Global - Mercados Emergentes pontuam pela negativa

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Mercados Financeiros
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Outubro 2015
Economias
Global - Mercados Emergentes pontuam pela negativa

Crescimento económico global revisto em baixa: O Fundo Monetário Internacional acabou de rever mais uma vez em
baixa o cenário de crescimento global. Contrariando as expectativas na transição de 2014, o ritmo de expansão económica em
2015 será o mais baixo desde o ano da Grande Recessão, em 2009 (com exclusão de 2010, ano de recuperação "técnica). A
paulatina desaceleração das economias emergentes, com destaque para a China, e a significativa queda dos preços das principais
commodities, nomeadamente do petróleo, estão na base da fraca performance económica global. Efectivamente, este será o
quinto ano consecutivo de desaceleração esperada de crescimento no bloco das economias emergentes e, segundo o Institute
of International Finance, existe mesmo o risco de ocorrer uma saída líquida de capitais do conjunto destas economias, o que
a confirmar-se, ocorreria pela primeira vez desde 1988. Esta situação traduz não só o afastamento de capitais não residentes
dos países onde existem maiores desequilíbrios e vulnerabilidades (Brasil e Turquia, por exemplo), mas também saída de
capitais de residentes, em muitos casos para liquidar empréstimos feitos no exterior.

Desaceleração económica da China com impacto expressivo: Um dos principais objectivos da agenda de reformas na
China tem sido o de estimular a transição de uma economia assente nas exportações e investimento para maior peso do consumo
privado. Todavia, até à data o progresso tem sido lento e não suficientemente expressivo para compensar o impacto induzido
por um abrandamento maior que o esperado dos sectores industrial e exportador. Efectivamente, estão em causa alterações de
comportamento dos indivíduos que levem, por exemplo, à redução da taxa de poupança das famílias, a qual se mantém entre as
maiores do mundo. Sendo a 2ª maior economia do mundo (PIB equivalente a USD 10.3 biliões), e o maior exportador mundial,
é natural que se receie um abrandamento mais brusco ou descontrolado. Refira-se que segundo o Deutsche Bank, estima-se
que por cada 1% a menos de crescimento chinês, se gera um impacto nas taxas de crescimento respectivamente
de 0.1% na Europa, 0.5% para o Japão, sendo o impacto mais acentuado nos mercados emergentes, com destaque
para os asiáticos. Acresce que o impacto será diferenciado entre as várias economias. Por exemplo, no caso Europeu, a
Alemanha será a economia mais exposta à procura vinda de mercados emergentes, estimando a IIF que o valor
acrescentado pelas exportações com destino aos BRICS se situe em cerca de 3% do PIB.
Indicador PMI Global - Evidencia-se abrandamento
global do sector industrial
Previsões consensuais PIB 2015 - Tendência de baixa,
com excepção da UEM
(índice)
(taxa de variação anual, em volume)
8.0
58.0
54.0
6.0
52.0
5.0
50.0
4.0
48.0
3.0
46.0
44.0
ago-12
mar-13
out-13
mai-14
PMI ind. transformadora (índice)
PMI compósito (índice)
PMI serviços (índice)
7.0 6.8
7.0
56.0
5.0
3.0
2.5
2.0
dez-14
4.6
1.1
1.5
1.0
jul-15
0.0
Fonte: Bloomberg
EUA
Dezembro 2014
UEM
Setembro 2015
China
BRICS
Fonte: Bloomberg

Factores de resiliência permitem acalentar previsão de lenta reanimação em 2016: Ainda que adiadas, mantêm-se
as expectativas de lenta recuperação da economia global em 2016. Por um lado, as economias emergentes aparentam estar
mais robustas que nos anos 90, sem sinais dos problemas sistémicos que então as afectaram; por comparação, beneficiam de
moedas com câmbios flexíveis, permitindo acomodar e amortecer o choque induzido pela queda dos preços das commodities;
possuem reservas mais elevadas, menor dívida externa e, regra geral, menores desequilíbrios da balança corrente. Todavia,
é um facto que as tendências de arrefecimento com origem na China constituem um factor de risco e incerteza elevado, que
importa monitorar nos tempos mais próximos.
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Outubro 2015
Economias
Global - Mercados Emergentes pontuam pela negativa
As projecções mais recentes do FMI
O crescimento global provavelmente será mais fraco que no ano passado, com uma melhoria das perspectivas nas economias avançadas, e
uma desaceleração nos mercados emergentes, pelo quinto ano consecutivo.
(variação percentual)
diferença de julho
2015
WEO atualização 1
Projecções
Mundo
2014
2015
2016
2015
2016
3.4
3.1
3.6
-0.2
-0.2
Economias Avançadas
1.8
2.0
2.2
-0.1
-0.2
EUA
2.4
2.6
2.8
0.1
-0.2
Zona Euro
0.9
1.5
1.6
0.0
-0.1
Alemanha
1.6
1.5
1.6
-0.1
-0.1
França
0.2
1.2
1.5
0.0
0.0
Itália
Espanha
Japão
-0.4
0.8
1.3
0.1
0.1
1.4
3.1
2.5
0.0
0.0
-0.1
0.6
1.0
-0.2
-0.2
Reino Unido
3.0
2.5
2.2
0.1
0.0
Canadá
2.4
1.0
1.7
-0.5
-0.4
Outras economias avançadas
2.8
2.3
2.7
-0.4
-0.4
Economias Emergentes e Economias em Desenvolvimento
4.6
4.0
4.5
-0.2
-0.2
Comunidade de Estados Independentes (Ex. URSS)
1.0
-2.7
0.5
-0.5
-0.7
0.6
-3.8
-0.6
-0.4
-0.8
-0.5
Rússia
excluindo a Rússia
1.9
-0.1
2.8
-0.8
6.8
6.5
6.4
-0.1
0.0
China
7.3
6.8
6.3
0.0
0.0
Índia
7.3
7.3
7.5
-0.2
0.0
ASEAN-52
4.6
4.6
4.9
-0.1
-0.2
2.8
3.0
3.0
0.1
0.1
Emergentes e em desenvolvimento da Ásia
Emergentes e em desenvolvimento Europa
América Latina e Caraíbas
1.3
-0.3
0.8
-0.8
-0.9
Brasil
0.1
-3.0
-1.0
-1.5
-1.7
México
2.1
2.3
2.8
-0.1
-0.2
Médio Oriente, Norte de África, Afeganistão e Paquistão
2.7
2.5
3.9
-0.1
0.1
Arábia Saudita
3.5
3.4
2.2
0.6
-0.2
África do Sul
1.0
1.4
1.0
-0.0
-0.0
6.0
4.8
5.8
-0.3
-0.4
Países em Desenvolvimento de rendimento baixo
Fonte: FMI. World Economic Outlook, October 2015
Notas: 1Diferença com base em números arredondados para julho 2015 WEO Update.
2
Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietname.
Paula Gonçalves Carvalho
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Outubro 2015
Economias
Zona Euro - OCDE revê em alta perspectivas de crescimento para 2015

A OCDE reviu em alta as previsões de crescimento económico para a Zona Euro de 1.5% para 1.6%, mas reviu
em baixa o crescimento para o próximo ano em 0.2 pontos percentuais para 1.9%. De acordo com a instituição, a
actividade económica na área do euro continua a melhorar, mas a um ritmo mais lento do que o antecipado inicialmente. Um
dos factores que tem pesado na lenta recuperação da economia da Zona Euro tem sido o elevado nível de endividamento do
sector privado, que prevalece desde a recente crise financeira de 2008/09. Neste sentido, a instituição considera que deve haver
melhorias na transmissão da política monetária por via do canal do crédito, de maneira a que o programa de quantitative easing
do BCE seja mais eficaz. Isto implica que os esforços para a prossecução da união bancária e de supervisão se mantenham,
no sentido de melhorar a qualidade dos activos dos bancos da Zona Euro.

Os últimos dados do indicador PMI revelam que a recuperação económica na área do euro se manteve no mês de
Setembro, ainda que o indicador compósito tenha diminuído em 0.7 pontos para 53.6, o que resultou numa média
do indicador para o 3T igual à do 2T (53.9). O sector dos serviços mantém-se como o principal impulsionador da actividade
na área do euro, comparativamente à indústria transformadora (53.7 e 52.0 pontos, respectivamente). As novas encomendas
cresceram de forma pouco destacada comparativamente ao mês anterior, ao mesmo tempo que o indicador do emprego
aumentou pelo 11º mês consecutivo, embora ao ritmo mais lento desde Janeiro. Os custos médios dos inputs aumentaram
apenas marginalmente em Setembro, reflectindo a descida dos custos dos inputs no caso da indústria transformadora, dados
os baixos preços das commodities nos mercados internacionais.

A primeira estimativa da taxa de inflação de Setembro revelou uma queda para terreno negativo, passando
de +0.1% em Agosto para -0.1%. Esta redução ficou marcada pela queda substancial dos preços da energia (-8.9%),
principalmente dos preços do petróleo nos mercados internacionais. Este deverá ser o factor mais importante na determinação
dos preços na área do euro nos próximos meses, esperando-se que continue a pressionar em baixa até que os efeitos de base
decorrentes do baixo preço do petróleo sejam mitigados, o que deverá acontecer no final do ano.
Indicadores PMI
Previsões da OCDE
2015
Proj.
Set.
2015
Dif.face
às prev.
de Jun.
(p.p.)
Proj.
Set.
2015
Dif.
face às
prev.
de Jun.
(p.p.)
56.0
54.0
52.0
Zona Euro
0.9
1.6
0.1
1.9
-0.2
50.0
Alemanha
1.6
1.6
0.0
2.0
-0.4
48.0
0.2
1.0
-0.1
1.4
-0.3
-0.4
0.7
0.1
1.3
-0.2
46.0
44.0
set-12
Fonte: Interim Economic Outlook, OCDE (Setembro 2015).
jun-13
mar-14
PMI Compósito
PMI Serviços
Taxa de Desemprego
Taxa de Inflação
(percentagem)
(yoy%; mom %)
set-15
Fonte: Bloomberg
5.0
12.5
2.0
1.5
4.0
12.0
3.0
11.5
2.0
1.0
0.5
0.0
-0.5
1.0
11.0
-1.0
0.0
10.5
-1.5
-1.0
mom% (ELD)
Fonte: Bloomberg
Vânia Patrícia Duarte
17
yoy%
jul-15
jul-14
jan-15
jul-13
jan-14
jul-12
jan-13
jul-11
jul-10
jul-09
jan-10
jul-08
ago-15
jan-09
nov-14
jul-07
fev-14
jan-08
mai-13
-2.0
jan-07
10.0
ago-12
dez-14
PMI Ind. Transf.
jan-12
França
Itália
50 pontos
jan-11
Países
2014
(pontos)
2016
Fonte: Bloomberg
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Outubro 2015
Economias
Brasil - Situação económica continua a agravar-se

Os dados da produção industrial reflectem um agravamento da contracção da actividade económica e alertam
para a queda do investimento. O índice de produção industrial registou uma contracção mensal de 1.2% em Agosto, que
se segue a uma queda de 1.5% no mês anterior. Em termos homólogos, o indicador registou em Agosto uma diminuição de
9%. Os detalhes da informação indicam que a queda resultou essencialmente da contracção da produção de bens de capital
(-7.6% m/m), enquanto a produção dos bens intermédios aumentou 0.2% m/m e a produção de bens de consumo recuou
de forma menos acentuada (0.9% m/m). Os dados sugerem que a queda da produção foi impulsionada essencialmente pela
contracção do investimento, o que traduz a falta de confiança dos investidores na economia. Neste contexto, refira-se ainda,
que no último World Economic Outlook, o FMI reviu em baixa as previsões de crescimento do Brasil para -3.0% em 2015 e
-1.0% em 2016.

A pressão inflacionista estabilizou e o Banco Central manteve a taxa Selic nos 14.25%. A taxa de inflação em
Setembro manteve-se estável em 9.5% y/y, comparativamente ao mês anterior, apesar de a taxa de variação mensal ter
acelerado para +0.54% (vs. +0.22% y/y). Os preços subiram bastante nas componentes com mais peso no índice, em particular
nos preços dos transportes (+8.0% y/y) e habitação (+18% y/y), mas finalmente registou-se um abrandamento nos preços
dos bens alimentares (+10.7% y/y vs. 10.1% y/y) e vestuário (+3.8% y/y vs. 3.7% y/y). Contudo, a subida dos preços dos
combustíveis que entrou em efeito este mês poderá voltar a pressionar o crescimento do nível geral de preços no próximo
mês. Se os níveis de inflação não ultrapassarem demasiado este patamar (que coincide com as últimas projecções do relatório
de inflação, que apontam para uma manutenção da taxa de inflação em 9.5% y/y no 3T e 4T de 2015), é provável que para
já o ciclo de sucessivos aumentos da taxa Selic tenha estabilizado. Ainda assim, nas minutas da última reunião do Copom, o
Banco Central sugere que a taxa Selic deverá manter-se no actual patamar (14.25%) por um período prolongado de tempo,
dado que os níveis de inflação continuam elevados face aos ajustamentos em curso nos preços relativos da economia.
Produção industrial continua a contrair…
…reflectindo uma forte queda da produção de bens de
capital
(% variação anual)
(percentagem)
Produção Industrial
25
Produção Industrial - Bens de Capital
30
20
20
15
10
10
0
5
0
-10
-5
-20
-10
-30
-15
-40
jan-13 mai-13 set-13 jan-14 mai-14 set-14 jan-15 mai-15
-20
jul-07 jul-08 jul-09 jul-10 jul-11 jul-12 jul-13 jul-14 jul-15
m-o-m %
Fonte: IBGE
A inflação estabilizou ainda que num patamar elevado
(percentagem)
y-o-y %
Fonte: IBGE
O real estabilizou perto dos 4 BRL/USD, depois da
correcção centuada
(indice; USD/BR)
14
12
10
65000
1.50
60000
2.00
2.50
55000
8
3.00
6
50000
4
3.50
45000
2
0
out-11
IPC yoy
out-12
out-13
Taxa SELIC
out-14
4.00
40000
out-12
out-15
abr-13
IBOVESPA
Fonte: BCB
out-13
abr-14
out-14
BRL/USD (ELD)
abr-15
4.50
out-15
Fonte: Bloomberg
Luisa Teixeira Felino
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Outubro 2015
Economias
Angola – BNA volta a desvalorizar a taxa de câmbio

O Banco Nacional de Angola decidiu proceder novamente com uma discreta desvalorização do kwanza, perante
a manutenção em baixa dos preços do petróleo, que continuam a condicionar as receitas externas. Depois da desvalorização de
cerca de 6% durante o mês de Junho para uma taxa de câmbio de 126 kwanzas por USD, o BNA avançou em Setembro com
uma nova desvalorização cumulativa de cerca de 7.6% da moeda nacional para Kz/USD 135.97. Em termos acumulados, desde
o início do ano, a moeda desvalorizou 30% para o dólar. Ainda assim, de acordo com notícias da agência Reuters, continua-se
a verificar uma divergência significativa relativamente à taxa de câmbio no mercado informal, que deverá rondar os Kz/USD
240.

A taxa de inflação no mês de Agosto voltou a subir para 11.01% y/y (vs +10.41% y/y em Julho), de acordo
com o Índice de Preços do Consumidor de Luanda (que serve de referência à política monetária). Porém, em termos
mensais, a taxa de crescimento dos preços abrandou no mês de Agosto para +1.15%, comparativamente a +1.35% em Julho.
Este comportamento resultou essencialmente de um menor crescimento dos preços dos bens alimentares e bebidas nãoalcoólicas (componente com maior peso no índice), que em Agosto aumentou 1.17% m/m (face a +1.48% m/m em Julho).
Por outro lado, foi a aceleração do crescimento dos preços dos transportes (+1.72% m/m em Agosto, vs +0.78% m/m em
Julho) que mais pressionou a taxa de variação mensal.

De acordo com os dados do comércio internacional do segundo trimestre, as exportações de bens denominadas
em USD subiram 21%, relativamente ao trimestre anterior, que resultou de um ligeiro aumento do preço médio do barril
de petróleo relativamente aos primeiros três meses do ano (preço médio de USD 57.2 no 2T vs USD 52.7 no 1T). Por seu turno,
as importações (em USD) diminuíram 44% q/q, e como tal o saldo comercial do 2T registou uma melhoria para USD 6.53 mil
milhões (vs USD 2.2 mil milhões no 1T). A queda das importações foi particularmente notória nos bens de capital (-64.8% q/q
em máquinas, equipamentos e aparelhos; e -65% q/q nos veículos e outros materiais de transporte), o que reflecte a queda
do investimento na sequência da redução de receitas. Em termos homólogos, as exportações de bens em USD registaram uma
queda de 38% y/y no segundo trimestre de 2015, acompanhadas por uma contracção do lado das importações de 37.9%.
A agência de rating Fitch decidiu baixar a notação da dívida pública em moeda estrangeira de longo prazo de BBpara B+, com uma perspectiva estável. A decisão resulta novamente da dependência do país na actividade petrolífera, na
medida em que a queda dos preços do petróleo está a resultar num aumento da dívida pública e numa redução do potencial
de crescimento económico e das reservas internacionais.
O BNA procedeu com mais uma medida de
desvalorização da moeda
A taxa de inflação voltou a subir, mas a taxa de
variação mensal abrandou.
(kwanzas per USD; kwanzas per EUR)
(percentagem)
140
135
130
125
120
115
110
105
100
95
90
out-13
USD/AOA
12.0%
160
150
10.0%
140
8.0%
130
6.0%
120
4.0%
110
abr-14
out-14
EUR/AOA (ELD)
abr-15
2.5%
2.0%
1.5%
1.0%
0.5%
2.0%
100
out-15
0.0%
0.0%
ago-12 fev-13 ago-13 fev-14 ago-14 fev-15 ago-15
Fonte: Bloomberg, BNA
y-o-y %
m-o-m % (ELD)
Fonte: INE
BNA volta a apertar a política monetária, mas mantém
a taxa BNA em 10.5%
Produção média mensal recupera em Set. para 1.78
mbd (1.75 mbd no mês anterior)
(percentagem)
(mil barris por dia; USD por barril)
15%
13%
10%
8%
5%
3%
0%
set-12
mar-13
set-13
mar-14
TAXA BNA
Facilidade Absorção Overnight
Facilidade Cedência Overnight
LUIBOR Overnight
Luisa Teixeira Felino
set-14
mar-15
set-15
1,900
1,850
1,800
1,750
1,700
1,650
1,600
1,550
1,500
1,450
1,400
set-13
140
120
100
80
60
40
20
jan-14
mai-14
set-14
jan-15
mai-15
0
set-15
Produção méd. móv. 12-meses
Preço Brent - 15-45 Fw price Angola (ELD)
Fonte: BNA
19
Fonte: Bloomberg/OPEP
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Outubro 2015
Economias
Moçambique - Governo prevê um agravamento do défice no OE 2016

O Orçamento de Estado (OE) de 2016 prevê que o défice orçamental se agrave para Mt 80 mil milhões, equivalente
a um aumento de 0.6 pontos percentuais para 11.7% do PIB. A proposta de orçamento propõe um incremento da
receita total do estado para Mt 178 mil milhões (face a Mt 160.7 mil milhões em 2015), mas em termos relativos, o nível da
receita diminui para 26% do PIB (vs. 27% do PIB em 2015). Do lado da despesa, estima-se um ligeiro aumento em 0.1 pontos
percentuais para 38% do PIB. No Plano Económico e Social, o Governo antecipa uma aceleração do crescimento económico
para 7.8% em 2016 (vs. 7.5% em 2015), e uma taxa de inflação média de 5.6%.

A taxa de inflação de Maputo voltou a acelerar em Agosto, para +1.77% y/y (vs. +0.68% y/y no mês anterior),
mas mantém-se contida face ao objectivo do Banco Central de obter um crescimento médio de 5-6% em 2015. A
taxa de inflação de Moçambique também acelerou em Agosto para 2.28% y/y (vs. 1.5% y/y em Julho). Face à fraca pressão
inflacionista, o Banco de Moçambique optou por manter a política monetária acomodatícia, com as principais taxas de juro
fixadas em mínimos históricos (taxa de cedência de liquidez em 7.5%, taxa de absorção de depósitos em 1.5% e coeficiente
de reservas obrigatórias em 8%).

Face ao comportamento do Metical em relação ao dólar (desvalorização YTD 25%), o Banco de Moçambique
anunciou que pretende intervir no mercado cambial para aliviar a pressão sobre a moeda nacional, decisão que pode
ter um impacto negativo sobre o stock de reservas internacionais que já tem vindo a cair progressivamente face ao
agravamento das contas externas. Nas últimas semanas a volatilidade no mercado cambial aumentou significativamente,
apesar de o ritmo de desvalorização do Metical em relação ao USD ter sido mais contido no mês de Setembro. Ainda assim,
a relativa estabilidade do Metical em relação ao Rand Sul-africano (face à perda de valor do Rand em relação ao USD) e os
preços baixos das commodities têm permitido manter o ritmo de crescimento dos preços em níveis mínimos.
O Governo antecipa uma aceleração do crescimento
económico…
…mas adia novamente o ajustamento fiscal
(percentagem)
(percentagem do PIB)
PIB - Taxa de variação em volume
8.0%
7.4%
7.5%
6.8%
7.0%
6.5%
6.3%
7.1%
7.5%
7.3% 7.4%
-14
50
7.8%
-12
40
6.1%
6.0%
-10
30
-8
20
-6
-4
10
5.5%
-2
0
2016*
2015*
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
5.0%
2012
2013
2014
Total das receitas
Saldo Orçamental (ELD)
2015
0
2016
Total das despesas
Fonte: Ministério das Finanças - Orçamento Geral do Estado 2016
Fonte: Banco de Moçambique
* Previsões do OE 2016
O Banco Central manteve os referenciais de política
monetária, face à fraca pressão dos preços…
…mas decidiu intervir no mercado câmbial para aliviar
a pressão sobre a moeda
(percentagem)
(Meticais por USD; Meticais por Rand)
20%
46
3.75
44
15%
3.5
42
10%
40
3.25
38
5%
36
3
34
0%
-5%
jul-10
32
jul-11
jul-12
jul-13
jul-14
2.75
30
jul-15
28
out-14
Inflação y-o-y % (ELD)
Taxa de Juro de Facilidade Permanente de Cedência
jan-15
USD/MZN
Fonte: Banco de Moçambique
abr-15
jul-15
2.5
out-15
ZAR/MZN (ELD)
Fonte: Banco de Moçambique
Luisa Teixeira Felino
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Outubro 2015
Economias
África do Sul - Banco Central reviu em baixa as perspectivas de crescimento
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O índice de confiança empresarial (BCI) no 3T voltou a valores mínimos observados em finais de 2011,
registando uma queda de 5 pontos face ao trimestre anterior, para 38 pontos. A redução do nível de confiança
reflecte o desempenho dos sectores do comércio a retalho e por grosso, que assinalaram quedas de, respectivamente, 18 e
14 pontos. Em causa está o abrandamento do volume de vendas nos dois casos, face ao crescimento moderado dos salários,
impostos mais elevados, aumento das taxas de juro, crescente perda de postos de trabalho e queda do nível de confiança
dos consumidores, que coloca pressão na rentabilidade nos sectores em causa. Em sentido contrário, o nível de confiança na
indústria transformadora melhorou, embora se mantenha em níveis baixos.
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O nível de confiança dos consumidores, ainda que tenha recuperado no 3T, mantém-se em valores negativos.
De facto, o indicador fixou-se em -5 pontos, comparativamente a -15 no trimestre anterior. Uma das explicações para esta
evolução prende-se com a queda do preço da gasolina em R 1.20 por litro desde Julho.
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O indicador PMI em Setembro manteve-se praticamente inalterado nos 49 pontos (48.9 em Agosto), o que
resultou numa média de 49.8 no total do 3T, inferior à marca dos 50 pontos, que separa expansão de contracção económica.
Enquanto a procura doméstica mantém-se em níveis reduzidos, a desvalorização do rand e a recuperação na Zona Euro estarão
na base do aumento das novas encomendas pelo segundo mês consecutivo (51.9 pontos). O índice que mede as condições
esperadas para os próximos 6 meses caiu para 49.3 pontos, depois de, em Agosto, ter caído 10.7 pontos para 52.5.
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A taxa de inflação anual desacelerou de 5% em Julho para 4.6% em Agosto, impulsionada pela evolução dos preços
da habitação e utilities (+6.3%) e alimentação e bebidas não alcoólicas (+4.3%). Apesar da desvalorização do rand, a queda
dos preços do petróleo tem permitido que a taxa de inflação se mantenha dentro do intervalo definido pelo banco central (3%6%). Na última reunião, o banco central optou por manter inalterada a taxa de juro de referência em 6%, ao mesmo tempo
que reviu em baixa em 0.5 p.p. a taxa de crescimento do PIB de 2015, para 1.5%, face à desaceleração económica
na China.
Indicador de confiança: empresas e consumidores
PMI
(pontos;pontos)
(pontos)
100
30
80
20
60
10
40
0
20
-10
0
set-10
jul-11
mai-12 mar-13
jan-14
nov-14
60
58
56
54
52
50
48
46
44
42
40
set-13
-20
set-15
Confiança Empresarial
Confiança Consumidores (ELD)
jan-14
mai-14
Fonte: Bloomberg
Taxas de câmbio
(yoy%; mom%)
(Rands por USD; Rands por EUR)
7.0
6.0
5.0
4.0
3.0
2.0
1.0
fev-14
mom% (ELD)
ago-14
yoy%
fev-15
jan-15
mai-15
set-15
Fonte: Bloomberg
Inflação Mensal e Homóloga
0.0
ago-13
set-14
17.0
1.6
1.4
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
-0.2
-0.4
ago-15
16.0
15.0
14.0
13.0
12.0
11.0
10.0
9.0
8.0
set-14
USDZAR
Fonte: Bloomberg
Vânia Patrícia Duarte
21
dez-14
mar-15
EURZAR
jun-15
set-15
Fonte: Bloomberg
E.E.F.
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Mercados Financeiros
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Outubro 2015
22
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