A VISÃO DOS PROFESSORES DE SERVIÇO SOCIAL SOBRE A

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A VISÃO DOS PROFESSORES DE SERVIÇO SOCIAL SOBRE A FORMAÇÃO NOS
CURSOS DE ENSINO A DISTÂNCIA (EAD)
Ana Lucia Oliveira Ramos
Faculdade Sumaré
Assistente Social Especialista em Serviço Social, Saúde e Violência. Especialista em Formação
para Docência no Ensino Superior.
[email protected]
Maria Inês Santos
Doutora em Educação
Revista Acadêmica Eletrônica Sumaré
12ª edição - ano 2015
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RESUMO: Buscamos identificar a percepção dos Assistentes Sociais sobre a formação em
Serviço Social a distância, as discussões da categoria sobre essa modalidade de Ensino e as
repercussões posicionamento para os egressos do curso. Utilizamos a pesquisa qualitativa e,
como técnica de pesquisa, a entrevista. Identificamos a resistência dos profissionais de
Serviço social em dialogar sobre a oferta crescente de Graduação a Distância, sob o discurso
da mercantilização e precarização do Ensino Superior. Porém, a oferta de curso de Graduação
a distância mostra-se com forte tendência à expansão
PALAVRAS-CHAVE: Serviço Social; Ensino a Distância; Formação Profissional;
Educação.
SERVIÇO SOCIAL: UM BREVE HISTÓRICO
No início dos anos trinta, a industrialização acelerada e a “generalização do trabalho livre”
(IAMAMOTO, 2005: p. 125) dão lugar a uma nova forma de relação social. O trabalhador que
vende sua força de trabalho para sua manutenção e reprodução vivencia rotinas exaustivas de
trabalho sem regulamentação, rendido à exploração do empregador. Com a ampliação da entrada
de mulheres e crianças no mercado de trabalho, o preço da mão-de-obra é constantemente
rebaixado, devido ao número de trabalhadores disponíveis. Essa situação amplia ainda mais a
pauperização e as precárias condições de subsistência do operariado. Em contrapartida a classe
trabalhadora passa a exercer pressão contra o patronato, através da organização e mobilização em
busca de melhores condições de trabalho e subsistência.
É nesse contexto que surge o Serviço Social: uma profissão inscrita na divisão social e
técnica do trabalho, como resposta do Estado capitalista às tensões advindas da contradição entre
os interesses da burguesia e da classe operária.
No Brasil da década de trinta, quando o processo de industrialização está acelerado, o
Estado e a Igreja assumem a regulação da questão social1. Com a ampliação da exploração da
força de trabalho da classe operária, surgem também as formas de resistência e de organização do
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Questão Social apreendida conforme a definição de Iamamoto (2005, p. 27) como o conjunto das expressões das
desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais
coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada,
monopolizada por uma parte da sociedade. Ou seja, o crescimento do capital, está relacionado ao crescimento da
pauperização da classe trabalhadora.
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proletariado pressionando o Estado, solicitando ações, bens e serviços de proteção social. O Estado
brasileiro então implantou ações regulatórias que tanto respondiam às demandas da classe
operária, como colaboravam para o disciplinamento dos trabalhadores (CLT, assistência médica,
auxílio-doença, etc.). Diante desse contexto surgem as primeiras práticas assistenciais ligadas à
Igreja no sentido de assumir a educação social da classe trabalhadora2, dando origem a diversos
movimentos da Ação Social Católica. Progressivamente, estes setores sentiram a necessidade de
formação técnica e especializada e diante da eficácia de tais iniciativas, que se diferenciavam
criticamente da caridade tradicional frente à questão social, vão surgindo as primeiras escolas e
cursos de Serviço Social no Brasil.
Objetivando sua própria legitimação é que o Estado brasileiro incorpora parte das
reivindicações dos trabalhadores, pelo conhecimento legal de sua cidadania através de leis
sindicais, sociais e trabalhistas, o que, ao lado das grandes instituições assistenciais, abre para o
emergente Serviço Social brasileiro um mercado de trabalho, que amplia suas possibilidades de
intervenção (YAZBEK, 2009, p. 9). Percebemos assim, a institucionalização da profissão por parte
do Estado e, ao mesmo tempo, o movimento de laicização da profissão.
Importante destacar o início da constante busca profissional por maior aporte teóricometodológico e técnico-operativo para desenvolver sua intervenção, substituindo os fundamentos
religiosos por fundamentos científicos. Em meados da década de sessenta, se apropria do
conhecimento produzido pelas ciências sociais, assumindo o desenvolvimentismo, e sua atuação,
ao tornar-se mais técnica, fundamenta-se na busca de neutralidade, frieza e distanciamento em
relação aos problemas tratados e no aprimoramento dos métodos (ESTEVÃO, 2006, p. 31). A
profissão adentra o espaço acadêmico e a universidade proporciona novos questionamentos e uma
crise existencial da profissão na busca de melhorar a qualificação profissional e a evolução não
apenas dos métodos de intervenção, mas também dos fundamentos da prática profissional.
Surge então a “Liga das Senhoras Católicas” em São Paulo, instituição formada pelas mulheres burguesas
correspondendo aos ideários da doutrina social da Igreja tendo em vista não o socorro aos indigentes, mas, já dentro
de uma perspectiva embrionária de assistência preventiva, de apostolado social, atender e atenuar, determinadas
seqüelas do desenvolvimento capitalista (...)” (IAMAMOTO, 1982, p. 166).
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SERVIÇO SOCIAL E FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Os estudantes e profissionais, em busca de constante desenvolvimento engajaram-se em
congressos e seminários, além da organização em instituições representativas. Este processo foi
precedido pela expansão da profissão e, consequentemente, a abertura de cursos de mestrado na
década de setenta e doutorado na década de oitenta. Durante este percurso os profissionais se
aproximaram dos movimentos sociais e da teoria marxista, o que provocou imensas
transformações tanto nas diretrizes da intervenção profissional, quanto no processo de formação
de novos profissionais.
Surge então a Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social – ABESS – com o
objetivo de contribuir para o avanço da qualidade do ensino, incorporando e reconhecendo as
diversidades da formação profissional no Brasil (IAMAMOTO, 2000, p. 162).
A partir da década de noventa, o que se percebe é um Serviço Social legitimado pelo
Estado, pelas classes empobrecidas e, principalmente, pela ampliação da demanda por este
trabalho numa sociedade cada vez mais excludente, na qual imperam grandes contradições sociais.
Cabe destacar ainda o novo direcionamento profissional a partir da ruptura com a herança
conservadora de caráter religioso e a identificação com as lutas dos movimentos sociais. O que
vemos então é uma profissão vinculada a um novo projeto profissional, comprometida com o
legado marxiano e na perspectiva da emancipação humana (TECEDOR, 2010, p. 43).
Este breve histórico demonstra a constante e crescente preocupação dos “agentes sociais”
em qualificarem sua intervenção profissional e os fundamentos que a embasavam. Com o avanço
da sociedade capitalista o Serviço Social se viu obrigado a buscar respostas mais efetivas para as
novas exigências sociais.
As transformações dentro da profissão não foram apenas acompanhadas por diferentes
momentos históricos, mas sim determinadas por estes.
Porém Iamamoto (2000, p. 162) afirma que a formação profissional:
Não “se reduz à oferta de disciplinas que propiciem uma titulação ao Assistente
Social para responder a uma condição para sua inserção no mercado de trabalho. Se
este é um elemento presente no processo de formação, ele o extrapola: trata-se de
preparar cientificamente quadros profissionais capazes de responder às exigências de
um projeto profissional coletivamente construído e historicamente situado (...) com
uma direção social definida, capaz de articular-se teórica e praticamente aos projetos
sociais das classes sociais subalternas em suas relações com as forças atualmente
dominantes.”
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Ao analisarmos a afirmação de Iamamoto, percebemos que a formação em Serviço Social
vai além da mera titulação de bacharel. A teórica explicita o projeto ético-político profissional,
construído e fortalecido historicamente, como alicerce norteador de toda prática profissional. Por
outro lado, não deixamos de observar a contradição existente no próprio papel social destinado ao
Serviço Social. Se por um lado o profissional deve atuar de acordo com os pressupostos do projeto
ético-político, em favor da justiça social e por um outro modelo de sociedade; por outro, o
profissional assistente social deve responder às necessidades e exigências postas pelo mercado de
trabalho.
Nesse processo, torna-se fundamental que o assistente social seja capaz de analisar e
produzir conhecimento sobre seu campo de atuação, reconhecer seu espaço sócio ocupacional, os
limites e possibilidades de intervenção, bem como suas determinações políticas. Iamamoto
defende a formação de “profissionais habilitados teórica e metodologicamente e, portanto,
tecnicamente, para compreender as implicações de sua prática, reconstruí-la, efetivá-la e recriá-la
no jogo das forças sociais presentes”.
Sabemos que com a ampliação do acesso à internet e a evolução das chamadas
“tecnologias de informação e comunicação midiáticas” (KENSKI, 1999, p. 23), houve também a
expansão da oferta de cursos de Graduação a distância. Segundo levantamento do Conselho
Federal de Serviço Social (CFESS, 2010, p. 3):
“Seu marco fundamental está na LDB, que incentivou o surgimento desses
programas, posteriormente regulamentados pelos decretos 2494/98 e 2561/98. O
primeiro decreto caracteriza o ensino à distância como uma forma de ensino que
possibilita a autoaprendizagem pela mediação de materiais didáticos organizados e
veiculados em vários meios de comunicação. O segundo decreto trata do
credenciamento dos cursos à distância, e foi complementado por outras portarias e
documentos do MEC. ”
A Graduação a distância, sob a pretensão de atingir a universalização e a democratização
do acesso ao ensino superior teve sua expansão incentivada por diferentes governos. A princípio
com a ampliação do crédito universitário, depois com a implantação do Programa Universidade
para Todos (PROUNI) e o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais (REUNI) as diretrizes e normativas que fundamentam a ampliação da
oferta de cursos de Graduação a distância foram se aprimorando.
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METODOLOGIA DE PESQUISA
Realizamos esta pesquisa com o objetivo de compreender como os profissionais de
Serviço Social avaliam o processo de formação de assistentes sociais no ensino de Graduação a
distância. A abordagem utilizada neste trabalho científico é a de pesquisa qualitativa conforme a
concepção adotada por Minayo (1994, p. 21):
“A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas
ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja,
ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos
e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. ”
Percebemos por essa definição que a pesquisa qualitativa busca compreender o
significado do pensamento, das ações e relações humanas considerando o conjunto de normas,
valores e práticas que se desenvolvem na vida cotidiana através da valorização da subjetividade
humana. Nesse método de pesquisa buscamos a compreensão de um determinado grupo ou
fenômeno social. Utilizamos a análise das informações extraídas pelos sujeitos de pesquisa,
dialogando com alguns autores da área de Serviço Social.
Escolhemos como sujeitos da pesquisa profissionais assistentes sociais que ocupam
cargos de liderança, participam do processo de seleção de outros profissionais ou responsáveis
pela supervisão de campo de estagiários de Serviço Social. Entrevistamos pessoalmente seis
profissionais, todos atuantes na área da saúde. As entrevistas foram gravadas, transcritas e
agrupadas conforme categorias de análise. Dessa forma, as respostas foram analisadas e através
delas extraímos algumas unidades de significados.
ANÁLISE DAS CATEGORIAS
Na primeira categoria de análise (Contribuição) buscamos compreender a função social
da profissão com a pergunta: “Quais as principais contribuições do Serviço Social para a sociedade
contemporânea?”. Na primeira unidade de significados (O Agente da Mudança) encontramos a
visão que os profissionais têm da profissão. Alguns compreendem a categoria como articuladora
e medicadora, enquanto alguns ainda carregam preceitos messiânicos que nos remetem aos
primeiros anos do fazer profissional. A segunda unidade, Empoderamento, nos traz o conceito
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“Empowerment”, que na perspectiva do trabalho social, não se trata apenas de “dar” poder, mas
fundamentalmente de busca e criação de condições de segurança social que favoreçam a conquista
da autonomia.
A segunda categoria de análise, Requisitos da Área, busca compreender as competências
e habilidades básicas para a atuação profissional com a pergunta: “Quais são os principais
requisitos para a atuação de um profissional na área de Serviço Social? ”. Na primeira unidade,
característica militante, os profissionais falam, principalmente, da necessidade de um perfil
propositivo considerando a realidade em que a atuação profissional ocorre. A necessidade de uma
leitura crítica e global da realidade social, seguida por uma análise que identifique as diversas
expressões da questão social que se explicitam e suas determinações, nos remete à segunda unidade
de significado, Compreensão crítica de homem e de mundo. Na terceira unidade de significado,
Legado Normativo, apenas um dos entrevistados fala da importância do embasamento legal para
a prática profissional. Na quarta unidade, Formação Permanente, fica evidente a importância do
profissional se manter atualizado quanto às políticas púbicas e suas aplicações, quanto aos métodos
de intervenção profissional e, principalmente, quanto ao viés teórico que norteia sua prática.
Na terceira categoria de análise, Perfil Profissional, buscamos compreender como os
profissionais avaliam os colegas de profissão. Para tal, utilizamos a pergunta “Como você avalia
o perfil dos profissionais da área hoje?”. Na primeira unidade de significado, Fragilidade da
Formação, os sujeitos da pesquisa relacionam o baixo investimento na qualificação do ensino à
formação de baixa qualidade. Consideram os profissionais despreparados para lidar com as
questões da intervenção profissional no cotidiano. Na segunda unidade, Precarização, os sujeitos
ampliam a discussão para além do curso de Serviço Social e apontam para dilemas postos para a
educação básica e suas repercussões para o ensino superior. Encontramos ainda uma terceira
unidade, Inclusão Perversa, na qual percebemos que apesar dos incentivos para a ampliação do
acesso ao ensino superior, a permanência e a qualidade do processo de formação desse alunado
não são garantidas.
A quarta categoria de análise, Qualidade Percebida, buscou identificar o que os
profissionais pensam sobre a qualidade do ensino em Serviço Social com a pergunta: “Como você
avalia os cursos oferecidos para a formação em Serviço Social?”. Encontramos duas unidades de
significado. A primeira, Precarização, nos chama a atenção para a precarização do ensino e do
currículo mínimo estabelecido pela ABEPSS e das diretrizes curriculares estabelecidas pelo MEC.
A segunda unidade, Público, nos chama a atenção para o perfil dos alunos que buscam o Curso de
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Graduação em Serviço Social. Simões (2007, p. 175) fala do perfil de estudantes de Serviço Social
formado “majoritariamente por mulheres advindas de camadas baixas e pouco letradas da
população”. Portanto, a ampliação da oferta de cursos e, consequentemente, a flexibilização do
currículo mínimo e da carga horária de estágio supervisionado, de alguma forma, beneficiam a
formação desses alunos.
Na quinta categoria de análise, Comparação entre EAD e presencial, buscamos
compreender o que os profissionais pensam sobre o crescimento da oferta de cursos de formação
em Serviço Social presencial e em EAD com a pergunta “Atualmente há grande oferta de cursos
de formação em Serviço Social a distância e presencial. Qual a sua análise sobre tal oferta? ”.
Encontramos três unidades de significado. A primeira unidade, Formação Mercantilista, nos traz
a preocupação de alguns profissionais frente à ampliação da oferta de cursos de Graduação em
Serviço Social. O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) afirma em seu dossiê que a questão
a ser problematizada é a “produção” de profissionais em massa e com conteúdos banalizados; é a
qualidade do ensino que está sendo oferecido, que não assegura o perfil das Diretrizes Curriculares;
é a educação bancária e mercantilizada que não garante o Serviço Social de qualidade que o Brasil
precisa (CFESS, 2010, p. 12). Na segunda unidade, Experiência com EAD, encontramos os relatos
sobre a experiência dos profissionais entrevistados em cursos de ensino a distância. Embora
metade dos entrevistados referissem experiências positivas em cursos de ensino a distância a
resistência à ideia de Graduação nessa modalidade de ensino persiste. Na terceira unidade de
significado, Conceito, encontramos de forma mais explícita a resistência à Graduação a distância.
Percebemos o receio da categoria profissional em relação à possibilidade de formação crítica e
política no âmbito virtual. Porém os fundamentos para essa negação são pouco efetivos, pois a
maioria dos profissionais desconhece os programas de Graduação a distância e a forma como o
processo de formação se dá.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Serviço Social Brasileiro nasceu em meados dos anos de 1930 como iniciativa da
sociedade burguesa em resposta à organização e reivindicações da classe operária. Como profissão
que atua diretamente com as políticas públicas, o Serviço Social não só acompanha como discute
as questões relacionadas às políticas de educação. Na atualidade, a categoria concentra suas
bandeiras de luta contra a expansão da oferta de cursos de Graduação na modalidade de ensino a
distância. Percebemos a dificuldade em estabelecer o debate acerca do EAD junto à categoria
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profissional. Propor a discussão sobre os limites e possibilidades, os problemas e formas de
superação para atingir a qualificação dessa abordagem de ensino é passível de grandes
questionamentos pelos assistentes sociais. Com a efetivação da assistência social como política
pública, o acirramento da exclusão social e a implantação do Sistema Único de Assistência Social
nos municípios de todo o país, a demanda por esse profissional aumentou significativamente,
porém se por um lado houve a ampliação do mercado de trabalho, este exige cada vez mais
profissionais com aporte teórico e técnico-operativo de qualidade e aguçada capacidade de análise
da realidade.
Caberá aos assistentes sociais decidirem o que fazer com essa nova realidade que está posta
à formação profissional. Existem alguns caminhos a seguir. Se enveredar para a tendência que
renega os cursos de Graduação em Serviço Social a distância será o caminho mais democrático?
Como ignorar as centenas de alunos formados a distância, considerando os problemas que essa
abordagem apresenta quando nos referimos ao curso de Serviço Social? As categorias
representativas já nos apontam os problemas enfrentados e as dificuldades na realização desses
cursos. Caberá a nós nos propormos a realizar debates e buscar alternativas para qualificar essa
nova modalidade de ensino sem perder o “norte”: a formação de profissionais capazes de desvelar
e atuar na realidade social em busca da efetivação do acesso aos direitos sociais sob a perspectiva
da emancipação do sujeito. Talvez a chave para responder a tantos questionamentos esteja na
apropriação da profissão a esse novo espaço de trabalho e formação, sem abandonar suas bandeiras
de luta em prol de relações transparentes de trabalho e formação de qualidade. Mas buscando uma
nova forma de dialogar com a educação.
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TECEDOR, Talita Luzia Alves. A formação profissional e o ensino a distância: o desafio de se
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realidade da educação brasileira. São Paulo, 2010, 154 p. (Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Serviço Social da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP para a
obtenção do título de Bacharel em Serviço Social).
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