O ENSINO DA ORTOGRAFIA Professor, (a), O ESTUDO DA ORTOGRAFIA colocado à sua disposição, é composto de 05 mini lições e foi desenvolvido a partir da seguinte referência bibliográfica: BAGNO, Marcos. (org.).Lingüística da norma. São Paulo, Loyola,2002. BRITTO, Percival Leme. A sombra do caos: ensino de língua x tradição gramatical.Campinas: ALB/Mercado de Letras,1997. KOCH, I. V. O Texto e a Construção dos Sentidos. São Paulo, contexto, 1998. MAGALHÃES, Margaret. & MAGALHÃES, Florianete. A Gramática lê o texto. São Paulo, Moderna, 1997 MENDES, Eliana Amarante, OLIVEIRA, Paulo F. & Von-IBLER, Veronika. O novo Milênio: Interfaces linguísticas e literárias. Belo Horizonte: FALE-UFMG, 2001. MORAIS, Artur Gomes de. Ortografia: ensinar e aprender. 4. ed. 2. impressão. São Paulo: Ática, 2000. ______________________ (Org.) Horizonte: Autêntica, 2000. O aprendizado da ortografia. Belo ORLAND, Eni Puccinelli . a linguagem e seu funcionamento: As formas de discurso .São Paulo: Pontes, 2001 MINI AULA I - PARA INÍCIO DE CONVERSA Discutir ortografia é enveredar por um espaço de controvérsias, pois implica enfocar um objeto marcado por preconceitos. Por um lado, existem pessoas que continuam dando à questão ortográfica um peso não só desproporcional, mas também distorcido. Muitos professores e também cidadãos têm uma postura persecutória ante os alunos (ou usuários da língua que já saíram da escola) quando cometem erros ortográficos. No outro extremo, estão os educadores que, por defenderem um aprendizado e um uso da língua escrita mais úteis e significativos, enxergam na preocupação com a correção ortográfica um sinal de conservadorismo, de reacionarismo, algo “politicamente incorreto”. Ambas as posturas são equivocadas. Para superar esses “préconceitos”, é preciso mudar a forma como enxergamos a ortografia. Se os professores conhecerem as razões de sua existência e de sua organização, poderão se preparar melhor para dar conta de seu papel, quando se trata de ajudar o aluno a “escrever certo”. E vir a fazê-lo de um modo mais eficaz. As decisões relativas aos encaminhamentos didáticos pressupõem que o professor tenha saberes pedagógicos bem amplos – que envolvem conhecimentos sobre currículo, sobre a instituição escolar, etc. – mas, também, saberes bem específicos sobre o objeto ou tema a ser estudado (Como está estruturado? Que elementos ou partes o compõem? Que relações existem entre esses elementos?) e sobre o modo como o aprendiz concebe, progressivamente, esse objeto a ser ensinado (Que hipóteses a criança formula sobre ele? Que dificuldades ela deverá superar para que seu modo de conceber o objeto se aproxime, cada vez mais, da forma como é concebido pelos adultos escolarizados?). Dessa forma, para que possamos ajudar o aluno na re-construção desse conteúdo específico (e objeto de conhecimento, ensino e aprendizagem, que é a ortografia), devemos nos propor as seguintes questões: 1) O que é a norma ortográfica? Como a internalizamos? 2) O que há de específico em aprender ortografia? 3) O que as crianças precisam saber para seguir a norma ortográfica? 4) O que é que elas não sabem quando cometem um erro de ortografia 5) Por que numa mesma série escolar, ou numa mesma turma, encontramos uma grande heterogeneidade no rendimento ortográfico dos alunos? 6) Que mudanças podemos identificar no modo como os aprendizes processam esse tipo de conhecimento durante os primeiros anos de escolaridade? 7) O que o aluno pode compreender? O que ele precisa memorizar? 8) O que corrigir? Por que corrigir? Como corrigir? Qual o significado das situações de auto-correção e das situações em que o aluno revisa os trabalhos de um companheiro? 9) É o aluno que não se interessa ou tem algum “problema” e não aprende, ou é o professor que precisa rever sua prática? 10) Qual é a concepção, ou as concepções, a respeito de ortografia que “circulam” nas salas de aula? Que práticas estão relacionadas a estas concepções? 11) Estão sendo desenvolvidos trabalhos sistemáticos sobre ortografia em sala de aula? Como isso tem sido feito? 12) A ortografia é ensinada ou apenas cobrada? Os encaminhamentos didáticos que se podem dar a partir dessas reflexões visam à descoberta de formas mais eficazes de ajudar nossos aprendizes a desenvolver uma atitude de investimento na revisão de seus escritos. Afinal, o ensino sistemático de ortografia é apenas uma estratégia a mais para avançarmos na perspectiva de formar leitores e produtores de textos reais. Quando ajudamos o aluno a internalizar a norma ortográfica como um objeto de conhecimento, como uma faceta da língua que ele pode desvelar a partir da reflexão, estamos contribuindo para democratizar o acesso ao mundo da escrita. Estamos ajudando o aluno não só a internalizar conhecimentos que lhe permitirão comunicar-se melhor (e deixar de ser alvo de discriminações), mas também ampliar os sentidos que ele pode estabelecer quando interage com a linguagem escrita – e especificamente com as palavras. É possível ter sucesso nessa luta para que a maioria de nossos alunos viva uma relação prazerosa com os textos e as palavras, tomando-as como objeto de curiosidade, de descoberta e recriação. Não é outro o nosso propósito com as atividades que desenvolveremos ao longo destas mini lições. Atividade 01 Professor, responda às 12 perguntas em nosso fórum sobre ortografia