Clipping Farmacêutico 05 de Fevereiro de 2016. Índice - Dólar mais favorável não evita queda nas exportações de medicamentos - Alliar e Delfin vão unir operações - SantaCruz compra PanPharma e passa a faturar R$ 13 bilhões - Farmacêutica americana Abbott adquire Alere por US$ 5,8 bilhões - Receita Federal dobrou apreensão de medicamentos irregulares em 2015 - Sanofi lança pesquisa para vacina contra zika - Projetos da Orygen e Bionovis recebem recursos do BNDES - Laboratório indiano desenvolve duas vacinas contra Zika - BR Pharma volta a buscar bancos - AstraZeneca reverte prejuízo trimestral com acordos de licenciamento - Venda de genéricos perde ritmo e sobe 11,75% em 2015 - Qualicaps chega ao país com compra de fábrica de cápsulas DOCS - 1650842v1 Notícias Dólar mais favorável não evita queda nas exportações de medicamentos Mesmo com a desvalorização do real em relação ao dólar, as exportações de medicamentos tiveram queda de 17% no ano passado comparado a 2014 -passaram de R$ 1,35 bilhão para R$ 1,12 bilhão. Em 2015, as importações desses produtos também tiveram diminuição e atingiram um total de R$ 5,92 bilhões, uma retração de 13,7% ante o ano anterior. "Uma das fragilidades do Brasil é que o destino das exportações ainda é muito concentrado na Argentina e na Venezuela. A crise nesses países ajudou a derrubar os números", analisa Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (entidade que representa o setor). O país ainda vende poucos medicamentos inovadores ao mundo e concorre com o exterior sem ter preços competitivos, segundo Britto. "É um problema de posicionamento no mercado internacional, o país precisa mudar o seu portfólio. A saída mais eficiente ainda é investir em pesquisa e inovação, mas é um movimento complexo, de médio a longo prazo." Para este ano, a entidade avalia que a pressão do dólar valorizado vai continuar a aumentar os custos de produção e impactar o varejo nacional, com possível redução dos descontos oferecidos. "Os números se referem apenas a medicamentos prontos. Há um outro bloco de compras importante, que é o dos insumos farmacêuticos. Esses devem ter resultados bem piores", diz Britto. Hoje, cerca de 86% dos princípios ativos, a matéria-prima para a fabricação de medicamentos, vêm de fora. Fonte: Folha de SP Voltar Alliar e Delfin vão unir operações Os grupos de medicina diagnóstica Alliar e Delfin Imagem estão negociando uma fusão, que deverá ser desenhada por meio de troca de ações. Ambos possuem fundos de participações DOCS - 1650842v1 como acionistas relevantes. A Alliar foi criada pelo Pátria Investimentos há cerca de cinco anos e nesse período cresceu por meio de mais de 20 aquisições. O Delfin recebeu um aporte do Kinea, gestora do Itaú Unibanco, em novembro de 2012. Procurados pelo Valor, Delfin e Alliar confirmaram que protocolaram no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) "um acordo de associação para unificar as operações das duas companhias". Conforme a nota, a consumação da operação está sujeita às condições precedentes usuais neste tipo de negócio, incluindo a aprovação do Cade. Uma das grandes dúvidas do mercado é saber qual será o papel de Delfin Gonzalez Miranda, fundador do grupo, no novo negócio e se ele continuará como acionista relevante na nova empresa. O grupo surgiu na Bahia em 1986 e hoje se apresenta como a maior empresa de diagnóstico por imagem do Nordeste. Além da Bahia, também está presente em municípios do Rio Grande do Norte e presta serviços de exames por meio de imagem, métodos gráfico e exames de anatomia citopatológica e patológica. A Alliar oferece esses mesmos serviços, e também análises clínicas em municípios dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio, Paraíba, Pará, Mato Grosso do Sul e Paraná. Além de atender o setor privado, tem participação na Rede Brasileira de Diagnósticos SPE (RBD), criada para atuar em parceria público-privada (PPP) com o governo da Bahia na gestão de operação de serviços de apoio ao diagnóstico por imagem em hospitais públicos. Ao notificar o Cade, as empresas informaram que atuam majoritariamente em municípios completamente distintos e, nos poucos em que ambas estão presentes, as atividades da Alliar são por meio da RBD e o Delfin não presta serviços à rede pública. Portanto, os advogados defendem que a operação não é "capaz de gerar preocupações concorrenciais". O Cade avalia a operação desde 12 de janeiro Fonte: Valor Voltar SantaCruz compra PanPharma e passa a faturar R$ 13 bilhões A família Mayer, fundadora e controladora da SantaCruz Distribuidora, concluiu no domingo acordo para aquisição das operações da alemã Celesio AG no Brasil, reforçando a liderança da empresa no segmento de distribuição de medicamentos do país. A SantaCruz passa a ter cerca de R$ 13 bilhões em receita líquida, participação de mercado na faixa de 25% e quase o dobro do quadro de funcionários atual. DOCS - 1650842v1 As negociações envolveram a compra da PanPharma, segunda maior distribuidora de medicamentos no mercado brasileiro, e a Oncoprod, distribuidora de produtos médicos oncológicos, segundo comunicado da Celesio AG publicado ontem. A empresa não informa o valor da transação. É a maior negociação de compra e venda relacionada a este setor já realizada no país. A Santa Cruz é a maior companhia do segmento, com receita líquida anual de R$ 8 bilhões, e com a operação, se isola na liderança. A PanPharma soma receita de R$ 4 bilhões e a Oncoprod, cerca de R$ 1,5 bilhão (valores líquidos). O quadro total de funcionários da SantaCruz passa de 4,5 mil para 8,6 mil com a aquisição. A operação foi feita por meio da holding SC Participações Empresariais. Segunda colocada neste mercado após a aquisição, a Profarma apurou receita líquida de R$ 2,5 bilhões de janeiro a setembro de 2015. As negociações para a venda da operação no país começaram depois que o controle do capital da Celesio AG foi vendido para o grupo americano McKesson, em 2014. Após análise dos negócios locais, a decisão dos novos controladores foi sair do Brasil, pela pequena importância global (o país responde por menos de 5% da operação mundial da companhia) e pelo mau momento da economia brasileira, conforme apurou o Valor. Os negócios no país foram colocados à venda em abril do ano passado. A ideia dos controladores era se desfazer da operação em bloco, ou seja, das duas empresas de forma conjunta, e neste caso, a SantaCruz tinha a vantagem de ter interesse nos dois ativos, segundo fonte. A transação está sujeita à aprovação das autoridades competentes - no Brasil, será submetida ao Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade) - e a expectativa é que deverá ser concluída no primeiro trimestre do ano fiscal de 2017. A SC Participações Empresariais informou em comunicado que "SantaCruz, PanPharma e Oncoprod manterão as operações independentes". Também esclarece que "os serviços prestados pelas empresas não sofrerão interrupção devido a essa operação". A Santa Cruz assume dívidas da PanPharma e a negociação foi feita em moeda nacional. Participaram da transação pelo lado da Celesio o banco Itaú BBA e o escritório advocacia Lefosse e pelo lado da Santa Cruz, o escritório Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados. A Celesio havia concluído a compra da PanPharma em 2012 e completado a aquisição de 100% da Oncoprod em agosto de 2014. Fonte: Valor Voltar DOCS - 1650842v1 Farmacêutica americana Abbott adquire Alere por US$ 5,8 bilhões A farmacêutica americana Abbott anunciou hoje a aquisição da fabricante de produtos para diagnósticos Alere, pelo valor de US$ 5,8 bilhões, ou US$ 56 por ação. Após a conclusão da operação, a Abbott deverá se tornar líder em produtos de diagnósticos de saúde e suas vendas totais tendem a superar US$ 7 bilhões. A Alere se tornará uma subsidiária da Abbott. Segundo a empresa, a transação adicionará de US$ 0,12 a US$ 0,13 ao lucro por ação em 2017 e mais de US$ 0,20 em 2018. O resultado deverá gerar também US$ 500 milhões em sinergias até 2019. A operação ainda está sujeita a aprovação por parte de órgãos reguladores. Fonte: Valor Voltar Receita Federal dobrou apreensão de medicamentos irregulares em 2015 O valor de medicamentos falsificados ou contrabandeados apreendidos pela Receita Federal dobrou no ano passado em comparação com 2014. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (3), o valor em medicamentos apreendidos foi de R$ 8,8 milhões em 2015. No ano anterior, foi de R$ 4,4 milhões. Outro salto considerável foi o do valor de armas e munições apreendidas. Ano passado, os fiscais da Receita barraram a entrada de R$ 619 mil dessas mercadorias, um aumento de 43% em comparação com 2014. No total, a Receita apreendeu R$ 1,9 bilhão em mercadorias irregulares, entre produtos pirateados, contrabandeados, entre outros ilícitos. Em 2014, foram R$ 1,8 bilhão de apreensões, informou a Receita. O recorde de produtos ilegais barrados aconteceu em 2012, quando as equipes de combate ao contrabando apreenderam mais de R$ 2 bilhões em mercadorias ilegais. Fonte: Folha de SP Voltar DOCS - 1650842v1 Sanofi lança pesquisa para vacina contra zika A Sanofi Pasteur respondeu ao apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e anunciou que está se lançando na busca de uma vacina contra o zika vírus. Em um comunicado, a empresa francesa indicou que sua vacina contra a dengue está prestes a ser lançada e não descarta usar o produto também como forma de inibir o zika. Com 1 bilhão de doses de vacinas produzidas por ano e atendendo a 500 milhões de pessoas, a Sanofi Pasteur não esconde que a nova produção para o zika vírus pode levar anos. Mas, ainda assim, insiste que poderá apoiar sua pesquisa no desenvolvimento de outros produtos. Para os franceses, "o sucesso obtido no desenvolvimento de vacinas contra vírus similares" pode acelerar o processo. Um deles seria a vacina contra a dengue que, em 20 anos, já custou 1 bilhão de euros para a empresa. Conhecida como Dengvaxia, a nova vacina recebeu seu primeiro sinal verde em dezembro dos reguladores mexicanos. Na avaliação dos cientistas da empresa, as similaridades entre dengue e zika - ambos espalhados pelo mosquito Aedes aegypti - poderia tornar possível o uso da Dengvaxia contra ambas doenças, ainda que no caso do zika vírus a eficiência poderia ser menor. Se não for confirmada sua eficiência, a Sanofi acha que pelo menos o novo produto poderia "mostrar o caminho" para uma vacina que possa funcionar. A empresa admitiu que está avaliando se os testes clínico de Dengvaxia na América Latina podem ser adaptados para a pesquisa sobre o zika. "A Sanofi Pasteur responde ao apelo mundial para desenvolver uma vacina contra o zika vírus, justificado pela rápida propagação da doença e dos riscos de complicações médicas", indicou Nicholas Jackson, diretor de Pesquisa da multinacional e encarregado do novo projeto. Fonte: Exame Voltar Projetos da Orygen e Bionovis recebem recursos do BNDES O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 401 milhões para instalação das fábricas da Bionovis e da Orygen para produção de DOCS - 1650842v1 medicamentos biotecnológicos. A previsão é que o investimento total nos empreendimentos some R$ 1,1 bilhão. A Bionovis receberá R$ 201 milhões, enquanto a Orygen terá R$ 200 milhões. Os recursos estão no âmbito do programa BNDES Profarma. Na Bionovis o valor total a ser aplicado é de R$ 629,1 milhões. Já a unidade da Orygen vai exigir R$ 546 milhões. As duas fábricas devem produzir, juntas, 13 medicamentos voltados para o combate ao câncer e a doenças autoimunes. No caso da Bionovis, a nova fábrica já está sendo construída no município de Valinhos (SP). Terá capacidade para produzir 400 quilos de proteínas terapêuticas, mas com possibilidade de elevar capacidade, informou o presidente da empresa, Odnir Finotti. "Existe demanda reprimida por esses medicamentos, por serem de alto valor. Hoje eles são importados", disse, acrescentando que o início da produção será em 2018. A intenção da companhia é exportar em torno de 30% da produção quando estiver em plena capacidade. O executivo preferiu não informar números estimados de faturamento, devido ao fato de a Bionovis ser companhia ainda nascente. Mas disse que os sócios elevaram estimativa de aporte de capital para o período de 2012 a 2020, de R$ 500 milhões a R$ 750 milhões. A empresa é uma joint venture formada em 2012 pelas farmacêuticas Aché, EMS, Hypermarcas e União Química. Já a Orygen, formada pelas farmacêuticas Biolab e Eurofarma, planeja para 2019 o início de produção na fábrica em construção em São Carlos (SP), informou o presidente da empresa, Andrew Simpson. A nova unidade terá capacidade de produção de 200 quilos por ano. O plano da companhia é, após consolidar a operação, começar a fabricar medicamentos próprios cuja tecnologia de elaboração seja totalmente brasileira. De acordo com Simpson, a Orygen já assinou, com entidade de pesquisa, parceria para elaboração de medicamento biotecnológico inovador, cuja patente será brasileira. Ele disse que a companhia deve divulgar mais detalhes, no próximo mês, sobre a parceria e o projeto. Mercado de remédios biotecnológicos movimenta em torno de US$ 100 bilhões por ano no mundo "O país deve ter a primeira fábrica de remédios biotecnológicos ainda este ano" disse o chefe de departamento de Produtos para Saúde do BNDES, Pedro Palmeira. A primeira fábrica, em Embu das Artes (SP), tem previsão de entrada em operação no 2º semestre. Pertence à empresa Libbs, que obteve um crédito de R$ 252,1 milhões do BNDES, aprovado em 2013. O projeto vai absorver recursos totais de R$ 571,9 milhões. Na prática, a ideia por trás da aprovação dos financiamentos, de acordo com o chefe de departamento do BNDES, é criar um novo parque industrial tecnológico no país, voltado para remédios biotecnológicos. Trata-se de um mercado que movimenta em torno de US$ 100 bilhões no mundo, segundo dados da consultoria britânica Evaluate Pharma. DOCS - 1650842v1 Os medicamentos biotecnológicos são produzidos a partir da biossíntese, ou seja, células modificadas geneticamente que dão origem a proteínas, hormônios ou a outros fluidos. Não substituem os sintéticos, mas são complementares e se mostram eficazes no combate às doenças crônicas - principalmente câncer. Isso porque os sintéticos combatem células boas e ruins, com fortes efeitos colaterais; já biotecnológicos agem na célula doente e preservam as demais, reduzindo impacto da medicação. Para Palmeira, o crédito para as três fábricas representa o fim de um ciclo iniciado em 2009. "Foi quando começamos a trabalhar no desafio de construir um segmento [de biotecnologia] dentro do BNDES Profarma", disse. Ele informou que o BNDES notou "janela de oportunidade" entre 2014 e 2018, quando alguns medicamentos biotecnológicos importantes perderiam patente - e, consequentemente, teriam custo de produção reduzido. A partir de 2009, o banco, assim como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), começaram a delinear a construção de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) envolvendo a estruturação de joint-ventures de empresas brasileiras para produzir biotecnológicos. O projeto previu apoio de companhias multinacionais. Estas fariam a chamada "transferência de tecnologia" pois detinham a experiência para fabricar o produto aliado às compras feitas pelo governo. O maior comprador desse tipo de medicamento no país é o governo, devido as necessidade de Sistema Único de Saúde (SUS). A atuação do banco na área de biotecnologia na indústria farmacêutica levou as liberações do subprograma Profarma Biotecnologia a atingir R$ 210 milhões em 2015, mais que o dobro de 2014 (R$ 94 milhões). Ao ser questionado se prevê novas aprovações, Palmeira apenas comentou este ano deve ser de consolidação dos projetos já apoiados. O crescimento do setor no Brasil segue tendência mundial. Estudo da Evaluate Pharma mostrou que os biotecnológicos representaram 24% das vendas do mercado farmacêutico mundial em 2015, com previsão de chegar a 25% este ano; e 27% em 2020. Fonte: Valor Voltar Laboratório indiano desenvolve duas vacinas contra Zika O laboratório indiano Bharat Biotech está em estágio avançado de desenvolvimento de duas vacinas contra o vírus Zika e submeteu ao governo local um pedido de aprovação dos DOCS - 1650842v1 medicamentos, informou ontem o jornal diário "The Hindu". Conforme a publicação indiana, a farmacêutica informou que os estudos pré-clínicos devem ser concluídos nos próximos cinco meses, quando então seria iniciado o processo para aprovação regulatória das vacinas. Em entrevista concedida ao jornal indiano em Hyderabad, sede da farmacêutica, a diretora da Bharat Biotech, Krishna Ella, afirmou que os estudos com o vírus Zika começaram há cerca de um ano. "Nas próximas duas semanas, estaremos aptos a iniciar os testes de uma das duas vacinas em animais. Uma vez que o cenário é de pandemia, acreditamos que o governo indiano vai se movimentar rapidamente para dar os avais necessários para os ensaios", disse. A Bharat Biotech, conforme a diretora, está desenvolvimento dois diferentes tipos de vacina: uma a partir do vírus inativo e outra recombinante, que usa vírus geneticamente modificado. As informações sobre os produtos foram encaminhadas há quatro dias para o Conselho Indiano de Pesquisas Médicas (ICMR, na sigla em inglês) e pedidos de patente foram protocolados em julho do ano passado. Em 2013, a Bharat Biotech ganhou projeção mundial com o anúncio de desenvolvimento da Rotavac, uma vacina contra o rotavírus, que causa diarreia grave. Na terça-feira, a farmacêutica francesa Sanofi anunciou que também pretende desenvolver uma vacina contra o vírus Zika. No fim do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu seu aval a outra vacina desenvolvida pela Sanofi, contra a dengue. Fonte: Valor Voltar BR Pharma volta a buscar bancos Sem nenhuma demanda de investidores para comprar novas ações da Brasil Pharma, o resultado da oferta de papéis da companhia foi que o BTG Pactual consolidou-se no controle da empresa, diluindo os demais acionistas. Apenas o banco apareceu na operação, injetando R$ 400 milhões na empresa e elevando sua fatia de 37% para 96% das ações. O dinheiro vai ser usado para resgatar 99,8% das debêntures da terceira emissão da companhia, que estão exclusivamente nas mãos de veículo do próprio BTG. O BTG "trocou dívida por ações" ou reduziu sua posição como credor e aumentou a fatia acionária na empresa. DOCS - 1650842v1 Mesmo depois dessa redução de endividamento, o BTG ainda renegocia com outros cinco bancos credores mais R$ 404 milhões em dívidas da companhia. A BR Pharma queria captar na oferta R$ 800 milhões para equacionar suas dívidas. Quando lançou a operação, em janeiro, afirmou que sem o aumento de capital e a consequente desalavancagem provavelmente não conseguiria gerar caixa suficiente para cobrir "investimentos, despesas, obrigações de pagamento da dívida, e outros valores a serem pagos no futuro próximo". A desalavancagem foi conquistada, mas apenas na metade do pretendido e a empresa ainda sinaliza dificuldades de capital de giro. Um dia antes de fechar a oferta, o conselho de administração prorrogou a vigência de um contrato de abertura de limite de crédito com o Banco Original no valor de R$ 20 milhões. Além disso, estendeu o prazo de vencimento de um CCB do HSBC de R$ 75 millhões e fechou uma nova CCB, também com o HSBC, de R$ 15 milhões. Uma de suas redes, a Rosario, fechou a contratação, com o Santander, de R$ 15 milhões em "operações de confirming", na qual o banco passa a ser, em nome do cliente (BR Pharma), o gestor dos pagamentos aos fornecedores. Em atualização de seu formulário de referência encaminhado à CVM no sábado, a Brasil Pharma afirma que, na renegociação de suas dívidas com cinco bancos, o controlador BTG Pactual planeja, para este trimestre, uma nova emissão de debêntures, no valor de R$ 355 milhões. As negociações para subscrição desses papéis acontecem com Itaú Unibanco, no valor de R$ 125 milhões; HSBC Bank Brasil, R$ 90 milhões; Santander (Brasil), R$ 80 milhões; e Banco do Brasil, R$ 60 milhões. A empresa informa que as debêntures terão um prazo de 48 meses, com carência de 18 meses e que as demais condições das debêntures continuam em negociação com os bancos. Ou seja não se sabe quais condições as instituições colocarão para trocar uma dívida por outra. Após a colocação dessas debêntures, a dívida da empresa será dos R$ 355 milhões mais R$ 50 milhões relativos à uma linha de crédito com o Bradesco e mais R$ 45 milhões de CCB com o HSBC. O Bradesco é citado no grupo de instituições com quem a empresa já tem débitos a renegociar, mas não está no grupo de bancos que podem subscrever as debêntures. A atual renegociação com bancos, iniciada em 2015, em relação aos empréstimos e financiamentos contratados nos últimos anos envolve Banco do Brasil, Santander (Brasil), Itaú Unibanco, Bradesco e HSBC Bank Brasil. Na data de entrega dessas informações à CVM, na semana passada, o saldo em aberto com esses bancos totalizava R$ 404,1 milhões, DOCS - 1650842v1 46,5% da dívida financeira consolidada total. Em setembro passado, a dívida total era de R$ 1 bilhão, sendo que a curto prazo, existiam R$ 607,6 milhões em empréstimos e financiamentos, mais R$ 100,7 milhões em contas a pagar por aquisição, e outros R$ 250,7 milhões em debêntures. No caixa da empresa existiam R$ 9,2 milhões em setembro e o prejuízo era de R$ 215 milhoes até setembro de 2015, versus R$ 396,2 milhões no ano anterior. O Valor calculou que, desde 2014, quando a crise financeira na BR Pharma começou, o BTG já colocou ao menos R$ 1,15 bilhão na empresa, entre subscrição de ações e de debêntures (por meio do BTG Pactual Prop Feeder, controlada indireta do BTG). Hoje na bolsa, a BR Pharma vale R$ 482 milhões. Fonte: Valor Voltar AstraZeneca reverte prejuízo trimestral com acordos de licenciamento A farmacêutica AstraZeneca anunciou lucro líquido de US$ 808 milhões no quarto trimestre de 2015, revertendo prejuízo de US$ 321 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. A receita da companhia recuou 5% no período, para US$ 6,4 bilhões, na comparação anual. Excluindo o efeito da variação do dólar, as receitas aumentaram 2%. O resultado foi beneficiado por ganhos com acordos de licenciamento, que compensaram o recuo das vendas de produtos. No quarto trimestre, a AstraZeneca recebeu US$ 192 milhões com os acordos de cessão de direitos para desenvolvimento e comercialização de medicamentos. A companhia também alertou que seus lucros devem cair neste ano, uma vez que continua a reforçar o investimento em pesquisa e desenvolvimento e espera uma diminuição acentuada nas vendas de seus principais medicamentos. Fonte: Valor Voltar DOCS - 1650842v1 Venda de genéricos perde ritmo e sobe 11,75% em 2015 Embora permaneçam com ritmo expressivo de crescimento, as vendas de genéricos no país registraram em 2015 o pior desempenho dos últimos três anos, segundo levantamento da PróGenéricos. No ano passado, foram R$ 5,9 bilhões em vendas desse tipo de medicamento, equivalente a alta de 11,75% frente a 2014 já considerados os descontos praticados pela indústria, distribuidores e varejistas. Para este ano, a meta é repetir a performance de 2015, o que será como uma "vitória" pela indústria. Em 2013, a taxa de expansão havia sido de 14,59% e, em 2014, de 14,88%. "A crise econômica está inibindo o acesso a medicamentos. As empresas estão muito preocupadas com a falta de estabilidade política", afirma a presidente da PróGenéricos, Telma Salles. A associação reúne 14 laboratórios, que respondem por cerca de 90% das vendas do segmento no país. Em unidades, as vendas de genéricos no mercado brasileiro encerraram 2015 com expansão de 12,19%, abaixo da expectativa inicial de crescimento de 15%. Conforme a associação, que toma como base dados da consultoria IMS Health, foram comercializadas 978,3 milhões de caixas de medicamentos, frente a 872 milhões no ano anterior. O menor ritmo de crescimento, combinado ao aumento dos custos de produção - a alta do dólar encarece o insumo farmacêutico, que é majoritariamente importado -, afeta a rentabilidade da indústria e "pode desestimular investimentos em inovação e até mesmo no lançamento de novos genéricos", de acordo com Telma. Mais baratos que os remédios de marca, os genéricos chegam ao consumidor final com elevados descontos, que por enquanto estão sendo mantidos pelos laboratórios. "A indústria têm mantido os descontos, mas o varejo [drogarias] pode não conseguir", avalia a executiva. Ao fim de dezembro, a participação desse segmento no mercado total de medicamentos estava em 28,88%, frente a 27,64% um ano antes. Em receita, a fatia era de 12,91%. O fato de a participação de mercado dos genéricos não ter avançado mais de dois pontos percentuais nos últimos três anos, conforme Telma, indica que o acesso aos remédios no país tem ocorrido mais lentamente. Como os genéricos são, de maneira geral, produtos de uso contínuo, as vendas de drogas de combate à hipertensão e colesterol são as mais afetadas pela desaceleração da demanda. Mantida essa tendência, alerta Telma, há risco de mais sobrecarga na saúde pública por doentes crônicos que não fizeram acompanhamento terapêutico adequado. DOCS - 1650842v1 Apesar da redução de ritmo, o segmento permanece como principal motor de crescimento das vendas de medicamentos no país. Na média, a expansão nas vendas de todas as categorias de remédios foi de 10,65% no ano passado, para R$ 46,4 bilhões. Os similares, que desde 2014 são tratados como equivalentes aos medicamentos de referência, mostraram alta de 9,14%, com R$ 3,6 bilhões em vendas. Já os produtos de referência avançaram 9,29%, para R$ 17,8 bilhões. Fonte: Valor Voltar Qualicaps chega ao país com compra de fábrica de cápsulas A Qualicaps, fabricante de cápsulas para medicamentos da japonesa Mitsubishi Chemical Corporation (que integra o conglomerado Mitsubishi), acaba de fincar os pés no Brasil com a compra da Genix, dona da única fábrica de cápsulas de gelatina dura do país. A aquisição, cujo valor não foi revelado, será anunciada na manhã de hoje no Japão e era vista como "oportunidade única" para a Qualicaps entrar em um dos maiores mercados farmacêuticos do mundo, de acordo com Ciro Ahumada, principal executivo da empresa. As conversas entre as empresas tiveram início em maio e o processo de negociação foi veloz, conforme Ahumada, com finalização das tratativas em 28 de dezembro. Com o novo ativo, a Qualicaps, que já é fornecedora dos principais laboratórios farmacêuticos globais, se consolida como maior produtora de cápsulas da América Latina. O negócio permitirá crescimento de 7% da receita da empresa no curto prazo. Os dados financeiros da Qualicaps não são divulgados. Há alguns anos a multinacional vinha olhando com interesse o mercado brasileiro, o terceiro maior para medicamentos nas Américas. Dona da único polo de produção de cápsulas no país, a Genix operava com tecnologia do grupo japonês. "A Genix representava uma oportunidade única de estar em um mercado tão importante", disse o executivo ao Valor. A empresa brasileira tem operação em Anápolis (GO), onde está instalado importante polo farmoquímico, e fornece cápsulas para laboratórios farmacêuticos e para a indústria nutracêutica. Conforme a Qualicaps, a participação da Genix no mercado de cápsulas duras é superior a 50%. De acordo com o presidente da Qualicaps Américas, Kent M. Payne, a operação no Brasil será usada como plataforma para a América Latina, cujo mercado farmacêutico foi de US$ 72 DOCS - 1650842v1 bilhões em 2014, segundo a IMS Health. Para os próximos cinco anos, a estimativa é a de crescimento anual de 5% a 8% nas vendas de remédios na região. Diante desses números, uma das metas da multinacional é exportar cápsulas a partir do Brasil para outros países latino-americanos que ainda não eram atendidos, como o México. "Vamos continuar a produzir como a Genix vinha produzindo e trazer novas tecnologias com o objetivo de atingir o padrão de qualidade global [da multinacional], disse. No curto prazo, acrescentou Payne, não há necessidade de investimento na fábrica, que passou há pouco tempo por uma expansão. A Qualicaps participa do mercado global de cápsulas, que está estimado em US$ 1,3 bilhão por ano e conta com produção anual de 450 bilhões de unidades, com fábricas no Japão, Espanha, Romênia, Canadá e Estados Unidos. Além disso, a empresa é fornecedora de equipamentos para esse segmento por meio do The Life Sciences Institute, que compreende o portfólio de negócios em saúde da companhia. Fonte: Valor Voltar DOCS - 1650842v1