Escola Alternativo EJA Ens. Médio Semipresencial (sob a forma de EaD) Disciplina de Geografia Professor Alvaro Kosinski Amaral MATERIAL DE APOIO PARA O TRABALHO 01 DE GEOGRAFIA BASES FÍSICAS O planeta Terra foi formado pela teoria do Big Bang, a 14 bilhões de anos, a qual postula que toda matéria do universo em movimento de contração se encontrava em um único ponto. Por esse acumulo de massa e de energia se originou uma enorme explosão que espalhou toda a matéria pelo universo de maneira incandescente. Ao longo do tempo algumas massas se resfriaram originando a superfície dos planetas e estrelas rochosos, como o nosso planeta, a Terra. A Terra primitiva era uma enorme bola de fogo, que com o passar do tempo está resfriando de fora para dentro. Tal fato demonstrou através de estudos sísmicos do planeta, que ele se divide basicamente em 3 camadas: a crosta, o manto e o núcleo. Crosta ou crosta terrestre: É a camada mais externa do planeta e é a parte superior da litosfera, com uma espessura variável de 0 a 100 km. A crosta é constituída por materiais mais leves divididos em duas camadas distintas a superior composta principalmente por Sílica e Alumínio (SIAL) e a inferior composta por Sílica e Magnésio (SIMA) Tais camadas estão dispostas entre a crosta terrestre e crosta oceânica. Manto: É a camada da estrutura da Terra (e dos outros planetas de composição similar) que fica diretamente abaixo da crosta/crusta prolongando-se em profundidade até ao limite exterior do núcleo. É composto do material magmático e apresenta as correntes convectivas. Núcleo: É uma das camadas em que a Geologia divide o planeta, sendo a mais interna. É constituído principalmente por ferro e níquel e dividida em uma parte sólida (núcleo interno) envolvida por uma líquida (núcleo externo). Esta camada líquida dá origem ao campo magnético terrestre devido aos movimentos de convecção do seu material, que é eletricamente condutor. Em seu processo de formação, a Terra fundiu-se o houve acomodação desigual dos materiais. Os materiais mais pesados se afundaram e originando o núcleo, quanto mais leve o material, mais externo ao planeta ele se acomodou, assim gerando as demais 1 camadas (crosta, manto e núcleo). Existe outra classificação da estrutura interna do planeta que corresponde diretamente à densidade e temperatura dos materiais: a litosfera (crosta e o manto superior), a astenosfera (parte superior do manto onde o material se encontra em semi fusão), a mesosfera (o restante do manto superior e o manto inferior) e a endosfera (o núcleo interno e externo). Na litosfera encontram-se a crosta continental e a oceânica assentadas sobre as placas tectônicas, que estão sobre a camada do manto superior, material em estado denso pastoso. As placas tectônicas não constituem uma massa única no globo, sendo composta de um mosaico de partes da crosta (figura 1). Figura 1 - Tectônica de placas O principio da isostasia explica o estado de equilíbrio dos blocos continentais que flutuam sobre o manto: os blocos mais pesados (cadeia de montanhas) afundam mais que os blocos mais leves (planícies e depressões). Segundo tal principio um corpo para flutuar sobre um líquido tende a deslocar uma massa do líquido equivalente a sua própria massa. Assim sobre tal principio, onde a crosta é mais espessa, seu mergulho no manto é mais profundo, e quanto menos espessa menor seu mergulho. Ao longo do tempo, inúmeros estudos foram realizados para tentar entender como é a estrutura da Terra, e como é sua dinâmica. Em 1596, um cartógrafo holandês (Abraham Ortelius) publicou um livro chamando a atenção para fonte: www.geosites.ws Figura 2: Isostasia 2 evidências no desenho dos continentes de uma possível separação entre Europa, Ásia e África. Em 1858, um geógrafo francês ( Antonio Snider-Pellegrini) retomou a idéia da união dos continentes e utilizou evidências paleontológicas de mesmas espécies vegetais e animais que teriam vivido na pré-história nas Américas e na África. E atualmente seus fósseis se encontram distribuídos nesses continentes, que estão separados e já teriam formado uma única massa. O geofísico alemão Wegener, em 1912, retoma a idéia criando a hipótese que teria existido a cerca de 250 a 300 milhôes de anos, um único continente a Pangéia, cercada por um único oceano o Pantalassa. As principais evidencia dessa hipótese, era o encaixe perfeito entre os continentes e as evidências paleoclimáticas, paleontológicas (fósseis) e da semelhança das estruturas geológicas dos continentes. Na década de 1960, os geólogos americanos Hess e Dietz, através de pesquisa nos fundos dos oceanos auxiliados por sonares e batiscafo1. Acrescentaram evidencias que comprovaram cientificamente a Teoria da Tectônica de Placas: As rochas dos fundos oceânicos são mais recentes do que as das bordas continentais; Ao longo das cordilheiras submarinas abrem-se fendas que são preenchidas pelo material magmático do manto e resfriam-se gerando novo assoalho oceânico (crosta) provocando a expansão do fundo dos oceanos; Existem diferentes tipos de limite entre as placas tectônicas, que seguem o movimento provocado pelas células de convecção do manto, ou seja, cada placa esta sujeita a se mover para um lado distinto: algumas placas se afastam e outras estão se chocando; Nas regiões onde ocorrem os limites de placas estão as zonas instáveis geologicamente na Terra, o vulcanismo e os terremotos. A força que resulta na movimentação Figura 3 - Correntes ou Células de Convecção das placas tectônicas é conhecida como fonte:geocienciadanatureza.xpg.com.br célula de convecção (Fig. 3). As células de convecção e seus movimentos ocorrem pelo fato de o magma não possuir uma temperatura homogênea. A região mais próxima ao núcleo é mais aquecida e a região mais próxima à crosta é mais “fria”. Assim, o magma que se encontra mais elevado e que 1 Espécie de barco submarino, para exploração científica de grandes profundidades oceânicas e lacustres. 3 possui temperaturas inferiores “desce” em direção ao núcleo e o magma mais aquecido, por ser mais leve, sobe em direção à crosta. Esses movimentos são cíclicos, uma vez que o magma que sobe se resfria e o que desce se aquece, reiniciando o processo. No entanto, ao contrário do que se possa imaginar, essa sequência não é muito rápida, levando vários e vários séculos para se concretizar. Na Figura 4, abaixo, consta ilustrado os limites entre placas e os diferentes movimentos no sentido horizontal (orogênese). Figura 4 - Limites de Placas e Movimentos fonte: netxplica.com.br As Placas Tectônicas são limitadas por zonas de convergência, zonas de subducção e zonas conservativas. Atualmente, a Terra tem sete placas tectónicas principais e muitas mais sub-placas de menores dimensões. Segundo a teoria da tectónica de placas, as placas tectónicas são criadas nas zonas de divergência, ou "zonas de rifte", e são consumidas em zonas de subducção. É nas zonas de fronteira entre placas que se regista a grande maioria dos terramotos e erupções vulcânicas. São atualmente reconhecidas 52 placas tectónicas, 14 principais e 38 menores. De acordo com a teoria tectônica de placas, as placas litosféricas deslizam e às vezes colidem entre si em uma velocidade que oscila entre 1 e 10 cm/ano. Os movimentos realizados por elas são distintos e variados. 4 Esses movimentos de placas resultam nas esculturas de relevo e podem ser classifcados nos movimentos da crosta no sentido vertical (epirogênia) e horizontal (orogênia). Epirogênese é uma expressão utilizada para os movimentos tectônicos no sentido vertical. Caso esse movimento seja para cima, recebe o nome de soerguimento e para baixo, subsidência. E a Orogênese é um movimento tectônico que ocorre de forma horizontal, e pode ter duas configurações: convergente, quando duas placas se chocam; e divergente, quando duas placas se afastam. A primeira provoca o surgimento de dobramentos e cordilheiras e a segunda responde pela formação das dorsais (cordilheiras submarinas). Falhas e dobras (Figura 5) do relevo é o resultado da orogênia em movimento distensivo, compressivo e cisalhiante. A massa rochosa exposta a tal força possui uma resistência especifica. Enquanto sua resistência suporta a força ela apenas se dobra, formando montanhas por processo de dobramento. Mas quando a resistência da massa rochosa não suporta a força ela se quebra literalmente originado alterações abruptas no terreno, as escarpas, e liberando energia em forma de terremotos. Figura 5 - Orogênese fonte: cienciabemexplicada.worldpress.com A crosta terrestre é formada por minerais e rochas. As rochas são agrupamentos de minerais, classificadas conforme sua gênese em magmáticas ou ígneas, sedimentares e metamórficas. 1) Magmáticas: São rochas formadas pela solidificação do magma pastoso.Quando a solidificação ocorre no interior da Terra são chamadas de intrusivas e plutônicas (por exemplo:granito,silenito) e quando a solidificação do magma ocorre na parte externa da terra são chamadas de extrusivas ou vulcânicas (por exemplo:basalto). 2) Sedimentares: São rochas formadas ou resultantes da desagregação de outras rochas.São em geral partículas ou sedimentos como areia, argila, etc. 3) Metamórficas: São rochas resultantes das transformações sofridas por outras rochas (magmáticas ou sedimentares) em virtude de (novas) alterações no interior da Terra. 5 Todos os fenômenos geográficos que estudamos são responsáveis pela estrutura do relevo terrestre. Podemos dizer que relevos são as formas com que as camadas rochosas assumem na paisagem. O relevo retrata a diversidade de formas da superfície terrestre. Caracteriza-se, basicamente, por formas salientes e formas deprimidas. O relevo representa o conjunto dos desnivelamentos da superfície do globo, tanto das formas do relevo emerso quanto submerso. O estudo do relevo é constituído por um conjunto de fatores externos e internos. Por tal, deve considerar sua estrutura, a natureza das rochas, o clima e as forças atuantes, que são os fatores construtores ou destruidores do relevo. O relevo é o resultado da atuação de dois grupos de forças sucessivas ou simultâneas: as endógenas (internas), que geram os dobramentos, as falhas, os vulcões e os terremotos; e as exógenas (externas), que causam desgastes e acumulações. 1)Processos Endógenos da formação do Relevo (ou dinâmica interna): TECTONISMO = movimentos que deslocam e deformam as rochas que constituem a crosta terrestre. Podem ser: movimentos epirogênicos (rebaixamento e soerguimento da crosta terrestre) ou movimentos orogênicos (movimentos que dão origem à Montanhas, tendo dois tipos principais, os Dobramentos e Falhamentos). Os terremotos são fenômenos tectônicos, sendo o seu Epicentro o ponto da superfície terrestre onde se registra a intensidade máxima de um movimento sísmico, ponto da superfície terrestre diretamente acima do foco de um terremoto. E seu Hipocentro o ponto ou região no interior da Terra que é o foco de um abalo sísmico ou terremoto. O foco é o local onde as rochas tensionadas sofrem ruptura ou deslocamento de forma a se produzirem ondas elásticas que se propagam pelas rochas produzindo um terremoto. VULCANISMO = Vulcanismo é um fenômeno geológico que ocorre do interior da Terra para a superfície, quando há o extravasamento do magma em forma de lava, além de gases e fumaça. Quando o magma não consegue chegar a superfície e resfria no interior da crosta se denomina magmátismo intrusivo, quando o magma é expelido para fora da crosta se denomina magmátismo extrusivo. 2) Processos Exógenos da formação do Relevo (ou dinâmica Externa): EROSÃO = é um processo natural, sendo um poderoso agente de transformação da paisagem e da modelagem do relevo. Age na destruição das saliências ou reentrâncias do relevo, levando a um nivelamento. Toda fase erosiva corresponde, 6 simultaneamente, a uma fase de sedimentação. A erosão é um Processo Exógeno, um dos principais elementos para a formação dos Relevos. Os tipos de relevo: PLANÍCIE: relevo plano em média abaixo de 100 metros de altitude em relação ao nível do mar (originada no processo de sedimentação, localizando-se nas áreas de baixas altitudes, áreas litorâneas e bacias fluviais); PLANALTO: relevo plano em média acima 100 metros de altitude em relação ao nível do mar (áreas de altitudes intermediárias, originadas do processo de desgastamento erosivo – superfícies de aplainamento); CADEIAS MONTANHOSAS: região de alta altitude e de forma angular (áreas mais elevadas, originadas dos desdobramentos tectônicos); DEPRESSÕES: terrenos de altitude abaixo da região ao em torno (originadas dos desdobramentos tectônicos ou ação erosiva). Podem ser depressões Absolutas (altitude abaixo do nível do mar) ou relativas (altitude abaixo dos terrenos em torno mas acima do nível do mar). O termo bacia sedimentar é usado para se referir a uma área geográfica que exibe uma depressão decorrente da subsidência do terreno, formando uma grande bacia que recebe os sedimentos provenientes das áreas altas que a circundam, os quais vão se acumulando e a medida que vão sendo soterrados, são submetidos a um aumento de pressão e temperatura, iniciando o processo de litificação, formando uma sucessão de estratos de rochas sedimentares. Os dobramentos modernos são estruturas formadas por rochas magmáticas e sedimentares pouco resistentes que foram afetadas por forças tectônicas durante o período Terciário provocando o enrugamento e originando as cadeias montanhosas ou cordilheiras. 7 Referencias: ALLEGRE,C. Espuma da Terra. Ed Gradativa.1988. ALMEIDA, Lúcia Martina Alves de; RIGOLIN, Tércio Barbosa Geografia: geografia geral e do Brasil, Vol. único, 1ª Edição. São Paulo: Editora Ática, 2005. MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. Vol. único, 2ª Edição. São Paulo: Editora Reforma, 2005. 8