UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI JEFERSON LUIZ MORFIM TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA QUANTUM ENGENHARIA ELÉTRICA LTDA. Biguaçu 2013 1 JEFERSON LUIZ MORFIM TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA QUANTUM ENGENHARIA ELÉTRICA LTDA. Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Administração do Centro de Educação da UNIVALI – Biguaçu, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Administração. Professor(a) Orientador(a): Dra. Simone Regina Dias Biguaçu 2013 2 JEFERSON LUIZ MORFIM PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA QUANTUM ENGENHARIA ELÉTRICA LTDA. Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi considerado adequado para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovado pelo Curso de Administração, da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Biguaçu. Área de Concentração: Recursos Humanos Biguaçu, 26 de junho de 2013. Prof. Dra. Simone Regina Dias UNIVALI – CECIESA GESTÃO Orientador Prof. MSc. João Domingos Carneiro UNIVALI - CE de Biguaçu Profª. MSc. Vanderleia Martins Lohn UNIVALI – CE de Biguaçu 3 Dedico este trabalho a Deus, pelo dom da vida e a capacidade de seguir em frente, conquistando mais uma etapa. 4 AGRADECIMENTOS A Deus por iluminar meus caminhos, dando-me força e sabedoria; Aos meus pais Lourdes e Joaci, pelo incentivo e apoio em realizar mais este sonho; À minha esposa Gilmara, pela parceria e incentivo em todos os momentos do percurso; Aos meus irmãos Sidnei, Joice, Juliano e Carlos pelos elogios, ajudando-me a descontrair nos momentos de tédio; A empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda., e em especial, a Sra. Elivânia Martins Vieira e o Sr. Gilberto Vieira Filho, onde concederam esta oportunidade de concluir este trabalho acadêmico; Aos amigos e colegas de classe pela amizade e parceria ao longo do curso; À minha orientadora e Prof. Dra. Simone Regina Dias, que por meio de seus conhecimentos, sempre com muita paciência e dedicação guiou-me ao caminho certo. A todos os professores, o meu afeto e respeito por terem me ajudado na realização deste curso. A todos os momentos, bons e ruins, que foram tão necessários para que pudesse chegar aqui! 5 Tente outra vez Veja! Não diga que a canção está perdida Tenha fé em Deus, tenha fé na vida Tente outra vez! Beba! Pois a água viva ainda tá na fonte Você tem dois pés para cruzar a ponte Nada acabou! Tente! Levante sua mão sedenta e recomece a andar Não pense que a cabeça aguenta se você parar Há uma voz que canta Uma voz que dança Uma voz que gira Bailando no ar Queira! Basta ser sincero e desejar profundo Você será capaz de sacudir o mundo Tente outra vez! Tente! E não diga que a vitória está perdida Se é de batalhas Que se vive a vida Tente outra vez! Raul Seixas 6 RESUMO MORFIM, J.L. Análise do clima organizacional: um estudo de caso na empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda. Trabalho de conclusão de estágio (Graduação em Administração – Bacharelado em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2013. A presente pesquisa teve como objetivo geral elaborar uma pesquisa de clima organizacional na Quantum Engenharia Elétrica Ltda., para verificar como os colaboradores percebem o ambiente laboral, considerado um fator importante para o bom desenvolvimento das atividades de trabalho. Além disso, buscou-se identificar o perfil dos colaboradores da empresa; a percepção dos colaboradores em relação aos fatores de clima organizacional e desenvolver um plano de ação visando à melhoria do clima organizacional dos clientes internos. A pesquisa desenvolvida se caracteriza como descritiva, com predomínio da abordagem quantitativa. Este método foi escolhido por ser considerado uma forma de traduzir em números as opiniões e informações coletadas durante a pesquisa. Quanto à análise dos dados, foi discutida de que maneira o clima organizacional pode contribuir com o desempenho das atividades dos funcionários. Neste sentido, a pesquisa foi finalizada com a conclusão de que a forma particular de trabalho está ligada intimamente ao clima laboral que a empresa oferece, assim como o bem-estar e a qualidade de vida que seus colaboradores precisam sentir e viver. Alguns colaboradores demonstraram em algumas variáveis a desmotivação. Isso compromete a performance do funcionário e o cotidiano da empresa. Para tanto, é necessário refletir sobre as ações propostas no sentido de buscar a melhoria da qualidade do clima organizacional e a satisfação do funcionário. Palavras–chave: Clima organizacional, gestão de pessoas, satisfação no trabalho. 7 ABSTRACT MORFIM, J.L. Análise do clima organizacional: um estudo de caso na empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda. Trabalho de conclusão de estágio (Graduação em Administração – Bacharelado em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2013. This research aimed to develop a survey of organizational climate in Quantum Engenharia Elétrica Ltda., to see how employees perceive the work environment, considered an important factor for the successful development of work activities. In addition, we sought to identify the profile of the company's employees, the employees' perceptions regarding the factors of organizational climate and develop an action plan aimed at improving the organizational climate of internal customers. The research developed is characterized as descriptive, with a predominance of the quantitative approach. This method was chosen because it is considered a form of in figures opinions and information collected during the research. The analysis of data was discussed how the organizational climate can contribute to the performance of activities of employees. In this sense, the research was completed with the conclusion that the particular form of work is closely linked to the working environment that the company offers, as well as the well-being and quality of life that your employees need to feel and live. Some colleagues demonstrated in some variables demotivation. This compromises the performance of official business and daily life. Therefore, it is necessary to reflect on the actions proposed in order to seek to improve the quality of organizational climate and employee satisfaction. Keywords: Organizational climate, people management, job satisfaction. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 – Estilos de cultura............................................................................... 32 Quadro 2 – Modelo de pesquisa........................................................................... 41 Quadro 3 – Estrutura do questionário................................................................... 44 Quadro 4 – Parametrização das respostas.......................................................... 44 Quadro 5 – Organograma.................................................................................... 49 Figura 1 – Gênero................................................................................................. 50 Figura 2 – Faixa etária........................................................................................... 51 Figura 3 – Estado civil........................................................................................... 52 Figura 4 – Escolaridade........................................................................................ 53 Figura 5 – Tempo de empresa............................................................................. 54 Figura 6 – Clima organizacional........................................................................... 55 Figura 7 – Salário/Beneficio.................................................................................. 57 Figura 8 – Relacionamento interpessoal.............................................................. 59 Figura 9 – Perspectiva de crescimento pessoal................................................... 60 Figura 10 – Condições de segurança, Físicas e Materiais de trabalho............... 62 Figura 11– Comunicação...................................................................................... 63 Figura 12 – Trabalho realizado............................................................................. 65 Figura 13 – Supervisão/Liderança........................................................................ 66 Figura 14 – Estrutura/Imagem da empresa........................................................... 68 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Gênero................................................................................................ 50 Tabela 2 – Faixa etária......................................................................................... 51 Tabela 3 – Estado civil.......................................................................................... 52 Tabela 4 – Escolaridade....................................................................................... 53 Tabela 5 – Tempo de empresa............................................................................. 54 Tabela 6 – Clima organizacional.......................................................................... 55 Tabela 7 – Salário/Beneficio................................................................................. 57 Tabela 8 – Relacionamento interpessoal............................................................. 58 Tabela 9 – Perspectiva de crescimento profissional............................................ 60 Tabela 10 – Condições de Segurança, Físicas e Materiais de trabalho............... 61 Tabela 11– Comunicação...................................................................................... 63 Tabela 12 – Trabalho realizado............................................................................. 64 Tabela 13 – Supervisão/Liderança........................................................................ 66 Tabela 14 – Estrutura/Imagem da empresa.......................................................... 67 Tabela 15 – Média das questões com suas respectivas médias das dimensões. 69 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 11 1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................................. 12 1.1.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 12 1.1.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 13 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................ 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................................ 15 2.1 ADMINSTRAÇÃO ......................................................................................................................... 15 2.2 ADMINSTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS........................................................................... 17 2.3 GESTÃO DE PESSOAS ............................................................................................................... 19 2.4 COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES ............................................................. 21 2.5 MOTIVAÇÃO................................................................................................................................. 23 2.6 LIDERANÇA.................................................................................................................................. 25 2.7 COMUNICAÇÃO ........................................................................................................................... 27 2.8 CULTURA ORGANIZACIONAL .................................................................................................... 29 2.8.1 Tipos de cultura ................................................................................................. 31 2.8.2 Relações entre clima e cultura.......................................................................... 33 2.9 CLIMA ORGANIZACIONAL .......................................................................................................... 33 2.10 PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL ............................................................................... 36 2.10.1 Variáveis de clima organizacional .................................................................. 38 3 METODOLOGIA ................................................................................................................................ 42 3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO ................................................................................................... 42 3.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO........................................................................................................ 43 3.3 INSTRUMNETO DE COLETA DE DADOS ................................................................................... 43 3.4 INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DADOS .................................................................................. 45 4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS................................................................................ 47 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................................................................................... 47 4.2 RESULTADOS DA PESQUISA..................................................................................................... 50 4.2.1 Perfil dos colaboradores ................................................................................... 50 4.2.2 Avaliação do clima organizacional da empresa na percepção dos colaboradores .................................................................................................................... 56 4.2.3 Considerações sobre as dimensões avaliadas................................................ 68 5 PLANO DE AÇÃO COM PROPOSTAS À ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO....................................... 71 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 76 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 79 APÊNDICE ............................................................................................................................................. 82 11 1 INTRODUÇÃO Recentemente, a área de gestão de pessoas vem ganhando destaque frente ao crescimento do mundo de negócios, no qual os princípios norteadores nas organizações são basicamente a produtividade, a qualidade e a competitividade. A área de Recursos Humanos vem sofrendo constantes modificações, redirecionando seu foco. Assim, a preocupação se concentrava apenas na folha de pagamento, contratações e processos admissionais, e atualmente, a preocupação está voltada principalmente para a satisfação e o bem-estar dos indivíduos nas organizações. Diante disto, um novo contexto se configura, no qual o sujeito deixa de ser o problema e passa a ser visto como a solução e o futuro da organização. Neste cenário, a competitividade passa a ser entendida como saudável e estimulante, vista como importante instrumento para a atuação profissional. Chiavenato (2002) enfatiza que as pessoas não são mais vistas como recursos organizacionais e sim como importantes aliadas parceiras importantes no mundo dos negócios. Assim, com a participação e parceria dos colaboradores, a organização é capaz de ser conduzida com excelência e sucesso, no que pode ser recompensada em muitos aspectos. Chiavenato (2002) acredita ainda que, ao serem vistas como parceiras, as pessoas voltam seu olhar para a empresa e desempenham suas atividades com mais força de vontade, dedicação, responsabilidade e comprometimento diante daquilo que realizam. Com isto, um importante ponto deve ser destacado. As pessoas precisam ser vistas como individuais e diferentes em suas características. Neste sentido, precisa ser reconhecidas no que diz respeito a sua personalidade, expectativas, sentimentos, objetivos pessoais, entre outros. Cada sujeito leva para a organização suas particularidades, sua visão de mundo, sua forma de cultura e, consequentemente, sua motivação. No entanto, o clima organizacional está relacionado com a motivação dos colaboradores da empresa. Para Luz (2009), o clima organizacional remete às impressões gerais e percepções dos funcionários em relação ao seu ambiente de trabalho. Surge, então, a necessidade de conhecer o clima organizacional da empresa, a fim de gerar um diagnóstico e identificar o que pode ser melhorado. 12 Esta forma de instrumento pode contribuir para a conciliação dos objetivos organizacionais frente às expectativas dos colaboradores. Em relação à organização, a pesquisa foi desenvolvida na Quantum Engenharia Elétrica Ltda., situada no município de Florianópolis, com um quadro de 109 colaboradores. Fundada há 21 anos com objetivo de atender de forma diferenciada seus clientes nas diversas áreas da eletricidade, a empresa tem como proposta o oferecimento de soluções, utilizando modernas tecnologias, atuando nos seguintes segmentos do setor elétrico: gestão de iluminação pública; projeto e execução de redes de fibra ótica; subestação e linha de transmissão de energia; instalação elétrica industrial e comercial; rede de distribuição de energia subterrânea e/ou aérea; manutenção de instalação elétrica em baixa e alta tensão, além do atendimento à área comercial e à concessionária. De acordo com a missão da empresa, que consiste em executar as obras e serviços de engenharia elétrica garantindo a qualidade, a tecnologia e a segurança dos colaboradores, o problema de pesquisa foi pensado no sentido de analisar o clima organizacional da empresa a fim de identificar pontos a serem melhorados. Por fim, o presente trabalho visa responder a seguinte questão norteadora: Como está o clima organizacional da empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda. na percepção dos funcionários? 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral Elaborar uma pesquisa de clima organizacional na Quantum Engenharia Elétrica Ltda., localizada em Florianópolis, no período agosto de 2012 a junho de 2013. 13 1.1.2 Objetivos específicos • Identificar o perfil dos colaboradores da empresa; • Investigar a percepção dos colaboradores em relação aos fatores de clima organizacional; • Desenvolver um plano de ação visando à melhoria do clima organizacional dos clientes internos. 1.2 JUSTIFICATIVA A Quantum Engenharia Elétrica Ltda. é uma organização que teve origem na década de 90, com o propósito de prestar serviços elétricos nos mais variados segmentos. Os colaboradores que atuam neste ramo possuem treinamento e equipamentos adequados para utilização enquanto desempenham suas tarefas, seja em situações de perigo, emergência ou consideradas de rotina. Por isso, este trabalho foi pensado no sentido de identificar as melhorias necessárias para que a comunicação entre colaborador e organização esteja sempre alinhada. Devido ao fato destes trabalhadores lidarem também com casos de urgência, percebe-se certa cobrança por parte da sociedade, no que diz respeito ao bemestar destes profissionais, que representa ao mesmo tempo o papel de colaborador da empresa e “colaborador” junto ao meio social, que contribui para que o funcionamento da energia elétrica permaneça em ordem. Assim, a justificativa deste trabalho consiste em conhecer o clima organizacional da empresa investigada, identificando os pontos a serem melhorados por parte da organização. Diante disto, o momento é considerado oportuno para a realização desta pesquisa pelo fato de a empresa estar em ascensão, tendo atualmente seu olhar voltado para o bem-estar e a segurança dos 109 colaboradores. Além disso, o aproveitamento deste trabalho pode também estar no sentido de a segurança ser vista pelo funcionário não apenas como regra da empresa ou norma para cumprir a legislação. Está basicamente ligado ao fato de o colaborador, em sua maioria chefes de família, se reconhecer também como responsável pela utilização de seus equipamentos de segurança, não sendo usados somente como acessórios ou meros adereços. 14 Assim, este estudo consiste em uma importante oportunidade de se fazer uma reflexão, para que organização e colaboradores revisem seus critérios comportamentais e avaliem o grau de compromisso entre o verdadeiro sentido da utilização dos equipamentos de segurança. O trabalho foi realizado em dois semestres, facilitado pelo fato de o acadêmico ter acesso ao campo pesquisado, além de conhecer sua dinâmica de funcionamento. Além disso, o acesso a informações foi permitido, pois o pesquisador faz parte da organização e possui vasto conhecimento deste cenário. Neste sentido, este trabalho torna-se importante devido ao fato de ser uma importante ferramenta que a empresa pode utilizar posteriormente, sendo possível dar-lhe continuidade à futuras pesquisas neste campo. A importância deste ressaltase também no âmbito acadêmico, onde pode-se realizar pesquisas e confrontá-las entre a teoria e a prática. 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo serão abordados assuntos pertencentes à temática Clima Organizacional, que vem ganhando grande destaque no âmbito das empresas. A partir das ideias dos principais autores referências da área, serão apresentados os tópicos: Gestão de Pessoas, Comportamento Humano nas Organizações, Motivação, Cultura Organizacional e Clima Organizacional. 2.1 ADMINISTRAÇÃO A administração, para Gelbcke et al. (2006), também conhecida como a área de gerenciamento ou gestão de empresas, é fundamentada em um conjunto de normas e funções elaboradas para disciplinar elementos de produção, a qual estuda os empreendimentos humanos com o objetivo de alcançar um resultado eficaz e posterior retorno de maneira sustentável e com responsabilidade social. Desta forma, os autores (2006) ressaltam que a administração trata ainda de uma ciência administrativa que supõe a existência de uma instituição a ser administrada ou gerida, que se relaciona num determinado ambiente, orientadas para um objetivo comum, estabelecido pela a empresa. Empresa, aqui, significa o empreendimento, os esforços humanos organizados, feitos em comum, com um fim específico, um objetivo. As instituições (empresas) podem ser públicas, sociedades de economia mista ou privadas, com ou sem fins lucrativos. Conforme afirma Robbins (2000), de acordo com as configurações atuais, a administração está cada vez menos relacionada às tomadas de controle e comando, ocupando uma posição de visões compartilhadas e envolvendo os funcionários num campo de participação e criatividade. Com isto, as equipes podem trabalhar em esquemas de autogestão, reportando aos administradores apenas questões de extrema necessidade e importância. Assim, o ato de administrar envolve também a elaboração de planos, pareceres, relatórios, projetos, arbitragens e laudos, em que é exigida a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de Administração, complementa o mesmo autor (2000). 16 A necessidade de organizar os estabelecimentos nascidos com a Revolução Industrial levou os profissionais de outras áreas mais antigas e maduras a buscar soluções específicas para problemas que não existiam antes. Assim a aplicação de métodos de ciências diversas para administrar estes empreendimentos deu origem aos rudimentos da ciência da administração. De acordo com Robbins (2001), administração significa o processo em que a organização visa alcançar seus objetivos, por meio da eficiência de seus colaboradores. Para que estes objetivos sejam atingidos, o autor (2001, p. 2) ressalta que a administração “geralmente exige a coordenação de vários componentes vitais, a que chamamos funções”. Tais funções consistem no planejamento (através da instituição dos objetivos), da organização (com a determinação das atividades), da direção (com a garantia de que as pessoas ocupem os cargos com as devidas habilidades) e finalmente com o controle (por meio das atividades de monitoração). Ainda em contribuição, Robbins (2001) enfatiza que quando estas funções operam de maneira sincronizada, pode-se reconhecer que a organização está seguindo seu rumo a fim de atingir seus objetivos. Desta forma, ela poderá trabalhar a partir de três elementos fundamentais para alcançar seus horizontes. São eles: as metas, os recursos limitados (constituem um fato da vida organizacional) e as pessoas, pois é através delas que os administradores realizam seu trabalho. Para Heilborn e Lacombe (2003, p. 3), toda esta sincronia só é possível quando o trabalho do administrador está atrelado a todo o processo. Ele é visto como a principal essência para a “obtenção de resultados por meio de terceiros, do desempenho da equipe que ele supervisiona e coordena. Portanto, o administrador depende de terceiros para alcançar seus objetivos e os do seu grupo”. Os autores (2003) complementam ainda que o administrador deve estar pautado também com o princípio de tomar as decisões necessárias e coerentes em nome da equipe, transformando recursos em produtos e desempenhar a função do planejamento econômico, indispensável para a rentabilidade da organização. Assim, com a união dos princípios básicos para um bom gerenciamento, a empresa tem a possibilidade de experimentar seus diferentes recursos e formas de administração, inclusive uma área que vem ganhando destaque é a administração de recursos humanos, assunto abordado a seguir. 17 2.2 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS Em meados dos anos 1960, os setores de pessoal nas organizações eram vistos muitas vezes como um ambiente saudável e feliz. Em suas atividades cotidianas estavam contidas tarefas, de acordo com Robbins (2001, p.3), como “o planejamento dos piqueniques da companhia, a programação de férias, o registro de empregados para cobertura do seguro de saúde e a realização de festas de aposentadoria”. Com o tempo, o setor de Recursos Humanos foi sofrendo grandes transformações e nos últimos trinta anos, vem ainda passando por um novo momento. Novas implementações foram sendo instauradas e com a criação de leis do Estado e do país, as exigências para novas contratações também sofreram alterações. As funções passaram a ser mais técnicas, exigindo dos empregados maiores habilidades. Com isto, a necessidade por mais especialistas em administração de Recursos Humanos foi aumentando e com a legislação federal, os direitos humanos passaram a exigir que as organizações queiram aprimorar seu grau de qualificação sem levar em conta a “etnia, religião, cor, sexo, deficiência física ou origem nacional”. (ROBBINS, 2001, p. 3). Atualmente, Marras (2002) ressalta que os profissionais da área de RH são considerados elementos importantes para o sucesso e bom desempenho de qualquer empresa. Afinal, suas tarefas envolvem um novo nível de qualificação e visão, frente às novas necessidades que o mercado impõe. Para o autor (2001), é evidente que a administração de Recursos Humanos desempenhe um papel significativo para a organização nas épocas atuais. Este setor deve estar voltado para um pensamento futuro e criativo, onde não apenas se aja como a administração determina. É preciso ainda que os funcionários que atuam nesta área sejam proativos em dar auxílio à administração com as pessoas que compõem toda a empresa e olhar para o colaborador no intuito de ajudá-lo, sem perder o foco nas vantagens competitivas para a organização. Assim, atrair e manter estes funcionários exige que a administração de recursos humanos utilize políticas e práticas de interesse de seus colaboradores. 18 Afinal, a administração de Recursos Humanos é a parte da organização que cuida dos interesses que diz respeito às pessoas. Robbins (2001) enfatiza que a administração de RH pode ser entendida através de duas formas. A princípio, pode ser vista como uma função a mais para a organização, uma espécie de apoio relacionado a estes assuntos. Seu papel é prestar ajuda em questões de administração de Recursos Humanos aos empregados de linha, ou seja, aqueles diretamente envolvidos na produção de bens e serviços da organização, como afirma o autor (2001). Robbins (2001) afirma ainda que a segunda forma de entender a administração é compreendê-la como uma função dos administradores, pois trabalhando ou não no setor de Recursos Humanos, o fato é que todos os executivos precisam exercer suas atividades. Assim, Marras (2002) complementam que toda organização é composta pelas pessoas e são por meio de seus serviços que a empresa desenvolve suas habilidades e motivação, fatores que garantem seus objetivos a serem alcançados. Pode-se dizer ainda que a administração de Recursos Humanos é composta por quatro funções básicas: preenchimento de cargos; treinamento e desenvolvimento; motivação e manutenção. No que diz respeito ao preenchimento de cargos, os autores (2000) enfatizam que se o setor percebe que está escasso em alguma necessidade, precisa buscar candidatos capazes de ocupar as vagas requisitadas. Para Robbins (2000, p. 234), “recrutamento é o processo de localizar, identificar e atrair candidatos qualificados”. Neste contexto, os recursos utilizados para atração destas pessoas dependem do nível do cargo e da situação econômica da organização. O mais importante é identificar o perfil do candidato frente à organização. Já no caso do treinamento e desenvolvimento, Boudreau e Milkovich (2000) ressaltam que pode ser consideravelmente importante no resultado de uma organização. A qualidade e a produtividade dependem dos colaboradores, que precisam estar alinhados e capacitados para desenvolver suas funções. Desta forma, os conhecimentos precisam manter-se atualizados e as situações serem enfrentadas de maneira responsável e racional. Lacombe (2005) acrescenta que o treinamento e desenvolvimento podem incluir desde o ensinamento de aptidões básicas de leitura, até cursos avançados sobre liderança para os gerentes. 19 Além disso, é importante desenvolver nos funcionários a alfabetização básica e habilidades técnicas, interpessoais e a solução para a resolução de problemas. Quanto à motivação, Boudreau e Milkovich (2000) comentam que é um importante aspecto quando se trata do ambiente organizacional. Afinal, é a partir do desempenho dos colaboradores que a empresa seguirá atingindo suas metas e objetivos. Proporcionar um ambiente sadio e de crescimento para os funcionários pode representar um ponto positivo para o desenvolvimento da empresa. No que se refere à manutenção, os autores (2000) supracitados ressaltam que o desenvolvimento de técnicas para manter os colaboradores na organização é imprescindível. É importante que a organização ofereça possibilidades para que seus funcionários desenvolvam suas aptidões e invistam em seus potenciais para que contribuam com seus conhecimentos em prol do crescimento da empresa, além de investir em sua própria carreira profissional. Estes assuntos são de extrema importância, pois neles estão incluídos aspectos que retratam a gestão de pessoas, tópico abordado a seguir. 2.3 GESTÃO DE PESSOAS Falar de pessoas é falar de gente, de pensamentos, de motivação e ação. O campo da gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem passado por mudanças e modernização. A visão que se tem atualmente da área é totalmente diferente da forma tradicional. De acordo com Knapik (2006), a constante globalização tem provocado um alto nível de concorrência entre as empresas, exigindo-lhes aumento da produção, qualidade e redução de custos. Neste sentido, a autora (2006) enfatiza que as pessoas comprometidas, com foco nos resultados, que demonstram habilidades de relacionamento, são consideradas peças chaves na disputa competitivas entre as organizações. A gestão de pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem sucedidas e pela busca do investimento intelectual dos colaboradores, que simboliza a importância da questão humana na era da informação. As abordagens para estas respectivas áreas vêm sofrendo rápidas transformações, o que exige dos profissionais que atuam nos Recursos Humanos a revisão de seus conceitos para que novos espaços e elaborações sejam criados e vistos como um diferencial estratégico. 20 Segundo Chiavenato (2004), as organizações são, na verdade, conjuntos de pessoas, em um contexto em que são elas que produzem, vendem, tomam decisões, lideram, comunicam e gerenciam os negócios das empresas. A gestão de pessoas é composta por organizações e pessoas, que passam considerável parte de suas vidas trabalhando dentro das empresas. Ocorre uma espécie de troca, onde ambas dependem uma da outra para funcionarem e alcançarem o sucesso. Desta forma, Chiavenato (2004, p. 4) acredita que “de um lado, o trabalho toma considerável tempo de vida e dos esforços das pessoas”, pois dependem dele para subsistir e alcançar o sucesso pessoal. Neste sentido, as pessoas dependem das empresas em que trabalham para que possam atingir seus objetivos pessoais. Contudo, o autor (2004, p. 5) enfatiza que “de outro lado, as organizações dependem direta e indiretamente das pessoas para operar, produzir seus bens e serviços, atender seus clientes, competir nos mercados e atingir seus objetivos globais e estratégicos”. Afinal, certamente as empresas não existiriam sem a contribuição das pessoas que são as responsáveis pela energia, vitalidade e criatividade para continuarem funcionando. Para o autor (2004), os lados dependem um do outro e precisam estabelecer esta relação mútua, que vise os benefícios de ambas as partes. Por sua vez, Boudreau e Milkovich (2000) ressaltam que as pessoas são particularmente importantes na organização. Afinal, conforme afirma Chiavenato (2004), as pessoas são as representantes da organização, são as que vivenciam e lhe dão personalidade própria. Além disso, é através do comportamento das pessoas que a empresa trabalha, age, melhora suas atividades e abrangem seus negócios. Assim, para Boudreau e Milkovich (2000), os Recursos Humanos trazem o brilho da criatividade para a empresa, pois seria simplesmente impossível atingir seus objetivos. Os autores acreditam ainda que uma organização que pretende criar um time de trabalho produtivo precisa investir em profissionais bem treinados e capacitados para que o bom desempenho e comunicação das atividades sejam desenvolvidos. Neste sentido, e em consonância, Knapik (2004) enfatiza a importância da propriedade intelectual para as organizações, em investimentos para seus colaboradores. 21 A autora prioriza ainda a importância dos novos paradigmas como a flexibilidade nas organizações, espaço para absorção de novos conhecimentos, sistema de empregabilidade e educação de forma global, de maneira contínua. Com isso, o espaço para o desenvolvimento do treinamento e das novas habilidades torna-se algo mais concreto e palpável dentro do espaço laboral. Desta forma, quanto mais integrados forem os programas de Recursos Humanos, mais possibilidade e mais chances da organização atingir seus objetivos e metas, garantindo ainda o bem-estar dos colaboradores. Neste contexto, Knapik (2004) acredita que as pessoas são os alicerces da empresa e fazem uso de suas habilidades e conhecimentos como ferramentas para alcançar novos recursos e resultados almejados por ela. É a partir de seus colaboradores que a empresa vai ganhando seus moldes, suas estruturas e reconhecendo e valorizando o comportamento humano nas organizações, assunto abordado a seguir. 2.4 COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES As reflexões acerca do comportamento das pessoas no mundo do trabalho, independente de seus ramos de atuações, sugerem a melhor maneira de proceder para fazer com que elas se motivem para trabalhar juntas e de forma produtiva. Segundo Davis e Newstrom (1992), o comportamento organizacional tem como principal objetivo fazer a integração entre as pessoas, bem como, suas estruturas, tecnologia e o ambiente laboral. Para os autores (1992), este enfoque baseia-se no desenvolvimento das pessoas, visando que estas atinjam níveis cada vez mais elevados no que diz respeito aos níveis de competências, criatividade e realização. Assim, a partir do momento em que as pessoas tornam-se o recurso central para as organizações, os próprios colaboradores sentem-se mais à vontade para contribuir e trabalhar para a empresa, livre dos ambientes extremamente controladores, que podem desmotivar e pressioná-los excessivamente. Os autores (1992) enfatizam ainda que o comportamento organizacional é basicamente a busca pelo estudo e, por sua vez, a aplicação do conhecimento no que se refere ao comportamento das pessoas no ambiente laboral. 22 O comportamento organizacional surgiu como um campo interdisciplinar conhecido como relações humanas e de grande importância para os gerentes. Para Kanaane (1999), o comportamento organizacional foi construído sobre as bases de pesquisa por Mayo e Roethlisberger, nos anos 1920, com o intuito de formar ideias mais úteis no campo das ciências comportamentais. Atualmente, estes conceitos relacionados ao comportamento organizacional se assemelham à natureza das pessoas, considerando suas diferenças individuais e também a natureza das organizações, levando em conta seus interesses e sistemas. Este complemento remete a uma importante integralidade na organização, no sentido de valorizar ambas as partes, que constituem o todo. Desse modo, Davis e Newstrom (1992) ressaltam que o resultado destas junções seria uma visão ampla e integral da organização, podendo ser compreendida de acordo com seus objetivos, contemplando os interesses em comum de colaboradores e organização. Afinal, a organização representa o espaço que é socialmente determinado por papeis já estabelecidos, de acordo com as metas da empresa. Por consequência, estes papeis desempenhados pelos colaboradores tornam-se “maçantes”, o que lhes exige certo grau de reflexão, redefinições e revisões acerca do que estão realizando. (NEWSTROM, 1992). Kanaane (1999) acredita que estes acontecimentos podem ocorrer pelo fato das influências do meio social interferirem junto às constantes mudanças sociais, econômicas, culturais, entre outras. Neste sentido, é de extrema importância que a organização tenha a consciência de se adequar frente a estas mudanças, embora possam acontecer de maneira lenta. Assim, Kanaane (1999, p. 48) enfatiza que: [...] a determinação da finalidade organizacional tem de estar em consonância com os valores e as normas grupais; é necessário ponderação e flexibilidade por parte do administrador em administrar grupos e estabelecer os propósitos organizacionais. Esta sensibilidade por parte da organização, principalmente no que diz respeito em perceber os possíveis entraves no campo laboral, é considerado pelo autor (1999) como muito importante. 23 Pois pode ocorrer devido ao fato de muitos colaboradores encontrarem diferentes graus de dificuldades por precisar, muitas vezes, se adaptar rapidamente às novas tecnologias que surgem em meio ao espaço do trabalho. A organização deve, acima de tudo, liberar, de maneira que incentive e promova o pleno exercício das competências e qualidades das pessoas, induzindo a expressão dos colaboradores de forma ativa e empreendedora. Com isso, o resultado para a organização será uma visão de funcionários que trabalham de maneira engajada e motivadora em prol da realização de suas tarefas, além de proporcionar o cumprimento da missão e sua eficácia estratégica. Desse modo, a organização passa uma imagem a seus colaboradores de parceria, mostrando-se aberta para novas contribuições, proporcionando ainda mais um espaço de integração e motivação no trabalho, assunto contemplado a seguir. 2.5 MOTIVAÇÃO A palavra motivação remete-se ao ato de motivar; a exposição de motivos ou causas; consiste ainda no conjunto de fatores psíquicos, que podem ser ou não conscientes. Pode ser também proveniente da ordem afetiva ou intelectual, que determina o tipo de conduta de alguém. Conforme Bergamini (1997, p. 68): A motivação é como uma força propulsora que leva o indivíduo a satisfazer suas necessidades e desejos; uma energia interna, algo que vem de dentro do indivíduo, fazendo com que este se coloque em ação. A motivação no trabalho leva os recursos humanos, além de buscarem satisfações pessoais, a realizarem os objetivos da organização. A motivação é então algo que pode ser considerado mutável, que varia no tempo e no espaço, conforme a situação do indivíduo. Afinal, o que é bom hoje pode ser considerado ruim amanhã, tudo depende da personalidade do indivíduo, bem como a situação vivida (BERGAMINI, 1997). O ser humano permaneceu por anos diante de uma tradição mecanicista, principalmente no âmbito do trabalho, como um ser apenas racional e cumpridor de suas tarefas. 24 Com o passar dos tempos, o sujeito começa a ser compreendido como alguém que possuem direitos, os quais devem ser respeitados e assegurados na prática. Aos poucos, o lado subjetivo também consegue seu espaço e, com ele, um olhar diferenciado para os seres humanos em vários aspectos. (BERGAMINI; CODA, 1997). Bergamini e Coda (1997) ressaltam que o resgate da motivação se faz importante para o melhor entendimento das atividades do indivíduo, em seus diferentes contextos de atuação. Além disso, os autores (1997) enfatizam que é consideravelmente importante entender a relação do sujeito com aquilo que o cerca. Esta relação se constrói de maneira também subjetiva, onde está incluída a história de vida do sujeito, assim como suas ações sociais enquanto funcionário de uma organização e não somente diante das circunstâncias ocorridas no ambiente. Neste sentido, não há como deixar de citar a contribuição de Dejours (2004) diante desta perspectiva. Segundo o autor, o trabalho não se resume apenas em uma atividade. Ele pode ser entendido também como permeado de relações, as quais possuem desdobramentos no mundo humano, cercado ainda por relações advindas de vários contextos. O autor reflete sobre esta visão e contribui mencionando que ao desempenhar suas tarefas, o indivíduo engaja sua subjetividade em um mundo no qual estão inseridos a ordem e a coerção. Dejours (2004) ressalta ainda que o ato de viver as relações de trabalho é experimentar também as resistências das relações sociais, nas quais está envolvido o desenvolvimento da inteligência. A partir das construções relacionais em que o homem vai se configurando, tem início um circuito de trocas entre as atividades sociais e pessoais na vida dos indivíduos. Desta forma, a função psicológica das relações se constitui no momento em que o sujeito não mais se funde as suas tarefas, se destacando assim como pessoa. Este destaque confere ao ser humano o direito de legitimação no seu ambiente de trabalho, o qual lhe permite expressar sua identidade, entendida por Fernandes e Zanelli (2003, apud ZANELLI, 2006) como elemento chave da realidade subjetiva, onde o ser humano é produto e, ao mesmo tempo, produtor do sistema social. 25 Assim, viver sua motivação possibilita ao sujeito uma espécie de aproximação ainda maior com suas tarefas desempenhadas, visto que a satisfação e a produtividade certamente crescerão. Deste modo, o ser humano vive e pertence a um universo onde acumula seus significados e experiências, os quais possibilitam ao sujeito uma forma de aprender e sentir a realidade. Fernandes e Zanelli (2006) consideram tais aspectos e acreditam que ao compartilhar a realidade, a identidade se constrói a partir de sua comunicação com os demais, onde serão internalizados os valores e as normas estabelecidas presentes em seu meio. Com isso, cria-se a identidade que trata da junção entre a harmonia e a aprendizagem da convivência, umas das condições para que o sujeito faça parte do mundo como um todo. Carrieri e Lopes (2010) acreditam que estas condições são importantes para que o sujeito tenha uma qualidade de vida no ambiente laboral que lhe permite realizar suas atividades de forma saudável e tranquila. Nesta perspectiva, é bastante pertinente que se faça um resgate à subjetividade do sujeito para que este seja melhor compreendido em seu ambiente. Bergamini e Coda (1997, p. 113) contribuem e complementam ainda mencionando que a “inoperância do ensino das relações humanas, com a finalidade de criar motivação, levou as empresas à conclusão de que o supervisor [...] não era psicologicamente sincero a si mesmo em sua prática de dignidade interpessoal”. Diante disto, é preciso surgir formas avançadas para a motivação do colaborador, para que se desenvolva, acima de tudo, a sensibilidade nas organizações. O conhecimento destes detalhes é importante para que o líder desenvolva suas atividades e estabeleça um ambiente com uma boa liderança, assunto contemplando a seguir. 2.6 LIDERANÇA Etimologicamente, liderar quer dizer conduzir. De acordo com Heilborn e Lacombe (2003), o ato de ser líder consiste em conduzir um grupo de pessoas, influenciando seus comportamentos e ações, para atingir objetivos e metas de interesse comum desse grupo, conforme uma visão futurística e fundamentada num conjunto coerente de ideias e princípios. 26 Mais do que simplesmente chefiar, liderar é fazer com que um grupo de pessoas trabalhe em equipe e gerem os resultados desejados pela empresa. A partir desta perspectiva, Ouimet (2002) ressalta, acima de tudo, que para uma boa liderança, um líder deve possuir habilidades como a capacidade de motivar e influenciar as pessoas que trabalham com ele, além de apresentar qualidades como dedicação, equilíbrio e gosto pelo que faz. Para o autor (2002), o líder pode ser considerado um agente estratégico dentro da organização. Na maioria das vezes, é dele que dependem os bons resultados e o crescimento do negócio, refletindo todo o trabalho de sua equipe. Em complemento, Maxwell (2008, p. 10) afirma que “um líder só é bemsucedido quando várias pessoas trabalham para isso”. Por sua vez, Robbins (2000) destaca que há pouco tempo a maioria das discussões que envolviam liderança abordavam a chamada liderança transicional. Esta consiste em líderes que desempenham o papel de motivar ou orientar sua equipe, para alcançar metas e objetivos propostos. No entanto, o autor (2000) complementa que outro tipo de liderança está sendo visto como mais atual frente ao momento em que as organizações estão vivendo. Trata-se da liderança transformacional. Neste modelo, Robbins (2000, p. 397) ressalta que o líder “inspira os seguidores a transcender seus próprios interesses para o bem da organização, exercendo um efeito profundo e extraordinário sobre eles”. Por sua vez, a liderança exerce uma função de compreender as necessidades e desenvolvimento de cada colaborador. O autor (2000) supracitado comenta que uma maneira eficaz de entender a liderança pode ser esta forma transformacional. Nela pode-se pensar a liderança como destaque, pois se mantém voltada a explicar e diferenciar os líderes que conseguem feitos extraordinários dos líderes comuns que são ineficazes ou atendem aos requisitos normais de seus postos, mas não realizam feitos extraordinários. A partir desta perspectiva, Robbins (2000) destaca também os perfis de liderança carismática e visionária. A liderança carismática, por exemplo, é uma espécie de extensão do modelo da atribuição da liderança. Significa basicamente que a equipe atribui ao líder habilidades de heroísmo e comportamentos extraordinários. Nomes como Martin Luther King, Steve Jobs, Ted Turner e Walt Disney são modelos de liderança carismática. 27 Já no caso da liderança visionária, o autor (2000, p. 400) enfatiza que se trata de uma habilidade que o líder tem para criar e articular uma visão para o futuro, “realista, digna de crédito e atraente, que cresce a partir do presente e o aperfeiçoa”. Este modelo, se escolhido e implantado de maneira correta, pode ser reconhecido como uma forma de arranque para o futuro e instigação das habilidades e talentos, conforme os recursos para fazer com que aconteça. Neste sentido, é imprescindível que a liderança desempenhe um papel de qualidade, pois é a partir desta que as futuras ações e comunicação trarão bons resultados. Tendo em vista esses cenários, aborda-se a seguir alguns aspectos relativos à comunicação. 2.7 COMUNICAÇÃO Comunicação é o processo de transmitir a informação e compreensão de uma pessoa para outra. Se não houver esta compreensão, o processo da comunicação não acontece. Se uma pessoa transmitir uma mensagem e esta não for compreendida pela outra, a comunicação não se efetivou. Segundo Chiavenato (2005, p.142), a comunicação consiste na troca de informações entre os indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou uma informação. Para Gil (1994), o ato de comunicar-se constitui a habilidade requerida de todos os profissionais que exercem suas funções, principalmente gerenciais e nos setores de recursos humanos. Para o autor (1994), mesmo que a comunicação constitua uma das capacidades humanas mais importantes e seu desenvolvimento nos indivíduos se dê de maneira que pode ser considerada natural, o fato é que grande número de indivíduos não sabe se comunicar. No âmbito das empresas, esta questão não é tão diferente, pois muitas falhas de comunicação também ocorrem. Boudreau e Milkovich (2000) complementam que isso acontece porque muitas pessoas, por saberem se expressar bem, julgam-se desembaraçadas e se acham bons comunicadores. No entanto, vale lembrar que há certa diferença em passar informação e comunicar. 28 Para os autores supracitados (2000, p. 32), “informar é um ato unilateral, que envolve a pessoa que tem uma informação a dar. Já comunicar implica tornar algo comum, fazer-se entender, provocar reações no interlocutor”. Assim, saber comunicar significa fazer-se entender, o comunicador então precisa estar capacitado não apenas para falar, mas capacitado também para ouvir. Os autores (2000) supracitados enfatizam que é bastante comum observar alguém falando e outra pessoa preocupada com a maneira de como irá responder, o que pode significar que esta não está entendendo nada. Para uma empresa isto tem um grande custo, no sentido de que dificulta o relacionamento entre os colaboradores e pode causar conflitos desnecessários. Neste sentido, Maturana (1998) assume a comunicação como um processo contínuo de mudanças de comportamento induzido pela necessidade de um acoplamento estrutural entre indivíduo e meio. A comunicação em si corresponde às mudanças ocorridas ao longo da vida em função de uma rede de interações com os outros e o meio, que se orienta para a adaptação em face de demandas recorrentes. Nesse processo histórico, tanto se dá a (re)produção do indivíduo quanto do meio. A comunicação então está basicamente orientada para fazê-lo. Aprender é mudar para fazer. Nesse contexto interpretativo, o nosso discurso sobre comunicação remete à contínua necessidade de repercepção de situações para a delimitação de ações. Como Uribe (2001) afirma, o fenômeno da comunicação é a mediação entre o conhecimento e a ação. Considerando esta interação entre o meio e o indivíduo, percebe-se a necessidade da comunicação entre colaboradores e a organização. Para Lacombe (2005), a comunicação serve para que a distância que às vezes está presente entre a empresa e o funcionário diminua cada vez mais. O autor (2005) ressalta que existem muitos tipos de comunicação na empresa. Alguns exemplos são as ordens para os subordinados, as prestações de contas para os superiores e as informações para coordenação de atividades. Além disso, a comunicação é imprescindível para que torne o campo mais próximo como no caso dos colaboradores se reportarem à organização com sugestões espontâneas ou quando a própria empresa precisa fazer algum comunicado aos funcionários. (LACOMBE, 2005). 29 Boudreau e Milkovich (2000) expõem que tendo em vista esta importância, a organização deve proporcionar aos colaboradores o desenvolvimento de suas capacidades, neste caso, a comunicação. Eles acreditam que desta forma, a comunicação passa a ser algo integrante do ambiente laboral, além de possibilitar o conhecimento de fatores que possam dificultar ou impedir o desenvolvimento dos colaboradores e da própria organização. É a partir do conhecimento destes detalhes que compõem o ambiente laboral que a empresa aprende a lidar e desenvolver sua cultura organizacional, assunto contemplado a seguir. 2.8 CULTURA ORGANIZACIONAL O indivíduo desde muito cedo vive e participa da sociedade e através dela, vive em constante contato com vários outros sujeitos. Faz parte de vínculos e dentro deles aprende, internaliza crenças, costumes e valores de acordo com a cultura em que está inserido. Uma das principais ideias de Vygotsky (1998) é de que o ser humano transforma-se de biológico em histórico, num processo em que a cultura é parte essencial da constituição da natureza humana. Segundo Vygotsky (1998), nós dependemos da cultura para internalizar as nossas experiências e é através delas que interagimos e agimos em nosso meio social. Para o autor (1998), a internalização das experiências já ocorre desde muito cedo, onde o sujeito faz uma reconstrução interna, conforme vivencia no meio externo. Esta internalização remete também às formas culturais de comportamento, que envolve a reconstrução da atividade psíquica que utiliza como base determinadas operações. Trata-se de uma interpretação de dados da vida real, a partir da mediação cultural com sistemas de reconstrução interna de uma operação de natureza externa. Com isto, acontece uma conversão de significados culturais em significados próprios; é o conteúdo simbólico historicamente construído na humanidade, que é internalizado e se transforma psicologicamente, ocasionando assim a constituição da singularidade do sujeito social. (VYGOTSKY, 1998). No entanto, Caldas e Motta (1997) ressaltam que é relativamente recente o estudo referente às formas que a cultura assume no mundo do trabalho. 30 Os autores (1997) enfatizam também que em tempos atrás, acreditava-se que para todas as situações bastava apenas uma regra geral, uma espécie de padronização para tudo o que ocorria. Neste sentido, as culturas organizacionais são, para os autores supracitados (1997, p.40), “formadas por pressupostos básicos, artefatos visíveis e outros conjuntos simbólicos. São esses pressupostos [...] que criam os valores de nosso cotidiano”. Estes valores são considerados importantes, pois contribuem para a formulação de parâmetros de como se comportar, sentir e agir na organização. Desta forma, é a partir destes valores que o colaborador irá representar a empresa e desempenhar um papel fundamental, objetivando o sucesso da mesma. Este cenário precisou ser reformulado, principalmente, porque pessoas de comportamentos e jeitos diferentes precisam trabalham juntas e dividir o mesmo espaço. Além disso, diferentes opiniões misturam-se no ambiente do trabalho, onde é preciso haver um filtro para que o objetivo da organização seja alcançado. Caldas e Motta (1997, p.26) complementam que “os comportamentos [...] baseiam-se em crenças, atitudes e valores e, em certa medida, verdadeiros ciclos viciosos de comportamento são causados por crenças atitudes e valores.” Para Lacerda (2011), com a globalização em constante evolução, as pessoas e as informações também acompanham este ritmo acelerado, fazendo com que as fronteiras físicas fossem sendo ultrapassadas cada vez mais, se disseminando rapidamente. Neste sentido, as organizações têm a possibilidade de expandir seus negócios de forma bastante rápida, pois os meios de divulgação e transmissão acontecem a cada dia mais constante. Assim, o autor (2011) acredita que as diferenças culturais existentes e que eram percebidas apenas em algumas situações, passam a ter maiores destaques e são vistas com maior frequência. Tais diferenças se amplificam de acordo com o crescimento das organizações e se expressam nas atividades exercidas, onde estão envolvidas as diferentes culturas que podem ser disseminadas entre países, empresas e até regiões. Embora estas diferenças existam, as formas como as empresas as percebem podem, por um lado, ser um fator de geração de vantagem competitiva ou, por outro, inviabilizar operações e determinadas atividades organizacionais. Lacerda (2011) destaca ainda que as características culturais podem ser evidenciadas através das diferentes dimensões que a cultura possui. 31 Estas dimensões procuram explicar determinados padrões de comportamento embutidos na cultura da organização, por exemplo. A distinção entre organização e a cultura é necessária pelo fato das organizações possuírem um caráter diferente de seus colaboradores. Assim, embora fisicamente localizada em uma região, a organização pode apresentar características distintas desse local. Caldas e Motta (1997) acrescentam que as organizações são parte da sociedade e, por consequência, parte da cultura que as tornam subculturas desta sociedade. Diante do exposto, destaca-se a importância do conhecimento em relação à cultura, bem como os diferentes tipos de cultura organizacional. 2.8.1 Tipos de cultura A cultura organizacional é, de acordo com Alcapadini e Crubellate (2003), formada por seus valores éticos e morais, princípios, crenças, políticas internas e externas, sistemas e o clima organizacional. Pode ser considerada uma espécie de norma onde todos os membros dessa organização precisam seguir e adotar como diretrizes e premissas para guiar seu trabalho. A cultura pode ser definida ainda como um modelo de suposições básicas em que os grupos inventam, descobrem ou desenvolvem com a experiência para enfrentar seus problemas, funcionando também como a identidade e reconhecimento de um grupo. Neste sentido, Chiavenato (2005, p. 129) ressalta que “a administração nunca é igual em todas as organizações, e pode assumir feições diferentes dependendo das condições internas e externas da organização”. Em função disto, o autor (2005) supracitado define os tipos de culturas, que podem ser conservadoras e adaptativas ou de forma tradicional e participativa. No que diz respeito à cultura conservadora e adaptativa, Chiavenato (2005, p. 131) enfatiza que algumas organizações caracterizam-se por adotar e preservar culturas em que se vê o predomínio de ideias, valores, costumes e tradições. Estes permanecem “arraigados e que não mudam ao longo do tempo”. Neste caso, o perigo estaria nesta inalteração por parte da organização que poderia estar correndo o risco de não sofrer alterações ou modificações nenhuma com o passar do tempo. 32 “São organizações basicamente com não-adaptativas e culturas conservadoras que caracterizam se e por tradicionalistas, sua rigidez e conservantismo”. (CHIAVENATO, 2005, p.132). Desta forma, o autor (2005) também retrata que há casos em que as organizações são reconhecidas por constantemente fazerem revisões e atualizações de suas culturas adaptativas. Isto poderia evitar o perigo das empresas caírem em um costume e não reformularem seus conceitos. Por outro lado, essa troca sucessiva de cultura poderia acarretar para a organização a perda e confusão de seus costumes próprios, em decorrência do excesso de transformação. Na verdade, a sobrevivência e o crescimento de uma organização existem na medida em que tanto a estabilidade como a adaptabilidade e mudança são possíveis. Isso significa que uma organização pouco estável e altamente mutável tem tanta probabilidade de desaparecer do mapa quanto uma organização pouco adaptativa, rígida e imutável. (CHIAVENATO, 2005, p. 132). Em relação às culturas tradicionais e participativas, o autor (2005) supracitado menciona que as organizações que adotam estas culturas caracterizam-se por aspectos que lembram o modelo burocrático, por adotarem um estilo que possibilita os colaboradores de participar e interagir junto ao ambiente laboral. Por outro lado, as empresas que fazem uso destes modelos culturais (tradicional e participativa) são consideradas flexíveis e adaptáveis, por abrangerem aspectos do estilo participativo. A seguir, o quadro contempla as diferentes culturas organizacionais apresentadas por Idalberto Chiavenato: Quadro 1 – Estilos de cultura Cultura tradicional Cultura participativa Autocrática e impositiva Participativa e liberal Centralizada Descentralizada Muitos níveis hierárquicos de comando Poucos níveis hierárquicos Pequena amplitude de comando Grande amplitude de comando Formal Informal Conservantismo e manutenção do status quo Criatividade e inovação Mudanças lentas e progressivas Mudanças rápidas e radicais Horizonte de planejamento de longo prazo Horizonte de curto prazo Foco em lucros de curto prazo Foco em lucros a longo prazo Foco no controle de despesas Foco em qualidade e atendimento Recompensas baseadas no tempo de casa Recompensas baseadas no desempenho Fonte: Chiavenato (2005, p.133). 33 Estas informações são importantes e servem de base para o conhecimento da cultura de uma organização, o que possibilita, ainda, conhecer também o clima organizacional da mesma. 2.8.2 Relações entre clima e cultura Apesar das intercorrências que podem afetar o clima pelos fatores externos à organização (condições de saúde, habitação, lazer e familiar dos colaboradores) a cultura organizacional é considerada uma das principais causas. De acordo com Luz (2003), existe uma relação de causalidade entre as temáticas clima e cultura, pois a cultura pode ser entendida como causa e o clima como consequência. Um segundo olhar, conforme o autor (2003, p.20), que se pode ter é o de que “clima e cultura são fenômenos inatingíveis, apesar de manifestarem-se também de forma concreta”. No entanto, apesar de ser visto como inatingível, a cultura pode se manifestar por meio das obras arquitetônicas, das maneiras de se vestir e se comportar dos colaboradores, além da relação da organização com seus parceiros. Luz (2003) ressalta que uma organização com raízes conservadoras imprimirá seus valores em suas propagandas e conforme a maneira que ela lida com os avanços tecnológicos. Em contrapartida, uma empresa que investe na inovação manifestará seus valores por meio de seus produtos e demais serviços. Assim, a cultura se desenvolve através de rituais da própria organização, através de seus códigos e suas particularidades, originando uma identidade que pode impactar de forma mais ou menos seus colaboradores. Determinadas empresas operam de forma rígida quando o assunto é disciplina. Algumas são formais, conservadoras, inovadoras, outras nem tanto. (LUZ, 2003). Desta forma, cada empresa tem seu jeito particular de trabalhar, o que a torna um lugar único para atuar. Daí a importância do conhecimento dos conceitos de clima e cultura, entendendo-os como fenômenos complementares. 2.9 CLIMA ORGANIZACIONAL Há tempos atrás, as organizações sustentavam comportamentos que nem mesmo seus clientes externos tinham voz e vez. 34 Havia uma crença de que nada adiantaria se o funcionário ou até mesmo os clientes reclamassem sobre algo da empresa, fossem casos referentes a defeitos ou prestação de serviços. De acordo com Luz (2003), este movimento começou a tomar um rumo diferente quando órgãos como o Código de Defesa do Consumidor, os Serviços de Atendimento ao Cliente (SACs) e os juizados especiais foram criados, onde clientes e consumidores passaram a ser ouvidos. Assim, o autor (2003) reforça que este movimento, voltado principalmente em favor da qualidade total, fez com que as organizações abrissem espaço para os olhares de seu público interno, os colaboradores. Com isto, a possibilidade de aprimoramento e melhoria contínua do que é produzido passa a ser visto como necessário, tanto para clientes quanto para funcionários. No entanto, todo esse histórico contribuiu para um importante movimento nas organizações, principalmente no que diz respeito à preocupação com a satisfação e o bem-estar dos funcionários, ou seja, a preocupação com o clima organizacional da empresa. Aliás, constatar que o diferencial competitivo de uma organização não consiste somente na disponibilização de técnicas e tecnologia é, como afirma Luz (1995), imprescindível para que novos rumos sejam alcançados. Este movimento é considerado válido, quando as pessoas e suas expectativas também são reconhecidas e respeitadas em seu ambiente laboral. Para Sartor, Sartor e Rizzatti (2003), o clima organizacional começou a ser estudado nos Estados Unidos na década de 60, com o intuito de identificar os diferentes comportamentos e formas de liderança no espaço laboral. No Brasil, os olhares voltados para o clima organizacional tiveram início em 1974, conforme Chiavenato (2004). Este direcionamento se deu a partir de estudos sobre o contexto organizacional que passaram a fazer um alerta sobre a importância do bem-estar psíquico dos trabalhadores nas organizações, ressaltando a necessidade para o desenvolvimento de novas estratégias que favorecessem um ambiente sadio para o desempenho do trabalho. Os autores supracitados (2003) trazem ainda os conceitos explícitos sobre o clima organizacional. Tratam-se dos atributos organizacionais e individuais, pois levantam determinadas características sobre a empresa e seus colaboradores, possibilitando uma melhor definição de clima organizacional para ambas as partes. 35 Neste sentido, Sartor, Sartor e Rizzatti (2003, p. 26) destacam os atributos organizacionais como um: conjunto de características que descreve uma organização e que (a) distingue uma organização da outra; (b) são relativamente duradouras por um período de tempo e (c) influencia o comportamento dos indivíduos na organização; o conjunto de propriedades mensuráveis do ambiente de trabalho, percebidas direta ou indiretamente pelos indivíduos que vivem e trabalham neste ambiente e que influencia a motivação e o comportamento dessas pessoas. O conjunto de atributos específicos que caracteriza uma particular organização e que reflete o modo como ela lida com seus membros e seus respectivos ambientes. Quanto aos atributos individuais, os autores (2003, p. 26) os definem como “um conjunto de valores ou atitudes afetam a maneira pela qual as pessoas se relacionam umas com as outras, tais como sinceridade, padrões de autoridade, relações sociais, etc.”, maneiras que os sujeitos dividem a respeito do lugar em abstrações significativas de conjuntos de indícios baseados nos acontecimentos, condições, atuações e procedimentos que ocorrem e caracterizam a vida diária de uma organização. Em contribuição, Luz (1995) destaca o clima organizacional como sendo a percepção em geral que os colaboradores têm em relação ao ambiente em que trabalham. Para ele, mesmo que todos os funcionários não expressem a mesma opinião, o clima organizacional traduz o comportamento da organização, refletindo seus atributos, valores e atitudes. Luz (1995) destaca também que entre os objetivos da área de Recursos Humanos no que se refere ao clima organizacional, está basicamente o alcance da satisfação e a motivação dos colaboradores. São objetivos ainda criar, manter e desenvolver um contingente de Recursos Humanos, com habilidade e motivação para realizar os princípios da empresa. De acordo com Kolb, Mclntyre e Rubin (1978), o conceito de clima organizacional está relacionado, principalmente, com a satisfação e a motivação dos colaboradores frente às suas atividades desempenhadas. Desta forma, os autores (1978) acreditam que estes sentimentos positivos são expressos e repassados ao restante do grupo, gerando, com isto, maior nível de contentamento com o ambiente laboral. 36 No entanto, Kolb, Mclntyre e Rubin (1978, p. 76) ressaltam ainda que é necessário que os administradores entendam e participem do real conceito de clima organizacional, pois é por meio de: sua criação que ele pode ‘manejar a motivação’ de seus empregados. A eficiência da organização pode ser aumentada através da criação de um clima organizacional que satisfaça as necessidades de seus membros e, ao mesmo tempo, canalize esse comportamento motivado na direção dos objetivos organizacionais. Estas questões são consideradas essenciais por Luz (1995), pois desta forma, o enfoque e o conhecimento do clima organizacional funciona como uma espécie de termômetro para a implementação de ações de mudanças. Além disso, esta visão deixa de ser o alvo de preocupações somente do setor de Recursos Humanos e passa a ser uma visão geral para a organização. Portanto, possuir as informações necessárias permite à organização como um todo o planejamento e o desenvolvimento das relações de trabalho, facilitando a satisfação tanto para o público interno, quanto aos externos. Pensar no clima organizacional é, acima de tudo, propiciar uma visão plena sobre o aproveitamento dos recursos humanos de uma empresa, valorizando ambas as partes. 2.10 PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL A pesquisa consiste em uma estratégia que as organizações vêm utilizando para conhecer melhor o seu clima no ambiente de trabalho. Com isso, conseguem verificar como está o clima, quais são suas variáveis que contribuem para este. Além de poder verificar como está o clima em cada setor (LUZ, 2003). O autor (2003, p. 37) ressalta que “de todas as estratégias para avaliação do clima, essa é a mais completa. É a que permite à empresa identificar seus pontos fracos, a satisfação de seus colaboradores com relação a vários aspectos da organização”. Esta pesquisa tem como principal objetivo fazer o mapeamento do ambiente interino de uma organização para que se verifiquem os principais focos de problemas, melhorando assim, o clima do ambiente laboral. 37 Para fazer a avaliação do clima organizacional, utiliza-se a pesquisa que para Toledo e Milioni (apud LUZ, 1995, p. 41), consiste no “levantamento do clima organizacional ou cultura da organização, buscando identificar e avaliar as atitudes e padrões de comportamento, com vistas de orientar políticas de ação e correção de problemas”. Ela é considerada ainda um meio de aprimorar a percepção da dinâmica interna da empresa, o que permite que os colaboradores possam se sentir motivados a partir do momento que o ambiente proporciona a possibilidade para que eles exponham seus objetivos e ideias (GOMES, 2002). Teixeira (2002, p. 585) ressalta que “para avaliar, regularmente e de forma ampla o que os empregados pensam a respeito do tratamento que recebem, as empresas precisam realizar pesquisas de clima”. Neste sentido, quando os colaboradores são solicitados para participar da pesquisa, estes esperam que algo se modifique e, caso isso não aconteça, certo desconforto é gerado, pois os funcionários passam a duvidar das verdadeiras intenções da organização. É por isso que se faz importante a exposição dos resultados e o posicionamento da organização em relação a eles. Segundo Luz (2003, p. 42) “a pesquisa de clima organizacional é um método formal de se avaliar o clima de uma empresa. Ela é um instrumento importante para fornecer subsídios capazes de aprimorar continuamente o ambiente de trabalho”. Luz (2003) diz ainda que a pesquisa de clima organizacional é considerada um trabalho minucioso que tem como objetivo identificar os problemas que existem entre a empresa e o funcionário, cuja principal finalidade é solucionar tais problemas. A pesquisa mostra também em que ponto está à satisfação dos funcionários em um momento específico, revelando qual é o comportamento dos colaboradores frente a determinadas demandas, por exemplo. Nesta mesma linha, Davis e Newstrom (1992, p. 140) destacam que a partir do momento que a pesquisa de clima é implementada, “a administração deve estar preparada para tomar decisões baseada nos resultados. Os funcionários julgam que se cooperam declarando seus sentimentos, a administração deve pôr em prática alguns dos aperfeiçoamentos que sugeriram”. Além disso, por meio da pesquisa de clima, os colaboradores têm a possibilidade de expor seus pensamentos, opiniões e sentimentos no que diz respeito à sua relação com a organização (LUZ, 2003). 38 É importante também identificar as variáveis que pertencem ao clima organizacional que serão avaliados com o objetivo de elaborar um questionário consistente visando identificar o que precisa ser melhorado. 2.10.1 Variáveis de clima organizacional Além dos fatores que fazem parte do comportamento humano, deve-se também avaliar, de acordo com Likert (1971), a importância das medições das variáveis intervenientes por considerar que estas são consideradas um sistema de interação e influência. (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001). Como o próprio termo diz interveniente significa: interferir; e os fatores intervenientes são caracterizados como os fatores que interferem no clima organizacional, são os fatores resultantes dos fatores externos (da organização) e internos (da própria pessoa). (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001). Likert (1971) complementa ainda que as variáveis que influenciam consideravelmente os resultados finais e que refletem a condição do estado interno da organização, consistem em variáveis como: lealdade, motivações, capacidade de tomar decisões, entre outras. (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001). Na visão de Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001), as pesquisas internas tornam-se importantes e necessárias, pois permitem diagnosticar as providências necessárias para melhoria do clima organizacional e consequentemente para que possa atingir um nível adequado de competitividade e qualidade total. Por sua vez, a pesquisa de clima organizacional deve considerar os seguintes fatores, de acordo com os critérios do Prêmio Nacional da Qualidade (2000 apud TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001): • Liderança: que vem da alta direção, assim como os valores da instituição sobre a qualidade, gestão para qualidade e responsabilidade com a comunidade; • Fator informação e análise: que consiste na abrangência de dados sobre qualidade, comparações com a concorrência e referências de excelência e análise de dados sobre qualidade; • Planejamento estratégico para a qualidade: no que diz respeito ao desenvolvimento de metas e planos para a qualidade; 39 • Gestão de pessoas: onde estão envolvidos a participação dos colaboradores, junto ao treinamento e reconhecimento dos colaboradores, visando seu bem estar pessoal; • Garantia da qualidade dos produtos e serviços: como os projetos e implementação no mercado de produtos e serviços; • Controle da qualidade de processos: tendo como intuito a melhoria contínua dos mesmos. Os resultados trazidos com a qualidade estão intimamente ligados aos resultados de produtos, serviços e ao próprio processo de negócio, além dos serviços de apoio e a satisfação do cliente. Para os autores (2001), a pesquisa de clima organizacional deve conter os seguintes elementos: entendimento da missão; crenças e valores; chefia e liderança; relações interpessoais; e salários e benefícios. Neste sentido, Luz (1995, p. 45-48) destaca que a pesquisa de clima organizacional deve abordar as seguintes variáveis organizacionais: o trabalho em si, onde procura-se conhecer a percepção e atitudes das pessoas em relação ao trabalho; a integração interdepartamental, que avalia o nível de relacionamento existente entre os setores da organização; o salário, que faz a análise da existência de distorções entre o salário interno em relação aos salários pagos por outras empresas da região. Luz (1995) menciona as seguintes variáveis: • Supervisão: aponta o grau de satisfação do funcionário com sua chefia; • Comunicação: explora o conhecimento dos funcionários sobre fatos relevantes da empresa; • Progresso profissional: que realiza a avaliação da oportunidade de treinamento, promoções que a empresa oferece, além do relacionamento interpessoal, estabilidade no emprego, processo decisório, que avalia uma característica de supervisão, que tem grande influência na satisfação no nível de chefia. Nestas variáveis estão incluídos também o benefício, as condições físicas de trabalho, o relacionamento da empresa x sindicato x funcionários, a disciplina, a participação, o pagamento, a segurança, os objetivos organizacionais e a orientação para resultados, que revela até que ponto a empresa estimula ou exige que os funcionários se responsabilizem pelos 40 resultados obtidos. (LUZ, 1995); • Imagem da empresa: avalia a opinião dos colaboradores sobre a percepção da empresa no mercado; • Estrutura da organização: faz a avaliação da opinião dos colaboradores em relação a adequação da estrutura física para a comunicação e objetivos da organização; • Ética e responsabilidade social: avalia o cumprimento de suas responsabilidades sociais; • Qualidade e satisfação do cliente: identifica compromisso da empresa frente a qualidade dos produtos, processos e serviços e a consequente satisfação dos clientes; • Reconhecimento: avalia mecanismos de valorização e reconhecimento adotados pela organização; • Vitalidade organizacional: verifica o ritmo das atividades desenvolvidas pela empresa; • Direção e estratégias: verifica a satisfação dos colaboradores frente à qualidade da direção da empresa, das estratégias e à qualidade da condução dos negócios; • Valorização dos funcionários: diagnostica o nível que a empresa valoriza e respeita nos recursos humanos; • Envolvimento/comprometimento: verifica o quanto os colaboradores se envolvem e comprometem com os objetivos da organização; • Trabalho em equipe: avalia o quanto a empresa estima e valoriza o trabalho em equipe; • Modernidade: avalia como os funcionários percebem a modernização dos produtos e processos da empresa; • Orientação da empresa para o cliente: verifica a imagem externa da empresa; • Planejamento e organização: verifica o quanto a empresa é percebida como bem planejada e organizada pelos diferentes gestores; • Fatores motivacionais: procura identificar os fatores do ambiente de trabalho; • Fatores desmotivadores: investiga que fatores do ambiente laboral são percebidos pelos colaboradores como de a maior contribuição para a desmotivação (LUZ, 1995). 41 Neste cenário Sartor, Sartor e Rizzatti (2003) enfatizam determinados modelos de pesquisa que se baseiam em indicadores diferentes, de acordo com o quadro abaixo: Quadro 2 – Modelos de pesquisa Modelo Modelo de Likert O modelo desenvolvido por Likert em 1961 para o levantamento de características organizacionais tem por objetivo diagnosticar situações de trabalho. Modelo de Kolb Foi desenvolvido em 1971, era um instrumento de aprendizagem para exercícios em classe, visando identificar e analisar o clima organizacional. Modelo de Jabri Esse modelo foi desenvolvido em 1968 com o intuito de estudar o clima em uma indústria farmacêutica. Dimensões • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Liderança Comunicação Tomada de decisão Objetivo Intenção – influência Controle Conformismo Responsabilidade Padrões Recompensas Clareza organizacional Apoio e calor humano Liderança Apoio do líder do grupo Flexibilidade e autonomia Conflito Produtividade Cooperação Perspectiva de promoções Demanda sobre os membros do grupo Apoio da alta gerência Distribuição de tarefas Realização Falta de inovação Fonte: Sartor, Sartor e Rizzatti (2003, p. 29). Desta forma, fazer a avaliação destes elementos pertencentes à pesquisa de clima organizacional é notoriamente importante, pois se trata de uma ferramenta estratégica, a partir da qual pode obter um planejamento ágil da organização. Além disso, existe a possibilidade de se promover informações referentes às atitudes dos colaboradores em relação à organização e suas expectativas com os demais colegas. 42 3 METODOLOGIA 3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO A pesquisa realizada pode ser caracterizada como descritiva e predominantemente quantitativa. A abordagem quantitativa é considerada por Günther (2006) uma pesquisa que traduz em números as opiniões e as informações coletadas, para que possam ser classificadas e analisadas. Neste procedimento, são utilizadas técnicas estatísticas que possibilitam a quantificação e a precisão dos dados. Goldenberg (2003) acredita que a pesquisa de cunho quantitativo opera principalmente com a padronização dos dados, o que acaba fazendo com que o pesquisador tenha maior precisão no momento da coleta e análise do material. No que diz respeito à pesquisa descritiva, Gil (2002, p. 42) pontua que esta consiste principalmente na “descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. Sua principal característica está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, como no caso do questionário e da observação sistemática. O ponto de partida para este trabalho é a pesquisa realizada com os colaboradores da empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda., conforme as informações obtidas em relação ao atual clima organizacional da empresa. Trata-se de um estudo de caso. O estudo de caso é, para Marconi e Lakatos (2000), considerado uma abordagem metodológica de investigação especialmente adequada quando se procura compreender, explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos, em que estão envolvidos diversos fatores. Para as autoras (2008), esta abordagem se adapta à investigação, pois o pesquisador é confrontado com situações complexas, de maneira que dificulta a identificação das variáveis consideradas importantes. De acordo com Günther (2006), o estudo de caso é hoje um referencial privilegiado para as ciências e caracteriza-se por um conjunto de características que se encontram associadas ao processo de recolhimento de dados e às estratégias de análise dos mesmos. 43 3.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO A pesquisa foi realizada no período de agosto de 2012 a junho de 2013, na empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda., localizada na Rua Dom Pedro II, n. 63, no bairro Capoeiras – Florianópolis/SC. O público-alvo é composto pelos 91 colaboradores da organização, distribuídos nas áreas administrativa, comercial e operacional na matriz. Demo (2000) explica que universo ou população trata-se de um conjunto que é definido por elementos que possuem determinadas características em comum. Neste caso, é considerada a população de estudo os profissionais da Quantum Engenharia Elétrica Ltda. que atuam no ramo da energia elétrica, em Florianópolis. Trata-se de uma pesquisa censitária devido à população ser formada por todos os funcionários da organização, que incluem os setores administrativo, comercial e operacional, totalizando o quadro de 109 funcionários. Deste total, 91 responderam o questionário; o restante dos funcionários encontrava-se no período de férias ou em serviços de campo, que consistem em atividades externas. 3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Na realização do trabalho no qual utilizada como fonte para coleta de dados às chamadas fontes primárias, na qual o próprio pesquisador participa e coleta dados conforme o decorrer da aplicação. O questionário foi escolhido por se tratar de um instrumento de fácil aplicabilidade e por abranger as questões que se pretende verificar. Conforme Bianchi, Alvarenga e Bianchi (1998), o questionário é utilizado principalmente nas pesquisas quantitativas, por ter como principal finalidade a mensuração do fenômeno que se quer observar. O questionário (Apêndice) possui 38 perguntas, sendo todas fechadas e aplicadas aos colaboradores da empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda. Do total de questões, 5 são relativas ao perfil do funcionário e 30 estão relacionadas às variáveis do clima organizacional da mesma. As questões foram elaboradas com base nas seguintes variáveis propostas por Luz (1995): Salários/Benefícios, Relacionamento Interpessoal, Perspectiva de Crescimento Profissional, Condições de Segurança, Físicas e Material de Trabalho, 44 Comunicação, Trabalho Realizado, Supervisão/Liderança e Estrutura/Imagem da Empresa. A distribuição das questões ocorreu do seguinte modo, visto no quadro a seguir. Quadro 3: Estrutura do questionário Indicadores de Clima Salários e Benefícios Relacionamento Interpessoal Perspectiva de Crescimento Profissional Segurança, Condições Físicas e Materiais de Trabalho Comunicação O trabalho realizado pelo funcionário Supervisão/Liderança Estrutura/Imagem da Empresa Fonte: adaptado de Luz (2003). Questões 01, 02, 03, 04 05, 06, 07, 08 09, 10, 11, 12 13, 14, 15, 16,17 18, 19, 20, 21, 22 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30 31, 32, 33, 34 35, 36, 37, 38 Quanto à exploração dos indicadores, são feitas por meio de afirmativas e a escala de respostas é semântica, com cinco alternativas: sempre, quase sempre, raramente, nunca e não tenho opinião. Quadro 4: Parametrização das respostas Opção de Respostas Sempre Quase sempre Raramente Nunca Não tenho opinião Fonte: Luz (2003, p. 57). Valor 4 3 2 1 0 Primeiramente foi aplicado o pré-teste. Depois de ajustado, o questionário foi aplicado nos dias 14, 15 e 16 de novembro de 2012 no próprio ambiente organizacional. Ocorreu no período vespertino para melhor obtenção dos dados. A pesquisa foi aplicada no auditório da empresa para que os funcionários ficassem à vontade. Os funcionários foram separados por grupos de atuação e com as condições necessárias para colher informações. Para embasamento dos assuntos pesquisados, foram utilizados na pesquisa bibliográfica, consulta de materiais como livros, artigos, dissertações, entre outros. 45 No que se refere à pesquisa, é um estudo baseado no método bibliográfico, que, de acordo com Minayo (1994), parte do pressuposto de que a pesquisa é basicamente um processo onde o pesquisador possui tem uma atitude e uma prática teórica de constante busca, o qual define um processo intrinsecamente inacabado e permanente, pois faz a realização de uma atividade de aproximações sucessivas da realidade, apresentando “uma carga histórica” e refletindo posições diante da realidade. Conforme Gil (1994), a abordagem bibliográfica baseia-se no fundamento de haver uma revisão da literatura, devido à má compreensão de que a revisão de literatura é apenas um pré-requisito para que se possa realizar qualquer pesquisa. No entanto, a pesquisa bibliográfica implica em um conjunto ordenado de procedimentos de busca por soluções, atento ao objeto de estudo, e que, por isso, não pode ser aleatório. Além disso, a pesquisa de cunho bibliográfico possui certa identidade com o sujeito pesquisado, de forma que possa promover a investigação das relações entre as pessoas, de maneira em que o pesquisador se identifica e interage no processo. Minayo (1994, p. 21) refere-se à pesquisa bibliográfica como sendo intrínseca e extrinsecamente ideológica, devido à veiculação dos "interesses e visões de mundo historicamente construídas e se submete e resiste aos limites dados pelos esquemas de dominação vigentes". 3.4 INSTRUMENTO DE ANÁLISE DOS DADOS Após a coleta dos dados obtidos por meio da aplicação do questionário com os profissionais da Quantum Engenharia Elétrica Ltda, foi realizada a análise e as possíveis considerações que foram elaboradas a partir do fundamento teórico para melhor compreensão dos dados recolhidos. Para alcance dos objetivos dos estudos, a análise foi estatística descritiva. Os dados foram expressos em gráficos para o procedimento da análise, à luz da teoria estudada. Nesta análise, é fundamental que se organize o material futuramente avaliado, depois de aplicar as maneiras escolhidas na etapa anterior. 46 Por fim, realizar um estudo para que se reflita, de fato, o que precisa ser melhorado nos indicadores que mais prejudicam o Clima Organizacional da organização, propondo-se um plano de ação. 47 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO A Quantum Engenharia Elétrica Ltda. foi criada no início da década de 1990, por um engenheiro eletricista que tinha como objetivo fundar uma empresa que pudesse ser referência em obras e serviços de eletricidade. Hoje, a empresa possui atuação e reconhecimento em todo o Brasil, atuando nos mais diversos segmentos do setor elétrico. A organização oferece atualmente o que há de mais moderno em serviços, que vão desde a gestão da iluminação pública de municípios até o desenvolvimento de redes de fibra ótica, passando por instalações de todos os portes, subestações, linhas de transmissão, atendimento a áreas comerciais de concessionárias. São serviços que aliam tecnologia de ponta à relevância social. Atualmente a empresa atende o Estado e possui como clientes empresas de renome dos setores público e privado, como a Celesc Distribuição S.A., o Centro de Informação e Automação de Santa Catarina - Ciasc, as Prefeituras de Blumenau, Florianópolis, São José, Itajaí, Joinville e a Auto Pista Litoral Sul. Entre os principais serviços estão a gestão de iluminação pública de municípios, projeto e execução de redes de fibra ótica, subestação e linha de transmissão de energia elétrica até 500kv, instalação elétrica pesada no setor industrial e comercial, rede de distribuição de energia elétrica subterrânea/aérea e manutenção de instalação elétrica em baixa e alta tensão, além do atendimento à área comercial de concessionárias. A Quantum Engenharia Elétrica Ltda. tem como missão executar obras e serviços de engenharia elétrica, com qualidade, tecnologia, segurança e lucratividade, valorizar seus clientes e colaboradores, e respeitar o meio ambiente. A visão da empresa consiste em ser reconhecida pela excelência e qualidade de suas obras e serviços com confiabilidade e crescimento sustentado. A empresa está localizada na Rua Dom Pedro II, 63, bairro Capoeiras, no município de Florianópolis/SC. Além da matriz, a empresa conta com uma filial em Canoinhas, situada na Rod. BR 280, Km 223 no bairro Alto das Palmeiras e possui parceria com a SQE LUZ, Rodovia SC 401 no Km 09, em Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis/SC. 48 Seu quadro de funcionários é constituído por 109 colaboradores, que ocupam as funções na área técnica de projetos, corte e religação, ligação nova, fiscalização, negociação, parte comercial e financeira, administrativo, recursos humanos, e diretoria. No que se pode observar, a empresa está em um momento de ascensão e está voltando seu olhar para as questões de melhorias no que diz respeito à qualidade e segurança. Neste sentido, está, no momento atual, buscando por parcerias e convênios nos mais variados serviços para oferecer ao seu quadro funcional acesso a planos de saúde e atividades de lazer. Sua estrutura pode ser considerada flexível, pois os colaboradores têm seu espaço para apresentar críticas e sugestões. Além disso, por se tratar de serviços externos, a sede não está dividida em departamentos. Este formato facilita também o contato entre colaboradores, bem como o fluxo das informações dos mesmos. Os gestores acompanham o dia a dia da empresa, visitando os setores e participando de palestras junto aos funcionários. Eles deixam os funcionários à vontade para atuação na empresa. Até o momento da realização desta pesquisa, nunca havia sido feita uma pesquisa de clima organizacional, não havendo dados para caracterizar o clima, mas notava-se algumas reclamações frequentes e alta rotatividade dos funcionários. A seguir, apresenta-se o organograma da empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda. 49 Quadro 5: Organograma da empresa Quantum Engenharia Elétricas Ltda. DIRETOR GERAL DIRETORA DIRETOR COMERCIAL GERENTE GERAL GERENTE FILIAL CANOINHAS GERENTE DPTO DE CONTRATOS CONTÍNUOS E ILUMINAÇÃO PÚBLICA GERENTE DEPARTAMENTO TÉCNICO SUPERVISÃO ADMINISTRATIVA ALMOXARIFADO DEPARTAMENTO TÉCNICO RECEPÇÃO CONTRATOS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA SERVIÇOS GERAIS CORTE/RELIGAÇÃO FINANCEIRO FISCALIZAÇÃO COMPRAS MANUTENÇÃO ELÉTRICA UFSC RECURSOS HUMANOS SESMT CONSTRUÇÃO/MANUTENÇÃO DE RDs DE DISTRIBUIÇÃO LIGAÇÃO NOVA Fonte: Dados da empresa (2013). 50 4.2 RESULTADOS DA PESQUISA Serão apresentados, apresentados a seguir, os resultados referentes à pesquisa realizada por meio do questionário com 91 funcionários da empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda.,, no mês de novembro de 2012. Tal pesquisa tem por finalidade o conhecimento das opiniões dos colaboradores no que diz respeito às variáveis apresentadas, apresentadas, junto às análises e às à possíveis causas que interfiram no clima organizacional da empresa. 4.2.1 Perfil dos Colaboradores a) Gênero dos colaboradores da Quantum Quantum Engenharia Elétrica Ltda. Com a pesquisa realizada, foi possível possí obter as seguintes informações em relação aos colaboradores oradores da Quantum Engenharia Elétrica Elétrica Ltda,como Ltda,c mostra a tabela abaixo. Tabela 1 - Gênero Gênero Absoluto Masculino 87 Feminino 4 Total Fonte: Dados primários (2012). (2012 91 Figura 1 - Gênero rimários (2012). (2012 Fonte: Dados primários Relativo 96% 4% 100% 51 Quanto aos dados mostrados na Figura 1, percebe-se percebe que dos 91 funcionários pesquisados, pesquisados 4% são mulheres e 96% são homens. Este fator se dá pelo fato de a maioria das funções disponibilizadas na empresa consistirem em atividades de eletricistas cistas e montadores. Esta Esta ocorrência pode estar ligada ao motivo de a maioria destes setores ainda ser dominado dominado pelo sexo masculino, permanecendo cendo a tradição de que determinadas funções são realizadas conforme o gênero. b) Faixa etária dos colaboradores da Quantum Engenharia Elétrica E Ltda. Tabela 2 - Faixa etária Idade Absoluto 16 a 25 anos 30 26 a 35 anos 32 36 a 45 anos 24 46 a 55 anos 4 Acima de 55 anos 1 Total Fonte: Dados primários rimários (2012) (2012 91 Figura 2 - Faixa etária (2012 Fonte: Dados primários (2012). Relativo 33% 35% 26% 5% 1% 100% 52 Conforme a figura nos mostra, pode-se perceber que cerca de 70% 70 dos colaboradores possuem suem a faixa etária entre 16 e 35 35 anos, o que significa que a empresa investe em “capital humano” bastante jovem. Isto pode ocorrer pela busca de pessoas com maior capacidade de interação, que sejam adaptadas às novas mudanças udanças e preparadas para lidar com a tecnologia, visto que o mercado encontraencontra se bastante aquecido e este perfil para a organização pode facilitar sua integração e agregação de valores, percebidos neste grupo. De acordo com o autor Marras (2002), pesquisas já realizadas realiza referindo-se a esta questão mostraram que pessoas mais jovens apresentaram maior desempenho em suas ocupações, principalmente nas que exigiam velocidade e repetições constantes. Neste quesito, quesit os colaboradores mais jovens mostram-se mais dedicados ao trabalho lho quando comparados ao público com mais idade, que se dedicam mais àss pessoas. c) Estado civil dos colaboradores da Quantum Qu Engenharia Elétrica létrica Ltda. Ltda Tabela 3 - Estado civil Estado Civil Absoluto Solteiro 35 Casado 47 União Estável 6 Viúvo 1 Separado 2 Total Fonte: Dados primários os (2012). (2012 Figura 3 - Estado civil (2012 Fonte:Dados primárioss (2012). 91 Relativo 38% 52% 7% 1% 2% 100% 53 Na figura 3, pode-se se observar que dos 91 colaboradores pesquisados, 38% são solteiros e 52% casados, os, não havendo faz preferência por determinados perfis apresentados. Este perfil está em consonância com a faixa etária da maior parte dos colaboradores, já que são jovens, em sua maioria. d) Escolaridade dos colaboradores da Quantum Engenharia Elétrica E Ltda. Tabela 4 - Escolaridade Escolaridade Absoluto Ensino Fundamental Incompleto 13 Ensino Fundamental Completo 6 Ensino Médio Incompleto 12 Ensino Médio Completo 49 Ensino Superior Incompleto 1 Ensino Superior Completo 9 Pós-Graduado Graduado 1 Total Fonte:Dados primários (2012). (2012 Relativo 14% 7% 13 54% 1% 10% 1% 100% 91 Figura 4 - Escolaridade 10% 1% 14% 1% 7% Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental Completo 13% Ensino Médio Incompleto Ensino Médio Completo Ensino Superior Incompleto Ensino Superior Completo Pós-Graduado Graduado 54% rimários (2012). (2012 Fonte:Dados primários 54 De acordo com os dados apresentados, 54% dos colaboradores possuem ensino médio completo. Esta porcentagem pode estar realacionada real cionada com a exigência das funções exercidas, visto vis que para a maioria delas, pede-se se apenas o ensino médio completo. No entanto, percebe-se percebe se que 14% dos funcionários apresentam escolaridade fundamental incompleta, o que pode significar falta de incentivo no desenvolvimento desenvo destes trabalhadores. Por sua vez, esta contrapartida é apresentada na margem do ensino superior completo, quando apenas 10% dos colaboradores possuem formação específica. e) Tempo que os colaboradores colaborador trabalham na Quantum Engenharia Elétrica Ltda. Tabela 5 - Tempo de empresa Período Absoluto Menos de 1 ano 20 1 a 3 anos 29 3 a 6 anos 18 Mais de 6 anos 24 Total Fonte: Dados primário rimário (2012). (2012 91 Figura 5 - Tempo de empresa Fonte: Dados primários (2012). Relativo 22% 32% 20% 26% 100% 55 Esta figura nos mostra o tempo de empresa dos colaboradores,sendo que apenas 26% destes possuem mais de seis anos de casa. Estes números podem demonstrar o aquecimento do mercado e a busca pela mão de obra, que possuem muitas ofertas de trabalho.Destaca-se se aqui a importância do investimento e capacitação dos funcionários para que a retenção seja melhor assimilada. Em contrapartida, 32% deles estão entre um e 3 anos, o que pode significar um público que pensa em firmar carreira e investir em melhorias nas atividades. f) Clima organizacional da empresa Quantum Engeharia Elétrica Ltda. Tabela 6 - Clima lima organizacional Fatores Excelente Otimo Bom Satisfatório Ruim Total Fonte : Dados primários (2012). lima organizacional Figura 6 - Clima Fonte: Dados primários (2012). (2012 Resposta 9 16 45 19 2 91 56 No que diz respeito à avaliação do clima organizacional, pode-se perceber que 49% dos funcionários consideram o clima da organização bom para trabalhar. As opiniões referentes à ótimo e satisfatório, receberam 21 e 18% respectivamente, o que pode significar que os colaboradores ainda sentem falta de algo no ambiente de trabalho para poder considerá-lo totalmente satisfatório. Um número expressivo também somaram os 10% dos que não aprovam o clima organizacional da empresa. Este fator é importante ser considerado, pois as porcentagens são baixas no que se refere ao total agrado do clima atual por parte de alguns funcionários. No entanto, este pode ser considerado um importante ponto de partida para que a organização reflita acerca do que precisa ser melhorado e fazer a diferença no dia a dia do trabalho. 4.2.2 Avaliação do clima organizacional da empresa na percepção dos colaboradores Podemos observar que Luz (1996) define clima organizacional como a percepção que os colaboradores possuem em relação ao seu ambiente laboral. Por sua vez, este clima reflete no comportamento da organização, seus valores ou perspectivas que podem afetar a forma pela qual os funcionários se relacionam no ambiente de trabalho. A partir deste entendimento, foi possível avaliar o clima organizacional dos funcionários da Quantum Engenharia Elétrica Ltda., tendo como base fundamental os atributos de avaliação, nas 38 questões aplicadas com os funcionários da Empresa em Florianópolis. A pesquisa foi aplicada nas dependências da empresa no mês de novembro do ano de 2012, em dois dias. As respostas foram analisadas por Dimensões, conforme apresentadas a seguir. Primeiramente, abordou-se o tema Salário/Benefício. 57 Tabela 7 - Salário/Benefício Salário Benefício Afirmativas Sempre Quase Sempre 1 28 24 2 27 22 3 14 12 4 25 25 Total % 31% 26% Fonte: Dados Primários (2012) Raramente Nunca 6 18 13 12 7% 11 9 31 12 12% Prefiro não Opinar 22 15 21 17 24% Média 2,27 2,41 1,64 2,32 2,16 Figura 7 - Salário /Benefício 24% 31% Sempre Quase Sempre Raramente 12% Nunca Prefiro Não Opinar 7% 26% Fonte: Dados Primários (2012). Nesta dimensão, os colaboradores demonstram seu nível de satisfação com os benefícios e salários oferecidos pela empresa. Conforme a tabela 7, por exemplo, os resultados da dimensão Salário/Benefício mostraram que 31% dos funcionários estão satisfeitos com os benefícios oferecidos pela empresa. No caso da afirmativa 1, por exemplo (Minha remuneração é adequada ao trabalho que realizo), os colaboradores mostraram-se mostraram se satisfeitos com o recebimento de seu salário, enquanto 7% não estão satisfeitos com a remuneração. remuneração. Quanto aos que não estão contentes com a remuneração salarial atual somam 12% dos respondentes. Este número é bastante considerável e pode demonstrar falha no repasse de informações durante a contratação ou colaboradores que se sentem trabalhando em demasia e não recebendo o equivalente. 58 A média de 1,64 da afirmativa 3 (Meu benefício para refeição é satisfatório) é a mais baixa da dimensão. Isto mostra que mesmo a empresa oferecendo os benefícios e salários compatíveis com os de mercado, o grau de satisfação não está atingindo bons níveis. Outra questão pode estar contribuindo para esta média: o fato de os colaboradores sentirem que estão trabalhando demais ou exercendo tarefas desgastantes e cansativas. Neste caso, o desempenho das atividades para os funcionários pode ser traduzido como não compensatório quando comparado ao salário, devido às atividades se mostrarem exaustivas. (LUZ, 1995). Obteve-se uma média bastante baixa nesta dimensão (2,16), o que pode indicar que a organização precisa manter-se atenta à maneira como está beneficiando seus colaboradores, ou mesmo esclarecendo os reais benefícios durante a contratação. Em contrapartida, em média 24% dos colaboradores preferiram não opinar nas diversas afirmativas que compõem esta dimensão Salário/benefício. Esta porcentagem deixa um ponto de interrogação no que diz respeito ao entendimento destes funcionários frente ao que recebem de benefício, principalmente, por abordar duas perguntas pontuais, que são as afirmativas 2 (tenho informações a respeito dos reajustes salariais praticados pela empresa) e 4 (os benefícios que a empresa oferece são bons). Os benefícios oferecidos são: vale transporte, vale refeição, plano de saúde, seguro de vida, convênio com farmácia. Tabela 8 - Relacionamento interpessoal Relacionamento Interpessoal Afirmativas Sempre Quase Sempre 5 43 31 6 62 17 7 58 24 8 18 38 Total % 47% 34% Fonte: Dados Primários (2012) Raramente Nunca Prefiro não Opinar Média 10 9 5 19 11% 3 1 0 5 3% 4 2 4 11 5% 3,16 3,49 3,45 2,52 3,15 59 Figura 8 - Relacionamento interpessoal 5% 11% 3% 47% Sempre Quase Sempre Raramente Nunca Prefiro Não Opinar 34% Fonte: Dados Primários (2012). Encontra-se,, na tabela 8, os resultados e a média da dimensão Relacionamento Interpessoal. Esta dimensão traduz o relacionamento entre os colaboradores, independente dos cargos que ocupam. Este quesito é importante devido à necessidade das boas relações ocorrerem entre entre os funcionários, inclusive, de setores diferentes. Afinal, um bom relacionamento pode refletir um bom resultado no desempenho das atividades de trabalho para todos. Neste sentido, na média das afirmativas, conclui-se conclui se que 47% dos colaboradores estão de acordo que o relacionamento entre colegas e chefias encontra-se se num parâmetro agradável. Este número é positivo se forem consideradas as afirmativas contidas nesta pesquisa, como no caso das questões 5 (meu chefe está aberto para ouvir críticas e sugestões) sugestões) e 7 (a empresa incentiva o trabalho em equipe). A média mais baixa obtida nesta dimensão foi de 2,52, mais precisamente, na afirmativa 8 (os diferentes setores da empresa se comunicam e possuem integração). Esta pode traduzir um ponto que merece atenção no que se refere à integração atual dos funcionários e seus respectivos setores. A seguir, conheceremos os resultados da dimensão Perspectiva de crescimento profissional. 60 Tabela 9 - Perspectiva de crescimento profissional Perspectiva de Crescimento Profissional Afirmativas Sempre Quase Sempre Raramente Nunca Prefiro não Opinar Média 9 10 11 12 Total % 20 35 61 44 22% 24 32 19 32 26% 18 7 6 6 20% 15 4 1 1 17% 14 13 4 8 15% 2,23 2,79 3,45 3,13 2,90 Fonte: Dados Primários (2012). Figura 9 - Perspectiva de crescimento profissional 15% 22% Sempre 17% Quase Sempre Raramente Nunca Prefiro Não Opinar 26% 20% Fonte: Dados Primários (2012). Na tabela 9, foram analisados os resultados da dimensão Crescimento Profissional,, que trata basicamente da possibilidade de uma contínua adequação das práticas frente aos desafios da vida no trabalho. Esta questão é muito importante para o trabalhador, em virtude da necessidade deste profissional se firmar no mercado de trabalho, realizando aquilo que gosta e engradecendo sua carreira conforme o passar dos anos. A dimensão contempla se existem perspectivas evidentes na organização visando esse crescimento. As afirmativas 11 (os treinamentos oferecidos na empresa contribuem para a melhoria do meu desempenho) e 12 (sinto que meu potencial tem sido aproveitado), por exemplo, foram oram as que obtiveram o maior número de pontuação. 61 Esta questão foi expressiva e considerada um ponto importante da pesquisa, pois se trata de uma opinião muito pessoal. Nela o colaborador ressaltou como sente seu trabalho, se é ou não visto na organização. Na pesquisa destacou-se que 22% dos colaboradores acreditam que a empresa é um bom lugar para crescer profissionalmente, porém, 20% disseram que raramente este local é considerado satisfatório. Este número foi bastante expressivo e na afirmativa 9 (A empresa oferece oportunidades para o desenvolvimento dos colaboradores e crescimento profissional), por exemplo, obteve-se a maioria da preferência, apresentando também a média mais baixa da dimensão, que foi de 2,23. Neste sentido, volta-se o olhar para o que deve ser melhorado para que a empresa repasse total confiança e agrado aos seus. É interessante lembrar que o mercado encontra-se altamente competitivo e aquecido, que se depara com muita competitividade por parte dos demais ramos de atuação. Este é, portanto, um fator a ser analisado com mais cuidado pelos gerentes da empresa, pois levando em consideração que os funcionários fazem parte da empresa, é consideravelmente importante que o colaborador se sinta orgulhoso e satisfeito por fazer parte do quadro de funcionários desta organização. A seguir, o tema será Condições de Segurança, Físicas e Materiais de Trabalho. Tabela 10 – Condições de Segurança, Físicas e Materiais de Trabalho Condições de Segurança, Físicas e Materiais de Trabalho Afirmativas Sempre Quase Sempre 13 59 24 14 44 39 15 79 8 16 56 30 17 41 42 Total % 65% 26% Fonte: Dados Primários (2012). Raramente Nunca Prefiro não Opinar Média 7 5 2 1 5 8% 0 0 0 1 1 0% 1 3 2 3 2 1% 3,54 3,33 3,78 3,48 3,31 3,49 62 Figura 10 – Condições de Segurança, Físicas e Materiais de Trabalho 8% 1% 26% Sempre Quase Sempre Raramente Nunca 65% Prefiro Não Opinar Fonte: Dados Primários (2012). Diante da tabela 10, 1 pode-se observar os resultados referentes à dimensão Condições de Segurança, Segurança Físicas e Materiais de Trabalho. Esta dimensão é importante por tratar das condições enfrentadas diariamente pelo funcionário no ambiente laboral. Estas condições precisam indicar segurança e confiança para que o colaborador possa desenvolver suas atividades com condições adequadas e qualidade lidade naquilo que realiza. Pode-se se observar que, que, em geral, na média das afirmativas, 65% dos colaboradores aprovam as condições oferecidas pela organização, apresentando uma média geral 3,49. Neste sentido, podemos entender que um número expressivo de colaboradores aboradores da empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda. estão satisfeitos com as condições físicas e equipamentos de segurança. segurança Destaca-se se que as afirmativas 15 (os equipamentos de segurança da empresa são adequados para proteger os funcionários) e 16 (o ambiente em que trabalho apresenta boas condições) foram as mais expressivas, apresentando também a média de 3,78, mais alta da dimensão. No entanto, as afirmativas 14 (Considero meu setor um ambiente organizado) e 17 (Os veículos atendem as exigências adequadas adequadas para as atividades), obtiveram as médias mais baixas da dimensão, 3,33 e 3,31 respectivamente. Isto pode caracterizar insatisfação por alguns funcionários quanto aos quesitos condições materiais de trabalho. Neste sentido,, é importante que os gerentes geren fiquem atentos tos a este fator, pois todas as condições precisam ser vistas como fatores importantes e necessários, para tornar os colaboradores mais dispostos para a realização de suas tarefas. A média geral desta dimensão foi de 3,48, sendo a mais alta das dimensões. 63 Desta forma, considera-se considera um número alto, e destaca-se se que q as médias das afirmativas desta categoria não apresentaram variações muito expressivas, expressivas mantendo-se se em um mesmo patamar. A seguir, trataremos da dimensão Comunicação. Tabela 11 - Comunicação Comunicação Afirmativas Quase Sempre Sempre 18 29 43 19 60 24 20 54 23 21 33 32 22 54 19 Total % 32% 47% Fonte: Dados Primários (2012). Raramente Nunca Prefiro não Opinar Média 11 4 5 7 4 12% 5 1 5 11 6 6% 3 2 4 8 8 3% 2,99 3,53 3,30 2,78 3,15 3,15 Figura 11 - Comunicação 6% 3% 12% 32% Sempre Quase Sempre Raramente Nunca Prefiro Não Opinar 47% Fonte: Dados Primários (2012). De acordo com a tabela 11, foi analisado o quesito Comunicação. Nesta, a média geral obtida da dimensão Comunicação foi de 3,15. Verificar a comunicação em uma empresa é importante para que se saiba como os funcionários se comunicam. Além disso, é fundamental também destacar sobre as informações que precisam ser repassadas para que os funcionários se se sintam parte da organização e integrados a ela. se que na média das afirmativas, 79% 79% dos colaboradores aprovam a Percebe-se maneira pela qual a empresa comunica suas informações e atividades. 64 As afirmativas 19 (Sinto-me bem treinado para realizar minhas atividades) e 20 (Tenho conhecimento dos programas sociais – alcoolismo, álcool, etc. – da empresa) expressam bem esta aceitação. Isto significa que a empresa gera, na maioria dos funcionários, um sentimento de que são direcionados e sabem os procedimentos que devem realizar. No entanto, 12% sentem que a comunicação no ambiente laboral ocorre de maneira rara. Isto pode ser verificado na afirmativa 18 (A empresa deixa os colaboradores informados sobre as decisões tomadas). Esta afirmativa apresentou a média de 2,99, considerada baixa. Neste sentido, a empresa deve tomar o cuidado de manter informados todos os setores, para que determinados grupos de trabalho não se sintam por fora do dia a dia da organização. Isto é bastante importante, principalmente devido ao fato de a empresa possuir grupos internos e externos de colaboradores. Estas questões podem estar relacionadas às afirmativas 21 (recebo feedback pelo trabalho realizo) e 22 (conheço a missão, visão e valores da empresa), que tiveram as médias mais baixas nessa dimensão. A seguir, a dimensão abordada será Trabalho Realizado pelo Colaborador. Tabela 12 - Trabalho Realizado Trabalho Realizado Afirmativas Sempre Quase Sempre 23 27 36 24 67 15 25 73 13 26 49 24 27 36 28 28 57 24 29 28 34 30 44 26 Total % 66% 26% Fonte: Dados Primários (2012). Raramente Nunca Prefiro não Opinar Média 12 6 4 7 11 7 17 10 6% 6 0 0 7 9 2 6 4 2% 10 3 1 4 7 1 6 7 0% 2,70 3,57 3,73 3,18 2,85 3,47 2,79 3,05 3,17 65 Figura 12 - Trabalho Realizado 6% 2% 26% Sempre Quase sempre Raramente Nunca Prefiro não opinar 66% Fonte: Dados Primários (2012). Na tabela 12, foram mensurados os resultados da dimensão Trabalho Realizado pelo elo Colaborador. Nesta dimensão, pode-se se medir a visão que o colaborador tem de seu trabalho, podendo mostrar ainda se ele está ou não satisfeito com o que realiza. Ela pode traduzir, ainda, se o trabalhador se sente preparado para suas funções, além de se sentir realizado com as tarefas ou não. As afirmativas 24 (considero importante o meu papel dentro da empresa), 25 (busco conhecer melhor minhas atividades para desempenhar um bom trabalho) e 28 (sinto que realizo um bom trabalho para atender as necessidades do cliente) ocupam os resultados mais expressivos, denotando a importância de o colaborador sentir que faz bem e conhece suas atividades. Na média das afirmativas, a por exemplo, obtiveram 66% da satisfação. Ou seja, quando a percepção é de si mesmo, costuma-se se ter um resultado mais favorável. As médias mais baixas desta dimensão foram de 2,70 e 2,79, respectivamente nas questões 23 (Meu chefe reconhece minha mi competência profissional) e 29 (Os colaboradores cooperam uns com os outros quando estão sobrecarregados). Estas questões representam perguntas bastante diretivas, que obtiveram um respaldo considerável e por isso merecem serem melhor avaliadas pela organização. A média geral desta dimensão foi de 3,17. Quanto às médias específicas de cada afirmativa apresentaram certa variação. 66 Isto pode significar questões bastante pessoais ou o que cada um sente quando está realizando seu trabalho, como aborda as afirmativas 26 (considero adequada a quantidade de trabalho que faço), 27 (participo com minha opinião para a melhoria da organização) organização e 30 (sou pró-ativo, ativo, contribuo com ideias para melhoria no atendimento, segurança e bem-estar bem estar de todos os colaboradores). A seguir, a dimensão abordada será Liderança/Supervisão. Tabela 13 - Supervisão/Liderança Supervisão/Liderança Afirmativas Sempre Quase Sempre 31 36 39 32 34 38 33 50 27 34 37 38 Total % 39% 43% Fonte: Dados Primários (2012). Raramente Nunca Prefiro não Opinar Média 9 9 7 8 10% 1 2 0 1 1% 6 8 7 7 7% 3,08 2,97 3,24 3,07 3,09 Figura 13 - Supervisão/Liderança 7% 10% 1% 39% Sempre Quase Sempre Raramente Nunca Prefiro Não Opinar 43% Fonte: Dados Primários (2012). Apresenta-se, se, na tabela 13, os resultados da dimensão Supervisão/Liderança. O exercício da liderança tem sido foco de pesquisas do ser humano ao longo da sua história. Afinal, o líder diferencia-se diferencia do chefe,, que é a pessoa encarregada por uma tarefa ou atividade de uma organização que comanda seu grupo de pessoas, tendo autoridade e, ao mesmo tempo, parceria (ZANELLI, 2003). 67 Neste sentido, observou-se na pesquisa realizada, uma média geral de 3,09 nesta dimensão, o que pode demonstrar que a empresa precisa ficar cada vez mais atenta à forma como está sendo liderada. A melhor avaliação foi na afirmativa 33 (tomo iniciativa quando ocorre algum imprevisto em meu trabalho), por exemplo, que mostra que na maioria dos casos, os funcionários tomam iniciativas diante de imprevistos. Neste caso, as afirmativas 31 (meu chefe resolve de forma adequada os conflitos existentes na empresa), 32 (meu chefe sabe lidar com situações difíceis, tomando decisões adequadas) e 34 (meu chefe imediato administra adequadamente os conflitos surgidos no setor) remete diretamente às chefias e apresentaram médias baixas, relacionadas às lideranças. Desta forma, é importante para que isso não ocorra, a empresa deve ter sempre um espaço para a escuta de seus funcionários, ressaltando a importância das suas opiniões, que por muitas vezes, tornam-se soluções simples para que se possa resolver determinados problemas. Maximiano (2000) enfatiza que o comportamento do gerente pode criar a sensação de cordialidade e interesse, de hostilidade ou de indiferença, tornando o clima mais ou menos favorável. Diante disto, quanto mais agradável for o clima criado pelo gerente, melhor é a impressão por parte do colaborador, que poderá confiar e se manter mais aberto à comunicação. A seguir, a dimensão abordada será Estrutura/Imagem da Empresa. Tabela 14 - Estrutura / Imagem da Empresa Estrutura/Imagem da Empresa Afirmativas Sempre Quase Sempre 35 61 26 36 30 33 37 43 36 Total % 67% 29% Fonte: Dados Primários (2012). Raramente Nunca Prefiro não Opinar Média 3 15 2 3% 0 4 1 0% 1 9 9 1% 3,60 2,76 3,13 3,16 68 Figura 14 - Estrutura / Imagem da Empresa 3% 1% 29% Sempre Quase Sempre Raramente Nunca Prefiro Não Opinar 67% Fonte: Dados Primários (2012). Na tabela 14, 4, foram mensurados os resultados da dimensão Estrutura/Imagem Imagem da Empresa. E Esta temática é importante para que se possa verificar de que forma os colaboradores se sentem em relação ao ambiente físico da organização. Além disso, traduz as condições gerais para o trabalho cotidiano, ressaltando a imagem que a empresa transmite. Nesta sta dimensão, o nível de concordância em relação à imagem que a empresa repassa, na média das questões, foi de 67%, onde os funcionários concordaram que a estrutura e imagem da organização estão em condições satisfatórias. A afirmativa 35 (considero a empresa um bom lugar para trabalhar) demonstrou este respaldo, paldo, sendo a média geral obtida de 3,16. Percebe-se que a afirmativa 36 (Sinto que meu trabalho é valorizado pela empresa) apresentou a média de 2,76. Isto é um ponto a se repensar, afinal, toda a imagem que a empresa passa enquanto estrutura, acaba gerando um retorno para o profissional e, consequentemente, consequentemente para ela própria. Este quesito é de extrema importância, pois um profissional satisfeito com seu trabalho terá mais motivação, podendo superar seus resultados resultado na execução das tarefas,, de forma mais produtiva. 4.2.3 Considerações sobre as dimensões avaliadas A tabela apresentada neste subtópico é uma importante representação que nos permite uma análise precisa sobre as dimensões avaliadas. 69 A seguir, será apresentada a tabela que reúne a média de todas as dimensões, abrangendo a totalidade da pesquisa em estudo. Tabela 15 - Média das Questões com suas Respectivas Médias das Dimensões Dimensões Questões Média 1. Salário/Beneficio 2,47 2,41 1,64 2,32 - - - - 2,16 2. Relacionamento Interpessoal 3,16 3,49 3,45 2,52 - - - - 3,15 3. Perspectiva de Crescimento 2,23 2,79 3,45 3,13 - - - - 2,90 3,54 3,33 3,78 3,48 3,31 - - - 3,48 5. Comunicação 2,99 3,53 3,30 2,78 3,15 - - - 3,15 6. Trabalho Realizado pelo 2,70 3,57 3,73 3,18 2,85 3,47 2,79 3,05 3,17 7. Supervisão/Liderança 3,08 2,97 3,24 3,07 - - - - 3,09 8. Estrutura / Imagem da 3,60 2,76 3,16 - - - - 3,16 Profissional 4. Condições de Segurança, Físicas e Materiais de Trabalho Colaborador - Empresa Fonte: Dados primários (2012). As médias obtidas apresentaram variação, sendo a mais baixa a média de 2,21 e a mais alta a média de 3,47. Desse modo, as três dimensões melhor avaliadas pelos colaboradores respondentes foram: Condições de Segurança, Físicas e Materiais de Trabalho (3,47), seguidas de Estrutura/Imagem da Empresa (3,16) e Trabalho Realizado pelo Colaborador (3,17). Estas dimensões obtiveram as melhores médias da pesquisa, demonstrando também um alto nível de satisfação entre os funcionários. Porém, outras categorias não obtiveram muito sucesso e alcançaram o patamar das três dimensões que merecem atenção, já que tiveram médias mais baixas: Salário/Benefício (2,16), Perspectiva de Crescimento Profissional (2,90) e Supervisão/Liderança (3,09). Estes são importantes quesitos a serem considerados, pois colaboradores desmotivados com salário, carreira e liderança são índices alarmantes para a organização. 70 Este percentual deve servir de estímulo para melhorias e reflexões acerca da urgência de se adotar medidas que melhoram tais indicadores. Cabe à empresa fazer investimentos em prol de seus colaboradores, incentivando-os a crescerem, além de respeitar seus direitos e buscar propiciar um clima organizacional mais favorável. 71 5 PLANO DE AÇÃO COM PROPOSTAS À ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO Este capítulo apresenta sugestões e propostas que o acadêmico estruturou para a referida organização. Tais sugestões foram baseadas na análise dos resultados da presente pesquisa de clima da empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda., e tem por objetivo fazer com que esta organização considere as ações de melhorias ora sugeridas. Neste sentido, o acadêmico sugere que a administração dê espaço para seu colaborador conhecer melhor a proposta da empresa para com seus funcionários, bem como a retirada de dúvidas eventuais, tais como: descontos ou hora extra, por exemplo. Isto é importante, pois muitos colaboradores possuem dúvidas em como acontecem os descontos salariais, plano de saúde e outros benefícios. Disponibilizar um espaço para estas dúvidas significa propiciar maiores esclarecimentos e segurança ao colaborador que entenderá melhor como funciona sua folha de pagamento. Além disso, se a empresa apresenta segurança no que realiza, seu funcionário poderá se sentir mais confiante na realização de suas tarefas, acreditando realmente no que faz. A organização pode habilitar o setor de Recursos Humanos a se aproximar mais dos colaboradores, colocando-se à disposição para esclarecer o que possa gerar dúvidas. Outra sugestão importante é que a organização faça uma pesquisa salarial de mercado, para comparar as remunerações e adequar às necessidades ao cenário atual. Esta preocupação vem se tornando essencial para as empresas que precisam pensar no investimento do seu colaborador, valorizando seu serviço e se equiparando aos salários de mercado. Com relação ao fator Relacionamento Interpessoal, obteve-se grande aceitação do clima por parte dos colaboradores. A maioria dos respondentes considera positivo este quesito. Desta forma, o acadêmico reforça a importância de a empresa continue desempenhando seu papel atual, de promover palestras semanais e integração entre os colaboradores, no intuito de aproximar cada vez mais os diferentes setores. No que se refere ao fator Perspectiva de Crescimento Profissional, os colaboradores se expressaram na pesquisa de maneira bastante discordante. A maioria deles concordou que existe a possibilidade de construir uma carreira 72 promissora e se sente satisfeita com as oportunidades atuais. Porém, um número bastante expressivo demonstrou que os funcionários da empresa não conhecem as oportunidades existentes. Este foi um sinal importante dado à organização e o acadêmico sugere que a mesma realize um levantamento com os colaboradores, questionando-os do que eles sentem mais falta no ambiente laboral, como treinamentos, por exemplo. Esta ideia é interessante, pois contribuiria para o crescimento dos colaboradores sem trazer gastos para a empresa, pois parcerias com instituições podem ser feitas. Já no fator Condições de Segurança, Físicas e Materiais de Trabalho, o acadêmico traz como sugestão a atenção diária para as condições do ambiente laboral. É interessante ainda, que os colaboradores tenham sempre uma caixinha de sugestões onde possam opinar sobre o que está faltando ou o que não está agradando no local. Com relação ao fator Comunicação, percebeu-se que grande parte dos colaboradores foram favoráveis à forma pela qual a empresa comunica suas informações. Em contrapartida, um número expressivo de 12% acredita que raramente ocorre esta comunicação. Neste sentido, o acadêmico sugere que a empresa tome o cuidado e providencie medidas que revertam este quadro. Uma maneira a ser considerada é manter todos os colaboradores informados por meio de e-mails, painéis, mural, para evitar que grupos de trabalho não se sintam por fora dos assuntos da organização. Com relação ao fator Trabalho Realizado pelo Colaborador, apresentou uma das maiores médias (3,17) e percebeu-se que a organização reconhece a forma do colaborador realizar suas tarefas, deixando-o mais à vontade em seu ambiente laboral. O acadêmico sugere e enfatiza que a empresa continue apresentando bom comportamento e legitimidade diante de seus concorrentes, clientes e funcionários. Desta forma, o perfil atual será mantido e reforçado cada vez mais, refletindo a positividade que os funcionários têm perante a empresa. Em relação ao fator Liderança, recebeu um número de funcionários que não estão muito de acordo com a forma que a empresa é liderada atualmente. Esta dimensão recebeu uma das médias mais baixas (3,09) e demonstrou que a empresa precisa ficar cada vez mais atenta à forma como está sendo liderada. O acadêmico sugere que os diretores proponham mais diálogos com os colaboradores, através de reuniões, café com o presidente ou até com conversas durante o expediente. Desta 73 forma, uma sintonia pode ser construída, gerando um clima de segurança e confiança para seus colaboradores. Quanto à Estrutura/Imagem da Empresa, um número considerável de colaboradores demonstrou satisfação condizente para esta dimensão. A seguir, será apresentada a proposta do plano de ação realizado pelo acadêmico, que visa melhorias e novas ideias para a referida organização. 74 P D P 1 - PLANO DE AÇÃO PROPOSTA/PROJETO: Melhorias dos índices relativos aos fatores de Clima Organizacional da empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda. MEDIDA (o que) 1 2 3 Espaço para o colaborador tirar dúvidas sobre questões salariais, benefícios, hora extra, descontos, etc. Organização de palestras, integração entre os colaboradores. E-mail para comunicação interna, folhetos explicativos, painéis. Quando Onde A definir Empresa A definir A definir Quem Como (procedimento) Setor de RH Pois os funcionários muitas vezes Disponibilizar o setor de RH possuem dúvidas referentes a para retirar as possíveis salários, sobre o que é descontado. dúvidas. Empresa Setor de RH Empresa Razão, Porque, P/ quem Informática Para que os colaboradores se motivem a continuar desenvolvendo suas atividades, se sentindo mais valorizados. Para divulgar as informações referentes à empresa, deixando o colaborador a par do que ocorre. Além disso, é uma forma de estreitar e melhorar a comunicação. Através de pesquisa para definição dos temas, parcerias com instituições de ensino. Quanto Sem Custo Extras A definir O RH pode providenciar um A definir modelo de e-mail interno e criar materiais explicativos. INDICADOR Posição Jun. /13 75 4 5 6 7 Café com o presidente, conversa com os colaboradores. Fazer um levantamento das necessidades de treinamento junto aos colaboradores para identificar o que precisam. Realizar uma pesquisa salarial. A definir Empresa Empresa Agosto/2014 Empresa Pesquisa de clima organizacional anual. A SER FEITO A definir Abril /2014 ↓ Empresa Direção Direção Estabelecer um contato direto com o presidente e tornar a liderança mais participativa. Serve de motivação, pois os funcionários sentem-se valorizados por ser ouvido pelo chefe. Estes treinamentos podem trazer aos funcionários maior nível de capacitação, além de estimulá-los aprimorar constantemente suas aptidões. Direção Esta pesquisa pode ajudar a empresa a se manter dentro dos parâmetros salariais de mercado. Direção Este procedimento contribui para a melhoria do cotidiano da empresa, visando conhecer os possíveis incômodos que geram conflitos no ambiente laboral. O café pode ser organizado uma vez por mês, sendo convidados um número x A definir de colaboradores. Eles conversam de forma descontraída e menos informal. O RH entra em contato com empresas especializadas para fazer orçamentos e realizar o serviço. A definir O RH organiza o contato com demais empresas para A definir verificar os salários. O RH organiza um questionário e disponibiliza um tempo para os funcionários responderem, podendo receber opiniões. A definir 76 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa possibilitou observar questões importantes referentes ao clima organizacional da empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda. O objetivo principal deste trabalho foi elaborar uma pesquisa de clima com o intuito de verificar de que forma os colaboradores se sentem em seu dia a dia laboral, o que foi contemplado ao longo do Estágio II e III. Desta forma, foi possível perceber nesta pesquisa que os colaboradores opinaram de maneira sincera em relação às questões propostas, somando uma importante fonte de reflexão para os gestores da organização. Além disso, de acordo com os objetivos específicos, foi possível identificar o perfil dos colaboradores e perceber sua relação com o clima atual da empresa. Neste sentido, este trabalho também contemplou a confecção de um plano de ação, elaborado a partir dos resultados da pesquisa, que pode agregar melhorias e ideias para que um novo clima organizacional seja percebido e vivido na organização, gerando novos estímulos e cada vez mais motivação. Luz (2003) reforça que este movimento, voltado principalmente em favor da motivação dos funcionários, faz com que as empresas abram espaço para os olhares de seu público interno, os colaboradores. Desta forma, a possibilidade de aprimoramento e melhoria contínua passa a ser vista como primordial. E o mesmo autor (1995) reforça que o clima organizacional consiste na percepção em geral que os colaboradores têm em relação ao ambiente em que trabalham. Ele acredita que mesmo que todos os colaboradores não expressem a mesma opinião, o clima organizacional traduz o comportamento da organização, o qual reflete seus atributos, valores e atitudes. O autor (1995) destaca também que entre os objetivos do setor de Recursos Humanos deve estar o fator clima organizacional, que definirá o alcance da satisfação e a motivação dos colaboradores. Considerando todos estes aspectos, o presente estudo foi o primeiro a ser realizado na empresa Quantum Engenharia Elétrica Ltda. o que contribuiu de forma bastante produtiva para esta realização. Os supervisores e líderes foram parceiros e atenciosos, inclusive os chefes superiores, que se colocaram à disposição para eventuais dúvidas. 77 Os colaboradores que participaram da pesquisa foram imprescindíveis e se mostraram dispostos a cooperar com a realização da mesma. Ficou claro para toda a empresa a importância deste estudo, bem como o diagnóstico evidenciado por ele. Os resultados obtidos foram bem importantes e mostraram que muitos colaboradores estão satisfeitos com o clima atual da empresa, mas com um percentual expressivo dos que pensam o contrário, inclusive com a forma que ela vem sendo liderada. Neste sentido, é importante deixar claro que espaços para melhorias são sempre necessários, em virtude de algumas variáveis que se mostram um pouco desfavoráveis. Cabe ressaltar que é importante as organizações se manterem sempre atentas e disponíveis às novas mudanças e conhecimentos, pois o mercado de trabalho muda de forma muito repentina, o que pode, em alguns casos, prejudicar a harmonia do ambiente de trabalho e provocar possíveis desavenças e tensões. É necessário que a empresa procure identificar o que afeta seu clima organizacional, a fim de evitar acúmulos desagradáveis e não favoráveis para o bom desempenho do trabalho. Por isso, considera-se que a pesquisa realizada foi considerada bem sucedida, cabendo agora aos gestores tomar as medidas necessárias para melhoria do clima organizacional. Como sugestão, o acadêmico propõe a continuação de aplicação de uma pesquisa de clima organizacional anual e que estas informações obtidas sejam vistas como importantes e necessárias. Fica como sugestão também incluir mais a participação dos colaboradores no cotidiano da empresa, onde possam se sentir realmente integrados e ligados à organização. Quanto aos resultados obtidos, três dimensões foram mais bem avaliadas pelos colaboradores, sendo: Condições de Segurança, Físicas e Materiais de Trabalho (3,47), seguidas de Estrutura/Imagem da Empresa (3,16) e Trabalho Realizado pelo Colaborador (3,17). Estas apresentaram as médias mais altas, demonstrando alto nível de satisfação. No entanto, outras categorias não revelaram muito sucesso e atingiram os níveis mais baixos e que merecem atenção; são elas: Salário/Benefício (2,16), Perspectiva de Crescimento Profissional (2,90) e Supervisão/Liderança (3,09). Estes quesitos são importantes, pois demonstram desmotivados, representando índices de alerta para a organização. colaboradores 78 Este percentual deve servir de estímulo para melhorias e reflexões acerca da urgência de se adotar medidas que melhoram tais indicadores. Finalmente, destaca-se que todo o trabalho realizado e todo o tempo despendido foram bastante significativos para a formação do acadêmico. Esta pesquisa possibilitou novas experiências no campo profissional e também pessoal, o que ampliou os conhecimentos teóricos e práticos dos conceitos aprendidos no âmbito da Universidade, permitindo uma formação mais completa ao se verificar a aplicação de tais conceitos a partir de uma intervenção na empresa. 79 REFERÊNCIAS ALCADIPANI, R.; CRUBELLATE, J. M. 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Jeferson Luiz Morfim Instruções de Preenchimento • • • Não é necessário colocar seu nome no formulário Seja sincero ao responder as questões Assinale com X a resposta escolhida Perfil do Colaborador 1 – Sexo ( ) masculino ( ) feminino 2 – Qual sua idade? ( ) de 16 a 25 anos ( ) de 26 a 35 anos ( ) de 36 a 45 anos ( ) de 46 a 55 anos ( ) acima de 55 anos 3 – Estado civil ( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) Viúvo(a) ( ) Separado(a) ( ) Amasiado(a) 83 4 –Escolaridade? ( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo ( ) Pós-graduação ( ) Doutorado 5 – Você trabalha há quanto tempo na empresa? ( ) menos de 1 ano ( ) 1 a 3 anos ( ) 3 a 6 anos ( ) mais que 6 anos 6 - No quadro abaixo você poderá assinalar a melhor opção que descreve o clima organizacional de sua empresa. Na sua opinião, como você sente o clima em seu ambiente de trabalho? ( ) Ruim ( ) Satisfatório ( ) Bom ( ) Ótimo ( ) Excelente 84 85 86