Relatório Técnico

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Edson Alexandre Nunes
Maicon Augusto Tibola
Orientador: Roberto Zanetti Freire
2º Bimestre
Relatório Técnico
Assinatura: _________________________
Orientador: Prof. Dr. Roberto Zanetti Freire
Kit Didático Para o Estudo de Controladores em Processos Físicos
Curitiba 2016
Sumário
1. Introdução ............................................................................................ 4
Objetivo Geral ............................................................................... 5
Objetivo Específico ........................................................................ 5
Metodologia ................................................................................... 5
Teoria de Controle......................................................................... 6
Estrutura do documento .............................................................. 10
2. Detalhamento do Projeto ................................................................... 11
Software ...................................................................................... 11
2.1.1. Módulo PC (Interface Gráfica) .............................................. 11
Hardware ..................................................................................... 16
2.2.1. Sistema de Aquisição e Transmissão ................................... 16
2.2.2. Firmware ............................................................................... 19
2.2.3. Processos físicos .................................................................. 21
3. Cronograma ....................................................................................... 23
4. Procedimentos de Teste e Validação do Projeto ............................... 24
Teste Caixa Branca ..................................................................... 24
Teste Caixa Preta........................................................................ 25
Resultados de testes ................................................................... 27
4.3.1. Comunicação (transmissão e recepção) .............................. 27
4.3.2. Gerador de Sinais ................................................................. 31
4.3.3. Planta Aero-estabilizador ...................................................... 35
4.3.4. Fonte Simétrica ..................................................................... 38
4.3.5. Controladores analógicos ..................................................... 38
5. Análise dos Riscos............................................................................. 39
6. Conclusão .......................................................................................... 42
7. Referências ........................................................................................ 43
2
Resumo
O aprendizado da teoria controle moderno torna-se mais interessante
quando existem plantas didáticas, que representam sistemas encontrados na
indústria, para serem usadas no projeto prático de controladores. Utilizando-se
dessas plantas, pode-se fornecer aos alunos alternativas para compreensão da
teoria da disciplina, facilitando o processo de aprendizado. O Kit proposto neste
trabalho diz respeito a um ambiente que contém os sistemas físicos necessários
para testes de controladores PID, de forma a auxiliar os alunos na compreensão
da dinâmica de processos e das ações de controle. O equipamento apresentado
neste projeto físico tem o intuito de criar uma única plataforma que contenham
as ferramentas necessárias para o estudo de controladores. Desta forma, este
projeto conta com controladores discretos para testes e plantas adequadas em
um só equipamento, que auxiliará o estudante em seus projetos, proporcionando
um aprendizado mais rápido de conceitos teóricos sobre diferentes ações de
controle e suas aplicações. A planta será constituída a partir de um gerador de
sinais implementado de forma discreta, com intenção de aplicar estímulos de
referência nas entradas dos sistemas físicos. Controladores Proporcional (P),
Proporcional Integral (PI), Proporcional Derivativo (PD) e Proporcional Integral
Derivativo (PID), circuitos somadores e subtratores, duas plantas para estudo da
dinâmica e aplicação dos controladores sendo uma para controle da velocidade
e outra para controle de posição de um aero-estabilizador. Um sistema de
aquisição de sinais também é apresentado neste trabalho. Desta forma, esperase que o equipamento proporcione um ambiente organizado, que auxilie o aluno
a desenvolver seus projetos de forma eficiente, mantendo-o motivado com a
teoria de controle aplicado.
3
1. Introdução
Em Sistemas de Controle, uma planta didática tem como objetivo auxiliar
o estudante a entender a matemática que envolve o conceito teórico, através de
uma aplicação prática. Desta forma, pode-se estudar sistemas que representam
processos reais utilizados na indústria. Com este tipo de equipamento, o
estudante é capaz de simular um sistema, aplicar um sinal de entrada e observar
a resposta do sistema antes mesmo de testá-lo em uma planta real, sem riscos
de danificar equipamentos de alto custo.
O desenvolvimento prático experimental é comumente aplicado em
Sistemas de Controle. Neste sentido, este projeto reunirá as principais
funcionalidades dos equipamentos necessários (fontes, osciloscópio, voltímetro,
gerador de sinais) para aplicação da teoria de controle em um único sistema,
dedicados aos estudos voltados à engenharia na área de controle de processos.
A teoria de controle envolve considerável conhecimento matemático e
isso impacta diretamente no funcionamento dos controladores. Os problemas
observados são referentes aos erros de modelagem, projeto e incertezas
encontrados nas diversas etapas do desenvolvimento de um sistema de
controle. Um exemplo disso é a aplicação de testes em uma planta didática para
manter a estabilidade de um drone. Muitos desses dispositivos geralmente
utilizam quatro motores para manter o drone estável durante o voo. Desta forma,
testar um controlador diretamente no drone pode trazer consequências
desastrosas, como na perda de tempo e de materiais.
Outro fator é a importância em se ter experiências, uma vez que isso ajuda
a fixar o conhecimento da teoria e as aplicações em processos reais impactam
diretamente na motivação do aluno, proporcionando noções realísticas dos
processos industriais. [1]
Plantas didáticas são amplamente utilizadas para a teoria de controle e
são disponibilizadas no mercado em formas de módulos referentes ao tipo de
teste que se pretende aplicar. Esta é uma possível solução para o problema em
questão, porém este projeto pretende disponibilizar um único equipamento que
contenha as principais ferramentas necessárias para a aplicação pratica
experimental dos controladores.
4
Este equipamento didático tem relevância no ambiente de estudo na área
de controle, que possibilitará uma aplicação pratica e um único ambiente com
processos para testes que podem contribuir significativamente para o
entendimento da matemática envolvida na teoria de controle, facilitando o
aprendizado.
Objetivo Geral
Desenvolver um equipamento didático experimental para estudo da teoria
de controle, contendo controladores digitais e diferentes sistemas físicos para
testes de controladores.
Objetivo Específico

Construir um sistema composto de hardware e software com
controladores P (Proporcional), PI (Proporcional-Integral), PD
(Proporcional-Derivativo), PID (Proporcional-Integral-Derivativo).

Incluir na planta circuitos somadores e subtratores (pelo menos
quatro de cada tipo);

Incluir na planta geradores de sinal de referência, incluindo uma
senóide e entrada ao degrau de amplitude variável;

Disponibilizar aplicações práticas através de pelo menos duas
plantas (sistemas físicos) a serem controladas: i) um motor de
corrente contínua; ii) um aero-estabilizador;

Desenvolver um programa computacional capaz de fazer a
aquisição de sinais das plantas envolvidas e que interaja com os
usuários do sistema, mostrando os gráficos de resposta do sistema
em tempo real;

O sistema deve possuir uma interface amigável.
Metodologia

Do ponto de vista de sua natureza será uma pesquisa aplicada,
pois objetiva gerar auxilio prático aos estudantes de engenharia.

Do ponto de vista da forma de abordagem ao problema trata-se de
uma pesquisa quantitativa, que possibilitará aquisições de
informações e variáveis que são necessárias para a aplicação.
5

Do ponto de vista dos objetivos como pesquisa exploratória,
proporciona um ambiente que aproxima o estudante do seu
objetivo e do conceito teórico de forma dinâmica e atrativa. Como
pesquisa descritiva envolverá formas de aquisição de dados que
facilitaram uma análise descritiva do projeto.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos como pesquisa
experimental objetiva-se na construção de um método para
visualização do seu projeto evitando possíveis atrasos e
possibilitando avanços.
Teoria de Controle
Dentro de um ambiente industrial existem uma grande quantidade de
variáveis que necessitam de tratativas especiais para se chegar ao
funcionamento adequado de um sistema. Como, por exemplo, um sistema de
gerencia de temperatura onde é necessário controlar a variável temperatura para
uma determinada aplicação, o controle dessa variável física significa alterar seu
valor de acordo com um valor desejado para atingir certos objetivos, como o
acionamento de uma bomba. Neste contexto as teorias de controles comumente
usadas são a teoria de controle clássico, teoria de controle moderno e a teoria
de controle robusto.
Existem duas grandes classes de controles difundidas controladores
analógicos: referente aos controladores obtidos através das equações
diferenciais que descrevem seus fenômenos físicos e que são divididos de
acordo com a fonte de energia que estará sendo aplicada na operação, como
controladores pneumáticos, hidráulicos ou eletrônicos; e dinâmica de eventos
discretos ou chamados controladores discretos, possuem um controle em tempo
discreto, ou seja, definidos apenas em determinados instantes de tempo
dependendo de um período de amostragem, são aqueles criados a partir de
sensores, que são utilizados para criar uma discretização de uma ou mais
variáveis de processo de controle [1].
O controlador PID é um dispositivo mais utilizado na indústria para
sistemas de controle devido ao seu desempenho robusto e sua simplicidade que
permite opera-los rapidamente e de forma eficiente [2]. Este componente possui
6
três componentes, Proporcional, integral e Derivativa por este motivo chama-se
PID.
Controle Analógico
Para
elaboração
de
um
controlador
PID
analógico
utilizando
amplificadores operacionais é desenvolvido primeiramente suas componentes
em separado e então por meio de um circuito somador se tem o PID
propriamente dito.
Controlador Proporcional: essencialmente é um amplificador com ganho
ajustável, quanto maior o valor do ganho, maior será a velocidade da resposta.
O ganho do controlador proporcional é conhecido como KP e está na relação
entre o sinal de saída do controlador 𝑢(𝑡) e o sinal de erro atuante no sistema
𝑒(𝑡) (Equação 1).
𝑢(𝑡) = 𝐾𝑝 ∗ 𝑒(𝑡)
(1)
Controlador Proporcional Integral: a ação integral do controlador faz com
que o valor da saída (𝑢(𝑡)) do controlador seja modificado a uma taxa de
variação proporcional ao sinal de erro atuante, desta forma possui uma ação
mais lenta [1]. Na pratica a ação do controlador integral é aplicado juntamente
com ação do controlador proporcional para evitar instabilidade relativa no
sistema. A ação do PID é definida na Equação 2.
𝐾𝑝 𝑡
𝑢(𝑡) = 𝐾𝑝 . 𝑒(𝑡) +
. ∫ 𝑒(𝑡)𝑑𝑡
𝑇𝑖 0
(2)
Onde 𝑇𝑖 é o tempo integrativo, e sua função de transferência é:
𝑈(𝑠)
1
= 𝐾𝑝 (1 +
)
E(s)
𝑇𝑖 𝑠
(3)
Controle Proporcional Derivativo: diferente da ação do controlador
integral, o controlador puramente derivativo possui uma atuação mais rápida ao
7
receber sinal de erro atuante, porem fisicamente impossível de ser
implementado. Aplicando juntamente com o proporcional se tem a Equação 4.
𝑢(𝑡) = 𝐾𝑝 . 𝑒(𝑡) + 𝐾𝑝 . 𝑇𝑑
𝑑𝑒(𝑡)
𝑑𝑡
(4)
Onde 𝑇𝑑 é o tempo derivativo e sua função de transferência é:
𝑈(𝑠)
E(s)
(5)
=𝐾𝑝(1+𝑇𝑑𝑠)
Controladores PID (Proporcional Integral Derivativo) possuem em sua
função de transferência a soma das ações Proporcional, Integral e Derivativa,
agregando em um só sistema as vantagens individuais de cada controlador. Na
Eq. 6 pode-se identificar a função de transferência do controlador PID.
𝑡
𝑢(𝑡) = 𝐾𝑝 ∗ 𝑒(𝑡) + 𝑘𝑖 ∗ ∫ 𝑒(𝑡)𝑑𝑡 + 𝐾𝑑
𝑡=0
𝑑𝑒(𝑡)
𝑑𝑡
(6)
Controle Digital
De forma semelhante ao controlador analógico, o controlador digital
possui as componentes PID com um sinal de referência e aplicação à uma
planta. A diferença está na forma como é implementado o controlador, este por
sua vez utiliza de uma discretização dos sinais que são processados e então são
aplicados à planta.
Para o processamento dos sinais é necessário um elemento que trabalha
com sinais de tempo discreto, podendo ser um computador, microcontrolador,
CLP, etc. Para isso são utilizados conversores A/D e D/A para o tratamento dos
sinais e aplicação à planta [4].
Utilizando as equações dos controladores analógicos são obtidas as
equações de forma discreta e então são implementados utilizando alguma
linguagem
programação,
geralmente
são
encontrados
na
literatura
implementação na linguagem C para microcontroladores.
8
Controlador Proporcional: refere-se ao ajuste de ganho. Pela equação 1
se tem uma constante multiplicando o valor do erro no tempo, de forma discreta
isso é representado por uma variável para o ganho “Kp” e uma variável de erro
“e” em um instante de tempo “n” em que o erro foi amostrado representados na
equação 7.
𝑢[𝑛] = 𝐾𝑝 ∗ 𝑒[𝑛]
(7)
Controlador Proporcional Integral: a componente integral realiza uma
soma dos termos de uma função em um determinado período de tempo
(equação 8) [5] de tal forma que ao realizar a discretização faz-se apenas a
soma dos valores de erro em um instante de tempo “n” e no instante de tempo
“n+1” multiplicando pelo ganho Ki. Como a definição é baseada em um limite e
necessita de um intervalo de tempo muito pequeno, faz-se então Ki o valor da
taxa de amostragem do conversor A/D.
∆𝑡+𝑡
𝑡+∆𝑡
∫
𝑡
(8)
𝑓(𝑡) 𝑑𝑡 = lim ∑ 𝑓(𝑛) ∗ ∆𝑡
∆𝑡→0
𝑛=𝑡
𝑢[𝑛] = 𝐾𝑖 ∗ (𝑓[𝑛] + 𝑓[𝑛 − 1]) ;
𝑘𝑖 =
𝐾𝑝∗𝑡𝑎𝑥𝑎𝐴𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝐴𝑑
𝑡𝑖
(9)
Controlador Proporcional Derivativo: a forma digital do termo derivativo é
realizada com base na definição da derivada (equação 10) onde se tem o limite
calculado para uma diferença de um valor da função em determinado período de
tempo e seu valor prévio no mesmo instante de tempo [5].
(𝑓(𝑡) − 𝑓(𝑡 − ∆𝑡))
𝑑𝑓(𝑡)
= lim
∆𝑡→0
𝑑𝑡
∆𝑡
(10)
Para o tempo discreto o controlador proporcional derivativo se torna uma
subtração do erro em determinado tempo e o seu valor anterior e toda subtração
multiplicada por um ganho Kd semelhante ao integrador utilizando a taxa de
amostragem A/D.
9
𝑢[𝑛] = 𝐾𝑑 ∗ ( 𝑒[𝑛] − 𝑒[𝑛 − 1]) ;
𝑘𝑑 =
𝐾𝑝 ∗ 𝑡𝑑
𝑡𝑎𝑥𝑎𝐴𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝐴𝑑
(11)
Controlador Proporcional Integral Derivativo: similar ao controlado analógico, o
controlador PID digital utiliza das três componentes anteriores realizando uma
soma entre elas obtendo as vantagens de cada uma.
𝑢[𝑛] = 𝐾𝑝 ∗ 𝑒[𝑛] + 𝐾𝑖 ∗ (𝑓[𝑛] + 𝑓[𝑛 − 1]) + 𝐾𝑑 ∗ ( 𝑒[𝑛] − 𝑒[𝑛 − 1])
(12)
Estrutura do documento
O presente trabalho está organizado da seguinte forma: o capítulo 2 trata
do detalhamento do projeto, como cada módulo será implementado. O capítulo
3 apresenta o cronograma com datas importantes. O capítulo 4 explica como
serão realizados os testes de cada módulo em termos de desempenho. Por fim,
o capítulo 5 diz respeito a análise dos riscos do projeto, abordando ações de
prevenções e possíveis soluções no caso de ocorrência.
10
2. Detalhamento do Projeto
O Kit é um equipamento para o estudo de sistemas de controle, onde através
de uma interface interativa é possível prover ajustes nos controladores, e aplica-los
em plantas físicas com intuito de observar o seu comportamento em tempo real. Os
módulos de forma geral podem ser distribuídos em quatro blocos, sendo estes, PC
(Interface Gráfica), Sistema; Planta 1 (Aero-estabilizador); Planta 2 (Velocidade).
Kit
Velocidade
Sistema de
Aquisição e
transmissão
Planta Usuário
Aeroestabilizador
PC recepção
bluetooth
Figura 1: visão geral dos módulos do projeto.
Segue abaixo a descrição detalhada de cada elemento que compõe a visão
geral apresentada na Figura 2.
Software
2.1.1. Módulo PC (Interface Gráfica)
Trata-se do software de ajuste, comunicação e visualização do Sistema.
Apresentará de forma didática cada ação de controle, disponibilizando ao usuário
interação e visão dos circuitos elétricos com as descrições dos ganhos e dos sinais
11
de referência envolvidos em sua planta. Além disso, de forma gráfica o usuário poderá
acompanhar os resultados dos ajustes.
No computador serão realizados os processamentos de dados, ou seja, estarão
implementados os controladores discretos que serão ajustados de forma dinâmica
através da interface gráfica.
Os controladores discretos são implementados via software com o objetivo de
fornecer uma ação de ajuste pré-planejada aos sistemas físicos disponíveis,
corrigindo ou minimizando os erros através da manipulação dos sinais.
Todo o software estará desenvolvido em linguagem C# com a IDE Visual Studio
[3] devido aos documentos e exemplos disponíveis pela Microsoft que facilitarão a
implementação do bloco PC. Outras linguagens de programação permitem a
implementação desta interface, como o Java [4], porém necessitam de bibliotecas
extras diferente do C#.
Figura 2 módulo PC (Interface Gráfica)
12
Para proporcionar maior interação com o usuário e maior facilidade de
manuseio, a interface apresentada na Figura 2, possui uma divisão visual das suas
funcionalidades, abaixo está descrição detalhada área que compõe a interface.

Comunicação: Contém as configurações para conexão entre módulo PC e o
Sistema. O botão “Pesquisar” realiza a busca das portas disponíveis no computador
do usuário. Para isso o usuário deverá conectar o Sistema com seu computador,
assim estará disponível uma porta para a conexão. Através do “Port” o usuário poderá
selecionar a porta de comunicação. O botão “Conectar” carregará as configurações
iniciais e realizará a conexão.

Plantas: Escolha do sistema físico onde será aplicado os controladores
projetados. Caixa de seleção “Velocidade” trata-se da planta de controle de velocidade
e “Aero-estabilizador” trata-se da planta de controle de ângulo. Esta divisão se faz
necessária pois, são módulos físicos separados e possuem suas próprias
características. Caso não selecionado nenhuma das opções disponíveis, é
considerado que o usuário utilizará uma planta própria.

Planta Usuário: Elemento externo ao sistema que poderá ser integrado pelo
usuário. Este sistema deverá ter uma entrada para aplicação dos controladores, e um
circuito na saída que se adapte ao Kit, ou seja, deverá possuir transdutores que
convertam a resposta de sua planta em valores de tensão no tempo. Assim poderá
realizar a aplicação dos controladores, sinais de referência disponíveis e visualizar a
resposta graficamente.

Abas “Tipos de Controladores”: Na parte superior se encontra a divisão das
telas, onde será possível visualização individual das características de cada
controlador. As variáveis de ajuste são diferentes para cada um dos controladores,
logo ao se alterar uma aba, as configurações “Ganhos” são modificadas, permitindo
ao usuário ajustar apenas os valores correspondentes. Por exemplo na Figura 3, ao
selecionar a aba “Proporcional Integral Derivativo” é permitido a alteração dos ganhos
“KP, KI, KD”, pois estes são característicos do controlador PID. Além destas, a última
aba contém o circuito elétrico do controlador especificado, onde é permitido alterar os
valores de resistores e capacitores para simulação dos ganhos que futuramente serão
implementados pelo aluno na prática (ver Figura 3).
13
Figura 3 Aba Circuito, demonstrando circuito PID

Ganhos: Define os valores que estarão disponíveis para ajustes. As variáveis
“KP, KI, KD” fazem parte dos controladores P, PI, PD e PID. Este campo é dinâmico
deixando disponíveis apenas as variáveis referentes ao controlador que estará
previamente definido na aba superior.

Gerador: Fornece ajuste dos níveis de amplitude, frequência e tipo do sinal
(Senoidal, Triangular, Quadrada) para referência de entrada. Os campos “Amplitude”
e “Frequência” permitem ao usuário modificar esses valores conforme sua
necessidade bem como o tipo do sinal.

Gráfico sinal de controle: Representa em tempo real os valores de resposta
dos dispositivos físicos controlados, permitindo guardar uma imagem do gráfico no
momento em que o usuário acionado o botão “Salvar”.

Gráfico sinal entrada/resposta: Representa um gráfico do sinal de referência
e resposta deste sinal após aplicado o controlador projetado. Os gráficos estarão
sobrepostos, porém diferenciados pelas cores e legenda. Da mesma forma que o
“Gráfico sinal de controle”, será possível guardar uma segunda imagem acionando o
botão “Salvar”.

Resposta da Planta: Apresentará o comportamento da aplicação do
controlador sobre a planta trabalhada, em tempo real. Possuirá duas formas distintas
de apresentação, visto que traz como resposta o comportamento da planta de
14
“Velocidade” ou “Aero-estabilizador”, após definida no campo “Plantas”. Abaixo se
encontra o diagrama UML da interface, Figura 4.
Figura 4 UML interface gráfica (PC)
15
Hardware
2.2.1. Sistema de Aquisição e Transmissão
O sistema faz menção a união de artifícios utilizados no estudo prático de
controle, este módulo envolve os controladores analógicos, comunicação Bluetooth,
fonte simétrica, gerador e aquisição de sinais.
PC
Sistema de Aquisição e Transmissão
Comunicaçã
o Bluetooth
Aquisição
dos Sinais
Microcontrolador
Gerador de
Sinais
Somadores e
Subtratores
Controles
analógicos
Fonte
Simétrica
Figura 5 visão das componentes do Sistema de processamento

Controladores Analógicos: são componentes que produzem um sinal para
correção do erro de um sistema. Realiza a leitura de saída do processo tomando como
base um sinal de referência e compara o valor através da realimentação, podem ser
classificados com base na fonte de energia que estará sendo aplicada na operação,
como pneumáticos, hidráulicos ou eletrônicos [1]. Para o Sistema serão utilizados
controladores analógicos com resposta PID, construído através de amplificadores
operacionais. Estes dispositivos estarão disponíveis para que o usuário possa
implementar os controladores na prática, ajustando os valores de ganhos e aplicando
o sinal de saída a planta. Desta forma o sistema contará com terminais de entrada do
controlador, que poderá receber sinais do gerador de referência e terminais de saída
do controlador, que permitirá aplicar o controlador ás plantas. Além disso, terá uma
16
resistência variável em cada um dos Op Amps implementados no circuito do PID
(figura 5 faz menção a este circuito), sendo possível ajustar os ganhos individuais de
cada circuito dos controladores P, PI e PD que formam o PID. Será mantido fixo o
valor da resistência de entrada, para diminuir o número de potenciômetros no circuito.
Potenciômetro
Entrada
Circuito PID
Saída
Figura 6 Representação Controlador PID com ajuste de ganho e
Entrada/Saída
Figura 7 Circuito Elétrico Controlador PID
Os circuitos Somadores e Subtratores Figura 6a e Figura 6b também serão
implementados utilizando amplificadores operacionais. Estes circuitos utilizam ‘n’
tensões de entrada onde cada uma é multiplicada por um fator de ganho constante
determinado pelo valor da resistência de realimentação. O valor da resistência será
ajustável por meio de um potenciômetro e conterão com pelo menos três entradas
cada. O mesmo acontece com o circuito Subtrator. Estes componentes são
necessários para os controladores analogicos.
Figura 6a Amplificador Somador
Figura 6b Amplificador Subtrator
17

Comunicação Bluetooth: modulo amplamente aplicado em sistemas
eletrônicos por ser um padrão de comunicação aberto e possuir técnicas especificas
permitindo que vários dispositivos se comuniquem um com o outro dentro de curtas
distâncias. O Bluetooth opera na faixa ISM (Industrial, Scientific, Medical) em uma
banda de 2,4 GHz e usa um esquema de salto de frequência TDD que permite a
comunicação bidirecional, foi projetado para dar suporte à meios onde a interferência
é muito alta [5]. São classificados de acordo com suas características potência e
alcance de comunicação, em três níveis: classe um com potência de 100mW e
alcance de até 100 m; classe dois, com potência de 2,5mW e alcance aproximado de
10 m; classe três, com potência de 1mW e alcance de 1m. Sua velocidade pode
chegar a 3 Mbps para transmissão de pacotes e até 24 Mbps para negociação e
estabelecimento de conexão.
Será o meio de comunicações entre interface gráfica e microcontrolador PIC,
responsável por enviar os valores de ganhos ajustados ao “Sistema” e encaminhar os
sinais de respostas, fornecidos ao PIC pelos sistemas físicos controlados, ao “PC”.

Fonte Simétrica: Diversos dispositivos que fazem parte da construção deste
“Sistema” necessitam de uma fonte de alimentação, como motores e modulo de
comunicação, porém dispositivos como amplificadores operacionais necessitam de
fontes simétricas de alimentação, ou seja, uma fonte de tensão com duas saídas
sendo uma positiva e uma negativa. Essa por sua vez, será desenvolvida utilizando
reguladores de tensão ajustáveis [6]. Alguns periféricos do sistema necessitaram de
alimentação fixa (5, 9 ou 12 Volts) para seu funcionamento, como é o caso do motor
da planta Aero-estabilizador, o próprio microcontrolador PIC ou o módulo Bluetooch.
Por essa razão será montado um segundo circuito de alimentação, utilizando a mesma
ponte de retificação de sinais da fonte simétrica, agregando apenas reguladores de
tensão (7805, 7809 e 7812), capacitores e resistores. A fonte de alimentação
fornecerá tensões entre 0 e 20 Volts simétricos e possui em sua composição os
diversos componentes listados abaixo:
 Resistores: 200Ω;
 Potenciômetros: 10kΩ;
 Capacitores cerâmicos: 100nF/100V
 Capacitores eletrolíticos: 10µF/50V, 4700µF/ 50V;
 Diodo retificador: 1N4004;
18
 Transformador: 12V – 2A;
 Reguladores de Tensão: LM317 e LM337;
O diagrama elétrico para a fonte simétrica está disposto abaixo:
Figura 6 – Diagrama elétrico Fonte
Simétrica
2.2.2. Firmware

Gerador de Sinais: é o dispositivo responsável por fornecer o sinal de entrada
aplicado aos controladores. Como dito anteriormente, o controlador realiza uma
comparação entre o sinal de saída e o sinal de referência, portanto justifica-se a
utilização de um gerador de sinais no sistema com a intenção de se obter uma
referência para os controladores analógicos desenvolvidos. Este módulo pode ser
implementado de forma analógica ou discreta.

Gerador de sinais Analógico: Circuito capaz de reproduzir sinais de
referência para entrada, como sinal Senoidal, Triangular e Quadrada.
Podendo ser desenvolvido utilizando amplificadores operacionais.
Devido ao uso dos amplificadores operacionais, este componente
necessita de uma fonte de alimentação externa para sua aplicação.
Oscilador Senoidal
Ponte de Wien
Frequência
Conversor Seno
para Quadrado
Onda
Senoidal
Integrador
Onda
Quadrada
Onda
Triangular
Figura 7 Gerador de Sinais Analógicos – Modelo retirado do canal Wr Kits [12]
19

Gerador de sinais Discreto: Esta ferramenta é implementada utilizando
o microcontrolador, através do PWM (Pulse Width Modulation) [7] e partir
deste módulo se obtém os três tipos de onda com base em cálculos
matemáticos [8].

O módulo do Gerador de Sinais será desenvolvido de forma discreta,
pois em comparação ao analógico visto na Figura 8, se tem as
vantagens de não utilizar uma fonte externa e não se tem problemas
com ruído, uma vez que não necessita dos amplificadores
operacionais.

Aquisição de Sinais: Após aplicar o sinal de controle à planta, o usuário
poderá visualizar o sinal de resposta na interface gráfica. Para isso utiliza-se os
sensores disponíveis em cada planta que possuem uma resposta em tensão, logo se
faz necessário a utilização de um conversor tensão/frequência [9] para serem
processados os dados de forma gráfica.

Microcontrolador: trata-se do componente de integração entre os módulos do
Sistema através das portas analógicas e digitais dispostas. Será utilizado o
PIC16F877A [7], composto por 33 portas IOs sendo dessas 8 analógicas; frequência
de operação vai até 20MHz; a IDE (interface de desenvolvimento) utilizada será o
MikroC com linguagem de programação C, segundo documentação – Datasheet da
empresa MICROSHIP. Será utilizado a linguagem C devido ao fácil acesso ao
hardware e a simplicidade da sintaxe. Com isso serão desenvolvidos a comunicação,
aquisição de sinais e gerador sinais. Da mesma família PIC o 16F628A possui
características parecidas com o 16F877A, porém não possui conversores A/D o que
dificulta o desenvolvimento do módulo de “Aquisição de Sinais” do Sistema. Outro
componente que poderia ser utilizado é o Arduíno [10], este dispositivo utiliza
microcontroladores da família Atmel, mas em comparação ao PIC possui uma
20
velocidade de conversão mais lenta, além disso o Arduíno tem o preço mais elevado
devido a placa de gravação que utiliza.
Figura 8 PIC16F877A [7]
2.2.3. Processos físicos

Planta 1 Aero-estabilizador: Para aplicação dos controladores que poderão
ser projetados com os sistemas citados acima, o aluno contará com o Aeroestabilizador que possui o funcionamento de um pêndulo onde o ângulo poderá ser
controlado a partir do acionamento de uma hélice que estará acoplada em um motor
DC, preso em uma das extremidades do pêndulo.
O aluno selecionar as características do seu controlador projetado utilizando a
interface gráfica - “PC” e aplicar em tempo real na planta, controlando a tensão de
entrada do motor, que se alterada provocará um aumento da rotação da hélice e
consequentemente a alteração do ângulo da haste do pendulo. Logo, será possível a
construção de um controlador para ajuste de ângulo. A leitura do ângulo de resposta
Figura 9 Aero-estabilizador proposta de Sistemas de Controle prof Roberto Zanetti Freire
21
ocorrerá de duas maneiras, a primeira na interface gráfica e a segunda diretamente
na planta de forma analógica, através de um transferidor preso à planta e um ponteiro
preso no eixo rotacional que se moverá conforme o movimento da haste.
Esta planta receberá alimentação em corrente continua feita através do próprio
“Sistema”, para funcionamento do motor. A aquisição dos sinais para ajuste e
visualização (na interface gráfica - “PC”) do comportamento da planta em tempo real,
será feita com auxílio de um encoder preso na parte superior do pêndulo.
O encoder é constituído por um potenciômetro, com uma haste rotacional que
estará presa ao eixo superior da planta e com o movimento do pêndulo fornecerá
variações de resistências. Um circuito divisor de tensão será construído utilizando
esse encoder, desta forma possibilitando a aquisição do sinal pela variação da tensão
fornecida por este circuito.

Planta 2 Velocidade: A segunda planta trata-se de um motor DC para controle
de velocidade. Esta planta tem como objetivo realizar o controle da velocidade do eixo
do moto, para isso realiza a aquisição por meio de um encoder (Ver Figura 11). Este
componente será em forma de disco e terá marcações que realizarão interrupções
entre o fotorreceptor e fototransmissor periodicamente, desta forma é possível obter
a resposta em tensão e transmitir esses valores para o módulo de aquisição do
Sistema.
Figura 10 Funcionamento Encoder

Planta Usuário: Esta planta não será desenvolvida no projeto, porém faz parte
do Sistema, pois o usuário poderá implantar uma planta própria caso não queira
utilizar nenhuma das outras duas plantas. Esta deverá conter um circuito de aquisição
próprio e então conecta-lo a porta de entrada do microcontrolador para que possa ser
visualizado o sinal de resposta na interface gráfica.
22
3. Cronograma
23
4. Procedimentos de Teste e Validação do Projeto
Se tratando de um amplo projeto que engloba diversas funções, será
necessário dividir seu desenvolvimento em etapas ou blocos funcionais. Cada etapa
desse processo de construção deverá ter seu funcionamento testado e validado, pois
consequentemente implicará no funcionamento da próxima ou de parte de algum
processo imprescindível para o sucesso de um todo.
Teste Caixa Branca
O teste da tecnologia Bluetooth como envio e recebimento de dados ocorrerá
de forma dinâmica, pois é o meio de comunicação entre interface e microcontrolador.
Será implementado um programa em linguagem C para envio e recebimento de
informações suficientes para simular todo o funcionamento prático do Kit. Também
serão realizados testes de comunicação em distância de três e cinco metros, para
estimar perda ou atenuação de sinal.
As entradas e saídas da planta didática necessitarão de testes específicos que
só poderão ser realizados com auxílio de equipamentos de medição e geração de
sinais. Utilizando o osciloscópio será possível aferir o gerador de sinais discreto do
Kit, que deverá ser preciso para referência dos controladores que futuramente
deverão ser implementados. Como uma boa pratica de testes, após testes e aferições
do controlador discreto, o mesmo poderá ser utilizado para realizar os testes dos
Somadores e Subtratores. Para validar esses dois componentes do projeto será
utilizado geradores de sinais analógico aferido para simular suas possíveis entradas
e com ajuda de um osciloscópio poderá ser coletado os sinais de resposta dos
circuitos somadores e subtratores, bem como os sinais do gerador de sinais discretos.
Todo sistema de controladores discretos, que a princípio serão implementados
diretos no microcontrolador PIC também necessitarão de testes. Estes por sua vez
serão testados através da implementação dos controladores P, PI, PD e PID, de
exercícios existentes no livro de consulta base da matéria de controle [1].
As plantas (Aero-estabilizador e controle de velocidade) serão testas de formas
distintas, cada qual passará por duas etapas de testes após sua construção. A
primeira será da forma tradicional, utilizando MatLab [11] para geração dos gráficos e
aquisição de sinais com o microcontrolador. A segunda será realizada utilizando o Kit,
24
com interface para geração gráfica, Bluetooth para envio e recebimento dos sinais e
microcontrolador para processamentos de dados.
A implementação de uma interface gráfica para que o aluno consiga assimilar
melhor conceitos teóricos é um grande diferencial deste projeto, ela permitirá que o
usuário teste, ajuste e visualize todo funcionamento das plantas disponíveis neste Kit.
Desta forma planta e interface gráfica devem ser testados juntos, nesta etapa de
testes serão testados a conexão, envio e recebimentos de dados e ajuste dos
controladores.
O microcontrolador é o hardware principal do projeto que além de prover ligação
entre diversas módulos funcionais, também tratará os dados que serão coletados por
sensores e enviados via comunicação Bluetooth para interface gráfica, que por sua
vez poderão ser ajustados e novamente enviados para os controladores, isso tudo de
forma dinâmica. Consequentemente seu teste ocorrerá de forma conjunta as etapas
descritas anteriormente.
Teste Caixa Preta
Sendo esse um projeto que visa a construção de um Kit que disponibiliza as
ferramentas necessárias para estudo de controle e como diferencial apresenta ao
usuário de forma didática a resposta dos seus controladores em tempo real,
possibilitando alterações dos mesmos com utilização de uma interface gráfica. Serão
necessários testes de caixa preta, que só poderão ser realizados após toda
construção do Kit.
Essa etapa dos testes tem como objetivo validar as funcionalidades gerais do
Kit, focando apenas nas funcionalidades aqui descritas. Sem necessidade de
conhecimento do produto interno, ou seja, sem conhecimento de como foi
implementado ou construído.
Uma forma de englobar todos os testes necessários nesta etapa será
construído um controlador PID para aplicação na planta Aero-estabilizador, desta
forma serão realizados os testes de conexão e consequentemente a comunicação.
Será possível também testas os ajustes de ganhos e configuração do gerador de
sinais, observando o comportamento físico da planta em questão.
25
Figura 11 Teste Transmissão Recepção
Após essa etapa concluída, teremos os testes prático e em conjunto com as
demais que dependem de seu funcionamento. Será estipulado como regra uma
margem de desvio final de 5%, essa margem de desvio ou erro não será individual de
cada bloco, evitando acumulo de erros que acarretariam em resultados inesperados
e por sua vez não cumpriria com seu objetivo final.
26
Resultados de testes
4.3.1. Comunicação (transmissão e recepção)
Todos os testes referentes a tecnologia de comunicação Bluetooth ocorreram após
implementação parcial da interface gráfica. Com a ferramenta de simulação de
circuitos eletrônicos ISIS do programa Proteus Design Suite foi possível criar um
ambiente para simulação do Bluetooth que é o meio de comunicação entre
microcontrolador e interface gráfica (Figura 11), representado pela porta serial visto
na Figura 12, foram simulados os componentes: microcontrolador PIC 16F877A,
gerando entrada de dados com sinal analógico senoidal, provocando um
processamento e posterior envio de dados à interface, LED’s para simular
comunicação da interface para o microcontrolador (full duplex) e um potenciômetro
para simular dados coletados por um sensor qualquer. Esses sinais foram tratados e
transferidos do microcontrolador para interface e da interface para o microcontrolador,
para simulação da comunicação em tempo real. Os resultados alcançados foram
suficientes para validar a comunicação Bluetooth.
Figura 12 Interface Gráfica utiliza no teste de comunicação
Desta forma, conciliou-se os testes de aquisição, comunicação e processamento
de dados no microcontrolador em um único experimento. Pode-se comprovar
aquisição de dois sinais simultaneamente e apresentação das formas de onda em
tempo real, proporcionando avanço para as demais etapas do projeto. Na prática foi
27
desenvolvido um circuito em protoboard contendo três leds representados as plantas,
e um potenciômetro representando a aquisição de sinais. Com isso foram enviados
dados da interface no computador para o módulo bluetooth em protoboard com o
resultado esperado verificado na tabela 1.
Tabela 1 resultados dos testes de comunicação
Selecionar radio Button Aero-estabilizador
Led do Aero-estabilizador Ligado
Selecionar radio Button Velocidade
Led da Planta Velocidade Ligado
Selecionar radio Button Planta Própria
Led da Planta Usuário Ligado
Variar potenciômetro
Plotar na tela valores lidos
Figura 13 simulação proteus comunicação e aquisição
As abas da interface gráfica foram alteradas para que contivessem o circuito
analógico reproduzido de forma que se tenha uma interação maior com o controlador,
já que o intuito deste kit é ser didático, optou-se por adicionar os componentes
resistivos e capacitivos que fazem a relação dos parâmetros dos controladores na
prática estando dispostos de forma interativa obedecendo as equações dos
controladores disponíveis na introdução deste documento.
28
O controlador proporcional tem o seu circuito demonstrado na Figura 13. A
equação do ganho Kp deste controlador é resultado da divisão do resistor de
realimentação R2 sobre o resistor de entrada R1.
Figura 14 Aba Controlador Proporcional
Para o circuito do controlador proporcional integral acrescenta-se a parcela
integrativa ao circuito proporcional visto na Figura 14. Respeitando a equação faz-se
a parcela proporcional igualmente ao circuito anterior (Figura 13) e então faz-se o
cálculo de Ki transformando os componentes no domínio da frequência, desta forma
se obtém a divisão de 1/𝑅3𝐶1.
Figura 15 Aba Controlador Proporcional Integral
29
De forma análoga ao controlador PI, o controlador proporcional derivativo
(Figura 15) possui a componente Kp obtida da mesma forma que o controlador
Proporcional porem, acrescentado a parcela derivativa através do capacitor na
entrada e o resistor como realimentação obtendo assim 𝑅3 ∗ 𝐶1.
Figura 16 Aba controlador Proporcional Derivativo
Por fim se tem o controlador proporcional integral derivativo que passa ser a
soma dos três circuitos anteriores. Desta forma os ganhos Kp, Ki e KD são obtidos da
mesma maneira, mas desta vez soma-se os três para se obter o valor de saída do
circuito.
Figura 17 Aba controlador Proporcional Integral Derivativo
Os circuitos estão que estão demonstrados são puramente os controladores
analógicos, mas para serem aplicados à plantas ou para serem estudados de forma
30
prática, é necessário acrescentar um circuito somador na saída, para não confundir o
estudante o circuito não foi representado mas, um lembrete foi adicionado a baixo do
circuito para estar ciente das condições mínimas para o funcionamento do circuito.
Para testes destes componentes foram alterados os valores dos textBox que
contém os resistores. Ao alterar um valor de resistor é escrito na tela o valor do ganho
do circuito em questão.
4.3.2. Gerador de Sinais
Devido a necessidade de comunicação real, aquisição de dados e controle
optou-se por construir o Gerador de Sinais com circuito analógico, reduzindo a
quantidade de processamento de dados do microcontrolador, uma vez que os testes
com um gerador de sinais digital tenham fornecido um valor baixo de frequência e
tensão para a finalidade do equipamento.
Tomando como base para construção do gerador de sinais o circuito Oscilador
de Ponte de Wien, apresentado na Figura 17. Utilizando as equações (13) e (14) foi
possível determinar a frequência de oscilação. Arbitrando determinadas frequências
e capacitores comerciais, foi calculado os valores dos resistores para criar faixas de
operações de 1 a 100Hz e 100 até 10KHz, que poderão ser alteradas com auxílio de
um potenciômetro duplo. Para ampliar a faixa de operação da frequência de oscilação,
foi necessário desenvolver um circuito para seleção de capacitores, permitindo assim
a seleção da faixa de trabalho (1 até 100Hz ou 100 até 10KHz).
Figura 18 Ponte de Wien
31
𝑓=
1
2𝜋𝑅𝐶
R = R1 = R2;
(13)
C = C1=C2;
𝐴𝑣 = −
𝑅𝑓
𝑅𝑖
(14)
Os demais sinais foram gerados a partir desta onda senoidal. Para gerar o sinal
quadrado foi acrescentado na saída da Ponte de Wien um circuito que ceifa a onda
senoidal e limitando sua amplitude, esse sinal será amplificado usando um
amplificador operacional na configuração malha aberta, proporcionando um ganho
alto. Por fim, o sinal passa por um circuito limitador de tensão, garantindo uma
amplitude máxima de 10 Volts. Este mesmo sinal é integrado gerando o sinal
triangular.
Para tornar possível a seleção das formas de onda através da interface gráfica,
foi desenvolvido um circuito com relés controlados através da mudança de estado
lógico das portas de saídas do microcontrolador. A figura 18 representa o circuito final
para simulação do gerador de sinais, com as três formas de ondas, seleção de faixa
de frequência e seleção de tipo de onda.
Figura 19 Circuito gerador de Sinais
32
Após a montagem em protoboard em laboratório, foram realizadas as medidas
utilizando um osciloscópio para testes dos circuitos de seleção de onda, mudança de
faixa de frequência e de oscilação da Ponte de Wien verificando as formulas de ondas
resultantes. Os resultados foram satisfatórios e conforme a figura 19 e 20, foi possível
alcançar uma frequência de oscilação de 15KHz.
Figura 21 Onda senoidal do gerador de sinais a partir da ponte de Wien
Figura 20 Sinal triangular e quadrado gerados a partir do circuito integrador e comparador
Devido as dimensões das placas para o gerador de sinais ficarem com uma
dimensão muito elevada para utiliza-la na integração dos módulos, optou-se por
realizar o desenvolvimento de um novo circuito contendo o ciICL8038 que disponibiliza
33
os três sinais básicos apenas acrescentando circuitos resistivos e capacitivos às suas
entradas, assim foram obtidos resultados satisfatórios com um circuito equivalente e
de menor dimensão como visto na figura 22b.
Figura 22b Placa finalizada Gerador de
Sinais
Figura 22a Circuito Gerador
de sinais em protoboard
34
4.3.3. Planta Aero-estabilizador
Inicialmente utilizou-se uma estrutura adaptada (Figura 21) para verificar o
comportamento do motor em funcionamento com a hélice. Após a escolha do motor e
hélice foi testado o comportamento do eixo com adição de um contrapeso, desta forma
foi possível definir parâmetros de alimentação do motor e drivers de controle.
Figura 23 Estrutura adaptada
Próximo passo foi a escolha dos materiais que seriam empregados na estrutura
do aero-estabilizador, onde seria acoplado encoder para aquisição de sinais. Optouse então, pela utilização do material Filamento Plástico PLA (Poliácido Lático)
empregado na impressora 3D, pois foi um material que apresentou uma grande
resistência e possibilitou uma confecção especifica para esta aplicação.
Sobre orientação do professor Afonso Miguel [15], o modelo para impressão foi
projetado utilizando o Software Scketshup. A estrutura foi dividida em quatro partes
para possibilitar a impressão, respeitando as dimensões da impressora disponível no
Laboratório (PUC-PR – Engenharia de Computação).
35
Figura 24 Aero-Estabilizador desenho completo para impressão 3D
Concluído o desenho foi então finalmente realizado a impressão da estrutura
do aero-estabilizador (Figura 23a/b). Com isso iniciou-se os testes de comportamento
da estrutura, pois agora se tem um peso diferente que afeta no motor e na estabilidade
de toda a estrutural.
36
Figura 25a Estrutura 3D
Figura 26b Estrutura 3D
Após os testes com o eixo improvisado, foi realizado em impressora
3d o mesmo com suporte para o motor e contrapeso, bem como o encoder
para a planta de velocidade (Figura 27).
Figura 28a Peças de eixo e conexão do motor
Figura 27b Planta Finalizada
37
4.3.4. Fonte Simétrica
Para suprir a necessidade de alimentação simétrica do projeto foi
implementado a fonte de alimentação disposta na figura 6. Os testes para validação
desta etapa ocorreram em laboratório, realizando as medições de tensão máxima,
tensão mínima, corrente fornecida com circuito. Outro ponto observado durante os
testes foi o sobre aquecimento dos componentes eletrônicos, verificando assim a
necessidade de mudança da técnica utilizada para dissipação de calor, como a
implementação de um cooler.
Como teste dos parâmetros físicos da fonte, foi adotado como carga um motor
DC alimentado com 12 Volts e pode-se realizar as medidas de corrente e verificar o
sobre aquecimento do circuito. Os resultados obtidos foram satisfatórios, porem o
transformador apresentou defeito levantando a necessidade de substituição. Com
isso, realizou-se a confecção da placa de circuito impresso como mostra a figura 24.
Figura 29 Fonte Simétrica
4.3.5. Controladores analógicos
Melhorando a didática do Kit foram implementas os circuitos analógicos dos
controladores PID. Para reduzir os números de componentes e ampliar a
implementação prática desses controladores, foram utilizados potenciômetros e
38
chaves de seleção, para mudança dos capacitores, permitindo alteração dos ganhos
nos controladores sem a necessidade de implementação de novos circuitos. Desta
forma, o usuário pode também utilizá-los para controle de sua própria planta
diminuindo o trabalho de montagem e desmontagem de circuitos analógicos.
Como apresentado na figura 25a e 25b, utilizando a ferramenta para desenho
de circuito impresso ARES do software Proteus Design Suite construiu-se os
controladores adotando as técnicas mencionadas anteriormente.
Figura 30b PCI controlador analógico
Figura 31a Desenho PCI controle analógico
5. Análise dos Riscos
Todo projeto a ser desenvolvido está sujeito a riscos durante todo o decorrer
de seu desenvolvimento, sendo assim é indispensável realizar um levantamento das
possíveis faltas no projeto. E necessário ter em mente que alguns possíveis riscos
passaram despercebidos nesse estágio do projeto, é necessário sempre ter em pauta
possíveis “planos b”.
De acordo com os cálculos de Severidade (𝑠𝑒𝑣𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑝𝑟𝑜𝑏𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 ×
𝑖𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜) que caracterizam as descrições dos eventos em uma faixa de risco que vai
de 0 a 16, sendo:




1 a 3 – Baixo risco
4 a 5 – Médio risco
6 a 9 – Alto risco
10 a 16 – Altíssimo risco
É possível visualizar de forma abrangente o nível que cada risco impõe ao projeto.
39
Tabela 2 Análise de riscos descrição e efeitos
ID
1
2
3
4
5
6
8
Descrição do Evento
Dificuldades de integração dos periféricos no
microcontrolador PIC
Ineficiência na aquisição e processamento de
dados
Controladores discretos apresentarem
desempenho ineficaz para as aplicações
Problema com comunicação em tempo real
utilizando Bluetooth
Gerador de sinais discreto
Somadores e Subtratores provocarem nível de
ruído alto
Extravio ou indisponibilidade dos periféricos
utilizados no projeto
Probabilidade
Impacto
Severidade
2
3
6
3
1
3
1
3
3
1
2
2
2
2
4
2
2
4
1
3
3
Tabela 3 Análise de riscos prevenções e contingências
ID
1
2
3
4
5
6
8
Prevenção
Contingência
Responsável
Aprofundamento do funcionamento dos
periféricos utilizados
Mudança da plataforma para
o microcontrolador Atmel
Alteração dos sensores
Estrutura da planta estar adequada com os
relacionado a aquisição de
sensores
sinais
Utilizar táticas de implementações de
Desenvolver controladores
controladores conhecidas
analógicos
Realizar teste práticos com a tecnologia
Alteração do meio de
Bluetooth
comunicação para USB
Pesquisar pela teoria de processamento
Desenvolver gerador de sinais
digital de sinais
de forma analógica
Utilizar circuito integrado com
Organização e distribuição dos componentes
função de somador e
na placa de circuito impresso
subtrator
Antecipar compras de materiais e
Buscar alternativas
providenciar materiais de backup
semelhantes
Equipe
Equipe
Equipe
Equipe
Equipe
Equipe
Equipe
Algumas etapas do projeto apresentaram problemas, alguns já previstos na
tabela 2 de risco e outros inesperados forçando a tomar novas decisões para que
esses eventos não chegassem a prejudicar o andamento do projeto. Como, por
exemplo, a compra do material para impressão da estrutura do “aero-estabilizador”.
Os eventos ocorridos e as decisões tomadas estão descritas na tabela 4.
40
Eventos ocorridos:
Tabela 4 problemas ocorridos
ID
2
5
8
8
8
Evento
Ruído na aquisição
Gerador de Sinais discreto
Fonte de Alimentação ruim
Impressão 3D Ruim
Falta de material da
impressora
Decisão Tomada
Mudança na forma de leitura/envio
Realização da contingência prédefinida
Compra transformador melhor
Mudança da impressora 3D
Compra de material
41
6. Conclusão
O Kit se trata de uma ferramenta didática para o estudo da teoria de controle
que contém em uma única plataforma os componentes necessários para desenvolver
testes e aplicações à plantas físicas com intuito de se observar o seu comportamento
em tempo real.
O projeto é constituído por uma base com três componentes: Controladores
discretos, Interface gráfica e Plantas físicas. Para a finalização de todos os
dispositivos embarcados no Kit, esta base torna-se essencial, pois contém os
periféricos mínimos que o estudante de Sistemas de Controle necessita para
visualizar o comportamento de um controlador na prática e analisar os resultados
teóricos.
Contudo, os dispositivos desenvolvidos neste projeto podem ser utilizados para
o estudo de sistemas de controle de forma a perceber o comportamento dos mesmos.
A existência dessas ferramentas juntamente com uma interface amigável, permite o
estudando uma grande autonomia. Desta forma essa plataforma didática de estudo
pode contribuir, significativamente para o entendimento da matemática envolvida na
teoria de controle, facilitando o aprendizado.
Este primeiro modelo pode ser considerado um produto beta, onde necessita
de alguns ajustes com questão a aquisição de sinais em frequências mais elevadas e
também com relação a alimentação do circuito.
A estrutura física foi realizada em impressora 3d que utiliza PLA, este material
degrada-se em torno de 24 meses o que é um ponto forte se comparado a outros
plásticos. Já as placas e componentes são muitas vezes recolhidos por empresas que
retiram o ouro disposto para reaproveitamento.
O projeto pode ser expandido com mais funcionalidades de outras plantas e
ajustes automáticos por parte da interface. Futuramente serão realizadas melhorias
ao projeto como adição do método de Ziegler Nichols de forma automática, teoria de
controle mais detalhada, novas plantas, fonte ajustável com maior potência, mais
entradas de sinais de controle, estudo do controlador digital.
42
7. Referências
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43
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19
06
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44
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