Coordenadoria Bancada PT/RS Assessoria Técnica A CRISE MUNDIAL, GOVERNO YEDA E PROPOSTAS DA BANCADA DO PT É EXTERNA, tem sua origem nos EUA e na Europa; mas expande-se rapidamente por todos os países. É UMA CRISE FINANCEIRA, seu impactos imediatos e mais intensos foram sobre o mercado imobiliário, a liquidez, o crédito e sobre o patrimônio de empresas. Concentra-se no mercado acionário, nas instituições bancárias, nas seguradoras e no crédito. Sua origem é a SUPERESPECULAÇÃO proporcionada pela desregulamentação total dos mercados financeiros. O ESTADO SURGE NOVAMENTE COMO SALVADOR DOS MERCADOS E REASSUME SEU PAPEL NA REGULAÇÃO E NA MITIGAÇÃO DOS DESEQUILÍBRIOS PROVOCADOS PELO LIVRE DESENVOLVIMENTO DAS FORÇAS CAPITALISTAS. O DISCURSO DO NEOLIBERALISMO E DA MUNDIALIZAÇÃO FINANCEIRA COMPLETAMENTE DESREGULAMENTADA E SEM FRONTEIRAS SUCUMBIU. Evolução da Crise (2007/2008) – crise imobiliária americana e crise das commodities (alta do preço dos alimentos e do petróleo) (Setembro de 2008) – a crise atinge o sistema financeiro • crise de confiança • quebra de grandes instituições financeiras, em efeito dominó, atingem bancos, mercado de ações e seguradoras. • desvalorização generalizada de ações • redução da liquidez e do crédito (Outubro de 2008...) • retração da demanda • redução do comércio internacional • aumento do desemprego • diminuição da produção e dos preços • desvalorização patrimonial • crise na indústria automobílistica • recessão na grandes economias e desacelaração das economias emergentes ANO PIB MUNDIAL 2009 0,5 2010 3,0 Fonte: FMI (WEO)/ Min. Fazenda PIB PAÍSES DESENVOLVIDOS -2,0 1,1 PIB PAÍSES EMERGENTES E EM DESENVOLVIMENTO 3,3 5,0 IMPACTOS NO BRASIL: Imediatos: • restrição do crédito internacional e aumento do custo doméstico; diminuição da liquidez; instabilidade da taxa do câmbio com valorização do dólar; e perda patrimonial das empresas (Queda da Bolsa). Assessoria Econômica - 1 Coordenadoria Bancada PT/RS Assessoria Técnica Repercussões sobre a economia real: Balança Comercial – queda das exportações e das importações; Sobre a produção (a produção industrial de janeiro de 2009, em relação ao mesmo período do ano passado, caiu em 17,2%); Sobre o emprego; Sobre o preços dos produtos agrícolas; Sobre o PIB (queda de 3,6% no último trimestre de 2008). Perspectivas para 2009: • Redução do crescimento do PIB; • Aumento do desemprego formal; • Impactos sobre a economia informal (exemplo: queda dos preços das matérias-primas oriundas da reciclagem – papel, sucata, pet...) • Posição conservadora do setor privado em relação a novos investimentos; • Queda da renda; • Dimuição da arrecadação; • Redução da taxa de juros. Governo Federal adota políticas públicas antí-cíclicas. E os governos estaduais ampliam sua intervenção sobre a economia, com vistas à amenização dos impactos da crise. Resultado: fortalecimento do papel do estado como indutor do desenvolvimento sócio-econômico. A Ação do Governo Lula Contexto da crise/cenário interno: Crescimento com distribuição de renda; Crescimento cada vez mais ancorado no mercado interno; Melhoria dos indicadores econômicos e sociais frente ao governo de FHC Comparativo entre Jan/2003 e Out/2008 PIB: +21% Emprego (em postos de trabalho): +39% Salário Mínimo Real: +51% Taxa Desocupação (Reg. Metropolitanas): -33% Balança Comercial: +40% Superavit Primário: +22% Reservas Internacionais: +448% Indústria: +36% Comércio: +52% Comparativo 2002 e 2007 (Pnad) Pobreza: 43,5% da população (2002) e 30,3% da população (2007) • Renda: aumento em 22% da renda dos 10% mais pobres Outras vantagens do Brasil frente à crise: maior controle sobre o sistema financeiro; ampliação das reservas internacionais; menor dependência externa e existência de instituições financeiras estatais fortes: BB, CEF e BNDES Assessoria Econômica - 2 Coordenadoria Bancada PT/RS Assessoria Técnica Ao contrário do Governo FHC, as medidas do Governo Lula contra crise não são recessivas e contra o trabalhador; não existem ajustes macroeconômicos para restringir o crescimento. • O Governo Federal assume e amplia sua capacidade de intervenção e de regulação da atividade econômica. • A decisão do Governo Federal e suas ações são pela manutenção do crescimento mantendo a distribuição de renda. • A crise externa e o quadro atual da economia demonstram que a agenda de ajustes está enterrada. Principais Medidas Criação de linhas de financiamento e ampliação de recursos • Para agricultura o R$ 500 milhões para produtores do Centro-Oeste o R$ 3 bi – antecipação dos desembolsos do BB (outubro/2008) o R$ 1,35 bi – ampliação de recursos do FNE e FNO1 o R$ 5,5 – aumento do crédito direcionado o Plano Safra 2008/2009 – R$ 83 bi (empresarial e agricultura familiar) • Para construção civil – linha crédito imobiliário para servidor público (BB e CEF) (R$ 8 bi) • Para as exportações (médias e grandes empresas) – linha de capital de giro do BNDES (R$ 10 bi) • Para setor automobilístico (R$ 4 bi) • Para micro e pequenas empresas – capital de giro do BB (R$ 5 bi) • Para produção e investimentos (ampliação de R$ 10 bi do Fundo da Marinha Mercante) Redução do compulsório dos bancos (R$ 100 bi) Fortalecimento do bancos públicos • Autorização ao BB e à CEF para adquiriem participação acionária de outros bancos o Criação da Caixa Banco de Investimentos o Compra do Banco Votorantim pelo BB • Ampliação dos recursos do BNDES, mais R$ 100 bi Adiamento da data de recolhimento de tributos federais Redução do IPI de veículos (R$ 1 bi) e do IOF Desoneração do Imposto de Renda – Pessoa Física – R$ 4,9 bi Redistribuição de Renda • Ampliação do Bolsa Família • Adiantamento do aumento do salário mínimo para janeiro de 2009 1 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste e Fundo Constitucional de Financiamento do Norte. Assessoria Econômica - 3 Coordenadoria Bancada PT/RS Assessoria Técnica Medidas Anti-ciclícas – (fortalecimento do mercado interno) - mais recursos para investimentos o PAC – ampliação de R$ 142 bilhões (*) PAC ATÉ 2010 PÓS 2010 BRASIL 646 502,2 LOGÍSTICA 96 36,2 ENERGIA 295 464 SOCIAL E URBANA 255 2 (*) Incluindo o acréscimo de R$ 142 bi sobre o montante inicial Fonte: Ministério da Fazenda (em R$ bilhões) TOTAL 1148,2 132,2 759 257 o PAC RS – R$ 15 bi o o o BNDES – R$ 168 bi PETROBRÁS – R$ 174 bi Programa para Habitação Popular – construção de 1 milhão de casas até 2010. Rio Grande do Sul Impactos da crise sobre o Estado O Estado tem sua economia atrelada fortemente ao setor primário e às exportações: a retração da economia mundial tem impactos diretos e imediatos. Queda na produção (a produção industrial de janeiro de 2009 caiu 20,3%, em relação a janeiro de 2008) As exportações de janeiro de 2009 caíram 39%, em relação a janeiro de 2008 Setores mais atingidos: metal-mecânico, máquinas e implementos agrícolas, calçadista, avícola, fumo entre outros. (A federação dos metalúrgicos do RS calcula que entre outubro de 2008 e janeiro de 2009 foram perdidas 7.023 empregos no setor.) Caracterização do Governo Yeda Insistência na Estratégia Neoliberal – o único objetivo do Governo Yeda é o ajuste fiscal O Governo Estadual parece não compreender a seriedade da crise econômica e os fortes impactos sobre o estado, tem como única proposta para combater a crise a realização de investimento no montante de R$ 2,3 bi, mas a execução do orçamento demonstra que estes investimentos dificilmente serão executados. Investimentos Previstos - 2009 o R$ 1,2 bi (orçamentário) o R$ 1,1 (estatal) Ano Autorizado Empenhado 2007 820.07.1250,00 400.542.319,00 2008 1.259.338.652,00 660.801.121,00 Fonte: Gov. Estado (Mensagem da Governadora, 2008) % Empenho 49% 52% Assessoria Econômica - 4 Coordenadoria Bancada PT/RS Assessoria Técnica O Governo Estadual ainda não se convenceu da importância e da responsabilidade do estado em relação à crise, ao contrário de Lula, e de grande parte dos governantes do mundo inteiro, inclusive dos governos tucanos de São Paulo e de Minas Gerais. Déficit zero como peça publicitária, equilíbrio contábil às custas da educação, da saúde e das áreas sociais. o Em 2008, faltou R$ 1,3 bi de recursos para educação e para saúde R$ 1,01 bi. Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Valor aplicado Percentual 3.612,015 25,57% Percentual Mínimo Diferença a ser compensada 35% 1.331,135 Obs.: Valores em milhões Ações e Serviços Públicos de Saúde 2008 Valor Governo Yeda ( - ) Corsan ( - ) Ipê-Saúde Total ASPS Receita Líquida de Impostos e Transferências Percentual de Aplicação Diferença a ser compensada R$ 1.754.118 (703.228) (463.397) 587.493 14.123.286 4,16% 1.107.301 Valores em R$ mil Desresponsabilização do executivo sobre a manutenção/execução das políticas sociais e sobre o desenvolvimento econômico do RS – em conseqüência, não assume sua responsabilidade frente aos impactos da crise e aos problemas atuais do Estado, como a seca nas regiões Norte e Noroeste do Estado e a enchente na região Sul. Assessoria Econômica - 5 Coordenadoria Bancada PT/RS Assessoria Técnica Execução Orçamentária de Programas e Projetos Selecionados R$ 1,00 – 2008 Programa/ Projeto Programa Gaúcho de Saneamento Seguro Agrícola Básico Crédito Fundiário Defesa Agropecuária Secretaria Extraordinária de Irrigação e Usos Múltiplos da Água Ampliação e Readequação Unidades de Atendimento - FASE Fontes Alternativas de Energia A Escola Aberta para a Cidadania - Prevenção à Violência Alfabetiza Rio Grande Pavimentação Rodoviária do RS Duplica RS - Ampliação de Capacidade de Rodovias Articulação e Apoio aos Setores Produtivos Implantação e Desenvolvimento de Espaços Industriais Capacitação Empresarial Extensão Empresarial - CP Capacitação Empresarial - CP Autorizado Executado (Liquidado) 89.060.778 4.377.000 500.000 7.504.393 82.628.000 1.971.699 1.133.141 400.000 800.456 3.555.734 1.800.000 5.875.787 1.947.115 161.000 840.000 126.000 6.562.634 1.962.706 0 1.411.835 2.068.004 194.436 13.662 0 145.222 279.979 0 994.916 18.548 0 0 0 % Executado 7% 45% 0% 19% 3% 10% 1% 0% 18% 8% 0% 17% 1% 0% 0% 0% Fonte: SEFAZ/ finançasonline Descaracterização e desmonte das políticas sociais. Na educação: enturmação, fechamento de escolas, corte do ponto dos servidores, combate ao piso nacional do magistério, e na saúde: dengue, febre amarela, leishmaniose. Autoritarismo como marca nas relações com os movimentos e servidores. Perseguição e criminalização dos movimentos sociais. Política para desenvolvimento econômico resumida à atração de investimentos privados, que na sua maior parte foram anunciados mais ainda não se concretizaram. O FUNDOPEM volta ao centro da política de atração de investimentos. Nos dois últimos anos, através do FUNDOPEM foram concedidos R$ 1,06 bi de forma concentrada: • 92% foi concedido em 2008 • 93% para grandes empresas • 54% para três empresas • 53% dos recursos do Integrar para as regiões mais dinâmicas do Estado (Serra, Vale do Taquari e Vale dos Sinos). Importante: os recursos do integrar são sob a forma de subsídio, não há retorno para os cofres públicos; e a lei que criou o Integrar foi aprovada tendo como objetivo a descentralização dos investimentos, com vista à promoção do desenvolvimento das regiões mais carentes do Estado. A partir da compreensão de que a crise em curso é muito séria com impactos significativos sobre o emprego e sobre a atividade econômica e da constatação de que o Governo do Estado não está fazendo a sua parte com a realização de ações que minimizem estes impactos, a Bancada do PT está apresentando à sociedade gaúchas um conjunto de propostas de proteção ao emprego e à renda. As propostas têm como objetivos: • • • • Proteção da economia, do emprego e da renda do RS; e Fortalecimento e ampliação do papel do Estado como regulador e promotor do desenvolvimento econômico e social. Na receita: o SIMPLES recoloca o ICMS no patamar de 2007 e a liberação dos CRÉDITOS é o cumprimento da desoneração determinada por lei. Nas despesas: direcionamento para setores econômicos mais afetados, para a área social, o desenvolvimento descentralizado e os setores mais vulneráveis. Assessoria Econômica - 6 Coordenadoria Bancada PT/RS Assessoria Técnica PROPOSTAS DO PT Emprego, Renda e Proteção Social em Defesa da Economia e do Povo Gaúcho 1 - Retomar o Simples gaúcho, com redução das alíquotas das pequenas empresas no mesmo patamar vigente até junho de 2007, com implementação imediata; • Menor carga tributária e maior disponibilidade de recursos para as pequenas empresas R$ 90 milhões no caixa das pequenas empresas. 2 - Manter todos os benefícios fiscais existentes para a agropecuária até 31 de dezembro de 2009; • Incide positivamente sobre 11% do PIB gaúcho 3 - Benefícios temporários para os setores mais atingidos pela crise que se comprometerem com a manutenção da produção e dos empregos; – – – Liberar os créditos de exportação especialmente para setores de máquinas e implementos agrícolas, metal-mecânico, calçadista e a cadeia de suínos e aves; Dilatar o prazo de recolhimento do ICMS dentro do mês, com incidência positiva sobre o fluxo de caixa das empresas; Antecipar o reembolso do ICMS pago na compra de máquinas e equipamentos para a produção, com incidência positiva sobre o capital de giro das empresas 4 - Suspender imediatamente a fruição do Fundopem em caso de demissões; 5 - Gerar novos empregos e ampliar a produção como condição para prorrogação do Fundopem; 6 - Fomento à produção interna de insumos e geração de novos empregos como condição para novas concessões de Fundopem; 7 - Transparência dos contratos do empresas; Fundopem e dos benefícios usufruídos pelas 8 - Utilizar o Banrisul, a Caixa RS e o BRDE para programas especiais de créditos dirigidos a médias, pequenas e micro empresas e cooperativas, ampliando os recursos e diminuindo as taxas de juros e as garantias; 9 - Linhas especiais para financiamento da habitação popular; 10-Ampliar o Micro Crédito; 11-Criar uma linha especial para a safra de trigo 2009/2010 a fim de duplicar a área de plantio (66 mil novos empregos e mais R$ 1 bilhão na economia gaúcha); 12- Realizar um PAC estadual, com garantia dos recursos e implementação de investimentos previstos no orçamento e pelas estatais, com cronograma físico-financeiro; 13 - Antecipar o reajuste do piso regional para fevereiro; 14 - Conceder os benefícios do Fundopem/Integrar somente para investimentos nas Assessoria Econômica - 7 Coordenadoria Bancada PT/RS Assessoria Técnica regiões mais pobres do estado; 15 - Direcionar os investimentos para áreas intensivas de mão-de-obra e áreas sociais: habitação popular, saneamento, construção e manutenção de escolas, irrigação, entre outros; 16 - Implementar programas voltados para o desenvolvimento econômico e social, com foco nas micro e pequenas empresas, cooperativas e agroindústria familiar; - Qualificação empresarial - Arranjos produtivos locais - Fomento à economia popular e solidária - Fomento à inovação - Implementação do Fundoleite - Implantação do SUASA - Retomada do programa Sabor Gaúcho 17 - Programa de garantia de renda e proteção ao trabalho; - Instituir um programa de renda mínima no estado, aos moldes do Bolsa Família; - Criar frentes emergenciais de trabalho; - Execução total dos recursos previstos para a área social, de educação e de saúde; - Criar programas de qualificação profissional; - Fomento à geração do trabalho para áreas de maior vulnerabilidade social. AÇÃO ESPECIAL PARA COMBATER OS EFEITOS DA SECA 18-Execução dos recursos orçamentários para a área de irrigação (em 2008, o executivo executou somente 2,5%); 19- Ampliação da construção de açudes e cisternas; 20- Implantar uma linha de financiamento para equipamentos de irrigação, conforme prevê a Lei de Irrigação; 21- Implementar o troca-troca de sementes de forrageiras visando a recupera a bacia leiteira; 22-Tornar obrigatório o seguro agrícola estadual, vinculando ao troca-troca de sementes de milho (benefício a 150 mil famílias) • • • • Proteção da economia, do emprego e da renda do RS. Fortalecimento e ampliação do papel do Estado como regulador e promotor do desenvolvimento econômico e social. Na receita: o SIMPLES recoloca o ICMS no patamar de 2007 e a liberação dos CRÉDITOS é o cumprimento da desoneração determinada por lei. Nas despesas: direcionamento para setores econômicos mais afetados, para a área social, o desenvolvimento descentralizado e os setores mais vulneráveis. Assessoria Econômica - 8