clínica médica

Propaganda
ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA............................................................................................. 8
1. SISTEMA CARDIOVASCULAR .................................................................................................. 8
1.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA ................................................................................................ 8
I.C.C. – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA ....................................................................... 9
1- O QUE É: ............................................................................................................................ 9
2 – QUAIS SÃO AS CAUSAS: ..................................................................................................... 10
3 – QUANDO SUSPEITAR: ........................................................................................................ 10
4 – COMO CONFIRMAR: .......................................................................................................... 11
5 – FORMAS DE TRATAMENTO: .............................................................................................. 11
6 – ASSISTÊNCIAS DE ENFERMAGEM: ..................................................................................... 12
7 – TERMOS TÉCNICOS RELACIONADOS: ................................................................................ 12
H.A.S. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA................................................................................. 13
1 – O QUE É: ............................................................................................................................ 13
2 – QUAIS SÃO SUAS CAUSAS: ................................................................................................ 13
3 – QUANDO SUSPEITAR: ........................................................................................................ 14
4 – COMO CONFIRMAR: .......................................................................................................... 14
CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM ADULTOS E A RECOMENDAÇÃO DE SEGUIMENTO 15
O QUE SIGNIFICAM OS NÚMEROS DE UMA MEDIDA DE PRESSÃO ARTERIAL: ........................... 16
VALORES MÉDIOS DE PRESSÃO ARTERIAL .................................................................................. 17
5-TRATAMENTO ...................................................................................................................... 17
6- URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS .................................................................... 17
7-CUIDADOS DE ENFERMAGEM .............................................................................................. 18
8- TERMOS TÉCNICOS RELACIONADOS: .................................................................................. 18
ANGINA ....................................................................................................................................... 18
1-OQUE É? ............................................................................................................................... 18
2-OQUE CAUSA? ...................................................................................................................... 19
3-QUANDO SUSPEITAR? .......................................................................................................... 19
4-TIPOS DE ANGINA: ............................................................................................................... 19
5-COMO CONFIRMAR? ............................................................................................................ 20
6-TRATAMENTO ...................................................................................................................... 20
7-ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM........................................................................................... 21
8- TERMOS TÉCNICOS: ............................................................................................................ 21
IAM – INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO .................................................................................... 22
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 22
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 22
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 23
4 - COMO CONFIRMAR? .......................................................................................................... 24
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 24
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ........................................................................................... 25
7 – TERMOS TÉCNICOS ................................................................................................................ 26
PCR – PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA ....................................................................................... 26
1 – O QUE É ............................................................................................................................. 26
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 27
3 – MODALIDADES .................................................................................................................. 27
4 – QUANDO SUSPEITAR ......................................................................................................... 29
5 – COMO CONFIRMAR ........................................................................................................... 29
6 – TRATAMENTO .................................................................................................................... 29
IMPORTANTE LEMBRAR .............................................................................................................. 30
7 – ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM ........................................................................................ 30
8 – TERMOS TÉCNICOS: ........................................................................................................... 30
CAPITULO II ................................................................................................................................. 31
2
SISTEMA RESPIRATÓRIO.............................................................................................................. 31
ANATOMIA E FISIOLOGIA ........................................................................................................ 31
PNM – PNEUMONIA .................................................................................................................... 34
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 34
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 34
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 35
4 – COMO CONFIRMAR? ......................................................................................................... 36
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 36
6 – CLASSIFICAÇÃO DA PNEUMONIA: ..................................................................................... 37
7 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 38
8 – TERMOS TÉCNICOS: ........................................................................................................... 38
DPOC – DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA ................................................................ 39
1 – O QUE É ............................................................................................................................. 39
2- O QUE CAUSA ...................................................................................................................... 40
3 – QUANDO SUSPEITAR ......................................................................................................... 41
Bronquite crônica: ............................................................................................................... 41
Enfisema .............................................................................................................................. 42
4 – COMO CONFIRMAR ........................................................................................................... 42
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 43
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 45
7 – TERMOS TÉCNICOS: ........................................................................................................... 46
ASMA ........................................................................................................................................... 46
1 – O QUE É ............................................................................................................................. 46
2 – O QUE CAUSA .................................................................................................................... 48
Asma e exercício...................................................................................................................... 49
– CLASSIFICAÇÕES QUANTO A INTESIDADE ............................................................................ 50
4 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 51
5 – COMO CONFIRMAR ........................................................................................................... 53
6 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 53
USO DE MEDICAMENTOS ............................................................................................................ 54
MANEJO DA ASMA ...................................................................................................................... 55
Medindo o Pico do Fluxo Expiratório ...................................................................................... 55
7 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 57
8 – TERMOS TÉCNICOS: ........................................................................................................... 57
SINUSITE ...................................................................................................................................... 57
2 – O QUE CAUSA .................................................................................................................... 58
3 – QUANDO SUSPEITAR ......................................................................................................... 58
4 – COMO CONFIRMAR ........................................................................................................... 59
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 59
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 59
7 – TERMOS TÉCNICOS: ........................................................................................................... 60
RINITE: ......................................................................................................................................... 60
1 – O QUE É ............................................................................................................................. 60
2 – O QUE CAUSA .................................................................................................................... 60
3 – QUANDO SUSPEITAR ......................................................................................................... 60
4 – QUANDO CONFIRMAR....................................................................................................... 61
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 61
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 61
7 – TERMOS TÉCNICOS: ........................................................................................................... 62
GRIPE A – H1N1 ........................................................................................................................... 62
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 62
3
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 62
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 63
4 – COMO CONFIRMAR? ......................................................................................................... 63
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 64
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 64
7 – TERMOS TÉCNICOS: ........................................................................................................... 65
SISTEMA DIGESTÓRIO ................................................................................................................. 65
ANATOMIA E FISIOLOGIA: ....................................................................................................... 65
GASTRITE ..................................................................................................................................... 66
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 66
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 66
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 67
4 – COMO CONFIRMAR? ......................................................................................................... 68
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 68
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 69
7 – TERMOS TÉCNICOS: ........................................................................................................... 69
ÚLCERA PÉPTICA.......................................................................................................................... 70
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 70
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 70
3 – COMO SUSPEITAR? ............................................................................................................ 71
4 – COMO CONFIRMAR? ......................................................................................................... 72
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 72
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 73
CIRROSE HEPÁTICA ...................................................................................................................... 73
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 73
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 74
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 74
4 – COMO CONFIRMAR? ......................................................................................................... 76
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 77
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 77
7 – TERMOS TÉCNICOS: ........................................................................................................... 78
SISTEMA RENAL ........................................................................................................................... 78
ANATOMIA E FISIOLOGIA ........................................................................................................ 78
O Rim e a Excreção .............................................................................................................. 78
Ureteres............................................................................................................................... 81
Bexiga .................................................................................................................................. 81
Uretra .................................................................................................................................. 82
A formação da urina ............................................................................................................ 82
I.T.U. INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO........................................................................................ 83
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 83
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 83
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 84
4 – COMO CONFIRMAR? ......................................................................................................... 85
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 85
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 86
7 – TERMOS TÉCNICOS: ........................................................................................................... 86
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA – IRA ........................................................................................... 87
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 87
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 87
3 – QUANDO SUSPEITAR? ....................................................................................................... 88
4 – COMO CONFIRMAR? ......................................................................................................... 88
4
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 89
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 89
7 – TERMOS TÉCNICOS: ........................................................................................................... 89
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA – IRC ........................................................................................ 90
1 – O QUE É? ........................................................................................................................... 90
2 – O QUE CAUSA? .................................................................................................................. 90
- QUANDO SUSPEITAR? ........................................................................................................... 91
3 – COMO CONFIRMAR? ......................................................................................................... 91
4 – TRATAMENTO: ................................................................................................................... 92
DIÁLISE ........................................................................................................................................ 94
RAZÕES PARA A DIÁLISE .............................................................................................................. 94
PROBLEMAS ................................................................................................................................ 95
DIÁLISE PERITONEAL ................................................................................................................... 99
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: ..................................................................................... 103
7 – TERMOS TÉCNICOS: ......................................................................................................... 103
SISTEMA ENDÓCRINO ............................................................................................................... 103
ANATOMIA E FISIOLOGIA ...................................................................................................... 103
PÂNCREAS ................................................................................................................................. 105
DIABETES MELITUS .................................................................................................................... 105
1 – O QUE É? ......................................................................................................................... 105
2 – O QUE CAUSA? ................................................................................................................ 106
3 – QUANDO SUSPEITAR? ..................................................................................................... 107
4 – COMO CONFIRMAR? ....................................................................................................... 108
5 – TRATAMENTO: ................................................................................................................. 109
6 – ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM: ....................................................................................... 110
7 – TERMOS TÉCNICOS: ......................................................................................................... 110
SISTEMA NEURÓLOGICO OU NERVOSO .................................................................................... 111
1.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA: ............................................................................................... 111
DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO ............................................................................................... 115
MEDULA ................................................................................................................................ 115
IMPORTÂNCIA: .......................................................................................................................... 116
Nervos Cranianos: (12 pares) ................................................................................................ 116
O CEREBELO............................................................................................................................... 117
O TRONCO ENCEFÁLICO ............................................................................................................ 117
BULBO ....................................................................................................................................... 118
“A PONTE OU PROTUBERÂNCIA ................................................................................................ 119
CEFALÉIA.................................................................................................................................... 120
1 - O QUE É ENXAQUECA (DOR DE CABEÇA)? ....................................................................... 120
2 – O QUE CAUSA? ................................................................................................................ 120
ALIMENTOS E ENXAQUECA (DOR DE CABEÇA) ......................................................................... 121
AVALIAÇÃO DA ENXAQUECA (DOR DE CABEÇA) ....................................................................... 121
3 - TRATAMENTOS : ............................................................................................................... 122
1)Para enxaqueca, dor de cabeça com causa na COLUNA ou HEMODINÂMICA: ............. 122
2) Para enxaqueca, dor de cabeça de causa bioquímica e alimentar (como citado acima é
de causa idiopática):.......................................................................................................... 122
DICAS SOBRE ENXAQUECA E DOR DE CABEÇA (CEFALÉIA) ....................................................... 123
1) A pimenta vermelha (Capsicum annum) para enxaqueca (dor de cabeça): ..................... 123
2) Hortelã (Mentha piperita) na enxaqueca (dor de cabeça): .............................................. 124
3) Gengibre (Zingiber officinale) para enxaqueca (dor de cabeça): ...................................... 124
Algumas das causas da cefaléia: ........................................................................................... 124
CONVULSÕES............................................................................................................................. 125
5
1 – O QUE É? ......................................................................................................................... 125
2 – O QUE CAUSA? ................................................................................................................ 126
3 – QUANDO SUSPEITAR? ..................................................................................................... 127
Os Sintomas das Crises Convulsivas Variam de Acordo Com a Localização...................... 127
Espasmos Infantis e Convulsões Febris ................................................................................. 128
Epilepsia ................................................................................................................................ 128
Sintomas ................................................................................................................................ 129
Diagnóstico ............................................................................................................................ 131
Tratamento............................................................................................................................ 132
Medicamentos Utilizados no Tratamento das Crises Convulsivas ........................................ 133
Atividade Cerebral Durante Uma Crise Convulsiva ............................................................... 135
AVE, Acidente vascular encefálico ........................................................................................ 136
O que é AVE? ......................................................................................................................... 136
AVC hemorrágico .................................................................................................................. 139
Ataque isquêmico transitório................................................................................................ 141
-Tratamento .......................................................................................................................... 142
TCE- TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO ......................................................................................... 142
Manifestações Clínicas .......................................................................................................... 142
Diagnóstico ............................................................................................................................ 143
Tratamento............................................................................................................................ 143
Intervenções de Enfermagem ............................................................................................... 143
6
7
ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA
1. SISTEMA CARDIOVASCULAR
1.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA
Sua principal função é o fornecimento constante de oxigênio e nutrientes e é
composto por coração, veias e artérias.
Coração – proporciona impulso ao fluxo sanguíneo
Artérias – vasos sanguíneos de alta pressão que conduzem o sangue do coração
para os tecidos são tubos cilindróides, elásticos, não possuem válvulas, conduzem o
sangue oxigenado. Geralmente são profundas e possuem pequeno, médio e grande
calibre.
Veias – vasos sanguíneos que conduzem sangue dos tecidos para o coração. São
tubos cilindróides, menos elásticos do que as artérias e transportam sangue rico em CO2.
Algumas das funções do sangue: transporte de oxigênio e gás carbônico,
distribuição de nutrientes absorvidos, manutenção da temperatura corpórea dentro dos
limites.
8
Circulação sanguínea - Em seu percurso pelo organismo, o sangue é impulsionado
pelo coração, através das artérias, a todas as células do corpo, oxigenando os tecidos e
recolhendo o gás carbônico. E é através das veias que este sangue, rico em gás carbônico
e detritos, retorna ao coração, de onde é bombeado aos pulmões, que será novamente
oxigenado pela respiração.
Esquema da circulação sangüínea: 1-Coração; 2-Circulação cerebral; 3-Circulação
pulmonar; 4-Circulação hepática; 5-Circulação gástrica; 6-Baço; 7-Circulação renal; 8Circulação intestinal; 9-Circulação nos membros inferiores
I.C.C. – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA
1- O QUE É:
É a incapacidade cardíaca de bombear sangue suficiente para suprir as
necessidades de oxigênio e nutrientes dos tecidos e órgãos ou de fazê-lo utilizando
pressões ou volumes anormalmente aumentados.
A doença pode se instalar de forma aguda e súbita e o problema é que boa partes
das pessoas com essa patologia não reconhecem que estão doentes e não procura o
médico, portanto é necessário o diagnóstico precoce, para evitar a progressão da doença
para estágios mais graves
9
A incidência da insuficiência cardíaca na população aumenta muito com a idade de
1 para 1000 pacientes/ano antes dos 45 anos e 30 para 1000 depois dos 85 anos.
2 – QUAIS SÃO AS CAUSAS:

IAM

Isquemia intermitente ou persistente

Choque

Hipertensão arterial crônica

Valvulopatia obstrutiva

Valvulopatia regurgitante

Distúrbio genético

Agentes tóxicos ou medicamentosos

Idiopatia

Taquicardia crônica

Gestação

Doença de chagas
3 – QUANDO SUSPEITAR:
O diagnóstico clínico geralmente é fácil, quando estão presentes os sinais e
sintomas clássicos como dispnéia, taquicardia, intolerância a esforços, batimento de
jugular, ingurgitamentos venosos, edema pulmonar e periférico e terceira bulha. Mas em
alguns casos os sinais não são tão evidentes.
A apresentação mais freqüente é a dispnéia e intolerância progressiva aos esforços
que antes eram bem tolerados. A dispnéia que é a alteração mais importante é devida
principalmente pela congestão e edema pulmonar. É freqüentemente precipitada por
exercícios. Do ponto de vista prático consideram-se grandes esforços, subir morro, subir
escadas, correr ou andar muito rápido, praticar esportes, carregar peso e trabalho com
atividade física. São considerados médios esforços atividades usuais domésticas, fazer
faxina, lavar roupas, cuidar de crianças, etc. e os mínimos esforços são cuidados pessoais
básicos como tomar banho, trocar roupa, ir ao banheiro, alimentar-se, etc.
10
Além de desconforto respiratório, esforço aumentado para respirar, tiragens,
sensação incomoda, desagradável e angustiante falta de ar, uso da musculatura acessória,
taquipnéia, ortopnéia, a congestão pulmonar pode ser manifestada por alterações no
sono, tosse noturna, apnéia durante o sono.
O edema freqüentemente tem um componente gravitacional, ou seja, será nos
membros inferiores quando o paciente deambula e sacral quando o paciente é acamado.
Um quadro de anasarca é comum em casos mais graves com também extremidades frias e
cianóticas.
A queixa de fadiga e irritabilidade é freqüente, podendo haver alteração da
memória e da atenção. O paciente agudamente descompensado geralmente está
inquieto, dispnéico, pálido e sudorético.
4 – COMO CONFIRMAR:
O diagnóstico e a classificação da gravidade da doença são basicamente
clínicos. A base do diagnóstico depende da presença de uma causa ou um fator
agravante.

Ecocardiografia: é o exame isolado mais útil, pois permite determinar o local da

Raios-X de tórax: a cardiomegalia (coração maior que 0,50) ocorre em quase
lesão.
todos os casos e é um forte indicador da doença.

Hemograma: algumas doenças que causam a insuficiência produzem
alterações no hemograma.

Eletrocardiograma: não apresenta alterações típicas da doença, mas identifica
arritmias.

Teste de esforço: não é indicado, mas em alguns casos pode ser feito em
esteiras ou bicicletas ergométricas.

Exames de acompanhamento e de controle: exames que periódicos fazem
com que evitem maiores complicações.
5 – FORMAS DE TRATAMENTO:
Algumas medidas profiláticas são universais, tais como:
11


Promover controle rigoroso das doenças associadas, sobre tudo hipertensão

Discutir com pacientes obesos sobre o peso ideal e sobrepesos também.

Parar de fumar

Tentar definir a causa básica e afastar o agente causador

Tratamento farmacológico (beta bloqueador, diurético, digitálico)

Repouso nas fases agudas
Restrição de sódio

Restrição hídrica

Oxigenoterapia quando necessário

UTI para casos mais graves
6 – ASSISTÊNCIAS DE ENFERMAGEM:

Orientar a manter repouso físico e emocional

Posição semi-fowler par evitar a congestão

Avaliar constantemente sinais vitais, sinais de inconsciência e ausculta cardíaca

Observar aspecto da pele (fria/palidez)

Administrar terapêutica prescrita e avaliar eficácia da mesma

Observar sinais de dispnéia, insuficiência respiratória

Administrar O2 conforme prescrição

Monitorizar função respiratória ( FR, profundidade, facilidade)

Mudanças de decúbito

Proporcionar refeições fracionadas e em poucas quantidades

Controle hídrico
7 – TERMOS TÉCNICOS RELACIONADOS:

IAM

Taquicardia

Dispnéia

Edema

Tiragens
12

Taquipnéia

Ortopnéia

Apnéia

Deambular

Cianose

Isquemia
H.A.S. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
1 – O QUE É:
A hipertensão arterial é uma doença definida pela persistência de níveis de pressão
arterial acima de 135 mmHg de pressão sistólica e 85 mmHg de pressão diastólica. A
hipertensão eleva em quatro vezes o risco de acidente vascular encefálico e de seis vezes a
insuficiência cardíaca.
É quase sempre assintomática, mas se deixar evoluir naturalmente, a doença
desencadeia alterações em órgãos vitais, sobretudo o coração, cérebro, rins, olhos e vasos.
2 – QUAIS SÃO SUAS CAUSAS:

Alimentação (sal/gorduras)

Obesidade / sobrepeso

Tabagismo

Alcoolismo, drogas

Idade avançada

Raça negra

Pobreza

IAM

ICC

AVE

Diabetes
13
3 – QUANDO SUSPEITAR:
Geralmente silenciosa, a maioria dos casos é identificado por medida de rotina, o
que reforça a importância de avaliar a pressão arterial em todas as pessoas. Os sintomas
normalmente associados com a hipertensão como cefaléia, hepistaxe, zumbidos,
alterações visuais e palpitações.
A presença das características que predispõe ou aumentam o risco de hipertensão
(idade acima de 55 anos, histórico familiar, obesidade, sintura acima de 98 nos homens e
85 nas mulheres, etnia negra, indivíduos sedentários e estressados) reforçam ainda mais a
necessidade de controles e medidas para detectar a doença precocemente.
4 – COMO CONFIRMAR:
O diagnóstico da hipertensão arterial é basicamente estabelecido pelo encontro dos
níveis tensionais permanentemente elevados acima dos limites de normalidade, quando a
pressão arterial é determinada por métodos e condições apropriadas. Portanto, a medida
da pressão arterial é o elemento chave para o estabelecimento do diagnóstico da
hipertensão arterial.
Há três formas de aferir a pressão arterial:

Medida indireta da pressão arterial
A medida da pressão arterial, pela sua importância, deve ser estimulada e realizada,
em toda a avaliação de saúde, por médicos de todas as especialidades e demais
profissionais da área da saúde.
O esfigmomanômetro é o aparelho ideal para essas medidas, entretanto ele deve
ser periodicamente testado e calibrado. O paciente deve ficar sentado, em ambiente calmo
com temperatura agradável e não deve estar com a bexiga cheia, nem ter praticado
exercícios, nem ter ingerido bebidas alcoólicas ou café, ou ter fumado até 30 minutos
antes das medidas. O paciente não deve falar durante o procedimento. Após o registro das
medidas, o paciente deve ser informado sobre os valores de pressão arterial e a possível
necessidade de acompanhamento.
Em cada consulta, deverão ser realizadas no mínimo duas medidas, com intervalos
de 1 a 2 minutos. As medições na primeira avaliação devem ser obtidas em ambos os
14
membros superiores. As posições recomendadas na rotina para a medida de pressão
arterial são sentadas e/ou deitada. De acordo com a situação clínica, recomenda-se que as
medidas devam ser repetidas em pelo menos duas ou mais visitas. Nos indivíduos idosos, a
pressão arterial também deve ser medida em pé (posição ortostática).

Medida ambulatorial da pressão arterial (MAPA)
O MAPA é um método automático de medida indireta da pressão arterial durante
24 horas, enquanto o paciente realiza suas atividades rotineiras, inclusive durante o sono.
É importante ressaltar que ainda não existe evidência de que esse método deva ser
empregado na avaliação rotineira do paciente hipertenso, não substituindo, portanto, a
avaliação clínica do paciente e a medida da pressão arterial de consultório.

Medida domiciliar e auto medida da pressão arterial.
Os aparelhos eletrônicos devidamente validados e calibrados são os mais indicados
para a medida da pressão arterial domiciliar. Os aparelhos de medida de pressão arterial
no dedo não são recomendados.
Esses procedimentos são úteis para:

Identificar a hipertensão do avental branco ( de consultório isolada);

Avaliar a eficácia da terapêutica anti-hipertensiva;

Reduzir custos.
Apesar de ainda não existir consenso quanto aos valores de normalidade para a
medida da pressão arterial domiciliar, considera-se valores normais até 135/85mmHg.
CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM ADULTOS E A RECOMENDAÇÃO DE
SEGUIMENTO
PRESSÃO
PRESSÃO
SISTÓLICA
DIASTÓLICA
CLASSIFICAÇÃO
SEGUIMENTO
< 130
< 85
Normal
Reavaliar em 01 ano
130 a 139
85 a 89
Normal - limítrofe
Reavaliar em 06 meses
15
140 a 159
90 a 99
160 a 179
100 a 109
> ou = 180
> ou = 110
> ou = 140
> 90
Hipertensão leve
Hipertensão
moderada
Hipertensão
grave
Confirmar
em
02
meses
Confirmar em 01 mês
Imediato
Hipertensão
Confirmar
sistólica
meses
em
02
O QUE SIGNIFICAM OS NÚMEROS DE UMA MEDIDA DE PRESSÃO ARTERIAL:
Significam uma medida de pressão calibrada em milímetros de mercúrio (mmHg). O
primeiro número, ou o de maior valor, é chamado de sistólico, e corresponde à pressão da
artéria no momento em que o sangue foi bombeado pelo coração. O segundo número, ou
o de menor valor é chamado de diastólico, e corresponde à pressão na mesma artéria, no
momento em que o coração está relaxado após uma contração. Não existe uma
combinação precisa de medidas para se dizer qual é a pressão normal, mas em termos
gerais, diz-se que o valor de 120/80 mmHg é o valor considerado ideal. Contudo, medidas
até 140 mmHg para a pressão sistólica, e 90 mmHg para a diastólica, podem ser aceitas
como normais. O local mais comum de verificação da pressão arterial é no braço, usando
como ponto de ausculta a artéria braquial. O equipamento usado é o esfigmomanômetro
ou tensiômetro, vulgarmente chamado de manguito, e para auscultar os batimentos, usase o estetoscópio. A técnica de verificação da pressão arterial não será fornecida aqui.
Aconselhamos que você não tome como base as medidas decorrentes de
verificações feitas por pessoas leigas. É melhor procurar sempre um serviço médico
credenciado no qual você confie.
16
VALORES MÉDIOS DE PRESSÃO ARTERIAL
IDADE EM ANOS
PRESSÃO ARTERIAL EM MMHG
4
85/60
6
95/62
10
100/65
12
108/67
16
118/75
Adulto
120/80
Idoso
140-160/90-100
5-TRATAMENTO
É um tratamento de convivência, isto é, diário e para sempre dependendo do grau.
●Dieta saudável
●Reduzir o sal = dieta hipossódica
●Parar de fumar
●Atividade física
●Parar de beber
●Farmacologia = tiazídicos, diuréticos de alça, ß-bloqueadores,bloqueadores de
canal de cálcio, inibidores da ECA.
6- URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS
A diferença entre urgência e emergência está no objetivo terapêutico, pois na
emergência hipertensiva o objetivo é baixar os níveis pressóricos em 25% em alguns
minutos (Max 1 e 2 horas) enquanto na urgência a pressão pode ser reduzida lentamente,
ao longo de 8 a 12 horas.
17
7-CUIDADOS DE ENFERMAGEM
●Explicar bem ao cliente a importância da mudança no hábito de vida
●Explicar a forma correta de usar os remédios
●Verificar a PA pelo menos 2 x dia ou sempre que observar sinais evidentes de alta
pressórica
●Incentivar o auto-cuidado ao cliente.
8- TERMOS TÉCNICOS RELACIONADOS:
●Hipertensão
●Hipotensão
●Normotenso
ANGINA
1-OQUE É?
Angina é dor ou desconforto no peito quando os músculos cardíacos não recebem
sangue suficiente. Angina pode ser sentida como uma pressão ou aperto no peito. A dor
também pode ocorrer nos ombros, braços, pescoço, mandíbula ou costas. Angina também
pode ser sentida como uma indigestão. Angina é um sintoma de doença na artéria
coronária, o tipo mais comum de doença cardíaca. A doença na artéria coronária acontece
quando as placas acumulam-se nas artérias coronárias. Esse acúmulo de placas é chamado
arteriosclerose. À medida que as placas se acumulam, as artérias coronárias ficam estreitas
e duras. O fluxo sanguíneo para o coração é diminuído, reduzindo o suprimento de
oxigênio para o músculo cardíaco. Nem toda dor ou desconforto é angina, porém sempre
deve sempre ser checada por um médico.
18
As artérias coronárias são artérias situadas na superfície do coração para alimentar o
músculo cardíaco (miocárdio)
2-OQUE CAUSA?
Uso do tabaco, colesterol elevado, pressão alta, diabetes, obesidade, sedentarismo e
do stress.
À medida que a idade avança o risco vai sendo maior. Os homens são mais
atingidos por esta doença que as mulheres. Os fatores hereditários são também
importantes.
3-QUANDO SUSPEITAR?
Existência de dor precordial no centro do peito ou sub-esternal, irradiação para
ombro e braço esquerdo, pode aparecer dor no queixo, mandíbula e pescoço, dor no
epigástrio e/ou na região interescapular central, sentida como uma pressão, aperto,
angústia, com duração de trinta minutos geralmente. Pode estar relacionada com exercício
físico, ataque de raiva ou uma refeição pesada
4-TIPOS DE ANGINA:
* Angina estável. Esse é o tipo mais comum de angina. Ele ocorre quando o coração
está trabalhando mais forte do que o usual. Na angina estável há um padrão regular, o
qual depois de alguns episódios a pessoa pode reconhecer e prever quando ocorrerá. A
19
dor da angina estável geralmente vai embora alguns minutos depois da pessoa repousar
ou tomar medicamento. Angina estável aumenta a probabilidade de ataque cardíaco
futuro.
* Angina instável. Essa é uma condição muito perigosa que requer tratamento de
emergência. É um sinal de que ataque cardíaco pode ocorrer logo. Diferente da angina
estável, a instável não segue um padrão. Ela pode ocorrer sem esforço físico e não é
aliviada com repouso ou medicamento.
* Angina variante (Prinzmetal). Esse é um tipo raro de angina que geralmente
ocorre quando a pessoa está repousando. A dor pode ser forte e geralmente ocorre entre
a meia-noite e cedo de manhã. Angina variante é aliviada com medicamentos.
5-COMO CONFIRMAR?
●Eletrocardiograma
●O melhor método para diagnosticar a doença coronária é a angiografia coronária.
Esta técnica envolve a utilização de um tubo (cateter) inserido no corpo por uma artéria e
através do qual é injectado um produto de contraste radiológico. Com uma câmara de raio
X é feito um filme onde fica registado o fluxo sanguíneo e a exacta localização e a
gravidade das obstruções nas artérias coronárias. Este procedimento é o cateterismo
cardíaco e efectua-se num Laboratório de Hemodinâmica.
●ECG de esforço
●Raio- x do tórax
●Exame clínico
6-TRATAMENTO
O tratamento da doença coronária divide-se em três tipos:
Médico - utilização de medicação. Todo o doente coronário é medicado, podendo
ser utilizados como único tratamento, mas também como complemento para as outras
técnicas seguidamente apresentadas. Uso de ß-bloqueadores, nitratos,ácido acetil salicílico.
Na hora da dor: nitroglicerina sublingual.
20
- Angioplastia Coronária - intervenção - consiste na dilatação das estenoses
(pequenos apertos nas artérias que impedem a normal circulação sanguínea), e colocação
de uma malha metálica (stent) para manter a artéria aberta e restabelecer a normal
circulação.
- Cirurgia de Revascularização Coronária - método que visa utilizar artérias ou veias
da própria pessoa e com elas fazer uma ponte (bypass) que leva o sangue às zonas
situadas para além dos apertos do coração e assim restabelecer a normal circulação.
7-ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
●Informar e educar sobre natureza da doença
A primeira coisa que uma pessoa com angina deve fazer é realizar algumas
alterações de estilo de vida, como:
* Caso angina venha com esforço físico, diminuir o esforço ou fazer paradas de
descanso.
* Caso angina venha depois de refeição pesada, evitar refeições grandes que façam
sentir-se cheio.
* Caso angina apareça com o estresse, evitar situações estressantes ou
perturbadoras e aprender técnicas para administrar o estresse que não pode ser evitado.
* Caso seja fumante, parar de fumar.
* Praticar exercícios físicos sob orientação médica.
* Emagrecer caso esteja acima do peso.
8- TERMOS TÉCNICOS:
Dor epigástrica
Dor precordial
Dor subesternal
Sedentarismo
21
IAM – INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
1 – O QUE É?
Um infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco, ocorre
quando as artérias que suprem de sangue a parede do coração – as artérias coronárias –
se entopem de repente, em geral por um pequeno trombo (coágulo sanguíneo). Estes
coágulos sanguíneos normalmente se formam dentro das artérias coronárias já estreitadas
pela arteriosclerose, um problema no qual placas de gordura ficam aderidas ao longo das
paredes internas dos vasos sanguíneos. A partir do momento em que a região suprida por
aquela artéria coronária deixa de receber sangue, as respectivas células (fibras musculares)
entram em sofrimento e começam a morrer. Esta situação interfere com a capacidade do
coração em bombear o sangue para os tecidos, em maior ou menor grau, de acordo com
o tamanho e localização do infarto; ou ainda, compromete áreas que controlam as batidas
do coração, causando arritmias (às vezes, fatais). Quase 25 por cento dos infartos levam à
morte súbita, com a perda da vítima em questão de segundos ou minutos, sem que dê
tempo de se obter socorro.
Artérias coronárias e seus ramos (em vermelho).
1. Artéria Coronária Direita
2. Artéria Coronária Esquerda
2 – O QUE CAUSA?

História familiar de doença coronariana,

Fumo,
22

Obesidade,

Pressão alta (hipertensão),

Diabetes Mellitus,

Sedentarismo (Inatividade física),

Níveis elevados de colesterol total no sangue (hipercolesterolemia, às vezes de
caráter familiar),

Níveis baixos do HDL colesterol (colesterol “bom”).
Embora a maioria dos ataques do coração seja causado pela arteriosclerose, há
casos mais raros nos quais os ataques do coração resultam de outras doenças. Elas
incluem:

Problemas congênitos (de nascença) das artérias coronárias,

Excesso de coagulação do sangue (hipercoagulabilidade),

Doenças Clínicas como a Artrite Reumatóide ou o Lúpus Eritematoso
Sistêmico,

Abuso de drogas como a cocaína,

Espasmos das artérias coronárias,

Êmbolos – pequenos coágulos sanguíneos que se desprendem de outros
locais - e migram em direção a uma artéria coronária.
3 – QUANDO SUSPEITAR?

Dor no peito - É o sintoma mais comum de um infarto do coração. A dor é
descrita como pontada, aperto, peso, facada ou queimação.

Irradiação da dor (esparrama) para os braços (principalmente o esquerdo),
para o abdome, pescoço, queixo ou pescoço.

Sudorese fria,

Falta de ar,

Fraqueza ou perda do equilíbrio súbito,

Náuseas e vômitos,

Desmaios,
23

Taquicardia e palpitações,

Confusão mental, Agitação.
4 - COMO CONFIRMAR?
O cardiologista irá colher uma história rápida com o paciente ou seus familiares,
incluindo o tempo de aparecimento da dor e os outros sintomas. O familiar pode ajudar
com informações sobre nomes e dosagens de medicamentos atualmente em uso e outras
doenças que o paciente tenha.
O médico irá suspeitar de um ataque do coração baseando-se nos sintomas, na
história clínica e nos fatores de risco para a doença coronariana. Para confirmar o
diagnóstico ele fará:

Eletrocardiograma (o ECG): mostra o ritmo e freqüência do coração, incluindo as
alterações típicas do infarto,

Exame físico detalhado, com atenção especial para seu coração e pressão sanguínea,

Exames de sangue com dosagem das enzimas cardíacas, que são liberadas no sangue
quando o músculo do coração é lesado (CPK, CKmb, DHL, TGO e Troponina),

Ecocardiograma: mostra as condições do músculo e das válvulas do coração.
5 – TRATAMENTO:
O tratamento de um ataque de coração é feito numa unidade coronariana (UTI
especializada em problemas do coração) e depende das condições do paciente - se o
paciente está bem ou se tem risco imediato de morte.
Primeiras medidas: Iniciados logo após a admissão na unidade coronariana.

Aspirina: Usada para ajudar a prevenir a formação de coágulos sanguíneos,

Oxigênio: Através de um cateter nasal ou máscara,

Medicamentos para a dor (Ex. derivados da morfina),

Beta-bloqueadores: Usados para reduzir a demanda de oxigênio pelo coração,

Nitratos (nitroglicerina): Usados para aumentar fluxo de sangue para o coração,
24

Inibidores da ECA (enzima de conversão da angiotensina): Estes medicamentos
ajudam o coração a trabalhar de forma mais eficaz, principalmente abaixando a pressão
sanguínea. Incluem o Captopril, o Enalapril, o Ramipril, o Perindopril, o Fosinopril, e o
Lisinopril.

Inibidores dos receptores IIb/IIIa: São medicamentos que bloqueiam a ligadura entre
as plaquetas pelo fibrinogênio, reduzindo a coagulação. Estes remédios incluem o
Abciximab (ReoPro®) e o Tirofiban (Aggrastat®).
Cateterismo Cardíaco: Tão logo se estabeleça o diagnóstico de infarto do miocárdio,
o paciente é considerado candidato ao tratamento para reperfusão da coronária
acometida. A reperfusão é melhor feita mecanicamente. O paciente é encaminhado ao
setor de Hemodinâmica para fazer um cateterismo cardíaco. Um cateter é enfiado por um
vaso sanguíneo grande em direção ao coração. Um contraste é injetado para localizar o
bloqueio na artéria coronária. É aí que será feito o diagnóstico preciso da lesão e sua
localização.
Angioplastia Coronariana Percutânea: Depois de determinada a localização da
lesão, uma angioplastia será feita na tentativa de desbloquear a artéria coronária. Nela, um
cateter diferente, que tem um pequeno balão vazio na ponta, é enfiado através do
bloqueio, e então o balão é insuflado para esmagar o coágulo e a placa. A maioria dos
cateteres com balão também têm uma malha de arame, chamada “stent” na ponta. Depois
que o balão é insuflado, o stent permanece em seu lugar para manter a artéria aberta.
Trombólise: A reperfusão também pode ser feita com remédios que dissolvem o
coágulo, chamados agentes trombolíticos. Estes incluem o Ativador do Plasminogênio
Tecidual (tPA®) e a Estreptoquinase. Estes medicamentos são freqüentemente usados
quando não é possível fazer uma angioplastia imediata.
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

Reduzir ansiedade do paciente e familiar

Explicar sobre a doença

Manter repouso absoluto do paciente no leito

Orientar o paciente a se auto avaliar
25

Proporcionar higiene e conforto

Auxiliar nas alimentações diárias.

Monitorizar SSVV a cada 20 minutos e ir diminuindo conforme evolução do paciente

MONAB
7 – TERMOS TÉCNICOS

Taquicardia

Arteriosclerose

ECG

Sudorese

Êmbolos
PCR – PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA
1 – O QUE É
A parada cardiorespiratória é a interrupção da circulação sanguínea, decorrente da
suspensão súbita e inesperada dos batimentos cardíacos. Depois de uma parada
cardiorrespiratória a pessoa perde a consciência em cerca de 10 a 15 segundos devido a
parada de circulação sanguínea cerebral.
Se uma pessoa permanecer de 4 a 6 minutos sem oxigênio, as células cerebrais
morrem rapidamente. A parada cardiorespiratória pode acontecer na presença de três
ritmos cardíacos diferentes: Fibrilação Ventricular (caracterizada por um ritmo cardíaco
rápido, irregular e ineficaz); Assistolia (ausência de ritmo cardíaco, interrupção da atividade
elétrica do músculo cardíaco); Atividade Elétrica sem pulso (presença de atividade elétrica
no músculo cardíaco, não há circulação sanguínea e os batimentos cardíacos são
ineficazes.
26
2 – O QUE CAUSA?

Cardiopatias

H.A.S.

D.M.

Anóxia

Antecedentes familiares de morte súbita

Pneumotórax hipertensivo

Choque

Obstrução de vias aéreas

Broncoespasmos

Reações anafiláticas

Acidentes automobilísticos

Politraumas
3 – MODALIDADES
Assistolia - É a cessação de qualquer atividade elétrica ou mecânica dos ventrículos.
No eletrocardiograma (ECG) caracteriza-se pela ausência de qualquer atividade elétrica
ventricular observada em, pelo menos, duas derivações (fig. 1).
Fig. 1 - Assistolia ventricular; no início do traçado registrou-se um complexo QRS e
onda T, seguido de linha isoelétrica.
Fibrilação ventricular - É a contração incoordenada do miocárdio em conseqüência
da atividade caótica de diferentes grupos de fibras miocárdicas, resultando na ineficiência
total do coração em manter um rendimento de volume sangüíneo adequado. No ECG,
ocorre a ausência de complexos ventriculares individualizados que são substituídos por
ondas irregulares em ziguezague, com amplitude e duração variáveis (fig. 2).
27
Fig. 2 - Fibrilação ventricular. A) ondas amplas e rápidas - fibrilação ventricular tipo
"grosseiro"; B) ondas pequenas e lentas - fibrilação tipo "fino".
Taquicardia ventricular sem pulso - É a sucessão rápida de batimentos ectópicos
ventriculares que podem levar à acentuada deterioração hemodinâmica, chegando
mesmo a ausência de pulso arterial palpável, quando, então, é considerada uma
modalidade de parada cardíaca, devendo ser tratada com o mesmo vigor da FV. O ECG
caracteriza-se pela repetição de complexos QRS alargados não precedidos de ondas P e, se
estas estiverem presentes, não guardam relação com os complexos ventriculares. Podem
ocorrer capturas isoladas de alguns complexos QRS. Em geral os ciclos ventriculares têm
sucessão a intervalos irregulares (fig. 3).
Fig. 3 - Taquicardia ventricular.
Atividade elétrica sem pulso - É caracterizada pela ausência de pulso detectável na
presença de algum tipo de atividade elétrica, com exclusão de taquicardia ou FV. A
atividade elétrica sem pulso incorpora a dissociação eletromecânica (DEM) e um grupo
heterogêneo de ritmos que inclui: pseudo DEM, ritmo idioventricular, ritmo de escape
ventricular, ritmo idioventricular pós desfibrilação e ritmos bradiassistólicos. Ao ECG,
caracteriza-se pela presença de complexos QRS largos e bizarros que não produzem
resposta de contração miocárdica eficiente e detectável (fig. 4).
28
Fig. 4 - Dissociação eletromecânica ou ritmo agônico. Complexos QRS largos e
bizarros. Ritmo idioventricular, sem contração mecânica ventricular correspondente
4 – QUANDO SUSPEITAR
- Incapacidade ou ausência respiratória;
- midríase (dilatação das pupilas);
- perda de consciência;
- falta de pulso;
- cianose (as extremidades dos dedos e dos lábios tornam-se roxas);
- ausência de batimentos cardíacos.
5 – COMO CONFIRMAR
O diagnóstico da parada cardiorespiratória pode ser obtido através de ausência de
movimentos respiratórios, inconsciência, cor arroxeada dos lábios e unhas, dilatação das
pupilas, ausência de pulso e de respostas a estímulos dolorosos. Um eletro também pode
auxiliar no diagnóstico.
6 – TRATAMENTO
RCP
O atendimento Rápido é fundamental para o sucesso terapêutico.
A - B - C
da VIDA
A- Abertura de Vias aéreas
B- B- Boa Respiração ( ver, ouvir e sentir)
C- C- circulação
Desfibrilador
30 massagens para 2 respirações
29
Drogas mais utilizada em PCR
Adrenalina – Fundamental para o tratamento de PCR, independente do traçado do ECG. A
dose utilizada é de 1mg a cada 5 minutos.
Atropina- Medicamento parassimpático clássico, a dose é de 1mg a cada 5 minutos
Lidocaína(Xilocaína) sem vaso constritor usado em Arritmias Ventriculares.A dose utilizada
normalmente é de 10ml em bolus
IMPORTANTE LEMBRAR
Tempo é vida o cérebro humano suporta no Maximo de 3 a 5 minutos sem
oxigênio.
Somente 03 Drogas comprovadamente podem ser feitas no TOT (Adrenalina,
atropina e Xilocaína injetável)
Podemos usar a via intra-óssea para administração de drogas.
Toda a Equipe de Saúde deve ser treinada em manobras de RCP.
7 – ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM
- Isolar a cama ou a maca do paciente com biombos.
- Providenciar material, medicamentos e aparelhos necessários á ressuscitação cardio
pulmonar;
- Puncionar e fixar uma veia para administração e soluções e drogas prescritas;
- Colaborar na dissecação de veia ou passagem de intracarth;
- Fazer anotações no prontuário, tais como: hora da parada, atendimento prestado,
resultado e óbito;
- O auxiliar de enfermagem deve auxiliar ao médico em todos os procedimentos
necessários.
8 – TERMOS TÉCNICOS:

Assistolia

Anóxia

Pneumotórax
30

Broncoespasmos

Midríase

Cianose
CAPITULO II
SISTEMA RESPIRATÓRIO
ANATOMIA E FISIOLOGIA
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos
que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as
fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os
alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas
que começam nas narinas e terminam na
faringe. Elas são separadas uma da outra
por uma parede cartilaginosa denominada
septo nasal. Em seu interior há dobras
chamadas cornetos nasais, que forçam o ar
a turbilhonar. Possuem um revestimento
dotado de células produtoras de muco e
células ciliadas, também presentes nas
porções inferiores das vias aéreas, como
traquéia, brônquios e porção inicial dos
bronquíolos. No teto das fossas nasais
existem células sensoriais, responsáveis pelo
sentido do olfato. Têm as funções de filtrar,
umedecer e aquecer o ar.
Faringe: é um canal comum aos sistemas
digestório e respiratório e comunica-se com
a boca e com as fossas nasais. O ar
inspirado pelas narinas ou pela boca passa
necessariamente pela faringe, antes de
atingir a laringe.
31
Laringe: é um tubo
sustentado por peças
de
cartilagem
articuladas, situado na
parte
superior
do
pescoço,
em
continuação à faringe.
O
pomo-de-adão,
saliência que aparece
no pescoço, faz parte de
uma
das
peças
cartilaginosas
da
laringe.
A entrada da laringe
chama-se glote. Acima
dela existe uma espécie
de
“lingüeta”
de
cartilagem denominada
epiglote, que funciona
como válvula. Quando
nos alimentamos, a
laringe sobe e sua
entrada é fechada pela
epiglote. Isso impede
que o alimento ingerido
penetre
nas
vias
respiratórias.
O epitélio que reveste a
laringe
apresenta
pregas, as cordas vocais,
capazes de produzir
sons
durante
a
passagem de ar.
32
Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm
de
diâmetro
por
10-12
centímetros
de
comprimento, cujas paredes são reforçadas por
anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região
inferior, originando os brônquios, que penetram
nos pulmões. Seu epitélio de revestimento mucociliar adere partículas de poeira e bactérias
presentes em suspensão no ar inalado, que são
posteriormente varridas para fora (graças ao
movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas.
Pulmões:
Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com
aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo
envolvida por uma membrana serosa denominada
pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se
profusamente, dando origem a tubos cada vez mais
finos, os bronquíolos. O conjunto altamente
ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou
árvore respiratória.
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas
formadas por células epiteliais achatadas (tecido
epitelial pavimentoso) recobertas por capilares
sangüíneos, denominadas alvéolos pulmonares.
33
Diafragma:
A
base
de
cada
pulmão apóia-se no diafragma,
órgão músculo-membranoso que
separa o tórax do abdomen,
presente apenas em mamíferos,
promovendo, juntamente com os
músculos
intercostais,
movimentos
respiratórios.
Localizado
logo
estômago,
o
controla
os
diafragma
os
acima
nervo
frênico
movimentos
(ver
do
controle
Imagem: SÉRIE ATLAS VISUAL.
O corpo Humano. Ed. Ática, 1997.
do
da
respiração) .
PNM – PNEUMONIA
1 – O QUE É?
A pneumonia é a inflamação dos pulmões, mas especificamente dos alvéolos, local
onde ocorrem às trocas gasosas, devido à infecção causada por bactérias, vírus, fungos e
outros agentes infecciosos ou por substâncias químicas.
Na pneumonia os alvéolos se enchem de pus, muco e outros líquidos, o que impede
o seu funcionamento adequado. O oxigênio pode não alcançar o sangue, e se existe
oxigênio insuficiente no sangue, as células do corpo não funcionam adequadamente. Por
esse motivo, e pelo risco da infecção se espalhar pelo corpo, a pneumonia pode ser fatal.
2 – O QUE CAUSA?
A pneumonia bacteriana é a mais freqüente, ocorrendo em aproximadamente 50%
dos casos. A causa mais comum de pneumonia bacteriana em adultos é uma bactéria
chamada Pneumococo. As bactérias estão presentes na cavidade oral de algumas pessoas
normais. Quando as defesas do organismo enfraquecem, elas podem ser aspiradas para os
pulmões e causar a pneumonia.
34
As pneumonias virais podem ser causadas por muitos tipos diferentes de vírus,
incluindo o vírus da gripe. Ocorrem mais comumente no outono e no inverno. As
pneumonias virais podem ser complicadas por pneumonias bacterianas. As crianças com
doença cardíacas ou pulmonares crônicas podem ter pneumonias graves pelo vírus da
gripe.
Outros microorganismos causadores da pneumonia são o Mycoplasma (segunda
causa mais freqüente de pneumonia), Chlamydia (relativamente freqüente), e Legionella
(incomum, mas causa muitos casos de pneumonia grave). Esses agentes, assim como os
vírus, podem ser contagiosos, acometendo várias pessoas que convivem em um mesmo
ambiente.
Pessoas com uma diminuição do sistema de defesa do organismo, como os
portadores de HIV e pacientes com câncer em tratamento com quimioterapia, podem ter
pneumonia por agentes infecciosos incomuns. O Pneumocystis carinii é um fungo que
comumente causa pneumonia em pessoas com AIDS.
3 – QUANDO SUSPEITAR?
Em muitos casos a pneumonia ocorre depois de um resfriado ou gripe. Os sintomas
podem se iniciar lentamente ou serem súbitos.
Os principais sintomas são:
• Febre e suor intenso
• Calafrios e tremores ,Falta de apetite
• Dor no peito que piora com a respiração, em crianças maiores
• Tosse com catarro esverdeado, marrom, ou com raias de sangue.
• Respiração ofegante, gemência e prostração
• Aceleração do pulso
Em casos graves, os lábios e cianose em extremidades, falta de oxigênio no sangue
e pode haver confusão mental. Em crianças muito pequenas ou já com outras doenças de
base, a pneumonia pode ocorre sem a presença dos sinais clássicos, o que muitas vezes
dificulta o diagnóstico.
35
4 – COMO CONFIRMAR?
O diagnóstico da pneumonia é baseado na história clínica e avaliação do exame
físico do paciente. Durante a consulta, o médico faz uma ausculta do tórax/pulmões do
doente com um estetoscópio, a fim de observar possíveis sons como roncos, chiados e
outros ruídos que possam indicar a presença de pneumonia.
Para auxiliar no diagnóstico, o médico geralmente pede uma radiografia de tórax
(ou raios-X de tórax) para confirmar a presença da pneumonia, bem como sua localização
e extensão.
Pode ser necessária ainda a realização de exames de sangue para verificar aspectos
relacionados à gravidade da infecção ou para melhor identificação do agente causador da
pneumonia em questão.
Vários outros exames podem ser necessários ainda a depender da gravidade da
pneumonia bem como da existência prévia de outras doenças ou fatores de risco do
indivíduo.
5 – TRATAMENTO:
O tratamento da pneumonia depende do tipo de microorganismo (germe)
causador da inflamação e infecção dos pulmões, da gravidade dos sintomas, da presença
de outras doenças associadas, local de contaminação (comunidade ou hospital) e grau de
comprometimento dos pulmões.
É importante lembrar que quanto mais rápido se fizer o diagnóstico e iniciar o
tratamento, melhores serão as chances de cura. Além disso, o paciente deve seguir as
orientações médicas e completar todo o tempo de tratamento previsto para o uso das
medicações (antibióticos). Desse modo, evita-se uma recidiva da pneumonia ou uma
resistência aos antibióticos utilizados.
As pneumonias mais freqüentes são as bacterianas. Nestes casos é necessário o uso
de antibióticos para combater a infecção. Após o início do tratamento, espera-se uma
melhora dos sintomas dentro de 48 a 72 horas. Caso essa melhora não ocorra, ou haja
piora dos sintomas, o paciente deverá retornar ao médico para reavaliação.
36
Para as pneumonias virais, geralmente não existe tratamento específico. Em alguns
casos são utilizados remédios antivirais. Mas na maioria das vezes, as recomendações de
tratamento são relacionadas ao repouso, dieta adequada e a ingesta de líquidos para
melhor recuperação.
Para as pneumonias causadas por fungos, é necessário o uso de remédios
antifúngicos. Já para as pneumonias causadas por parasitas ou outros tipos de
microorganismos (germes), é necessário o uso de alguns tipos de antibióticos ou outras
medicações.
Em todos os casos, o paciente sempre deve seguir as recomendações e orientações
médicas. Muitas vezes há a necessidade de retorno ambulatorial ou hospitalar para
realização de exames (radiografia ou raios-X de tórax) de controle, mesmo que o paciente
esteja se sentindo bem.
Quem irá decidir se o tratamento poderá ser feito em casa ou se será feito dentro do
hospital (com paciente internado) sempre será o médico. Em casos mais graves pode ser
necessária uma internação em unidade de terapia intensiva (UTI).
6 – CLASSIFICAÇÃO DA PNEUMONIA:

Pneumonia adquirida na comunidade: é a pneumonia adquirida no ambiente
de convívio social, seja em casa, no trabalho, academias de ginástica, creches, escolas ou
outros locais comunitários.

Pneumonia hospitalar: trata-se de uma pneumonia adquirida diante de uma
internação hospitalar. Muitas vezes é uma doença mais grave do que a pneumonia
adquirida na comunidade, já que os germes hospitalares são mais perigosos e resistentes
aos antibióticos. Além disso, o paciente internado pode ter alguma doença que provoca
queda da imunidade (ou defesa do organismo), facilitando a infecção e inflamação
pulmonar por diversos motivos.

Pneumonia aspirativa: esse tipo de pneumonia ocorre quando algum material
estranho é inalado ou aspirado para dentro dos pulmões. Ocorre mais freqüentemente
quando alimentos presentes no estômago são aspirados para o pulmão após os vômitos.
Esse tipo de pneumonia é mais observado em pacientes com lesão cerebral ou alcoólatras.
37

Pneumonia causada por microorganismos (germes) oportunistas: é uma
pneumonia que afeta pessoas com baixa imunidade (ou baixa defesa do organismo).
Germes que seriam inofensivos para pessoas saudáveis, tornam-se perigosos para
indivíduos com baixa imunidade, como é o caso de pessoas portadoras da AIDS ou
portadores de órgãos transplantados.

Pneumonia causada por germes emergentes: são germes muito virulentos,
encontrados em grandes epidemias, que podem causas pneumonia até mesmo em
pessoas muito saudáveis. Um exemplo é a pneumonia causada pelo vírus da gripe aviária
na Ásia.
7 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:
- Estar alerta para alterações no estado clínico;
- Verificar sinais vitais
- Administração de medicamentos sendo rigoroso quanto a dose, horário;
- Controle hídrico e eletrolítico
- Pingar soro fisiológico nas narinas SOS;
- Proporcionar um ambiente tranqüilo e organizado;
- Transferir para isolamento se fizer necessário.
8 – TERMOS TÉCNICOS:

Cianose de extremidades

Germes emergentes

Germes oportunistas

Inflamação

Infecção
38
DPOC – DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
1 – O QUE É
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade respiratória
previsível e tratável que se caracteriza pela dificuldade ao fluxo de ar em direção aos
pulmões (vias aéreas), que não é totalmente reversível. A obstrução ao fluxo aéreo é
geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões
à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo cigarro.
O processo inflamatório crônico pode produzir alterações dos brônquios (bronquite
crônica), bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e da estrutura pulmonar – parênquima
(enfisema pulmonar).
As duas das formas mais comuns de DPOC são a Bronquite Crônica e o Enfisema
Pulmonar que apesar dessas doenças estarem habitualmente presentes no mesmo
paciente, podendo predominar os sintomas de uma ou outra, dificilmente encontradas na
sua forma “pura”.
Na bronquite crônica a passagem do ar (brônquios) está inflamada, com aumento
da produção de muco pelas glândulas, causando tosse, catarro e mal estar ao longo de
anos.
No enfisema pulmonar, os alvéolos pulmonares são paulatinamente destruídos pelo
cigarro e sua cicatriz leva a uma perda da elasticidade pulmonar dificultando a respiração.
Aos poucos vão se formando grandes espaços aéreos decorrentes da destruição da árvore
brônquica e alvéolos, reduzindo a capacidade de troca de ar normal (a troca de oxigênio
por gás carbônico). Como resultado, a respiração torna-se cansada e ineficiente, levando a
uma de falta de ar persistente (dispnéia).
A prevalência da DPOC, segundo a ALAT – Associação Latino-Americana de Tórax,
é de 6 a 15,8% da população com idade igual ou superior a 40 anos. Em 2004 foi a 5ª.
maior causa de internação no sistema público de saúde no Brasil (196.698 internações) e
39
com gasto aproximado de 72 milhões de reais. A taxa de mortalidade subiu de 7.88 em
cada 100.000 habitantes na década de 80 para 19,04 em cada 100.000 habitantes na
década de 90 (340% de aumento). Oscila entre a 4ª. e 7ª. causa de morte no Brasil.
2- O QUE CAUSA
O tabagismo é o fator de risco predominante da DPOC, representando 80%-90% do
risco de se desenvolver a doença, mas apenas 15% de todos os fumadores desenvolvem
DPOC suficientemente grave a ponto de causar sintomas.
Em termos populacionais, a subida das taxas de tabagismo aumentou
drasticamente os níveis de doença e de mortalidade associados à DPOC.
Contudo, o tabagismo não é o único fator de risco. As populações expostas a
poluição em recintos fechados, resultante do uso de fornos e de fogões a lenha e a carvão,
correm um risco muito superior. A exposição profissional a uma variedade de poeiras
40
atmosféricas também aumenta o risco de DPOC, o mesmo acontecendo com a poluição
atmosférica.
A hereditariedade constitui, igualmente, de um fator de risco de DPOC. Atualmente,
a única doença genética claramente identificada que pode causar DPOC é a deficiência
em alfa1-antitripsina (AAT). A AAT é uma enzima que, normalmente, impede a perda das
fibras elásticas dos pulmões. As pessoas que sofrem de deficiência de AAT desenvolvem,
geralmente, obstrução do fluxo de ar por volta dos 40 anos de idade.
Embora a maioria dos estudos tenha registado uma maior prevalência de DPOC nos
homens, acredita-se, atualmente, que com uma quantidade equivalente de consumo de
tabaco, as mulheres correm, pelo menos, o mesmo risco de desenvolverem DPOC.
Não existem dados suficientes para se quantificar quaisquer diferenças raciais
quanto à susceptibilidade à DPOC, embora tenham sido observadas diferenças na sua
freqüência entre regiões e grupos étnicos diferentes.
3 – QUANDO SUSPEITAR
Pessoas com DPOC têm geralmente sintomas de bronquite crônica e de enfisema
pulmonar.
Bronquite crônica:
o
Tosse com catarro matutina (é o sintoma mais encontrado): pode preceder a
falta de ar ou aparecer simultaneamente.
o
Persistência e progressão da tosse ao longo do dia e não somente no inverno,
mas ao longo do ano, com crescente produção de muco.
o
Falta de ar,
o
Cianose (uma cor azulada na pele - devida à falta de oxigênio)
o
Taquipnéia (respiração rápida),
o
Insuficiência cardíaca por sobrecarga do coração tentando vencer a resistência
pulmonar causando dor torácica, inchaço (edema) nos tornozelos, pernas e às vezes do
abdome (ascite).
41
Enfisema

Falta de ar precoce relacionada aos pequenos esforços,

Progressão da falta de ar aos mínimos esforços,

Respiração rápida e curta (taquipnéia),

Tosse,

Dor torácica,

Aumento do diâmetro do tórax (torna-se distendido como um barril),

Cansaço constante,

Dificuldade para dormir e

Perda de peso.
4 – COMO CONFIRMAR
O médico começará a investigação do problema por uma história bem detalhada,
avaliando os fatores de risco e os sintomas atuais, seguidos do exame físico.
Para confirmar o diagnóstico, o médico poderá solicitar uma Espirometria que
medirá a severidade da obstrução da via aérea e o grau de insuflação pulmonar através da
insuflação (sopro) em uma máquina.
Além disso, fará exames de sangue que dá a contagem dos diferentes tipos de
células do sangue (Hemograma completo) ou a quantidade de oxigênio e gás carbônico
no sangue (Gasometria arterial).
Uma avaliação radiológica do tórax ajudará a descartar uma pneumonia, um
derrame pleural ou um tumor de pulmão, bem como mostrar o tamanho do coração. Se
você tiver enfisema, Radiografias do tórax podem definir áreas onde o tecido pulmonar foi
destruído.
Uma pequena quantidade de muco é coletada e encaminhada para análise para
detectar se há infecção respiratória (análise do escarro).
Pode haver necessidade de um teste ergométrico com avaliação do consumo
máximo de oxigênio. Neste exame o médico determina um nível de exercício seguro, com
ou sem a necessidade de oxigênio extra enquanto o paciente caminha em uma esteira.
42
O exame para detectar a deficiência de alpha1-antitripsina deve ser solicitado nas
seguintes situações:

Enfisema pulmonar em pacientes abaixo dos 45 anos de idade,

Enfisema sem fator de risco conhecido,

Enfisema predominante em região da base do pulmão,

Doença hepática inexplicada,

Vasculite por anticorpo C-ANCA,

História familiar de enfisema, doença hepática, paniculite ou bronquiectasia.
Através de uma avaliação psicológica pode-se determinar o quanto o paciente é
motivado a dedicar-se ao programa de reabilitação pulmonar e o quanto a doença o
incomoda, tornando-se um bloqueio às suas atividades e interferindo na qualidade de
vida. Vários desses pacientes são depressivos.
5 – TRATAMENTO:
O tratamento da DPOC visa aliviar os sintomas e controlar as crises tendo em vista
que a DPOC é irreversível e tende a ser progressiva.
Embora parar de fumar seja muito efetivo durante as fases mais precoces da DPOC,
também pode reduzir a velocidade de perda da função pulmonar nas fases mais
avançadas.
O tratamento da DPOC pode incluir:

Estratégias Durante os Exercícios e as Atividades Diárias:

Controlar a respiração (expirar durante a parte mais forte da atividade e usar a
respiração labial e diafragmática),

Eliminar atividades desnecessárias (usar um roupão atoalhado após o banho ao invés
de enxugar-se, deixar a louça secar após a lavagem, usar sapatos sem cordões, etc.),

Solicitar auxílio quando necessário (o grau de dependência pode ser máximo nas
fases mais tardias),
43

Organizar o tempo (incluir períodos de repouso entre as atividades diárias; intercalar
atividades fáceis e difíceis, etc.),

Andar devagar (a pressa só aumenta o desconforto respiratório),

Mudanças no local de trabalho (evitar a exposição à poeira, às substâncias químicas
irritantes e à poluição do ar),

Evitar o contato com pessoas que fumam e com toxinas no ar (desodorantes, spray
para cabelo, inseticidas, etc) em casa.
- Medicamentos – Incluem os broncodilatadores (medicamentos que abrem as vias
aéreas), administrados sob a forma de spray inalatórios ou em forma de comprimidos;
antibióticos para tratar infecções respiratórias agudas (como a pneumonia bacteriana), e
corticosteróides para reduzir a inflamação da via aérea.
-Exercícios regulares para melhorar a força e aumentar a sensação de bem-estar, até
mesmo se não melhorar diretamente a função pulmonar.
-Fisioterapia respiratória é indicada nos pacientes com muita secreção (muco). A
inalação deve ser feita uma ou mais vezes ao dia por 15 a 20 minutos, precedida de
tapotagem (aplicação de tapas no tórax do paciente para fazer vibrar a secreção das vias
aéreas periféricas e deslocá-la para as grandes vias aéreas).
-Boa Nutrição – A dieta pode ajudar a manter a força e melhorar a resistência contra
as infecções. A água pode ajudar a manter o muco menos espesso e facilitar sua
eliminação.
-Oxigenoterapia - Se o paciente não estiver conseguindo oxigenar o sangue
efetivamente a Oxigenoterapia pode aumentar a sobrevida, reduzir o número de
hospitalizações, aumentar a tolerância aos exercícios, ajudar a aliviar a insuficiência
cardíaca, melhorar a função mental e o humor.
-Transplantes pulmonares ou transplantes de coração-pulmão - Transplantes são
considerados em casos selecionados de DPOC severa.
44
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:
•Avaliar o grau de dispnéia e hipóxia;
•Administrar os broncodilatadores;
•Administrar os aerossóis;
•Estimular a tosse;
•Aumentar a oferta hídrica ao paciente;
•Monitorizar e instalar a Oxigenoterapia;
•Drenagem postural
•Prevenir infecções;
•Observar os aspectos das secreções;
•Estimular a vacinação contra influenza e S. pneumoniae.
•Treinar a respiração diafragmática;
•Promover repouso boa alimentação;
•Estimular as técnicas de conservação de energia;
Orientar quanto ao uso dos medicamentos;
•Estimular o não tabagismo;
•Orientar quanto ao uso do oxigênio;
•Orientar ao acompanhamento médico;
•Estimular a conservação da energia;
45
•Estimular a participação em grupos;
•Evitar os extremos de temperatura;
•Evitar contato com poluentes de ar
7 – TERMOS TÉCNICOS:

Taquipnéia

Ascite

Espirometria

Bronquiectasia
ASMA
1 – O QUE É
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Em indivíduos susceptíveis
esta inflamação causa episódios recorrentes de tosse, chiado, aperto no peito, e
dificuldade para respirar. “A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a estímulos tais
como alérgenos, irritantes químicos, fumaça de cigarro, ar frio ou exercícios”.
“Quando expostos a estes estímulos, as vias aéreas ficam edemaciadas
(inchadas), estreitas, cheias de muco e excessivamente sensíveis aos estímulos”. (GINA –
Iniciativa Global para a Asma).
Na definição acima, temos algumas pistas importantes sobre esta doença:
Doença inflamatória: – significa que seu tratamento deve ser feito com um
antiinflamatório.
Doença crônica: – a asma não tem cura, mas pode ser controlada.
Indivíduos susceptíveis: – nem todas as pessoas têm asma; é preciso ter uma
predisposição genética que, somada a fatores ambientais, determinam a presença da
doença.
46
Episódios recorrentes de sintomas:- os sintomas não estão presentes o tempo todo, são
as manifestações de uma piora da inflamação, esta sim presente cronicamente.
A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a estímulos: é a inflamação que deixa as vias
aéreas mais sensíveis, o que confirma o importante papel da inflamação nesta doença.
Quando expostos a estímulos, as vias aéreas se tornam edemaciadas, estreitas, cheias
de muco:
- existem estímulos que desencadeiam as crises de asma. A presença destes estímulos,
que também chamamos de desencadeadores, causa o inchaço, a presença de muco e o
estreitamento das vias aéreas dificultando a passagem de ar, daí os sintomas da asma
nos momentos de crise.
Os mecanismos que causam a asma são complexos e variam entre a população.
Nem toda a pessoa com alergia tem asma e nem todos os casos de asma podem ser
explicados somente pela resposta alérgica do organismo a determinados estímulos.
Se não for tratada, a asma pode ter um impacto significativo na qualidade de vida
de uma pessoa. No entanto, se controlada, é possível levar uma vida produtiva e ativa.
Antigamente, a asma era chamada de bronquite, bronquite alérgica ou bronquite
asmática. O nome asma estava vinculado aos casos mais graves. O nome correto é
simplesmente ASMA.
47
A bronquite é, na verdade, a inflamação dos brônquios e diferente da asma pode
ter sua causa bem definida, por exemplo, uma infecção por bactérias ou vírus. Também
difere da asma por apresentar um tempo de início definido e poder ser totalmente tratada.
2 – O QUE CAUSA
As principais causas da asma estão associadas à poluição do ar, poeira doméstica, ácaros,
mofo, pêlos de animais e alimentos. O problema é agravado pelo uso de carpetes,
cortinas e cobertores que servem como fontes de ácaros. A fumaça do cigarro, a
mudança de temperatura, além da gripe, resfriado, usa de certos medicamentos e até
mesmo o estresse pode desencadear uma crise de asma, que se denomina, mais
corretamente, de exacerbação da asma.
Existe um risco maior de exacerbações da asma nos dias de inverno sem vento, quando
surge uma mistura de nevoeiro e fumaça composta de monóxido de carbono, dióxido de
nitrogênio e as partículas em suspensão na atmosfera. Os períodos de queimadas são
também bastante penosos para os asmáticos. Asma e alergia
Estima-se que a alergia seja responsável por cerca
de 50% do total de casos de asma.
Os pulmões dos asmáticos são mais sensíveis e, por
isso, produzem uma reação a qualquer substância
irritante (ou alérgeno) presente no ambiente. Cerca de
80% a 90% das pessoas com asma também sofrem de
rinite alérgica.
Alguns fatores ambientais também podem causar
crises de alergia respiratória. Durante a primavera,
quando ocorre polinização das flores, milhões de grãos
de pólen se espalham no ar. Nesta época, segundo a
Associação Brasileira de Pacientes Asmáticos há um
aumento de cerca de 20% dos casos de asma, com
aumento também das hospitalizações por asma.
Os sintomas da alergia são uma reação de defesa do organismo, que age através
de um tipo especial de elemento de defesa, os anticorpos chamados imunoglobulina E
48
ou IgE. Esta imunoglobulina é fabricada em grande quantidade pelo organismo da
pessoa alérgica e, na mucosa das vias respiratórias, liga-se a células denominadas
mastócitos.
Fonte: Inside Midia, 2005
A reação do alérgeno (substância que causa alergia) com a imunoglobulina IgE,
estimula a liberação de substâncias químicas (mediadores da inflamação) pelos
mastócitos, aumentando a inflamação local. Ocorre então inchaço da mucosa que
reveste as vias respiratórias, maior secreção de muco e estreitamento das vias aéreas e,
com isso, o aparecimento dos sintomas.
Asma e exercício
Os exercícios estão entre os estímulos mais comuns que desencadeiam a asma
em crianças e adultos jovens. Algumas pessoas manifestam os sintomas apenas na
prática esportiva, enquanto para outras, os exercícios são mais um dos
desencadeadores dos sintomas da asma.
Sintomas como tosse, falta de ar e aperto no peito, levam os professores de
educação física e técnicos esportivos a confundir a doença com baixa resistência
física.
O porquê dos exercícios desencadearem ou piorarem a asma não está bem
determinado, mas parece ser uma combinação das mudanças de temperatura das
vias aéreas durante o exercício com o aumento da freqüência respiratória.
Algumas modalidades de prática esportiva e a intensidade com que são
praticadas podem mais facilmente desencadear crises de asma. A corrida está entre
as modalidades que mais freqüentemente desencadeiam crises, enquanto a natação
está entre as que menos induzem à asma.
O que sempre deve ser considerado é que, se as crises estão acontecendo,
sejam elas desencadeadas por exercício ou por outros estímulos, está havendo falha
49
no controle da asma.
O tratamento da asma induzida por exercícios pode requerer o uso de medicação
broncodilatadora antes da prática esportiva, como medida preventiva. Também pode
ser necessário o uso contínuo de medicação antiinflamatória. O diagnóstico e
tratamento adequado devem ser determinados pelo médico.
A asma, se adequadamente tratada e com monitoração regular de seus sintomas,
não impede que o indivíduo pratique atividades físicas e que tenha desempenho
excelente em sua prática.
– CLASSIFICAÇÕES QUANTO A INTESIDADE
(Global Initiative for Asthma, 2004)
A asma pode ser classificada como intermitente ou persistente. Dentro dos quadros
persistentes são definidos diferentes níveis de intensidade da doença: leve, moderada
ou grave.
Esta classificação se faz de acordo com a presença dos sintomas (freqüência e
intensidade), o quanto interfere no dia-a-dia do asmático e, o comprometimento de
sua função pulmonar.
Asma Intermitente:
sintomas menos de uma vez por semana;
crises de curta duração (leves);
sintomas noturnos esporádicos (não mais do que duas vezes ao mês);
provas de função pulmonar normal no período entre as crises.
Asma Persistente Leve:
presença de sintomas pelo menos uma vez por semana, porém, menos de uma vez
ao dia;
50
presença de sintomas noturnos mais de duas vezes ao mês, porém, menos de uma
vez por semana;
provas de função pulmonar normal no período entre as crises.
Asma Persistente Moderada:
sintomas diários;
as crises podem afetar as atividades diárias e o sono;
presença de sintomas noturnos pelo menos uma vez por semana;
provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório
forçado no primeiro segundo (VEF¹) >60% e < 80% do esperado.
Asma Persistente Grave:
sintomas diários;
crises freqüentes;
sintomas noturnos freqüentes;
provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório
forçado no primeiro segundo (VEF¹) > 60% do esperado.
4 – QUANDO SUSPEITAR?
A asma que se manifesta na infância pode persistir por toda a vida, variando
em suas manifestações que podem então, na vida adulta, ser mais leves do que na
infância ou podem, com o passar do tempo tornam-se mais intensas. A asma ainda
pode manifestar-se apenas na vida adulta, porém, não se conhecem quais fatores
determinam sua evolução.
Os sintomas da asma na criança, assim como no adulto, são recorrentes, ou
seja, não está presentes o tempo todo. Há períodos em que o paciente apresenta
falta de ar, chiado no peito, secreção e um pouco de tosse. Estes sintomas aparecem
em diferentes circunstâncias e intensidades e em geral, estão relacionados com
mudanças de temperatura, contatos com substâncias irritantes, alérgenos, poeira, ou
são desencadeados por exercícios físicos ou estresse.
51
É importante lembrar que nem todas as pessoas que
apresentam alguns dos sintomas têm asma e que eles
podem variar de pessoa para pessoa, por isso, é
indispensável procurar um médico quando houver
suspeita, para um diagnóstico exato. Os principais sinais
de alerta são:
Tosse seca persistente - principalmente à noite;
Sibilância (chiado no peito);
Respiração mais rápida do que o normal;
Falta de ar;
Cansaço físico;
Sensação de aperto ou dor no peito.
Fonte: Inside
Midia,
2005
A crise de asma pode ser leve e passar espontaneamente
ou pode piorar progressivamente. No primeiro momento,
os sintomas podem até passar despercebidos, pois muitas
vezes a pessoa apresenta apenas a tosse seca e chiado no
peito, muito comuns em gripes e resfriados.
Conforme a crise se torna mais forte é inevitável perceber que a pessoa está com
problemas, pois a tosse se torna cada vez mais intensa, a Sibilância mais constante e a
pessoa sente muito cansaço o que acaba interferindo até em suas atividades diárias.
Durante uma crise grave, o desconforto respiratório é intenso, a respiração é difícil e
ofegante com movimento das narinas, uso da musculatura do pescoço e do peito
para respirar.
Surgem suores, temperatura baixa, cansaço intenso, falta de ar, dificuldade para falar,
caminhar ou alimentar-se. Especialmente em crianças, os lábios e unhas ficam
cianóticos.
A medida do Pico de Fluxo Expiratório (PFE) fica abaixo de 50% do valor normal da
pessoa. Quando a crise chega a esse ponto está mais do que na hora de procurar um
pronto-socorro.
52
Apesar de ser uma doença crônica que deve receber cuidados sérios, é importante
lembrar que quem tem asma não deve deixar de fazer suas atividades preferidas,
pois com o controle rigoroso, por meio de um tratamento adequado, as crises
tornam-se cada vez menos freqüentes e a qualidade de vida completamente
normal.
5 – COMO CONFIRMAR
Asma pode ser difícil de diagnosticar, especialmente em crianças de menos
de cinco anos de idade. Exames físicos regulares que incluem verificação de
alergias e da função pulmonar podem ajudar no diagnóstico correto.
O profissional da saúde ao tentar diagnosticar a asma fará perguntas sobre
tosse, especialmente tosse noturna, e se os problemas de respiração são piores
depois de atividade física ou durante um determinado período do ano. Também
pode ser perguntado sobre outros sintomas, como aperto no peito, respiração
difícil e resfriados que durem mais de 10 dias. O profissional da saúde também
perguntará sobre o histórico familiar de asma, alergia e outros problemas
respiratórios, sobre ambiente de sua casa.
6 – TRATAMENTO:
O fator fundamental para diminuir a freqüência das crises e manter a asma sob
controle é a conscientização do paciente, da família e pessoas próximas ao asmático,
ou seja, todos precisam estar capacitados a lidar com a doença
As crises graves de asma podem levar à morte e pesquisas recentes demonstraram
que a maioria dos casos fatais ocorreu no caminho para a emergência. Isto poderia
ser evitado se houvesse maior conhecimento do paciente, familiares sobre a
gravidade dos sintomas e a busca precoce do atendimento emergencial.
53
Todo paciente com asma deve ter em mãos um
“plano de ação”, elaborado pelo médico com um
passo a passo sobre o que fazer durante uma crise,
além do controle dos sintomas.
Os objetivos do tratamento da asma são:
Controlar sintomas;
Permitir atividades normais – trabalho, escola e
lazer;
Evitar crises, idas à emergência e hospitalizações;
Reduzir a necessidade do uso de broncodilatador
Fonte: Inside Midia, 2005
para alívio;
Manter a função pulmonar normal ou a melhor
possível;
Minimizar efeitos adversos da medicação;
Prevenir a morte.
O maior impedimento para que se atinjam objetivos é a falta de adesão ao
tratamento recomendado pelo médico, o que muitas vezes é gerado pelo medo de
uso de medicações. Mitos como os de que a medicação vicia, a “bombinha” mata e os
corticóides engordam, acabam por reduzir o uso das medicações recomendas e
afastar os pacientes do controle da asma. (Sociedade Brasileira de Asmáticos).
USO DE MEDICAMENTOS
Todo paciente bem orientado e corretamente
medicado
deve
dispor
de
dois
tipos
de
medicamento: um para ser usado nos momento da
crise (medicamento de alívio), e outro para evitá-la
(medicamento de manutenção). O tratamento ideal
deve ser estabelecido pelo médico.
Uma vez que a asma é uma inflamação, os
medicamentos recomendados para o tratamento de
manutenção são os antiinflamatórios. Dentre estes,
54
os corticóides inalatórios são o tratamento de
escolha para o tratamento da asma. O uso regular
dos corticóides inalatórios diminui em longo prazo, a
inflamação dos brônquios, o que leva a uma melhora
geral da doença, com crises menos freqüentes e de
menor intensidade e que podem ser resolvidas mais
facilmente com o broncodilatador.
MANEJO DA ASMA
Medindo o Pico do Fluxo Expiratório
Todo paciente asmático deve ter em mãos um
aparelho medidor do pico do fluxo expiratório
(PFE). Esse aparelho é tão importante quanto um
termômetro ou o aparelho de medir a pressão
arterial, pois assim como a temperatura e a pressão,
a asma pode ser mais bem controlada quando é
medida.
O medidor do pico do fluxo avalia o fluxo de ar no
momento da expiração. Seu médico pode informar
Fonte: Inside Midia, 2005
qual o valor do PFE esperado para você, tendo por
base sua idade, sexo e altura.
Quando a asma está sob controle, o fluxo de ar é normal ou muito próximo do valor
esperado. Porém, mesmo antes da percepção dos sintomas de uma crise de asma, o
pico do fluxo expiratório pode estar diminuído, evidenciando a obstrução das vias
aéreas.
O sistema de semáforo foi estabelecido para ser um guia de ajuda para os pacientes
no manejo da asma.
Assim que seu PFE for estabelecido, todos os esforços devem ser feitos para manter
55
os valores no mínimo em torno de 80% deste valor. Veja o que cada cor do
“semáforo” indica:
Zona
verde
PFE entre 80% e 100% do melhor PFE esperado: SIGA - Você deve estar relativamente
livre de sintomas e pode manter os medicamentos em uso.
Zona amarela
PFE entre 50% e 80% do PFE esperado: ATENÇÃO - A asma está piorando. Um
aumento temporário na medicação para a asma é indicado. Se você usa medicação
crônica, a terapia de manutenção irá provavelmente precisar ser aumentada. Entre
em contato com seu médico para ajustar seu tratamento.
Zona vermelha
PFE abaixo de 50% do PFE esperado: PERIGO - O controle da asma está falhando.
Use seu broncodilatador inalatório. Se o PFE não retornar à zona amarela, entre em
contato com seu médico imediatamente, ou inicie o tratamento orientado para os
momentos de exacerbação da asma.
Este sistema de semáforo é apenas uma recomendação para simplificar o manejo da
asma. O sucesso do controle da asma depende de uma parceria entre o paciente e o
médico.
Evitando os Desencadeadores
As exacerbações da asma podem ser causadas por uma variedade de
desencadeadores estando entre os mais comuns a poluição, os alérgenos presentes
no ambiente, alimentos e medicamentos. As mudanças bruscas de temperatura, os
exercícios e mesmo as emoções intensas podem desencadear os sintomas da asma.
Alguns destes desencadeadores podem ser evitados, como por exemplo, os
alérgenos presentes na poeira doméstica. Manter o ambiente sempre limpo e
ventilado, evitando o acúmulo de poeira e umidade em móveis, cortinas, carpetes, e
56
ainda promover a lavagem regular de cobertores, roupas de cama e almofadas são
boas dicas para deixar as crises de asma bem longe.
7 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

Manter paciente em repouso na fase crítica.

Posição de fowler, mudança de decúbito.

Deambulação quando possível

Observação e anotar sinais e sintomas

Estimular a alimentação e ingestão de líquidos

Manter V.A.S. permeáveis

Orientar paciente quanto a coleta de material para exames

Cuidados com Oxigenoterapia e inaloterapia

Ensinar o paciente a coordenar a respiração diafragmática com atividade

Evitar esforço desnecessário para o paciente.

Orientar evitar: fumo, extremos de calor e frio, fumaça, poeira, uso de lã,
convívio com animais domésticos e pessoas com infecções de trato respiratórias

Cuidados com equipamentos de terapia respiratória.
8 – TERMOS TÉCNICOS:

Alérgenos

Sibilância

Cianose

Broncodilatado.
SINUSITE
1 – O QUE É
A sinusite (sinus = seios + ite = inflamação) é uma inflamação dos seios peri nasais ou
seja dos seios que existem há volta do nariz.
Os seios peri nasais são cavidades situadas junto ao nariz onde se acumula muco que
em condições normais deve ser claro e fluido e que escorre normalmente para o nariz
(fossas nasais) sem criar quaisquer problemas.
57
Existem quatro tipos de seios; os seios maxilares que se situação nas maxilas da face,
os seios frontais que se situam na testa por cima do nariz e os seios etmoidais (do
etmóide) que estão atrás do nariz e juntos à testa e cabeça e o seio do esfenóide.
Em situações normais estas cavidades escoam o seu liquido para as fossas nasais e
tudo funciona bem.
Mas em algumas pessoas esse líquido pode ficar acumulado provocando uma
inflamação, situação em que a pessoa passa a sofrer de sinusite.
A sinusite é frequente quando a pessoa se constipa ou quando sofre de alergias,
situações em que o seu sistema imunológico está mais debilitado e em que a
produção de fluidos é maior.
A drenagem destes fluidos acaba muitas das vezes por ser afetada e por provocar
inflamações dos seios paranasais (frontais, etmoidais e maxilares) provocando aquilo
a que se chama sinusite.
A sinusite pode ser aguda ou crônica sendo que a sinusite aguda pode ter uma
duração de uma a quatro semanas e a sinusite crônica pode durar mais de três meses
consecutivos.
2 – O QUE CAUSA
Muitas das causas da sinusite advêm das infecções respiratórias que inflamam as
mucosas do nariz e conseqüentemente os seios Peri nasais.
Alergias, desvios do septo nasal, etc. podem dificultar a drenagem do muco ou
provocar reações inflamatórias que produzem muco "em excesso" que leva a uma
maior acumulação e por conseqüência inflamação.
3 – QUANDO SUSPEITAR
Quando a sinusite atinge os seios maxilares podem surgir dores em nível das maxilas,
dentes, etc. devido à infecção e inflamação dos seios maxilares.
Quando a sinusite atinge os seios frontais e ou etmoidais as dores de cabeça podem
58
ser demasiado fortes e incapacitantes o que requer uma atenção urgente devido ao
desconforto.
4 – COMO CONFIRMAR
O diagnóstico de sinusite nem sempre é fácil, devido à variedade de sintomas e sinais.
Na sinusite aguda na maioria das vezes, há queixa de gripe de sete a vinte dias de
evolução com aparecimento de secreção amarelada ou esverdeada, com mau cheiro,
obstrução nasal e dor na face, que piora pela manhã e quando o paciente abaixa a
cabeça para adiante. É também comum dor nos dentes da arcada superior. Na
sinusite crônica o sintoma mais freqüente é a drenagem de secreção amarelada ou
esverdeada posterior, a dor e peso na região periocular e a presença de faringites de
repetição.
Em crianças, a presença de secreção nasal de qualquer tipo, tosse (especialmente
noturna), respiração bucal, otites médias de repetição levam a suspeitar de sinusite
crônica. Existem vários métodos para o diagnóstico de sinusite: radiografia simples
dos seios da face, tomografia computadorizada, nasofaringoscopia por fibra ótica e
ressonância nuclear magnética.
5 – TRATAMENTO:
O tratamento baseia-se na tentativa de combater a infecção e restabelecer as funções
de drenagem, ventilação, bem como corrigir possíveis fatores predisponentes. É
indicado o uso de antibióticos, geralmente de 10 a 14 dias, antiinflamatórios,
descongestionantes nasais. Nos casos rebeldes ao tratamento clínico está indicada a
punção do seio para permitir a lavagem e instilação de medicamentos. Atualmente a
cirurgia funcional dos seios da face, seja por via endoscópica ou por microscopia, tem
como objetivo principal restabelecer a ventilação e drenagem adequada dos seios
paranasais, ao contrário de toda mucosa doente. A cirurgia está indicada quando
todos os tratamentos falham, nas complicações oculares e intracranianas sem
resultado com tratamento medicamentoso.
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

Orientar quanto a não usar ar condicionado
59

Oferecer terapêutica
prescrita como
nebulização e
antiflamatórios e
antibióticos

Observar sinais de febre

Aumentar ingesta hídrica.
7 – TERMOS TÉCNICOS:

Fossas nasais

Seios paranasais

Região periocula
RINITE:
1 – O QUE É
Rinite é uma inflamação das mucosas do nariz. Várias pessoas têm a doença, cuja
incidência é de 4 em cada 10 pacientes, tanto adultos quanto crianças.
2 – O QUE CAUSA
As causas são várias: desde resfriados, produtos químicos, irritantes, até
medicamentos e alergia. Seus sintomas são muito parecidos entre todos os tipos,
levando as pessoas a pensar que rinite é um resfriado que não passa ou uma
”sinusite” acompanhada de dor de cabeça crônica.
3 – QUANDO SUSPEITAR
Você pode ter rinite quando:
-
Tem vários espirros em sucessão, especialmente pela manhã;
-
Seu nariz escorre e fica obstruído;
-
Ocorrem irritação e coceira no nariz, nos olhos e no céu da boca;
-
Seu olfato fica prejudicado; e irritação ocular.
-
Tem cefaléia juntamente com outros sintomas destes já mencionados.
Os sintomas de todas as rinites são muito semelhantes: geralmente ocorre obstrução
nasal (nariz entupido), prurido (coceira no nariz), rinorréia (nariz escorrendo) e
60
espirros. O indivíduo acredita estar sempre com resfriado, tem sensação de dor de
cabeça (cefaléia) que aparece com as mudanças de temperatura e umidade e
quando entra em contato com agentes alérgenos ou irritantes, como fumaça,
produtos químicos ou perfumes.
Lugares frios e úmidos favorecem o aparecimento da rinite na medida em que se
usam mais cobertores e roupas de lã e o sol aparece por menos tempo.
4 – QUANDO CONFIRMAR
Através do exame médico e de testes de exposição a certos alérgenos. Estes testes
são realizados injetando-se pequenas quantidades de extratos alérgenos sob a pele e
avaliando o tamanho da pápula que se forma com o passar do tempo. Alguns
exames de sangue também podem ser úteis, com a dosagem dos níveis de IgE.
5 – TRATAMENTO:
Uma vez identificados os agentes (alérgenos) responsáveis pelas crises alérgicas, a
primeira medidas é procurar evitar ao máximo o contato com estas substâncias. Em
alguns casos, isto é o suficiente para controlar a Rinite.
Dependendo da intensidade da congestão nasal, seu médico poderá receitar sprays
nasais, descongestionantes e antialérgicos. Se tudo isto não resolver o problema, a
opção seguinte é a Terapia de Dessensibilização – também conhecida como
Imunoterapia. Esta terapia consiste no emprego de injeções contendo extratos
purificados dos alérgenos mais importantes para o seu caso específico. As injeções
devem ser aplicadas em intervalos regulares durante dois a cinco anos. O objetivo é
diminuir a sensibilidade do organismo para aqueles alérgenos, reduzindo as
manifestações da Rinite e a necessidade de medicamentos.
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

A assistência de enfermagem baseia-se no controle dos sinais e sintomas
através de terapêutica prescrita pelo médico.

Afastar agente causador

Orientar sobre a doença
61
7 – TERMOS TÉCNICOS:

Rinorréia

Cefaléia

Alérgenos

Imunoterapia
GRIPE A – H1N1
1 – O QUE É?
A Influenza A H1N1 (comumente conhecida como Gripe Suína) é uma gripe
pandêmica que atualmente está acometendo a população de inúmeros países. A
doença é causada pelo vírus influenza A H1N1, o qual representa o rearranjo
quádruplo de cepas de influenza (02 suínas, 01 aviária e 01 humana).[2][3]
A gripe foi inicialmente detectada no México no final de março de 2009 e desde
então se alastrou por diversos países.[4] Desde junho de 2009 a OMS elevou o nível
de alerta de pandemia para fase 06, indicando ampla transmissão em pelo menos 02
continentes.[5]
Os sinais e sintomas da gripe suína são semelhantes aos da gripe comum, tais como
febre, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dor na garganta e fraqueza.
Entretanto, diferentemente da gripe comum, ela costuma apresentar complicações
em pessoas jovens.
2 – O QUE CAUSA?
A Gripe A transmite-se de pessoa a pessoa, através do contacto com indivíduos
doentes, desde os primeiros sintomas até cerca de sete dias após o seu início, ou do
contacto com objetos ou superfícies contaminados pelo vírus.
O vírus encontra-se presente nas gotículas de saliva ou secreções nasais das pessoas
doentes, podendo ser transmitido através do ar, em particular em espaços fechados e
pouco ventilados, quando as pessoas doentes tossem ou espirram no interior desses
espaços.
62
O vírus pode, também, ser transmitido através do contacto das mãos com superfícies,
roupas ou objetos contaminados por gotículas de saliva ou secreções nasais de uma
pessoa doente, se posteriormente as mãos contaminadas entrarem em contacto com
a boca, o nariz ou os olhos.
O vírus pode permanecer ativo em superfícies ou objetos contaminados entre 2 a 8
horas.
A lavagem frequente das mãos com água e sabão ou com soluções de base alcoólica
e a limpeza de superfícies e objetos com líquidos de limpeza doméstica, permitem a
destruição do vírus.
3 – QUANDO SUSPEITAR?
Os sinais e sintomas são similares aos da influenza sazonal e incluem os seguintes:
1.
Febre
2.
Tosse
3.
Garganta inflamada
4.
Dor no corpo
5.
Dor de cabeça
6.
Calafrios e fadiga
7.
Algumas vezes, diarréia e vômitos.
4 – COMO CONFIRMAR?
Para diagnosticar uma infecção por Influenza A H1N1 deve ser coletada uma
amostra de secreção de via aérea, nos primeiros 4 a 5 dias após o inicio dos sintomas
da doença (período em que a pessoa infectada tem maior possibilidade de
disseminar o vírus). No entanto, algumas pessoas, especialmente as crianças, podem
disseminar o vírus por 10 dias ou mais. Para identificar o vírus Influenza é necessário
realizar coleta e cultura de secreção de via aérea. O diagnóstico pode ser realizado a
partir de aspirado nasofaríngeo ou lavado nasal. Se este tipo de coleta não for
63
possível, pode ser realizado swab nasal ou orofaríngeo. Para pacientes intubados é
indicada a coleta de aspirado traqueal.
5 – TRATAMENTO:
Há quatro antivirais, mas nem todos são eficazes para a totalidade dos vírus. No caso
da gripe H1N1, o vírus é sensível aos medicamentos Tamiflu e Relenza. As substâncias
impedem a sua replicação no organismo, tornando mais curto o período de duração
da doença, diminuindo a severidade dos sintomas e estancando o contágio. É
forçoso que sejam tomadas nas primeiras 24 a 48 horas após o aparecimento dos
sintomas iniciais.
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:
Compete ao enfermeiro, segundo a Lei do Exercício Profissional, no Art 11§ II alínea e
prevenção e controle sistemático de infecção hospitalar e de doenças transmissíveis
em geral. Assim, compete ao enfermeiro notificar a ocorrência de casos suspeitos e
ou confirmados de gripe por Influenza A H1N1 às autoridades sanitárias locais
(vigilância
epidemiológica/sanitária
do
município
e
ou
do
estado).
Compete ainda segundo o Art 11§ II alínea f prevenção e controle sistemático de
danos que possam ser causados a clientela durante a assistência de enfermagem.
Desta forma o enfermeiro deve garantir a assistência segura de enfermagem aos
pacientes vítimas desta doença, prevenindo as complicações e disseminação para a
comunidade, por meio de ações pró-ativas de educação do cliente e família para
autonomia
do
cuidado.
Compete ao técnico e auxiliar de enfermagem, segundo o Art 12 e Art 13, executar
ações planejadas pelo enfermeiro para garantir, com competência e habilidade,
assistência que para proteção do paciente portador da gripe por Influenza A H1N1,
bem como executar todas as ações necessárias para prevenir a disseminação da
infecção.
64
7 – TERMOS TÉCNICOS:

Influenza

Fadiga

Disseminação

Tamiflu
SISTEMA DIGESTÓRIO
ANATOMIA E FISIOLOGIA:
O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual
estão associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as
seguintes regiões; boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino
grosso e ânus.
65
GASTRITE
1 – O QUE É?
A gastrite é uma doença inflamatória que se caracteriza por acometimento da
camada de tecido mais superficial que reveste o estômago, chamada de mucosa
gástrica. Essa inflamação desenvolve-se como uma resposta normal do organismo
quando ocorre uma agressão à sua integridade. Entretanto, essa resposta normal
pode levar ao desenvolvimento de sinais e sintomas característicos dessa doença. A
agressão que desencadeia o processo pode ser aguda ou crônica e, de acordo com
seus tipos, podemos classificar as diversas formas de gastrite.
2 – O QUE CAUSA?
A gastrite pode ser causada por diversos fatores diferentes.
• Helicobacter pylori: essa bactéria tem a capacidade de viver dentro da camada de
muco protetor do estômago. A prevalência da infecção por esse microorganismo é
extremamente alta, sendo adquirida comumente na infância e permanecendo para o
resto da vida a não ser que o indivíduo seja tratado. A transmissão pode ocorrer por
duas vias: oral-oral ou fecal-oral. A gastrite não é causada pela bactéria em si, mas
pelas substâncias que ela produz e que agridem a mucosa gástrica, podendo levar a
gastrite, úlcera péptica e, em longo prazo, ao câncer de estômago.
• Aspirina: o uso de aspirina e de outros antiinflamatórios não-esteróides podem
causar gastrite porque levam à redução da proteção gástrica. Importante ressaltar
que esses medicamentos só levam a esses problemas quando usados regularmente
por um longo período. O uso de corticóide por longo período também pode levar a
gastrite.
• Álcool: pode levar à inflamação e dano gástrico quando consumido em grandes
quantidades e por longos períodos.
• Gastrite auto-imune: em situações normais, o nosso organismo produz anticorpos
para combater fatores agressores externos. Em algumas situações, entretanto, pode
haver produção de anticorpos contra as próprias células do organismo, levando a
vários tipos de doenças (por exemplo, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide,
66
diabetes mellitus tipo 1). Na gastrite auto-imune, os anticorpos levam à destruição de
células da parede do estômago, reduzindo a produção de várias substâncias
importantes. O câncer de estômago também pode ocorrer em longo prazo.
• Outras infecções: a gastrite infecciosa pode ser causada por outras bactérias que
não o H. pylori, como por exemplo, a bactéria da tuberculose e a da sífilis; podem
também ser causados por vírus, fungos e outros parasitas.
• Formas incomuns: são causas mais raras. Temos as gastrites linfocítica e eosinofílica;
a gastrite granulomatosa isolada; e a gastrite associada a outras doenças como a
sarcoidose e a doença de Crohn.
• A gastrite aguda também pode ocorrer em pacientes internados por longo período
em unidades de tratamento intensivo, em pacientes politraumatizados e em grandes
queimados.
3 – QUANDO SUSPEITAR?
A gastrite pode ser completamente assintomática, principalmente nos casos crônicos.
Na fase aguda, os sintomas são mais proeminentes. Comumente, os sintomas são:
• Desconforto na região superior do abdome: pode ser representado por dor ou
apenas um desconforto. Alguns pacientes podem relatar dor em queimação; dor que
melhora com a ingestão de alimentos.
• Náuseas e vômitos, geralmente acompanhando o desconforto.
• Saciedade precoce, ou seja, sensação de empachamento logo após a alimentação.
Esse sintoma pode levar à redução e perda de apetite.
• Se a gastrite levar à formação de úlceras gástricas hemorrágicas pode haver
eliminação de sangue digerido, nas fezes (que ficam escuras) ou nos vômitos.
67
4 – COMO CONFIRMAR?
O médico suspeita de gastrite quando o paciente relata a presença dos sintomas
listados anteriormente. O médico investiga os hábitos alimentares do paciente, uso
de medicamentos, consumo de bebidas alcoólicas, se o paciente tem outras doenças
já diagnosticadas. A partir daí, exames complementares podem ou não ser realizados.
Importante ressaltar que o diagnóstico de gastrite só pode ser firmado pela
endoscopia digestiva alta, quando o médico visualiza a mucosa gástrica lesada e
colhe fragmentos (biópsia) para exame citológico. Caso não seja realizada a
endoscopia, o diagnóstico mais correto é o que chamamos de Dispepsia, que pode
ser funcional ou não.
Se a causa da gastrite for evidente já na história, como por exemplo, o uso de
antiinflamatórios, o médico já indica o tratamento adequado. No caso do H. pylori, a
identificação da infecção pode ser feita no material obtido pela biópsia, à endoscopia,
através de um teste respiratório ou exame de sangue. Se o paciente for portador
dessa bactéria, o médico decidirá sobre a erradicação ou não da infecção, com base
no quadro clínico do paciente.
5 – TRATAMENTO:
O tratamento da gastrite é direcionado pela causa. Entretanto, alguns medicamentos
são utilizados para a melhora dos sintomas enquanto se trata a causa específica. O
paciente deve evitar o uso de medicamentos como a aspirina e outros
antiinflamatórios não-esteróides bebidas alcoólicas e cigarro.
O tratamento da infecção pelo H. pylori pode ser bastante difícil em alguns pacientes,
e não é raro que ocorra a reinfecção. Esse tratamento não é indicado de rotina em
todos os pacientes, sendo reservado para aqueles que apresentam úlcera péptica ou
linfoma gástrico. Neles, o tratamento é realizado com antibióticos, medicamentos que
reduzem a secreção de ácido pelo estômago e também com agentes protetores da
mucosa gástrica.
68
Na gastrite induzida por medicamentos, geralmente a suspensão do agente suspeito
leva à resolução do quadro. Associado a isso se utiliza medicamentos para melhora
sintomática. Em alguns tipos de gastrite pode ser necessário o uso de corticóide, para
conter o processo inflamatório e prevenir complicações.
Nos pacientes hospitalizados, em unidade de tratamento intensivo, politraumatizados
e grandes queimados, o desenvolvimento de gastrite aguda pode ser dramático. Por
isso, neles, é feita a prevenção do desenvolvimento da doença, com o uso de
medicamentos que reduzem a produção de ácido, pelo estômago.
Os medicamentos utilizados para melhora sintomática podem atuar melhorando o
esvaziamento gástrico ou reduzindo a secreção de ácido. Os que melhoram o
esvaziamento gástrico são os chamados pró-cinéticos, que reduzem a estase
alimentar no estômago e auxiliam na digestão, como por exemplo, a metoclopramida
e a bromoprida. A redução da secreção de ácido é eficiente para combater a dor e a
azia, e pode ser feita com medicamentos de dois grupos:
• Antagonistas de receptores H2: cimetidina, ranitidina. São também usados para a
prevenção da gastrite aguda nos pacientes hospitalizados.
• Inibidores da bomba de prótons: omeprazol, lansoprazol, pantoprazol.
Outros medicamentos que podem ser usados, eventualmente, são os protetores da
mucosa gástrica, como o sucralfato, por exemplo.
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

Orientar o paciente a ter refeições fracionadas, em pequenas quantidades

Ter uma boa mastigação

Contra indicar álcool, café e seus derivados

Administrar medicações conforme prescrição

Orientar sobre a doença
7 – TERMOS TÉCNICOS:

Mucosa gástrica
69

Úlceras gástricas hemorrágicas

Dispepsia
ÚLCERA PÉPTICA
1 – O QUE É?
Úlcera é definida como uma lesão aberta, com perda de tecido, que ocorre na pele
ou nas mucosas, ou seja, é uma ferida. A úlcera péptica é uma lesão (ferida) da
mucosa do aparelho gastrintestinal, que ocorre principalmente no estômago e no
duodeno (porção inicial do intestino. A úlcera péptica é uma doença comum, em
todo o mundo, acometendo principalmente os indivíduos com idade entre 30 e 70
anos. Não existem dados brasileiros oficiais, mas acredita-se que até 10% da
população tem, já teve ou terá úlcera péptica, em algum momento da vida.
2 – O QUE CAUSA?
Para que ocorra a digestão dos alimentos, o estômago precisa produzir ácido
clorídrico e outras substâncias que são responsáveis por iniciar o processo. Com isso,
o conteúdo desse órgão fica bastante ácido, o que poderia levar a lesão de suas
paredes caso o organismo não tivesse desenvolvido mecanismos de proteção.
As células do estômago produzem muco, uma espécie de substância gelatinosa, que
recobre sua parede e é um dos principais mecanismos protetores. Outros fatores
protetores são a secreção de bicarbonato (que neutraliza o ácido) e a descamação
constante da mucosa gástrica. Todos esses mecanismos protetores são controlados
pela produção de algumas substâncias chamadas genericamente de prostaglandinas.
Isso é importante, porque determinados medicamentos antiinflamatórios inibem a
produção das prostaglandinas, comprometendo os fatores protetores do estômago e
do duodeno. Por isso que sentimos dor de estômago quando tomamos alguns desses
medicamentos.
Durante muito tempo se acreditou que a úlcera péptica resultava da ação do ácido
nas paredes do estômago e do duodeno, corroendo as mesmas e formando as
70
feridas. Porém, hoje sabemos que a doença surge quando há um desequilíbrio entre
os fatores agressores e protetores da mucosa gástrica/duodenal. O ácido gástrico
passou a ser um co-ator na gênese dessa doença.
Na ausência do uso de antiinflamatórios (especialmente os chamados "nãoesteroidais") e de tumores que estimulam a produção de ácido, quase todas as úlceras
de estômago e duodeno estão relacionadas à infecção por uma bactéria: o
Helicobacter pylori. Essa infecção é extremamente comum, podendo acometer até
95% da população; a bactéria habita o estômago e é responsável pelo desequilíbrio
que leva à formação das úlceras. Os fatores que atuam em conjunto com essa
bactéria, na lesão da mucosa, são o uso de antiinflamatórios e o tabagismo.
Não existe comprovação científica de que os alimentos (café, refrigerantes, leite,
álcool e condimentos) favoreçam o desenvolvimento de úlcera péptica. Da mesma
forma, as pessoas em geral acreditam que exista um fator psicológico envolvido nessa
doença, mas isso também não foi confirmado.
3 – COMO SUSPEITAR?
O sintoma mais comum é a dor, geralmente em queimação, não muito intensa,
localizada na região do estômago ("boca do estômago"). Os pacientes comumente
relatam-na como ‘dor de fome’. A dor dura semanas e apresenta uma ritmicidade,
que não é exclusiva de cada tipo de úlcera:
• Dor que começa 2-3 horas após a alimentação, e à noite (podendo acordar o
paciente de madrugada), que melhora com o uso de antiácidos e com a ingestão de
alimentos. Esse tipo de dor está mais associado à úlcera de duodeno.
• Dor que piora ou é desencadeada quando o paciente se alimenta. Esse tipo é mais
comum na úlcera de estômago.
Outra característica importante é a presença de períodos de melhora e outros de
piora da dor. Outros sintomas que podem surgir são: náuseas, vômitos, eructação
("arrotos"), flatulência (eliminação de gases), entre outros.
É importante ressaltar que alguns pacientes são completamente assintomáticos,
tendo como primeira manifestação uma das complicações da doença.
71
4 – COMO CONFIRMAR?
O médico, diante de um quadro sugestivo de úlcera péptica, pode ou não solicitar
exames complementares. Inicialmente ele pode apenas pedir um exame para avaliar
se existe infecção pelo H. pylori. Caso exista, outros exames não são necessários na
maioria dos casos e o tratamento pode ser iniciado. Porém, em alguns casos
selecionados ou quando o tratamento não é eficaz, outros exames são realizados.
O principal exame é a endoscopia digestiva alta (EDA). Esse exame permite que o
médico visualize a úlcera, fechando o diagnóstico, e também que se faça a coleta de
material de biopsia para análise. Outro exame que pode ser realizado é a radiografia
contrastada do tudo digestivo.
A biopsia é importante, principalmente nos casos de úlcera gástrica, pois pode haver
associação com câncer. As úlceras duodenais, que são as mais comuns, raramente
estão associadas a câncer.
5 – TRATAMENTO:
Como medida geral, recomenda-se que o paciente faça as três refeições de forma
regular. Não existe aquela história de que o paciente com úlcera deve comer pouco e
várias vezes ao dia. A única ressalva quanto à alimentação, é de que se deve evitar os
alimentos que causem sintomas. Outra recomendação importante é a de evitar o
tabagismo; o cigarro dificulta a cicatrização da úlcera, e de qualquer outra ferida. O
álcool não retarda a cicatrização da úlcera, mas como ele lesa a mucosa do
estômago, recomenda-se que os pacientes bebam com moderação ou evitem o uso
de bebidas alcoólicas.
Os medicamentos utilizados no tratamento dessa doença são, principalmente,
aqueles que reduzem a produção de ácido pelo estômago. São duas famílias de
medicamentos:
• Inibidores da bomba de prótons: omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, etc.
• Bloqueadores H2: cimetidina, ranitidina, famotidina, etc.
Os primeiros são mais eficazes, mas qualquer um pode ser utilizado. O uso vai de 8-12
72
semanas e leva à cicatrização da úlcera na maioria dos indivíduos.
Um aspecto de extrema importância no tratamento da úlcera é a erradicação do H.
pylori, quando presente. Se os exames forem positivos para essa infecção, o paciente
faz uso de esquema com antibióticos, com o objetivo de acabar com a mesma.
Outros medicamentos que podem ser utilizados são os antiácidos: hidróxido de
alumínio, hidróxido de magnésio, bicarbonato de sódio, etc. Eles funcionam apenas
para alívio rápido dos sintomas. Os outros são medicamentos que ajudam a proteger
a mucosa gástrica, como o sucralfato e o bismuto coloidal.
Atenção especial ao uso de antiinflamatórios: esses medicamentos devem ser
evitados!!!
A cirurgia está indicada nos seguintes casos:
•
•
Presença
Tratamento
de
complicações
medicamentoso
não
levou
da
à
úlcera
cicatrização
péptica;
da
úlcera;
• Recidivas são freqüentes, mesmo após o tratamento da úlcera e da infecção pelo H.
pylori.
São várias as técnicas que podem ser utilizadas, cada uma com suas vantagens,
desvantagens e riscos, os quais nunca devem ser desconsiderados.
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

Controlar a dor do paciente

Administrar terapêutica prescrita

Orientar paciente quanto à alimentação

Orientar sobre a doença

Incentivar o auto cuidado.
CIRROSE HEPÁTICA
1 – O QUE É?
Doença crônica do fígado decorrente da destruição e regeneração das células
73
hepáticas, acarretando, do ponto de vista histológico, a presença de fibrose e
formação nodular difusa, com conseqüente desorganização da arquitetura lobular e
vascular
do
órgão.
Representa conseqüências de uma resposta permanente de ferida-cicatrização à
agressão hepática crônica induzida por toxinas, infecção viral crônica, colestase e
distúrbios
metabólicos.
É uma degeneração difusa, progressiva e crônica do tecido hepático com destruição
dos hepatócitos e com regeneração e formação de um tecido cicatricial fibroso,
extenso e denso
2 – O QUE CAUSA?
Alcoolismo crônico
Hepatite viral (tipo B, C e D)
Hepatite auto-imune
Transtornos hereditários
Deficiência de Alfa-1 Antripsina
Fibrôse quística
Hemocromatose
Doença de Wilson
Galactosemia
Doenças relacionadas com a armazenagem de glicógeno
Atresia Biliar
Reação severa a medicamentos (fármacos)
Exposição a toxinas ambientais
Ataques repetidos de falho cardíaco acompanhado de congestão hepática.
3 – QUANDO SUSPEITAR?
Primeiros sintomas. As pessoas que têm cirrose com freqüência têm poucos sintomas
ao princípio da doença. Os dois problemas principais que eventualmente ocasionam
sintomas são; perda do funcionamento das células hepáticas e distorção do fígado
causado pela cicatrização. A pessoa pode experimentar:
74

Fadiga

Debilidade

falta de apetite

Náuseas perda de peso
Sintomas avançados.
Edema e ascites. Conforme diminui a função hepática, menos proteína é
produzida pelo órgão. Por exemplo; se produz menos albumina, o que resulta em
acumulação de água nas pernas (edema) ou no abdômen (ascites).
Sangrado e/ou formação de hematomas. Uma diminuição nas proteínas
necessárias para a coagulação sanguínea ocasiona facilidade de sangrado e/ou fácil
formação de hematomas.
Icterícia. A icterícia caracteriza-se pela colaboração da pele amarelada, devido á
acumulação do pigmento da bílis que passa do fígado aos intestinos.
Coceira intensa. Algumas pessoas com cirrose experimentam coceira intensa
devido a produtos da bílis que são depositados na pele.
Pedras na vesícula. Freqüentemente formam-se pedras na vesícula devido a
que não chega suficiente bílis á vesícula.
Encefalopatia. O fígado das pessoas com cirrose apresenta dificuldade para
remover as toxinas, as quais se acumulam no sangue. Estas toxinas podem ocasionar
confusão mental, e degenerar em mudanças de personalidade e até côma. Os
primeiros signos de acumulação de toxinas no cérebro podem incluir descuido na
aparência pessoal, dificuldade para concentrar-se, mudanças nos hábitos de sono,
perda de memória e insensibilidade.
Lentidão
para
metabolizar
medicamentos/fármacos.
Usualmente
os
medicamentos /fármacos são metabolizados /filtrados pelo fígado. Na cirrose este
processo torna-se mais lento. Os medicamentos /fármacos acumulam-se no corpo por
causa da inabilidade do fígado de metabolizar os mesmos com a devida rapidez. Com
freqüência, as pessoas com cirrose são muito sensitivas aos medicamentos e seus
efeitos secundários.
Hipertensão portal e/ou varizes. Um dos problemas mais sérios que
apresentam as pessoas com cirrose, é pressão nos vasos sanguíneos que fluem
através do fígado. Normalmente, o sangue dos intestinos e baço é bombeado para o
75
fígado através da veia portal. No entanto, na cirrose o fluxo normal do sangue se
diminui, causando pressão na veia portal. Isto produz um bloqueio no fluxo normal
do sangue, o que ocasiona que o baço se aumente. O sangue que sai dos intestinos
trata de buscar saída através da formação de novos vasos sanguíneos. Alguns destes
vasos sanguíneos aumentam (varizes). As varizes podem-se formar no estômago e no
esôfago (tubo que conecta a boca com o estômago). As varizes têm paredes muito
frágeis e têm ema pressão muito alta. Existe grande risco de que se rebentem e que
ocasionem um problema sério de sangrado na parte superior do estômago ou
esôfago. Se isto ocorre, a vida da pessoa corre perigo e tem que se tomar ação rápida
para deter o sangrado.
4 – COMO CONFIRMAR?
Com freqüência o médico pode diagnosticar cirrose pelos sintomas que apresenta a
pessoa e por provas de laboratório.
Exame físico. Mediante um exame físico o médico pode notar uma mudança no tato
e tamanho do fígado. Seu médico golpeará levemente o seu abdômen na área que
se encontra sobre o fígado (percussão). O resultado do som pode indicar uma
mudança de tamanho e posição do fígado. Também revisará o estado de saúde do
seu fígado exercendo pressão na área circundante. Um fígado normal não se
encontra encolhido nem aumentado, e também não se encontra o tato sensível.
Encolhimento do fígado. A hepatite crônica pode degenerar em cirrose ou,
possivelmente, câncer de fígado. Nos pacientes com cirrose, o fígado começa a
encolher-se e endurece-se. Também ocorre cicatrização do fígado. Esta mudança na
estrutura do fígado pode resultar na deterioração permanente das funções do fígado.
Perda total das funções hepáticas. Conforme vai piorando a cirrose, a maioria das
funções hepáticas perde-se também. O fígado endurece-se e reduz-se em tamanho.
Pode ocorrer acumulação de líquido no abdômen e nas pernas. É comum o sangrado
gastrointestinal agudo secundário em varizes do esôfago e também pode apresentarse lentidão mental.
Provas de sangue. Se o médico tem suspeita de cirrose, recomendar-lhe-á que se
realizem certas provas de sangue. Estas provas ajudar-lhe-ão a determinar se existe
76
uma doença hepática.
Provas de imagens. Em alguns casos, o médico pode recomendar outras provas
diagnósticas como o TAC (tomografia axial computadorizada), o ultra-som e o
escâner do fígado/ baço por radio-isótopos.
Biópsia do fígado. O médico pode recomendar uma biópsia ao fígado para
confirmar o diagnóstico de cirrose. A biópsia hepática realiza-se por meio da inserção
de uma agulha através da pele até ao fígado para tomar amostras do tecido
hepático.
Cirurgia. Em ocasiões, o diagnóstico realiza-se durante uma cirurgia que lhe permite
ao médico examinar completamente o fígado. Também o fígado pode ser examinado
por meio de laparoscopia (procedimento no que se inserta um tubo flexível através
duma pequena incisão no abdômen que lhe permite ver o fígado).
5 – TRATAMENTO:
O tratamento baseia-se habitualmente nos sintomas de apresentação do paciente.
Vitaminas e suplementos nutricionais promovem a cicatrização das células hepáticas
lesadas
e
aprimoram
o
estado
nutricional
do
paciente.
Antiácidos reduzem o mal-estar gástrico e minimizam a possibilidade de sangramento
gastrintestinal.
Diuréticos poupadores de K+ são indicados para reduzir ascite, se presente, e
minimizar
as
alterações
hidroeletrolíticas.
Deve-se evitar a ingestão de álcool
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:
O repouso deve ser prescrito para que o fígado restabeleça sua capacidade funcional.
Se o paciente estiver hospitalizado, o peso e a ingestão de líquido, bem como as
eliminações, são medidos e registrados diariamente. A posição do paciente na cama é
ajustada para a eficiência respiratória máxima, que é especialmente importante se a
ascite for acentuada, pois ela interfere na excursão torácica adequada. Pode ser
necessária a terapia de oxigênio, na insuficiência hepática, para oxigenar as células
danificadas e evitar maior destruição celular. O repouso reduz as demandas do
77
fígado e aumenta o suprimento de sangue para o mesmo. Como o paciente é
susceptível aos problemas da imobilidade, devem ser iniciados os procedimentos para
evitar as perturbações respiratórias, circulatórias e vasculares. Isto pode evitar como
pneumonia, trombo, flebite e úlceras de pressão. Quando a nutrição melhora e a
força aumenta, o paciente é encorajado a aumentar a atividade gradualmente.
Cuidados de pele são essenciais devido à presença de edema subcutâneo, à
imobilidade do paciente, à icterícia e ao aumento de susceptibilidade da pele a lesões
e infecção. As freqüentes mudanças de decúbito são necessárias para evitar úlceras
de pressão. São evitados os usos de sabão irritante e de fita adesiva para prevenir
traumas da pele. As loções podem ser suavizantes para a pele irritada. São tomadas
medidas
para
que
o
paciente
não
coce
a
pele.
Redução do risco de injúria. O paciente com cirrose é protegido de quedas e outras
injúrias. As grades laterais da cama são levantadas e acolchoadas com cobertores
macios para diminuir os riscos se o paciente ficar agitado ou inquieto. O paciente é
orientado quanto ao tempo e local, e todos os procedimentos são explicados para
minimizar a agitação do paciente. Qualquer injúria pé avaliada cuidadosamente,
devido à possibilidade de sangramento interno.
7 – TERMOS TÉCNICOS:

Fadiga

Icterícia

Ascite

Edema

Encefalopatia
SISTEMA RENAL
ANATOMIA E FISIOLOGIA
O Rim e a Excreção
A excreção compreende ao conjunto de mecanismos fisiológicos utilizados para a
remoção de substâncias inúteis ou prejudiciais ao organismo, além de promover a
78
eliminação
dos
resíduos
que
resultam
do
metabolismo.
A excreção é também responsável pela regulação da concentração dos íons e
controle do volume de água no organismo.
Observada as condições acima, gera no organismo uma estabilidade funcional que
recebe o nome de homeostase. No corpo humano, um dos principais mecanismos de
eliminação é feita pelo sistema urinário.
Sistema urinário humano
Tem como finalidade a formação e a eliminação de urina. O equilíbrio dos
componentes do sangue é essencial à vida, e cabe aos rins que funcionam como
verdadeiros filtros vivos, manter exato esse equilíbrio.
O sistema urinário humano consiste em:
- dois rins
- dois ureteres
- bexiga
- uretra Rins
79
São órgãos com o formato semelhante ao do feijão, medindo aproximadamente 10
cm de comprimento, 5 cm de largura e 3 cm de espessura, pesando cerca de 140
gramas. Estão localizados juntos à parede posterior do abdome, um de cada lado da
coluna vertebral, entre a 12ª vértebra dorsal e as duas primeiras lombares.
Têm como funções a remoção de resíduos do plasma sangüíneo, controle da
quantidade de sais e água e manutenção do grau de acidez do sangue, com a
eliminação de substâncias ácidas.
Anatomicamente, distinguimos três regiões:
- cápsula fibrosa
- camada cortical
- camada medular
A análise microscópica de um corte de tecido renal mostra a presença de numerosas
estruturas afuniladas, com longos tubos enrolados, denominados nefrons. Os nefrons
são estruturas funcionais dos rins. Cada rim tem aproximadamente um milhão de
nefrons.
O nefron apresenta duas regiões principais:
o glomérulo e o túbulo renal.
O glomérulo é um novelo de capilares, oriundos de ramos da artéria renal. Este
novelo é envolvido por uma pequena camada denominada cápsula de Bowmann.
Cada glomérulo com sua respectiva cápsula de Bowmann constitui o crepúsculo
80
renal ou corpúsculo de Malpighi.
Ureteres
São dois tubos que ligam os rins à bexiga, originados da pelve renal. Esses dois tubos
são responsáveis pela condução de urina da pelve à bexiga. Os ureteres possuem
paredes musculares possibilitando aumento do seu diâmetro.
Bexiga
É uma espécie de bolsa que funciona como reservatório, capaz de armazenar quase
1,5
litros
de
urina,
porém
reserva
em
média
200
cm3.
Na mulher fica na frente do útero, no homem fica na frente da próstata.
As paredes da bexiga são formadas por músculo dos quais o principal é o detrusor,
colocado em espiral. A ação desse músculo contrai a bexiga no ato de urinar. Uma
parte do músculo detrusor envolve a porção inicial da uretra, formando um anel
denominado esfíncter lisa da bexiga. Abaixo deste localiza-se os feixes musculares
estriados, para controle voluntário do esvaziamento da bexiga.
81
Uretra
Compreende um canal que conduz a urina da bexiga para o meio exterior.
Na mulher, a uretra é bem curta, aproximadamente 3 cm de comprimento e é
exclusiva do sistema urinário. No homem, é mais longa e complexa, pois além de
canalizar a urina, também conduz o sêmen para o exterior.
A formação da urina
No interior dos rins, o sangue circula nos capilares, que constituem o glomérulo, a
uma alta pressão, fazendo com que ocorra a passagem de água e substâncias
dissolvidas através de suas paredes. Estas substâncias são captadas pela cápsula de
Bowmann
do
túbulo,
o
que
recebe
o
nome
de
filtração
glomerular.
O conteúdo filtrado é formado por água, sais minerais, glicose, vitaminas, glicerídeos,
ácidos graxos, aminoácidos, uréia e ácido úrico. Partes dessas substâncias não podem
ser eliminadas pelo organismo, pois representaria uma perda muito grande. Logo
serão reabsorvidas ao passarem pelos túbulos contorcidos. Esse mecanismo é
chamado de reabsorção tubular. É um processo ativo para as substâncias
reabsorvidas, exceto para a água, que é passivo. A reabsorção de água está sob
controle do hormônio antidiurético ADH, sintetizado no hipotálamo. Já a reabsorção
de
sódio
é
controlada
pela
aldosterora,
secretada
pelo
córtex
adrenal.
A urina formada é parte do filtrado glomerular que não foi reabsorvido pelos túbulos.
A urina goteja através dos orifícios das papilas renais caindo nos cálices.
Todo volume sangüíneo passa pelos rins em aproximadamente 5 minutos.
Aproximadamente 2.000 litros de sangue passam diariamente pelos rins, porém
apenas 200 litros são filtrados. Desse total, aproximadamente 198 litros são
reabsorvidos, de modo que apenas 1,5 a 2,0 litros passam a formar a urina.
Componentes da urina
água............. 95%
cloreto de sódio.. 1%
uréia............ 2%
ácido úrico.......0,5%
82
Obs: A glicose, as proteínas e o sangue são elementos anormais à urina, o que
chamamos de glicosúria, proteinúria e hematúria
I.T.U. INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
1 – O QUE É?
A infecção do trato urinário (ITU) caracteriza–se pela invasão e multiplicação
bacteriana em qualquer segmento do aparelho urinário, ocasionando uma
bacteriuria sintomática ou assintomática. Essa infecção pode acometer o trato
urinário inferior (cistites e uretrites) e o trato superior, como os rins e a pelve renal
(pielonefrites).
Esta entre as doenças bacterianas mais freqüentes e de maior rico durante a infância,
devido a possibilidade de lesão renal irreversível e septicemia.
A ITU atinge preferencialmente o sexo feminino (cerca 3:1), exceto durante o
primeiro ano de vida quando, eventualmente, pode predominar no sexo masculino.
A infecção urinaria prevalece nos primeiros anos de vida, atingindo seu pico de
incidência por volta dos 3 e 4 anos de idade e sendo particularmente grave quando
acomete lactentes, em especial, os neonatos. Sua incidência eleva–se novamente por
volta da adolescência, quando as alterações hormonais favorecem a colonização
vaginal por bactérias nefritogenicas, que podem migrar para a área periuretral e
ascender pelo trato urinário, causando ITU.
As recidivas são freqüentes, sendo que apenas 20 a 30% das crianças, principalmente
meninas, apresentarão surto único. Cerca de 20% das recidivas ocorrem no primeiro
ano após o episodio inicial. Ocorre também uma associação com malformações das
vias urinarias, sendo as mais freqüentes o refluxo vesicoureteral (RVU) em ate cerca
de 30% dos pacientes e malformações obstrutivas em ate 10% dos pacientes,
podendo levar a formação de cicatrizes renais, com risco potencial para o
desenvolvimento de insuficiência renal crônica e hipertensão arterial.
2 – O QUE CAUSA?
A principal via de aquisição da ITU e a via ascendente, por patógenos que colonizam
83
a região periuretral. A aquisição por via hematogenica ocorre predominantemente
no período neonatal.
Os agentes etiológicos em mais de 95% das ITUs são enterobacterias, sendo a E.coli o
principal agente em aproximadamente 90% dos casos. Outros agentes também são
encontrados como o Proteus sp (predominantemente em meninos), Klebsiela sp,
Enterobacter sp, Morganella morgam, Streptococcus feccalis, Providencia sp, Serratia
sp e P. aeruginosa (infecção intra–hospitalar), Staphylococcus saprophyticus (em
adolescentes), entre outros.
A flora intestinal anaeróbia raramente e causa de ITU, apesar de ser 100 a 1000 vezes
mais freqüente que a E.coli na flora fecal.
Como em outras infecções, ocorre uma interação entre o agente agressor e o
hospedeiro. Ai está em jogo a virulência da bactéria e os fatores relacionados ao
hospedeiro como: alterações mecânicas que contribuiriam para a migração de
enterobacterias para o trato urinário, diminuição da resposta imune sistêmica e local,
alterações anatômicas e/ou funcionais como distúrbios do padrão miccional, RVU,
obstruções do trato urinário, tratamento tardio entre outros.
3 – QUANDO SUSPEITAR?
O quadro clinico pode ser muito variável em decorrência de fatores como: idade do
paciente, estado nutricional, local da infecção (alta ou baixa), numero de infecções
anteriores, intervalo do ultimo episodio infeccioso e antibióticoterapia previa.
A suspeita clinica baseia–se na presença de sintomatologia própria do trato urinário
(disúria, polaciúria, tenesmo urinário, urgência miccional, retenção urinaria,
incontinência, enurese etc.) associada a sintomas de acometimento sistêmico, tais
como: anorexia, prostração, febre, vômitos, dor abdominal, toxemia etc.
As crianças de menor idade, em especial os lactentes e RN, têm maior risco de
apresentarem pielonefrite e bacteremia, evoluindo com sepses a partir de um foco
urinário (urosepse). Porem, e nessas crianças que o diagnostico clinico e mais difícil
de ser realizado, uma vez que a sintomatologia urinaria e pobre e o acometimento
sistêmico pode ser compatível com diversos outros quadros infecciosos.
A diferenciação entre infecção do trato urinário alto (pielonefrite) de uma infecção do
trato baixo e importante com relação a conduta terapêutica e no que se refere a
84
evolução para seqüelas renais. Normalmente, a presença de febre, comprometimento
do estado geral, dor lombar e Giordano positivo sugere pielonefrite.
4 – COMO CONFIRMAR?
A urocultura é o exame de escolha para a confirmação da ITU, porém sua
confiabilidade depende da coleta adequada de urina (o trato urinário e estéril, com
exceção da uretra anterior, podendo ocorrer resultados duvidosos por contaminação
da amostra).
Qualquer que seja a técnica de coleta da amostra de urina deve–se realizar uma
rigorosa assepsia com água e sabão, e, depois de retirado o excesso, o material
colhido deve ser enviado imediatamente para semeadura.
O método de coleta e variável de acordo com a faixa etária: em crianças com menos
de dois anos (com micção involuntária) realiza–se punção suprapúbica, sondagem
vesical ou pode ser utilizado o saco coletor; em crianças maiores, com controle
esfincteriano, realiza–se preferencialmente a coleta da urina por jato médio.
5 – TRATAMENTO:
O tratamento tem por objetivo tratar a infecção bacteriana, aliviar os sintomas
agudos e evitar o aparecimento de lesões renais, investigando alterações anatômicas
e/ou funcionais que acarretem recidivas infecciosas e/ou acometimento do
parênquima renal.
O tratamento medicamentoso deve ser iniciado logo após a coleta da urina para
cultura, sempre que houver fortes indícios clínicos de ITU, principalmente em baixa
faixa etária. Em casos de bacteriuria assintomática, o tratamento e contra–indicado
devido a sua possibilidade de ocasionar a substituição da bactéria contaminante por
uma cepa de maior virulência, uma vez que o paciente tende a recolonizar o trato
urinário pouco após a suspensão do antimicrobiano.
E importante diferenciar os indivíduos em dois grupos: ITU simples e ITU complicada.
A ITU simples caracteriza–se por ocorrer no sexo feminino, em crianças maiores de
três anos de idade, ITU baixa, agente único e boa resposta ao tratamento e a ITU
85
complicada por acometer crianças do sexo masculino em qualquer idade, meninas
menores de três anos, ITU alta, ma resposta a terapêutica, recidivas freqüentes,
hipertensão arterial, exames de imagem alterados, baixo ganho pondo–estatural. Na
ITU complicada a chance de ocorrer lesão renal e maior.
O emprego de esquemas curtos ou dose única não e aconselhado no tratamento da
ITU, pois poderá induzir resistência bacteriana. Habitualmente utiliza–se esquemas
terapêuticos com 7 a 10 dias de duração e a urocultura de controle e realizada 2 a 5
dias após o termino do antibiótico para confirmação da cura.
Segundo Winberg et al., os aminoglicosideos e a nitrofurantoina seriam as drogas de
escolha para o tratamento da ITU, uma vez que não causariam nenhuma repercussão
na flora intestinal, as sulfas e o acido nalidixico podem levar a uma discreta
repercussão na flora e, as cefalosporinas e amoxacilinas, uma repercussão
significativa, principalmente se utilizada por longos períodos ou com breves
intervalos.
As penicilinas também podem causas diminuição transitórias da resistência vaginal a
colonização por E.coli uropatogenica aumentando a predisposição a ITU.
A antibióticoterapia por via oral e sempre preferencial, desde que não haja contra–
indicações.
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

Orientar o paciente quanto a higienização íntima ou fazer a mesma quando o
paciente for incapaz de fazê-la.

Administrar terapêutica prescrita

Observar sinais de febre e dor

Ofertar uma ingesta hídrica aumentada

Controlar aspecto da urina
7 – TERMOS TÉCNICOS:

Pielonefrite

Disúria
86

Polaciúria

Urgência miccional

Retenção urinária

Incontinência urinária

Hematúria

Enurese

Poliúria
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA – IRA
1 – O QUE É?
Pode ser definida como um declínio abrupto da função renal, caracterizado por uma
diminuição da filtração glomerular, resultando na retenção de uréia nitrogenada e de
creatinina no sangue, e diminuição da diurese (oligúria ou mais raramente, anúria).
2 – O QUE CAUSA?
Pré-renal (causas no suprimento de sangue):
* Hipotensão (diminuição no suprimento de sangue), geralmente por choque,
ataque cardíaco, ou desidratação e perda de fluidos.
* Problemas vasculares Renais (danos no próprio rim):
* Infecção.
* Toxinas ou medicamentos.
* Rabdomiolise (rompimento do tecido muscular) - a liberação resultante de
mioglobina no sangue afeta os rins.
* Hemolise (rompimentos de hemácia).
* Mieloma múltiplo.
* Hiperparatiroidismo primário
87
3 – QUANDO SUSPEITAR?
- Alteração na cor da urina (fica parecida com coca-cola ou sanguinolenta)
- Dor ou ardor quando estiver urinando
- Passar a urinar toda hora
- Levantar mais de uma vez ->noite para urinar
- Inchaço dos tornozelos ou ao redor dos olhos
- Dor lombar
- Pressão sangüínea elevada
- Anemia (palidez anormal)
- Fraqueza e desânimo constante
4 – COMO CONFIRMAR?
Se você tem uma doença ou condição clínica que aumente o risco de Insuficiência
Renal Aguda (choque, queimaduras severas, infarto do coração, lesão por
esmagamento, etc.), seu médico irá monitorar de perto os sinais e sintomas de
falência dos rins. Ele pode solicitar exames de sangue e urina para medir a
quantidade de urina que você produz. Se você tem condições médicas crônicas que
aumentam o risco de lesão renal no longo prazo (diabetes, pressão alta,
glomerulonefrite crônica, etc.), seu médico medirá sua pressão sanguínea e procurará
sintomas de Insuficiência Renal Crônica como parte das visitas ao consultório
marcadas regularmente.
Para confirmar o diagnóstico de Insuficiência Renal Aguda, seu médico solicitará um
exame simples de urina (URINA I), exames de urina mais sofisticados, e exames de
sangue para checar anormalidades químicas como os níveis de uréia, creatinina,
ácido úrico e fosfato (todos subprodutos que o rim normalmente remove do
organismo com eficiência) aumentados no sangue. Níveis destas substâncias
químicas estão elevados em pessoas com função renal ruim. Outros exames podem
incluir uma Radiografia de Tórax para afastar sinais de insuficiência cardíaca, exames
para descartar obstrução nas vias urinárias (Radiografias de abdômen, exame de
ultra-som dos rins) e possivelmente uma biópsia renal (tirar uma amostra de tecido do
rim para exame no laboratório).
88
5 – TRATAMENTO:
O tratamento começa com medidas para corrigir a causa da Insuficiência Renal
(choque, hemorragia, queimaduras, infarto do coração, etc.). Depois disto, o
tratamento mais específico dos rins pode incluir a administração de líquidos
intravenosos (em uma veia) para corrigir qualquer perda fluida anormal,
medicamentos chamados diuréticos que aumentam a produção de urina, restrição
hídrica, uma dieta com baixa quantidade de proteína e rica em carboidratos
(açucares), medicamentos para ajustar os níveis altos ou baixos de substâncias
químicas no sangue como o potássio, e medicamentos para controlar a pressão alta.
Se o paciente desenvolve hipertensão severa, sobrecarga cardíaca grave, insuficiência
cardíaca congestiva, sintomas de função cerebral alterada ou anormalidades severas
na química do sangue, a diálise no curto prazo pode ser necessária.
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

Controlar rigorosamente o balanço hídrico

Incentivar a ingesta hídrica

Incentivar ao auto cuidado

Avaliar estado emocional do paciente

Aplicar terapêutica prescrita

Verificar PA.

Avaliar nível de desconforto
7 – TERMOS TÉCNICOS:

Oligúria

Anúria

Uréia

Creatinina
89
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA – IRC
1 – O QUE É?
Insuficiência renal crônica é a perda lenta, progressiva e irreversível das funções
renais. Por ser lenta e progressiva, esta perda resulta em processos adaptativos que,
até certo ponto, mantêm o paciente sem sintomas da doença.
Até que tenham perdido cerca de 50% de sua função renal, os pacientes
permanecem quase que sem sintomas. A partir daí podem aparecer sintomas e sinais
que nem sempre incomodam muito o paciente. Assim, anemia leve, pressão alta,
edema (inchaço) dos olhos e pés, mudança nos hábitos de urinar (levantar diversas
vezes à noite para urinar) e do aceito da urina (urina muito clara, sangue na urina,
etc.). Deste ponto até que os rins estejam funcionando somente 10-12% da função
renal normal, podem-se tratar os pacientes com medicamentos e dieta. Quando a
função renal se reduz abaixo destes valores, torna-se necessário o uso de outros
métodos de tratamento da insuficiência renal: diálise ou transplante renal.
2 – O QUE CAUSA?
Diversas são as doenças que levam à insuficiência renal crônica. As três mais comuns
são a hipertensão arterial, a diabetes e a glomerulonefrite.
A hipertensão arterial (pressão alta) é outra importante causa de insuficiência renal.
Como os rins são os responsáveis no organismo pelo controle da pressão, quando
eles não funcionam adequadamente, há subida na pressão arterial que, por sua vez,
leva à piora da disfunção renal, fechando assim um ciclo de agressão aos rins. O
controle correto da pressão arterial é um dos pontos principais na prevenção da
insuficiência renal e da necessidade de se fazer diálise.
O diabetes é uma das mais importantes causas de falência dos rins, com um
número crescente de casos. Após cerca de 15 anos de diabetes, alguns pacientes
começam a ter problemas renais. As primeiras manifestações são a perda de
proteínas na urina (proteinúria), o aparecimento de pressão arterial alta e, mais tarde,
90
o aumento da uréia e da Creatinina do sangue.
Uma causa muito freqüente de insuficiência renal é a glomerulonefrite (“nefrite
crônica”). Ela resulta de uma inflamação crônica dos rins. Depois de algum tempo, se
a inflamação não é curada ou controlada, pode haver perda total das funções dos
rins.
Outras causas de insuficiência renal são: rins policísticos (grandes e numerosos
cistos crescem nos rins, destruindo-os), a pielonefrite (infecções urinárias repetidas
devido à presença de alterações no trato urinário, pedras, obstruções, etc.) e doenças
congênitas (“de nascença”).
- QUANDO SUSPEITAR?
Segue abaixo alguns dos sinais de insuficiência renal crônica:
-Pressão Alta
-Diabetes
-Dificuldade de urinar
-Queimação ou dor quando urina
-Urinar muitas vezes, principalmente à noite
-Urina com aspecto sanguinolento
-Urina com muita espuma
-Inchaço ao redor dos olhos e nas pernas
-Dor lombar, que não piora com movimentos
-História de pedras nos rins.
3 – COMO CONFIRMAR?
A insuficiência renal crônica é diagnosticada através de exames de sangue.
Tipicamente, o sangue torna-se moderadamente ácido (acidose). Dois produtos da
degradação metabólica, a uréia e a Creatinina, as quais são normalmente filtradas
pelos rins, acumulam-se no sangue. A concentração de cálcio diminui e a de fosfato
aumenta. A concentração de potássio no sangue permanece normal ou aumenta
discretamente. Contudo, ela pode tornar-se perigosamente elevada. O volume
urinário tende a permanecer igual (geralmente, 1 a 4 litros por dia),
91
independentemente da quantidade de líquido ingerida. Normalmente, o indivíduo
apresenta uma anemia moderada. A urinálise (análise da urina) pode detectar muitas
alterações, incluindo células e concentrações de sais anormais.
4 – TRATAMENTO:
A insuficiência renal crônica geralmente piora independentemente do tratamento e,
quando não tratada, é fatal. A diálise ou o transplante renal podem salvar a vida do
indivíduo.
As condições que causam insuficiência renal devem ser corrigidas o mais
rapidamente possível. Essas ações incluem a correção dos desequilíbrios de sódio, de
água e ácido-básicos, a remoção de substâncias tóxicas dos rins, o tratamento da
insuficiência cardíaca, da hipertensão arterial, das infecções da concentração
sangüínea elevada de potássio (hipercalemia) ou de cálcio (hipercalcemia) e de
qualquer
obstrução
do
fluxo
urinário.
Uma especial atenção à dieta ajuda no controle da acidose e das concentrações
elevadas de potássio e de fosfato no sangue. Uma dieta pobre em proteínas (0,4 a 0,8
g por quilo de peso corpóreo ideal) pode retardar a velocidade da progressão da
insuficiência renal crônica à insuficiência renal terminal, para a qual é necessária a
instituição da diálise ou a realização de um transplante renal. Comparados com os
não diabéticos os indivíduos diabéticos normalmente necessitam de um desses
tratamentos mais precocemente. Quando a dieta é rigorosamente limitada ou
quando a diálise é iniciada, é recomendável a administração de uma suplementação
vitamínica
contendo
vitaminas
do
grupo
B
e
vitamina
C.
Comum nos indivíduos com insuficiência renal crônica, a concentração elevada de
triglicerídeos no sangue aumenta o risco de complicações (p.ex., acidentes vasculares
cerebrais e infarto do miocárdio). Medicamentos, como o genfibrozil, podem ser
utilizados com o objetivo de reduzir a concentração de triglicerídeos, embora ainda
não tenham sido publicadas pesquisas demonstrando que essas drogas reduzem as
complicações
cardiovasculares.
Durante a insuficiência renal, as alterações da sede normalmente determinam o
consumo de água. Ocasionalmente, para evitar que a concentração de sódio no
92
sangue torne-se muito baixa, o consumo de água deve ser limitado. A ingestão de sal
(sódio) normalmente não é limitada, exceto quando existe edema (acúmulo de
líquido nos tecidos) ou hipertensão arterial. Os alimentos muito ricos em potássio
(p.ex., substitutos do sal) devem ser evitados e os alimentos ricos em potássio não
devem ser consumidos em excesso. Uma concentração elevada de potássio
(hipercalemia) no sangue é perigosa, pois ela aumenta o risco de arritmias cardíacas
(ritmos cardíacos anormais) de parada cardíaca. Quando a concentração de potássio
torna-se excessivamente elevada, drogas como o sulfonato de poliestireno sódico
podem ligar-se ao potássio, fazendo com que ele seja excretado nas fezes. No
entanto,
a
diálise
de
emergência
pode
ser
necessária.
A formação dos ossos pode ser comprometida quando determinadas condições
persistem durante um longo período. Essas condições incluem a baixa concentração
de calcitriol (um derivado da vitamina D), o consumo escasso e a má absorção de
cálcio e as concentrações elevadas de fosfato e do hormônio da paratireóide
(paratormônio) no sangue. A concentração de fosfato no sangue é controlada
através da restrição do consumo de alimentos ricos em fósforo (p.ex., produtos
laticínios, fígado, legumes, nozes e a maioria dos refrigerantes). Os medicamentos
orais que ligam o fosfato como, por exemplo, o carbonato de cálcio, o acetato de
cálcio e o hidróxido de alumínio (um antiácido comum), também podem ser úteis.
A anemia é causada pela incapacidade dos rins de produzir quantidades suficientes
de eritro-poietina (um hormônio que estimula a produção de eritrócitos). A anemia
responde lentamente à epoetina, uma droga injetável. As transfusões de sangue
somente são realizadas quando a anemia é intensa ou sintomática. O médico
também investiga outras causas de anemia, particularmente as deficiências dietéticas
de nutrientes como, por exemplo, de ferro, de ácido fólico (folato) e de vitamina B12,
ou
A
o
tendência
excesso
ao
de
sangramento
na
alumínio
insuficiência
no
renal
crônica
organismo.
pode
ser
temporariamente suprimida por transfusões de eritrócitos (hemácias, glóbulos
vermelhos) ou de plaquetas ou por medicamentos (p.ex., desmopressina ou
estrógenos). Este tratamento pode ser necessário após uma lesão, ou antes, de um
procedimento
cirúrgico
ou
de
uma
extração
dentária.
93
Os sintomas da insuficiência cardíaca, a qual é mais comumente devida à retenção
excessiva de sódio e de água, melhoram com a redução da ingestão de sódio com os
alimentos. Os diuréticos (p.ex., furosemida, bumetanida e torsemida) também podem
ser eficazes, mesmo quando a função renal é ruim. Elevações moderadas ou graves
da pressão arterial são tratadas com medicamentos anti-hipertensivos usuais para
prevenir
o
comprometimento
das
funções
cardíaca
e
renal.
Quando os tratamentos iniciais da insuficiência renal deixam de ser eficaz, o médico
deve aventar a instituição da diálise prolongada ou o transplante renal.
DIÁLISE
A diálise é o processo de remoção de produtos da degradação metabólica e do
excesso
de
água
do
organismo.
Existem dois métodos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal. Na hemodiálise,
o sangue é removido do corpo e bombeado até um aparelho que retira as
substâncias tóxicas do organismo e, em seguida, retorna o sangue purificado ao
indivíduo.
A
quantidade
total
de
líquido
retornado
pode
ser
ajustada.
Na diálise peritoneal, é realizada a infusão no interior da cavidade abdominal de um
líquido contendo uma mistura especial de glicose e sais que retira as substâncias
tóxicas dos tecidos. Em seguida, o líquido é retirado da cavidade abdominal e
descartado. Para a remoção de uma maior ou uma menor quantidade de líquido do
organismo, a quantidade de glicose pode ser ajustada.
RAZÕES PARA A DIÁLISE
Os médicos decidem iniciar a diálise quando a insuficiência renal causa encefalopatia
urêmica (disfunção cerebral), pericardite (inflamação do pericárdio, o saco que
envolve o coração), acidose (acidez elevada do sangue) não responsiva a outros
tratamentos, insuficiência cardíaca ou uma concentração muito elevada de potássio
no sangue (hipercalemia). Em geral, os sintomas da disfunção cerebral causada pela
insuficiência renal são revertidos pela diálise em alguns dias, ou, raramente, em até
94
duas semanas.
Muitos médicos utilizam a diálise preventivamente na insuficiência renal aguda
quando o débito urinário é baixo e continuam os tratamentos até os exames de
sangue indicarem a restauração da função renal. Para a insuficiência renal crônica, a
diálise pode ser iniciada quando os exames indicarem que os rins não estão
removendo adequadamente os produtos da degradação metabólica ou quando o
indivíduo não consegue mais realizar as atividades quotidianas.
A freqüência da diálise varia de acordo com o nível da função renal remanescente.
No entanto, a maioria dos indivíduos necessita de 2 a 3 sessões de diálise por
semana. Um programa de diálise eficaz permite ao indivíduo levar uma vida
razoavelmente normal, a manter uma dieta razoável, uma contagem de eritrócitos
aceitável, uma pressão arterial normal e não desenvolver qualquer lesão nervosa. A
diálise pode ser utilizada como tratamento de longo prazo para a insuficiência renal
crônica ou como uma medida paliativa antes de um transplante renal. Para a
insuficiência renal aguda, a diálise pode ser necessária por apenas alguns dias ou
semanas, até a função renal ser restaurada.
A diálise também pode ser utilizada para remover certas drogas ou venenos do
corpo. Freqüentemente, os indivíduos sobrevivem a envenenamentos quando é
instituída imediatamente a assistência ventilatória e cardíaca enquanto o veneno está
sendo removido.
PROBLEMAS
Os indivíduos submetidos à diálise necessitam de dietas e medicamentos especiais.
Devido à inapetência e à perda de proteínas durante a diálise peritoneal, eles
geralmente
necessitam
de
uma
dieta
relativamente
rica
em
proteínas
(aproximadamente 0,1 g de proteínas por quilo de peso corpóreo ideal por dia). Para
os indivíduos submetidos à hemodiálise, o consumo de sódio e de potássio deve ser
limitado a 2 g de cada por dia. O consumo de alimentos ricos em fósforo também
deverá ser limitado. A ingestão diária de líquidos será limitada apenas para aqueles
que apresentam uma concentração sérica de sódio persistentemente baixa ou que
vem diminuindo progressivamente. É importante controlar o peso do indivíduo
95
diariamente e um ganho de peso excessivo entre as sessões de hemodiálise sugere
um consumo excessivo de líquidos. Para os indivíduos submetidos à diálise peritoneal,
as restrições de potássio (4 gramas diários) e de sódio (3 a 4 gramas diários) são
menos
rigorosas.
Para repor os nutrientes perdidos durante a diálise, o indivíduo deve tomar
suplementos polivitamínicos e de ferro. No entanto, os indivíduos submetidos à
diálise e que recebem muitas transfusões sangüíneas freqüentemente apresentam
um excesso de ferro, pois o sangue contém uma grande quantidade desse mineral.
Conseqüentemente, eles não devem tomar suplementos de ferro. Podem ser
administrados hormônios (p.ex., testosterona ou eritropoetina) para estimular a
produção de eritrócitos. As substâncias que ligam o fosfato (p.ex., carbonato de cálcio
ou acetato de cálcio) são administradas para remover o excesso de fosfato.
A concentração baixa de cálcio no sangue ou a doença óssea causada pelo
Hiperparatiroidismo grave podem ser tratadas com o calcitriol (uma forma de
vitamina
D)
e
a
suplementação
de
cálcio.
A hipertensão arterial é comum entre os indivíduos com insuficiência renal. Este
problema pode ser controlado em aproximadamente 50% dos indivíduos com a
simples remoção de uma quantidade suficiente de líquido durante a diálise. Os outros
50%
podem
necessitar
de
medicamentos
anti-hipertensivos.
Para os indivíduos submetidos à diálise crônica, os tratamentos regulares os mantêm
vivos. Contudo, a diálise freqüentemente causa estresse, pois os tratamentos são
contínuos
e
realizados
várias
vezes
por
semana,
durando
várias
horas.
Os indivíduos submetidos à diálise podem sofrer perdas em todos os aspectos de suas
vidas. A possibilidade da perda da independência pode ser particularmente
angustiante. Esses indivíduos dependem da equipe de tratamento. Os indivíduos
submetidos à hemodiálise organizar o transporte regular aos centros de diálise, pois
devem ter um acesso ininterrupto a esse tipo de tratamento. As sessões de diálise,
freqüentemente programadas de acordo com a conveniência de terceiros, influencia
o esquema de trabalho, de estudo ou de atividades de lazer do indivíduo. A
manutenção de um emprego regular pode ser impossível. Os indivíduos em diálise
podem necessitar de auxílio da comunidade para enfrentar o alto custo dos
tratamentos, dos medicamentos, das dietas especiais e do transporte. Os adultos
idosos submetidos à diálise podem tornar-se mais dependentes de seus filhos ou
podem
ser
incapazes
de
viver
sozinhos.
Freqüentemente,
os
papéis
e
96
responsabilidades familiares estabelecidos devem ser modificados para se adequarem
à rotina da diálise, o que causa estresse e sentimentos de culpa e de inadequação.
Os indivíduos submetidos à diálise também enfrentam perdas e alterações
estressantes da imagem e das funções orgânicas. As crianças cujo crescimento foi
comprometido podem sentir-se isoladas e diferentes de seus companheiros. As
questões relacionadas à identidade, à independência e à imagem corpórea
enfrentadas pelos adultos jovens e pelos adolescentes podem tornar-se mais
complicadas devido à diálise.
Como conseqüência dessas perdas, muitas pessoas submetidas à diálise tornam-se
deprimidas e ansiosas. Não obstante, a maioria dos indivíduos consegue adaptar-se à
diálise. Como os indivíduos submetidos à diálise (e a equipe de tratamento)
enfrentam essas questões afetam não apenas o seu ajuste social, mas também a sua
sobrevida em longo prazo. Geralmente, os problemas psicológicos e sociais
diminuem quando os programas de diálise estimulam o indivíduo a ser independente
e
a
retomar
seus
interesses
anteriores.
Freqüentemente, o aconselhamento psicológico e social para a depressão, para os
distúrbios comportamentais e os assuntos envolvendo perdas ou ajustes ajuda tanto
as famílias quanto as pessoas que estão sendo submetidas à diálise. Esses serviços são
fornecidos por assistentes sociais, psicólogos e psiquiatras. Muitos centros de diálise
oferecem
auxílio
psicológico
e
social.
HEMODIÁLISE
A hemodiálise, um procedimento no qual o sangue é removido do corpo e circulado
através de um aparelho externo (denominado dialisador), exige o acesso repetido à
corrente sangüínea. Uma fístula arteriovenosa (conexão artificial entre uma artéria e
uma
veia)
é
criada
cirurgicamente
para
facilitar
o
acesso.
Na hemodiálise, o sangue do paciente flui através de um tubo conectado à fístula
arteriovenosa (AV) e é bombeado até o dialisador. A heparina (uma droga que
impede a coagulação) é utilizada durante a diálise para evitar a coagulação do
sangue no interior do dialisador. No interior do dialisador, uma membrana artificial
porosa separa o sangue de um líquido (dialisador), o qual possui uma composição
97
química similar dos líquidos corpóreos normais. A pressão no compartimento da
membrana onde se encontra o dialisador é mais baixa que a do compartimento onde
se encontra o sangue, permitindo a filtração do líquido, de produtos da degradação
metabólica e de substâncias tóxicas presentes no sangue através da membrana para
o interior do dialisador. No entanto, as células sangüíneas e as proteínas maiores são
muito grandes para serem filtradas através dos pequenos poros da membrana. O
sangue dialisado (purificado) é em seguida retornado ao corpo do indivíduo.
Os dialisadores possuem tamanhos e graus de eficácia diferentes. As unidades mais
modernas são muito eficazes, permitindo que o sangue flua com mais rapidez e
abreviando o tempo da diálise. Por exemplo, as unidades modernas exigem 2 a 3
horas diárias de diálise, 3 vezes por semana, em comparação com uma mais antiga
que exige 3 a 5 horas diárias, 3 vezes por semana. Para permanecerem saudáveis, a
maioria dos indivíduos com insuficiência renal crônica necessita de hemodiálise 3
vezes por semana.
Possíveis Complicações da Hemodiálise
Complicação
Causa
Bactérias
Febre
ou
(pirógenos)
substâncias
na
corrente
causadoras
sangüínea
de
febre
Dialisado
superaquecido
Reação
alérgica
com
risco de vida (anafilaxia)
Alergia a alguma substância no aparelho
Baixa pressão arterial
Remoção de líquido em excesso
Ritmos
Níveis sangüíneos anormais de potássio e outras
cardíacos
anormais
substâncias
Êmbolo de ar
Ar que entra no sangue, na máquina
Sangramento
no
intestino, cérebro, olhos
Uso de heparina para evitar coagulação no aparelho
ou abdome
98
DIÁLISE PERITONEAL
Na diálise peritoneal, o peritônio (membrana que reveste o abdômen e os órgãos
abdominais) funciona como um filtro permeável. Esta membrana possui uma grande
área superficial e uma rica rede de vasos sangüíneos. As substâncias presentes no
sangue podem ser facilmente filtradas através do peritônio para o interior da
cavidade abdominal quando as condições forem adequadas. É realizada a infusão do
líquido através de um cateter inserido através da parede abdominal até o espaço
peritoneal no interior do abdômen. Para permitir a passagem dos produtos da
degradação metabólica presentes no sangue para o interior do líquido, este deve
permanecer um tempo suficiente no interior do abdômen. Em seguida, o líquido é
drenado, descartado e substituído por um líquido novo.
Normalmente, é utilizado um cateter de borracha de silicone macia ou de poliuretano
poroso, pois esses materiais permitem o fluxo suave do líquido e é improvável que
causem lesões. O cateter temporário pode ser passado à beira do leito e o cateter
permanente deve ser passado em uma sala cirúrgica. Um tipo de cateter permanente
forma uma vedação com a pele e pode ser tampado quando não estiver sendo
utilizado.
São utilizadas várias técnicas de diálise peritoneal. Na técnica mais simples, a diálise
peritoneal manual intermitente, as bolsas que contêm o líquido são aquecidas até a
temperatura corpórea. A seguir, o líquido é infundido no interior da cavidade
peritoneal durante 10 minutos, sendo mantido na cavidade durante 60 a 90 minutos
e, a seguir, ele é drenado durante um período de10 a 20 minutos. O tratamento
completo pode levar doze horas. Esta técnica é utilizada, sobretudo no tratamento da
insuficiência renal aguda.
A diálise peritoneal intermitente com ciclagem automatizada pode ser realizada em
casa pelo próprio indivíduo, eliminando a necessidade de atenção constante de
pessoal especializado. Um aparelho com relógio automático bombeia
automaticamente o líquido e o drena da cavidade peritoneal. Normalmente, os
99
indivíduos ajustam o dispositivo de ciclagem no momento de dormir para que a
diálise seja realizada durante o sono. Esses tratamentos devem ser realizados 6 a 7
noites por semana.
Na diálise peritoneal contínua ambulatorial, o líquido é mantido no interior da
cavidade abdominal durante intervalos extremamente longos. Comumente, o líquido
é drenado e reposto quatro a cinco vezes ao dia. Os líquidos são acondicionados em
bolsas flexíveis de cloreto de polivinila, as quais podem ser dobradas quando vazias
colocada entre as vestimentas e utilizadas em drenagens subseqüentes, sem que haja
necessidade de desconexão do cateter. Normalmente, o indivíduo realiza 3 trocas de
líquidos durante o dia, em intervalos de 4 horas ou mais. Cada troca leva 30 a 45
minutos. Uma troca mais demorada (8 a 12 horas) é realizada à noite, durante o
sono.
Outra técnica, a diálise peritoneal contínua auxiliada por um dispositivo de ciclagem,
utiliza um dispositivo de ciclagem automática para realizar trocas curtas à noite,
durante o sono, enquanto que as trocas mais longas são realizadas durante o dia,
sem o dispositivo de ciclagem. Esta técnica minimiza o número de trocas durante o
dia, mas ela impede a mobilidade durante a noite por causa do grande porte do
equipamento.
Comparação Entre Hemodiálise e Diálise Peritoneal
Quando os rins falham, os produtos da
Através da membrana, o líquido, os
degradação metabólica e o excesso de
produtos da degradação metabólica e
água podem ser removidos do sangue
as substâncias tóxicas presentes no
através da hemodiálise ou da diálise
sangue são filtrados para o dialisador.
peritoneal. Na hemodiálise, o sangue é
O sangue purificado retorna ao corpo
removido do corpo e circulado através
da
de
denominado
Na diálise peritoneal, um cateter é
dialisador, o qual realiza a sua filtração.
inserido através de pequena incisão na
um
aparelho
pessoa.
100
Na diálise peritoneal, o peritônio, uma
parede
membrana existente no abdômen, é
peritoneal. O dialisado drena através da
utilizado
filtro.
ação da força da gravidade ou é
fístula
bombeado através de um cateter,
uma
sendo mantido no espaço peritoneal
criada
durante um período suficiente para
cirurgicamente para facilitar a remoção
permitir a filtragem dos produtos da
e o retorno do sangue. O sangue flui
degradação metabólica presentes no
para o dialisador através de um tubo
sangue para o dialisado. Em seguida, o
conectado à fístula. No interior do
dialisado é drenado, descartado e
dialisador, uma membrana artificial
substituído.
Na
como
hemodiálise,
arteriovenosa
artéria
separa
e
uma
(conexão
uma
o
sangue
(dialisado)
similar
entre
veia)
de
é
um
aos
abdominal
até
o
espaço
líquido
líquidos
corpóreos normais.
101
COMPLICAÇÕES
Embora muitos indivíduos sejam submetidos à diálise peritoneal durante anos sem
qualquer problema, complicações podem ocorrer. O sangramento pode ocorrer no
local onde o cateter foi passado ou no interior da cavidade abdominal ou um órgão
interno pode ser perfurado durante a instalação de um cateter. Pode ocorrer
extravasamento de líquido em torno do cateter ou para o interior da parede
abdominal. O fluxo do líquido pode ser bloqueado por coágulos ou outros resíduos.
No entanto, a complicação mais grave da diálise peritoneal é a infecção. Ela pode
envolver o peritônio, a pele da região onde o cateter foi passado ou a área em torno
do cateter, causando a formação de um abcesso. Normalmente, a infecção ocorre
devido a uma falha na técnica de assepsia durante alguma parte da diálise.
Comumente, os antibióticos conseguem combater a infecção. Quando isto não
ocorre, pode ser necessária a retirada do cateter até o desaparecimento da infecção.
Outros problemas podem associar-se à diálise. A concentração baixa de albumina no
sangue (hipoalbuminemia) é comum. As complicações mais raras incluem a esclerose
peritoneal (cicatrização do peritônio) que acarreta uma obstrução parcial do intestino
delgado, o hipotireoidismo (concentração baixa do hormônio tireoidiano) e crises
convulsivas. A hiperglicemia (concentração elevada de glicose no sangue) também é
rara, exceto em pacientes diabéticos. Aproximadamente 10% dos pacientes
apresentam
hérnias
abdominais
e
inguinais.
Os indivíduos submetidos à diálise peritoneal podem apresentar uma propensão à
constipação, a qual interfere na drenagem do cateter. Conseqüentemente, eles
podem
necessitar
de
laxantes
e
de
emolientes
fecais.
Geralmente, a diálise peritoneal não é realizada em indivíduos que apresentam
infecções da parede abdominal, conexões anormais entre o tórax e o abdômen, um
enxerto artificial de vaso sangüíneo recém-instalado no abdômen ou uma ferida
abdominal recente.
102
6 – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:

Acompanhar paciente durante tratamento dialítico

Verificar sinais vitais

Controle peso

Auxiliar médio e enfermeiro durante hemodiálise

Controlar balanço hídrico

Observar sinais de choque hipovolêmico

Observar sinais de anemia

Proporcionar conforto

Administrar terapêutica prescrita

7 – TERMOS TÉCNICOS:

Inapetência

Encefalopatia urêmica

Hipercalcemia

Hipercalemia

Hipernatremia

Fístula arteriovenosa
SISTEMA ENDÓCRINO
ANATOMIA E FISIOLOGIA
Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como
atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são
lançados na corrente sangüínea e irão atuar em outra parte do organismo,
controlando ou auxiliando o controle de sua função. Os órgãos que têm sua função
controlada e/ou regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo.
Constituição dos órgãos do sistema endócrino
Os tecidos epiteliais de secreção ou epitélios glandulares
103
formam
as
glândulas,
que
podem
ser
uni
ou
pluricelulares. As glândulas pluricelulares não são apenas
aglomerados de células que desempenham as mesmas
funções básicas e têm a mesma morfologia geral e origem
embrionária - o que caracteriza um tecido. São na verdade
órgãos definidos com arquitetura ordenada. Elas estão
envolvidas por uma cápsula conjuntiva que emite septos,
dividindo-as em lobos. Vasos sangüíneos e nervos
penetram nas glândulas, fornecendo alimento e estímulo
nervoso para as suas funções.
Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas
corporais. Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso,
formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode
fornecer ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o sistema
endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o
sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, atuam na coordenação e
regulação das funções corporais.
104
PÂNCREAS
É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e
determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as
secreções para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas
ilhotas de Langerhans são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os
dois hormônios: insulina e glucagon, que atuam no metabolismo da glicose.
DIABETES MELITUS
1 – O QUE É?
O Diabetes Melitus é uma síndrome decorrente da falta de produção da insulina; da
diminuição da produção de insulina e/ou da incapacidade da insulina produzida
exercer adequadamente suas ações. A hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue) é
o parâmetro para fazer o diagnóstico e avaliar a terapia.
105
Tipo 1: Resulta da destruição das células beta pancreáticas, por mecanismo mediado
por células, ou seja, através de um processo auto-imune , encerrando a produção de
insulina, sendo então as aplicações de insulina a única forma de tratamento.
A evolução clínica é rápida; o pico de incidência ocorre na infância e na adolescência,
no restante dos portadores o início poderá acontecer em qualquer idade.
Algumas formas de diabetes tipo 1 são idiopáticas, ou seja, de origem indeterminada.
Tipo 2 : Nesse tipo de diabetes, há uma resistência à ação da insulina, em uma
combinação com uma deficiência relativa de secreção de insulina.
Pessoas classificadas inicialmente com este tipo de diabetes não precisam de insulina
para alcançar um controle satisfatório. Acomete 90% da população com diabetes,
dentre eles a maioria são obesos, hipertensos, sedentários e principalmente
apresentam história familiar.
Seus sinais e sintomas podem passar sem diagnóstico durante muitos anos,
aumentando os riscos de se desenvolver complicações microvasculares e macro
vasculares do diabetes.
Gestacional: Este tipo de diabetes é diagnosticado durante a gestação. Há uma
resistência insulínica provocada por hormônios produzidos na placenta (prolactina,
glucagon, progesterona, lactogênico, placentário), portanto a glicose (açúcar)
permanece elevada no sangue materno, facilitando seu transporte e difusão pela
placenta até o feto. Os riscos são maiores na mulher que já apresentou diabetes em
outras gestações, histórico familiar de diabetes, história de aborto espontâneo, morte
intra-uterina ou neonatal, bebe que nasceu com mais de 4 kg e de má formação
congênita. Quanto mais fatores de risco a mulher apresentar, maiores serão as
probabilidades de desenvolver diabetes gestacional.
2 – O QUE CAUSA?
1º - Falta de insulina. Nestes casos, o pâncreas não produz insulina ou a produz em
quantidades muito baixas. Com a falta de insulina, a glicose não entra nas células,
106
permanecendo na circulação sanguínea em grandes quantidades. Para esta situação,
os médicos chamaram esse tipo de Diabetes de Diabetes Melitus tipo 1 (DM tipo 1).
2º - Mau funcionamento ou diminuição dos receptores das células. Nestes casos, a
produção de insulina está normal. Mas como os receptores (portas) não estão
funcionando direito ou estão em pequenas quantidades, a insulina não consegue
promover a entrada de glicose necessária para dentro das células, aumentando
também as concentrações da glicose na corrente sanguínea. A esse fenômeno, os
cientistas chamaram de “resistência à insulina”. Para esse segundo tipo de Diabetes, o
médicos deram o nome de Diabetes Melitus tipo 2 (DM tipo 2).
3 – QUANDO SUSPEITAR?
A tríade clássica dos sintomas da diabetes é poliúria (pessoa urina com freqüência),
polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de líquidos), polifagia (apetite
aumentado). Pode ocorrer perda de peso. Estes sintomas podem se desenvolver
bastante rapidamente no tipo 1, particularmente em crianças (semanas ou meses) ou
pode ser subtil ou completamente ausente — assim como se desenvolver muito mais
lentamente — no tipo 2. No tipo 1 pode haver também perda de peso (apesar da
fome aumentada ou normal) e fadiga. Estes sintomas podem também se manifestar
na
diabetes
tipo
2
em
pacientes
cuja
diabetes
é
má
controlada.
Quando a concentração de glicose no sangue está alta (acima do limiar renal), a
reabsorção de glicose no túbulo proximal do rim é incompleta, e parte da glicose é
excretada na urina (glicosúria). Isto aumenta a pressão osmótica da urina e
consequentemente inibe a reabsorção de água pelo rim, resultando na produção
aumentada de urina (poliúria) e na perda acentuada de líquido. O volume de sangue
perdido será reposto osmoticamente da água armazena das células do corpo,
causando
desidratação
e
sede
aumentada.
Quando os níveis altos de glicose permanecem por longos períodos, ocorre a
absorção de glicose e isto causa mudanças no formato das lentes dos olhos, levando
a dificuldades de visão. A visão borrada é a reclamação mais comum que leva ao
diagnóstico de diabetes; o tipo 1 deve ser suspeito em casos de mudanças rápidas na
visão, ao passo que o tipo 2 geralmente causa uma mudança mais gradual.
107
Pacientes (geralmente os com diabetes tipo 1) podem apresentar também
cetoacidose diabética, um estado extremo de desregulação metabólica caracterizada
pelo cheiro de acetona na respiração do paciente, respiração Kussmaul (uma
respiração rápida e profunda), poliúria, náusea, vómito e dor abdominal e qualquer
um dos vários estados de consciência alterados (confusão, letargia, hostilidade,
mania, etc.). Na cetoacidose diabética severa, pode ocorrer o coma (inconsciência),
progredindo para a morte. De qualquer forma, a cetoacidose diabética é uma
emergência
médica
e
requer
atenção
de
um
especialista.
Um estado raro, porém igualmente severo, é o estado não-cetótico, que é mais
comum na diabetes tipo 2, e é principalmente resultante da desidratação devido à
perda de líquido corporal. Freqüentemente o paciente tem ingerido quantidades
imensas de bebidas contendo açúcar, levando a um ciclo vicioso em consideração à
perda de líquido.
4 – COMO CONFIRMAR?
O teste da dosagem sanguínea da glicemia (ou glicose) em jejum é o teste de escolha
para diagnóstico do diabetes tipo 1 e tipo 2 em crianças, homens e mulheres nãogestantes. Em gestantes, o teste de escolha é o Teste Oral de Tolerância à Glicose
(TOTG). Caso alguns destes testes sejam positivos, um segundo teste (realizado em
outro dia) será necessário para confirmar o diagnóstico de diabetes Melitus.
Abaixo seguem os valores das taxas de glicose no sangue (ou glicemia) utilizados
para fazer o diagnóstico do diabetes Melitus tipo 1 ou do tipo 2.
Teste da glicose em jejum (ou glicemia de jejum):
Valores de glicose sanguínea iguais ou maiores que 126 mg/dl (miligramas por
decilitro) indicam a presença de diabetes. Nestes casos, o jejum deve ser de 8 horas.
Teste de Tolerância Oral à Glicose – TTOG:
Valores de glicose sanguínea iguais ou maiores que 200 mg/dl (miligramas por
decilitro), quando dosada 2 horas pós ter ingerido 75 g (gramas) de glicose dissolvida
em água, indicam a presença de diabetes.
108
Dosagem aleatória de glicose sanguínea:
Valores de glicose sanguínea iguais ou maiores que 200 mg/dl, quando dosada em
qualquer hora do dia, mesmo não estando de jejum, podem indicar a presença de
diabetes quando o indivíduo já apresenta os sintomas de diabetes.
Observação: No diabetes gestacional, geralmente os níveis de glicose de jejum
podem estar dentro da normalidade. Por isso, nesses casos, um Teste Oral de
Tolerância à Glicose (TOTG) é indicado. Para gestantes, o TOTG é diferente do citado
acima. Nestes casos, a glicose é medida em jejum e checada por 2 ou 3 vezes após ter
ingerido uma solução de glicose. Devido à complexidade do teste, recomendamos
que o mesmo fosse sempre prescrito e avaliado por médicos.
5 – TRATAMENTO:
A diabetes mellitus é uma doença crônica, sem cura por tratamentos convencionais, e
sua ênfase médica deve ser necessariamente em evitar/administrar problemas
possivelmente relacionados à diabetes, a longo ou curto prazo.
O tratamento é baseado cinco conceitos:
 Conscientização e educação do paciente, sem a qual não existe aderência.
 Alimentação e dieta adequada para cada tipo de diabetes e para o perfil do
paciente.
 Vida ativa, mais do que simplesmente exercícios.
 Medicamentos:
 Hipoglicemiantes orais
 Insulina
 Monitoração dos níveis de glicose e hemoglobina glicada.
É extremamente importante a educação do paciente, o acompanhamento de sua
dieta, exercícios físicos, monitoração própria de seus níveis de glicose, com o objetivo
de manter os níveis de glicose a longo e curto prazo adequados. Um controle
cuidadoso é necessário para reduzir os riscos das complicações a longo prazo.
109
Isso pode ser alcançado com uma combinação de dietas, exercícios e perda de peso
(tipo 2), várias drogas diabéticas orais (tipo 2 somente) e o uso de insulina (tipo 1 e
tipo 2 que não esteja respondendo à medicação oral). Além disso, devido aos altos
riscos associados de doença cardiovascular, devem ser feitas modificações no estilo
de vida de modo a controlar a pressão arterial e o colesterol, se exercitando mais,
fumando menos e consumindo alimentos apropriados para diabéticos, e se
necessário, tomando medicamentos para reduzir a pressão.
Cura do Diabetes Mellitus Tipo 2 por Cirurgia
Um estudo feito por médicos franceses publicado na ScienceDirect, confirmou o que
médicos já haviam observado, a cirurgia de redução de estomago (Gastroplastia)
usada no tratamento da obesidade mórbida ajuda a controlar o diabetes mellitus tipo
2, um estudo mais aprofundado feito por Francesco Rubino, levou à criação de uma
cirurgia no intestino que tem alta eficiência no tratamento da diabetes tipo 2 para
pessoas não obesas.
6 – ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM:

Incentivar a adesão ao tratamento

Verificar glicemia capilar

Monitorar sinais de alterações glicemicas

Incentivar a pratica de esportes

Contra indicar fumo

Contra indicar alcool

Incentivar a hábitos de vida saudáveis

Orientar sobre a patologia
7 – TERMOS TÉCNICOS:

Hiperglicemia

Hipoglicemia

Poliuria

Polidipsia

Polifagia
110

Letargia

Cetoacidose diabetica

HGT
SISTEMA NEURÓLOGICO OU NERVOSO
1.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA:
0 sistema nervoso tem como principais funções o controlE do comportamento e a
regulação fisiológica do organismo. Este processo é estabelecido por diversas
estruturas de forma interligada e muitas vezes em conjunção e de cuja harmonia
depende o equilíbrio do corpo humano. Nestas estruturas destacamos o sistema
central (encéfalo e espinal-medula) e o sistema periférico (gânglios e nervos
periféricos à espinal medula e encéfalo) que atuam coordenadamente nas relações
do homem com o meio bem como na manutenção do seu equilíbrio interno.
O sistema nervoso humano, além de ser o centro de nossas emoções, controla as
funções orgânicas do corpo e a interação deste com o ambiente, recebendo
estímulos, interpretando-os e elaborando respostas a eles.
É composto pelo sistema nervoso central, e pelo sistema nervoso periférico: o
primeiro, constituído de encéfalo e medula espinal, é responsável por processar
informações. O segundo, com nervos, gânglios e terminações nervosas, se encarrega
pela condução dessas informações pelo corpo.
Células especializadas, denominadas neurônios, são as principais responsáveis pelo
recebimento e transporte de informações, por meio de alterações elétricas que
ocorrem na região da membrana - conhecidas por impulsos elétricos. Esses ocorrem,
geralmente, da extremidade de um neurônio para a de outro, sendo que o local de
junção entre estes é chamado sinapse nervosa. Na grande parte das sinapses, os
citoplasmas apresentam mediadores químicos: os neurotransmissores. Esses
permitem a ocorrência destes impulsos ao se ligarem a proteínas de membrana da
célula seguinte. A adrenalina é um exemplo.
Este sistema possui íntima relação com o sistema endócrino, podendo fornecer a ele,
111
por exemplo, informações relativas ao ambiente. Nessa situação, o sistema endócrino,
responsável pela produção e secreção de hormônios na corrente sanguínea, atua
estimulando, ou mesmo inibindo, a ação de determinados órgãos por meio destes
mensageiros químicos
Glândulas exócrinas, como as responsáveis pelo suor ou pela digestão, também
exercem papel importante no funcionamento do sistema nervoso, inclusive no que se
diz respeito à homeostase corpórea.
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células
da glia (ou da neuroglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e
transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a
execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para
exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais:
a
irritabilidade
a
(também
denominada
excitabilidade
ou
responsividade)
e
condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a
estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é uma
resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é
inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas
pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta emitida
pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio
condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de
excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande
velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade
de condutibilidade.
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas
pelo sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um
neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida.
Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o
citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados
neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios.
112
Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como
receptores de estímulos, funcionando, portanto, como "antenas" para o neurônio. Os
axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos
nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamados de
colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio
propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal axonal é
o local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e
passa a informação (impulso nervoso) para eles. A região de passagem do impulso
nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os
axônios têm muitas ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma
uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são
chamadas coletivamente de arborização terminal.
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do
sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios
nervosos, localizados próximo da coluna vertebral.
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando
feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP).
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de Schwann
(encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas no SNC) Em
muitos axônios, esses tipos celulares determinam a formação da bainha de mielina invólucro principalmente lipídico (também possui como constituinte a chamada
proteína básica da mielina) que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do
impulso nervoso. Em axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da
113
bainha de mielina, que acarretam a existência de uma constrição (estrangulamento)
denominada nódulo de Ranvier. No caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas
células de Schwann, a parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e
o núcleo desta célula, constitui o chamado neurilema.
O impulso nervoso
A membrana plasmática do neurônio transporta
alguns íons ativamente, do líquido extracelular
para o interior da fibra, e outros, do interior, de
volta ao líquido extracelular. Assim funciona a
bomba de sódio e potássio, que bombeia
ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio
é bombeado ativamente para dentro. Porém esse
bombeamento não é eqüitativo: para cada três
íons sódio bombeados para o líquido extracelular,
apenas dois íons potássio são bombeados para o
líquido intracelular.
114
Imagem: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia.
São Paulo, Ed. Moderna, 2001. vol. 2.
DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO
MEDULA
Etimologicamente, medula significa miolo e indica tudo o que está dentro. A medula
espinhal é assim denominada por estar dentro do canal espinhal ou vertebral. A
medula é uma massa de tecido nervoso alongado e cilindróide, situada dentro do
canal vertebral, sem ocupá-lo completamente e ligeiramente achatada ânteroposteriormente. Tem calibre não-uniforme por possuir duas dilatações, as
intumescências cervical e lombar, de onde partem maior número de nervos através
dos plexos braquial e lombossacral, para inervar os membros superiores e inferiores,
respectivamente. Seu comprimento médio é de 42 cm na mulher adulta e de 45 cm
no homem adulto. Sua massa total corresponde a apenas 2% do Sistema Nervoso
Central humano, contudo inerva áreas motoras e sensoriais de todo o corpo, exceto
as áreas inervadas pelos nervos cranianos.
115
IMPORTÂNCIA:
A medula espinhal recebe impulsos sensoriais de receptores e envia impulsos
motores a efetuadores tanto somáticos quanto viscerais. Ela pode atuar em reflexos
dependente ou independentemente do encéfalo. Este órgão é a parte mais simples
do
Sistema
Nervoso
Central
tantoontogenético
(embriológico),
quanto
filogeneticamente (evolutivamente).Daí o fato de a maioria das conexões encefálicas
com o Sistema Nervoso periférico ocorrer via medula.
Nervos Cranianos: (12 pares)
I. Olfatório
II. Óptico
III. Oculomotor
IV. Troclear
V. Trigêmeo
VI. Abducente
VII. Facial
VIII. Vestíbulococlear
IX. Glossofaríngeo
X. Vago
XI. Acessório
XII. Hipoglosso
116
O CEREBELO
Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é primariamente um centro para o
controle dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões
com o cérebro e a medula espinhal). Como o cérebro, também está dividido em dois
hemisférios. Porém, ao contrário dos hemisférios cerebrais, o lado esquerdo do
cerebelo está relacionado com os movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto
o lado direito, com os movimentos do lado direito do corpo. O cerebelo recebe
informações do córtex motor e dos gânglios basais de todos os estímulos enviados
aos músculos. A partir das informações do córtex motor sobre os movimentos
musculares que pretende executar e de informações proprioceptivas que recebe
diretamente do corpo (articulações, músculos, áreas de pressão do corpo, aparelho
vestibular e olhos), avalia o movimento realmente executado. Após a comparação
entre desempenho e aquilo que se teve em vista realizar, estímulos corretivos são
enviados de volta ao córtex para que o desempenho real seja igual ao pretendido.
Dessa forma, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio,
postura e tônus muscular.
O TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se
ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais; (1) recebe informações
sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça; (2) contém
circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões
encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado
esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado direito do corpo; lado direito
de cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do corpo); (3) regula a
atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou
menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede
de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além destas 3
funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções
motoras e sensitivas específicas. Na constituição do tronco encefálico entram corpos
de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que, por sua vez, se
117
agrupam em feixes denominados tractos, fascículos ou lemniscos. Estes elementos da
estrutura interna do tronco encefálico podem estar relacionados com relevos ou
depressões de sua superfície. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou
emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12
pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico. O tronco
encefálico se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado
cranialmente; e PONTE, situada entre ambos.
BULBO
O bulbo, bulbo raquídeo ou ainda medula oblonga, é a parte menor e mais caudal
do tronco encefálico. Derivando do mielencéfalo embrionário, o bulbo é contínuo,
em sua parte inferior, com a medula espinhal e, na superior com a ponte. O bulbo
forma, deste modo, uma zona transicional conectando a região menos diferenciada
do sistema nervoso central, que é a medula espinhal, com as regiões mais
diferenciadas do encéfalo. Relaciona-se com a respiração.
118
“A PONTE OU PROTUBERÂNCIA
Localiza-se abaixo do cérebro, diante do cerebelo e acima do bulbo. Como o próprio
nome indica, a ponte serve de passagem de impulsos nervosos que vão ao cérebro. A
“ponte está também relacionada com reflexos associados às emoções, como o riso e
as lágrimas.”
Córtex Cerebral
Funções:
· Pensamento
· Movimento voluntário
· Linguagem
· Julgamento
· Percepção
Cerebelo
Funções:
· Movimento
· Equilíbrio
· Postura
· Tônus muscular
Tronco Encefálico
Funções:
· Respiração
· Ritmo dos batimentos cardíacos
· Pressão Arterial
119
Mesencéfalo
Funções:
· Visão
· Audição
· Movimento dos Olhos
· Movimento do corpo
CEFALÉIA
1 - O QUE É ENXAQUECA (DOR DE CABEÇA)?
Enxaqueca é a síndrome periódica, constituída por dor de cabeça, geralmente
sentida apenas de um lado, acompanhada ou não de náusea e vômito. A enxaqueca,
dor de cabeça, pode ou não ser acompanhada por aura (pontos brilhantes), que é
um sintoma da enxaqueca, dor de cabeça, ficando em média 20 minutos. Os
pacientes acometidos por enxaqueca, dor de cabeça, que apresentam aura são a
minoria, no máximo 15%.A crise de enxaqueca, dor de cabeça, tem tempo variável.
Em algumas pessoas a crise de enxaqueca dura 3 horas em outras alguns dias. A dor
de cabeça pode ser muito forte, chegando a impossibilitar o paciente de ter suas
atividades rotineiras, obrigando-o a ficar isolado em local silencioso e com pouca
luminosidade. Vários pacientes relatam que antes da crise de enxaqueca, dores de
cabeça sentem alteração no seu estado emocional, sentido depressão ou ansiedade,
outros pacientes relatam vontade de comer doces em período anterior a crise de
enxaqueca. Cada enxaqueca tem a sua característica, mas a dor de cabeça intensa é
a principal característica da enxaqueca.
2 – O QUE CAUSA?
Não existe um consenso global quanto a causa exata da enxaqueca, dor de
cabeça.Sabe-se que a enxaqueca, dor de cabeça, ocorre devido disfunção, episódica,
na liberação de substancias químicas inibitórias da sensação de dor, como a betaendorfina e a serotonina. Estas substâncias inibitórias existem para que não sintamos
120
dores desnecessárias, como por exemplo, o roçar da roupa no nosso corpo. No
indivíduo com enxaqueca, há uma diminuição destas substâncias, então sentirá dor
de cabeça intensa, mesmo com as funções normais (fisiológicas) do seu organismo.
Por exemplo: a pulsação normal e natural nas artérias da cabeça, que é transmitida
pelos nervos trigêmeos e occipitais para regiões cerebrais, será reconhecida como
dor, durante as crises de enxaqueca e dor de cabeça, devido não ter ocorrido a
devida inibição dessa sensação pelas substâncias inibitórias.Porém o motivo exato
destas alterações bioquímicas, causando a crise de enxaqueca, dor de cabeça, ainda
não foi totalmente definido pela ciência.
ALIMENTOS E ENXAQUECA (DOR DE CABEÇA)
De acordo com artigo da revista neurologia ( Barcelona),de maio 1996. Autores: R
Leira; Rodriguez R.
"Alguns alimentos em nossa dieta podem desencadear ataques de enxaqueca, dor de
cabeça em pessoas sensíveis, através de uma reação alérgica.Substâncias presentes
nos alimentos podem ser a causa de alterações no tônus vascular e trazer enxaqueca.
Entre essas substâncias estão a tiramina, fenilalanina, aditivos alimentares (nitrato de
sódio, glutamato monossódico, aspartame), queijo, frutas cítricas, banana, carne seca,
produtos lácteos, cereais, feijão, cachorro quente, pizza, chá, cafeína, chocolate,
vinho tinto, cerveja, uísque, destilados em alambiques de cobre. Outro motivo para a
enxaqueca é a hipoglicemia."
AVALIAÇÃO DA ENXAQUECA (DOR DE CABEÇA)
Para sabermos a causa da enxaqueca, dor de cabeça se faz necessário:
- avaliação minuciosa da coluna vertebral para detectar se a enxaqueca ou dor de
cabeça (cefaléia) é originada em causa mecânica (enxaqueca de etiologia nas
estruturas vertebrais) ou idiopática (que seriam as disfunções bioquímicas).
- observação de membros e articulações do corpo. Como exemplo posso citar que
algumas vezes é detectada diferença de comprimento das pernas, causando
curvaturas patológicas na coluna, levando à alterações cervicais, que resultam em
enxaqueca ou dor de cabeça (cefaléia).
121
3 - TRATAMENTOS :
Dependendo da causa da enxaqueca, dor de cabeça, conforme parágrafo acima será
utilizado tratamento específico:
1)Para enxaqueca, dor de cabeça com causa na COLUNA ou HEMODINÂMICA:
A causa deste tipo de enxaqueca / dor de cabeça (cefaléia) é solucionada através de
técnicas específicas de manobras na coluna como um todo. Nesta clínica usamos a
junção das principais técnicas de ajustes vertebrais, que são: Quiropraxia +
Osteopatia + RPG somadas à Acupuntura.
A soma destas técnicas consegue tirar a causa, tendo como resultado a cura da
enxaqueca, dor de cabeça. Muitos pacientes, quando recebem esta explicação sobre
enxaqueca, ficam perplexos, acha impossível uma alteração estrutural mínima na sua
cervical, causar sua enxaqueca ou dor de cabeça (cefaléia). Somente após algumas
sessões, sentindo os resultados iniciais, conseguem acreditar. O tratamento da
enxaqueca ou da dor de cabeça (cefaléia) pode demorar vários meses para terminar,
porém já após algumas semanas a paciente nota diminuição progressiva das dores
de cabeça da cefaléia ou de todos os sintomas da enxaqueca.
2) Para enxaqueca, dor de cabeça de causa bioquímica e alimentar (como citado acima é
de causa idiopática):
Como a causa desta enxaqueca não é estrutural, seu tratamento consiste em sessões
de Acupuntura específica para enxaqueca / dor de cabeça (cefaléia) e que pode ser
com ou sem agulhas, o paciente escolhe este detalhe. A Acupuntura tem a função de
fazer equilíbrio energético (a eletricidade do nosso corpo). Esta eletricidade é que
controla todas as funções bioquímicas do nosso organismo. Como citado acima, a
enxaqueca, dor de cabeça tem desequilíbrio bioquímico. A partir do momento que o
organismo volta ao seu equilíbrio elétrico (que comanda a parte bioquímica) a
enxaqueca deixa de existir.
A acupuntura é maravilhosa, porém quando a enxaqueca ou dor de cabeça (cefaléia)
tem causa estrutural, apenas acupuntura não adianta, precisa a soma dos dois
122
tratamentos, como citado no item 1 acima. Quando a enxaqueca for de origem
bioquímica (alimentar) a acupuntura sistêmica oferece resultados incrivelmente
maravilhosos. Ao invés do paciente deixar de ingerir os alimentos causadores de
enxaqueca, dor de cabeça, simplesmente fazemos o corpo do paciente não reagir
negativamente à ingestão destes alimentos. O corpo da pessoa deve estar apto a se
alimentar normalmente, da mesma forma que muitas outras pessoas se alimentam, o
paciente que sofria de enxaqueca passa também a poder comer o que preferir, sem
se preocupar com a dor de cabeça.
Nosso corpo não funciona apenas com o fator químico-biológico, mas também com
eletricidade. Esta energia eletrônica controla todas as outras funções e a Acupuntura
controlando a energia, consegue comandar as funções do organismo.
Pela ótica da medicina tradicional Ocidental, explica-se que os estímulos da
acupuntura na enxaqueca ou dor de cabeça (cefaléia) resultam na produção de:
-
substâncias
que
agem
sobre
neurotransmissores
e
neuromediadores,
restabelecendo o bom funcionamento das funções que estavam alteradas,
- corticóides naturais (fabricados pela supra renal do próprio paciente) com grande
ação anti-inflamatória,
- analgésicos internos (os efeitos da Acupuntura são iguais aos da serotonina,
neuromediador produzido em nosso cérebro).
DICAS SOBRE ENXAQUECA E DOR DE CABEÇA (CEFALÉIA)
A intenção destas dicas sobre enxaqueca tem a única intenção de ajudar a evitar
situações que venha a desencadear a enxaqueca ou dor de cabeça (cefaléia). De
forma alguma visa substituir o tratamento médico adequado.
1) A pimenta vermelha (Capsicum annum) para enxaqueca (dor de cabeça):
É um eficaz redutor da dor da enxaqueca, contém capsaicina, um composto que se
crê bloqueador da transmissão de dor no nervo. De acordo com um estudo
publicado em 1992 a revista, Cephalalgia, a dor e gravidade das cefaléias (dores de
cabeça) ou enxaquecas foram reduzidas de forma significativa nos pacientes que
receberam tratamentos tópicos de capsaicina por sete dias. Comprar ou fazer um
123
bálsamo contendo Capsicum annum e massagear a região dolorida durante um
ataque de enxaqueca. Sempre lembrando de consultar um médico qualificado se
quiser experimentar este procedimento anti enxaqueca em casa, pois os efeitos
secundários podem incluir queima na área de aplicação.
2) Hortelã (Mentha piperita) na enxaqueca (dor de cabeça):
Menta pode ser usada tanto interna como externamente para ajudar na diminuição
da crise de enxaqueca. Contém mentol, que é um redutor da dor, e também reduz a
náusea. De acordo com um estudo publicado em 1994 na revista Cephalalgia, Uma
combinação de óleo essencial de hortelã-pimenta e etanol ou mesmo azeite extra
virgem, reduz significativamente a sensibilidade às enxaquecas e dores de cabeça
(cefaléias) em pacientes que aplicaram a solução tópica na testa. O ideal é executar
este procedimento ao primeiro sinal de uma crise de enxaqueca, mas pode ser
utilizado em qualquer momento do ataque. Outra forma de utilizar a hortelã-pimenta
para enxaqueca é consumir chá de hortelã. Não é recomendado utilizar qualquer
procedimento na crise de enxaqueca, dor de cabeça sem supervisão médica.
3) Gengibre (Zingiber officinale) para enxaqueca (dor de cabeça):
Uso comum no alívio de dor e náuseas, principalmente da enxaqueca e dor de
cabeça (cefaléia). Embora haja pouca investigação científica sobre gengibre como
um remédio natural para enxaquecas, foi realizado estudos de laboratório sobre a
sua capacidade para reduzir a dor, e como um antiinflamatório. Um estudo publicado
em 2005 Journal of Medicinal Food afirma que um extrato feito a partir de raiz de
gengibre é muito útil como antiinflamatório. Também é conhecida por ajudar no
alivio da crise de enxaqueca ou dor de cabeça (cefaléia). Recomenda-se comer uma
colher de chá de raiz de Gengibre por dia, nos alimentos. Lembrando que em crises
de enxaqueca deve-se procurar ajuda do seu médico.
Algumas das causas da cefaléia:
- tensão muscular;
- enxaqueca;
124
-cefaléia em salvas (períodos curtos de 1 hora, porém intensas)
- Hipertensão arterial
- problemas oculares
- problemas dos seios da face
- tumor cerebral;
- infecção cerebral
- meningite
- hemorragia
- Sífilis
- tuberculose
- câncer... Dentre outros.
É possível reduzir a freqüência e a intensidade das crises e torná-las mais responsivas
aos medicamentos, através de um tratamento preventivo. A maioria dos pacientes
obtém melhora significativa dentro de poucos meses.
CONVULSÕES
1 – O QUE É?
Uma convulsão é a resposta a uma descarga elétrica anormal no cérebro. O termo
crise convulsiva descreve várias experiências e comportamentos e não é o mesmo
que uma convulsão, embora os termos sejam às vezes utilizados como sinônimos.
Qualquer coisa que irrite o cérebro pode produzir uma crise convulsiva. Dois terços
dos indivíduos que apresentam uma crise convulsiva jamais a apresentam
novamente. Um terço dos indivíduos continuarão a apresentar crises convulsivas
recorrentes (condição denominada epilepsia). O que ocorre exatamente durante
uma convulsão depende da parte do cérebro que é afetada pela descarga elétrica
anormal. A descarga elétrica pode envolver uma área mínima do cérebro, fazendo
apenas que o indivíduo perceba um odor ou sabor estranho, ou pode envolver
125
grandes áreas, acarretando uma convulsão (abalos e espasmos musculares
generalizados). Além disso, o indivíduo pode aposentar episódios breves de alteração
da consciência; pode perder a consciência, o controle muscular ou o controle vesical;
e pode apresentar confusão mental. As convulsões freqüentemente são precedidas
por auras – sensações incomuns de odores, sabores ou visões, ou uma sensação
intensa de que uma crise convulsiva está prestes a ser desencadeada.
2 – O QUE CAUSA?
Febre alta
Outras doenças
• Insolação
• Eclâmpsia
• Infecção Infecções do cérebro
• Encefalopatia hipertensiva
• AIDS
• Lúpus eritematoso
• Malária
• Meningite
• Raiva
• Sífilis
• Tétano
• Toxoplasmose
• Encefalite viral
Exposição a drogas ou substâncias
tóxicas
• Álcool (grandes quantidades)
• Anfetaminas
• Cânfora
• Cloroquina
• Overdose de cocaína
Distúrbios metabólicos
• Chumbo
• Hipoparatireoidismo
• Pentilenotetrazol
• Níveis altos de açúcar ou de
• Estricnina Abstinência após
sódio no sangue
utilização excessiva
• Níveis baixos de açúcar, cálcio,
• Álcool
magnésio ou sódio no sangue
• Medicamentos para dormir
• Insuficiência renal ou hepática
• Tranqüilizantes Reações adversas a
• Fenilcetonúria Oxigenação
medicamentos de receita obrigatória
insuficiente do cérebro
• Ceftazidima
• Intoxicação por monóxido de
• Clorpromazina
carbono
• Imipenemo
126
• Fluxo sangüíneo inadequado
• Indometacina
para o cérebro
• Meperidina
• Afogamento parcial
• Fenitoína
• Sufocação parcial
• Teofilina
• Acidente vascular cerebral
Destruição do tecido cerebral
• Tumor cerebral
• Traumatismo crânio-encefálico
• Hemorragia intracraniana
• Acidente vascular cerebral
3 – QUANDO SUSPEITAR?
Os Sintomas das Crises Convulsivas Variam de Acordo Com a Localização
Local
da
Descarga
Elétrica
Anormal
Sintomas
Lobo frontal
Tremores num músculo específico
Lobo occipital
Alucinações de flashes de luz
Lobo parietal
Dormência ou formigamento numa
parte específica do corpo
Lobo temporal
Alucinações
de
imagens
e
comportamento repetitivo complicado
(p.ex.,caminhar em círculos)
Lobo temporal anterior
Movimentos de mastigação, estalar dos
lábios
Lobo
profundo
temporal
anterior
Alucinação
intensa
de
um
odor,
agradável ou desagradável
Algumas vezes, essas sensações são agradáveis, enquanto em outras, elas são
extremamente desagradáveis. Aproximadamente 20% dos indivíduos epilépticos
apresentam auras. Uma crise convulsiva comumente dura 2 a 5 minutos. Quando ela
127
cessa, o indivíduo pode apresentar uma cefaléia, dores musculares, sensações
incomuns, confusão mental e fadiga profunda (estado pós-comicial). Habitualmente,
o indivíduo não consegue recordar o que ocorreu durante o episódio.
Espasmos Infantis e Convulsões Febris
Dois tipos de convulsões ocorrem quase exclusivamente em crianças. Nos espasmos
infantis, a criança, deitada de costas, flexiona bruscamente os membros superiores,
flexiona o pescoço e o tronco para frente e estende os membros inferiores. Os
episódios duram apenas alguns segundos, mas podem repetir-se muitas vezes ao dia.
Eles normalmente ocorrem em crianças com menos de três anos de idade e,
posteriormente, muitos evoluem tipicamente para outras formas de crises
convulsivas.
A
maioria
das
crianças
com
espasmos
infantis
apresenta
comprometimento intelectual ou atraso do desenvolvimento neurológico. O retardo
mental normalmente persiste na vida adulta. As crises convulsivas dificilmente são
controladas
com
medicamentos
antiepilépticos.
As
convulsões
febris
são
conseqüência da febre em crianças com três meses a cinco anos de idade. Elas
afetam cerca de 4% de todas as crianças e tendem a ocorrer em famílias. A maioria
das crianças apresenta apenas uma convulsão febril e a maioria das crises convulsivas
dura menos de 15 minutos. As crianças que sofreram uma convulsão febril
apresentam uma probabilidade discretamente mais elevada de desenvolver epilepsia
mais adiante em suas vidas.
Epilepsia
Epilepsia é um distúrbio caracterizado pela tendência de sofrer convulsões
recorrentes. De modo geral, 2% da população adulta sofreram uma convulsão em
um determinado momento. Um terço desse grupo apresenta crises convulsivas
recorrentes (epilepsia). Em cerca de 25% dos adultos com epilepsia, a causa é
descoberta quando exames como, por exemplo, o eletroencefalograma (EEG)
revelam uma atividade elétrica anormal ou quando a ressonância magnética (RM)
128
revela a presença de cicatrizes em pequenas áreas do cérebro. Em alguns casos, esses
defeitos podem ser cicatrizes microscópicas decorrentes de alguma lesão cerebral
ocorrida durante o parto ou posteriormente. Alguns tipos específicos de distúrbios
convulsivos (como a epilepsia mioclônica juvenil) são herdados. No resto dos
indivíduos com epilepsia, a doença é considerada idiopática, isto é, não é evidenciada
qualquer lesão cerebral nem se conhece a sua causa. Os indivíduos com epilepsia
idiopática habitualmente apresentam a primeira crise convulsiva entre o segundo e
décimo quarto ano de vida. As crises convulsivas que ocorrem antes dos dois anos de
idade geralmente são causadas por defeitos cerebrais, desequilíbrios químicos ou
febres altas. As crises convulsivas que começam após os 25 anos de idade são mais
provavelmente decorrentes de um traumatismo cerebral, de um acidente vascular
cerebral, de um tumor ou de outra doença. As crises convulsivas epiléticas algumas
vezes são desencadeadas por sons repetitivos, flashes luminosos, videogames ou
inclusive pelo toque em determinadas regiões do corpo. Mesmo um estímulo leve é
capaz de desencadear uma convulsão em um indivíduo com epilepsia. Os estímulos
muito fortes (p.ex., determinados medicamentos, a oxigenação insuficiente do
sangue ou a hipoglicemia) podem desencadear uma convulsão, mesmo em
indivíduos que não sofrem de epilepsia.
Sintomas
Algumas vezes, as convulsões epilépticas são classificadas por suas características. As
convulsões parciais simples se iniciam com descargas elétricas em uma pequena área
do cérebro e as descargas permanecem confinadas a essa área. De acordo com a
parte afetada do cérebro, o indivíduo apresenta sensações anormais, movimentos ou
aberrações psíquicas. Por exemplo, se a descarga elétrica ocorrer na parte do cérebro
que controla os movimentos musculares do membro superior direito, este membro
pode apresentar espasmos musculares intensos e contrações. Se ela ocorrer
profundamente no lobo temporal anterior (a parte do cérebro que detecta os
odores), o indivíduo pode sentir um odor muito agradável ou desagradável. O
indivíduo com uma aberração psíquica pode apresentar, por exemplo, uma sensação
de dejà vu, situação na qual ambientes estranhos parece inexplicavelmente familiar.
Nas convulsões jacksonianas, os sintomas começam em uma parte isolada do corpo,
como a mão ou o pé e, em seguida, avançam pelo membro à medida que a atividade
129
elétrica se dissemina pelo cérebro.
As convulsões parciais complexas (psicomotoras) se iniciam com um período de 1 a 2
minutos, durante o qual o indivíduo perde o contato com o ambiente. O indivíduo
pode cambalear mover os membros superiores e inferiores de modo estranho e
involuntário, emitir sons sem significado, não compreender o que os outros estão
falando e resistir à ajuda. O estado confusional prolonga-se por mais alguns minutos
e, em seguida, o indivíduo recupera- se completamente. As crises convulsivas (grande
mal ou convulsões tônico-clônicas) normalmente iniciam com uma descarga elétrica
anormal em uma pequena área do cérebro. A descarga elétrica rapidamente
dissemina- se às partes adjacentes do cérebro, causando uma disfunção de toda a
área. Na epilepsia primária generalizada, descargas elétricas anormais em uma
grande área do cérebro provocam uma disfunção generalizada desde o início. Em
qualquer caso, as convulsões são uma resposta do organismo às descargas anormais.
Durante essas crises convulsivas, o indivíduo apresenta uma perda temporária da
consciência, espasmos musculares intensos e contrações de todo o corpo, rotação
acentuada da cabeça para um lado, dentes firmemente cerrados e incontinência
urinária. A seguir, ele pode apresentar cefaléia, confusão mental temporária e fadiga
intensa. Normalmente, o indivíduo não se lembra do que ocorreu durante a crise. O
pequeno mal (crise de ausência) pode ter início na infância, comumente antes dos
cinco anos de idade. Essas crises não produzem convulsões nem outros sintomas
dramáticos das crises convulsivas do tipo grande mal. Por outro lado, o indivíduo
apresenta episódios de olhar vago, pequenas contrações palpebrais ou contrações
dos músculos faciais, os quais duram de 10 a 30 segundos. O indivíduo não é
responsivo, mas também não cai, não entra em colapso e nem apresenta
movimentos espáticos. No estado de mal epiléptico ( status epilepticus), o mais grave
dos distúrbios convulsivos, as convulsões não cessam. O status epilepticus é uma
emergência médica porque o indivíduo apresenta convulsões acompanhadas por
intensas contrações musculares, é incapaz de respirar adequadamente e apresenta
descargas elétricas disseminadas (difusas) no cérebro. Se não for instituído um
tratamento imediato, podem ocorrer sobrecarga e lesão permanente do coração e
do cérebro e o indivíduo pode morrer.
130
Diagnóstico
Um indivíduo que perde a consciência apresenta espasmos musculares que sacodem
o corpo, perde o controle vesical e torna-se confuso e desatento pode estar sofrendo
uma crise convulsiva. Contudo, as convulsões verdadeiras são muito menos comuns
do que pensa a maioria das pessoas. A maioria dos episódios de perda de consciência
breve ou de comportamento anormal não é causada por descargas elétricas
anormais no cérebro. O relato de uma testemunha do episódio pode auxiliar muito
no diagnóstico, pois ela é capaz de descrever exatamente o que ocorreu, enquanto
que o indivíduo que apresentou o episódio não consegue fazê-lo. É preciso conhecer
as circunstâncias envolvendo o episódio: com que rapidez ele se iniciou; se foram
observados movimentos musculares anormais, como espasmos dos músculos da
cabeça, do pescoço ou da face e se o indivíduo mordeu a língua ou apresentou
incontinência urinária; qual a duração do episódio; e quão rapidamente o indivíduo
se recuperou. O médico também precisa saber o que o paciente sentiu: se ele teve
uma premonição ou aviso de que alguma coisa incomum estava para acontecer; se
ocorreu algo que aparentemente tenha precipitado o episódio, como certos sons ou
flashes luminosos. Além de anotar a descrição do episódio, o médico baseará seu
diagnóstico de um distúrbio convulsivo ou de epilepsia nos resultados de um
eletroencefalograma (EEG), que mensura a atividade elétrica do cérebro. O exame é
indolor e não apresenta qualquer risco.
São instalados eletrodos no couro cabeludo para medir os impulsos elétricos no
interior do cérebro. Como são mais prováveis que as descargas anormais ocorram
após um período de sono muito curto, os EEGs são algumas vezes programados para
após um período deliberado de vigília de 18 a 24 horas. O médico analisa o registro
do EEG em busca de evidências de descargas elétricas anormais. Ainda que não
ocorra um episódio durante o registro do EEG, algumas anormalidades podem estar
presentes. No entanto, como o EEG é registrado apenas por um tempo limitado, essa
técnica pode deixar de registrar uma atividade convulsiva e apresentar um registro
normal, inclusive quando o indivíduo é epiléptico. Uma vez diagnosticada a epilepsia,
normalmente são necessários outros exames complementares para se identificar uma
causa com possibilidade de tratamento. Os exames de sangue de rotina são a
dosagem da concentração de açúcar, cálcio e sódio no sangue; as provas de função
131
hepática e renal e a contagem leucocitária (de glóbulos brancos), pois um aumento
da quantidade dessas células pode indicar a presença de uma infecção.
Freqüentemente, o médico solicita um eletrocardiograma para verificar se a causa da
perda da consciência foi uma arritmia cardíaca que produziu um fluxo sangüíneo
insuficiente
ao
cérebro.
Geralmente,
o
médico
solicita
uma
tomografia
computadorizada (TC) ou uma ressonância magnética (RM) para verificar a presença
de um câncer e de outros tumores, de um acidente vascular cerebral anterior, de
pequenas cicatrizes e de lesões produzidas por traumatismos. Algumas vezes, é
necessária a realização de uma punção lombar
para determinar se o indivíduo
apresenta uma infecção cerebral.
Tratamento
Se for identificada uma causa tratável (p.ex., um tumor, uma infecção ou
concentrações anormais de açúcar ou sódio no sangue), esta será tratada em
primeiro lugar. Após a correção da condição do problema, as convulsões em si
podem não necessitar de tratamento. Quando o médico não encontra uma causa ou
quando a causa não pode ser completamente curada ou controlada, pode ser
necessário que o paciente utilize medicamentos anticonvulsivantes para evitar novas
convulsões. Somente o tempo pode determinar se o indivíduo apresentará
convulsões recorrentes. Aproximadamente um terço dos indivíduos apresentará
convulsões recorrentes, mas os outros dois terços apresentarão somente uma
convulsão durante toda a existência. A medicação geralmente é considerada
desnecessária para os casos de um único episódio, mas é necessária para as
convulsões recorrentes.
As convulsões devem ser prevenidas por várias razões: as contrações musculares
rápidas e violentas podem causar lesões corporais e mesmo produzir fratura óssea. A
perda súbita da consciência pode causar lesões graves decorrentes de quedas e
acidentes. A atividade elétrica turbulenta de uma crise convulsiva do tipo grande mal
pode causar uma lesão cerebral menor. Entretanto, a maioria dos indivíduos com
epilepsia apresenta dezenas ou mesmo quantidades maiores de crises convulsivas
durante a vida sem sofrer uma lesão cerebral grave. Embora as convulsões individuais
não comprometam a inteligência, as crises convulsivas recorrentes podem fazê-lo. Os
medicamentos anticonvulsivantes podem evitar completamente as crises convulsivas
132
do tipo grande mal em mais de metade dos epilépticos e reduzem muito a freqüência
das crises em outro terço. Os medicamentos são apenas discretamente menos
eficazes para as crises convulsivas do tipo pequeno mal. Metade dos indivíduos que
respondem ao tratamento medicamentoso acaba interrompendo o tratamento sem
apresentar recidivas. Nenhum medicamento controla todos os tipos de crises
convulsivas.
Alguns indivíduos podem controlar as crises convulsivas com um único
medicamento, enquanto outros devem utilizar vários. Como o estado de mal
epiléptico (status epilepticus) é uma emergência, o médico deve administrar doses
elevadas de um anticonvulsivante através da via intravenosa e o mais rapidamente
possível. Durante uma crise prolongada, devem ser tomadas precauções para se
evitar a ocorrência de lesões. Embora as drogas anticonvulsivantes sejam muito
eficazes, elas podem produzir efeitos colaterais. Muitos desses medicamentos
provocam
sonolência.
No
entanto,
paradoxalmente,
eles
podem
causar
hiperatividade em crianças. Periodicamente, o médico solicita exames de sangue para
controlar se o medicamento está afetando os rins, o fígado ou as células sangüíneas.
O usuário de medicamentos anticonvulsivantes deve ter ciência dos possíveis efeitos
colaterais e deve consultar seu médico ao primeiro sinal dos mesmos. A dose de um
medicamento
anticonvulsivante
é
de
importância
crucial.
Ela
deve
ser
suficientemente alta para evitar as crises convulsivas, mas não a ponto dos efeitos
colaterais tornarem se um problema.
Medicamentos Utilizados no Tratamento das Crises Convulsivas
Medicamento
Tipo de Crise
Efeitos Colaterais
Convulsiva
Possíveis
Baixas contagens de
Carbamazepina
Generalizada, parcial
leucócitos e
eritrócitos
Baixas contagens de
Etosuximida
Pequeno mal
leucócitos e
eritrócitos
Gabapentina
Parcial
Sedação
133
Lamotrigine
Generalizada, parcial
Erupção
Fenobarbital
Generalizada, parcial
Sedação
Fenitoína
Generalizada, parcial
Gengivas inflamadas
Primidona
Generalizada, parcial
Sedação
Espasmos infantis,
Aumento de peso,
pequeno mal
perda de cabelo
Valproato
O médico ajusta a dose após questionar o paciente sobre os efeitos colaterais e haver
determinado a concentração do medicamento no sangue. Os medicamentos
anticonvulsivantes devem ser tomados rigorosamente de acordo com a prescrição. O
paciente não deverá tomar nenhum outro medicamento enquanto estiver tomando
o medicamento anticonvulsivante sem a permissão do seu médico, pois pode ocorrer
uma alteração da concentração do medicamento anticonvulsivante no sangue.
Qualquer indivíduo que esteja utilizando medicamentos anticonvulsivantes deve
consultar o médico regularmente para um possível ajuste da dose e sempre deverá
utilizar uma pulseira contendo informações sobre o distúrbio convulsivo e o
medicamento que está sendo utilizado. A maioria dos indivíduos com epilepsia
apresenta um aspecto e um comportamento normal entre as crises e podem levar
uma vida normal. No entanto, eles podem ter que adaptar alguns hábitos e
comportamentos. Por exemplo, os indivíduos que apresentam propensão a crises
convulsivas não devem consumir bebidas alcoólicas.
Além disso, a legislação da maioria dos estados americanos interdita os indivíduos
com epilepsia de conduzirem automóveis até eles passarem no mínimo um ano sem
apresentar uma crise convulsiva. Um membro da família ou um amigo próximo deve
ser treinado para prestar socorro caso ocorra uma crise convulsiva. Embora alguns
pensem que devem proteger a língua da pessoa que está sofrendo uma crise
convulsiva, esses esforços podem ser mais perniciosos do que benéficos. Os dentes
podem ser afetados ou a pessoa pode, sem perceber, morder quem está lhe
ajudando devido à forte contração da musculatura mandibular. As medidas
importantes são: proteger que a pessoa sofra uma queda, afrouxar as roupas em
torno do pescoço e colocar um travesseiro sob a cabeça. Se a pessoa apresentar
perda de consciência, ela deve ser virada de lado para facilitar a respiração.
134
Nunca se deve deixar a pessoa que sofreu uma crise convulsiva sozinha até que ela
desperte completamente e consiga movimentar- se normalmente. É aconselhável
notificar o médico responsável. Para aproximadamente 10 a 20% dos epilépticos, os
medicamentos anticonvulsivantes isoladamente não evita a recorrência de crises
convulsivas. Se uma anomalia no cérebro for identificada como a causa, e ela for
limitada a uma pequena área, a remoção cirúrgica dessa área pode solucionar o
problema. A remoção cirúrgica das fibras nervosas que conectam os dois lados do
cérebro (corpo caloso) pode ajudar os indivíduos com vários focos convulsivos ou
que ou aqueles que apresentam convulsões que se disseminam rapidamente para
todo o cérebro. A cirurgia apenas será aventada quando todos os medicamentos
possíveis não surtirem o efeito desejado ou quando seus efeitos colaterais são
intoleráveis.
Atividade Cerebral Durante Uma Crise Convulsiva
Um eletroencefalograma (EEG) é um registro da
atividade elétrica do cérebro. O procedimento é
simples e indolor: cerca de vinte pequenos
eletrodos são fixados ao couro cabeludo e a
atividade cerebral é registrada em condições
normais. Em seguida, o indivíduo é exposto a
vários estímulos, como luzes brilhantes ou
intermitentes, com o objetivo de desencadear
uma crise convulsiva. Durante esta, a atividade
elétrica no cérebro se acelera, produzindo um
padrão desordenado em forma de ondas. Esses
registros
das
ondas
cerebrais
ajudam
a
identificar a epilepsia. Diferentes tipos de crises
convulsivas apresentam padrões de ondas
distintos.
135
AVE, Acidente vascular encefálico
O que é AVE?
Antigamente denominado Acidente Vascular Cerebral (AVC) e derrame cerebral, o
Acidente Vascular Encefálico (AVE) é caracterizado pela interrupção da irrigação
sanguínea das estruturas do encéfalo, ou seja, ocorre quando o sangue que sustenta
o cérebro com oxigênio e glicose deixa de atingir a região, ocasionando a perda da
funcionalidade dos neurônios.
A AVE (acidente vascular encefálico) tem vários nomes: AVC (acidente vascular
cerebral), infarto cerebral, isquemia cerebral ou o popular derrame cerebral. Para
entender
o
AVC,
é
preciso
conhecer
4
conceitos
básicos:
- Trombo = É um coágulo de sangue que se localiza dentro dos vasos sanguíneos,
aderido a parede do mesmo, obstruindo a passagem de sangue. A obstrução pode
ser
parcial
ou
total.
- Êmbolo = É quando um trombo se solta e viaja pela corrente sanguínea até
136
encontrar um vaso com calibre menor do que o próprio êmbolo, ficando preso e
obstruindo a circulação do sangue. - Isquemia = É a falta de suprimento de sangue
para algum tecido orgânico. Toda vez que a circulação de sangue não é suficiente
para o funcionamento das células, ocorre a isquemia. É um processo reversível se
tratado a tempo.
- Infarto = É a morte das células por uma isquemia prolongada. Ocorre em geral por
obstrução da artéria por um trombo ou por um êmbolo. O infarto mais conhecido é o
do miocárdio (músculo do coração), mas ele pode ocorrer em qualquer tecido ou
órgão.
O AVC então, nada mais é que o infarto de uma região do cérebro, causado por um
trombo que se forma em uma artéria cerebral, ou por um êmbolo formado em algum
lugar do corpo que viaja na corrente sanguínea até se alojar em uma artéria do
cérebro.
Repare na vascularização do nosso cérebro (vasos em azul). Qualquer um desses
vasos
se
obstruídos
causam
isquemia
e
consequentemente
um
AVC.
O mecanismo da trombose cerebral é o mesmo do infarto do coração. A diferença é
que um ocorre em artéria do cérebro e o outro em uma artéria coronária.Pessoas
com colesterol elevado, apresentam deposição do mesmo na suas artérias em forma
de placas de gordura. É em cima dessas placas que os trombos se desenvolvem.
O AVE causado por um êmbolo, normalmente tem origem do coração, mais
137
especificamente do átrio esquerdo. Uma arritmia cardíaca chamada Fibrilação atrial é
a principal causa de embolia cerebral. O átrio quando está fibrilando não bate
corretamente. Com isso, o sangue dentro dele fica parado, o que favorece a
coagulação e a formação de trombos dentro do coração.
Na foto abaixo podemos ver o trombo (ponto preto) se tornando um êmbolo ao sair
do coração, ganhar a artéria carótida e se alojar em uma artéria cerebral, obstruindo
a
chegada
de
sangue
para
uma
região
do
cérebro.
Além da trombose e da embolia existe um terceiro tipo de infarto cerebral. É o
causado por uma parada cardíaca ou um estado de choque circulatório prolongado.
Neste caso todo o cérebro sofre isquemia, enquanto que nos 2 primeiros, apenas
uma região é afetada.
Esses 3 tipos de infarto cerebral são chamados de AVE ou AVC isquêmico.Os
principais fatores de risco para o AVE isquêmico são:
- Idade avançada
- Diabetes
138
-Cigarro
- Hipertensão
- Colesterol alto
- Obesidade
- Fibrilação atrial
O AVC é um quadro tipicamente de pessoas acima dos 50 anos com os fatores de
risco listados acima, mas pode ocorrer em jovens que tenham alterações na
coagulação sanguínea ou doenças inflamatórias dos vasos, como por exemplo,
anticorpo antifosfolipídio, fator V de Leiden, Lúpus ou vasculites
AVC hemorrágico
Além do AVC isquêmico, responsável por até 85% dos casos, existe ainda o AVC
hemorrágico, causado pela ruptura de uma vaso do cérebro, em geral por fraqueza
da parede do mesmo.As principais causas de AVC hemorrágico são:
- Hipertensão
- Tabagismo
- Uso de medicamentos que inibem a coagulação como heparina e Varfarina
- Traumas.
- Aneurismas
- Más formações dos vasos cerebrais
- Vasculites
O AVC hemorrágico costuma ser um quadro mais dramático que o AVC isquêmico
por atingir quase sempre uma área cerebral maior.
O crânio é como se fosse uma caixa fechada e não tem a capacidade de se expandir.
Quando há hemorragias grandes, o sangue que vaza para o cérebro começa a
comprimi-lo em direção a calota craniana, contribuindo ainda mais para lesão
cerebral e risco de morte.Existem 2 tipos de AVC hemorrágico: Hemorragia
intracerebral e hemorragia subaracnóide. A primeira, como o próprio nome diz,
139
ocorre quando o sangramento se localiza dentro do cérebro. Já a Hemorragia
subaracnóide ocorre quando o sangramento se dá entre o cérebro e a meninge
(membrana que cobre o cérebro).
Agora que você já entendeu o que é um AVC, vamos à parte mais importante que é
o quadro clínico.
Sintomas do AVC
Os sintomas do AVC dependem da área do cérebro atingida. Quanto maior a área,
em geral, mais grave é o quadro. Infartos pequenos em áreas nobres também são
graves. Os sintomas mais comuns são:
- Paralisias motoras, normalmente em apenas um lado do corpo
- Diminuição a força em um membro ou em todo um lado do corpo
- Perda de equilíbrio com incapacidade de se manter em pé e dificuldade para realizar
tarefas simples como apertar um botão, ligar a luz ou levar um copo ou garfo a boca.
- Dificuldades na fala e boca torta
- Alterações na musculatura da face ou desvio dos olhos.
- Alterações visuais como visão dupla, cegueira parcial ou total
- Desorientação, comportamento estranho, discurso incoerente
- Diminuição do estado de consciência
- Crise convulsiva
- Coma
A diminuição de sensibilidade e/ou formigamento isolado em um dos membros é em
geral causada por lesões nos nervos periféricos ou na coluna, e não por um AVC.
140
AVC
costuma
causar
paralisias
e
diminuição
de
força.
Quadros de ansiedade e histeria podem simular AVEs, porém, na maioria absoluta
das vezes são facilmente distinguidas pelo médico pelo fato dos sintomas não
seguirem um lógica do ponto de vista da anatomia do sistema nervoso central. O que
para o paciente e sua família pode ser um evento com toda cara de AVC, para
médico
é
claramente
um
quadro
histeria.
O AVC isquêmico não causa dor, exceto por uma excruciante dor de cabeça que
pode
ocorrer
nos
casos
de
AVC
hemorrágico
Até 1/3 dos derrames ocorrem durante o sono e o paciente só nota alteração ao
acordar.
Ataque
isquêmico
transitório
O ataque isquêmico transitório, conhecido como AIT, ocorre quando os sintomas do
AVC desaparecem com menos de 24 horas após o seu início. O AIT é um derrame
incompleto, que ocorre quando a isquemia consegue ser revertida espontâneamente
antes
que
AGORA,
ocorra
A
o
INFORMAÇÃO
infarto
MAIS
da
região
IMPORTANTE
acometida.
DO
TEXTO:
Existe uma classe de medicamento chamada de trombolítico, que dissolve trombos e
êmbolos e restaura a circulação cerebral, acabando com a isquemia e impedindo a
ocorrência de infarto. Porém, ele só tem efeito nas primeiras 3 horas do AVC, sendo
que
seu
efeito
melhor
é
se
administrado
na
primeira
hora
e
meia.
Ao primeiro sinal de AVC o paciente deve ser levado imediatamente a uma
emergência para que se tenha tempo de salvar a área cerebral isquemiada.
Portanto, a pior coisa que se pode fazer quando surgem sintomas de AVE, é esperar
para ver se o quadro vai melhorar sozinho. Se há suspeita de derrame durante a
madrugada, não se deve esperar amanhecer para levar o paciente ao hospital. Se
não
houver
carro
disponível,
chame
uma
ambulância
imediatamente.
Não se automedique e não espere para ver se os sintomas irão desaparecer. Se
houver dúvidas em relação ao momento exato do início dos sintomas, leve o
paciente, assim mesmo, a um setor de emergência e deixe os médicos avaliarem a
indicação
ou
não
do
trombolítico.
Nunca deixe o paciente com suspeita de AVC conduzir o carro. O quadro pode
evoluir
e
um
grave
acidente
pode
ocorrer.
141
Aqui na emergência em que eu trabalho, existe um protocolo de atendimento, no
qual todo paciente que chega com suspeita de AVC com menos de 3 horas de
evolução, ganha prioridade absoluta em todo hospital. É destacada uma equipe
especial só para atendê-lo e ele passa a frente de qualquer paciente na fila para
exames de sangue e para a tomografia computadorizada. Tudo para que não se
perca essa janela de 3 horas.
-Tratamento
Com relação ao tratamento, uma vez instalado o AVE é fundamental iniciar o mais
precocemente possível as terapias reabilitadoras: Fonoaudióloga, Fisioterapia e
Terapia Ocupacional. O trabalho de reabilitação deve ser iniciado dentro do hospital
com continuidade após a alta hospitalar.
TCE- TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO
Os traumatismos crânio-encefálico estão incluídos entre as mais graves lesões
neurológicas, e decorrem geralmente de quedas acidentais (domésticas/trabalho),
atropelamentos, colisão de autos, ferimentos por armas de fogo, etc.
A gravidade do TCE está condicionada á lesão encefálica estabelecida e a interrupção
do suprimento sangüíneo em poucos minutos resulta em morte para o tecido
cerebral. Em algumas situações TCE pode estar associado com traumatismo de
coluna cervical e, portanto devem ser avaliados e tratados simultaneamente.
Manifestações Clínicas
As manifestações clínicas do TCE dependem da extensão e localização da
lesão cerebral. A queixa de dor persistente com sinal de localização indica
a ocorrência de uma fratura. Durante avaliação clínica de uma vítima de
TCE alguns sinais indicam a localização da fratura. As fraturas localizadas
na base do crânio freqüentemente produzem sangramento nasal, faringe
e ouvido, podendo aparecer sangue sob as conjuntivas. As fraturas de
localização
no
crânio
são
indicadas
pela
perda
de
líquido
cefalorraquidiano pelos ouvidos (otorréia), e pelo nariz (rinorréia).A
142
evidência de sangue no líquido cefalorraquidiano é um forte indicativo de
laceração ou contusão cerebral.
Diagnóstico
A avaliação clínica do estado neurológico revela as lesões mais evidentes, associado
a este recurso utiliza-se exames complementares como tomografia cerebral
computadorizada e angiografia cerebral.
Tratamento
O tratamento dispensado a maioria das fraturas de crânio sem afundafundamento
não exige intervenção cirúrgica, ao contrário da qudoque ocorre com as fraturas com
afundamento. A terapêutica medcmedicamentosa com antimicrobianos, assim como,
a reposição sangsanguínea são instituídas imediatamente. As perdas de tecido
ósseósseo são reparadas posteriormente como a reposição e implaimplantação de
próteses plásticas ou metálicas.
Intervenções de Enfermagem
Certificar-se que não há fratura de coluna cervical antes e mobilizar o pescoço do
paciente em seguida deitá-lo em superfície rígido;
.Observar e avaliar alterações de padrão respiratório;
.Avaliar nível de consciência (pode ocorrer oscilação excitação/depressão);
.Manutenção da permeabilidade das vias aéreas e oxigenação adequada;
.Verificação de sinais vitais em intervalos de 15/15 min;
.Observar alteração do tonus muscular:
143
Rigidez de descerebração: hiperextensão dos quatros membros com rotação interna
dos membros inferiores;
Rigidez de decorticação: hiperextensão dos membros inferiores e flexão dos membros
superiores;
. Observar e relatar evidências de choque hipovolêmico;
. Caso o paciente esteja inconsciente adotar conduta específica para o caso.
144
Download