“Os transtornos alimentares e especialmente a obesidade na saúde pública mundial ” Dr. Izidoro de Hiroki Flumignan Médico endocrinologista e sanitarista Equipe CETOM – Centro de Tratramento para a Obesidade Mórbida Diretor do Instituto Flumignano de Medicina Rio de Janeiro – RJ - 2007 - TRANSTORNOS ALIMENTARES São transtornos mentais graves, crônicos, que acometem principalmente os adolescentes e adultos jovens do sexo feminino levando a danos psicológicos, sociais e clínicos, podendo, nos casos extremos, acarretar a morte. As características comportamentais gerais são a preocupação excessiva com o peso e a aparência do corpo acarretando comportamentos alimentares prejudiciais a saúde e dificuldades no relacionamento social. CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES PELO CID 10 -ANOREXIA NERVOSA – importante conflito na imagem corporal, com medo excessivo de engordar. Acometem as pessoas magras e negam a fome. -BULIMIA NERVOSA – Prevalência de 1,1 à 4,2% - Em geral os pacientes apresentam peso normal ou sobrepeso, não negam a fome. -TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA – O paciente come sem fome até sentir-se repleto e com culpa. Pode ter relação com a obesidade, as dietas para emagrecer não funcionam. Apresentam autocrítica negativa com sintomas depressivos e ansiosos. - TRANSTORNO ALIMENTAR NÃO ESPECIFICADO. • BULIMIA : Aflige principalmente as mulheres de nível sócio-econômico médio ou superior. Embora há um registro considerável de bulimia na imprensa popular a maioria da atenção tem sido dada aos aspectos relativamente benignos do problema. Estudos epidemiológicos cuidadosos tem mostrado uma prevalência menor que 2% da verdadeira bulimia nervosa entre meninas no segundo grau escolar – grupo que se acredita ter o maior risco (1). Outras referências bibliográficas citam a prevalência entre 1,1 à 4,2% na faixa dos 18 anos de idade.- Guideline 2000. • ANOREXIA NERVOSA : A incidência de novos casos atinge uma faixa de 0,6 a 1,6 por 100.000 habitantes, com prevalência entre moças em idade escolar, sendo na época da puberdade até uma em 100. A idade comum de início é entre 14 e 17 anos, mas pode ocorrer mais cedo entre 10 a 13 anos ou mais tarde até aos 40 anos de idade). A doença é pelo menos 10 vezes mais freqüente nas maças do que nos rapazes e aflige principalmente as mulheres de nível sócio econômico médio ou superior(2). • ORTHOREXIA : Fixação compulsiva em comer corretamente com perigo a saúde e as relações sociais (3) . (1) Manual Merck de Medicina – 16ª Edição (2) Tratado de Medicina Interna – Cecil-Loeb – 14ª Edição (3) Dr. Steven Bratman – www.orthorexia.com ANOREXIA NERVOSA (Distúrbio da imagem corporal) DIAGNÓSTICO DA ANOREXIA NERVOSA • O paciente recusa-se a manter o peso corporal mínimo para a idade e altura, ou IMC < 17,5. Tem pavor de engordar mesmo estando abaixo do peso mínimo. Apresenta conflito emocional na interpretação da forma do corpo – distorção da imagem corporal. Freqüentemente a doença inicia-se na adolescência e apresenta comorbidades comuns como sintomas depressivos, ansiosos, fobia social e transtornos de personalidade. Quando a doença encontra-se descompensada apresenta alevado risco de complicações como a desnutrição e o suicídio. Subtipos : 1) Restritivo - não há episódios de compulsão ou purgação. 2) Compulsiva – períodos de compulsão e purgação. DIAGNÓSTICO DA BULIMIA • Há episódios recorrentes de compulsão alimentar com ingestão de grande quantidade de alimentos em curto espaço de tempo seguido de sentimento de descontrole e culpa e há ações compensatórias, que pode ser de purgação – vômitos, uso de laxativos, diuréticos, enemas ou sem purgação como jejuns prolongados, exercícios exagerados etc. na freqüência média de 2x/semana por pelo menos 3 meses. A auto-crítica do paciente é centrada na própria forma física, que em geral o peso é normal ou sobrepeso. Queixam-se de fome apresentam comorbidades comuns como abuso de álcool, drogas, transtorno bipolar do humor etc. 2 subtipos: 1) Com purgação – uso de vômitos, diuréticos, laxantes, enemas etc. 2) Sem purgação – jejuns, exercícios excessivos. DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DA COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA • Ocorre episódios recorrentes de compulsão alimentar acrescidos de comer sem fome, rápido, em exagero, muitas vezes sozinho, escondido, com importante sentimento de angústia, depressão e culpa, sem mecanismos compensatórios de purgação, na freqüência de no mínimo 2 vezes por semana por mais de 6 meses. Ocorre mais em mulheres do que em homens, inicia freqüentemente após a adolescência. Os doentes possuem auto-crítica depreciativa, com sintomas depressivos ou ansiosos e este transtorno alimentar pode ser responsável por 25% dos casos de obesidade, que justificam sucessivos fracassos nas dietas para emagrecimento. OBESIDADE “ Transtorno Alimentar Compulsivo “ MANUEL URIBE 40 anos - 550 Kg 2005 Mexicano, com níveis hormonais, colesterol, pressão e glicemia dentro da normalidade. Foi abandonado pela esposa e se refugiou na casa da mãe. Até 1992 pesava 130 quilos, mas depois reconhece que comeu mais do que o normal. "Depois, parei de comer carboidratos e carnes, e comecei a comer mais verduras, tentando emagrecer, mas continuei engordando", acrescentou. SAÚDE PÚBLICA É a ciência que atua no conjunto de influências que atuam na saúde das populações humanas. Suas prioridades baseam-se no nível de ameaça e dano que podem causar à sociedade. A epidemiologia é o principal instrumento de medição da Saúde Pública. Epidemiologia é a ciência que estuda as epidemias. O excesso de peso é uma epidemia global com mais de 1 bilhão de sobrepesos nos adultos e pelo menos 300 milhões destes com obesidade – que é o principal contribuinte para o fardo global de doenças crônicas e invalidez. Freqüentemente coexiste em países em desenvolvimento com a subnutrição, sendo que a obesidade é uma condição social complexa com dimensões psicológicas, afetando todas idades e grupos socioeconômicos. Fonte : OMS – 2005 OBESIDADE NO BRASIL BRASIL : A população acima do peso ideal é de 28,8% do total, sendo que os obesos respondem por 9,8%. As mulheres são mais obesas que os homens. Enquanto 12,2% das mulheres apresentam IMC acima de 30, apenas 7% dos homens têm índices tão altos. • Fonte: IBGE – Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV) – 2002-2003 19% 9,80% 72,20% SEM EXCESSO DE PESO EXCESSO PESO OBESOS OBESIDADE NOS ESTADOS UNIDOS • EUA : A prevalência da obesidade é 24% 27% para homens e de para mulheres; Entretanto, há grandes diferenças em idade, situação econômica e raça. Assim, há Um aumento de duas vezes na prevalência de obesidade entre mulheres de padrão socioeconômico baixo comparado àquelas com uma situação socioeconômica superior. Embora não haja diferenças importantes na prevalência entre brancos e negros, a obesidade é muito mais comum entre mulheres negras do que brancas, alcançando cerca de 60% entre mulheres negras de meia idade. • Fonte : Manual Merck de Medicina – 16ª Edição OBESOS; 26% NÃO OBESOS; 74% TONGA SAMOA JORDANIA NAURU QUENIA POLIN.FRANC. ARAB SAUD. BARBADOS LIBANO GRÉCIA PANAMÁ PARAGUAI ALBANIA USA EGITO JAMAICA Fonte: IASO – International Association for the study of obesity. - International Obesity Taskforce – www.iotf.org - IRAN KUAIT TURKIA MEXICO A obesidade é a principal doença não transmissível e o fator de risco mais importante para outras doenças relevantes. FATOS - Globalmente existe mais de 1 bilhão de adultos com sobrepeso e destes, 300 milhões são obesos. - Obesidade e sobrepeso são os maiores fatores de risco para as doenças crônicas incluindo o diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e AVC e alguns tipos de cânceres. - Doenças cardiovasculares causam 16.7 milhões or 29.2% do total de mortes globais. (OMS 2003). - Atualmente a OMS estima que o número de diabéticos no mundo seja de 171 milhões e que deverá dobrar até 2030. Fonte : OMS – 2005 – Relatório da Estratégia Global para Dieta, Atividade Física e Saúde. DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE •OBESIDADE é definida como excesso de tecido adiposo a ponto de acarretar danos ao sistema orgânico. Em média, isto ocorre quando a gordura corpórea está acima de 25% para os homens e 30% para as mulheres. DIAGNÓSTICO : Através da medição da gordura corpórea. MÉTODOS : Peso x Altura; prega cutânea; imersão, condutividade, impedância, tomografia, ultrasom, ressonância magnética e outros. I.M.C. – Índice da Massa Corpórea • É a relação entre o peso e altura. • IMC = peso dividido pelo quadrado da altura. • Exemplo : 75 Kg e 1,75m = 75 / 3,06 = 24,50 • A OMS estabelece : • magro = menor que 18 • normal = 18 a 25 • sobrepeso = 25 a 30 • obeso = 30 a 40 • obesidade grau 3 (mórbida) = acima de 40 RÉGUA PARA CÁLCULO DO INDICE DE MASSA CORPÓREA - I.M.C. magro = menor que 18 normal = 18 a 25 sobrepeso = 25 a 30 obeso = 30 a 40 obesidade grau 3 (mórbida) = acima de 40 DIAGNÓSTICO RÁPIDO SOMENTE COM AS INFORMAÇÕES DO PESO E ALTURA INDEPENDENTEMENTE DA IDADE, SEXO OU RAÇA. OBESIDADE MÓRBIDA “Transtorno social e biológico” incidência crescente em todo o mundo OBESIDADE x MORTALIDADE O IMPACTO DO EXCESSO DE PESO NA SAÚDE DO MUNDO O excesso de peso tem efeito metabólico adverso na pressão sanguínea, na lipemia, na resistência de insulina, nas doenças pulmonares, nas doenças músculo-articulares, em diversos tipos de cânceres, nas doenças do sono e em diversas doenças psicológicas. A probabilidade de desenvolvimento do diabetes tipo 2 e hipertensão sobe abruptamente com o aumento da gordura corporal, que no século 20 era limitado a adultos mais velhos e agora afeta afeta também as crianças e jovens obesos. Aproximadamente 85% das pessoas com diabetes são do tipo 2 e destes, 90% são obesos. Pelas análises da OMS, publicada no relatório de 2002, 58% dos casos de diabetes, 21% das doenças isquêmicas do coração e 8 à 42% de alguns cânceres podem ser globalmente atribuíveis a um IMC acima de 21 kg/m2. OBESIDADE INFANTO-JUVENIL Obesidade infantil está epidêmica assim como nos adultos. No mundo estima-se que 17.6 milhões de crianças abaixo de 5 anos estão com sobrepeso no mundo. No Brasil, nas últimas décadas, está ocorrendo uma redução da prevalência da desnutrição infantil - de 19,8% para 7,6% e e um aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade de 4,1% para 13,9% em crianças e adolescentes de 6 a 18 anos. Nos EUA a prevalência da obesidade em jovens de 12 a 17 anos aumentou dramaticamente de 5% para 13% em meninos e de 5% para 9% em meninas entre 1966-70 e 1988-91. O problema é global e está aumentando sua estensão nos países em desenvolvimento. Na Tailândia a prevalência da obesidade entre 5 a 12 anos de idade foi de 12.2% para 15,6% em somente 2 anos. Veja : http://www.flumignano.com/medicos/Educa_saude_flash/OBESIDADE_INFANTO_JUVENIL.htm OBESIDADE INFANTO-JUVENIL – RIO DE JANEIRO - 2006 O IMPACTO DO EXCESSO DE PESO NA SAÚDE NO BRASIL Doenças cardiovasculares coronarianas, dislipidemias, hipertensão, obesidade e diabetes mellitus formam um conjunto de morbidades geralmente associadas entre si, constituindo-se em graves problemas de Saúde Pública. No Brasil, tais morbidades são responsáveis por grande número de mortes prematuras entre adultos. Em 1985, um terço das mortes ocorridas foram provocadas por causas cuja origem se encontra nessas doenças. No que diz respeito à população vitimada, cerca de 30% pertencia ao grupo etário entre 20 a 49 anos de idade. No Município de São Paulo, a proporção de mortes por essas causas, foi de 37%. Fonte: Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo - 2005 EVOLUÇÃO ASCENDENTE DO EXCESSO DE PESO NO BRASIL Fonte: IBGE – 1998 EVOLUÇÃO DESCENDENTE DA DESNUTRIÇÃO E ASCENDENTE DA OBESIDADE INFANTIL Fonte: IBGE – 1998 IBGE De 1975 para 2003, a proporção de brasileiros adultos com 20 anos ou mais, com peso acima do recomendável, subiu de 24% para 41% - 38,6 milhões de pessoas. O número de pessoas com déficit de peso, ou "magras demais", caiu pela metade (de 8,7% para 4%). De acordo com a mesma pesquisa, houve crescimento no consumo de gordura e manutenção da alta ingestão de açúcar. Fonte : POF - Pesquisa de Orçamento Familiar - IBGE 2002-2003 – - Ambiente pesa mais que genética em crescimento Um estudo de sete anos, realizado em populações de todos os continentes, mostra que crianças de países pobres que foram amamentadas, vacinadas, receberam atendimento adequado de saúde e cujas mães não fumavam tiveram padrões de crescimento comparáveis às de países ricos, como a Noruega Portanto, crianças nascidas em qualquer parte do mundo, se tiverem um início de vida ideal, podem se atingir os mesmos parâmetros de altura e peso. “O estudo mostrou que nutrição, práticas alimentares, ambiente e serviços de saúde são fatores mais importantes no crescimento de crianças com até cinco anos do que genética ou etnia“ Catherine le Gales-Camus Diretora-assistente da OMS para doenças não-contagiosas. Genebra, 27 de abril de 2006 POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Ministério da Saúde APRESENTAÇÃO (parte selecionada) A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada no ano de 1999, atesta o compromisso do Ministério da Saúde com os males relacionados à escassez alimentar e à pobreza, sobretudo a desnutrição infantil e materna, bem assim com o complexo quadro dos excessos já configurado no Brasil pelas altas taxas de prevalência de sobrepeso e obesidade na população... A firme decisão do Presidente da República em aprofundar a ação do Governo Federal na erradicação da fome requer de todos nós a reunião das nossas melhores iniciativas setoriais. JORNAL “O ESTADO DE SÃO PAULO” - 20 de dezembro de 2004 Lula afirma que problema do Brasil continua sendo a fome Brasília - Uma semana depois da divulgação de uma pesquisa em que o IBGE diz que o problema do Brasil não é mais a desnutrição, mas sim a obesidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu, em discurso, durante celebração de Natal no Planalto, afirmando que "a fome não é coisa medida em pesquisa". Para o presidente, "nem todo mundo que passa fome reconhece que passa fome". Lula explicou: "Pode colocar o Ibope, o Datafolha, o Vox Populi, pode colocar todos os institutos de pesquisa para saber se as pessoas estão com fome e possivelmente o resultado seja negativo. Não é todo ser humano que reconhece que passa fome. As pessoas têm vergonha. As pessoas não sentem orgulho de dizer: ´Eu passo fome. Eu não comi as calorias e proteínas necessárias´". Em seu discurso, o presidente defendeu o programa Fome Zero e a determinação do governo em dar dinheiro ao invés de cestas básicas. Na sua opinião, no Brasil não há falta de alimento, mas de dinheiro para comprá-lo. Ele avisou que os programas sociais do governo vão continuar com o formato que têm hoje até que se saiba quem está certo. O presidente avisou que "vai continuar com a mesma força, com o mesmo vigor, tentando cumprir a meta de atender as 11,4 milhões de famílias que, segundo o próprio IBGE, não têm condições de comer as calorias necessárias". Lula finalizou ao afirmar que não tem interesse em ficar dando Bolsa Família a vida inteira, mas apelou a Deus para que "um dia" ninguém precise mais do Bolsa-Família, do cartão do fome zero, que todas as pessoas estejam trabalhando e comendo à custa do seu trabalho. TRANSIÇÃO NUTRICIONAL À medida que se consegue erradicar a miséria entre as camadas mais pobres da população, a obesidade desponta como um problema mais freqüente e mais grave que a desnutrição. É o fenômeno da transição nutricional, que sobrecarrega o sistema de saúde com uma demanda crescente de atendimento a doenças crônicas relacionadas com a obesidade, como o diabetes tipo 2, a doença coronariana, a hipertensão arterial e diversos tipos de câncer. POR QUE ISTO ESTÁ ACONTECENDO ? A epidemia ascendente da obesidade reflete as mudanças profundas comportamentais dentro sociedade nas últimas décadas determinando suscetibilidades de ganho de peso devido ao acúmulo calórico determinado pelo balanço entre a alimentação e a atividade física em decorrência ao crescimento econômico, modernização, urbanização e a globalização dos mercados de alimentos. Estas são algumas das forças, entre outras, as causadoras desta epidemia. Fonte: Site da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2006). http://educacao.cardiol.br PREVISÃO DO CRESCIMENTO DO DIABETES PARA 2025. Fonte: Revista Diabetes Care - 1988 EUA . FATORES AMBIENTAIS E DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Condições crônicas, incluindo as doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, cânceres e doenças das vias respiratórias, respondem anualmente por 46% do fardo global das doenças. Cinqüenta por cento dos fatores globais de risco foram identificados como sedentarismo e consumo insuficiente de frutas e legumes. Até 2.7 milhões de vida poderiam ser potencialmente poupadas globalmente a cada ano com consumo suficiente de frutas e legumes. (OMS) Atividade diariamente física regular apropriada é um dos principais componentes para a prevenção de doenças crônicas, juntamente com uma dieta saudável e não fumar. Para as pessoas é meio poderoso de prevenir doenças crônicas e para as nações pode prover um modo custoefetivo de melhorar saúde pública da população. (OMS) OBESIDADE É O PRINCIPAL FATOR DE RISCO PARA AS DOENÇAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS As melhores intervenções custo-benefício para conter a epidemia das doenças não-transmissíveis são através da redução dos fatores de riscos para estas doenças. Através do prevenção e tratamento do sobrepeso e da obesidade é possível reduzir a incidência e a prevalência do diabetes, da hipertensão, da dislipidemia, das doenças cardiovasculares, do acidente vascular cerebral, das doenças músculo-esqueléticas e inclusive alguns tipos de câncer. Para isto é necessário a implementação de ações para a promoção da dieta saudável e de exercícios físicos. ASSEMBLÉIAS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AS DIRETRIZES GLOBAIS ESTRATÉGIA GLOBAL PARA DIETA, ATIVIDADES FÍSICAS E SAÚDE Organização Mundial da Saúde Relatório de 2005 A Estratégia Global da OMS tem quatro objetivos principais: (1) reduzir os fatores de riscos através do (2) aumento da consciência global pelo entendimento das influências de dieta e atividade física na saúde e do impacto positivo das intervenções preventivas, através do (3) encorajamento, desenvolvimento, fortalecimento e implementação global, regional, nacional e políticas da comunidade para as melhorias das dietas e aumento das atividades físicas de forma sustentável e (4) monitorar os dados científicos e principais influências das dietas e atividades físicas com apoio para pesquisa em áreas pertinentes e fortalecimento dos recursos humanos necessários para estes fins. ESTRATÉGIA GLOBAL PARA DIETA, ATIVIDADES FÍSICAS E SAÚDE Organização Mundial da Saúde Relatório de 2005 A estratégia identifica dois fatores de risco principais para as doenças não transmissíveis : dieta e atividade física. ESTRATÉGIA GLOBAL PARA DIETA, ATIVIDADES FÍSICAS E SAÚDE Organização Mundial da Saúde Relatório de 2005 Doenças não-transmissíveis e seus fatores de risco estavam inicialmente limitados a grupos economicamente prósperos nos países de meiarenda. Porém, atualmente as evidências mostram que as doenças não-transmissíveis tem afetado crescentemente também as comunidades pobres que acabam por agravar a desigualdade econômica. ESTRATÉGIA GLOBAL PARA DIETA, ATIVIDADES FÍSICAS E SAÚDE Organização Mundial da Saúde Relatório de 2005 Para todos os países onde há dados disponíveis, a grande parte dos determinantes subjacentes das doenças não transmissíveis são os mesmos, e incluem o consumo elevado de comidas hipercalóricas de baixa nutrição que possuem elevado teores de gordura, açúcar e sal; níveis reduzidos de atividade física em casa, na escola, no trabalho, na recreação e no transporte e uso de tabaco. De preocupação particular são que as dietas insalubres e o sedentarismo estão crescentes e cada vez mais marcantes nas crianças e adolescentes ESTRATÉGIA GLOBAL PARA DIETA, ATIVIDADES FÍSICAS E SAÚDE Organização Mundial da Saúde Relatório de 2005 O envelhecimento da população tem um forte impacto na morbidez e mortalidade na saúde pública das nações. Muitos países em desenvolvimento já estão com um fardo aumentado das doenças não-transmissíveis e ao mesmo tempo um fardo insistente de doenças infecto-infecciosas. Manter a saúde e a capacidade funcional da população anciã é um fator crucial para reduzir a demanda e os custo dos serviços de saúde. ESTRATÉGIA GLOBAL PARA DIETA, ATIVIDADES FÍSICAS E SAÚDE Organização Mundial da Saúde Relatório de 2005 Doenças não-transmissíveis impõem um fardo econômico significante na saúde pública e ocasionam grandes custos para a sociedade. A saúde é uma chave determinante no desenvolvimento e um precursor do crescimento econômico. A OMS relaciona a macroeconomia e a saúde pública e tem demonstrado os efeitos desastrosos das doenças no desenvolvimento dos países. PROPAGANDA ANTI-ETICA PARA CRIANÇAS - EUA e UE preparam política contra a obesidade Representantes da indústria de alimentos e bebidas disseram que querem ajudar no esforço. BRUXELAS - Na primeira conferência UE-EUA sobre obesidade realizado neste mês, representantes da indústria de alimentos e bebidas disseram que querem ajudar no esforço. "Consumidores de diferentes partes do mundo são diferentes. Mas o problema é o mesmo, e esperamos que nossa solução possa ser conjunta", disse o comissário de saúde da UE, Markos Kyprianou. O vice-secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar, disse que o objetivo não é encontrar soluções imediatas, mas criar uma coalizão entre os lados para facilitar a tomada de decisões sobre saúde e forma física pelos consumidores. "No fim, é o consumidor quem escolhe", disse Azar, explicando que, mesmo com uma indústria de alimentos regulada pelo governo, é quem vai comer que precisa escolher a refeição mais saudável. Fonte: JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO de 12 de maio de 2006 Acordo nos EUA barra refrigerantes em escolas NOVA YORK - Os maiores distribuidores de bebidas dos Estados Unidos concordaram em suspender praticamente todas as vendas de refrigerantes em escolas públicas. De acordo com o anúncio feito pela Fundação William J. Clinton, as companhias também concordaram em vender apenas água, sucos sem adição de açúcares e leites com baixos índices de gordura em pré-escolas e escolas de ensino fundamental do país, A Aliança por uma Geração mais Saudável - que reúne a Fundação de Clinton e a Associação Americana do Coração - ajudou a firmar o acordo, depois que docentes e legisladores se alarmaram com os últimos estudos sobre a obesidade infantil. Os refrigerantes têm sido um alvo particular dos que lutam contra este problema, por causa dos altos índices calóricos e grande popularidade entre as crianças. O acordo deve atingir cerca de 35 milhões de estudantes de escolas públicas. Fonte : Jornal “O Estado de São Paulo” de 03 de maio de 2006. McDonald´s fechará 25 restaurantes no Reino Unido A rede estima que a decisão custará cerca de 33,6 milhões de euros LONDRES - A rede de fast-food McDonald´s fechará 25 de seus restaurantes no Reino Unido. A informação está em um relatório da companhia apresentado à Comissão de Valores dos Estados Unidos. Segundo a empresa, a decisão foi tomada após uma queda de vendas registrada na região ano passado. Há especulações que ligam a decisão de fechar as lojas a uma onda de preocupação de um grande número de pessoas, sobretudo crianças, com o problema de obesidade. Fonte : Jornal “O Estado de São Paulo” em 01 de março de 2006. Dr. Gro Harlem Brundtland, Diretor-geral da OMS - 2006 Nós precisamos, agora, olhar décadas à frente e ter um compromisso com a nossa saúde e e também das futuras gerações em todo o mundo. Doença cardiovascular, diabetes, cânceres e obesidade não são problemas exclusivos dos países mais ricos e a maioria dos casos destas doenças estão acontecendo no mundo em desenvolvimento. Nossa experiência mostra que até mesmo intervenções modestas em larga escala como dieta e atividade física podem produzir mudanças significantes no fardo das doenças crônicas no mundo em tempo surpreendentemente curto. OBRIGADO Este slideshow está disponível no link : http://www.flumignano.com/medicos/biblioteca.htm