Protocolo_Sergipe_pdf

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GOVERNO DE SERGIPE
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
PROTOCOLO PARA PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO VERTICAL DA SÍFILIS
EM SERGIPE
1 – INTRODUÇÃO – DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
A sífilis é um agravo de alta prevalência em nosso país, tendo repercussões
graves na saúde da população e impactos negativos nos indicadores de
mortalidade infantil que podem ser totalmente evitados através de medidas de
controle e prevenção realizadas na atenção primária;
No âmbito da saúde materno-infantil, a sífilis pode levar, através da
transmissão
vertical,
à
sífilis
congênita, gerando
tanto
abortamentos
e
prematuridade como a consequências trágicas ao desenvolvimento dos neonatos
sobreviventes, advindas desta doença.
Observou-se nos últimos anos um aumento do número de casos notificados
de sífilis congênita em Sergipe, o que reflete perda de oportunidade de se fazer o
diagnóstico e tratamento de gestantes infectadas pela sífilis. Diante deste fato,
torna-se urgente a mobilização de gestores e profissionais de saúde no sentido de
qualificar a atenção, focando o problema nos aspectos de diagnóstico, tratamento
e vigilância de casos.
A análise mais aprofundada dos dados mostrou que há problemas de
captação das gestantes, requisição de exames, fluxo dos resultados e correta
interpretação dos mesmos. Além disso, uma vez diagnosticada sífilis na gestante,
o seu tratamento, está muitas vezes ausente ou inadequado. Grande parte destes,
pela inexistência de dados sobre tratamento do parceiro, estratégia fundamental
para conter a reinfecção durante a mesma gestação e nas futuras. Analisando
também os processos de trabalho, verifica-se que nem sempre há o uso rotineiro
da penicilina benzatina nas unidades básicas de saúde, o que diminui a adesão e
controle dos tratamentos prescritos.
2 - ACOLHIMENTO E AÇÕES EDUCATIVAS PARA A GESTANTE
- Orientação sobre o pré-natal (gestante e parceiro)
- Cadastramento na unidade de saúde
- Preenchimento do cartão da gestante e do prontuário
- Aconselhamento Pré-teste: levantamento de conhecimento sobre Sífilis,
práticas de risco e vulnerabilidade das mulheres gestantes. O teste deve ser
oferecido assim que captada a gestante (primeira consulta) e repetido no
início do terceiro trimestre.
3 - DIAGNÓSTICO/CLASSIFICAÇÃO
Com o objetivo de evitar a sífilis congênita, deve ser considerado como
diagnóstico de sífilis na gestante a presença de qualquer exame positivo para
sífilis: treponêmico (PROTEGE/“ELISA”, FTA-Abs, Teste Rápido, TPHA) ou nãotreponêmico (VDRL, RPR).
Toda gestante com teste positivo para sífilis deverá ser classificada para
fins de tratamento como sendo sífilis com duração ignorada (ou de tempo
indeterminado).
Uma vez classificada como sífilis de tempo indeterminado, deve ser
iniciado imediatamente o tratamento da gestante e de seu parceiro pelo
profissional de saúde responsável pelo atendimento (médico ou enfermeiro).
Tais medidas são necessárias diante do atual quadro epidemiológico,
podendo ser revistas no caso de mudança significativa do contexto.
4 – TRATAMENTO
O tratamento deve ser realizado com PENICILINA G BENZATINA
7.200.000U, por via intramuscular divididos em 3 (três) doses de 2.400.000U
administradas com intervalos de uma semana.
Atentar para a necessidade de tratamento do parceiro automaticamente
quando a gestante for positiva para um dos testes, COM O MESMO ESQUEMA a
fim de evitar as reinfecções durante o curso da atual gestação e nas futuras. O
tratamento do parceiro deve ser realizado mesmo que este não tenha
confirmação sorológica da doença;
Deve-se ainda realizar a titulação por VDRL MENSALMENTE até o final da
gestação, para acompanhar a eficácia do tratamento e possíveis reinfecções.
Caso o resultado da titulação não apresente redução ou volte a subir (ex. de 1:2
para 1:8), considerar o tratamento como inadequado ou como não-tratada e
realizar novamente o esquema de tratamento.
É importante acompanhar o seguimento do tratamento e realizar busca
ativa em caso de abandono.
Considera-se tratamento adequado quando: tratamento for completo
conforme o protocolo, finalizado em até 30 dias antes do parto, parceiro tratado
concomitantemente e que tenha sido utilizado o preservativo nas relações sexuais
durante o tratamento.
5 – VIGILÂNCIA
Além da notificação compulsória e investigação dos casos de Sífilis em
Gestante no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), todos os
casos de sífilis em gestantes deverão ser notificados de forma imediata para as
secretarias municipais e secretaria estadual de saúde (0800-2822822) para o
acompanhamento oportuno das medidas de controle da transmissão maternoinfantil.
6 – PREVENÇÃO:
Educação popular :
Somente através do conhecimento sobre a doença, seus riscos e maneiras
de evitá-la, podemos ter êxito na eliminação da sífilis congênita.
É fundamental sensibilizar pais e mães pela responsabilidade de se evitar a
transmissão de uma doença tão grave para seu filho.
É importante a realização de ações de prevenção para a população em
geral e para populações específicas (populações mais vulneráveis).
Disseminar o uso de camisinha:
O preservativo continua sendo a maneira mais simples e extremamente
eficaz para evitar a transmissão de Sífilis, HIV e outras Doenças Sexualmente
Transmissíveis. É papel de todos nós enfatizarmos sua importância e encorajar a
todos a usá-lo. Para os pacientes em tratamento, explicar sobre a reinfecção e
como o uso do preservativo contribui para o sucesso na prevenção da transmissão
vertical.
ELABORAÇÃO:
Gerência Estadual de DST/AIDS/Diretoria de Vigilância Epidemiológica
Núcleo de Gestão de Linhas de Cuidado/Diretoria da Atenção Integral à Saúde
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SERGIPE
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