Document downloaded from http://www.elsevier.es, day 16/06/2017. This copy is for personal use. Any transmission of this document by any media or format is strictly prohibited. S236 63º Congresso Brasileiro de Anestesiologia uma avaliação pré- e pós-punção, e faz com que o procedimento seja realizado com segurança. Relato de caso: Paciente do gênero feminino, 29 anos, hipertensa, obesa, em anasarca, G2A1P1 com 35 semanas de gestação. Foi realizado parto cesariana por descolamento prematuro de placenta e pré-eclâmpsia grave. Evolui no segundo dia pós-operatório com dispneia aos pequenos esforços, ortopneia e hipoxemia. A radiografia de tórax apresentava área cardíaca aumentada e congestão pulmonar. O ecocardiograma evidenciou hipertrofia concêntrica de ventrículo esquerdo de grau moderado e derrame pericárdico moderado com colabamento de átrio direito, sendo indicada a drenagem pericárdica. A avaliação pré-anestésica classificou a paciente com ASA IV E, com jejum adequado. A paciente foi monitorada com oximetria de pulso, eletrocardiograma, pressão arterial invasiva, acesso venoso central, capnografia, BIS, debito urinário e ecocardiograma transesofágico (ETE). A indução anestésica foi realizada com midazolam, cetamina, sulfentanil e cisatracúrio e manutenção com sevoflurano a 2%. Durante o procedimento foi necessário manter a infusão contínua de adrenalina e noradrenalina. Discussão: O ETE intraoperatório pré-punção evidenciou acinesia anterior, disfunção de ventrículo esquerdo, bom padrão hipercinético, padrão restritivo diastólico, debito cardíaco de 5,9 L/min, colabamento do átrio direito, TAPSE 1,8 cm. A punção subxifoide foi orientada através do ETE com sucesso, drenando 200 mL de líquido amarelo citrino, após a punção o ETE evidenciou melhora do padrão de contratilidade da parede anterior, disfunção diastólica, fração de ejeção de 51%, diminuição do colabamento de átrio direito e do derrame pericárdico, e débito cardíaco de 4,4 L/minuto; houve melhora hemodinâmica e a paciente foi encaminhada ao CTI. O ecocardiograma orientou o padrão hemodinâmico da paciente e foi essencial para que a punção fosse realizada com sucesso e sem intercorrências, e o desfecho favorável a paciente. Referência: 1. Montenegro CAB, Rezende Filho J. Toxemia gravídica: pré-eclampsia/eclampsia. In: Montenegro CAB, Rezende Filho J. Obstetrícia Fundamental. 12. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011, p.243-56. 63-562 MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA INTRAOPERATÓRIA PELO ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO EM PACIENTE COM SÍNDROME COMPARTIMENTAL ABDOMINAL XLVI) Ecocardiografia 63-561 DRENAGEM PERCUTÂNEA DE TAMPONAMENTO CARDÍACO GUIADA PELO ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO EM PACIENTE PORTADORA DE PRÉECLÂMPSIA Nathalia Ferreira Pereira, Marina Amato Defelippe, Cassia Franco Matheus, Adrielle Aprigio de Queiroz, Marcello Fonseca Salgado Filho, Julianne Moreira Belo Crolman* Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil Introdução: A pré-eclâmpsia grave é uma doença exclusiva da gestação, que necessita de tratamento imediato, pois pode aumentar a mortalidade materno/fetal em até 5 vezes. A pré-eclâmpsia pode apresentar complicação como o derrame pericárdico, sendo necessário pericardiocentese para restabelecimento dos padrões hemodinâmicos. A punção pericárdica guiada pelo ecocardiograma é considerada o padrão-ouro para a drenagem pericárdica, o que permite Nathalia Ferreira Pereira, Marcello Fonseca Salgado Filho, Cássia Franco Matheus, Rafael Teixeira dos Santos, Julianne Moreira Belo Crolman , Adrielle Aprigio de Queiroz* Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil Introdução: A síndrome compartimental abdominal (SCA) é caracterizada por um aumento da pressão abdominal acima de 20 mmHg, e desta forma, diminui a pressão de perfusão dos órgãos abdominais, comprometendo as funções cardiovasculares, renais, respiratórias e neurológicas. O objetivo deste relato de caso é descrever a utilização da ecocardiografia intraoperatória orientando a conduta anestésica e hemodinâmica em um paciente submetido à laparotomia exploradora por SCA. Relato de caso: Paciente do gênero masculino, 56 anos, 120 kg, hipertenso, diabético, renal crônico não dialítico e coronariopata. Apresentava SCA por massa peritoneal com pressão intravesical de 24 cm H2O. Paciente estado físico ASA IV-E, Mallampati II, circunferência do pescoço < 40 cm. O ecocardiograma transtorácico na sala de cirurgia evidenciou disfunção leve do ventrículo esquerdo (VE) com hipocinesia septal, hipovolemia, disfunção diastólica grau II, E/e’ 12,5, débito cardíaco (DC) 5 L/min, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) de 67%, pressão sistólica da artéria pulmonar Document downloaded from http://www.elsevier.es, day 16/06/2017. This copy is for personal use. Any transmission of this document by any media or format is strictly prohibited. 63º Congresso Brasileiro de Anestesiologia (PSAP) 65 mmHg. O paciente foi monitorado com saturação periférica de oxigênio, eletrocardiograma, pressão arterial invasiva, temperatura, capnografia, débito urinário, índice Bis-espectral, ecocardiograma transesofágico (ETE) e gasometria arterial e venosa. Após intubação por sequência rápida, a sonda do aparelho de ETE foi introduzida e demonstrou FEVE de 40%, disfunção grave do ventrículo direito, hipocinesia septal, PSAP de 46 mmHg, TAPSE 1,4, S’ do VE 40 ms, E/e’ 12,5, DC de 5,1 L/min, insuficiência mitral moderada e insuficiência tricúspide grave. O cálculo das variáveis de transporte de oxigênio mostrou uma oferta de oxigênio diminuída (DO2 = 649 mL/min), um consumo aumentado (VO2 = 354 mL/min) e uma alta extração periférica de oxigênio (EO2 = 54%). O hematócrito era de 20,2% e a hemoglobina de 6,9 g/dL. O paciente foi hemotransfundido. Devido à disfunção do VE, iniciou-se adrenalina na dose de 0,06 mcg/kg/min. Após essas medidas, houve aumento da oferta de oxigênio e o paciente manteve-se estável. Após a ressecção do tumor abdominal que pesou 6 kg, houve melhora dos parâmetros ventilatórios e o ETE demonstrou FEVE de 45%, PSAP de 42 mmHg, insuficiência mitral e tricúspide mínimas e DC de 4 L/min. O paciente foi encaminhado ao centro de tratamento intensivo, intubado e estável hemodinamicamente. Recebeu alta hospitalar após 7 dias. Discussão: A síndrome compartimental determina alterações hemodinâmicas importantes e a avaliação ecocardiográfica no intraoperatório foi essencial na definição e estruturação do problema, e proporcionou um plano de ação que ajudou na tomada de decisões favorecendo o desfecho do paciente. Referência: 1. Porter TR, Shillcutt SK, Adams MS et al. Guidelines for the use of echocardiography as a monitor for the therapeutic intervention in adults: a report from the American Society of Echocardiography. J Am Echocardiogr. 2015;28:40-56. 63-563 MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA INTRAOPERATÓRIA PELO ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO EM PACIENTE COM TUMOR RENAL INVADINDO O VENTRÍCULO DIREITO Bruno Chalita Mendonça Rangel, Nathalia Ferreira Pereira, Marcello Fonseca Salgado Filho, Adrielle Aprigio de Queiroz*, Julianne Moreira Belo Crolma, João Aprígio da Silva Neto Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil Introdução: Alguns tumores renais podem invadir a veia cava inferior (VCI) e crescer na direção do átrio direito (AD), válvula tricúspide (VT) e ventrículo direito (VD). Desta forma, há comprometimento do retorno venoso, da anatomia da válvula tricúspide e até mesmo obstrução da via de saída do VD. O objetivo deste relato de caso é descrever a utilização da ecocardiografia intraoperatória orientando a conduta anestésica e hemodinâmica em uma ressecção de um tumor renal que invadia VCI, AD, VT e VD. Relato de caso: Paciente do gênero feminino, 52 anos, 140 kg, hipertensa e ex-tabagista, apresentava tumor renal à esquerda que invadia VCI e câmaras cardíacas direitas (AD, VT e VD), com piora progressiva da classe funcional. Paciente estado físico ASA IV, Mallampati II, circunferência do pescoço < 40 cm. No centro cirúrgico, a paciente foi monitorada com oximetria, eletrocardiograma, pressão arterial invasiva, temperatura, capnografia, débito urinário, índice Bis-espectral, ecocardiografia transesofágica (ETE) e gasometria arterial e venosa. Após intubação por sequência rápida, a sonda do aparelho de ETE foi introduzida e demonstrou disfunção grave do ventrículo esquerdo (VE) e fração de ejeção (FEVE) de 35%, miocardiopatia dilatada, presença de massa móvel no átrio direito medindo 3,5 × 4,5 cm indo em direção à valva tricúspide e ventrículo direito (VD) na diástole e apresentando origem no interior da VCI. Havia aumento do VD com disfunção moderada e disfunção diastó- S237 lica tipo II, hipertensão pulmonar moderada com PSAP de 56 mmHg pela equação de Bernolli. Foi iniciada a laparotomia para dissecção da VCI e houve um sangramento volumoso pela VCI intra-hepática. A paciente evoluiu com instabilidade hemodinâmica, sendo compensada com infusão de cristaloide, hemoderivados e adrenalina na dose de 0,06 mcg/kg/min. Realizados esternotomia e instalação da circulação extracorpórea (CEC) para retirada da parte do tumor intracardíaco. Foi realizada nefrectomia esquerda. Após a ressecção do todo o tumor, o ETE mostrou ausência de massa no interior do átrio direito e VCI, disfunção moderada de VE e VD, débito cardíaco (DC) de 2,9 L/min, disfunção diastólica tipo II. A paciente foi encaminhada à unidade de terapia intensiva (UTI), com adrenalina 0,09 mcg/kg/min e noradrenalina 0,2 mcg/kg/min. A paciente evoluiu com choque cardiogênico associado ao choque distributivo e insuficiência renal, e foi a óbito após 72 h de internação na UTI. Discussão: O tumor intracardíaco determina alterações hemodinâmicas importantes e a avaliação ecocardiográfica no intraoperatório foi essencial na definição e na estruturação do problema e proporcionou um plano de ação que ajudou na tomada de decisões. Referência: 1. Porter TR, Shillcutt SK, Adams MS et al. Guidelines for the use of echocardiography as a monitor for the therapeutic intervention in adults: a report from the American Society of Echocardiography. J Am Echocardiogr. 2015;28:40-56.