos da Terra). É composta majoritariamente por dióxido de carbono. Existem
camadas de nuvens com muitos quilômetros de espessura compostas por ácido sulfúrico. Estas nuvens tapam
completamente a superfície do planeta. Esta densa atmosfera produz um grande efeito estufa que faz subir a
temperatura à superfície acima dos 460°C (quente o suficiente para derreter chumbo). A superfície de Vênus é na
realidade mais quente que a de Mercúrio, embora esteja quase ao dobro da sua distância do Sol.
Existem fortes ventos (350 km/h) nas nuvens superiores de
Vênus, no entanto, próximo à superfície são muito lentos, não
mais que uns poucos quilômetros por hora.
Vênus provavelmente teve grandes quantidades de água tal
como a Terra, mas evaporou-se toda. É agora muito seco. A
Terra sofreria também este destino se estivesse um pouco mais
perto do Sol. Conseguiremos aprender muito mais sobre a
Terra ao estudar o porquê de Vênus se ter tornado tão
diferente.
A maioria da superfície de Vênus consiste de planícies suaves
com pouco relevo. Existem também algumas extensas
depressões: "Atalante Planitia", "Guinevere Planitia", "Lavinia
Planitia". Existem duas grandes áreas de terras altas: "Ishtar
Terra" no hemisfério Norte (com cerca do tamanho da Austrália) e "Aphrodite Terra" ao longo do equador (com mais
ou menos o tamanho da América do Sul). O interior de Ishtar consiste sobre tudo de um elevado planalto, "Lakshmi
Planum", que está rodeada pelas maiores montanhas de Vênus incluindo o enorme "Maxwell Montes".
Dados enviados pela sonda Magalhães mostram que muita da superfície de Vênus está coberta por correntes de
lava. Existem alguns enormes vulcões (similares aos do Hawaii ou ao "Olympus Mons"), tal como "Sif Mons".
Descobertas recentes indicam que Vênus está ainda vulcanicamente ativo, mas apenas em alguns pontos quentes;
na sua maior parte do tempo tem estado relativamente calmo geologicamente nas últimas centenas de milhões de
anos.
Não existem pequenas crateras em Vênus. Parece que os pequenos meteoros queimam-se na densa atmosfera de
Vênus antes de atingir a superfície. As crateras em Vênus
parecem surgir em grupos indicando que os grandes meteoros
que atingem a superfície usualmente se partem na atmosfera.
Os terrenos mais antigos de Vênus parecem ter mais ou menos
800 milhões de anos. O extenso vulcanismo nessa altura
limpou a superfície anterior incluindo grandes crateras que
poderiam ter existido antigamente.
O interior de Vênus é provavelmente muito semelhante ao da
Terra: um núcleo de ferro com um raio de cerca de 3000 km,
um manto de rocha derretida, que parece ocupar a maioria do
planeta. Dados recentes da Magalhães indicam que a crosta de
Vênus é mais forte e densa do que se pensava. Como na Terra, a convecção no manto produz stress na superfície,
que é aliviada em muitas regiões relativamente pequenas em vez de se concentrar nos limites das placas, como é o
caso da Terra.
A ESA enviou uma sonda, de nome Venus Express, até Vênus, lançada em Outubro de 2005 e que está atualmente
estudando o planeta.
Vênus não tem um campo magnético, talvez devido à sua lenta rotação e não tem satélites.
Vênus é freqüentemente visível a olho nu. Por vezes (erradamente) referido como sendo a "estrela da manhã" ou a
"estrela da tarde", é de longe a "estrela" mais brilhante do céu.
DATAS IMPORTANTES
1962
A sonda americana Mariner 2 passa por Vênus; verifica altas temperaturas.
1970
A soviética Venera 7 aterra suavemente em Vênus.
1972
A Venera 8 aterra em Vênus; transmite dados por volta de uma hora.
1974
A Mariner 10, a caminho de Mercúrio, passa por Vênus; pesquisa a circulação atmosférica global
dentro do espectro visível e do ultravioleta.
1975
A Venera 9 envia as primeiras imagens da superfície de Vênus.
1978
A sonda americana Pioneer Venus Orbiter faz um mapa de radar de Vênus; a Pioneer Venus
Multiprobe envia 4 sondas através das nuvens venusianas.
1983
As Venera 15 e 16 enviam mapas de radar a alta-resolução e análises atmosféricas.
1984
As sondas soviéticas Vega 1 e 2 enviam landers e sondas-balões para Vênus a caminho do Cometa
Halley.
1989
A sonda americana Magalhães foi lançada para Vênus.
1990-94
A Magalhães mapeia cerca de 98% da superfície de Vênus utilizando radar.
2004
Primeiro trânsito de Vênus pelo Sol observado desde 1882.
2006
A Venus Express alcança o seu alvo e começa a estudar Vênus.
TERRA
A Terra é o terceiro planeta a contar do Sol e o quinto maior.
É o único planeta cujo nome não deriva da mitologia
Grega/Romana. O seu nome tem origem Inglesa e Germânica.
Existem, claro, centenas de outros nomes em outras línguas. Na
mitologia Romana, a deusa da Terra era Tellus - o solo fértil
(Grécia: Gaia, terra mater - Mãe Terra). Foi só na altura de
Copérnico (século XVI) que se compreendeu que a Terra é
apenas mais um planeta.
A Terra, claro, pode ser estudada sem a ajuda de satélites. No
entanto, foi só no século XX que tivemos mapas do planeta
inteiro. Foram tiradas fotografias do espaço, com uma
importância considerável; por exemplo, são uma enorme ajuda
para a meteorologia. E são também extremamente bonitas.
DATAS IMPORTANTES
1957
A sonda soviética Sputnik torna-se o primeiro satélite artificial da Terra.
1960
A NASA lança Tiros, o primeiro satélite meteorológico.
1968
A série de satélites GOES começa.
1972
A série de satélites Landsat começa a estudar as características dos terrenos do planeta.
1991
O UARS providencia provas que os químicos produzidos pelo Homem são responsáveis pelo buraco
do ozônio na Antártica.
1992
O satélite americano/francês TOPEX/Poseidon especifica as ligações entre os oceanos da Terra e o
clima.
1999
O satélite de observação Terra começa a estudar a mudança climática global.
2000
O Shuttle Radar Topography (SRTM) mapeia 80% da superfície da Terra com uma resolução de 30
metros.
MARTE
Marte é o quarto planeta a contar do Sol e o sétimo em
tamanho.
Marte (Grécia: Ares) é o deus da Guerra. O planeta
provavelmente recebeu este nome devido à sua cor; é por
vezes conhecido como o Planeta Vermelho (uma nota
interessante: o deus Romano Marte era um deus da
agricultura antes de se associar com o deus Grego Ares;
aqueles que suportam a colonização e a terra-formação de
Marte gostam deste simbolismo). O nome do mês Março
deriva de Marte.
É conhecido desde tempos pré-históricos. Claro, tem sido
extensamente estudado com telescópios terrestres. Mas até
os maiores vêm em Marte um alvo difícil, é demasiado
pequeno. É ainda o favorito dos escritores de ficção científica
como o lugar mais favorável onde os humanos poderiam
viver no Sistema Solar (além da Terra!).
A primeira sonda a visitar Marte foi a Mariner 4 em 1965. Outras se seguiram, tal como Marte 2 e as duas Vikings em
1976. Terminando um longo jejum de 20 anos, a Mars Pathinder conseguiu pousar com sucesso em Marte em 4 de
Julho de 1997. Em 2004 os rovers "Spirit" e "Opportunity" pousaram em Marte, enviando dados geológicos e muitas
imagens; a Opportunity ainda está em operação ao fim de mais de oito anos em Marte. Outras três sondas (Mars
Odyssey, Mars Express e Mars Reconnaissance Orbiter) estão também atualmente em operação.
Enquanto que a temperatura média de Marte é de cerca de -55 °C, as temperaturas à superfície variam entre os 133°C nos pólos no Inverno aos 27 °C de dia durante o Verão.
Embora Marte seja menor que a Terra, a sua área de superfície
solida é aproximadamente igual à área da Terra. Tem dos mais
variados e interessantes tipos de terrenos de qualquer dos planetas
terrestres, alguns dos quais simplesmente espetaculares:

Olympus Mons: a maior montanha do Sistema Solar,
subindo 24 km à volta da área circundante. A sua base mede mais
de 500 km de diâmetro e está rodeada por um penhasco de 6 km de
altura.
 Tharsis: uma grande proeminência na superfície marciana
com 4000 km de comprimento e 10 de largura.
 Valles Marineris: um sistema de desfiladeiros com 4000 km
de comprimento e 2 a 7 de profundidade.
 Hellas Planitia: uma cratera de impacto no hemisfério sul
com mais de 6 km de profundidade e 2000 em diâmetro.
Muita da superfície marciana é velha e pontilhada de crateras,
mas existem também vales, montes e planícies mais jovens
(nenhuma destas é visível em detalhe com telescópios, até
mesmo o Hubble; toda a informação vem das sondas que
enviamos a Marte). O hemisfério sul de Marte contém
predominantemente antigas terras-altas com varias crateras,
um pouco similares às da Lua. Em contraste, a maioria do
hemisfério norte consiste de planícies muito mais jovens,
baixas em elevação e que têm uma história muito mais
complexa. Uma mudança de elevação abrupta com alguns
quilômetros parece ocorrer na fronteira. A sonda espacial
Mars Global Surveyor produziu um bom mapa 3D de Marte
que mostra claramente estas características geográficas.
O interior de Marte é conhecido apenas por dedução a partir
de dados acerca da superfície e pelas estatísticas do planeta. O cenário mais provável é ter um núcleo denso com
cerca de 1700 km de raio, um manto rochoso derretido um pouco mais denso que o da Terra e uma crosta fina.
Dados da Mars Global Surveyor indicam que a crosta de Marte tem
cerca de 80 km de espessura no hemisfério sul, mas apenas 35 km
no norte. A baixa densidade de Marte quando comparada com os
outros planetas terrestres indica que o seu núcleo provavelmente
contém uma relativamente grande fração de enxofre, além de ferro
(ferro e sulfureto de ferro).
Tal como Mercúrio e a Lua, Marte parece não ter placas tectônicas
ativas no presente; não existem provas de movimento horizontal
recente na superfície, tal como as montanhas dobradas tão comuns
na Terra. Com nenhum movimento horizontal de placas, os "pontos
quentes" debaixo da crosta ficam numa posição fixa relativamente à
superfície. Isto, em conjunto com a baixa gravidade à superfície,
pode explicar a existência da proeminência de Tharsis e os seus
enormes vulcões. No entanto, não existem evidências de atividade
vulcânica presente. Mas existem novos dados da Mars Global
Surveyor que indicam que Marte possa ter tido atividade tectônica
no seu passado recente, o que faz com que as comparações com a
Terra sejam mais interessantes!
Existe um claro indício de erosão em muitos lugares de Marte, incluindo grandes inundações e pequenos sistemas de
rios. A uma dada altura no passado, houve claramente uma espécie de fluido na superfície. A água líquida parece ser
a escolha mais óbvia, porem existem outras possibilidades. Poderiam até existir grandes lagos ou até oceanos; as
provas que fortaleceram esta teoria foram providenciadas por imagens de terrenos com camadas tiradas pela Mars
Global Surveyor e dos resultados mineralógicos do rover Opportunity. Mas parece que isto aconteceu apenas
brevemente e há muito tempo atrás; a idade dos canais de erosão é estimada em cerca de 4 bilhões de anos (Valles
Marineris NÃO foi criada a partir de água corrente. Foi formado a partir de esticões e falhas da crosta associadas
com a criação da proeminência de Tharsis).
No princípio da sua existência, Marte era muito parecido com a
Terra. E tal como a Terra, muito do seu dióxido de carbono foi
usado para formar as rochas carbonácias. Mas ao contrário das
placas tectônicas na Terra, Marte não consegue reciclar
nenhum do seu CO2 para a atmosfera e por isso é incapaz de
sustentar um efeito de estufa significativo. A superfície de
Marte seria por isso, muito mais fria que a da Terra, se
estivesse à mesma distância do Sol.
Marte tem uma atmosfera muito fina, composta
principalmente por uma pequena quantidade de dióxido de
carbono restante, nitrogênio, argônio e traços de oxigênio e
água. No entanto, a sua atmosfera é espessa o suficiente para
suportar ventos muito fortes e tempestades de areia vastas,
que por vezes "tapam" o planeta inteiro e podem durar meses.
Marte tem calotas polares permanentes em ambos os pólos,
compostas de gelo e dióxido de carbono sólido ("gelo seco")
que são visíveis até com um pequeno telescópio. Estas exibem uma estrutura em camadas, em que alternam gelo e
várias concentrações de pó negro. Quando é Verão no hemisfério Norte, o dióxido de carbono é completamente
sublimado, deixando uma camada residual de gelo.
Recentes observações com o Telescópio Espacial Hubble revelaram que as condições durante as missões Viking
poderiam não ter sido as normais. A atmosfera de Marte parece agora ser mais fria e seca do que as anteriormente
medidas pelas Vikings.
As sondas Viking fizeram experiências para determinar a existência de vida em Marte. Os resultados foram algo
abstrato, mas a maioria dos cientistas acredita agora que mostram nenhuma prova de vida em Marte (no entanto,
ainda existe alguma controvérsia). Os otimista apontam que apenas duas pequenas amostras foram medidas e não
dos locais mais favoráveis. Mais experiências irão ser feitas nas futuras missões a Marte.
Acredita-se que um pequeno número de meteoritos (os meteoritos SNC) são originários de Marte.
Em 6 de Agosto de 1996, David McKay e seus colegas
anunciaram a primeira identificação de um composto orgânico
num meteorito marciano (ALH84001). Os autores sugeriam
ainda que estes compostos, em conjunção com um número de
outras características mineralógicas observadas na rocha,
poderiam ser evidência de antigos microrganismos marcianos.
Por mais excitante que isto pareça, é importante notar que
enquanto estas provas são fortes, de modo algum estabelecem
de fato a existência de vida extraterrestre. Têm existido
também alguns estudos contraditórios publicados depois da
tese de McKay. "Pretensões extraordinárias requerem provas
extraordinárias". Muito trabalho permanece ainda por fazer
antes que estejamos confiantes deste achado extraordinário.
Existem alguns extensos, mas não globais, e fracos campos magnéticos em várias regiões de Marte. Esta descoberta
inesperada foi feita a partir da Mars Global Surveyor apenas alguns dias depois de ter entrado na órbita de Marte.
Existem provavelmente restos de um campo global mais antigo, que já desapareceu. Isto pode ter implicações
importantes para a estrutura interior de Marte e para a história da sua atmosfera, bem como para a possibilidade de
vida.
Quando se encontra no céu noturno, Marte é facilmente visível a olho nu. É um alvo difícil, mas reconfortante para
os astrônomos amadores, embora que seja por apenas três ou quatro meses durante cada ano marciano, quando se
encontra mais próximo da Terra. O seu tamanho aparente e brilho varia muito de acordo com a sua posição relativa
em relação à Terra.
Marte tem dois pequenos satélites que orbitam muito perto da superfície marciana, Phobos e Deimos.
1965
A sonda Mariner 4 tira as primeiras fotografias em aproximação durante o seu "flyby" de Marte.
1969
Os vôos rasantes da Mariner 6 e 7 resultam em imagens de alta-resolução da região equatorial e
do hemisfério Sul.
1971
A Mariner 9 torna-se no primeiro satélite a orbitar outro planeta.
1973
A sonda soviética Mars 3 e Mars 5 tentam pela primeira vez aterrar em Marte.
1976
As sondas americanas Viking 1 e 2 orbitam Marte. AViking Lander 1 providencia as primeiras
provas da ciência da sua superfície.
1996
O famoso micro fóssil é encontrado no meteorito marciano ALH84001.
1997
A Mars Pathfinder aterra em Marte. O Sojourner Roverexplora a área Ares Vallis durante três
meses.
1997- ?
A Mars Global Surveyor mapeia a superfície de Marte a partir de órbita.
2004- ?
As sondas Spirit e Opportunity investigam a superfície de Marte, em busca de antigos vestígios de
água e vida.
2006- ?
A Mars Reconnaissance Orbiter alcança a órbita de Marte.
2008
O lander Phoenix investiga a superfície de Marte e confirma a existência de água gelada.
2012
O rover Curiosity pousa em Marte e começa o estudo do planeta.
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