sumário - Moodle

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Economia Empresarial
SUMÁRIO
SUMÁRIO
ABERTURA .................................................................................................................................. 7
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 7
OBJETIVO E CONTEÚDO ......................................................................................................................................................... 7
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................................. 8
PROFESSOR-AUTOR ................................................................................................................................................................. 10
MÓDULO 1 – MERCADO, DEMANDA E ELASTICIDADES .......................................................... 11
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 11
UNIDADE 1 – PAPEL E DETERMINAÇÃO DOS PREÇOS DE MERCADO ................................................ 11
1.1 ENFOQUE METODOLÓGICO ......................................................................................................................................... 11
1.1.1 PREÇO ................................................................................................................................................................................ 12
1.2 DEMANDA, OFERTA E INCENTIVOS ECONÔMICOS .............................................................................................. 12
1.2.1 COMPORTAMENTO ECONÔMICO DO CONSUMIDOR ...................................................................................... 13
1.2.1.1 ANÁLISE DO CONSUMIDOR TÍPICO .................................................................................................................... 13
1.2.2 FUNÇÃO DE DEMANDA .............................................................................................................................................. 14
1.2.2.1 CURVA DE DEMANDA ............................................................................................................................................... 14
1.2.2.2 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 15
1.2.3 CURVA DE OFERTA ......................................................................................................................................................... 16
1.3 PREÇO DE EQUILÍBRIO .................................................................................................................................................... 16
1.3.1 EXCESSO DE DEMANDA E OFERTA ......................................................................................................................... 17
1.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E ALGÉBRICA ................................................................................................................ 18
1.4.1 EQUILÍBRIO ...................................................................................................................................................................... 19
1.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 19
UNIDADE 2 – COMPORTAMENTO DA DEMANDA E RECEITA DA EMPRESA ...................................... 19
2.1 LEI DE DEMANDA ............................................................................................................................................................. 19
2.1.1 INFLUÊNCIA DO PREÇO NA DEMANDA ................................................................................................................ 20
2.1.2 EFEITO RENDA ................................................................................................................................................................ 20
2.1.3 EFEITO SUBSTITUIÇÃO ................................................................................................................................................ 20
2.1.4 INFLUÊNCIA DE OUTROS FATORES DE DEMANDA .......................................................................................... 21
2.1.4.1 REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA ................................................................................................................................ 21
2.2 COMPORTAMENTO DA DEMANDA E ESTRATÉGIA DA EMPRESA ................................................................... 22
2.2.1 IMPACTO DOS BENS DURÁVEIS DE CONSUMO NA DEMANDA .................................................................. 22
2.2.2 OUTROS IMPACTOS RELEVANTES DE INFLUÊNCIA NA DEMANDA ............................................................ 23
2.2.3 OTIMIZAÇÃO E ANÁLISE MARGINALISTA ............................................................................................................. 23
2.3 RECEITA TOTAL, MÉDIA E MARGINAL ........................................................................................................................ 24
2.3.1 EXEMPLO – CÁLCULO DA RECEITA TOTAL, MÉDIA E MARGINAL ................................................................ 25
2.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS RECEITAS TOTAL, MÉDIA E MARGINAL ...................................................... 26
2.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 27
UNIDADE 3 – ELASTICIDADES DA DEMANDA .................................................................................... 27
3.1 PROCESSO DECISÓRIO .................................................................................................................................................... 27
3.1.1 CONCEITO DE ELASTICIDADE ................................................................................................................................... 28
3.1.2 COEFICIENTE DE ELASTICIDADE ............................................................................................................................. 28
3.2 ELASTICIDADE – PREÇO DA DEMANDA ................................................................................................................... 28
SUMÁRIO
Economia Empresarial
3.2.1 COEFICIENTE DA ELASTICIDADE – PREÇO ........................................................................................................... 28
3.2.2 TÉCNICAS DE CÁLCULO DA ELASTICIDADE ....................................................................................................... 29
3.2.2.1 ELASTICIDADE PONTO ............................................................................................................................................. 29
3.2.2.2 ELASTICIDADE ARCO ................................................................................................................................................ 30
3.2.2.3 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 31
3.3 CONDICIONANTES DA ELASTICIDADE DE PREÇOS ............................................................................................. 31
3.3.1 RELAÇÃO ENTRE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA E RECEITA MARGINAL .................................... 32
3.3.2 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 33
3.4 ELASTICIDADE-RENDA .................................................................................................................................................... 33
3.4.1 COEFICIENTE DE ELASTICIDADE RENDA .............................................................................................................. 33
3.4.2 USO DA ELASTICIDADE RENDA PARA PROJEÇÕES ............................................................................................ 34
3.4.3 ELASTICIDADE CRUZADA ........................................................................................................................................... 34
3.4.3.1 EXEMPLO DE BENS COMPLEMENTARES ........................................................................................................... 35
3.4.3.2 EXEMPLO DE BENS SUBSTITUTOS ...................................................................................................................... 35
3.4.4 OUTRAS MEDIDAS DE ELASTICIDADE ................................................................................................................... 35
3.4.4.1 OTIMIZAÇÃO DE PREÇOS ........................................................................................................................................ 36
3.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 37
UNIDADE 4 – ESTUDOS E PREVISÃO DE DEMANDA .......................................................................... 37
4.1 ESTUDOS PARA ESTIMATIVA DE DEMANDA ........................................................................................................... 37
4.1.1 MÉTODOS COM BASE EM ANÁLISE QUALITATIVA ............................................................................................ 37
4.1.2 MÉTODOS ESTATÍSTICOS E ECONOMÉTRICOS ................................................................................................... 38
4.2 HIERARQUIAS DE PREVISÃO .......................................................................................................................................... 39
4.3 SELEÇÃO DA TÉCNICA DE PREVISÕES ...................................................................................................................... 40
4.4 PREVISÕES DE NEGÓCIOS, RISCOS E INCERTEZA ................................................................................................. 40
4.4.1 RISCO E INCERTEZA EM PREVISÕES ....................................................................................................................... 40
4.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 41
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS .................................................................................................. 41
MÓDULO 2 – PRODUÇÃO, CUSTOS E ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS ....................................... 43
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 43
UNIDADE 1 – LUCROS E MOTIVAÇÃO PARA PRODUÇÃO ................................................................. 43
1.1 BUSCA DE LUCROS E EMPREENDEDORISMO ........................................................................................................ 43
1.1.1 CAPACIDADE PRODUTIVA ........................................................................................................................................... 44
1.2 FUNÇÃO DE PRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 44
1.2.1 CONCEITOS DERIVADOS ............................................................................................................................................. 45
1.2.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ......................................................................................................................................... 45
1.3 TEMPO DA EMPRESA ....................................................................................................................................................... 46
1.4 LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES ................................................................................................................ 46
1.4.1 RETORNOS DE ESCALA ................................................................................................................................................ 47
1.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 47
UNIDADE 2 – DA PRODUÇÃO PARA OS CUSTOS ............................................................................... 47
2.1 CUSTOS ................................................................................................................................................................................ 47
2.1.1 CUSTOS CONTÁBEIS .................................................................................................................................................... 48
2.1.2 CUSTOS ECONÔMICOS ............................................................................................................................................... 48
2.1.3 CUSTO DE OPORTUNIDADE ...................................................................................................................................... 49
Economia Empresarial
SUMÁRIO
2.1.3.1 DIVERGÊNCIAS ENTRE CUSTOS EXPLÍCITOS E CUSTOS DE OPORTUNIDADE ..................................... 49
2.1.4 CUSTOS INCREMENTAIS E SUNK COSTS .............................................................................................................. 50
2.1.5 REGRAS PRÁTICAS SOBRE CUSTOS ......................................................................................................................... 51
2.1.6 LUCRO ECONÔMICO .................................................................................................................................................... 52
2.2 CUSTOS DE PRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 52
2.2.1 CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS .................................................................................................................... 52
2.2.2 ENFOQUE ECONÔMICO DE MENSURAÇÃO ........................................................................................................ 53
2.2.3 CURVAS DE CUSTO MÉDIO E MARGINAL ............................................................................................................. 53
2.2.4 VINCULAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO E CUSTOS ...................................................................................................... 54
2.3 DEFINIÇÃO DE CUSTOS .................................................................................................................................................. 54
2.4 LONGO PRAZO E FATORES DE PRODUÇÃO ............................................................................................................ 56
2.4.1 ISOCUSTOS ...................................................................................................................................................................... 56
2.4.2 ISOQUANTAS ................................................................................................................................................................... 57
2.4.3 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 57
2.4.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ......................................................................................................................................... 58
2.4.5 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA – CAMINHO DE EXPANSÃO ................................................................................. 59
2.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 59
UNIDADE 3 – ANÁLISE, CÁLCULO E PREVISÃO DE CUSTOS ............................................................... 59
3.1 PLANEJAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZOS .................................................................................................... 59
3.1.1 ADEQUAÇÃO DA PLANTA INDUSTRIAL ................................................................................................................. 60
3.2 CURVA ENVELOPE ............................................................................................................................................................. 60
3.3 ECONOMIA E DESECONOMIA DE ESCALA .............................................................................................................. 61
3.3.1 EXPLICAÇÃO DE ECONOMIAS DE ESCALA .......................................................................................................... 62
3.3.1.1 OBSERVAÇÕES SOBRE AS ECONOMIAS DE ESCALA ..................................................................................... 62
3.3.1.2 DEMAIS POSSIBILIDADES DE ECONOMIA DE ESCALA ................................................................................ 63
3.3.1.3 PERDAS DE ECONOMIA DE ESCALA .................................................................................................................... 63
3.3.1.4 ECONOMIAS PECUNIÁRIAS VERSUS ECONOMIAS TECNOLÓGICAS ....................................................... 63
3.3.1.5 ECONOMIA DE ESCOPO ........................................................................................................................................... 64
3.4 ESTIMATIVAS E PREVISÕES ............................................................................................................................................ 64
3.4.1 ESTIMATIVAS DE CUSTOS NO CURTO PRAZO ..................................................................................................... 64
3.4.2 RENDIMENTOS EMPRESARIAIS NO LONGO PRAZO .......................................................................................... 65
3.4.2.1 FORMATO DA CURVA ENVELOPE ......................................................................................................................... 66
3.4.2.2 ESTIMATIVAS DE CUSTOS NO LONGO PRAZO ................................................................................................ 67
3.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 67
UNIDADE 4 – ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO – BREAK-EVEN ................................................... 67
4.1 MÉTODO DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO ............................................................................................. 67
4.1.1 PROPÓSITO DA APE ...................................................................................................................................................... 68
4.2 CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO ................................................................................................................................. 68
4.2.1 MÉTODO GRÁFICO ........................................................................................................................................................ 68
4.2.2 MÉTODO ALGÉBRICO .................................................................................................................................................. 69
4.2.3 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NA QUANTIDADE PRODUZIDA ............................................................ 70
4.3 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NAS VENDAS ................................................................................................. 70
4.3.1 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NOS LUCROS .............................................................................................. 71
4.3.2 EXEMPLOS PRÁTICOS DO MÉTODO ALGÉBRICO .............................................................................................. 71
4.3.3 APLICAÇÕES MAIS ABRANGENTES DO MÉTODO ALGÉBRICO ..................................................................... 72
SUMÁRIO
Economia Empresarial
4.4 UTILIDADE DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO .......................................................................................... 72
4.4.1 UTILIDADE DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO ...................................................................................... 73
4.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 73
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS .................................................................................................. 73
MÓDULO 3 – ESTRUTURAS DE MERCADO, CONCORRÊNCIA, PODER ECONÔMICO E
REGULAMENTAÇÃO GOVERNAMENTAL ............................................................................. 7 5
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 75
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DE PREÇOS E MODELOS POLARES DE INDÚSTRIAS ................................ 75
1.1 FORMAÇÃO DE PREÇOS E PODER ECONÔMICO ................................................................................................... 75
1.2 TIPOS DE INDÚSTRIAS .................................................................................................................................................... 76
1.3 MODELO POLAR CONCORRÊNCIA PERFEITA .......................................................................................................... 77
1.3.1 COMPORTAMENTO NO CURTO PRAZO ................................................................................................................. 77
1.3.2 COMPORTAMENTO NO LONGO PRAZO ................................................................................................................ 78
1.3.3 LUCRO NORMAL ............................................................................................................................................................ 79
1.4 MODELO POLAR MONOPÓLIO .................................................................................................................................... 79
1.4.1 CURVA DE DEMANDA .................................................................................................................................................. 80
1.4.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ......................................................................................................................................... 80
1.4.3 BARREIRAS DE ENTRADA ............................................................................................................................................ 81
1.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 82
UNIDADE 2 – ESTRUTURA GERAL DE MERCADO ............................................................................... 82
2.1 PAPEL DO MERCADO ...................................................................................................................................................... 82
2.2 ORGANIZAÇÃO DE MERCADO ..................................................................................................................................... 82
2.2.1 ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL ..................................................................................................................................... 83
2.2.2 MODELOS DE MERCADO ............................................................................................................................................ 84
2.3 ESTRUTURAS INTERMEDIÁRIAS DE MERCADO ...................................................................................................... 84
2.3.1 CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA ......................................................................................................................... 84
2.4 OLIGOPÓLIO ....................................................................................................................................................................... 85
2.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 85
UNIDADE 3 – MODELO DE CONCORRÊNCIA ...................................................................................... 85
3.1 CONDIÇÕES PARA CONCORRÊNCIA PERFEITA ....................................................................................................... 85
3.1.1 LIMITES DO MODELO .................................................................................................................................................. 86
3.2 LUCROS NA CONCORRÊNCIA ....................................................................................................................................... 86
3.3 MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS NO CURTO PRAZO ................................................................................................ 87
3.3.1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ......................................................................................................................................... 88
3.3.2 LÓGICA DA MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS ........................................................................................................... 88
3.3.3 LUCROS E PREJUÍZOS NO CURTO PRAZO ............................................................................................................ 89
3.3.4 EQUILÍBRIO NO LONGO PRAZO ............................................................................................................................... 89
3.4 EFICIÊNCIA MÁXIMA ....................................................................................................................................................... 90
3.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 90
UNIDADE 4 – MONOPÓLIOS, CARTÉIS E REGULAÇÃO ...................................................................... 90
4.1 MONOPÓLIO ....................................................................................................................................................................... 90
4.1.1 CARTEL .............................................................................................................................................................................. 91
4.2 RESTRIÇÕES À ATUAÇÃO DO MONOPÓLIO ............................................................................................................ 91
4.2.1 CARACTERÍSTICAS ......................................................................................................................................................... 91
Economia Empresarial
SUMÁRIO
4.3 CONTESTABILIDADE DO MERCADO .......................................................................................................................... 92
4.3.1 AMEAÇA AO MONOPÓLIO – POSSÍVEL ENTRANTE .......................................................................................... 92
4.3.2 PREÇO LIMITADOR ......................................................................................................................................................... 93
4.3.3 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA – PREÇO LIMITADOR ............................................................................................... 94
4.4 MERCADO, PODER ECONÔMICO E GOVERNO ....................................................................................................... 94
4.4.1 MONOPÓLIOS NATURAIS ............................................................................................................................................ 95
4.4.2 TIPOS DE REGULAÇÃO GOVERNAMENTAL .......................................................................................................... 95
4.4.3 REGULAÇÃO ECONÔMICA ......................................................................................................................................... 95
4.4.4 REGULAÇÃO SOCIAL .................................................................................................................................................... 96
4.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 96
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS .................................................................................................. 96
MÓDULO 4 – EMPREENDEDORISMO, FONTES DE CAPITAL E PROJETOS DE INVESTIMENTO 97
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 97
UNIDADE 1 – EMPREENDEDORISMO, LUCRO, DEMANDA DE CAPITAL E RISCO ................................ 97
1.1 EMPREENDEDORISMO E PAPEL DO EMPRESÁRIO ................................................................................................ 97
1.1.1 EMPREENDEDOR E INVESTIMENTO ........................................................................................................................ 98
1.1.2 EMPREENDEDOR E LUCROS ...................................................................................................................................... 98
1.2 DEMANDA DE CAPITAL E PRODUTIVIDADE MARGINAL .................................................................................... 99
1.2.1 NÍVEL DE INVESTIMENTO DA EMPRESA ............................................................................................................... 99
1.2.2 DEMANDA E OFERTA DE CAPITAL ......................................................................................................................... 100
1.2.3 CURVA DE DEMANDA POR CAPITAL ..................................................................................................................... 100
1.3 CUSTO E RETORNO DOS INVESTIMENTOS ............................................................................................................ 101
1.3.1 DECISÕES DE INVESTIMENTO ................................................................................................................................ 101
1.3.2 TOMADORES DE DECISÃO ....................................................................................................................................... 102
1.3.3 RACIONAMENTO DE CAPITAL ................................................................................................................................. 102
1.4 RISCO OU INCERTEZA ................................................................................................................................................... 102
1.4.1 FONTES DE RISCO ....................................................................................................................................................... 103
1.5 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 103
UNIDADE 2 – FONTES E CUSTO DE CAPITAL .................................................................................... 103
2.1 CICLO DE VIDA DAS EMPRESAS E FINANCIAMENTO ........................................................................................ 103
2.2 FONTES DE CAPITAL ...................................................................................................................................................... 104
2.2.1 CAPITAL PRÓPRIO ......................................................................................................................................................... 104
2.2.2 FONTES EXTERNAS – CAPITAL DE TERCEIROS .................................................................................................. 105
2.3 CAPTAÇÃO DE RECURSOS ............................................................................................................................................ 105
2.3.1 FONTE DE CAPITAL PARA EMPRESAS ................................................................................................................... 106
2.3.2 VARIEDADE DE FONTES DE RECURSOS .............................................................................................................. 107
2.4 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL ............................................................................................................. 108
2.5 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 108
UNIDADE 3 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS, SELEÇÃO DE PROJETOS E CRITÉRIOS DE INVESTIMENTO ... 108
3.1 DECISÕES FINANCEIRAS .............................................................................................................................................. 108
3.1.1 ORÇAMENTO DE CAPITAL ........................................................................................................................................ 109
3.1.2 GASTOS DE CAPITAL .................................................................................................................................................. 109
3.1.3 PERÍODO DE PLANEJAMENTO ................................................................................................................................ 110
3.1.4 REGRAS DE DECISÃO .................................................................................................................................................. 110
SUMÁRIO
Economia Empresarial
3.1.5 COLETA DE DADOS ..................................................................................................................................................... 110
3.2 SELEÇÃO DE PROJETOS ................................................................................................................................................ 111
3.3 LIMITAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS .............................................................................................................. 112
3.3.1 DECISÕES DE INVESTIMENTOS .............................................................................................................................. 112
3.4 LUCROS .............................................................................................................................................................................. 112
3.4.1 RANKING DE PROJETOS ............................................................................................................................................ 113
3.4.2 PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS .......................................................... 113
3.5 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 113
UNIDADE 4 – ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO ....................................... 114
4.1 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO ........................................................................................................................................... 114
4.1.1 PAYBACK SIMPLES ....................................................................................................................................................... 114
4.1.2 PAYBACK DESCONTADO ........................................................................................................................................... 114
4.1.2.1 EXEMPLOS DE PAYBACK ........................................................................................................................................ 115
4.1.3 RAZÃO BENEFÍCIO-CUSTO ....................................................................................................................................... 115
4.1.4 ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE ..................................................................................................................................... 115
4.1.4.1 EXEMPLOS DE RBC E IL .......................................................................................................................................... 116
4.2 TAXA INTERNA DE RETORNO ..................................................................................................................................... 116
4.2.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TIR .............................................................................................................. 117
4.3 VALOR PRESENTE LÍQUIDO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS ................................................................................ 117
4.3.1 TIR , VPL E PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUSIVOS ....................................................................................... 118
4.3.1.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS DA TIR ............................................................................................................................ 118
4.3.1.2 APLICAÇÃO PRÁTICA DE VPL ............................................................................................................................... 119
4.3.2 COMPARAÇÃO ENTRE TIR E VPL ............................................................................................................................. 120
4.3.3 ESCOLHA DO MELHOR MÉTODO .......................................................................................................................... 120
4.4 PRÊMIO DE RISCO ........................................................................................................................................................... 121
4.4.1 AJUSTAMENTO DO RISCO POR MEIO DA TAXA DE DESCONTO ................................................................ 121
4.4.2 OUTROS MÉTODOS PARA AJUSTAMENTO DO RISCO .................................................................................... 121
4.4.3 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E DE CENÁRIOS ................................................................................................... 122
4.5 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 123
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS ................................................................................................ 123
MÓDULO 5 – ENCERRAMENTO .............................................................................................. 125
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................... 125
Economia Empresarial
ABERTURA
ABERTURA
APRESENTAÇÃO
O objetivo fundamental do Economia Empresarial é oferecer uma preparação para a tomada
de decisões sobre a alocação dos recursos, a estratégia econômica em diversos tipos de mercado,
as táticas de negócios, as práticas de preços e a regulação governamental das atividades
econômicas. Nesse sentido, esta disciplina está direcionada para analistas, administradores e
consultores que trabalham em setores de governo, empresas industriais e comerciais, e
organizações sem fins lucrativos.
O Economia Empresarial é organizado com base nos temas de maximização do lucro e da
riqueza, tanto dos donos de empresas familiares como dos acionistas das empresas. A disciplina
enfoca ainda os processos de minimização de custos, de escolha entre alternativas econômicas,
de competição e rivalidade na organização industrial, dos pressupostos e das políticas adotados
pelo governo para intervir na atividade econômica em um contexto de exemplos e estudos de
caso para a economia brasileira.
Ao optar por fazer o Economia Empresarial, você optou também por participar de um novo
método de ensino – o ensino a distância. Dessa forma, você terá bastante flexibilidade para
realizar as atividades nele previstas. Embora você possa definir o tempo que irá dedicar a esse
trabalho, ele foi planejado para ser concluído em um prazo determinado. Verifique sempre, no
calendário, o tempo de que você dispõe para dar conta das atividades nele propostas. Lá estarão
agendados todos os trabalhos, inclusive aqueles a serem realizados em equipe ou encaminhados,
em data previamente determinada, ao Professor-Tutor da disciplina.
OBJETIVO E CONTEÚDO
Partindo de uma visão ampla de Economia, não reduzida somente aos eventos econômicos que
vemos noticiados na imprensa – tais como comportamento das empresas, inflação, desemprego,
comércio internacional e outros –, proporcionamos a possibilidade do levantamento das grandes
questões da Economia empresarial das origens até o Brasil atual.
Para tanto, o conteúdo do curso Economia Empresarial foi estruturado em cinco módulos, nos
quais foi inserido o seguinte conteúdo...
Módulo 1 – Mercado, demanda e elasticidades
Neste módulo, trataremos da curva de demanda – relação entre o preço de mercado
de um bem e a quantidade demandada desse bem. Refletiremos sobre o equilíbrio e
a otimização do mercado.
7
ABERTURA
Economia Empresarial
Módulo 2 – Produção, custos e estratégia de negócios
Neste módulo, examinaremos os principais fatores econômicos que determinam o
processo de produção de uma firma nos curto e longo prazos. Veremos também como
a teoria dos custos se apoia na teoria da produção. Finalmente, analisaremos como as
forças de demanda e oferta – ou de receita, custo e lucro – determinam a alocação de
recursos e a distribuição de renda.
Módulo 3 – Estruturas de mercado, concorrência, poder econômico e regulamentação
governamental
Neste módulo, analisaremos as características das principais estruturas de organização
industrial e suas respectivas lógicas de formação de preços. Além disso, veremos que
o modelo de concorrência é considerado o paradigma da virtude social, e que o esforço
governamental é fazer com que outras estruturas de mercado, menos ou nada
competitivas, tenham seu poder de mercado coibido e suas atividades redirecionadas
em nome do bem comum.
Módulo 4 – Empreendedorismo, fontes de capital e projetos de investimento
Neste módulo, estudaremos o papel do empreendedor, figura importante dentro da
produção. Veremos os principais aspectos da análise e da avaliação dos investimentos.
Dessa forma, analisaremos as decisões de investimentos nos negócios e os objetivos
do processo de orçamento de capital.
Módulo 5 – Encerramento
Neste módulo – além da avaliação deste trabalho –, você encontrará algumas divertidas
opções para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos
anteriores – caça-palavras, palavras cruzadas, forca e criptograma. Entre neles e bom
trabalho!
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, Eduardo; MADAZOLLO, Regina. Microeconomia. São Paulo: PubliFolha, 2003.
Livro introdutório que apresenta, de maneira muito breve, os seguintes tópicos –
relação entre oferta, demanda e preço; estruturas de mercado; estratégias das empresas
para vencer; papel do governo; influência das diferenças individuais na conquista do
emprego; efeitos da legislação nos salários.
8
Economia Empresarial
ABERTURA
HALL, Robert E.; LIEBERMAN, Marc. Microeconomia: princípios e aplicações. São Paulo: Editora
Thomson, 2003.
O ponto forte desse livro – de nível intermediário – é a riqueza de estudos de caso e de
aplicações práticas apresentadas aos leitores. A obra mostra as vantagens da utilização
dos princípios teóricos da Microeconomia para a análise das questões práticas do
mundo dos negócios.
MANSFIELD, Edwin; YOHE, Gary. Microeconomia: teoria e aplicações. São Paulo: Editora Saraiva,
2006.
Livro atualizado com os modernos conceitos de Microeconomia, escrito para um nível
intermediário de dificuldade. Contém muitos exemplos e aplicações práticas,
oferecendo também um adequado tratamento teórico dos temas relevantes.
MCGUIGAN, James R.; MOYER, R.Charles; HARRIS, F.H. de B. Economia de empresas: aplicações,
estratégia e táticas. São Paulo: Editora Thomson, 2002.
Livro que combina os preceitos da teoria microeconômica com aplicações práticas. É
um livro intermediário em termos de dificuldade de leitura, porém, muito rico em
exemplos e aplicações. Apresenta também uma cobertura bastante abrangente dos
tópicos de economia das empresas.
MELLO, Pedro Carvalho de. O 'B' de BRICs: potencial de consumo, recursos naturais e economia
brasileira. São Paulo: Saint Paul Editora, 2012.
O livro faz um exame das implicações e repercussões de um modelo de
desenvolvimento apoiado na exploração dos recursos naturais, além de examinar as
implicações de potencial de mercado, como geografia, tendências de consumo,
dinâmica demográfica e distribuição de renda, e crescimento do PIB baseado no uso
intensivo de recursos naturais e na formação das cadeias produtivas. O foco desse livro
é uma estratégia baseada nas vantagens comparativas e competitivas do Brasil. O autor
examina também o impacto ambiental, principalmente a disponibilidade de água
potável. Finalmente, identifica e discute as principais áreas de negócios para os próximos
40 anos, com base nas tendências do mercado consumidor e da estrutura de produção
do País.
PINDYCK, Robert S.; RUBINSFELD, Daniel L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson/Prentice Hall,
2006.
Livro entre os níveis intermediário e avançado, com um excelente conteúdo teórico,
que incorpora, de maneira rigorosa e didática, todos os importantes avanços da teoria
microeconômica nos últimos anos. O livro também apresenta uma grande riqueza de
exemplos, incorporando a teoria dos jogos, a teoria da informação e a teoria econômica
da regulamentação.
9
ABERTURA
Economia Empresarial
STIGLITZ, Joseph E.; WASH, Carl E. Introdução à microeconomia. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus,
2003.
Considerado entre os níveis introdutório e intermediário, o livro examina os problemas
clássicos da microeconomia com a apresentação de exemplos práticos, em linguagem
acessível. O livro utiliza recursos gráficos em abundância sem perder, com isso, o rigor
analítico. A estrutura do livro está organizada de maneira usual – uma introdução e, em
seguida, análises de demanda, da teoria do consumidor, de produção e custos, de
formas de mercado e de outros tópicos de microeconomia.
VARIAN, Hal R.Varian. Microeconomia, princípios básicos: uma abordagem moderna. Rio de Janeiro:
Campus, 2002.
Considerado entre os níveis intermediário e avançado, o livro apresenta os princípios
da Economia com rigor e clareza de texto. O livro está atualizado em termos das áreas
de fronteira da microeconomia e mostra a teoria dos jogos, além de diversos exemplos
de sua aplicação.
WESSELS, Walter. Microeconomia: teoria e aplicações. São Paulo: Saraiva, 2002.
Livro escrito em linguagem acessível e rico em exemplos. Está entre os níveis
introdutório e intermediário. Abrange, de forma objetiva, todos os principais conceitos
de microeconomia, além de temas inovadores e fundamentais para nossa realidade
atual, tais como juros, renda e lucros; decisões de investimento; pobreza, igualdade e
crescimento econômico; distorções e alternativas ao sistema tributário atual; modelos
de votação; pagamentos de transferências; poluição e regulação.
PROFESSOR-AUTOR
Pedro Carvalho de Mello é Ph.D. em Economia pela University of
Chicago. Atuou como diretor na CVM – Comissão de Valores
Mobiliários – e na BM&F – Bolsa de Mercadorias e Futuros, e foi VicePresidente do Pittsburg National Bank. Foi professor visitante na
Columbia University, em 1998, e na University of Richmond, em 2004,
é professor da Ohio University no Programa MBA Pleno FGV-Ohio, e
professor coordenador internacional do FGV Management – FGV.
Membro fundador do CLAAF – Comitê Latino Americano de Assuntos
Financeiros.
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Economia Empresarial
MÓDULO 1
MÓDULO 1 – MERCADO, DEMANDA E ELASTICIDADES
APRESENTAÇÃO
Caso fosse levada a apontar o principal elemento da teoria econômica, provavelmente, a maioria
dos economistas indicaria o preço. Sem dúvida alguma, o preço desempenha um papel
fundamental nas três grandes tarefas da economia – o que produzir... quanto produzir... para
quem produzir.
Nesse sentido, ao examinar as forças e os determinantes da demanda e da oferta, refletiremos
também sobre o equilíbrio e a otimização.
Trataremos ainda da curva de demanda – relação entre o preço de mercado de um bem e a
quantidade demandada desse bem –, da curva de oferta – relacionamento entre a quantidade do
bem ofertado e seu preço – e do ponto de equilíbrio entre essas curvas.
Os economistas designam como bem as mercadorias e os serviços negociados no mercado.
UNIDADE 1 – PAPEL E DETERMINAÇÃO DOS PREÇOS DE MERCADO
1.1 ENFOQUE METODOLÓGICO
Existem várias diferenças entre macroeconomia e microeconomia...
A macroeconomia lida com os grandes agregados da economia – PIB, investimento,
consumo, importação, exportação, gastos do governo, tributos...
Por sua vez,a microeconomia adota uma visão mais restrita, focada na teoria do
consumidor, da produção, dos custos, das estruturas de mercado e da repartição da
renda entre fatores de produção.
Na condução dos negócios da empresa, o empresário pode utilizar
elementos dessas duas visões.
No entanto, nosso foco aqui será uma microeconomia aplicada a problemas reais
do dia a dia da empresa.
Nesse sentido, abordaremos os problemas concretos enfrentados pelos gestores de empresas
privadas, públicas e sem fins lucrativos – inclusive ONGs – na tomada de decisões.
Com isso, poderemos explicar, integrar e aplicar os métodos e os instrumentos teóricos da
microeconomia.
11
MÓDULO 1
Economia Empresarial
Utilizaremos, em especial, o raciocínio microeconômico para lidar com o mundo prático dos
negócios, que envolve...
 demanda por produtos e serviços;
 produção e custos;
 formação de preços;
 estratégias concorrenciais;
 decisões de investimento de longo prazo.
1.1.1 PREÇO
O sistema de preços de mercado é o melhor mecanismo para guiar as
decisões estratégicas da empresa.
O preço de mercado é determinado pelo equilíbrio entre as forças de demanda e de oferta.
Os mercados tendem ao ponto de equilíbrio e retornam para esse ponto no evento de
que algum distúrbio possa causar um desequilíbrio temporário.
Em seu âmbito de gestão, a empresa exerce maior influência sobre as decisões de produção e de
custo do que sobre as decisões de demanda.
Isso ocorre porque, em geral, as forças de demanda – que dependem do grau de
concorrência em que a empresa opera – ficam fora de seu controle.
No entanto, isso não significa dizer que a demanda tenha pouca importância para a empresa.
Pelo contrário, conhecer o comportamento da demanda e as forças que a regem, além
das previsões sobre seu comportamento no futuro, são habilidades da maior relevância
para o dirigente de empresas.
1.2 DEMANDA, OFERTA E INCENTIVOS ECONÔMICOS
Em uma economia de mercado, os preços têm a função de coordenar as atividades econômicas.
Suponhamos que o preço de um pão de queijo seja R$ 4,00...
Por esse preço, estão sendo fabricados mais pães de queijo do que os consumidores
estão querendo comprar.
Em um sistema de economia de mercado, os produtores logo constatarão que está
sobrando pão de queijo – falta demanda.
12
Economia Empresarial
MÓDULO 1
Por outro lado, se o preço do pão de queijo baixar para R$ 3,00...
...os consumidores comprarão mais pão de queijo, mas, em compensação, devido a
esse preço, os produtores diminuirão a quantidade produzida em relação à situação
anterior.
Essas duas reações evitarão que o pão de queijo fique sobrando ou faltando nas prateleiras do
mercado, ou seja...
 se muito pão de queijo está sendo produzido, cai o preço;
 se pouco pão de queijo está sendo produzido, sobe o preço.
Esse é o modelo da demanda e da oferta.
1.2.1 COMPORTAMENTO ECONÔMICO DO CONSUMIDOR
A demanda de mercado resulta do somatório das curvas de demanda de todos os indivíduos que
participam do mercado.
Cada indivíduo mostra um comportamento diferenciado.
Embora exista, no nível individual, uma diversidade de atitudes referentes ao consumo,
quando consideramos os consumidores em seu conjunto, eles mostram certos padrões
de regularidade de comportamento econômico.
Em geral, os consumidores mostram reações previsíveis face às mudanças
de preços, de renda e de outras variáveis econômicas.
1.2.1.1 ANÁLISE DO CONSUMIDOR TÍPICO
Para entender o comportamento de demanda de mercado, costumamos fazer uma análise do
consumidor individual.
Consideramos esse consumidor individual como uma figura idealizada do consumidor
padrão, representativo da média do mercado.
Dessa forma, podemos caracterizar o chamado consumidor típico, que seria
representativo dos demais consumidores.
A partir daí, generalizamos, dizendo que o consumo de mercado é a soma do consumo
dos indivíduos comportando-se tal como o consumidor típico.
Com base nessa simplificação, são desenvolvidas as teorias do
comportamento do consumidor e da demanda de mercado.
13
MÓDULO 1
Economia Empresarial
1.2.2 FUNÇÃO DE DEMANDA
A função de demanda – mostrada pela curva de demanda – é a relação entre o preço de mercado
de um bem e a quantidade demandada desse bem durante um período limitado de tempo –
semanas, meses, anos... – desde que não se alterem...
 a renda do consumidor;
 os preços de bens substitutos ou complementares;
 o gosto dos consumidores;
 outros fatores da demanda que não sejam o preço desse bem.
A condição de imutabilidade dessas variáveis recebe o nome de ceteris paribus.
1.2.2.1 CURVA DE DEMANDA
Vejamos a seguinte curva de demanda, que utiliza o exemplo do pão de queijo...
No eixo vertical, está registrado o preço do produto – no caso, o preço do pão de
queijo.
No eixo horizontal, está registrada a quantidade demandada do produto – no caso,
milhares de pães de queijo por semana.
Por exemplo, com o preço de R$ 4,00, são consumidos 2.000 pães de queijo por
semana.
Caso o preço caia para R$ 2,50, serão consumidos 3.000 pães de queijo por semana.
A curva de demanda mostra a relação entre o preço do bem e a quantidade demandada. Essa
curva pressupõe que existam outros fatores de demanda e que ela possa ser deslocada caso
esses fatores sofram alterações, ou seja, mudanças na condição ceteris paribus.
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MÓDULO 1
Economia Empresarial
A curva de demanda DD mostra a quantidade que os consumidores estão desejando comprar a
cada preço P. A inclinação negativa de DD reflete a lei da demanda, que estabelece que preços e
quantidades se movam em direções opostas.
A curva de demanda pode ser deslocada devido a alterações nas condições ceteris paribus.
1.2.2.2 EXEMPLO
Vamos ver um exemplo de deslocamento da curva de demanda...
preço do
pão de
queijo (R$)
DD
milhares de pães de
queijo por semana
Caso haja um modismo de que o pão de queijo faz bem a saúde, isso incentivará seu consumo, e
a curva de demanda se deslocará para a direita – para cima.
preço do
pão de
queijo (R$)
DD
milhares de pães de
queijo por semana
Um exemplo contrário seria uma queda de consumo desse pão, causada pela substancial redução
de preço de um outro alimento – pastel de queijo – que concorra diretamente com ele.
A curva de demanda, nesse caso, seria deslocada para a esquerda – para baixo.
15
MÓDULO 1
Economia Empresarial
1.2.3 CURVA DE OFERTA
A curva de oferta – esquema de oferta – mostra o relacionamento entre a quantidade do bem que
os produtores estão dispostos a ofertar durante determinado período de tempo e o preço de
mercado, mantendo constantes os níveis das outras variáveis – ceteris paribus.
A curva de oferta SS mostra o quanto os vendedores desejam vender a cada preço possível.
A inclinação positiva da curva de oferta indica que, quanto maior é o preço, maior é a quantidade
oferecida.
A curva de oferta pode ser deslocada para frente – direita – ou para trás – esquerda – em função
das outras variáveis – exceto preço – que afetam seu comportamento.
Essas variáveis são as transformações da tecnologia empregada, os custos dos fatores
de produção, as mudanças nos impostos, entre outras.
1.3 PREÇO DE EQUILÍBRIO
No equilíbrio entre as curvas de demanda e de oferta, o eixo horizontal representa a quantidade,
e o eixo vertical, os preços.
16
Economia Empresarial
MÓDULO 1
O equilíbrio de mercado é representado pelo ponto E, em que as curvas de demanda e oferta se
interceptam.
As coordenadas de E são a quantidade de equilíbrio Q* e o preço de equilíbrio P*.
No caso do pão de queijo, o preço de equilíbrio é R$ 1,00, e a quantidade de equilíbrio,
3.000 pães de queijo por semana.
1.3.1 EXCESSO DE DEMANDA E OFERTA
Vamos entender o excesso de demanda e oferta...
P1
P*=2,50
P2
Pelo preço P1, maior do que o preço de equilíbrio, os produtores estariam dispostos a oferecer
mais pães do que os consumidores desejariam comprar por aquele preço.
Nesse caso, fica caracterizado um excesso de oferta.
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MÓDULO 1
Economia Empresarial
A reta AB representa o excesso de oferta. O excesso de oferta provoca uma pressão baixista de
preços.
À medida que os preços vão caindo, mais consumidores são atraídos para o mercado. Ao mesmo
tempo, os produtores reduzem sua quantidade ofertada.
Essas duas forças que agem simultaneamente – quantidade de pães reduzida pelos produtores e
em crescimento pelos consumidores – elimina o excesso de oferta e leva ao preço de equilíbrio
no mercado.
Em um caso inverso, em que o preço P2 esteja abaixo do preço de equilíbrio, os consumidores
gostariam de comprar uma quantidade maior do que aquela oferecida pelos produtores.
Nesse caso, fica caracterizado um excesso de demanda.
A reta MN representa o excesso de demanda.
O excesso de demanda provoca uma pressão altista sobre os preços, o que estimula as forças que
levam o mercado a voltar ao preço de equilíbrio.
1.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E ALGÉBRICA
A álgebra pode ser usada para desenvolver exemplos simples do uso do modelo da demanda e
da oferta.
Vamos supor esquemas lineares para a demanda e oferta com as seguintes equações...
 demanda: P = A-BQd;
 oferta: P = C+DQs;
 ponto de equilíbrio: Qd = Qs.
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Economia Empresarial
MÓDULO 1
O ponto A é ponto de interseção entre a curva de demanda e o eixo dos preços, ou seja, A é o
preço mais alto alcançado, em que Qd = 0.
A inclinação da curva de demanda é dada por (-B).
O ponto C é o ponto de interseção entre a curva de oferta e os preços, ou seja, C é o menor preço
aceitável pelos produtores.
A constante D mostra a inclinação da curva de oferta.
1.4.1 EQUILÍBRIO
Em equilíbrio, a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada...
Qd = Qs
Podemos deixar de lado os subscritos – pois as duas quantidades são iguais – e utilizar Q nas
equações de demanda e oferta...
P = A - BQ
P = C + DQ
Solucionando essas equações, temos que...
1.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – COMPORTAMENTO DA DEMANDA E RECEITA DA EMPRESA
2.1 LEI DE DEMANDA
O conceito de demanda é baseado na teoria da opção de consumo, a qual pressupõe que os
consumidores são movidos pela racionalidade.
Essa teoria considera que os consumidores procuram a satisfação pessoal quando tomam a decisão
de consumir – essa satisfação é a utilidade.
A relação que determina a função de demanda é inversamente proporcional em seus
componentes – preços e quantidades. Essa relação inversa denomina-se lei de demanda.
A curva de demanda é a representação gráfica da evolução dos preços de quantidades consumidas
de um bem.
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MÓDULO 1
Economia Empresarial
A curva de demanda do mercado representa a soma das curvas de demanda individual.
Essa curva registra a lei de demanda – a cada variação nos preços de determinados
bens, ocorre variação inversa da quantidade consumida e vice-versa.
A função de demanda de mercado é a formalização da relação entre os preços e
as quantidades correspondentes de um bem ofertado a um grupo de indivíduos.
2.1.1 INFLUÊNCIA DO PREÇO NA DEMANDA
Em relação à demanda, os economistas identificam dois fatores de influência sobre o aumento da
demanda de determinado bem em função da redução de preços...
 efeito renda;
 efeito substituição.
Quando ocorre uma variação nos preços devido à combinação dos efeitos
renda e substituição, há um impacto sobre a quantidade demandada.
2.1.2 EFEITO RENDA
Quando o preço de determinado bem é reduzido, essa redução provoca o aumento da capacidade
de aquisição dos consumidores.
Em outras palavras, é como se o orçamento disponível tivesse aumentado seu poder
de compra, como resultado da queda de preço desse produto.
O decorrente incremento do poder aquisitivo, provocado pela redução de preços, é
chamado de efeito renda.
O aumento de preço provoca um efeito contrário, ou seja, a procura por esse
bem diminui.
Note que um efeito renda é sempre acompanhado por um efeito substituição.
Por exemplo, as pesquisas mostram que, quando o preço da passagem de ônibus sobe, o consumo
de vários produtos voltados para o mercado de baixa renda diminui.
2.1.3 EFEITO SUBSTITUIÇÃO
Na decisão do consumidor quanto ao consumo de dois produtos pertencentes a sua cesta de
consumo, o efeito substituição ocorre quando...
...um produto tem seu preço reduzido – o consumidor passa a comprar mais desse
produto, diminuindo o consumo de outro produto da cesta ou...
...um produto tem seu preço aumentado – o consumidor passa a comprar menos
desse produto e, portanto, intensifica o consumo de outro produto da cesta.
20
Economia Empresarial
MÓDULO 1
Por exemplo, caso haja uma diminuição do preço do frango, pode haver uma diminuição no
consumo de carne bovina e um aumento do consumo de carne de frango.
Outro exemplo... Caso as lanchonetes aumentem os preços dos sanduíches, é possível que haja,
como consequência, um aumento no consumo de refeições nos restaurantes a quilo...
2.1.4 INFLUÊNCIA DE OUTROS FATORES DE DEMANDA
A função de demanda e a curva de demanda – representantes da relação entre preços e
quantidades de determinados bens a serem demandados por um certo preço, em um determinado
período, de forma constante – são influenciadas por vários fatores.
A análise da demanda também pode ser vista como o estudo de como a empresa pode vender
bens no mercado.
O que a empresa vende depende de outras variáveis, não apenas de seu próprio preço – por
exemplo, preços de outros bens relacionados –, e ainda de outras forças de mercado – tais como
apresentadas no gráfico a seguir...
2.1.4.1 REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA
Podemos representar a função demanda, algebricamente, da seguinte forma...
QD = f(P, PS, PC, Y, IP, IPC, N, G, E, GP, I/S, L)
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MÓDULO 1
Economia Empresarial
Em outras palavras...
Qualquer movimento ao longo da curva de demanda, provocado por variação dos
preços e mantendo fixos os demais componentes da demanda, provocará uma
movimentação na quantidade demandada de determinado produto.
Do mesmo modo, qualquer alteração nos fatores listados acima – exceto em P –
provocará deslocamentos da curva de demanda – para a esquerda ou para a direita.
2.2 COMPORTAMENTO DA DEMANDA E ESTRATÉGIA DA EMPRESA
Em sua estratégia, a empresa deve considerar tanto as variáveis que ela pode influenciar quanto
aquelas que ela não pode, apesar de serem importantes...
Variáveis sobre as quais a empresa pode exercer algum tipo de influência...
 preço de seu produto – dependendo de seu poder de mercado;
 preços de outros produtos relacionados, de sua própria linha de produção;
 preços futuros de seus produtos – dependendo de seu poder de mercado;
 gastos com publicidade e promoção de vendas;
 propaganda de suas linhas de produtos;
 desenho das características dos produtos.
Variáveis mais influenciadas pelos competidores...
 preços dos produtos substitutos;
 preços dos bens complementares;
 gastos de publicidade com esses produtos.
Fatores macroeconômicos, sociais e culturais fora de seu controle...
 comportamento do PIB;
 taxa de câmbio;
 políticas governamentais de regulação;
 impostos;
 novas modas e novos modismos;
 mudanças demográficas – por exemplo, aumento relativo do número de idosos no
mercado.
2.2.1 IMPACTO DOS BENS DURÁVEIS DE CONSUMO NA DEMANDA
Os bens duráveis são aqueles que oferecem benefícios a seus consumidores por um período
maior de tempo – automóveis e geladeira.
Os bens duráveis...
...provocam um impacto de longo prazo na demanda...
...têm sua demanda influenciada por vários fatores específicos e ligados, diretamente,
a sua característica de durabilidade.
22
Economia Empresarial
MÓDULO 1
Vejamos alguns fatores que influenciam a demanda de bens duráveis...
 os bens duráveis podem ser mantidos em estoques por maior período de tempo;
 seu processo de comercialização, normalmente, está ligado a uma cadeia que
começa pelo fabricante, passa pelo distribuidor e chega, finalmente, aos
revendedores, porém a capacidade de conversão dos estoques existentes em
atendimento à demanda é lenta;
 enfrentam a capacidade de adiamento de consumo em função da manutenção ou
tolerância dos consumidores de bens mais antigos.
2.2.2 OUTROS IMPACTOS RELEVANTES DE INFLUÊNCIA NA DEMANDA
Existem ainda outros impactos que afetam a demanda, representados pelo deslocamento da
curva de demanda...
Demanda derivada...
Representa a demanda por um bem ou serviço atrelado a outro bem ou serviço, ou
seja, a variação na demanda de um está atrelada à variação na demanda do outro.
Um bom exemplo desse fenômeno é o financiamento de veículos, que tem sua variação
intrinsecamente ligada à variação na demanda de veículos.
Já no caso de cadeias de produção, o preço do algodão está bastante influenciado pelo
comportamento do consumo de têxteis.
Taxa de câmbio...
O comércio exterior de mercadorias e serviços baseia-se em exportações e importações.
No caso de um produto comercializado em outro país, a variação em seu consumo
estará diretamente ligada à taxa de câmbio praticada pelos países, ou seja, entre o país
onde o bem é produzido e o país onde é comercializado.
Caso haja alterações nas taxas de câmbio, os preços desses produtos sofrem variações
que, por sua vez, provocam variações em sua demanda.
2.2.3 OTIMIZAÇÃO E ANÁLISE MARGINALISTA
Os economistas utilizam a análise marginal como uma de suas principais ferramentas de análise,
principalmente para determinar a alocação ótima de recursos.
A economia emprega o conceito de otimização para mostrar o processo em que existe...
 um objetivo ou uma meta – por exemplo, maximizar lucros;
 um conjunto de restrições – por exemplo, a disponibilidade fixa de recursos escassos.
Otimização é o processo de fazer o melhor possível face às circunstâncias
reinantes.
23
MÓDULO 1
Economia Empresarial
A análise marginal – nesse caso, a palavra marginal tem o sentido de incremental – apoia-se em
relações geométricas – também expressadas em cálculo diferencial – entre total, médio e marginal,
ao longo de uma curva.
Uma das principais utilizações da análise marginalista ocorre na teoria da demanda.
A relação marginal mostra a variação na variável dependente, causada por uma variação de uma
unidade na variável independente.
Essa variação, em termos de cálculo, pode ser muito pequena – infinitesimal.
2.3 RECEITA TOTAL, MÉDIA E MARGINAL
Vejamos em que consistem a receita total, a receita média e a receita marginal...
Receita total – RT...
É obtida pela multiplicação da quantidade vendida pelo preço de venda.
Por exemplo, a receita total da venda de 20 livros, a R$ 10,00 cada, é R$ 200,00.
Receita média – RMe...
É a receita total – RT – dividida pelo número de unidades vendidas – ou seja, no
exemplo dos livros, R$ 10,00.
Receita marginal – RMg...
É a variação ou o incremento na receita total – RT –, causados pela venda de uma
unidade extra do produto – nesse caso, no exemplo dos livros, também é R$ 10,00.
24
MÓDULO 1
Economia Empresarial
2.3.1 EXEMPLO – CÁLCULO DA RECEITA TOTAL, MÉDIA E MARGINAL
Vejamos, a seguir, um exemplo mais realista, em que a quantidade demandada se comporta de
maneira inversamente proporcional ao movimento nos preços de venda...
quantidade (Q)
preço ou receita
média (Rme = P)
receita total (R = PQ)
0
10
0
receita marginal
(RMg)
9
1
9
9
7
2
8
16
5
3
7
21
3
4
6
24
1
5
5
25
-1
6
4
24
-3
7
3
21
-5
8
2
16
-7
9
1
9
-9
10
0
0
A receita é uma magnitude total, enquanto o preço pode ser visto como uma magnitude média...
Se a empresa vende 3 unidades a um preço de R$ 7,00, então a receita total é R$ 21,00.
A receita marginal é um conceito baseado em incrementos, calculada como o acréscimo da
receita total.
25
MÓDULO 1
Economia Empresarial
Por exemplo, quando a quantidade produzida aumenta de 2 para 3, a receita total
passa de R$ 16,00 para R$ 21,00, ou seja, aumenta R$ 5,00 – divididos pelo acréscimo
da quantidade – no caso, 1 unidade. A receita marginal é 5.
Em termos gerais, a receita marginal é a variação na receita total associada com a variação de uma
unidade do produto.
2.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS RECEITAS TOTAL, MÉDIA E MARGINAL
Os dados do quadro receita total, receita média e receita marginal podem ser representados por
meio de gráficos, nos quais visualizamos as relações geométricas das curvas média e marginal.
Notemos que RT = PxQ, e que Q e P se movem em direções opostas.
26
Economia Empresarial
MÓDULO 1
O primeiro gráfico mostra a função de receita total – RT. A curva de RT tem a forma de um U
invertido.
A receita média é a inclinação da curva em relação a uma reta que a corta em determinado ponto,
partindo da origem.
No ponto I, RMe = 6 ( ou seja, 24 dividido por 4). Partindo do ponto da curva onde Q = 4, a RMg é o
incremento, ou seja, a divisão do aumento da receita JL quando a quantidade aumenta de 4 para 5
(reta IJ). Portanto, a RMg é JL dividido por IJ. No caso, JL é 25 - 24 = 1 e J = 5 - 4 = 1. Logo, RMg = 1.
Já o segundo gráfico mostra as funções de receita média – RMe – e receita marginal – RMg.
Ambas têm inclinação negativa e, no caso de representação linear, a inclinação da reta de RMg é
o dobro da inclinação da reta RMe.
Isso pode ser mostrado com base em uma curva linear da demanda. A demanda é mostrada pela
reta de RMe...
Vamos representar a demanda por P= a-bQ. Como RT = PQ, então RT = (a-bQ).Q. Portanto, RT =
aQ-bQ2.
Derivando – por cálculo diferencial –, obtemos RMg = a-2bQ, ou seja, a inclinação de RMg (= -2b)
é o dobro da inclinação de RMe (= -b).
2.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 3 – ELASTICIDADES DA DEMANDA
3.1 PROCESSO DECISÓRIO
Para o processo decisório, é indispensável conhecer os efeitos da variação dos determinantes –
variáveis – da demanda do produto sobre o volume total demandado desse produto.
Algumas variáveis estão sob maior controle dos administradores...
 preços – em mercados não competitivos;
 publicidade;
 qualidade do produto e dos serviços aos consumidores.
Entretanto, outras variáveis – renda dos consumidores, preços dos produtos concorrentes e
expectativas de mercado – estão totalmente fora de seu controle.
Para algumas dessas variáveis, existem cálculos de elasticidade.
27
MÓDULO 1
Economia Empresarial
3.1.1 CONCEITO DE ELASTICIDADE
A elasticidade é um conceito muito empregado pela análise econômica.
A elasticidade visa medir a sensibilidade da alteração de duas variáveis econômicas
relacionadas entre si.
Para mensuração adequada dos impactos na quantidade demandada de
determinado produto, provocados pelas mudanças em uma variável de demanda,
os economistas desenvolveram o conceito de elasticidade.
3.1.2 COEFICIENTE DE ELASTICIDADE
O coeficiente de elasticidade procura medir o grau de sensibilidade de um pequeno incremento
de uma variável sobre outra a ela relacionada.
Vamos utilizar aqui o símbolo Δ, que significa variação.
A elasticidade – E – é calculada pela razão entre a variação percentual – ΔV1% – de uma variável –
V1 – e a variação percentual – ΔV2% – provocada pela variação de V1 em outra variável – V2 –,
considerando o efeito ceteris paribus – todos os demais componentes da análise permanecem
inalterados.
ΔV1%)/(Δ
ΔV2%).
Dessa forma, E = (Δ
3.2 ELASTICIDADE – PREÇO DA DEMANDA
A elasticidade preço de demanda – também conhecida como elasticidade-preço – mede o quanto
a quantidade demandada de um bem se altera quando seu preço sofre uma variação.
O coeficiente de elasticidade-preço mostra a variação percentual na
quantidade demandada dividida pela variação percentual no preço.
Por exemplo, se o preço do açúcar aumentar 20% e a quantidade consumida desse
produto cair 40%, a elasticidade tem o coeficiente de -40/20 = -2.
Como o preço e a quantidade variam em direções opostas, é comum usarmos o valor
absoluto do coeficiente em vez de apresentar os coeficientes da elasticidade-preço
com um sinal negativo.
No exemplo do açúcar, esse coeficiente Ep seria 2.
3.2.1 COEFICIENTE DA ELASTICIDADE – PREÇO
O coeficiente da elasticidade-preço varia de 0 a um número infinitamente grande.
28
Economia Empresarial
MÓDULO 1
Em geral, destacamos cinco situações...
3.2.2 TÉCNICAS DE CÁLCULO DA ELASTICIDADE
Para computar o coeficiente de elasticidade preço da demanda, existem dois modos principais –
elasticidade ponto e elasticidade arco.
Para pequenas variações de P e Q, recomendamos a elasticidade ponto.
Para variações maiores – as mais frequentes –, recomendamos a elasticidade arco.
A seguir, com base em exemplos de cálculo de elasticidade-preço da
demanda, vamos utilizar as duas técnicas, ponto e arco, para situações diferentes
de variação nos preços e nas quantidades – pequena e grande.
3.2.2.1 ELASTICIDADE PONTO
A elasticidade ponto consiste na mensuração da elasticidade da demanda calculada em um ponto
da curva de demanda.
Essa técnica é mais empregada para examinar o impacto de uma variação de preço quando as
variações de P e Q são pequenas.
A fórmula da elasticidade ponto é...
29
MÓDULO 1
Economia Empresarial
Para calcularmos a elasticidade ponto, é necessário utilizar procedimentos de cálculo, empregando
fórmulas de derivadas – dQ/dP –, devido às pequenas variações de P e Q.
A fórmula da elasticidade ponto é...
Rearranjando os termos, temos E = (dQ/dP) x (P/Q).
Vejamos um exemplo com base na função Q = 400-4P...
Imaginemos três valores diferentes para P, por exemplo, 20, 40 e 60.
Nesse caso, computando-se dQ/dP, encontra-se -4 e, com base na fórmula, calculando
os Qs...
 Preço = 20, então E = -4 (20/320) = -0,25;
 Preço = 40, então E = -4 (40/240) = -0,66
 Preço = 60, então E = -4 (60/160) = -1,50.
3.2.2.2 ELASTICIDADE ARCO
Elasticidade arco é o coeficiente da elasticidade de demanda calculado a partir de um intervalo
em uma curva de demanda. A cada dois pontos nessa curva, as variações percentuais na quantidade
demandada e no preço são calculadas.
Vamos imaginar que a quantidade suba de Qo para Q1 quando o preço cai de Po para
P1.
A variação na quantidade é Q1-Qo e a variação no preço é P1-Po.
A base da quantidade é Qo+Q1 dividido por 2 e a base de preços é Po+P1 dividido por
2.
Em vez de utilizar a linguagem de cálculo diferencial, vamos usar o símbolo Δ, que significa
variação – para explicar o conceito sem calcular o coeficiente, ele é mais intuitivo.
30
Economia Empresarial
MÓDULO 1
A fórmula de elasticidade arco é...
3.2.2.3 EXEMPLO
A quantidade demandada de ovos de Páscoa subiu de 100 para 300 quando o preço caiu de R$
1,00 para R$ 0,50.
Tanto a base de P como a base de Q são a média aritmética simples dos dois valores. Nesse caso,
a base de Q é calculada como 100 + 300 dividido por 2. A base de P é calculada como R$ 1,00 +
R$ 0,50 dividido por 2.
Calculando...
E = [(100-300)/200] / [(1,0-0,5)/0,75]
E = [-1,0] / [0,5/0,75] = -1,50
3.3 CONDICIONANTES DA ELASTICIDADE DE PREÇOS
Há alguns fatores que condicionam a elasticidade de preços para a demanda...
Disponibilidades e restrições de substitutos...
O conhecimento prévio sobre as disponibilidades e restrições de produtos substitutos
é importante, pois os consumidores podem substituir, facilmente, determinado bem –
que sofreu aumento de preço – por outro bem qualquer de sua preferência. É
importante não restringir a análise somente a bens que concorram no mesmo tipo de
benefício fornecido.
Bens duráveis...
A demanda por bens duráveis tende a ter elasticidade maior do que a demanda por
bens não duráveis, pois os consumidores podem optar por adiar compras, assim como
por realizar aquisições de bens usados ou fazer reparos em bens existentes. Nos últimos
anos, o site de compras E-Bay revolucionou o mercado de bens duráveis seminovos ou
usados, tornando ainda mais elástica essas compras.
31
MÓDULO 1
Economia Empresarial
Participação no orçamento...
A demanda por bens ou serviços de alto preço tende a ser mais elástica do que a
demanda por bens ou serviços de baixo preço, pois os bens de alto preço exigem
grande comprometimento da renda; em situação oposta, estão os bens de baixo preço.
Análise do efeito tempo...
A demanda por alguns bens ou serviços, com o passar do tempo, tende a ficar mais
elástica devido ao aumento do número de bens substitutos e a sua crescente
disponibilidade. Outra razão para que a evolução do tempo afete a elasticidade é a
característica que determinados bens possuem de envolver, em suas negociações,
custos adicionais ou ter seus preços variando durante um período de tempo.
3.3.1 RELAÇÃO ENTRE ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA E RECEITA MARGINAL
Existe uma relação entre elasticidade-preço e receita marginal...
Em primeiro lugar, vamos observar que a Receita Total – RT – pode ser expressa por RT = P x Q. Em
segundo lugar, observemos que a quantidade e o preço se movem em direções opostas.
Para determinarmos o efeito final sobre RT, precisamos conhecer as forças relativas do efeito do
preço e do efeito da quantidade.
Podemos estabelecer uma relação entre a elasticidade preço e a receita marginal...
RT = P.Q = P(Q).Q
RMg = dRT/dQ = (dP/dQ).Q + P
= P [(dP/dQ).(Q/P) + 1]
= P(1/E + 1) ou P(1 + 1/E)
RMg = P(1 + 1/E)
Ou seja, a receita marginal varia conforme a elasticidade-preço.
O que ocorre quando a empresa muda seu preço?
A receita cai ou sobe?
Vejamos o rol de possibilidades de acordo com a fórmula...
32
Economia Empresarial
MÓDULO 1
3.3.2 EXEMPLO
Vejamos um exemplo, examinando os efeitos de um aumento de 10% no preço para diferentes
situações de elasticidade preço da curva de demanda...
3.4 ELASTICIDADE-RENDA
A elasticidade-renda – EY – é um conceito de elasticidade em relação à renda – Y.
A elasticidade-renda apresenta a variação percentual na quantidade demandada –
ΔQ/Q)% – dividida pela variação percentual na renda do consumidor – (Δ
ΔY/Y)%,
(Δ
ΔQ/Q)%/(Δ
ΔY/Y)%.
ou seja, EY = (Δ
Por exemplo, os estudos de consumo mostram que certos produtos têm um consumo que cresce
muito acima do aumento da renda, enquanto outros crescem menos do que a renda.
No primeiro caso, temos o consumo de viagens internacionais ou de produtos de
marcas famosas. No segundo caso, temos o consumo de marcas mais baratas e de
qualidade inferior.
Outros casos apresentam ainda uma diminuição do consumo mesmo quando a renda aumenta.
Para estudar o impacto de uma variação na renda sobre o consumo, costumamos chamar de bens
normais aqueles cuja renda e cujo consumo acompanham a mesma direção de alta ou queda.
Caso esse bem trafegue na contramão, é chamado de bem inferior. Como exemplo, temos o
consumo de TVs em preto e branco.
3.4.1 COEFICIENTE DE ELASTICIDADE RENDA
Em termos do coeficiente de elasticidade renda, existem cinco situações distintas...
Coeficiente positivo...
São os bens normais, que costumam ter um comportamento pró-cíclico.
33
MÓDULO 1
Economia Empresarial
Coeficiente positivo, entre 0 e 1...
Se o coeficiente positivo for menor do que 1, esse bem é chamado de necessidade.
Coeficiente positivo igual ou maior do que 1...
O bem é chamado bem de consumo de luxo.
Coeficiente negativo...
São os bens inferiores – ou de comportamento contra-cíclico.
Por exemplo, quando há um aumento no salário mínimo, cai o consumo de carnes de
segunda – bens inferiores – e sobe o consumo de carnes mais nobres – bens normais.
Coeficiente zero...
Bens cuja demanda não é afetada pela variação da renda.
O coeficiente de elasticidade renda da demanda não só pode identificar o grupo de produtos
como também medir o impacto quantitativo.
3.4.2 USO DA ELASTICIDADE RENDA PARA PROJEÇÕES
Considerando a magnitude da elasticidade de renda de determinado produto, é possível...
 fazer projeções mais precisas da atividade econômica;
 conhecer e quantificar os efeitos do aumento de renda sobre a demanda;
 desenvolver estratégias de marketing para a linha de produtos da empresa.
3.4.3 ELASTICIDADE CRUZADA
O último conceito relevante de elasticidade é o de elasticidade cruzada.
Os bens de consumo, em algumas situações, são substitutos de outros. Por exemplo,
manteiga ou margarina.
Em outras situações, eles são complementares, como arroz e feijão ou pão e manteiga.
A elasticidade cruzada, portanto, mostra como a demanda por um bem – por exemplo, café –
altera-se quando o preço de outro bem, porventura relacionado – por exemplo, chá – sofre
modificação.
O coeficiente de elasticidade cruzada – EC – apresenta, no numerador, a variação percentual na
ΔQ/Q)%.
quantidade consumida do bem analisado – (Δ
No denominador, está a variação percentual no preço do bem substituto – Ps – ou complementar
a ele – Pc...
ΔPc/Pc)
(Δ
ΔPs/Ps) ou (Δ
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Economia Empresarial
MÓDULO 1
Vamos chamar esse preço de P*, ou seja...
Caso o coeficiente tenha um sinal negativo, os bens são complementares. Havendo um sinal
positivo, os bens são substitutos. Caso não haja relação entre os bens, o coeficiente é zero.
3.4.3.1 EXEMPLO DE BENS COMPLEMENTARES
Tomemos como exemplo o pão e a manteiga. Caso suba o preço da manteiga, seu consumo e,
consequentemente, o consumo do pão caem.
Essa complementaridade é mostrada pelo sinal negativo do coeficiente de elasticidade
cruzada.
3.4.3.2 EXEMPLO DE BENS SUBSTITUTOS
Vejamos um outro exemplo – o da manteiga e da margarina...
Caso suba o preço da manteiga, seu consumo cai, mas subirá o consumo de margarina.
Nesse caso, o coeficiente de elasticidade cruzada mostra um sinal positivo. Isso mostra
que os dois bens são vistos como substitutos pelo consumidor.
O valor numérico do coeficiente mostra a intensidade da relação de
complementaridade ou de substitutibilidade entre os dois bens.
3.4.4 OUTRAS MEDIDAS DE ELASTICIDADE
O conceito de elasticidade pode ser usado para os diversos fatores que afetam a demanda. Além
dos três principais conceitos de elasticidade – preço, renda e cruzada –, outros podem ser
calculados.
Os dois outros conceitos de elasticidade empregados para definir estratégias de marketing das
empresas são...
Elasticidade de publicidade – EA...
ΔV/V)% – causada
É a mensuração da variação das vendas de determinado produto – (Δ
ΔA/A)% –, ou seja, a elasticidade de
pela variação nos gastos com publicidade – (Δ
publicidade mede o quanto variam, percentualmente, as vendas em função de uma
variação nos gastos com propaganda.
35
MÓDULO 1
Economia Empresarial
ΔV/V)%/(Δ
ΔA/A)%.
Desse modo, EA = (Δ
De fato, existe uma óbvia relação positiva entre gastos com publicidade e aumento de
vendas. Por outro lado, existe muita confusão sobre qual montante investir em
publicidade. Como evitar investir demasiadamente? Na linguagem dos economistas,
qual é o ótimo de gastos com publicidade? O cálculo de EA pode ajudar nessa busca
por eficiência.
Elasticidade do aumento esperado de preços – EE...
ΔPF/PF)% – em relação
É a mensuração da variação percentual dos preços futuros – (Δ
ΔPP/PP)%.
à variação nos preços correntes praticados (Δ
ΔPF/PF)%/(Δ
ΔPP/PP)%.
Dessa forma, EE = (Δ
Esse cálculo de elasticidade pode ser muito útil para gestores de negócios em economias
nas quais existam pressões inflacionárias, deflacionárias ou de bolhas de preços.
Por exemplo, caso os consumidores tenham expectativas de variações de preços
maiores no futuro do que as variações de preços que observam no presente, o
coeficiente da elasticidade – EE – será maior do que 1 – isto é, EE > 1. Isso leva à
antecipação de compras e à diminuição de estoques dos produtores.
Por outro lado – em um cenário raro, mas que pode ocorrer, de deflação –, o coeficiente
de elasticidade E será menor que 1 – isto é, EE < 1. Nesse caso, adiam-se compras, e os
estoques aumentam.
3.4.4.1 OTIMIZAÇÃO DE PREÇOS
O conceito de elasticidade preço ajuda na tomada de decisões pela empresa, quando é encontrado
um preço ótimo.
Suponhamos que a empresa Carol Shoes observa o aumento de 10% nas vendas de sapatos,
devido a uma diminuição de 5% em seus preços. Nesse caso, a elasticidade preço é -2.
Qual seria o 'preço ótimo' da sapatilha 'Tatiany', dado o custo marginal de R$ 50,00 por
unidade?
Nesse caso, o preço ótimo – que maximiza o lucro da Carol Shoes – seria...
CMg = RMg
CMg = 50
RMg = P ( 1 + 1 / EP)
50 = P * ( 1 + 1 / -2)
50 = P* ( 1 - 0,5)
50 = P* (0,5)
P* = 100
36
Economia Empresarial
MÓDULO 1
Notemos que, em equilíbrio, RMG = CMg.
Considerando, também, que CMg = 50,00, temos...
50,00 = P x [ 1 + 1/EP]
Sabendo que EP = -20, temos de determinar P, que chamamos de P*...
50,00 = P x [1 + 1/-2,0]
P* = 50,00 / [1 + 1/-2,0]
p* = 50,00 /0,5 = 100,00
3.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 4 – ESTUDOS E PREVISÃO DE DEMANDA
4.1 ESTUDOS PARA ESTIMATIVA DE DEMANDA
Os gestores de empresa dão grande importância ao conhecimento sobre as forças de demanda
que influenciam o consumo de seu produto ou serviço, assim como a previsão do comportamento
futuro desse consumo.
Por isso, é muito importante conhecermos as técnicas e os estudos para fazer estimativas
de demanda, e para fazer previsões de demanda, isto é, de vendas.
Os dois principais métodos de estimar a demanda são...
 baseados em análise qualitativa;
 baseados em instrumentos e modelos da estatística, e da econometria.
4.1.1 MÉTODOS COM BASE EM ANÁLISE QUALITATIVA
As estimativas de demanda utilizam recursos técnicos de marketing em seu processo de
preparação.
Em geral, esses métodos baseiam-se em intuições e opiniões para fundamentar as previsões.
Dentre esses enfoques, podemos destacar...
Análise do comportamento dos consumidores por técnicas de ‘survey’...
A análise do comportamento do consumidor é uma visão teórica baseada nos
postulados da teoria da demanda. Essa visão teórica pode ajudar a estabelecer
parâmetros de um comportamento provável dos consumidores.
37
MÓDULO 1
Economia Empresarial
As técnicas de survey são aplicadas por meio de entrevistas e questionários. Os surveys
de consumidores consistem em perguntar a uma amostra de consumidores quais são
suas atitudes frente ao bem oferecido.
Acompanhamento prático dos consumidores...
O acompanhamento prático dos consumidores consiste na disponibilização de
determinado montante de recursos – dinheiro – a um grupo de consumidores, a fim
de realizar um acompanhamento e um posterior registro de seus hábitos de consumo.
Grupos de foco...
Usar grupos experimentais de consumidores para simular um mercado. O perigo aqui
é o efeito big brother, mais conhecido como hawthorne effect. As pessoas, ao saberem
que estão sendo observadas, assumem um comportamento artificial em relação ao
que mostrariam caso não se sentissem observadas.
Dados históricos...
Parte do princípio de que o que aconteceu no passado é que irá guiar o futuro, e isso
se reflete nas técnicas de projeção de consumo utilizadas.
Experimentos de mercado...
O experimento de mercado consiste na avaliação real do acompanhamento dos
consumidores, ou seja, no que acontece quando incentivos de mercado são ativados.
Podemos usar diferentes preços e medir a reação de compra dos consumidores.
Opinião de especialistas...
Análise com base na experiência pessoal ou da organização. Pode ser feita via o insight
pessoal ou pela opinião de um grupo, via um painel de consenso – por exemplo, o
método Delphi, que utiliza projeções feitas com base em uma análise independente
de um painel de especialistas, por diversas rodadas, buscando alcançar um consenso
de opiniões.
4.1.2 MÉTODOS ESTATÍSTICOS E ECONOMÉTRICOS
Podemos utilizar diversos métodos e modelos, com base na estatística e na econometria.
Principais métodos estatísticos...
 análise de tendências com base temporal. Com apoio em séries históricas, são
feitas análises de tendências seculares – longo prazo –, tendências conjunturais –
curto prazo –, flutuações cíclicas e movimentos sazonais;
 cálculo de indicadores econômicos de ciclos de negócios;
 médias móveis – trimestrais, semestrais, anuais – de dados temporais;
 indicadores antecedentes – séries temporais de dados que se relacionam no sentido
de prever o comportamento futuro das atividades econômicas. Por exemplo, a
indústria de papelão para embalagens serve como o indicador antecedente das
indústrias de bens de consumo cujas vendas necessitam de embalagem.
38
Economia Empresarial
MÓDULO 1
Principais métodos econométricos...
 modelos com uma única equação;
 modelos com equações múltiplas.
Com base nos métodos econométricos, existem técnicas de análise de correlação, testes, análises
de erro, entre outras.
Os métodos econométricos podem tornar-se bastante complexos e custosos. Por isso, temos de
tomar cuidado na decisão de usá-los.
Devemos fazer uma ligeira análise custo-benefício para avaliar os prós e contras do grau de
complexidade que almejamos.
4.2 HIERARQUIAS DE PREVISÃO
Podemos dizer que uma previsão de negócios é como uma cebola invertida, pois a casca mais
próxima ao núcleo é coberta por outra, por mais outra e assim sucessivamente.
Começando, então, de fora para o núcleo, observamos, ao fazer previsões, que existe uma hierarquia
entre esses diversos níveis de afastamento do núcleo de negócios em que a empresa está
focada...
nível de hierarquia da previsão
abrangência e descrição
economia do país
O nível de previsões empresariais depende do comportamento de algumas
variáveis gerais da Economia, tais como...
 taxa de crescimento econômico;
 taxa de juros;
 taxa de desemprego;
 taxa de câmbio;
 índice da inflação.
setor da economia
Os grandes setores da Economia são...
 primário – agricultura, pecuária, pesca e mineração;
 secundário – indústria e construção civil;
 serviços – comércio, transportes, governo, finanças, comunicações,
entretenimento...
ramo do setor – pode ser
desdobrado em sub-ramo
Por exemplo, indústrias de veículos, automóveis de passeio.
empresa
Por exemplo, Ford.
produto ou serviço da empresa
Por exemplo, Ford Focus.
39
MÓDULO 1
Economia Empresarial
4.3 SELEÇÃO DA TÉCNICA DE PREVISÕES
A escolha de determinada técnica, idealmente, deve seguir alguns critérios...
 os custos desse método de previsão vis a vis seus benefícios;
 a complexibilidade dos relacionamentos entre as variáveis utilizadas no método;
 a duração de tempo para fazer as previsões, pois de nada adianta uma previsão ser
bem feita se for completada após a decisão estratégica – com a qual ela se
beneficiaria – ter sido feita;
 o hiato de tempo entre o recebimento da informação e a elaboração da previsão;
 o grau de precisão que é considerado necessário para a previsão.
Para o nível empresarial, algumas técnicas de previsões são mais indicadas...
 análise de séries históricas de dados;
 análise de séries históricas ajustadas;
 técnicas barométricas, as quais tentam antecipar tendências – por exemplo, o
crescimento da indústria de embalagens – como indicador antecedente;
 técnicas de apuração de opiniões;
 métodos de econometria;
 análise de insumo-produto;
 técnica vetorial de autorregressão;
 pesquisas de opinião – por exemplo, consenso de previsões.
4.4 PREVISÕES DE NEGÓCIOS, RISCOS E INCERTEZA
Tanto as empresas privadas como o setor público e as ONGs operam em condições de incerteza
quanto à demanda futura para seus produtos e serviços.
Os gestores, como parte de suas tarefas, buscam limitar essas incertezas, tentando fazer previsões
de variações nos custos, nos preços, nas vendas, nos mercados, nas taxas de juros, nas taxas de
câmbio e em outras variáveis que possam impactar seus lucros ou suas receitas.
Nesse sentido, os gestores procuram fazer previsões bastante esmeradas, sabendo que, dessa
maneira, poderão formular e implementar estratégias que atinjam, com maior precisão, seus
objetivos.
A previsão, por mais bem feita que seja, jamais eliminará a incerteza. No entanto, poderá reduzila, inclusive para níveis toleráveis, em termos de confiança nos negócios ou em atividades futuras.
4.4.1 RISCO E INCERTEZA EM PREVISÕES
Conforme vimos anteriormente, uma das atividades mais importantes do gestor de empresas é a
previsão de demanda. Vimos também que a previsão de demanda pode ser qualitativa ou
quantitativa.
40
Economia Empresarial
MÓDULO 1
Qualquer que seja a técnica de previsão empregada, os administradores
enfrentam dois dos grandes problemas das previsões de demanda, o risco e a
incerteza.
Em uma situação de risco, podemos conhecer a distribuição de probabilidades.
Por exemplo...
...a probabilidade de 70% de que as vendas de uma empresa subam 5% ao ano, e de
30% de que o crescimento seja zero.
Já em uma situação de incerteza, estamos totalmente no escuro. Não existe uma distribuição de
probabilidades que nos ajude.
4.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
41
Economia Empresarial
MÓDULO 2
MÓDULO 2 – PRODUÇÃO, CUSTOS E ESTRATÉGIA DE NEGÓCIOS
APRESENTAÇÃO
A produção de mercadorias e serviços é o cerne da atividade empresarial.
A produção de mercadorias e serviços envolve como premissa básica o conhecimento sobre as
condições de demanda de mercado, mas, a partir daí, vai depender da capacidade de organização
e gestão do empreendedor.Esse administrador irá tratar questões relacionadas a melhor combinação
dos fatores de produção – principalmente, mão de obra e capital –, os custos desses fatores e a
escolha da tecnologia mais conveniente em termos econômicos.
O objetivo do administrador é maximizar os lucros.
UNIDADE 1 – LUCROS E MOTIVAÇÃO PARA PRODUÇÃO
1.1 BUSCA DE LUCROS E EMPREENDEDORISMO
Para a teoria econômica, a busca de lucros é o principal motivador para que a empresa se disponha
a tomar riscos e empreender novos negócios.
O lucro – L – é um resíduo entre a receita total – RT – e o custo total – CT – de produção.
Com isso, temos L = RT-CT.
A teoria econômica baseia-se no postulado de que o comportamento
econômico da firma é pautado pela maximização dos lucros.
Esse conceito é estendido para a empresa como um todo, no sentido de que seus administradores
devem ter, como prioridade, a maximização da riqueza dos acionistas, que, por sua vez, resulta da
maximização dos lucros no presente e nos anos futuros de atuação da empresa.
Esse postulado é feito sob uma ótica puramente econômica. Muitas empresas, no entanto, são
movidas por outros elementos de decisão, afetando outras partes interessadas – empregados,
clientes, fornecedores, governo, sociedade, comunidade onde vivem, entidades que buscam
preservar o meio ambiente... Ademais, atualmente, muitas empresas adotam preceitos morais e
éticos como restrições a seu processo de maximização de lucros.
Muitas empresas adotam uma visão em que a prosperidade material – via lucros – deve ser obtida
em harmonia com o progresso social e a responsabilidade ambiental.
Recentemente, surgiram muitos estudos e muitas experiências de comportamento corporativo,
baseados no conceito de Triple Botton Line. A empresa, nesse modelo, deve mostrar seu
desempenho com base no tripé sustentabilidade ambiental, tratamento das pessoas e lucros –
PPL = planeta, pessoas e lucros.
43
MÓDULO 2
Economia Empresarial
Logo, embora não possa ser o único objetivo, em uma perspectiva econômica, a prioridade da
empresa continua sendo a de maximizar os lucros, o que a conduz a se focar em receitas e custos.
1.1.1 CAPACIDADE PRODUTIVA
A firma é a unidade típica do sistema de produção.
Quando nos referimos a países, a capacidade produtiva é determinada...
 pelo tamanho e pela qualidade de sua força de trabalho;
 pela quantidade e pela qualidade de seu estoque de capital;
 pelo estoque e valor estimado de seus recursos naturais;
 pelo conhecimento técnico acumulado e pelo modo como é usado;
 pela natureza e efetividade de suas instituições públicas e privadas;
 pelo grau de empreendedorismo.
Esses fatores de produção, juntamente com as instituições existentes no país
estabelecem o contexto para a função de produção da firma.
1.2 FUNÇÃO DE PRODUÇÃO
O conceito básico da teoria da produção da firma é a função de produção...
A função de produção especifica a produção máxima que pode ser obtida com certa
quantidade de recursos, para determinado estágio do conhecimento técnico e de
engenharia.
A teoria econômica considera três fatores de produção...
 trabalho – L;
 capital – K;
 recursos naturais – N.
Vejamos a fórmula...
Q = F (L, K, N)
Essa é a forma implícita.
A forma explícita – para L e K – pode ser representada pela função de produção Cobb – Douglas,
muito usada em estudos econômicos...
Q = A.Lα.K 1-αα
Onde...
A – tecnologia;
α – participação de L no valor da produção;
α – participação de K no valor da produção.
1-α
44
Economia Empresarial
MÓDULO 2
Na prática, o número de fatores de produção – insumos – é muito maior do que L e K. No entanto,
mão de obra e capital se ressaltam e, para simplificar o entendimento, em geral, utilizam-se
apenas esses dois na análise.
1.2.1 CONCEITOS DERIVADOS
Existem três conceitos que são derivados da função de produção...
 produto total, PT – é o total produzido e medido em unidades físicas, tais como
toneladas de aço, por exemplo;
 produto médio, PMe – se dividirmos a produção de aço pelo número de pessoas
empregadas em sua fabricação, obteremos o produto médio – toneladas de aço
por trabalhador, por exemplo. O produto médio é visto como um sinônimo de
produtividade da mão de obra;
 produto marginal, PMg – é o produto extra ou incremento de produção de aço, que
é possibilitado pelo uso de uma unidade extra do recurso, supondo que os outros
recursos – fábrica, equipamentos – sejam fixos.
1.2.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Vejamos, a seguir, a representação gráfica da função de produção...
45
MÓDULO 2
Economia Empresarial
1.3 TEMPO DA EMPRESA
Os economistas definem tempo de maneira diferente da usual, que é o tempo calendário.
Para eles, o tempo pode ser...
Curto prazo...
Variação de apenas alguns insumos, enquanto os outros se mantêm fixos.
Suponhamos que haja uma fábrica de papel, e que o dono receba uma súbita e grande
ordem de exportação.
Ele não terá tempo para cumpri-la expandindo a planta industrial, adquirindo
equipamentos e ampliando as instalações – fatores fixos.
Ele poderá apenas contratar mais mão de obra, adquirir mais matéria-prima e aumentar
os turnos de produção – fatores variáveis.
Longo prazo...
Variação de todos os fatores.
No exemplo da fábrica de papel, se o dono confiar que haverá, no futuro, um fluxo
anual constante ou crescente de exportações, poderá expandir a planta industrial,
adquirir máquinas e equipamentos mais especializados, treinar melhor os funcionários
e adequar o tamanho da operação para a escala mais eficiente de produção.
Em geral, o curto prazo é caracterizado pela alteração do número de empregados, que pode ser
feita rapidamente.
Mudanças de equipamento e construção de fábricas, por exemplo, levam muito mais tempo,
ocorrendo no longo prazo.
1.4 LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES
De acordo com a lei dos rendimentos decrescentes...
...a partir de determinado patamar de produção, obtemos incrementos do produto
cada vez menores à medida que ocorre o acréscimo de doses adicionais de um recurso,
mantendo os demais fatores de produção constantes.
Nesse processo, o produto marginal vai declinando à medida que a quantidade
produzida aumenta, chegando a tornar-se zero – e até mesmo negativo – em patamares
mais altos de produção.
46
Economia Empresarial
MÓDULO 2
Por exemplo...
Em uma usina siderúrgica, com seus equipamentos e suas facilidades constantes, se
forem adicionados mais e mais trabalhadores, eventualmente, será atingido um nível
de produção de aço a partir do qual cairá o produto marginal por trabalhador.
A lei dos rendimentos decrescentes é uma regularidade empírica observada em muitas situações,
na empresa e na Economia.
1.4.1 RETORNOS DE ESCALA
Um caso diferente acontece quando variamos, simultaneamente, todos os recursos.
Podemos ter três situações...
Retornos constantes de escala...
Havendo uma mudança na mesma proporção – por exemplo, 10% – em todos os
insumos – sinônimo de recursos ou fatores de produção –, a produção cresce na
mesma proporção – 10%.
Retornos crescentes de escala...
Havendo um aumento proporcional em todos os insumos – por exemplo, 10% –, a
produção cresce mais do que essa proporção – por exemplo, 20%.
Retornos decrescentes de escala...
Havendo um aumento proporcional em todos os insumos – por exemplo, 10% –, a
produção cresce menos do que essa proporção – por exemplo, 5%.
1.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – DA PRODUÇÃO PARA OS CUSTOS
2.1 CUSTOS
A teoria dos custos é estruturada com base na teoria da produção.
A teoria dos custos é muito importante para o entendimento e a orientação das decisões
estratégicas dos empresários e para a determinação dos preços de venda.
Por isso, nossa primeira tarefa deve ser o entendimento e a mensuração do
conceito de custos!
Custos são as mensurações dos dispêndios relacionados com o processo de troca ou com a
transformação de recursos.
47
MÓDULO 2
Economia Empresarial
Além disso, custos são a função de valorização dos recursos em sua melhor alternativa
de uso.
A análise de custos é difícil, pois é afetada...
 pelos efeitos de inflação não esperada;
 por mudanças imprevisíveis na tecnologia;
 pelo dinamismo da evolução dos mercados de produtos, dos insumos e dos serviços.
Tal como na produção, os custos podem ser analisados no curto e no longo prazos. Existem várias
técnicas para a estimação dos custos.
A previsão dos custos é uma das áreas mais sensíveis do processo decisório das empresas.
2.1.1 CUSTOS CONTÁBEIS
Os custos contábeis, em geral, mostram o registro de custos históricos explícitos, baseando-se em
despesas mostradas por fluxos de caixa.
Os conceitos contábeis visam padronizar regras para diferentes tipos de empresas, tornando
possível...
...a comparação de desempenho de empresas de vários setores...
...ao mesmo tempo, a criação de bases para proteção de direitos de acionistas e demais
partes interessadas.
2.1.2 CUSTOS ECONÔMICOS
Os custos econômicos...
...têm um caráter mais gerencial, com foco na facilitação da tomada de decisão pelos
gestores da empresa.
...baseiam-se em custos correntes, ou seja, despesas incorridas sob as condições
vigentes no mercado.
Os custos econômicos podem ser explícitos ou implícitos...
Custos explícitos...
Gastos pagos monetariamente. São os dispêndios mensurados em demonstrativos ou
relatórios financeiros.
Custos implícitos...
Baseados em custos de oportunidade. Consistem nos custos de oportunidade pelo
tempo e capital que os administradores tenham investido na produção.
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Economia Empresarial
MÓDULO 2
2.1.3 CUSTO DE OPORTUNIDADE
O principal custo econômico é o chamado custo de oportunidade...
Os custos de oportunidade são a mensuração do sacrifício despendido pela opção
adotada em detrimento da alternativa relegada a segundo plano.
O custo de oportunidade representa o valor do melhor uso alternativo, uso esse preterido em
razão da opção adotada.
Em outras palavras, o verdadeiro custo de algo é aquilo de que abrimos mão para obtêlo.
Trata-se não só do dinheiro gasto para comprar aquele bem mas ainda dos benefícios
econômicos – que os economistas chamam de utilidade – que não usufruimos...
Ao comprar esse bem, não poderemos utilizar nossos recursos para adquirir outros
bens que também trariam satisfação.
Por exemplo, quanto custa para você este curso?
Não é só o dinheiro gasto – que poderia ter sido gasto em viagens, motocicletas... –
mas também as centenas de horas que você dedicou ao programa e que
poderiam ser usadas para outras finalidades – lazer, família...
De maneira mais formal, o custo de oportunidade de produzir uma unidade do bem x é a
quantidade do bem y que precisa ser sacrificada com a finalidade de usar os recursos agora
disponíveis para produzir x em vez de y.
2.1.3.1 DIVERGÊNCIAS ENTRE CUSTOS EXPLÍCITOS E CUSTOS DE OPORTUNIDADE
Existem conflitos entre as diferentes visões de custos.
Podemos assinalar alguns exemplos dessas visões conflitantes...
Custo de depreciação...
Custo incorrido pelo uso de ativos no processo de produção.
Na análise contábil, a depreciação – método linear – segue regras fiscais e
padronizadas.
No conceito econômico, entretanto, a efetiva perda de valor depende do custo
verdadeiro – desgaste por uso e obsolescência – decorrente da utilização do
equipamento.
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MÓDULO 2
Economia Empresarial
Valorização de estoques...
Custo de reposição de estoques em comparação com custos de aquisição.
Na visão contábil, o valor do estoque é calculado pelo custo histórico.
Na visão econômica, o valor do estoque depende de sua contribuição futura para o
processo de produção da empresa e também do valor de mercado dos itens de estoque
a serem adquiridos para essa reposição.
Por exemplo, uma peça de reposição guardada no estoque, para um equipamento que
não é mais usado pela firma ou pela indústria, tem um valor de mercado baixo, ou
mesmo de sucata. O valor histórico de seu custo, na época de sua aquisição, tem pouca
importância do ponto de vista econômico.
Disponibilidades sem uso...
Custo de manutenção de determinado ativo que não integra o processo produtivo.
Suponhamos que uma empresa tenha alugado, por 5 anos, a R$ 60,00/m2, um imóvel
de 100.000 m2, com pesadas multas em caso de rescisão.
A prática, entretanto, mostrou que a empresa só necessitaria de metade da área, e seria
muito fácil, em termos de layout, alugar os outros 50.000 m2.
Existe aí uma oportunidade, mas que preço de aluguel seria aceitável?
Para os economistas, caso o melhor preço que a empresa conseguisse no mercado
fosse o de R$ 30,00/m2, ainda assim compensaria alugar. Em termos contábeis, no
entanto, o raciocínio seria muito mais complicado.
Aluguel de imóvel próprio e trabalho do proprietário na empresa...
Nos dois casos, não existe um custo explícito.
Efetivos custos de oportunidade não seriam adequadamente computados em
uma visão contábil, embora fossem considerados pela visão econômica.
Em ambos os casos, estimar-se-iam valores aproximados de mercado para a
computação desses custos implícitos.
2.1.4 CUSTOS INCREMENTAIS E SUNK COSTS
O custo incremental é a variação líquida nos custos causada por determinada
decisão de gestão.
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Economia Empresarial
MÓDULO 2
Suponhamos que a empresa aérea Azul decida acrescentar uma rota pelo Aeroporto
de Congonhas. Isso irá representar um acréscimo de custos na operação.
Esse acréscimo é líquido e pode ser negativo ou positivo, nesse exemplo, caso a nova
rota via Congonhas signifique um corte de rotas no Aeroporto de Viracopos.
O conceito de sunk costs, embora esteja também relacionado ao conceito de custo de
oportunidade, é diferente.
Sunk costs são custos que foram feitos no passado e que têm de ser julgados no
presente em função de sua rentabilidade futura.
Sunk costs são irrelevantes para uma tomada de decisão, ou seja, não desempenham
qualquer papel significativo para apontar uma direção ótima de atuação da empresa.
Por exemplo, há alguns anos, a Áustria construiu todas as instalações para uma
usina nuclear – mais de US$ 20 milhões.
Pouco antes de começar a produzir eletricidade, assumiu um novo governo.
Como existia uma discussão acalorada em torno do assunto, o novo governo
organizou um referendo. O voto majoritário foi favorável à proibição de
funcionamento da usina.
Quanto passaram a valer os milhões de dólares gastos na construção da usina?
Quase nada...
Após uma licitação para diferentes possibilidades de uso das instalações,
construídas em concreto armado, venceu a proposta de se criar um museu, e o
mesmo acabou pagando apenas algumas dezenas de milhares de dólares pelas
instalações e prédios...
2.1.5 REGRAS PRÁTICAS SOBRE CUSTOS
Podemos tirar algumas conclusões sobre o conceito de custos...
 os custos podem ser mensurados de diferentes maneiras, dependendo de seu
propósito de utilização;
 uma análise de custos deve ser baseada em uma cuidadosa consideração das
alternativas relevantes para decisão;
 os custos e os benefícios de cada alternativa de decisão devem ser comparados;
 os custos, em uma atividade econômica cuja obtenção se dá por relatórios de
gastos, são apropriados para a tomada de decisão;
 custos de disponibilidades – sem usos – não devem ser considerados para apuração
de níveis ideais de rentabilidade. É necessário fazer um ajuste tendo por base o
cálculo da perda implícita por não dar uso econômico à propriedade ociosa;
 na maioria dos casos, o custo de oportunidade de determinada atitude, no processo
decisório, é muito difícil de ser mensurado.
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MÓDULO 2
Economia Empresarial
2.1.6 LUCRO ECONÔMICO
Dando prosseguimento à discussão sobre custos, podemos redefinir o lucro.
O lucro, na visão contábil, é a diferença entre receita total e custo total, sendo que, nos custos, são
computados apenas os itens explícitos.
Na visão econômica, o que muda é a inclusão de custos implícitos no cálculo.
lucro econômico = receita total - custos explícitos (contábeis) custos implícitos
Desse modo, o lucro, medido pela visão econômica, costuma ser diferente – em geral,
menor – do que o lucro em uma visão contábil.
2.2 CUSTOS DE PRODUÇÃO
O custo de produção de uma empresa é determinado por três aspectos em seu conjunto...
...as condições físicas da produção...
...os preços dos fatores de produção...
...a conduta eficiente do empresário sob um ponto de vista econômico e gerencial.
Existe também – como na teoria da produção – uma teoria dos custos de curto prazo e uma teoria
dos custos de longo prazo.
No curto prazo, os custos se classificam em custos fixos e custos variáveis.
No longo prazo, todos os custos são variáveis.
A teoria dos custos está relacionada com a teoria da produção.
2.2.1 CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIÁVEIS
Vejamos as diferenças entre custos fixos e custos variáveis...
Os custos fixos permanecem imutáveis à medida que varia a quantidade produzida.
São itens como compra de plantas industriais, escritórios e máquinas, ou contrato
longo de aluguel dos imóveis das plantas industriais, leasing de equipamentos com
base em contratos de longa duração, taxa de juros e amortizações em empréstimos de
longo prazo, além de outras obrigações contratuais que não variam com o volume de
produção.
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Economia Empresarial
MÓDULO 2
Os custos variáveis se alteram à medida que a produção aumenta ou diminui.
Incluem gastos de mão de obra, matérias-primas, combustível, eletricidade...
2.2.2 ENFOQUE ECONÔMICO DE MENSURAÇÃO
Os custos também são classificados em...
 totais;
 médios – por unidade de produção;
 marginais – o custo adicional de produção de uma unidade extra de produção.
2.2.3 CURVAS DE CUSTO MÉDIO E MARGINAL
Os gráficos mostram as curvas de custo médio e marginal, que apresentam a forma de um U...
Podemos observar, no gráfico anterior, que a curva de CMg cruza a curva de CMe no ponto
mínimo dessa última.
Isso é uma regra geral, determinada pela geometria das curvas e do cálculo marginal.
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MÓDULO 2
Economia Empresarial
2.2.4 VINCULAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO E CUSTOS
O gráfico mostra a relação entre produção e custos, relacionando as curvas de produto médio –
PMe – e produto marginal – PMg – com as curvas de custo médio – CMe – e custo marginal –
CMg...
Podemos observar, no gráfico anterior, que, para a análise econômica, após cruzar o ponto mínimo
da curva CMe, o trecho relevante da curva de CMg é o do segmento crescente dessa curva.
Com base nesse trecho, é que se define a curva de oferta da firma.
2.3 DEFINIÇÃO DE CUSTOS
Caso, por simplicidade, consideremos apenas dois fatores – um fixo K e outro variável L –, podemos
construir, por meio de um exemplo, a seguinte classificação...
54
MÓDULO 2
Economia Empresarial
Com base na curva de custo médio e custo marginal, podemos elaborar as seguintes definições...
custo total, custo total médio e custo total marginal – CT, Cme e CMg –,
segundo custo fixo e custo variável
quantidade
do produto
custo fixo
total
custo
variável
total
custo
total
custo fixo
médio
custo
variável
médio
custo total
médio
custo
marginal
1
R$ 200,00
R$ 20,00
R$ 220,00
R$ 200,00
R$ 20,00
R$ 220,00
-
2
R$ 200,00
R$ 32,00
R$ 232,00
R$ 100,00
R$ 16,00
R$ 116,00
R$ 12,00
3
R$ 200,00
R$ 42,00
R$ 242,00
R$ 66,70
R$ 14,00
R$ 80,70
R$ 10,00
4
R$ 200,00
R$ 52,00
R$ 252,00
R$ 50,00
R$ 13,00
R$ 63,00
R$ 10,00
5
R$ 200,00
R$ 60,00
R$ 260,00
R$ 40,00
R$ 12,00
R$ 52,00
R$ 8,00
6
R$ 200,00
R$ 81,00
R$ 281,00
R$ 33,30
R$ 13,50
R$ 46,80
R$ 21,00
7
R$ 200,00
R$ 112,00
R$ 312,00
R$ 28,60
R$ 16,00
R$ 44,60
R$ 31,00
8
R$ 200,00
R$ 144,00
R$ 344,00
R$ 25,00
R$ 18,00
R$ 43,00
R$ 32,00
9
R$ 200,00
R$ 180,00
R$ 380,00
R$ 22,20
R$ 20,00
R$ 42,20
R$ 36,00
10
R$ 200,00
R$ 258,00
R$ 458,00
R$ 20,00
R$ 25,80
R$ 45,80
R$ 78,00
Custo fixo total – CFT...
Soma dos custos de curto prazo, tanto os custos explícitos quanto os custos implícitos –
custos de oportunidade do capital – que não variam com a produção.
Custo variável total – CVT...
Soma das quantias gastas na compra das quantidades dos insumos variáveis utilizados
na produção, ou seja, os gastos que variam com a produção.
Custo total – CT...
No curto prazo, é igual a CT = CFT + CVT.
Custo fixo médio – CFMe...
Custo fixo total dividido pela produção.
Custo variável médio – CVMe...
Custo variável total dividido pela produção.
Custo total médio, CTMe...
Custo total dividido pela produção.
Custo marginal – CMg...
Adição para o custo total atribuída à adição de mais uma unidade para o total produzido.
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MÓDULO 2
Economia Empresarial
2.4 LONGO PRAZO E FATORES DE PRODUÇÃO
No longo prazo, todos os fatores de produção tornam-se variáveis. Não há mais fatores fixos,
conforme ocorre na teoria da produção do curto prazo.
O empresário opera em um cenário de estratégia e de planejamento com longos períodos de
tempo no futuro.
Nesse cenário, ele pode combinar os fatores de produção e escolher o tamanho de planta – bem
como seu número e sua localização –, assim como a escala de produção, da maneira mais adequada
para seus objetivos.
No exemplo de dois insumos, capital, K, e mão de obra, L, a produção pode
ser representada por...
Q = f (K, L)
ΔK – ou dQ/dK.
Nesse caso, o produto marginal do capital – PMgK – é representado por ΔQ/Δ
ΔL – ou dQ/dL.
O produto marginal da mão de obra – PMgL – é ΔQ/Δ
À medida que mais capital K for utilizado, seu produto marginal tenderá a cair, pois L
não está sendo aumentado.
Nesse processo, o que aumenta é o produto marginal de L.
Caso seja feito o inverso, aumentando-se L e mantendo-se K fixo, o PMgL cai e o
PMgK aumenta.
Nesse horizonte de longo prazo, a empresa deve buscar maximizar sua produção, dado um
orçamento fixo para operar, ou então – e isso é um espelho da regra de decisão anterior –
minimizar seus custos, dado um fixo volume de produção que pretende alcançar.
2.4.1 ISOCUSTOS
A ponte entre as teorias da produção e os custos se dá pelas curvas de isocustos e de isoquantas.
A curva de isocustos – na verdade, representada por uma reta no caso de dois fatores – mostra a
combinação de fatores de produção que podem ser comprados com dado orçamento – M.
O orçamento é o montante de recursos de que a empresa dispõe para organizar a
produção. Em geral, o orçamento é constante no curto prazo.
Esse orçamento toma como parâmetros os salários – PL –, juros – Pk – e outros preços dos fatores
de produção – os quais a empresa não tem poder de influenciar ou alterar.
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Economia Empresarial
MÓDULO 2
O que o empresário maneja é a quantidade empregada de capital, a mão de obra e os demais
fatores de produção...
M = K.Pk + LPL
Em que M, Pk e PL são constantes, e K e L as variáveis.
2.4.2 ISOQUANTAS
A curva de isoquantas mostra as diferentes combinações dos diversos fatores de produção que
podem ser usados para produzir determinada quantidade de produção.
Certos produtos podem ser fabricados usando-se métodos intensivos de trabalho –
muita mão de obra e pouca mecanização – ou com métodos intensivos de capital –
muita mecanização e pouca mão de obra.
A isoquanta mostra apenas as combinações tecnicamente eficientes.
A inclinação da isoquanta é a razão entre os produtos marginais de K e L.
Chamamos essa razão de Taxa Marginal de Substituição Técnica – TMST...
ΔQ / ΔK] ÷ [Δ
ΔQ / ΔL]
TMST (K,L) = [Δ
ou
TMST (K,L) = [dQ / dK] ÷ [dQ / dL]
A inclinação da isoquanta é negativa, refletindo o fato de que, ao utilizarmos, mais
intensamente, um fator – por exemplo, K –, seu PMgK cai e o PMgL aumenta.
Visto de outra maneira, caso decidamos utilizar métodos intensivos de capital, o fator mais escasso –
L – vai necessitar, proporcionalmente, de mais do fator mais abundante – K – para que se mantenha
o mesmo nível de produção.
A otimização da produção se dá no ponto em que a isoquanta tangencia, por cima, a curva de
isocusto, ou seja, em equilíbrio, uma firma utiliza os fatores que adquiriu para produzir o maior
volume de produção possível, correspondendo à isoquanta que tangencia sua curva de isocusto.
2.4.3 EXEMPLO
Suponhamos que uma firma tenha um orçamento fixo – M – de ICo.
A inclinação dessa reta foi obtida com base nos preços fixos de L e K.
57
MÓDULO 2
Economia Empresarial
Caso esses preços relativos se alterem, a inclinação da curva muda.
O empresário, por sua vez, calcado em um comportamento eficiente, busca um nível de produção
fazendo uso da combinação de insumos que equaliza a taxa marginal de substituição técnica –
TMST – com a razão entre os preços dos insumos – PL/PK.
Em equilíbrio...
TMST = PMgL/PMgK = PL/PK
Ou seja...
PMgL/PL = PMgK/PK
2.4.4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Em termos gráficos, a otimização se dá quando a maior isoquanta possível – IQj –, com base em
uma função de produção, é tangenciada por baixo pela curva de isocusto – IC0 –, com base nos
preços dos insumos.
No gráfico a seguir, o ponto A mostra a eficiência técnica, pois a empresa está utilizando
o capital e a mão de obra ao menor custo para produzir IQj.
É possível construir uma tabela, um esquema, uma função matemática ou um gráfico que relacione
o custo total para cada nível de produção.
58
Economia Empresarial
MÓDULO 2
Com efeito, cada posição de tangência da curva de isoquanta com a menor curva
possível de isocusto determina não só a combinação ótima de fatores como o custo
total otimizado da empresa para aquele nível de produção escolhido.
2.4.5 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA – CAMINHO DE EXPANSÃO
O caminho de expansão – união dos pontos A, B e C – é obtido pela tangência das curvas de
isoquantas com as curvas de isocusto, dada uma vertente tecnológica, como veremos no gráfico
a seguir...
2.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 3 – ANÁLISE, CÁLCULO E PREVISÃO DE CUSTOS
3.1 PLANEJAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZOS
Sob um olhar pragmático, quando se trata de produção, o que é relevante é
o curto prazo. O longo prazo é o espaço dos sonhos da empresa!
Existe uma ponte muito forte entre o curto e o longo prazos – a capacidade instalada da empresa,
que, em geral, não pode ser mudada porque influencia as curvas de curto prazo.
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MÓDULO 2
Economia Empresarial
No longo prazo, entretanto, no horizonte de planejamento, o empresário pode buscar
investir naquela planta industrial que represente a escala ótima de produção.
3.1.1 ADEQUAÇÃO DA PLANTA INDUSTRIAL
No curto prazo, o empresário tem de se adequar ao tamanho existente de
sua planta industrial.
O empresário observa o comportamento da demanda. Caso perceba que sua escala de operação
e a dimensão de sua planta industrial não estão adequadas para a demanda prevista...
...o empresário deverá, no horizonte de planejamento, conciliar um tamanho de planta
eficiente e uma escala ótima de produção para a demanda prevista.
Por outro lado, no longo prazo, as empresas podem escolher a combinação de insumos que
minimizará os custos de produção para um nível desejado de produção.
As funções de custos no longo prazo podem ser obtidas diretamente a partir da função
de produção, por meio da obtenção do caminho de expansão do processo produtivo.
3.2 CURVA ENVELOPE
A curva envelope – demonstrada no gráfico – é uma técnica de planejamento que busca, com
base em custos médios de diferentes tamanhos de produção, traçar a curva de custo médio de
longo prazo para a escala ótima de produção.
No curto prazo, o empresário não tem muita opção – ele otimiza seus custos, dado o tamanho de
sua planta.
Contudo, do ponto de vista econômico, pode ocorrer de ele estar com um tamanho de
planta que não é o ideal.
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MÓDULO 2
Economia Empresarial
Por exemplo, o empresário está com uma planta pequena – planta 1. Ele produz em Q0, no ponto
E. Dadas as circunstâncias, está sendo eficiente.
No entanto, se, no planejamento do empresário, o nível de produção previsto para atender ao
mercado passa a ser acima de Q0, ele se posicionará para ampliar sua escala para uma planta 2 e
operar no ponto F.
Posteriormente, o empresário pode ir ampliando sua produção com custos médios decrescentes
até G. Chegando a esse ponto, ele atinge a escala ótima.
Note que, no mundo real, os equipamentos e as máquinas são fornecidos em categorias de
tamanho – pequeno, médio e grande porte –, havendo certo grau de indivisibilidade, o que
explica a descontinuidade mostrada no gráfico de tamanhos diferentes de firmas.
3.3 ECONOMIA E DESECONOMIA DE ESCALA
No longo prazo, na Teoria da Produção, quando todos os fatores são variáveis, podem surgir três
situações de retornos de escala – constantes, crescentes e decrescentes.
Em termos técnicos, se multiplicarmos todos os insumos por
– lambda –, existem três
situações...
 a produção também é multiplicada por
, e temos retornos constantes de escala;
 a produção é multiplicada por um fator maior do que
, e observamos, então,
economias de escala;
 a produção é multiplicada por um fator menor do que
, e observamos, então,
deseconomias de escala.
Na Teoria dos Custos – que utiliza dados financeiros em vez de quantidades de produção –, existe
um conceito assemelhado, chamado também de economia de escala.
Nesse caso...
...economias de escala aparecem quando os custos médios de longo prazo – CMeLP –
são decrescentes.
...deseconomias de escala aparecem quando os CMeLP são crescentes.
...sem economias ou deseconomias de escala – que ocorrem quando os custos médios
de longo prazo são constantes.
Por exemplo, se aumentarmos em 10% o uso de cada insumo, temos retornos constantes de
escala – RC –, quando o custo de produção também aumenta em 10%.
61
MÓDULO 2
Economia Empresarial
Caso custo de produção cresça por menos de 10%, temos economia de escala.
Caso, entretanto, o custo de produção suba mais que 10%, observamos o caso de
deseconomia de escala.
3.3.1 EXPLICAÇÃO DE ECONOMIAS DE ESCALA
A discussão sobre economias de escala aponta a especialização da mão de
obra e a divisão – melhor organização – do trabalho como os principais fatores
para explicar as economias de escala.
A tecnologia também contribui, o que aponta para economias de escala.
Por exemplo...
Em plantas petroquímicas, é mais barato usar tubos de 6 polegadas do que dois tubos
paralelos de 3 polegadas.
Do mesmo modo, uma prensa de 10 toneladas não custa o dobro do que duas prensas
de 5 toneladas cada.
Finalmente, à medida que expandimos a escala de operações, existem ganhos qualitativos em
adição aos quantitativos.
Por exemplo, técnicas de automação podem ser usadas para grandes volumes de
produção, mas são antieconômicas para pequenos volumes.
3.3.1.1 OBSERVAÇÕES SOBRE AS ECONOMIAS DE ESCALA
As possibilidades de surgimento das economias de escala podem ser divididas em três categorias...
Economia sobre produto específico...
Economias de escala obtidas sobre um produto específico.
Economia sobre uma planta específica...
Economias de escala obtidas em determinada planta fabril.
Economia sobre uma empresa específica...
Economias de escala relacionadas com uma empresa.
62
Economia Empresarial
MÓDULO 2
3.3.1.2 DEMAIS POSSIBILIDADES DE ECONOMIA DE ESCALA
Algumas possibilidades de economias de escala estão associadas ao perfil operacional da empresa,
ou seja...
...à economia possível em função da associação entre a produção e a distribuição do
produto fabricado.
...à existência de melhores condições para a obtenção dos recursos financeiros.
...à inovação tecnológica.
...à capacidade gerencial.
À medida que a empresa cresce em termos de tamanho, esses recursos podem ser usados para
obter economias com uma maior e mais bem distribuída compra física dos insumos ao longo do
ano.
Dessa forma, podemos evitar as flutuações nos custos dos insumos.
3.3.1.3 PERDAS DE ECONOMIA DE ESCALA
As deseconomias de escala aparecem, em geral, devido...
 à burocracia;
 à lentidão no processo decisório;
 à sobrecarga do executivo principal;
 a outras mazelas que prejudicam o desempenho eficiente de organizações com
um porte muito grande.
As fontes das perdas de economia de escala estão associadas...
...aos custos de transporte e ao encarecimento do valor das terras, dos terrenos e dos
imóveis, e seus reflexos sobre os salários...
...à imperfeição no mercado de trabalho, que causa pressões sobre os custos e a oferta
de trabalho para indústrias e regiões específicas...
...às questões de coordenação e controle pelo gerenciamento.
3.3.1.4 ECONOMIAS PECUNIÁRIAS VERSUS ECONOMIAS TECNOLÓGICAS
As economias de escala foram vistas como redução de custos; as deseconomias de escala, como
aumento dos custos à medida que cresce a produção.
As economias de escala se originam no processo de produção e derivam de razões técnicas
ligadas à combinação dos fatores e a suas respectivas produtividades. Elas se baseiam em situações
de retornos crescentes de escala – economias tecnológicas.
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MÓDULO 2
Economia Empresarial
A análise de economias de escala se baseia em resultantes e rebates sobre
os custos de economia advindos no processo de produção.
Outra possibilidade seria os custos caírem ou subirem em função de reduções ou aumentos nos
preços dos fatores de produção. Por exemplo...
O preço de determinados insumos pode decrescer à medida que aumenta a produção
da indústria que os utiliza.
Ainda, à medida que cresce, a indústria pode deparar-se com um mercado fornecedor
de insumos que aumenta o preço unitário do insumo fornecido, por razões técnicas ou
de organização do mercado.
Essa é a chamada economia ou deseconomia pecuniária de escala, que, entretanto, não representa
uma real redução de uso dos recursos da sociedade ou um real aumento nos custos reais de
produção.
Ela resulta, em geral, de diferentes graus de poder de mercado e de transferências de
renda das partes envolvidas na transação.
3.3.1.5 ECONOMIA DE ESCOPO
As economias de escopo são economias geradas pela produção de dois bens em uma única
unidade de produção comparadas com os custos de produção em unidades separadas.
Em outras palavras, caso a firma produza mais de um produto e seja mais
barato fabricá-los na mesma planta do que criar uma planta industrial para cada
produto, estaremos diante de uma situação de economias de escopo.
3.4 ESTIMATIVAS E PREVISÕES
Os estudos sobre custos costumam seguir duas abordagens – alguns procuram estimar custos de
curto prazo para atender a problemas mais urgentes, ao passo que outros estão preocupados com
questões de longo prazo.
Vamos acompanhar essa dicotomia examinando, primeiro, as
estimativas de custos no curto prazo e depois no longo prazo.
3.4.1 ESTIMATIVAS DE CUSTOS NO CURTO PRAZO
Os principais problemas para o estudo de funções de custos no curto prazo estão associados à
escolha da metodologia voltada para obtenção da estimativa.
Vejamos os principais problemas relacionados aos estudos de custos no curto prazo...
64
Economia Empresarial
MÓDULO 2
Os custos econômicos seguem a lógica do raciocínio econômico de custo de oportunidade...
Equivalem ao valor da alternativa mais desejável que deixou de ser usado e são
representados por valores de cálculos implícitos, enquanto os gastos são dispêndios
incorridos efetivamente.
Os custos diretos incluem materiais, suprimentos, custos de trabalho e outros custos fixos diretos
dispensáveis. Não estão inclusos nos custos diretos os custos administrativos e os demais custos
fixos, também chamados custos indiretos.
Outro procedimento é estimar o custo do total de gastos nas estimativas de custos variáveis de
curto prazo para a empresa.
3.4.2 RENDIMENTOS EMPRESARIAIS NO LONGO PRAZO
A indústria pode ter rendimentos – retornos ou economias – de escala crescentes, constantes ou
decrescentes. Isso está refletido no comportamento da curva de custo médio de longo prazo –
chamada envelope.
O gráfico a seguir mostra um formato de curva bem típico da indústria, que...
...possui economias de escala em seus estágios iniciais de expansão – uso mais eficiente
de equipamentos, melhor adequação das máquinas, maior coordenação e
especialização da mão de obra...
...obtém uma longa faixa de produção com economias constantes de escala, até,
eventualmente, atingir um estágio em que burocracia, dificuldades de controle, altos
custos de gestão de pessoas, aumento do custo da terra e efeitos ambientais negativos,
além de outros que fazem aumentar os custos médios, quando a empresa ingressa na
região de deseconomias de escala.
65
MÓDULO 2
Economia Empresarial
No longo prazo, o principal objetivo dos estudos e de previsões é estimar o formato da curva de
custo de longo prazo.
3.4.2.1 FORMATO DA CURVA ENVELOPE
A curva envelope tem a forma de um U aberto. No entanto, existe muita discussão se isso ocorre
na prática...
Alguns autores acham que a curva é como um L, com uma pequena parte vertical e
uma grande parte horizontal. Nesse caso, haveria economias de escala em volumes
pequenos de produção, mas, em seguida, as empresas teriam rendimentos constantes
de escala.
Outros autores acham que a curva parece um V, em que haveria economias ou
deseconomias de escala e poucas oportunidades para rendimentos constantes de
escala.
Nossa opinião, com base em muitos estudos empíricos consultados, é a de que a curva de CMLP
tem o formato mostrado no gráfico a seguir, isto é...
...um trecho de economias de escala a baixos níveis de produção – abaixo de V0, um
extenso trecho com rendimentos constantes de escala – entre V0 e V1 –, seguido por
um trecho de deseconomias de escala, acima de V1, a altos volumes de produção.
custos médio de
produção
V0
66
V1
quantidade
produzida
Economia Empresarial
MÓDULO 2
3.4.2.2 ESTIMATIVAS DE CUSTOS NO LONGO PRAZO
Os três métodos geralmente utilizados para estimativas das relações de custos e produção no
longo prazo são...
Estimativas estatísticas e econométricas...
As estimativas estatísticas e econométricas, geralmente, baseiam-se em séries históricas
de produção e custos.
Técnicas de engenharia para apuração de custos...
Nessas técnicas, são utilizados estudos de engenharia com especificações técnicas e
orçamentos atualizados para estimar os custos à medida que aumenta a escala de
produção.
Técnica de sobreviventes...
Nessa técnica, organiza-se a distribuição de firmas da indústria segundo classes de
tamanho – com base no número de empregados, no faturamento, no volume de
produção... – e examina-se como o número de firmas é alterado em cada classe
década a década ou quinquênio a quinquênio.
O pressuposto é que sobrevivem as firmas que pertencem a tipos de tamanho que
suportem o teste darwiniano, ou seja, algumas classes de tamanho mostrarão sucesso,
enquanto outras tenderão ao desaparecimento – Lei da Sobrevivência.
3.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 4 – ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO – BREAK-EVEN
4.1 MÉTODO DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO
Existem algumas áreas da Economia em que engenheiros, administradores, contabilistas e outros
têm fornecido importantes contribuições.
Essas contribuições, em geral, visam dar um caráter mais pragmático a determinados
tópicos de interesse para a Economia, como a análise de custos.
Embora os economistas façam ressalvas à análise do ponto de equilíbrio – APE, também conhecida
como análise de ‘break-even’ –, ela ganhou bastante aceitação por ser muito intuitiva e prática.
A análise do ponto de equilíbrio tem por objetivo analisar e apurar as influências
entre volume de vendas, de custo e de lucros em vários níveis de produção.
67
MÓDULO 2
Economia Empresarial
4.1.1 PROPÓSITO DA APE
O propósito da APE é determinar o nível de produção que equaliza a receita total – RT – com o
custo total – CT.
Como o lucro – L – é a diferença entre RT e CT, a APE é também chamada de análise de
lucratividade.
O ponto em que RT é igual a CT é chamado de break-even – ponto de equilíbrio ou de
nivelamento.
Essa análise é muito utilizada para...
...questões que envolvam o ponto mínimo de vendas ou a produção com a finalidade
de viabilizar, economicamente, a empresa.
...o exame do ponto de equilíbrio em operações de aplicações intensivas de
equipamentos.
...planos de negócios cujo objetivo seja criar novas empresas.
A metodologia de análise consiste em proporcionar uma ferramenta para...
 mensurar os efeitos das variações nos preços de venda, custos fixos e variáveis;
 encontrar o ponto – de quantidade produzida ou vendas – a partir do qual as
operações serão lucrativas.
4.2 CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO
Uma característica do método APE é a simplicidade de sua aplicação. O método emprega análises
lineares de ponto de equilíbrio.
Na aplicação da análise do ponto de equilíbrio, a não linearidade das relações entre as receitas de
vendas e os custos dos produtos é remanejada para uma função linear.
Essa análise pode ser feita por dois métodos...
 método gráfico – mais comum;
 método algébrico.
4.2.1 MÉTODO GRÁFICO
Pelo método gráfico, para determinarmos o ponto de equilíbrio de empresas, estão envolvidas
três etapas...
 traçar uma linha passando pela origem que represente a receita total;
 traçar uma linha nascendo em um ponto representativo do volume de custos fixos
para representar o custo total;
 determinar o ponto onde essas duas linhas se interceptam e, desse ponto de
interceptação, na linha das quantidades, determinar o volume de produtos.
68
Economia Empresarial
MÓDULO 2
O gráfico a seguir apresenta a representação gráfica de uma análise do ponto de equilíbrio...
O gráfico à esquerda mostra curvas que foram transformadas em retas no gráfico à direita, para
facilitar a análise no trecho relevante da região de break-even.
Observemos que a análise está interessada em Q0 – ponto de nivelamento – e tende
a ignorar o ponto Q1, que pode aparecer em uma análise mais geral.
4.2.2 MÉTODO ALGÉBRICO
O método algébrico consiste no método matemático para cálculo do ponto de equilíbrio Q* e se
baseia nas seguintes equações...
RT = P x Q
Onde...
 receita total – RT;
 preço unitário – P;
 quantidade – Q.
CT = CF + CV x Q
Onde...
 custos totais – CT;
 custos fixos – CF;
 custos variáveis por unidade – CV.
69
MÓDULO 2
Economia Empresarial
Em equilíbrio, sem lucro mas também sem prejuízo, temos...
RT = CT
O pressuposto da análise do ponto de equilíbrio – break-even-analysis – é buscar o volume de
produção em que a receita empata com o custo.
4.2.3 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NA QUANTIDADE PRODUZIDA
Remanejando as equações do método algébrico, temos...
PQ = CF + (CV x Q)
No ponto de equilíbrio, tendo como foco a quantidade produzida, e com base na equação anterior,
obtemos...
Q* = CF/P - CV
Onde...
 quantidade do ponto de equilíbrio – Q*.
A diferença entre o preço unitário de venda e os custos variáveis por unidade é denominada
margem de contribuição unitária – MCU...
P - CV = MCU
Dessa forma, o ponto de equilíbrio examinado anteriormente pode ser visto como...
Q* = CF / MCU
4.3 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NAS VENDAS
Uma outra medida de ponto de equilíbrio focaliza o faturamento, e não a quantidade produzida.
Nesse caso, em equilíbrio, temos...
V* = (P x CF) / (P - CV)
...ou...
V* = (P x CF) / MCU
...ou ainda...
V* = CF / (1 - CV / P)
70
Economia Empresarial
MÓDULO 2
Onde...
 volume de vendas de equilíbrio – V*;
 preços unitários – P*.
4.3.1 MÉTODO ALGÉBRICO COM FOCO NOS LUCROS
Caso a meta seja obter uma determinada quantia de lucros, que é chamada de lucro-alvo – LA –
a fórmula é...
QL* = (CF + LA)/MCU
Onde...
 ponto de equilíbrio com lucro-alvo – QL*;
 lucro-alvo – LA.
4.3.2 EXEMPLOS PRÁTICOS DO MÉTODO ALGÉBRICO
Vamos apresentar alguns exemplos práticos do uso das fórmulas do método algébrico...
Suponhamos, por exemplo, que a empresa mostre os seguintes dados, que serão a
base da análise do ponto de equilíbrio...
P = 10
CF = 100
CV = 5
LA = 40
Queremos calcular...
Q* = ?
V* = ?
QL * = ?
ponto de equilíbrio da quantidade...
Q* = 100/(10 - 5) = 20
ponto de equilíbrio das vendas...
V* = (100 x 10)/(10 - 5) = 200
...ou, na outra fórmula alternativa...
V* = 100/(1-5/10) = 100/(1 - 0,5) = 200
71
MÓDULO 2
Economia Empresarial
margem de contribuição unitária...
MCU = 10 - 5 = 5
ponto de equilíbrio na quantidade com lucro-alvo...
QL* = (100 + 40)/5 = 28
4.3.3 APLICAÇÕES MAIS ABRANGENTES DO MÉTODO ALGÉBRICO
A análise do ponto de equilíbrio apresenta algumas limitações...
Aplicação da análise do ponto de equilíbrio...
A aplicação da análise do ponto de equilíbrio tem valor quando suas presunções e seus
pressupostos são válidos.
Preços de vendas constantes e custos variáveis unitários...
Em análises do ponto de equilíbrio, as presunções de preços de vendas constantes e
custos variáveis unitários, na prática, diferem da realidade, em que tais fatores não são
lineares, provocando modificações constantes no ponto de equilíbrio.
Composição dos custos operacionais...
A separação exata dos custos operacionais em fixos e variáveis é prejudicada, pois os
mesmos ítens de custos, podem ser, em parte, fixos e, em parte, variáveis.
Produtos múltiplos...
O modelo de ponto de equilíbrio assume que a linha do produto é fixa. Entretanto,
normalmente, tal linha de produto sofre contínuas modificações.
Incertezas...
Outra presunção da análise do ponto de equilíbrio são os preços de venda, custos
variáveis e custos fixos serem conhecidos em determinado nível de produção, quando,
na prática, tais parâmetros são subjetivos e incertos.
Inconsistência no horizonte planejado...
A análise do ponto de equilíbrio é elaborada para períodos de um ano ou menos. No
entanto, alguns componentes dos custos têm um horizonte de retorno mais longo do
que o tempo projetado.
4.4 UTILIDADE DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO
A simplicidade da análise do ponto de equilíbrio está associada a um grande potencial de extensão
para outras análises, como as análises financeiras de ponto de equilíbrio e dos riscos do
empreendimento.
72
Economia Empresarial
MÓDULO 2
As informações geradas pela análise do ponto de equilíbrio podem ser usadas para
avaliação da taxa de risco operacional a que cada empresa está exposta, por exemplo.
Muitas empresas fazem operações com intensiva aplicação de diversos equipamentos
e bens de capital, que, em geral, resultam em altos custos fixos.
A empresa, quando investe muito em equipamentos e outros custos fixos,
usa a alavancagem operacional com a esperança de obter retornos acima dos
custos fixos incorridos e, dessa maneira, proporcionar lucros aos acionistas.
4.4.1 UTILIDADE DA ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO
O mercado corporativo usa a expressão em inglês EBIT – earnings before interest and taxes – para
designar a medida de lucro. Em português, seria lucros brutos da empresa incluindo imposto de
renda e juros de capital.
A medida de aplicação intensiva em equipamentos é a medida de como
está a sensibilidade empresarial da EBIT em relação ao comportamento das
vendas.
Um grande investimento em capital fixo pode provocar muita volatilidade na EBIT, pois a empresa
irá precisar de um grande volume de vendas para justificar esse investimento.
No entanto, esse volume de vendas corre dois tipos de risco...
...o preço pode cair, prejudicando os negócios.
...a quantidade vendida pode ficar muito abaixo da quantidade de produção necessária
para viabilizar o empreendimento.
4.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
73
Economia Empresarial
MÓDULO 3
MÓDULO 3 – ESTRUTURAS DE MERCADO, CONCORRÊNCIA, PODER ECONÔMICO
E REGULAMENTAÇÃO GOVERNAMENTAL
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, começaremos analisando a forma como o mercado se estrutura e as forças
competitivas que agem sobre ele.
A seguir, trataremos das condições que definem a concorrência perfeita, em que um grande
número de empresas operando na mesma linha de negócios garante a existência de um mercado
cujas forças de demanda e oferta – ou de receita e custo – determinem a alocação de recursos e
a distribuição de renda.
No outro extremo, analisaremos o caso do monopólio, em que existe apenas uma única empresa
naquela indústria ou linha de negócios. Nesse caso, existe o poder de impor preços para os
consumidores.
Os dois modelos – competição e monopólio – são tão relevantes que alguns economistas
questionam a necessidade de utilização de outros modelos para analisar as estruturas de mercado.
Em seu conjunto, as teorias da demanda da produção e dos custos constituem um conjunto de
ferramentas básicas para a compreensão da formação de preços na indústria.
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO DE PREÇOS E MODELOS POLARES DE INDÚSTRIAS
1.1 FORMAÇÃO DE PREÇOS E PODER ECONÔMICO
Existem dois grandes conjuntos de informação econômica que são peças
essenciais para a economia empresarial.
O primeiro conjunto trata das diferentes formas como se organizam as indústrias e qual delas se
aplica para a indústria – ou o setor de atividade – em que atua a empresa em foco.
Em cada um desses tipos de mercado em que opera a indústria – concorrência,
monopólio, oligopólio... –, o preço é determinado de maneira diferente, em termos de
receita e custo da empresa.
O segundo conjunto trata de poder econômico – e político – que algumas empresas possam ter,
dependendo da organização da indústria à qual pertençam.
Caso esse poder econômico se materialize às custas do consumidor, o Estado entra em
cena, por meio da regulação governamental, para direcionar as empresas a adotarem
melhores práticas e para coibir abusos excessivos.
75
MÓDULO 3
Economia Empresarial
1.2 TIPOS DE INDÚSTRIAS
Não existe um tipo de indústria que pode ser considerado típico ou médio. Na vida real, deparamonos com uma grande variedade de modelos de formação industrial.
Os economistas costumam classificar o tipo de indústria – ou modelo de mercado – pelo grau de
concorrência praticado...
Concorrência perfeita...
Em um extremo, existem indústrias formadas por um grande número de firmas –
produtoras de bens homogêneos – totalmente incapazes de afetar, individualmente, a
formação de preços.
Essa formação de preços – para a indústria operante no modelo de concorrência
perfeita – é feita pelas grandes forças de oferta e demanda do conjunto das firmas e
dos consumidores.
As firmas que pertencem às indústrias seguidoras do modelo das concorrências
perfeitas são tomadoras de preços.
Essa situação ocorre, com frequência, na agricultura.
Monopólio...
No outro extremo, existe o monopólio.
O monopolista é o único vendedor na indústria onde atua – por exemplo, o refino de
petróleo pela empresa PETROBRAS.
A concorrência perfeita e o monopólio são os tipos polares ou extremos.
Os dois modelos – competição e monopólio – são tão relevantes que alguns economistas
questionam a necessidade de utilização de outros modelos para analisar as estruturas de mercado.
Existem ainda diversas estruturas intermediárias de mercado – a principal é o oligopólio.
76
Economia Empresarial
MÓDULO 3
1.3 MODELO POLAR CONCORRÊNCIA PERFEITA
O gráfico a seguir representa a formação de preços da firma – assim como da indústria – no curto
e no longo prazo, sob o regime da concorrência perfeita...
1.3.1 COMPORTAMENTO NO CURTO PRAZO
O curto prazo mostra as firmas se posicionando no mercado...
Para uma firma que opera no modelo de concorrência, o preço de mercado P0 é
constante e, portanto, igual a suas receita marginal RMg e média RMe.
Por outro lado, na curva de custo da empresa inclui-se o componente de lucro, chamado
de lucro normal, e corresponde à remuneração do capital empregado e do tino gerencial
e negocial do empresário, tudo medido pelo seu custo de oportunidade.
No exemplo mostrado, observamos que, face ao preço de mercado P0, a firma maximiza
seu lucro no ponto em que seu custo marginal CMg iguala sua receita marginal RMg e
estabelece Q* como sendo a quantidade de produtos que irá produzir.
Nesse exemplo, a firma tem um lucro extraordinário – ilustrado pela distância AB –
igual à diferença entre sua receita média, Rme = P0, e seu custo médio CMe no nível
de produção Q*. O lucro normal – custo de capital – já está embutido na curva CMe, e
a empresa tem lucro extraordinário no curto prazo.
Isso atrairá outras firmas – é muito fácil entrar – ou estimulará a expansão da produção
das firmas existentes. No gráfico c, a curva S se deslocará para a direita, e o preço de
mercado irá cair. Dessa maneira, no longo prazo, a firma típica opera sem auferir lucros
extraordinários.
77
MÓDULO 3
Economia Empresarial
Ainda no curto prazo, a firma tem um volume limite de produção – QF –, em que a
curva CMg cruza a curva de custo variável médio CVMe – mostrada no gráfico a seguir –
em seu ponto mínimo.
Nesse ponto, caso o preço de mercado seja inferior ao ponto mínimo da curva CVMe,
é melhor a empresa fechar as portas. A literatura econômica chama esse preço mínimo
de shut down price. É o patamar que demarca a faixa de produção – abaixo dela, a firma
fecha suas portas; acima, a firma produz.
1.3.2 COMPORTAMENTO NO LONGO PRAZO
A parte (b) do gráfico mostra a firma existente operando no longo prazo.
78
Economia Empresarial
MÓDULO 3
Vimos, no curto prazo, que a firma estava auferindo lucros extraordinários. No mercado de
concorrência, existe uma total disseminação de informação, e todos são informados dessa situação
de lucratividade nessa indústria. Isso atrairá outras firmas – é muito fácil entrar – ou estimulará a
expansão da produção das firmas existentes.
Vemos que o lucro aparece como o incentivador do comportamento das firmas existentes para
expandir ou contrair a produção.
A expectativa de lucro também é um determinante da decisão para novas firmas entrarem no
mercado ou para as firmas existentes saírem do mercado.
A oferta do mercado aumentará, os preços cairão, algumas firmas sairão do mercado, e o mercado
atingirá o equilíbrio de longo prazo.
Esse equilíbrio é mostrado na parte (b) do gráfico.
O volume de produção Q** é atingido pela firma no ponto em que seu custo médio de longo
prazo CMeLP está no ponto mínimo. A firma não aufere lucros extraordinários, só lucros normais.
1.3.3 LUCRO NORMAL
Lucro normal é a taxa de retorno necessária para atrair e reter investimento em capital na indústria
estudada. Esse lucro normal já está computado no custo total, como o custo de financiamento do
capital – mesmo que os recursos sejam próprios.
O lucro econômico é aquele que excede a taxa normal de retorno no capital, e também é
chamado de lucro extraordinário. No caso contrário, quando a firma não consegue auferir o lucro
normal, observamos perdas econômicas.
O lucro no longo prazo, no modelo de concorrência perfeita, iguala-se ao lucro normal. Em
outras palavras, nesse modelo as firmas obtêm o retorno do capital empregado por seu custo de
oportunidade, mas nada acima disso. O lucro extraordinário é zero.
1.4 MODELO POLAR MONOPÓLIO
Existem indústrias em que apenas uma firma opera, determinando seu preço de venda sob uma
lógica de maximização de lucros – no caso, extraordinários, mesmo no longo prazo.
Nessa circunstância, não haveria uma atuação dinâmica das forças equilibradoras – entrada e
saída de firmas na indústria –, características do modelo de concorrência.
A firma monopolista não tem liberdade total para escolher, ao mesmo tempo, o preço a ser
cobrado e a quantidade a ser vendida.
Ou seja, ela não pode selecionar um nível de faturamento a seu bel prazer.
Ela está limitada pela curva de demanda, portanto só pode operar nessa curva ou
abaixo dela, em um gráfico normal da curva de demanda.
79
MÓDULO 3
Economia Empresarial
Embora a firma monopolista esteja restrita em seu poder de determinação do
preço pela conformação da curva de demanda, ela é uma fazedora de preços.
1.4.1 CURVA DE DEMANDA
A curva de demanda mostra, em cada um de seus pontos...
...o preço máximo que os consumidores gostariam de pagar para adquirir uma quantidade
de determinado produto.
Para aquela quantidade, qualquer preço mais alto do que o delimitado pela curva faria o consumidor
desistir da compra.
No entanto, para aquela mesma quantidade, um preço menor do que o delimitado na
curva proporcionaria um excedente do consumidor que a firma monopolista busca
abocanhar...
Nesse caso, o consumidor tem uma satisfação extra, um sentimento de que
fez uma boa compra.
1.4.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
No monopólio, a indústria e a firma são uma só, já que existe apenas uma firma.
A lógica do monopolista é – face à demanda D – escolher o nível de produção Qm em que a
receita marginal RMg é igual ao custo marginal CMg.
80
Economia Empresarial
MÓDULO 3
O gráfico a seguir mostra o equilíbrio de uma firma monopolista...
Dado seu poder de mercado, o monopolista pode impor o preço e o faz de modo tal a tomar para
si todo o potencial excedente do consumidor.
O lucro monopolista – mostrado pela distância AB – é a diferença entre o preço que cobra ao
consumidor – isto é, Pm – e o custo médio de produção em Qm – mostrado em B.
1.4.3 BARREIRAS DE ENTRADA
Existem fortíssimas barreiras de entrada em uma indústria monopolista que inviabilizam a entrada
de novas firmas.
As barreiras de entrada podem ser naturais, em situações cujo processo de produção
proporciona retornos de escala.
Nesse caso, os custos médios de produção declinariam à medida que aumentasse o
volume de produção, tal como ocorre na indústria de distribuição de água, eletricidade
e gás de uma cidade.
As barreiras de entrada também podem ser artificiais, pois a lógica das economias de
escala deriva de barreiras à entrada de outras firmas na indústria, criadas sob a forma de
patentes, concessões governamentais e outras modalidades.
Essas barreiras, em alguns casos, devem-se à criação de inovações e ao lançamento de
novos produtos, mas, nesse caso, costumam ser temporárias, pois entram imitadores
do produto no mercado que eliminam ou reduzem seu poder monopolista.
81
MÓDULO 3
Economia Empresarial
Qualquer que seja a situação, a firma sofre a ameaça de entrada de concorrentes potenciais,
atraídos pelo lucro extraordinário auferido pela firma monopolista.
1.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – ESTRUTURA GERAL DE MERCADO
2.1 PAPEL DO MERCADO
O mercado é o ponto focal para a atividade econômica.
Mercado relevante é o grupo de agentes econômicos – indivíduos ou empresas – que interagem
nas relações de compra e venda.
Essas interações resultam em transações entre a demanda do mercado – compradores – e
a oferta do mercado – vendedores.
Os compradores e os vendedores são membros do grupo estratégico do mercado. As diferenças
e as mudanças nas estruturas de mercado, ao longo do tempo, ocasionam, nos mercados
relevantes...
 a determinação dos níveis de preços;
 a estabilidade dos preços;
 a alocação eficiente de recursos;
 o progresso tecnológico;
 a sustentação da lucratividade.
2.2 ORGANIZAÇÃO DE MERCADO
Os modelos polares de mercado – concorrência e monopólio – delimitam os tipos extremos de
organização industrial.
Existem diversos outros tipos de organização industrial que se tipificam face ao comportamento
específico das diversas forças de demanda, do mercado e da estrutura legal atuantes naquele
segmento industrial.
O comportamento do consumo, da demanda, da produção e dos custos, em
determinadas estruturas de mercado, pode ser resumido da seguinte forma...
82
Economia Empresarial
MÓDULO 3
2.2.1 ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL
De modo geral, o número de firmas de uma indústria deriva do modelo de organização em que
essa indústria se enquadra.
O número de compradores e o número de vendedores típicos de cada modelo, por sua vez,
servem para caracterizar o perfil da organização industrial...
83
MÓDULO 3
Economia Empresarial
2.2.2 MODELOS DE MERCADO
As principais características dos quatro modelos básicos de mercado são...
2.3 ESTRUTURAS INTERMEDIÁRIAS DE MERCADO
Para os economistas mais ortodoxos, os dois modelos de mercados – concorrência perfeita e
monopólio – são suficientes para analisar as situações concretas de mercado que se aproximam
de um ou de outro modelo.
Alternativamente, podemos adicionar e analisar dois modelos intermediários...
 concorrência monopolística;
 oligopólio.
2.3.1 CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
A concorrência monopolística caracteriza-se pela produção de bens
diferenciados, porém próximos – por exemplo, diversos tipos e marcas de
geladeiras ou cremes dentais.
84
Economia Empresarial
MÓDULO 3
A firma tem um relativo poder de monopólio, porém frágil.
Existe facilidade de entrada e saída na indústria. Entretanto, a concorrência é, principalmente,
extra preço.
A propaganda é um traço marcante, que procura mostrar atributos de qualidade e
prestação de serviços que diferenciam o produto.
A diferenciação, inclusive, pode ser apenas psicológica, como no caso do AAS – ácido
acetil salicílico –, que a Bayer batizou como aspirina – nome comercial.
2.4 OLIGOPÓLIO
O oligopólio é uma indústria com poucas firmas operando, em que todos os participantes são
fazedores de preços – no entanto, a capacidade de impor esses preços é mais limitada do que
aquela típica do modelo monopolista.
Nesse modelo de mercado, as firmas são extremamente rivais.
Quando o produto é homogêneo, o oligopólio é puro – como no caso do cimento e da gasolina.
Quando o produto é diferenciado, mas próximo, o oligopólio é impuro – como no caso das
montadoras de automóveis.
Tal como no monopólio, existem fortes barreiras de entrada.
Em determinadas situações, as firmas oligopolistas formam um cartel, e a indústria
passa a agir segundo o modelo de monopólio.
É difícil caracterizar a operação de um cartel.
No Brasil, cartéis são proibidos por lei, embora existam muitas situações que, do ponto de vista da
lógica econômica, revelam a operação efetiva de verdadeiros cartéis...
2.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 3 – MODELO DE CONCORRÊNCIA
3.1 CONDIÇÕES PARA CONCORRÊNCIA PERFEITA
São condições da concorrência perfeita...
 um grande número de compradores e fornecedores possuírem pequenas fatias do
mercado com suas atitudes isoladas praticamente imperceptíveis em termos de
impacto sobre os preços;
 a homogeneidade dos produtos produzidos por cada empresa – não há
diferenciação dos produtos;
85
MÓDULO 3
Economia Empresarial
 o completo conhecimento, pelas empresas e pelos consumidores, de todas as
informações sobre o mercado;
 a liberdade de entrada e saída do mercado e a existência de barreiras mínimas.
As empresas desse segmento do mercado são, essencialmente, tomadoras de preços, pois os
produtos de cada empresa são substitutos perfeitos de qualquer outro.
Logo, a curva de demanda com que cada empresa se defronta é horizontal, caracterizada
por uma elasticidade infinita de preços do mercado de forma quase coincidente.
3.1.1 LIMITES DO MODELO
Embora haja segmentos da economia – como a agricultura – que se aproximam da concorrência
perfeita, não existem exemplos perfeitos desse modelo na economia.
Por exemplo, é praticamente impossível realizar a condição de completo conhecimento,
pelas empresas e pelos consumidores, de todas as informações sobre o mercado.
Dentre outras razões, essa condição possui uma abrangência desnecessária.
A coleta de informações é uma atividade que representa custos que devem ser
confrontados com os benefícios pretendidos com a posse da informação.
Embora não seja realista em suas hipóteses, o modelo da concorrência perfeita consegue bons
resultados.
Desse modo, o modelo de concorrência perfeita...
...permite explicações e previsões consistentes de fenômenos econômicos...
...serve, por exemplo, de benchmark para a regulação econômica.
Os custos com coleta de informações devem ser seriamente avaliados
quanto a seus reais benefícios.
3.2 LUCROS NA CONCORRÊNCIA
O mercado de competição perfeita fornece as bases de comparação virtuosa para a política de
preços e para o desempenho das empresas operando em outros tipos de mercado.
O objetivo é que elas ajam no mercado de modo parecido com empresas que operam no modelo
de concorrência.
86
Economia Empresarial
MÓDULO 3
No curto prazo, a empresa, no segmento de competição perfeita, tende a
obter lucros/prejuízos transitórios ou a operar com folgas.
No longo prazo, todavia, a empresa não obtém lucros extraordinários, somente
lucros normais.
Em um mercado de concorrência perfeita, os preços dos produtos são definidos pelo conjunto do
mercado e cabe a cada empresa adequar-se aos preços praticados.
O lucro normal da empresa se refere...
 aos retornos adequados ou normais para compensar a capacidade empreendedora;
 aos juros sobre recursos investidos no negócio;
 ao valor do trabalho prestado pelo empreendedor;
 aos riscos relativos a sua produção e venda.
O lucro já é computado nos custos marginais da empresa. Quando dizemos que a empresa pode
lucrar no curto prazo, a referência é para lucros extraordinários ou lucros adicionais aos normais.
No longo prazo, em equilíbrio, quando dizemos que a empresa tem lucro zero, a referência de
zero é para os lucros extraordinários, pois a empresa já recebe os lucros normais, embutidos em
sua curva de custos médio e marginal.
3.3 MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS NO CURTO PRAZO
No curto prazo, o volume de produção pode ser aumentado ou diminuído
pela empresa por meio de controle da produção.
Quando analisamos a firma – ou a empresa –, estabelecemos a hipótese de que ela é
representativa das demais firmas do setor. Ela é uma empresa típica.
Se a empresa maximiza seu lucro, a indústria – conjunto de empresas que produzem
o mesmo bem – também maximiza seus lucros.
Para maximizar os lucros, selecionamos o nível de produção que maximize o excedente de
receitas sobre custos ou que minimize o excesso de custos sobre receitas.
87
MÓDULO 3
Economia Empresarial
3.3.1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Na maximização do lucro da empresa no curto prazo, o preço do produto recebido pela empresa
é constante, podendo ser interpretado como a receita marginal – RMg...
A RMg – para uma empresa operando no mercado de concorrência perfeita – é uma reta paralela
ao eixo horizontal. A receita marginal é igual ao preço. Portanto, igual à receita média.
As curvas de custo médio e custo marginal têm a forma de U.
A maximização dos lucros no curto prazo dá-se no ponto em que a receita marginal é igual ao
custo marginal. O ponto A mostra o ponto de equilíbrio. Nesse ponto, o preço é P0 e a quantidade
produzida é Qo.
3.3.2 LÓGICA DA MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS
Na lógica da maximização dos lucros...
Nos pontos abaixo do ponto de equilíbrio A – em um volume Q1 de produção –, um
pequeno aumento da produção – por exemplo, de Q1 na direção de Q0 – gera uma
receita maior do que o acréscimo de custos – mostrado na área M.
Vale a pena expandir...
Caso o ponto de equilíbrio seja ultrapassado – como em Q2 –, a receita marginal – igual
a preço – será inferior ao acréscimo nos custos e a receita incremental, negativa – área
N.
Vale a pena retroceder...
Dessa maneira, o ponto A é aquele em que os lucros da empresa são maximizados.
88
Economia Empresarial
MÓDULO 3
3.3.3 LUCROS E PREJUÍZOS NO CURTO PRAZO
A curva de custos já incorpora os lucros normais.
O gráfico a seguir demonstra o processo de equilíbrio da empresa no curto prazo...
No curto prazo, uma empresa competitiva operando com preço P3 pode ter lucros extraordinários
acima desses lucros normais. Isso é representado pela distância DE, no volume produzido Q3.
A empresa também pode ter prejuízos. Contudo, existe um limitador para esses prejuízos – a
curva de custo variável médio, CVMe.
Neste gráfico, P* é o preço mínimo requerido para que o negócio seja viável. Se a empresa não
consegue cobrir nem seus custos variáveis – CVMe –, é melhor parar de produzir e fechar suas
portas – shut-down price.
3.3.4 EQUILÍBRIO NO LONGO PRAZO
No equilíbrio da empresa, no longo prazo, não existe prejuízo ou lucro.
89
MÓDULO 3
Economia Empresarial
A curva de custo médio total tangencia, em seu ponto de mínimo, a reta de preços/receita
marginal...
No ponto A, encontramos as curvas de custo marginal – CMg – e receita marginal – RMg –, que
cortam e tangenciam as curvas de custo médio de longo prazo – CMeLP – e de custo médio de
curto prazo – CMeCP.
3.4 EFICIÊNCIA MÁXIMA
Se cada empresa produz em seu custo médio mínimo, a indústria – somatório de todas as empresas –
também está produzindo com eficiência máxima.
Nesse volume de produção, a sociedade como um todo – consumidores e produtores –
estão obtendo um benefício máximo, pois os consumidores pagam pelo produto de
acordo com sua avaliação do valor.
Dessa forma, o que pagamos é exatamente o quanto custa para a sociedade produzir –
enquanto os produtores estão usando os recursos produtivos com máxima eficiência.
Não é sem razão que esse modelo serve de benchmark ou modelo virtuoso
para direcionar o comportamento das empresas no âmbito da regulação.
3.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 4 – MONOPÓLIOS, CARTÉIS E REGULAÇÃO
4.1 MONOPÓLIO
Temos o monopólio puro quando, no mercado, existe um único produtor de um bem.
90
Economia Empresarial
MÓDULO 3
No monopólio puro, não existem competidores diretos ou rivais, tanto no sentido técnico quanto
no sentido popular da palavra.
Contudo, o monopolista não pode alterar, ao mesmo tempo, a quantidade produzida e o preço.
Condicionado pela curva de demanda, o monopolista só poderá atuar em um destes dois planos...
...ou ele tenta determinar certo nível de produção e busca fixar o preço máximo
possível para esse nível de produção...
...ou ele decide sobre um preço a ser cobrado e daí resulta a quantidade máxima que
pode ser produzida para atender à demanda a esse preço.
Logo, ele não tem poder completo sobre o faturamento.
4.1.1 CARTEL
O cartel é um acordo – formal ou informal – entre um número de firmas em uma indústria, com
o intuito de restringir a competição.
Os arranjos e acordos de cartelização, em geral, visam...
...impor preços mínimos, limites na produção ou na capacidade instalada, restrições na
competição não baseadas em preços, divisão de mercados...
...outras medidas para restringir ou prejudicar a concorrência efetiva ou potencial.
Em situações extremas, o cartel age economicamente, como se fosse um
verdadeiro monopólio.
4.2 RESTRIÇÕES À ATUAÇÃO DO MONOPÓLIO
As políticas e estratégias dos monopolistas sofrem restrições...
 oriundas da competição indireta com outros bens, já que a renda dos consumidores
é limitada;
 oriundas da existência de bens que podem servir, adequadamente, como substitutos;
 oriundas da ameaça de entrada de outras empresas no mercado;
 oriundas da globalização e da concorrência entre países exportadores.
4.2.1 CARACTERÍSTICAS
Em geral, o modelo de monopólio possui as seguintes características...
 uma única empresa produz uma linha de produtos específicos;
 há baixa elasticidade-preço de demanda para os produtos monopolizados;
 há baixa elasticidade cruzada com bens substitutos;
 devido a sua singularidade, não existe interdependência com outros concorrentes;
 existem barreiras substanciais à entrada no mercado.
91
MÓDULO 3
Economia Empresarial
Essas barreiras incluem...
 vantagens absolutas de custos para as empresas, estabelecidas pelo domínio dos
insumos ou pela posse de patentes de produção;
 vantagens de diferenciação dos produtos, resultantes da lealdade à marca do
produto;
 economias de escala que aumentam a dificuldade para novos concorrentes se
instalarem na indústria com desenhos eficientes de estrutura produtiva ou de
atenderem, adequadamente, ao mercado;
 exigências de elevado montante de recursos para a implantação de novas empresas;
 exclusões legais de concorrentes potenciais;
 indisponibilidade de informações à possível concorrência.
4.3 CONTESTABILIDADE DO MERCADO
A moderna teoria de regulação econômica do monopólio enfatiza a chamada contestabilidade
do mercado.
Essa teoria leva em consideração que existem situações em que o monopolista está
ameaçado pela entrada, em potencial, de outras firmas.
São outras firmas que – existindo a oportunidade – passam a disputar o mesmo mercado
com o monopolista existente, destruindo seu poder de ser o único a controlar os
preços naquela indústria.
Os monopolistas, sabendo dessa ameaça, procuram defender-se, adotando
estratégias de proteção.
4.3.1 AMEAÇA AO MONOPÓLIO – POSSÍVEL ENTRANTE
O monopolista pode sofrer a ameaça latente de um possível entrante em seu mercado.
Para desestimular a entrada desse possível concorrente, o monopolista pode seguir uma estratégia
do preço limitador.
O gráfico a seguir representa as curvas de custo e receita do monopolista –
respectivamente, CMeM, CMg e RMg.
92
Economia Empresarial
MÓDULO 3
Suponhamos que a curva de custo médio do potencial concorrente seja CMeP...
Dadas as curvas de custo e receita do monopolista, ele escolhe, como quantidade ótima de
produção, Q0.
Pela lógica do monopolista, seu passo seguinte seria fixar o preço máximo compatível com Q0 na
curva de demanda. Esse preço hipotético seria Pm0.
Veremos adiante, no entanto, que ele escolhe um outro preço – Pm1.
4.3.2 PREÇO LIMITADOR
Voltemos para o exemplo do monopolista. Suponhamos que ele perceba a ameaça de mercados
contestáveis, de que uma nova firma queira disputar seu mercado cativo.
Caso adote a estratégia do preço limitador, o monopolista age de uma forma diferente no que diz
respeito à escolha do preço que irá impor aos consumidores. Ele observa a curva de custo médio
de seu potencial oponente e repara que...
...por um lado, o monopolista pode operar com custos médios menores – distância BD –
do que seu potencial concorrente.
...por outro – caso siga a lógica de apreçamento do monopólio que cobre preço Pm0 –,
será criado um estímulo para a entrada desse concorrente, pois, nesse caso, haveria um
lucro possível para o mesmo, representado pela distância AB e pela área PmoABF.
Pela estratégia do preço limitador, o monopolista, em vez de cobrar o preço máximo Pm0, vai
escolher um outro preço que esteja logo abaixo do custo médio do potencial concorrente em Q0,
podendo, inclusive, otimizar a escolha desse preço.
93
MÓDULO 3
Economia Empresarial
Ao fazer isso, o monopolista elimina qualquer estímulo econômico para o
potencial entrante.
4.3.3 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA – PREÇO LIMITADOR
No gráfico, o preço PM1 inviabilizaria a entrada do potencial concorrente.
No preço Pm0, seu lucro total, representado pela área Pm0ADG, seria maior. Entretanto, seria
efêmero.
Ao escolher o preço-limite, ele garantiria um lucro menor – área Pm1CGD, porém permanente e
maior do que obteria caso houvesse um duopólio na indústria – devido à entrada do concorrente.
Nesse caso, tangenciaria por baixo a curva de CMeP.
4.4 MERCADO, PODER ECONÔMICO E GOVERNO
Uma das características das modernas sociedades econômicas é o papel crescente da regulação
governamental.
Praticamente todos os setores de negócios da economia estão sujeitos a
vários tipos de regras e normas emanadas do governo.
A principal razão para a intervenção governamental são as chamadas falhas de mercado. Contudo,
a concentração de poder econômico também recebe uma atenção especial nesse contexto.
O governo – principalmente o Federal – costuma-se engajar em dois tipos de regulação...
No tipo mais antigo de regulação, o objetivo era, principalmente, reduzir ou controlar
o poder de monopólio por meio da regulação de monopólios naturais ou utilidades
públicas e pela criação e aplicação de legislação antitruste.
94
Economia Empresarial
MÓDULO 3
O segundo tipo de regulação aumentou de importância nos anos mais recentes, e trata
de assuntos sociais e ambientais.
4.4.1 MONOPÓLIOS NATURAIS
Os monopólios naturais existem quando uma firma tem a capacidade de produzir todo o produto
potencial de uma indústria ao menor custo por unidade possível. Isso acontece devido a economias
de escala.
Entretanto, embora possa produzir a um custo bem baixo, o monopolista tem poder de
mercado e cobra aos consumidores um preço bem maior do que aquele justificado
para cobrir seus custos e obter um lucro razoável.
Para isso, devido à curva inclinada de demanda, ele produz menos do que o socialmente
desejável. Ele, portanto, é ineficiente.
O governo entra em cena para forçá-lo a diminuir o preço ou aumentar a
quantidade produzida, para beneficiar o consumidor e a sociedade.
4.4.2 TIPOS DE REGULAÇÃO GOVERNAMENTAL
A regulação governamental que atinge as empresas assume duas formas principais – econômica
e social.
A regulação econômica inclui a regulação dos monopólios naturais e a regulação das
indústrias competitivas.
A regulação social envolve tipos de atuação que atingem a indústria e as atividades
econômicas como um todo, como, por exemplo, a regulação ambiental ou de segurança
do trabalho.
4.4.3 REGULAÇÃO ECONÔMICA
As formas mais comuns de regulação econômica dos monopólios naturais são...
 regulação do custo de serviço, que abrange o estabelecimento de uma política de
preços que fixe um preço máximo que as firmas possam cobrar de seus clientes,
com base no custo médio da indústria – comparativamente – de produção do
produto ou serviço;
 regulação da taxa de lucros, que permite aos produtores e fornecedores de serviços
na indústria regulada determinar seus próprios preços, desde que não sejam
embutidos lucros excessivos;
 regulação da competição na indústria, segundo critérios de desempenho
anticompetitivo e concentração industrial.
95
MÓDULO 3
Economia Empresarial
4.4.4 REGULAÇÃO SOCIAL
A regulação social é mais qualitativa e se aplica a todas as indústrias.
A regulação social baseia-se em um conjunto variado de objetivos, tais como qualidade de produtos,
segurança do produto e segurança dos trabalhadores.
A regulação social impacta os produtores, sob a forma de maiores custos.
Esse incremento de custos é absorvido, em última instância, pelos consumidores.
O critério de maior ou menor dosagem de regulação social da indústria, desse modo, deve pautarse em um cálculo de custos e benefícios.
Em função disso, podemos observar, em diversos países – inclusive no Brasil –, que, ao
longo dos anos, sucedem-se ondas de maior regulação ou de desregulação econômica
e social.
4.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
96
Economia Empresarial
MÓDULO 4
MÓDULO 4 – EMPREENDEDORISMO, FONTES DE CAPITAL E PROJETOS DE
INVESTIMENTO
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, trataremos, em primeiro lugar, do papel do empreendedorismo. O empreendedor
é, indubitavelmente, o quarto fator de produção – além de mão de obra, capital e recursos
naturais –, pois ele é o organizador da produção.
Em seguida, examinaremos as principais fontes de capital disponíveis para a empresa e o
empreendedor. Veremos os principais aspectos da análise e da avaliação dos investimentos.
Dessa forma, analisaremos as decisões de investimentos nos negócios e os objetivos do processo
de orçamento de capital.
Identificaremos tanto as situações em que há demanda por capital quanto as decisões e os
critérios de investimento. Ao tratarmos dos métodos que avaliam as oportunidades de
investimento, descreveremos os conceitos de risco, incerteza e decisões de investimento.
Finalmente, discutiremos a oferta de capital, a análise de custo e o custo de capital – aspectos
importantes para a compreensão da natureza e da importância de uma tomada de decisão.
UNIDADE 1 – EMPREENDEDORISMO, LUCRO, DEMANDA DE CAPITAL E RISCO
1.1 EMPREENDEDORISMO E PAPEL DO EMPRESÁRIO
Grande parte da energia criadora das empresas brasileiras é fruto da entrada de novas empresas,
que trazem um forte esforço empreendedor...
Essas empresas criam novos mercados, novos empregos, desafiando mercados já
estabelecidos e contribuindo para o aumento da competitividade no País.
O empreendedor é o fator de produção que organiza, opera e assume o risco do negócio.
O empreendedor é o catalisador, aquele que agrega recursos para produzir e suprir,
com produtos e serviços, a demanda de mercado existente.
Paul Samuelson, nas últimas edições do livro Economics, acrescentou a figura
do empresário como sendo o quarto fator de produção.
Ou seja, além de capital, mão de obra e recursos naturais, haveria a figura do
encarregado de levantar, investir, gerir e organizar os outros fatores, a fim de
realizar a produção de bens e serviços.
97
MÓDULO 4
Economia Empresarial
1.1.1 EMPREENDEDOR E INVESTIMENTO
A atividade principal do empreendedor é realizar investimentos para obter lucros; contudo, está
sujeito às condições de risco do negócio.
Em geral, os investimentos da empresa dirigem-se para...
 aquisição de novos maquinários;
 modernização do sistema de produção;
 treinamento de mão de obra;
 tecnologia de informação – TI;
 ampliação de plantas e escritórios;
 criação de filiais e subsidiárias;
 pesquisa e desenvolvimento – P&D.
Para expandir a capacidade da empresa existente ou criar novos negócios, é
necessário o investimento.
1.1.2 EMPREENDEDOR E LUCROS
O objetivo maior da empresa é obter lucros. O lucro é o sinalizador e o balizador do ritmo da
atividade econômica. As empresas não lucrativas tendem a abandonar o mercado, e os negócios
lucrativos atraem mais empresas para aquele ramo de atividade.
Os lucros surgem por diversas razões – tomada de risco, desequilíbrios do mercado gerando
oportunidades, situação de monopólio no mercado, inovações e eficiência gerencial.
A maior parte das empresas brasileiras, sobretudo aquelas de pequeno ou médio porte, é organizada
e dirigida por famílias – unifamiliares ou multifamiliares. Nesse modelo de negócios, é comum
que as empresas tenham um foco na qualidade e no cliente, e possuam uma visão de longo
prazo, inclusive quanto ao lucro.
No entanto, ao crescerem e, com o tempo, atingirem grande porte, surgem problemas
de sucessão e conflitos entre parentesco e meritocracia.
Atualmente, várias empresas buscam alternativas, como instalar conselhos e criar estruturas de
governança corporativa, para lidar com os defeitos da empresa familiar. Isso faz com que o papel
das empresas familiares ocupe, cada vez mais, um espaço maior na economia brasileira.
Mesmo em grandes empresas e organizações em geral, como sociedades anônimas, a busca do
lucro é a principal motivação para o empreendedorismo.
Nesse caso, todavia, o processo é um pouco mais complexo – a empresa tenta obter
lucros no presente e também gerar lucros no futuro.
O Valor Presente – descontado do custo de capital da empresa – dos lucros futuros representa a
riqueza dos acionistas. Precificado em bolsas de valores, mostra o valor de mercado da empresa
e o resultante preço das ações.
98
Economia Empresarial
MÓDULO 4
Dessa forma, para as grandes empresas, o objetivo prioritário é maximizar a riqueza
dos acionistas.
Existem conflitos de gerenciamento relativos ao capital acionário nas grandes empresas. Os
acionistas – os principais – buscam maximizar o lucro, porém os executivos que tocam as empresas –
os agentes – visam, como prioridade, maximizar sua própria satisfação e seu bem-estar. Existe,
pois, o conflito de interesses entre os dois grupos.
O problema é agravado pelo fenômeno da informação assimétrica. Em outras palavras, os agentes –
devido a seu dia a dia na empresa – detêm um conhecimento muito maior que os principais. É o
famoso conflito de agência. Frente a isso, os principais buscam motivar seus agentes por meio de
estratégias de remuneração e compensação – como opções de ações, bônus...
A demanda por capital e investimentos, portanto, está associada à busca de lucros.
1.2 DEMANDA DE CAPITAL E PRODUTIVIDADE MARGINAL
A demanda de capital total de uma empresa depende da produtividade marginal de receita PMR
do capital.
A PMR é definida como a produtividade marginal física do capital PMF multiplicada pelo preço do
produto, ou seja...
PMR = PMF x P
A PMR é, portanto, a taxa de rentabilidade do investimento.
Para determinar qual será o nível de investimento da empresa, temos de calcular o ponto em que
PMR é igual ao custo marginal do capital CMC...
PMR = CMC
O conceito de CMC baseia-se no fato de a empresa poder combinar diversos tipos de fontes de
financiamento.
O CMC, em geral, varia de acordo com o volume de capital usado pela empresa. Empresas com
alto grau de endividamento exibem um aumento de seu CMC.
Todavia, ao aumentar seu nível de endividamento, o mercado percebe riscos e passa a cobrar
prêmio de risco, e a curva CMC inclina-se para cima, inclusive exponencialmente.
1.2.1 NÍVEL DE INVESTIMENTO DA EMPRESA
Se PMR for maior do que CMC, vale a pena aumentar o investimento, pois o que seria
gerado pelo capital é maior do que seu custo.
99
MÓDULO 4
Economia Empresarial
Se PMR for menor do que CMC, vale a pena diminuir o nível de investimento, já que,
nesse caso, é inferior a seu custo.
Portanto, o ponto em que os dois são iguais seria um ponto ótimo de equilíbrio.
1.2.2 DEMANDA E OFERTA DE CAPITAL
Se estabelecermos um ranking dos projetos por uma ordem decrescente de rentabilidade – PMR –
e o plotarmos em um gráfico sobreposto ao histograma, obteremos a curva de demanda por
capital DDc.
Por exemplo, se PMR for 24%, haverá uma demanda de R$ 10 milhões de investimento.
A uma taxa de 15%, a demanda aumenta para R$ 18 milhões, e assim por diante.
Dessa maneira, é construída a curva DDc.
Podemos também plotar a curva de oferta de capital CMC. Essa curva tem um trecho horizontal
inicial, mas, à medida que aumenta o nível de investimento da empresa, o custo marginal começa
a crescer.
O ponto de equilíbrio entre PMR e CMC é mostrado por PE, determinando um volume de
investimento de R$ 24 milhões, onde PMR = CMC = 10%.
1.2.3 CURVA DE DEMANDA POR CAPITAL
A determinação teórica do nível ótimo de investimentos serve como um roteiro básico, mas não
pretende simplificar uma situação que, na prática, é bastante complexa.
100
Economia Empresarial
MÓDULO 4
No mundo real, para determinarmos a curva de demanda por capital, faz-se necessária a existência
de...
 animal spirits – como mencionado por John Maynard Keynes, ou seja, a garra do
empreendedor;
 pensamento imaginativo;
 projeções de planejamento;
 análises de mercado;
 percepção e avaliação do risco e da incerteza envolvidos;
 estimativas de custos...
A curva de demanda por capital é altamente sensível aos fatores de risco e incerteza.
Do ponto de vista macroeconômico, o investimento é o agregado
econômico mais volátil.
1.3 CUSTO E RETORNO DOS INVESTIMENTOS
Um considerável esforço também deve ser feito para o cálculo do custo e retorno dos diversos
investimentos feitos pela empresa, com as seguintes principais medidas...
 estimar, separadamente, os rendimentos de cada projeto;
 discriminar, em especial, as duas principais fontes desse rendimento – reduções de
custos e expansões de vendas;
 com base na projeção de custos e preços, estimar os lucros futuros;
 levar em conta os custos de oportunidade dos investimentos;
 para projetos de longa duração, ser bastante criterioso com o cálculo dos fluxos de
caixa no futuro e com a taxa de desconto empregada;
 ajustar os rendimentos estimados para absorver a contribuição indireta do
investimento proposto para a produção – embora essa tarefa seja relativamente
difícil.
Muitas empresas gastam muito tempo e muitos recursos para buscar novas tecnologias
e inovações, e realizar pesquisas de mercado.
1.3.1 DECISÕES DE INVESTIMENTO
Antes de examinar o cálculo do custo de capital, é necessário diferenciar os
tipos de decisão...
As decisões táticas de investimento, geralmente, envolvem um pequeno montante de capital e
referem-se a assuntos que não constituem grande mudança em relação à política seguida pela
empresa.
Já as decisões estratégicas de investimento envolvem grandes somas de capital e, em geral,
mostram um rompimento ou uma forte mudança com respeito ao que vem sendo feito
costumeiramente pela empresa.
O risco e a incerteza são muito maiores nas decisões estratégicas de investimento.
101
MÓDULO 4
Economia Empresarial
1.3.2 TOMADORES DE DECISÃO
Deve existir ou se organizar, na empresa, uma pessoa ou um grupo de pessoas que deve tomar a
decisão, ou seja, o tomador de decisões, que...
 necessita atingir um objetivo – objetivo desejado;
 precisa dispor de, pelo menos, duas alternativas de ações ou de estratégias para
atingir o objetivo desejado;
 tem de viver um estado de dúvida sobre qual é a melhor ação alternativa para
atingir o objetivo desejado.
Deve haver um conjunto de fatores para influenciar o objetivo desejado. Entretanto,
esses fatores não podem ser completamente controlados pelo tomador de decisões.
Existem elementos de risco e incerteza.
1.3.3 RACIONAMENTO DE CAPITAL
É comum – principalmente nas grandes empresas – que não se realizem todos os projetos de
investimento que têm sido aprovados pelo teste da viabilidade econômica.
Isso se chama racionamento de capital...
As duas principais razões para isso são...
...a direção da empresa pode relutar em tomar capitais externos temendo um
endividamento excessivo...
...a empresa pode relutar em expandir a venda de novas ações temendo uma diluição
do capital acionário do controlador.
1.4 RISCO OU INCERTEZA
Uma decisão pode ser tomada em condições de risco ou incerteza...
Condição de risco...
Uma condição de risco ocorre quando existe uma variabilidade nos resultados possíveis.
Contudo, podemos atribuir probabilidades para esses resultados.
Por exemplo, suponhamos um projeto de um reservatório de água que possa ser
enchido com 100%, 90% ou com 80% de sua capacidade... e assim por diante. Para
cada uma das possibilidades, há uma probabilidade de ocorrência.
Desse modo, o desvio-padrão da distribuição de probabilidade serve como uma medida
para o risco.
102
Economia Empresarial
MÓDULO 4
Condição de incerteza...
Uma condição de incerteza ocorre quando estamos totalmente no escuro quanto a
atribuir probabilidades para os resultados possíveis, embora saibamos que existe uma
gama variável – e imprevisível – desses resultados possíveis.
Por exemplo, temos como negócio a exploração de um grande parque de diversões
em São Francisco, em que foram investidos US$ 100 milhões em equipamentos sensíveis
a terremotos. Sabemos que é possível a ocorrência de abalos sísmicos na região. No
entanto, não sabemos quando e com qual severidade...
1.4.1 FONTES DE RISCO
As principais fontes de riscos para a empresa são...
 volatilidade dos ciclos de negócios;
 flutuações de mercado no setor em que a empresa opera;
 acirramento da competição;
 desenvolvimento de novas tecnologias;
 mudanças nos gostos dos consumidores;
 aumento inesperado de custos de mão de obra ou de outros insumos utilizados
pela empresa.
1.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – FONTES E CUSTO DE CAPITAL
2.1 CICLO DE VIDA DAS EMPRESAS E FINANCIAMENTO
As duas principais fontes de capital para empreendedorismo são o capital próprio e o capital de
dívida.
Pequenas e microempresas, raramente, têm condições econômicas adequadas para enfrentar os
financiamentos bancários, ressalvando-se fontes oficiais orientadas para esses tipos de empresa.
Essas empresas dependem muito de recursos próprios e de empréstimos baseados
em sua reputação. É comum que usem poupança própria, cheque especial, cartão de
crédito, ajuda da família...
Nos Estados Unidos – e já iniciando no Brasil –, no entanto, existem fontes de financiamento que
acompanham o ciclo de vida dessas empresas. Vejamos...
Anjos...
Investidores privados pessoas físicas – pequenos investidores.
103
MÓDULO 4
Economia Empresarial
‘Crowding investors’...
Investimentos financiados com base em uma espécie de vaquinha entre amigos,
conhecidos e seguidores, utilizando as redes sociais – especialmente, o Facebook –
para financiar negócios start-up de empresas iniciantes.
‘Venture capital’...
Fundos de investimento que podem participar, temporariamente, da gestão.
Fundos ‘mezzanino’...
Fundos que aceitam correr maior risco em empresas já mais maduras e em crescimento.
‘Private equity’...
Fundos para empresas de maior porte, porém com capital fechado.
‘Hedge funds’...
Fundos de investimento de maior risco e para grandes investidores.
‘Initial public offering’ – IPO...
Abertura de capital via lançamento de ações.
2.2 FONTES DE CAPITAL
Para financiar o investimento, os empreendedores utilizam fontes de capital internas – próprias –
ou externas – capital de terceiros.
Não existe, a priori, nenhuma regra de que uma fonte seja melhor do que a outra. Depende das
condições do mercado de capitais, da taxa de juros, dos recursos da própria empresa, do grau de
risco com que é avaliada no mercado, da conjuntura econômica e de outras condições financeiras.
Em geral, as empresas utilizam um mix de fontes
2.2.1 CAPITAL PRÓPRIO
As empresas têm sua própria poupança.Tais poupanças são,geralmente, geradas de duas maneiras...
 criação de fundos de depreciação;
 reinvestimento dos lucros/retenção dos lucros.
As reservas de depreciação são criadas com base nos lucros da empresa e
objetivam manter o capital intacto por meio da reposição de capital que foi gasto
ou ficou obsoleto.
Os lucros retidos constituem, em geral, a fonte de recursos mais importante para uma empresa.
104
Economia Empresarial
MÓDULO 4
O uso dos lucros retidos traz diversas vantagens, pois...
 pode exibir a prosperidade da empresa e a eficiência de seus dirigentes;
 evita os altos custos de transação envolvidos na emissão de ações, debêntures e
outros instrumentos financeiros;
 evita as incertezas associadas à captação de recursos no mercado;
 pode fortalecer os ganhos de capital dos acionistas ao aumentar o valor de mercado
das ações.
Para usar, com frequência, os lucros retidos, os administradores precisam...
 prever a disponibilidade dos fundos internos;
 determinar as reservas de depreciação e reinvestir os lucros;
 decidir qual parcela desses fundos poderá estar disponível para investimentos de
longo prazo.
2.2.2 FONTES EXTERNAS – CAPITAL DE TERCEIROS
O mercado bancário e o mercado de capitais são as fontes de recursos externos para as empresas.
Atualmente, o mercado financeiro praticamente amalgamou as atividades de bancos comerciais
e de instituições do mercado de capitais.
No entanto, continua existindo uma variedade de órgãos regulatórios...
 o Banco Central, BACEN, para os bancos;
 a Comissão de Valores Mobiliários, CVM, para as bolsas, corretoras e companhias
abertas;
 a Superintendência de Seguros Privados, SUSEP, para o setor de seguros.
Os bancos comerciais e os bancos de investimento atendem às empresas,
mas, geralmente, apenas para empréstimos de curto prazo.
Os bancos oficiais – principalmente o BNDES – são os maiores fornecedores de recursos de longo
prazo para as empresas.
As instituições multilaterais de crédito – Banco Mundial e BID –, ao chancelarem projetos, permitem
uma alavancagem de recursos.
As fontes tradicionais de recursos provenientes do mercado de capitais são a emissão de ações
ordinárias e preferenciais, debêntures e commercial papers – a curto prazo.
2.3 CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Algumas empresas emitem ações e debêntures no mercado exterior.
Atualmente, os fundos de pensão, as seguradoras e outros investidores institucionais
são muito importantes para aportar recursos de longo prazo para as empresas.
105
MÓDULO 4
Economia Empresarial
A engenharia financeira – segmento do mercado financeiro – estrutura operações
bem complexas para as empresas por meio de project finance e recebíveis.
No Brasil, a fusão da Bolsa de Mercadorias & Futuros – BM&F – com a Bolsa de Valores de
São Paulo – BOVESPA – criou uma nova instituição financeira bem aparelhada e dinâmica,
apta a contribuir para a viabilização da captação de recursos para as empresas.
2.3.1 FONTE DE CAPITAL PARA EMPRESAS
As empresas obtêm o capital desejado de diferentes fontes, e o custo de capital depende de cada
fonte.
As principais fontes de capital são...
Empréstimos bancários...
O volume e o custo de capital dependem das políticas bancárias em geral, e,
especificamente, do histórico de empréstimos da empresa e de seu grau de
endividamento, assim como das garantias oferecidas.
De modo geral, a taxa de juros cobrada vai encarecendo à medida que aumenta o
endividamento da empresa. No Brasil, o papel das instituições governamentais de
crédito é extremamente importante para o financiamento de longo prazo das empresas.
Ações...
Dependem do tipo de companhia...
 se a companhia é aberta e se está listada em bolsa no país ou no exterior, e
se tem acesso a subscrições públicas de capital;
 se é fechada e depende de subscrições privadas de capital.
De qualquer maneira, o mercado primário de ações é de muita importância para as
empresas, nem tanto pelo volume de capital que possa ser obtido, mas pelo efeito de
alavancagem no mercado financeiro e por seu correlacionamento – incluindo aí o
mercado secundário de ações – com a boa governança corporativa.
Debêntures...
Apresentam vantagens e flexibilidade de estratégia financeira para as empresas,
permitindo o levantamento de expressivos volumes de recursos de renda fixa sem
implicar comprometimento do controle acionário. Em alguns casos, as debêntures são
conversíveis em ações, permitindo estratégias mistas e de menor custo, combinando
opções de compra de ações vis a vis e aplicações em renda fixa, bem interessantes para
a empresa.
106
Economia Empresarial
MÓDULO 4
Lucros retidos...
Geralmente, são a fonte mais importante de recursos para o investimento das empresas.
Existem restrições regulamentares e legais para a destinação dos lucros, mas, pelo fato
de serem da empresa, não significa que não tenham um custo de oportunidade. O
projeto deve ser realizado apenas quando seu retorno for igual ou superior ao custo de
oportunidade do capital.
De outro modo, seria melhor distribuir os lucros como dividendos e deixar a decisão de
como melhor empregá-los aos próprios acionistas. Outra vantagem dos lucros retidos –
e do capital acionário – é que não amarram a empresa a rígidos cronogramas de
desembolso de juros.
Investimento direto estrangeiro...
Para empresas multinacionais, costuma ser uma opção atraente, pois representa custos
menores e maior acessibilidade. Por outro lado, depende da avaliação do risco político
do país.
Recursos familiares...
Para empresas familiares, costumam ser uma importante fonte de financiamento. No
caso brasileiro, por causa da dificuldade de obtenção e dos juros altos dos empréstimos
bancários, constituem uma opção realista, mas limitam muito o grau de alavancagem
financeira de tais empresas.
2.3.2 VARIEDADE DE FONTES DE RECURSOS
As empresas costumam combinar diversas fontes de capital – na prática, não faz sentido econômico
tentar associar determinado projeto a determinada fonte de capital.
Consequentemente, as empresas tendem a trabalhar em termos de um custo global de capital,
que consiste na média ponderada – pela participação de cada fonte no total do capital – das
fontes individuais de financiamento.
O custo do capital, portanto, é dependente das proporções dos vários tipos
de financiamento utilizados.
A mudança nessas proporções pode afetar o custo do capital.
A mudança mais importante – e a mais seguida pelos analistas de empresas – é a do grau de
alavancagem, medido pela razão entre dívida e capital acionário – incluindo recursos próprios.
Para os administradores financeiros, é muito importante alcançar o que seria um ótimo
grau de alavancagem do capital na empresa.
No entanto, esse conceito é bastante subjetivo – varia de setor para setor na economia,
inclusive, conforme o porte e a composição acionária das empresas do mesmo setor.
107
MÓDULO 4
Economia Empresarial
É com base nessas considerações que obtemos a curva do Custo Marginal do Capital – CMC.
2.4 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL
Um exemplo de cálculo do custo médio ponderado do capital – conhecido como WACC, expressão
em inglês muito utilizada no Brasil, que significa weighted average cost of capital – é...
O custo total de capital de cada fonte é calculado multiplicando-se a participação relativa – o peso –
pelo respectivo custo de capital. O somatório desses itens é o WACC.
Nesse caso, o WACC = CW/W = 705/100 = 7,05%.
Esse valor de 7,05% deverá ser usado como a taxa de desconto para a avaliação de projetos,
usando o método valor presente líquido – VPL.
Todos os projetos não mutuamente exclusivos, com taxa interna de retorno – TIR – igual ou
superior a 7,05%, deverão ser aprovados.
2.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 3 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS, SELEÇÃO DE PROJETOS E CRITÉRIOS DE
INVESTIMENTO
3.1 DECISÕES FINANCEIRAS
Dentre as principais decisões que os empresários e dirigentes de empresas
têm de assumir, destacam-se aquelas ligadas aos investimentos em capital.
108
Economia Empresarial
MÓDULO 4
Entre as decisões que são inevitáveis, temos aquelas relacionadas...
 às decisões de investimento de longo prazo ou ao orçamento de capital – capital
budgeting;
 aos projetos de capital;
 a adições ao estoque total de capital;
 à localização da empresa;
 à substituição de bens de capital depreciados;
 ao volume e ao cronograma de investimentos.
Em certo sentido, essas decisões constituem o núcleo mais importante das decisões empresariais...
A sobrevivência da empresa depende do tino gerencial para conceber, analisar,selecionar
e executar os projetos de investimento mais lucrativos de acordo com os objetivos
fixados.
3.1.1 ORÇAMENTO DE CAPITAL
O orçamento de capital é o processo que analisa, planeja e avalia investimentos de longo prazo.
Em outras palavras, o orçamento de capital é o processo de planejar os gastos com a compra de
ativos que irão gerar uma série de retornos nos anos futuros.
O orçamento de capital possibilita, basicamente, escolher a melhor dentre as alternativas de
investimentos existentes para a empresa.
O orçamento de capital lida com...
 o processo para determinar quanto vale cada projeto considerado;
 as taxas de retorno antecipadas para cada projeto;
 os montantes de capital que a empresa pode alocar ao longo do tempo e para
diferentes alternativas.
3.1.2 GASTOS DE CAPITAL
Só os gastos de capital de longo prazo são significativos.
Gastos de capital de longo prazo revelam compromissos de um ou mais anos e
envolvem uma grande dose de incerteza, o que pressupõe previsão com bases técnicas,
julgamento acurado e planejamento cuidadoso.
O conceito de capital deve ser desenhado em termos do comportamento econômico, e não
segundo convenções contábeis.
109
MÓDULO 4
Economia Empresarial
Em geral, os gastos de capital incluem...
 novos equipamentos ou criação de ativos de longo prazo pela empresa;
 gastos na expansão ou diversificação de ativos, com adição ao estoque de capital;
 gastos para substituir o capital depreciado;
 gastos com propaganda e marketing;
 gastos com pesquisa, desenvolvimento e inovação.
3.1.3 PERÍODO DE PLANEJAMENTO
Uma visão clara de um período de planejamento faz-se necessária para obtenção dos seguintes
resultados...
 planejamento efetivo, incluindo execução e controle;
 substituição ou integração de planos antigos por novos, visando a um
desenvolvimento integrado da empresa;
 avaliação de economias de escala e determinação do tamanho ótimo da planta
industrial;
 planejamento financeiro e cronograma eficiente de novos investimentos.
3.1.4 REGRAS DE DECISÃO
Como os critérios podem não estar em conformidade uns com os outros ou o atendimento a
esses critérios pode não ser prioritário para a empresa...
...as regras de decisão visam criar consistência entre os diversos critérios e as diversas
regras de decisão – principalmente, no que diz respeito à aceitação ou à rejeição de
novos projetos.
3.1.5 COLETA DE DADOS
Quanto mais dados e informações forem coletados, melhor será a elaboração e a avaliação do
projeto.
Os principais dados dizem respeito...
 a custo de capital dos projetos;
 à taxa esperada de retorno;
 à disponibilidade de projetos alternativos;
 ao período de fruição, maturidade e longevidade dos projetos alternativos;
 à taxa de juros de mercados relevantes;
 ao grau de risco e incerteza.
Contudo, a informação custa dinheiro e toma tempo. Temos de encontrar
um ponto ótimo de equilíbrio.
110
Economia Empresarial
MÓDULO 4
3.2 SELEÇÃO DE PROJETOS
Os principais passos de um processo de seleção de projetos de investimento em capital são...
Gerar alternativas de propostas de projetos de investimento...
As ideias de projetos podem surgir dentro ou fora da empresa. Os projetos podem visar
à expansão da produção, à redução de custos, à criação de oportunidades para opções
de crescimento futuro ou ao atendimento a requisitos regulatórios e ambientais.
Estimar fluxos de caixa para os projetos propostos...
Os fluxos de caixa irão ocorrer no futuro. Por isso, há dificuldade para sua estimação.
Existem fortes elementos de risco e incerteza envolvidos. Os fluxos devem ser medidos
após o pagamento dos diversos impostos e também devem ser considerados os efeitos
indiretos do projeto que afetem seus fluxos de caixa.
Os fluxos de caixa devem ser em moeda constante, ou seja, em valores reais – por
exemplo, em reais de março de 2011. No passado, o dólar norte-americano era bastante
usado. Com o sucesso do controle inflacionário no Brasil, e dada a volatilidade do dólar
e da taxa de câmbio real/dólar, essa prática vem caindo em desuso.
Embora não computemos os efeitos inflacionários, caso existam evidências de que os
preços relativos – de itens importantes dos custos ou da receita – possam variar ao
longo da duração de vida esperada para o projeto, esses efeitos devem ser incorporados
na análise. Os custos incorridos no passado devem ficar fora do processo de seleção do
projeto.
Finalmente, os custos do projeto devem ser avaliados em termos de seus custos de
oportunidade.
Avaliar e selecionar os projetos de investimento...
A empresa deve decidir se aceitará ou rejeitará o projeto. O principal problema é medir
o montante e calcular o valor dos fluxos de caixa que irão ocorrer em diferentes pontos
de tempo no futuro para então comparar os resultados com outros projetos e concluir
sua atratividade relativa.
Mais adiante, examinaremos os métodos e as técnicas de avaliação.
Avaliar ‘ex-post’ os projetos de investimento...
A ideia é a de que uma empresa tem uma vida infinita e vai ser o resultante de suas
decisões de investimento ao longo do tempo. Um processo de revisão ajuda a formar
uma curva de conhecimento, e a perceber os pontos fracos e fortes do processo de
análise, e avaliação dos investimentos.
111
MÓDULO 4
Economia Empresarial
3.3 LIMITAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS
As empresas têm uma limitação dos fundos disponíveis.
Dependendo do tipo de empresa que esteja realizando o investimento, tal limite pode ser
estabelecido pelos acionistas, pelos executivos de empresas familiares, pelos dirigentes de ONGs
ou pelas autoridades públicas.
Os fundos já compromissados – em função de decisões de investimento no passado –
aparecem na contabilidade da empresa como ativos fixos ou correntes.
Somente parte dos fundos líquidos estará disponível para novas decisões de
investimento.
3.3.1 DECISÕES DE INVESTIMENTOS
As decisões de investimento implicam um comprometimento da empresa por longos períodos
de tempo, o que irá influenciar a natureza das operações futuras.
Em função disso, essas decisões são tomadas nos escalões mais altos das
empresas.
No entanto, o limite dos fundos disponíveis pode ser superado se a firma buscar novos recursos –
geralmente, de acionistas, de bancos ou do mercado de capitais.
Mesmo assim, persiste o problema de, ao longo do tempo, a empresa dever selecionar apenas
alguns dos projetos disponíveis para executar investimentos, postergar alguns projetos e desistir
dos demais.
Os problemas de escolha e de alocação são inerentes às decisões de investimento das
empresas.
3.4 LUCROS
Em geral, a atratividade dos investimentos é considerada pela ótica da lucratividade, embora os
projetos do setor público e de ONGs tenham óticas suplementares ou mesmo substitutivas.
Os lucros são essenciais para o crescimento e a continuidade das empresas, e também
influenciam sua habilidade de arrecadar fundos de investimentos.
As técnicas modernas de análise financeira dão muita importância ao impacto dos
projetos de investimento na geração de novos fluxos de caixa, na avaliação do valor
presente da empresa e na riqueza dos acionistas ou das famílias proprietárias.
investimento = lucro
112
Economia Empresarial
MÓDULO 4
3.4.1 RANKING DE PROJETOS
A empresa deve usar seus fundos disponíveis nos projetos que indiquem maior benefício do que
custos.
Se esses fundos não forem suficientes, a empresa deve buscar novos recursos em fontes externas
ou hierarquizar seus projetos, apontando os projetos de alta, média e baixa prioridades.
A empresa pode investir em diversos tipos de projetos.
Contudo, muitos desses projetos implicam a compra de novas plantas industriais,
máquinas e equipamentos para expandir a produção ou reduzir custos.
A empresa que busca maximizar seus lucros executará os projetos que
prometam uma taxa de retorno maior do que o custo de capital.
3.4.2 PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS
Antes de aplicar métodos e técnicas, a empresa deve tomar algumas providências.
Por exemplo, no caso de um projeto de expansão do capital físico da empresa – em máquinas e
equipamentos –, as seguintes providências devem ser tomadas...
 preparação de estimativas dos custos iniciais de compras, e instalações de máquinas
e equipamentos, incluindo custos de manutenção e reparos durante a vida do
projeto;
 previsão da produção esperada com essas máquinas e esses equipamentos;
 cálculo do preço esperado para a produção, da vida esperada das máquinas e dos
equipamentos, e de seu valor residual para venda;
 cálculo do tamanho do presente dos mercados e previsão de seu potencial no
futuro, em termos de tendências de crescimento;
 cálculo do custo de capital relevante para a empresa.
Cada projeto tem sua especificidade...
Outros tipos de projetos podem ser mais complexos, colocando dificuldades para sua
avaliação – projetos de novas tecnologias ou novos mercados.
Outros projetos podem ter a natureza de fusões e aquisições, e, nesse caso, o problema
maior consiste em estimar o valor da empresa.
3.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
113
MÓDULO 4
Economia Empresarial
UNIDADE 4 – ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO
4.1 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO
Os principais métodos e as principais técnicas de avaliação de projetos são...
 payback simples;
 payback descontado;
 razão benefício-custo;
 índice de lucratividade;
 taxa interna de retorno – TIR;
 valor presente líquido – VPL – dos custos e benefícios.
A seguir, discutiremos as características e as vantagens de cada método ou
técnica...
4.1.1 PAYBACK SIMPLES
Características...
Usando os fluxos de caixa, avalia em quantos anos os benefícios do projeto cobrem
seus custos, ou seja, mede em quanto tempo o projeto vai gerar receita para cobrir
seus investimentos originais de capital.
Vantagens...
Simplicidade e dinheiro no bolso.
Desvantagens...
 desconhecer o que se passa com os fluxos de caixa que excedam os custos originais
do projeto;
 ignorar o valor da moeda no tempo;
 ignorar a depreciação do investimento.
4.1.2 PAYBACK DESCONTADO
Características...
É semelhante ao payback simples. Contudo, trabalha com fluxos de caixa descontados.
Vantagens...
Simplicidade, dinheiro no bolso, sem ignorar o valor da moeda no tempo.
Desvantagens...
Escolha de projetos mutuamente exclusivos, pois não leva em conta a escala do projeto.
Ao pautar-se pelos projetos de maior retorno inicial e vida mais curta, pode selecionar
o projeto errado.
114
Economia Empresarial
MÓDULO 4
4.1.2.1 EXEMPLOS DE PAYBACK
Observemos os seguintes exemplos...
Dois projetos mutuamente exclusivos – A e B – requerem o mesmo investimento inicial de
R$ 1.000,00.
O projeto A tem um retorno anual de R$ 250,00 nos primeiros 4 anos, e de zero nos 6
anos seguintes.
O projeto B tem um retorno anual de R$ 200,00, com duração de 10 anos.
O payback simples de A é 1.000/250 = 4 anos. O payback simples de B é 1.000/200 =
5 anos.
O projeto A será o escolhido, embora o senso comum perceba que o projeto B é melhor, pois
geraria fluxos de caixa positivos por mais 6 anos do que A.
O payback descontado poderia rejeitar o projeto A e selecionaria o projeto B, dependendo da
taxa de desconto usada.
4.1.3 RAZÃO BENEFÍCIO-CUSTO
Características...
Calcula o coeficiente ou a razão entre os benefícios – numerador – e os custos –
denominador – do projeto.Pode ignorar ou considerar o valor da moeda no numerador.
Vantagens...
Ser um método que produz um número. Se o número for igual ou maior do que 1, o
projeto deve ser executado.
Desvantagens...
Pode selecionar o projeto errado ao pautar-se no valor absoluto do quociente,
esquecendo os projetos de número menor – ainda que igual ou maior do que 1 –, que
gerem um maior valor absoluto de benefícios líquidos. Podemos, portanto, escolher o
projeto errado em uma situação de projetos mutuamente exclusivos.
4.1.4 ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE
Características...
Faz o mesmo cálculo da razão benefício-custo, embora, no numerador, use o resultado
líquido – benefícios menos custos –, mantendo os custos no denominador e calculando,
em termos percentuais, um índice de lucratividade. Seu objetivo é escolher o projeto
com maior índice positivo de lucratividade.
115
MÓDULO 4
Economia Empresarial
Vantagens...
Ao se expressar como um índice de lucratividade, aproxima-se muito do quadro
referencial dos empresários, que usam bastantes conceitos de taxa de retorno e índice
de lucratividade.
Desvantagens...
O método é simples, mas pode ser enganoso ao ignorar diferenças de escala de capital
em projetos mutuamente exclusivos.
4.1.4.1 EXEMPLOS DE RBC E IL
Utilizando os mesmos fluxos de caixa dos projetos A e B, vemos que...
A razão benefício-custo de A seria 1.000/1.000 = 1.
A razão benefício-custo de B seria 2.000/1.000 = 2.
O projeto B teria um índice de lucratividade de (2.000 - 1.000)/1.000 = 100%.
O projeto A teria um índice de lucratividade de 0.
4.2 TAXA INTERNA DE RETORNO
Taxa interna de retorno...
É definida como a taxa de desconto – r – que iguala o valor presente dos fluxos de caixa do
projeto com o investimento inicial.
Indica a remuneração que a entidade oferece a seus proprietários.
TIR é a taxa r em que...
...onde r é a incógnita, e n, Ft e Io são conhecidos.
116
Economia Empresarial
MÓDULO 4
Um projeto deve ser aceito – ou rejeitado – se a TIR for, respectivamente, maior ou igual – ou
menor do que – ao custo de capital da empresa.
4.2.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TIR
Vejamos as vantagens e desvantagens da TIR...
Vantagens...
Trabalhar com os dados gerados pelo próprio projeto em termos de seu fluxo de caixa.
Somente necessita de dados externos para comparar a TIR em termos de sua
atratividade.
Desvantagens...
Selecionar o projeto errado em situações de projetos mutuamente exclusivos e falhar
na obtenção de uma taxa de retorno quando os fluxos de benefícios mudam de sinal –
de positivos para negativos – em pontos de tempo no futuro.
4.3 VALOR PRESENTE LÍQUIDO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS
Características...
Calcula o valor presente dos fluxos de caixa líquidos do projeto, descontados pelo custo
de capital da empresa – que equivale à taxa requerida como retorno da empresa –, menos
o investimento líquido do projeto.
Onde k é a taxa de desconto.
A taxa de desconto k é calculada pela própria empresa.
Um projeto de investimento deve ser aceito – ou rejeitado – caso o VLP seja,
respectivamente, igual ou superior a 0 – ou menor do que 0.
Um projeto de investimento deve ser aceito caso o VLP seja igual ou superior a 0, e
rejeitado caso o VLP seja menor do que 0.
Vantagens...
É o melhor método de seleção de projetos. Não apresenta os problemas de seleção
errada, como nos métodos e nas técnicas anteriores.
117
MÓDULO 4
Economia Empresarial
Desvantagens...
Depende de um cálculo correto do custo de capital da empresa.
4.3.1 TIR , VPL E PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUSIVOS
Uma situação muito frequente para decisões de investimento – e que causa conflito de métodos –
ocorre quando existem projetos mutuamente exclusivos.
Por exemplo, suponhamos uma empresa que tenha um terreno de 50.000 m2 às
margens da Rodovia Rio-São Paulo, onde possa construir uma nova planta para a fábrica
ou um depósito central de abastecimento.
Ela terá de escolher um dos dois projetos. Podem existir discrepâncias nos resultados
da avaliação, dependendo do método utilizado.
Vamos discutir algumas aplicações práticas desses métodos, mostrando os
conflitos de interpretação que podem surgir...
4.3.1.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS DA TIR
Vamos examinar agora o critério da taxa interna de retorno – TIR.
O perfil teórico de um projeto considera como de sinal negativo o investimento, no
ano inicial, e de sinal positivo os fluxos líquidos futuros de resultados.
Vamos usar como exemplo os projetos C e D, supondo que eles tenham o seguinte perfil...
Logo...
Caso o custo do capital da empresa fosse 18,3% ao ano, os dois projetos seriam viáveis. Caso os
projetos fossem mutuamente exclusivos, o projeto D seria selecionado, pois tem uma TIR maior.
118
Economia Empresarial
MÓDULO 4
Isso, no entanto, pode ser uma escolha equivocada. A resposta certa, nessa situação, só
pode ser dada pelo uso do critério VPL.
4.3.1.2 APLICAÇÃO PRÁTICA DE VPL
Examinaremos agora o valor presente líquido – VPL. Vamos supor três diferentes valores para o
custo de capital, e usar como exemplo os projetos C e D...
 custo de capital = 0%...
 VPL do projeto C = -100 + 0 + 140 / (1 + 0)2 = +40;
 VPL do projeto D = -100 + 130 / (1 + 0) = +30.
Os dois projetos passam no teste do VPL e são aprovados. Caso sejam projetos mutuamente
exclusivos, o projeto C é o escolhido...
 custo de capital = 10%.
Considerando que o custo de capital seja 10%, o VPL dos projetos C e D são...
Os dois projetos são aceitáveis, mas agora D é superior a C.
 custo do capital = 20%...
 VPL do projeto C = -100 + 0 + 140/(1 + 0,2)2 = -100 + 140/1,44 = -2,8;
 VPL do projeto D = -100 + 130/(1 + 0,2) + 0 = -100 + 130/1,2 = +8,33.
O projeto C seria recusado, e o projeto D, aceito.
Comparando o estudo de viabilidade dos projetos C e D por meio dos métodos TIR e
VPL, podemos observar situações de conflito de métodos, em que o critério VPL
estabeleceria uma preferência distinta do ordenamento da TIR.
119
MÓDULO 4
Economia Empresarial
4.3.2 COMPARAÇÃO ENTRE TIR E VPL
Existe, evidentemente, um conflito entre a TIR e o VPL...
A figura anterior apresenta, no eixo vertical, o VPL dos projetos C e D em diferentes situações do
custo de capital. Observemos que a TIR é um caso especial do VPL, em que a VPL = 0. A TIR
aparece nos pontos de interseção da reta plotada com o eixo horizontal.
O ponto P é o ponto de interseção das duas retas. No ponto P, o valor de r é de 7,7%.
No ponto P, os dois projetos são iguais, podendo ser aprovados ou rejeitados,
dependendo da taxa de custo do capital.
Abaixo de 7,7%, o projeto D é superior a C e, acima de 7,7%, o projeto C é superior a D.
4.3.3 ESCOLHA DO MELHOR MÉTODO
De modo geral, o melhor critério é o VPL.
Em situações normais – com fluxos de caixa bem comportados e sem projetos mutuamente
exclusivos –, a TIR é também um bom método.
Os demais métodos – principalmente, o payback – são auxiliares, podendo ser vistos
como maneiras práticas de ajudar na tomada de decisões.
Com os métodos computacionais hoje existentes, é fácil calcular esses indicadores, de
maneira que todos podem ser usados para clarificar aspectos do processo de decisão.
120
Economia Empresarial
MÓDULO 4
Logo, o VPL deve ser priorizado.
4.4 PRÊMIO DE RISCO
Os mercados costumam quantificar – precificar, no jargão do mercado financeiro – o trade-off
existente entre risco e retorno.
Em geral, o mercado deseja altos retornos e baixos riscos.
Desse modo, para aceitar maiores riscos, o mercado cobra prêmio de risco.
Esse prêmio é estabelecido sob a forma de um percentual – por exemplo, 3% – ou pontos base –
nesse exemplo, 300 – sobre a taxa básica de retorno, a de menor risco – por exemplo, 8%.
4.4.1 AJUSTAMENTO DO RISCO POR MEIO DA TAXA DE DESCONTO
Existem diversos métodos para lidar com as situações de risco e de incertezas.
Um método muito utilizado, por sua simplicidade, faz o ajustamento na própria taxa de desconto
que é usada para os fluxos de caixa do projeto.
Serve como uma primeira aproximação, como um exercício inicial, mas é recomendável
que procuremos utilizar outras técnicas mais refinadas.
Nesse método, para avaliar o risco, o fluxo de caixa líquido do projeto é descontado por uma taxa
de desconto ajustada pelo risco, não por uma taxa de desconto representando o custo de capital
da empresa.
Esse ajuste é feito pela adição de um prêmio de risco à taxa de desconto.
Esse prêmio de risco deve refletir os riscos associados a um projeto específico de
investimento.
A área de análise de riscos tornou-se muito importante nos últimos anos e, atualmente, existem
técnicas e modelos especializados e muito complexos, que tentam avaliar e calcular parâmetros
sobre o risco ou mesmo a incerteza.
4.4.2 OUTROS MÉTODOS PARA AJUSTAMENTO DO RISCO
Existem dois métodos também usados na avaliação do risco em projetos de investimento...
Coeficiente de variação...
O desvio-padrão da distribuição de probabilidade é uma medida de risco. No entanto,
o desvio-padrão é uma medida absoluta.
121
MÓDULO 4
Economia Empresarial
Para comparar dois projetos de investimento mutuamente exclusivos, utiliza-se o
coeficiente de variação, CV.
O CV é calculado como a razão entre o desvio-padrão e o valor esperado da distribuição.
No caso em pauta, do VPL do projeto.
Por exemplo, dois projetos mutuamente exclusivos W e X, com, respectivamente,
VPLs de R$ 100 e R$ 50 e com desvios-padrão de 25 e 20, teríamos os seguintes CVs...
CV do projeto W
25/100 = 0,25
CV do projeto X
20/50 = 0,40
Nesse caso, o projeto W teria menor risco que o projeto X, que seria o escolhido.
Equivalência de certeza...
No caso da equivalência de certeza, os ajustamentos são feitos no numerador do fluxo
de caixa, ou seja, nos valores de receita e de custo a cada ano do projeto.
Por exemplo, em um projeto de mineração de ferro, o preço internacional do minério
de ferro receberia uma visão mais focada quanto ao risco de variabilidade de preço.
4.4.3 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E DE CENÁRIOS
Outros métodos pragmáticos para analisar o risco ou a incerteza costumam ser utilizados. Dentre
eles, vamos assinalar três...
Análise de sensibilidade...
Nesse método, alteram-se os valores das variáveis-chave para examinar a robustez dos
resultados da avaliação, ou seja, avalia-se o impacto de uma mudança no valor da
variável significativa.
Por exemplo, uma forte apreciação ou depreciação da taxa de câmbio, caso as
vendas ou compras de insumos dependam, fortemente, do mercado externo.
Análise de cenário...
Nesse caso, temos uma análise de sensibilidade que impacta diversas variáveis ao
mesmo tempo.
122
Economia Empresarial
MÓDULO 4
Por exemplo, o que acontece a um projeto caso haja, simultaneamente, uma
recessão econômica e um aumento no preço do petróleo.
Simulação...
Nesse caso, utilizam-se métodos quantitativos para a distribuição de probabilidade das
variáveis-chave.
Um método muito utilizado é a simulação Monte Carlo, em que os valores das variáveischave são selecionados aleatoriamente pelo computador e, em cada rodada, é calculado
o valor do VPL.
4.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
123
Economia Empresarial
MÓDULO 5
MÓDULO 5 – ENCERRAMENTO
APRESENTAÇÃO
Na unidade 1 deste módulo, você encontrará algumas divertidas opções para testar seus
conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido em toda a disciplina. São elas...
 caça-palavras;
 palavras cruzadas;
 forca;
 criptograma.
A estrutura desses jogos é bem conhecida por todos.Você poderá escolher o jogo de sua preferência
ou jogar todos eles... a opção é sua! Em cada um deles, você encontrará perguntas – acompanhadas
de gabaritos e comentários – por meio das quais você poderá autoavaliar-se.
Já na unidade 2, é hora de falarmos sério!!!! Sabemos que o novo – e a disciplina que você
terminou de cursar enquadra-se em uma modalidade de ensino muito nova para todos nós,
brasileiros – tem de estar sujeito à crítica... a sugestões... a redefinições. Por estarmos cientes
desse processo, contamos com cada um de vocês para nos ajudar a avaliar nosso trabalho.
Então? Preparado?
125
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