Planetas Anões Um planeta anão é muito semelhante a um planeta (porém menor), dado que orbita em volta do Sol e possui tamanho suficiente para assumir uma forma aproximadamente esférica. Porém, não possui uma órbita desimpedida. Um exemplo é Ceres que, localizado no cinturão de asteróides, possui o percurso da sua órbita repleto daqueles pequenos astros. É muito difícil a classificação dos planetas-anões. Segundo a UAI (União Astronômica Internacional), um planeta anão é um objeto que orbita o Sol, com uma forma redonda e que está acompanhado de outros objetos numa mesma região. A distinção entre os planetas anões e os outros oito planetas baseia-se na incapacidade dos primeiros em limparem a vizinhança das suas órbitas, isto é, removerem pequenos corpos cujas órbitas os levem a colidir, capturar ou sofrerem perturbações gravitacionais. Porém, observando corpos frios e que estão distantes do nosso sistema, apenas se consegue obter o seu brilho com precisão - nunca a sua forma. Este fato demonstra-nos como é delicada a classificação das classes de objetos no nosso sistema solar. Atualmente conhecem-se cinco planetas anões no sistema solar. São eles: Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris, sendo os quatro últimos do tipo plutoide, ou seja, planetas-anões que orbitam para além da órbita de Netuno, nas porções mais distantes do sistema solar. Ceres Ceres é um planeta anão que se encontra no cinturão de asteróides, entre Marte e Júpiter. Ceres tem um diâmetro de cerca de 950 km e é o corpo mais maciço dessa região do sistema solar, contendo cerca de um terço do total da massa do cinturão. Possui um formato arredondado e uma superfície escura cheia de crateras. É constituído possivelmente por um núcleo rochoso circundado por um manto de gelo. Sua superfície, conforme anteriormente observado pelo Telescópio Espacial Hubble, apresenta regiões mais escuras, além de locais de brilho proeminente, de natureza ainda desconhecida. O planeta anão possui uma tênue atmosfera formada, sobretudo por vapor de água que evapora e deixa a superfície. Atualmente aparenta ser geologicamente inerte. Em 2007, foi lançada a sonda Dawn, da NASA, que fez uma passagem por Vesta e entrou em órbita ao redor de Ceres em 6 de março de 2015. Fotografias de resolução não obtida anteriormente foram tiradas a partir de janeiro de 2015 conforme a Dawn se aproximou de Ceres, revelando uma superfície coberta de crateras. Um ponto brilhante visto anteriormente em imagens do Telescópio Espacial Hubble foi observado como duas formações no interior de uma cratera possivelmente contendo gelo ou sais. A própria classificação mudou mais de que uma vez: na altura em que foi descoberto foi considerado como um planeta, mas após a descoberta de corpos celestes semelhantes na mesma área do sistema solar, levou a que fosse reclassificado como um asteróide por mais de 150 anos. No início do século XXI, novas observações mostraram que Ceres é um planeta embrionário, Ceres é possivelmente um planetesimal remanescente do período de formação e evolução do Sistema Solar, com estrutura e composição muito diferentes das dos asteróides comuns e que permaneceu intacto provavelmente desde a sua formação, há mais de 4,6 bilhões de anos. Pouco tempo depois, foi reclassificado como planeta anão. Apesar de não ter um campo magnético e gozar de baixa gravidade, existem idéias para que Ceres seja um dos possíveis locais para a colonização humana futura no sistema solar interior, provavelmente depois de se estabelecer uma base humana permanente em Marte. Ceres tem recursos hídricos sob a forma de gelo e luz solar suficiente para a produção de energia solar. Transformar-se-ia, assim, numa espécie de base para a mineração de asteróides, e possibilitando que esses recursos minerais possam ser depois transportados para Marte, a Lua e a Terra. Os cientistas há muito que teorizaram que Ceres seria uma massa indiferenciada e homogênea (sem camadas como as da Terra), semelhante a muitos corpos carbonáceos que povoam o Cinturão de Asteróides. No entanto, Peter Thomas e os seus colaboradores mostraram que isto não era verdade. O grupo observou e gravou rotações inteiras de Ceres usando o Telescópio espacial Hubble entre Dezembro de 2003 e Janeiro de 2004. Ao examinarem as imagens, verificaram que Ceres era quase perfeitamente uma esfera, com uma pequena protuberância de 30 km no equador, ao contrário da grande maioria dos asteróides, tornando-o único entre os asteróides. A diferença, segundo Thomas e seus colegas, deve-se a que Ceres não é homogêneo, mas estruturado em camadas, com um núcleo denso de rocha coberto por um manto de gelo de água, por sua vez coberto por uma crosta leve. Assim, estimou-se que Ceres deverá ser composto por 25 por cento de água, mais que toda a água doce na Terra. Esta água encontrase enterrada sobre uma fina camada de poeira. Plutão Plutão, formalmente designado 134340 Plutão, é um planeta anão do Sistema Solar e o décimo objeto mais massivo observado diretamente orbitando o Sol. Originalmente classificado como um planeta, Plutão é atualmente o maior membro do cinturão de Kuiper e como outros membros do cinturão de Kuiper, Plutão é composto primariamente de rocha e gelo. Até 2006, Plutão foi considerado o nono planeta do Sistema Solar. No final da década de 1970, com a descoberta de Caronte e o reconhecimento da sua pequena massa, sua classificação como um planeta começou a ser questionada. No início do século XXI, vários outros objetos similares a Plutão foram descobertos no Sistema Solar externo, incluindo Éris, que é maior do que ele. Em 24 de agosto de 2006, a União Astronômica Internacional (UAI) criou uma definição de planeta formal, que fez Plutão deixar de ser planeta e ganhar a nova classificação de planeta anão, juntamente com Éris e Ceres. Depois da reclassificação, Plutão foi adicionado à lista de corpos menores do Sistema Solar. Porém, há cientistas que afirmam que Plutão não deveria ser considerado planeta anão, mas voltar a ser classificado como planeta. Plutão também tem quatro outras luas menores, Nix e Hidra, descobertas em 2005, Cérbero, descoberta em julho de 2011, e Estige, descoberta em julho de 2012. A superfície de Plutão mudou entre 1994 e 2003: a região polar do norte ficou mais brilhante o hemisfério sul escureceu. A vermelhidão geral de Plutão também aumentou consideravelmente, entre 2000 e 2002. Essas mudanças rápidas provavelmente estão relacionadas a variações de estações do ano, que são grandes em Plutão devido à inclinação axial e à excentricidade orbital. Observações de Plutão feitas pelo telescópio Hubble indicam que a composição interna Plutão de aproximadamente 60% de rocha e 40% de gelo. Cientistas esperam que a estrutura interna de Plutão é diferenciada, com o material rochoso estabilizado em um denso núcleo cercado por um manto de gelo. O diâmetro do núcleo deve ser de cerca de 1 700 km, 70% do diâmetro de Plutão. A atmosfera de Plutão consiste em uma fina camada de nitrogênio, metano e gases de monóxido de carbono. Recentemente foi descoberto que a temperatura de Plutão é de cerca de −230 °C. Em 1978, com a descoberta de Caronte, foi possível determinar a massa do sistema PlutãoCaronte pela primeira vez. Quando os efeitos gravitacionais de Caronte foram medidos, a verdadeira massa de Plutão pôde ser determinada. Observações de Plutão em ocultações por Caronte permitiu os cientistas medirem seu diâmetro, enquanto a invenção da óptica adaptativa permitiu determinar sua forma precisamente. Depois de uma intensa batalha política, foi concedido financiamento para uma missão para explorar Plutão, chamada de New Horizons. A sonda New Horizons foi lançada com sucesso em 19 de janeiro de 2006. No início de 2007, a sonda usou gravidade assistida de Júpiter. Sua maior aproximação de Plutão ocorreu em 14 de julho de 2015. A New Horizons tirou suas primeiras fotos de Plutão no final de setembro de 2006, durante um teste do Long Range Reconnaissance Imager (LORRI).As imagens, tiradas de uma distância de aproximadamente 4,2 bilhões de quilômetros, confirmaram a habilidade da sonda em seguir objetos distantes, algo importante para ir em direção a Plutão e outros objetos do cinturão de Kuiper. A sonda New Horizons conta com diversos instrumentos científicos, como instrumentos para criar mapas da superfície e para fazer análises atmosféricas. A energia elétrica usada por esses instrumentos é fornecida por um único gerador termoelétrico de radioisótopos, que geralmente é usado em missões que não podem utilizar a energia solar. Haumea Haumea, antes conhecido astronomicamente como 2003 EL61, é um planeta anão do tipo plutoide, localizado no cinturão de Kuiper, a um pouco mais de 43 vezes a distância da Terra ao Sol. Haumea possui dois pequenos satélites naturais, Hiʻiaka e Namaka, que, acreditase, sejam destroços que se separaram de Haumea devido a uma antiga colisão. Haumea é um plutoide com características pouco comuns, tais como a rápida rotação, elongação extrema e brilho elevado (para a sua distancia ao Sol) devido a gelo de água cristalina na superfície. Pensa-se, também, tratar-se do maior membro de uma família de destroços criados num único evento destrutivo. Apesar de ter sido descoberto em dezembro de 2004, só em 18 de setembro de 2008 é que se confirmou tratar-se de um planeta anão, recebendo então o nome da deusa havaiana do nascimento e fertilidade. Makemake Makemake, formalmente designado como (136472) Makemake, é o terceiro maior planeta anão do Sistema Solar. Não possui satélites conhecidos, o que o torna único entre os grandes corpos do cinturão de Kuiper. Sua superfície é coberta por metano, etano e possivelmente nitrogênio e tem uma baixa temperatura média de cerca de -243,2 °C. Inicialmente conhecido como 2005 FY9 e depois pelo código de planeta menor 136472, Makemake foi descoberto em 31 de março de 2005 no Observatório Palomar, por uma equipe liderada por Michael Brown, e anunciado em 29 de julho de 2005, o mesmo dia do anúncio da descoberta de Éris e dois dias depois do anúncio de Haumea. Recebeu o nome do deus rapanui Makemake. Foi formalmente classificado como plutoide e planeta anão em julho de 2008. Apesar de seu brilho relativo (um quinto do brilho de Plutão), Makemake foi descoberto bem depois de outros objetos do Cinturão de Kuiper com um brilho menor do que o dele. Éris Éris, conhecido oficialmente como 136199 Eris, é um planeta anão e um plutoide nos confins do sistema solar. Talvez seja o maior planeta anão do sistema solar e quando foi descoberto, ficou desde logo informalmente conhecido como o "décimo planeta", porque na época seu diâmetro estimado era maior do que o diâmetro do ex-planeta Plutão, embora isso ainda é incerto. Éris completa uma volta em torno do Sol em cerca de 560 anos e encontra-se a cerca de 97 vezes a distancia da Terra ao Sol. Éris está tão afastado do Sol que este último, nos céus daquele mundo, deverá aparecer apenas como uma estrela brilhante. O novo astro, com uma magnitude aparente de cerca de 19, apesar de não ser acessível na observação direta, é suficientemente brilhante para ser registado, através de técnicas fotográficas ou de tratamento digital de imagens, com umtelescópio amador. A inclinação da sua órbita é responsável por não ter sido descoberto até então, dado que a maioria das pesquisas para corpos do sistema solar exterior concentravam-se no plano da eclíptica, onde se encontra a maioria dos corpos do sistema solar, incluindo a Terra. Com a descoberta de Disnomia, um satélite de Éris, Michael Brown e Emily Schaller, astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia, puderam medir de maneira precisa a massa de Éris com a ajuda do telescópio espacial Hubble. A lua de Éris, Disnomia, foi descoberta a 10 de setembro de 2005. Estima-se que Disnomia seja oito vezes menor e sessenta vezes menos brilhante que Éris e que orbite esse último em cerca de catorze dias. O sistema Éris-Disnomia parece semelhante ao sistema Terra-Lua. Apesar das dimensões mais reduzidas dos dois objetos, o satélite de Éris está dez vezes mais próximo do planeta que orbita que a Lua da Terra apesar de ser oito vezes menor que a nossa lua. Éris tem aproximadamente 27% mais massa que Plutão segundo os pesquisadores, que tiveram os trabalhos publicados na edição da revista "Science" de 15 de junho. Tal como Plutão, é composto de uma mistura sólida de gelo e rocha. Ambos podem ser vistos como objetos do cinturão de Kuiper ou como planetas gelados, apesar de Éris ser do tipo disperso, ou seja, terá sido formado na parte interior do cinturão, mas atirado para uma órbita mais distante devido a uma possível influência gravitacional de Netuno. Éris parece ser algo análoga a Plutão e a Tritão (a grande lua de Netuno) devido à presença de gelo de metano. Asteróides Os asteróides são corpos rochosos e metálicos que possuem órbita definida ao redor do Sol. Fazem parte dos corpos menores do sistema solar. Possuem, geralmente, no máximo algumas centenas de quilômetros. Historicamente, chegaram a ser igualmente denominados planetoides, planetas menores ou pequenos planetas - mas na resolução B5 de 24 de Agosto de 2006 tomada em Praga, a União Astronômica Internacional (UAI) recomenda que todos estes sinônimos deixem de ser usados. O termo "asteróide" deriva do grego "astér", estrela, e "oide", sufixo que denota semelhança. São semelhantes aos meteoróides, porém com dimensões bem maiores, possuindo formas e tamanhos indefinidos. O Minor Planet Center possui dados de mais de 1,1 milhão de asteróides no Sistema Solar interno e externo, dos quais mais de 680 mil têm designações numeradas. A grande maioria desses objetos está no cinturão de asteróides. São desconhecidos quase todos os de menor tamanho, os quais acredita-se que existam cerca de 1 milhão. Estima-se que mais de quatrocentos mil possuam diâmetro superior a um quilômetro. Entretanto, se juntássemos a massa de todos os asteróides conhecidos, ela seria inferior à massa da Lua. Ceres foi o maior asteróide conhecido, possuindo diâmetro de aproximadamente 900 quilômetros, e desde 24 de Agosto de 2006, passou a ser considerado um planeta anão. Os asteróides estão concentrados em uma órbita cuja distância média do Sol é de cerca de 2,1 a 3,2 vezes a distancia da Terra ao Sol, entre as órbitas de Marte e Júpiter. Esta região é conhecida como Cinturão de Asteróides, que é uma fonte de pequenos corpos. No entanto, dentro deste cinturão há diversas faixas que estão praticamente vazias. Alguns asteróides, no entanto, descrevem órbitas muito excêntricas, aproximando-se periodicamente dos planetas Terra, Vênus e Mercúrio. Os que podem chegar perto da Terra são chamados EGA (earth-grazers ou earth-grazing asteroids). Um deles é o famoso Eros. Os troianos constituem outros espécimes particulares de asteróides que orbitam fora do cinturão. Cinturão de Asteróides O cinturão de asteróides é uma região do Sistema Solar compreendida aproximadamente entre as órbitas de Marte e Júpiter. Abriga múltiplos objetos irregulares denominados asteróides. Esta faixa tornou-se conhecida também como cinturão principal, contrastando com outras concentrações de corpos menores como, por exemplo, o cinturão de Kuiper ou os asteróides troianos que coorbitam com Júpiter. Mais da metade da massa total do cinturão está contida nos quatro objetos de maior tamanho: Ceres, 4 Vesta, 2 Palas e 10 Hígia. Ceres, o maior e o único planeta anão do cinturão, possui um diâmetro de 950 km e tem o dobro do tamanho do segundo maior objeto. Contudo, a maioria de corpos que compõem o cinturão são muito menores. O material do cinturão, apenas cerca de 4% da massa da Lua, encontra-se disperso por todo o volume da órbita, pelo qual seria muito difícil atravessá-lo e chocar com um destes objetos. Porém, dois asteróides de grande tamanho podem chocar entre si, formando o que é conhecido como "famílias de asteróides", que possuem composições e características similares. As colisões também produzem poeira que forma o componente majoritário da luz zodiacal. O cinturão de asteróides formou-se com o restante do material que deu origem ao Sistema Solar. Os fragmentos de material contidos na região do cinturão poderiam formar um pequeno planeta, mas as perturbações gravitacionais de Júpiter, o planeta mais massivo, fizeram com que estes fragmentos colidissem entre si a grandes velocidades e não pudessem agrupar-se, tornando-se o resíduo rochoso atual. Uma conseqüência destas perturbações são as lacunas de Kirkwood; zonas nas quais não se encontram asteróides. Se algum asteróide passasse a ocupar esta zona seria expelido na maioria dos casos fora do Sistema Solar, embora ocasionalmente possa ser enviado para algum planeta interior, como a Terra, e colidir com ela. Desde a sua formação foi expulsa a maior parte do material. Em 1802, pouco depois da descoberta de 2 Palas por Heinrich Olbers, o mesmo sugeriu a William Herschel que Ceres e 2 Palas poderiam ser fragmentos de um planeta muito maior que no passado poderia ter orbitado naquela região entre Marte e Júpiter. Segundo esta hipótese, o planeta descompôsse faz milhões de anos devido a uma explosão interna ou a impactos de cometa. Contudo, a grande quantidade de energia necessária para que tal evento acontecesse, em combinação com a escassa massa total do cinturão de asteróides (apenas cerca de 4% a massa da Lua), põem em evidência que esta hipótese não pode ser válida. Além disso, as diferenças em composição química entre os asteróides do cinturão são difíceis de explicar caso fossem originados no mesmo planeta. Portanto, atualmente a maioria de cientistas aceita que os asteróides nunca foram parte de um planeta. Quando o cinturão de asteróides ainda estava em formação, a uma distância de 2,7 a distancia da terra ao Sol encontrava-se a linha de separação de temperaturas do ponto de condensação da água. Os planetesimais que se encontravam a uma distância maior puderam acumular gelo. Em 2006 postulou-se que uma população de cometas situados para além do limite dessa separação pôde ter contribuído para a formação dos oceanos da Terra. O cinturão de asteróides está quase vazia, os asteróides estão espalhados num volume muito grande. Porém, e embora atualmente se conheçam centenas de milhares destes corpos celestes, acredita-se que o cinturão abriga vários milhões de asteróides. A maioria dos asteróides do cinturão encontram-se classificados, segundo a sua composição, em três categorias: asteróides carbonáceos ou tipo-C, asteróides de silicatos ou tipo-S, e asteróides metálicos ou tipo-M. Existem outros tipos de asteróides, mas a sua quantidade é muito escassa. Há uma relação importante entre a composição dos asteróides e a sua distância ao Sol. Os asteróides mais próximos costumam ser rochosos, compostos por silicatos e nenhuma água, enquanto os mais afastados são na sua maioria carbonáceos, compostos por minerais argilosos e com presença de água. Portanto, os asteróides mais afastados são também os mais obscuros,e os mais próximos refletem maior quantidade de radiação. Acredita-se que este fato é conseqüência das características da nebulosa primitiva que originou o Sistema Solar. Nas regiões mais afastadas a temperatura era muito menor, e portanto a água podia condensar-se nos asteróides; o contrário que nas regiões interiores, onde ao ter maior temperatura a água provavelmente se vaporizaria. Os asteróides tipo-C ou carbonáceos são os mais abundantes no cinturão, pois compõem 75% do total. Refletem pouca luz e portanto são muito escuros, e costumam apresentar um tom ligeiramente azulado. Estes asteróides absorvem bastante radiação infravermelha devido à presença de água retida na sua estrutura. No geral encontram-se nas regiões mais afastada do cinturão. O asteróide de maior tamanho que pertence inequivocamente ao tipo-C é 10 Hígia. Os asteróides tipo-S, compostos por silicatos, representam em torno de 15% do total. Estão situados na parte do cinturão mais próxima ao Sol. Exibem uma cor ligeiramente avermelhada. 3 Juno é um exemplo deste tipo. Os asteróides tipo-M, ou metálicos, possuem quantidades importantes de ferro e níquel. Conformam aproximadamente 10% do total de asteróides. Estes objetos podem ser os núcleos metálicos de objetos anteriores de maior tamanho, os quais acabaram fragmentando-se devido a colisões. Encontram-se na metade do cinturão de asteróides, em torno de 2,7 vezes a distancia da Terra ao Sol. Embora não seja comum, foram registrados asteróides, como 22 Kalliope, que apresentam densidades baixas para serem do tipo-M, o qual implica que não são compostos totalmente por metais e apresentam altas porosidades. Devido à elevada população do cinturão principal, as colisões entre asteróides ocorrem com certa freqüência, em escalas de tempo astronômicas. Estima-se que cada 10 milhões de anos ocorre uma colisão entre asteróides cujos raios excedem os 10 km. As colisões ocasionalmente provocam a fragmentação do asteróide em objetos menores, formando uma nova família de asteróides. Também pode ocorrer que dois asteróides colidem a velocidades muito baixas, em cujo caso ficam unidos. Devido a estes processos de colisão, os objetos que formaram o cinturão de asteróides primitivo apenas guardam relação com os atuais. Além de asteróides, o cinturão também contém faixas de poeira formadas por partículas microscópicas. Este material é produzido, pelo menos em parte, por colisões entre asteróides, e pelo impacto de micrometeoritos nos asteróides. A combinação desta poeira com o material ejetado dos cometas produz a luz zodiacal. O brilho desta luz, embora fraca, pode ser observado pela noite em direção para o Sol ao longo da eclíptica. Os entulhos originados nas colisões podem formar meteoróides que finalmente alcancem a atmosfera terrestre. Uma percentagem maior de 99,8% dos 30 000 meteoritos achados até a data na Terra acredita-se que foi originada no cinturão de asteróides. Em setembro de 2007 foi publicado um estudo que sugestiona que o asteróide 298 Baptistina sofreu uma colisão que provocou o envio de uma quantidade considerável de fragmentos ao interior do Sistema Solar. Acredita-se que os impactos destes fragmentos criaram as crateras Tycho e Chicxulub, situadas na Lua e no México respectivamente, e este último pôde ter provocada a extinção dos dinossauros faz 65 milhões de anos. A primeira nave espacial que atravessou o cinturão de asteróides foi a Pioneer 10, em 16 de julho de 1972. Então existia certa preocupação sobre se os entulhos que ali havia seriam um perigo para a nave, contudo, por enquanto uma dezena de naves têm atravessado o cinturão sem incidentes. As sondas Pioneer 11, Voyager 1 e 2 e Ulysses, passaram pelo cinturão sem tomar imagens. A missão Galileu tomou imagens de 951 Gaspra em 1991 e de 243 Ida (e o seu satélite Dactyl) em 1993, NEAR Shoemaker de 253 Matilde em 1997 e 433 Eros em 2000, Cassini-Huygens de 2685 Masursky em 2000, Stardust de 5535 Annefrank em 2002 e New Horizons de 132524 APL em 2006. A maioria das fotografias dos asteróides foram realizadas durante a breve passada pelo cinturão das sondas espaciais que se dirigiam para outros objetivos, exceto o NEAR e da sonda Hayabusa, que exploraram determinados asteróides próximos (NEAs). Somente a missão Dawn tem como objetivo primário o estudo de objetos do cinturão principal de asteróides, e se estes fossem cumpridos com sucesso, é possível que houver uma extensão da missão que permita explorações adicionais. Cometas Cometa é um corpo menor do sistema solar que ao se aproximar do Sol passa a exibir uma atmosfera difusa, denominada coma, e em alguns casos apresenta também uma cauda, ambas causadas pelos efeitos da radiação solar e dos ventos solares sobre o núcleo cometário. Os núcleos cometários são compostos de gelo, poeira e pequenos fragmentos rochosos, variando em tamanho de algumas centenas de metros até dezenas de quilômetros, sendo bastante parecidos com asteróides. Os cometas são classificados em: periódicos: são cometas que possuem órbita elíptica bem alongada e geralmente voltam à vizinhança solar em períodos inferiores a 200 anos. não-periódicos: são cometas que foram vistos apenas uma vez e geralmente possuem órbitas quase parabólicas retornando à vizinhança solar em períodos de milhares de anos, caso retornem. extintos: são cometas que já desapareceram por terem colidido com outro astro ou se desintegrado em suas passagens muito próximas e freqüentes do Sol. Os cometas possuem uma grande variedade de períodos orbitais diferentes, variando de poucos anos a centenas de milhares de anos, e acredita-se que alguns só passaram uma única vez no Sistema Solar interior antes de serem arremessados no espaço para fora do Sistema Solar. Acredita-se que os cometas de período curto tenham sua origem no Cinturão de Kuiper, que fica além da órbita de Netuno. Já os cometas de longo período, acredita-se que se originam na Nuvem de Oort, consistindo de restos da condensação da Nebulosa solar, bem além do Cinturão de Kuiper. Os cometas são arremessados dos limites exteriores do Sistema Solar em direção ao Sol pela perturbação gravitacional dos planetas exteriores (no caso dos objetos no Cinturão de Kuiper) ou de estrelas próximas (no caso dos objetos da Nuvem de Oort), ou como resultado da colisão entre objetos nestas regiões. Os cometas são distintos dos asteróides pela presença de uma coma ou cauda, apesar de cometas muito antigos que perderam todo material volátil (gelos de gases) podem se assemelhar a asteróides. Acredita-se que alguns asteróides tenham uma origem diferente dos cometas, tendo se formado no Sistema Solar interior em vez do Sistema Solar exterior, mas algumas descobertas recentes tornaram um pouco mais confusa a distinção entre asteróides e cometas. Até maio de 2005 foram registrados 3.648 cometas conhecidos dos quais cerca de 400 são de período curto. Entretanto, isso representa apenas uma pequena fração da população total potencial de cometas: o número de corpos semelhantes a cometas no sistema solar exterior pode chegar a um trilhão. O número de cometas visíveis a olho nu é, em média, de um cometa por ano, e a maioria deles é discreto e nada espetacular. Quando um cometa historicamente brilhante ou notável é visto a olho nu por muitas pessoas, ele pode ser chamado de Grande Cometa. O núcleo dos cometas varia em dimensões de 100 metros para mais de 40 quilômetros. Eles são compostos de rochas, poeira, gelo, e gases congelados como monóxido de carbono, dióxido de carbono, metano, e amônia. Os cometas são descritos popularmente como "bolas de gelo sujo", apesar de que recentes observações revelaram superfícies secas poeirentas ou rochosas, sugerindo que os gelos estão ocultos abaixo da crosta. Os cometas também contém uma variedade de compostos orgânicos; além dos gases já mencionados, estão também presentes o metanol, cianeto de hidrogênio, formaldeído, etanol e etano, e talvez algumas moléculas mais complexas como hidrocarbonetos de cadeia longa e aminoácidos. Devido a sua massa pequena, os cometas não conseguem se tornar esféricos sob sua própria gravidade, e por isto tem formas irregulares. Surpreendentemente, os núcleos cometários estão entre os objetos mais escuros existentes no sistema solar. É a cor escura da superfície cometária que permite que eles absorvam o calor necessário para causar a saída dos gases. No sistema solar exterior, os cometas permanecem congelados e são extremamente difíceis ou impossíveis de detectar a partir da Terra devido a seu tamanho minúsculo. Conforme um cometa se aproxima do sistema solar interior, a radiação solar faz com que os materiais voláteis dentro do cometa vaporizem e sejam ejetadas do núcleo, carregando poeira junto com ela. Os fluxos de poeira e gás liberados formam uma enorme e extremamente tênue atmosfera em torno do cometa, chamada de coma, e a força exercida na coma pela radiação do Sol e o vento solar, fazem com que uma enorme cauda se forme, que sempre aponta para longe do Sol. Tanto a coma quanto a cauda são iluminadas pelo Sol e podem se tornar visíveis da Terra quando um cometa passa pelo sistema solar interior, a poeira refletindo a luz do sol diretamente e os gases brilhando a partir da ionização. Muitos cometas são muito fracos para serem vistos sem a ajuda de um telescópio, mas alguns poucos a cada década se tornam visíveis o suficiente para serem vistos a olho nu. Ocasionalmente um cometa pode experimentar um súbito e imenso jato de gás e poeira, durante o qual o tamanho da coma temporariamente aumenta em tamanho. Isto aconteceu em 2007 ao cometa Holmes. Como resultado da perda de gases, os cometas deixam uma trilha de detritos sólidos atrás de si. Se o caminho do cometa atravessar o caminho da Terra, então naquele ponto provavelmente haverá uma chuva de meteoros à medida que a Terra atravessar a trilha de detritos. A chuva de meteoros perseidas ocorre todos anos entre 9 e 13 de agosto, quando a Terra passa pela órbita do cometa Swift-Tuttle. O cometa Halley é a origem da chuva de meteoros orionídeos, que ocorre todos os anos no mês de outubro. Se um cometa estiver viajando com velocidade suficiente, irá entrar e deixar o sistema solar, como é o caso para a maior parte dos cometas não periódicos. Além disso, cometas podem ser expulsos pela interação com outro objeto no sistema solar, como Júpiter. Eventualmente a maioria do material volátil contido em um núcleo cometário irá evaporar, e o cometa se tornará uma rocha pequena, escura e inerte que pode se assemelhar a um asteróide. Cometas também se partem em pedaços, como aconteceu com o cometa Comet 73P/Schwassmann-Wachmann 3, iniciando em 1995. Alguns cometas chegam a um final espetacular, ou caindo no Sol, ou atingindo um planeta ou outro corpo. Colisões entre cometas e planetas ou luas foram bastante comuns no início do Sistema Solar: algumas das muitas crateras da Lua, por exemplo, podem ter sido causadas por cometas. Uma colisão recente de um cometa com um planeta aconteceu em 1994, quando o cometa Shoemaker-Levy 9 partiu-se e colidiu com Júpiter.