avaliação bacteriológica das luvas de

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EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
AVALIAÇÃO BACTERIOLÓGICA DAS LUVAS DE
PROCEDIMENTO APÓS O USO PELO PROFISSIONAL DA
ODONTOLOGIA
BETTKER, Amanda¹
[email protected]
MUSSO, Cassiane¹
[email protected]
OLIVIECKI, Patrícia¹
[email protected]
PASTERCZAK, Karine¹
[email protected]
BLUM, Davi Francisco Casa²
[email protected]
BORGHETTI, Vanessa Isabella²
[email protected]
MELLO, Marcia Regina de²
[email protected]
NOGUEIRA, Audrea Dallazem²
[email protected]
SASS, Alex Luis²
[email protected]
¹ Discentes do Curso de Odontologia, Nível IV 2016/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
² Docentes do Curso de Odontologia, Nível IV 2016/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
RESUMO: Os objetivos deste artigo foram a avaliação microbiológica de crescimento bacteriano nas luvas de
procedimento utilizadas por alunos da graduação em Odontologia da faculdade IDEAU de Getúlio Vargas, Rio
Grande do Sul – Brasil, durante atendimento nas clínicas de Saúde Coletiva I Clínica. Este, especificamente
expõe a respeito do possível crescimento bacteriológico. Analisando ainda as maneiras existentes de controle de
contaminações cruzadas, para diminuição de riscos ao profissional e ao paciente. O estudo baseou-se em três
coletas que foram realizadas em três momentos diferentes, no período de três semanas, e então foi constatado
que 89% das coletas realizadas demonstraram crescimento microbiológico, mesmo que pouco, entretanto duas
das nove coletas demonstraram também crescimento fúngico, ao invés de apenas crescimento bacteriológico. Por
isso, quando o cirurgião-dentista realizar procedimentos deve usar sempre os Equipamentos de Proteção
Individual (EPI), descartá-los corretamente após o seu uso, e durante o uso não tocar em superfícies sem o uso de
barreiras, como a sobre-luva. As avaliações bacterianas em luvas de procedimento são pouco abordadas ainda na
literatura, o que torna a avaliação bastante oportuna.
Palavras-chave: avaliação microbiológica; luvas de procedimento e controle de infecção cruzada.
ABSTRACT: The objectives of this article were the microbiological evaluation of bacterial growth in the
procedure gloves, used by university students of Dentistry in the IDEAU college of Getúlio Vargas, Rio Grande
do Sul – Brazil, during the clinical treatment in the clinics of collective health. This one specifically exposes the
possible bacteriological growth. Analyzing yet the existing ways of cross-contamination controll, to reduce risks
to the professional and the patient. The study was based on three collects that were executed at three different
times in a period of three-weeks. So it was constated that 89% of the executed collects demonstrated
microbiological growth, even a little, although two of the nine collects also showed fungal growth, rather than
just bacteriological growth. So when the dentist realize procedures should always use the Personal Protective
Equipment (PPE), and they discarded of properly after use, and during the use of them there can't be touched on
surfaces without the use of barriers, like over gloves. Bacterial evaluations in procedure gloves are little
discussed yet in the literature, which makes the evaluation quite opportune.
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Keywords: microbiological evaluation; procedure gloves and cross infection control.
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os profissionais da área da saúde estão sujeitos a riscos biológicos diariamente, o
que favorece a possibilidade de infecção cruzada (FIGUEIREDO, 2006). De acordo com o
Manual de Controle de Infecções e a Prática Odontológica em Tempos de Aids: Manual de
Condutas barreiras protetoras são eficientes para a redução do contato com sangue e secreções
orgânicas, assim o uso do Equipamento de Proteção Individual – EPI torna-se obrigatório
durante o atendimento odontológico (BRASIL, 2000). Os EPI‟s necessários são os seguintes:
ocúlos de proteção, luvas, máscara, gorro, avental, avental plumbídero, roupa branca
exclusiva para atendimento no consultório (SESISAÚDE, 2009).
De acordo com Lima e Ito (1997) O sistema BEDA é uma maneira de o profissional
lembrar facilmente de usar Barreiras nos instrumentos, Esterilizar os passíveis de
esterilização, Desinfeta-los e realizar a Anti-sepsia para eliminar ou diminuir a proliferação
das bactérias, o objetivo é impedir que aconteça a infecção cruzada.
Por essas razões de acordo com Figueiredo (2006) as luvas devem ser utilizadas para
precaver o contato de pele das mãos e antebraços com secreções, sangues, mucosas dos
pacientes, e se faz necessário o uso de um par de luvas para cada paciente, descartando-as
após o atendimento. De acordo com a Portaria Nº 485, de 11 de novembro de 2005, „„Todos
trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem utilizar vestimenta
de trabalho adequada e em condições de conforto‟‟ (BRASIL, 2005).
Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo analisar a nível microbiológico a
presença ou não de bactérias nas luvas de procedimento durante o uso pelo cirurgião dentista.
Como expor a importância do uso da mesma durante a prática clínica, a fim de evitar
possíveis contaminaões cruzadas entre profissional e paciente.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Segundo o Ministério da Saúde, na cartilha “Biossegurança Em Saúde: Prioridade E
Estratégias de Ação, a biossegurança é um conjunto de ações voltadas para prevenir, diminuir,
controlar e eliminar possíveis riscos que possam comprometer a qualidade de vida, a saúde
humana e o meio ambiente. As ações em biossegurança são de fundamental importância para
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a promoção e manutenção do bem-estar e de proteção à vida, elas estão sendo desenvolvidas
cada vez mais rápidas no Brasil, colocando assim o país em patamares recomendados pela
Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2010).
De acordo com o Protocolo de Biossegurança a biossegurança na odontologia tem
sido importante na diminuição da infecção cruzada, pois este é o principal fator de
contaminações entre pacientes e profissionais. Devido a grande exposição do Cirurgião
Dentista a tecidos e fluídos orgânicos dos pacientes, esses ficam em contato com uma enorme
variedade de microorganismos, expondo assim toda a equipe de saúde ao risco biológico,
causada pelo contato com vírus, bactérias, fungos ou parasitas (SILVA; FLÓRIO;
RAMACCIATO et al., 2011).
Segundo Flamini (2009) a contaminação cruzada pode ocorrer por um simples
movimento ou toque do profissional em um procedimento, mesmo o profissional tendo
cautela durante o procedimento, pois se o mesmo tocar em algum material que não é
esterilizado, até mesmo um leve toque para abrir uma gaveta sem o uso de sobreluvas para
pegar algum material durante o procedimento, terá contaminado o local.
Os ambientes em odontologia são classificados em área não crítica, área semicrítica e
área crítica. A área não crítica ainda segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA)
na consulta pública nº 104, é aquela onde o risco de desenvolvimento de
infecções é mínimo ou não existe, nela não se realizam procedimentos e nem atividades
assistenciais. Devem ser higienizadas frequentemente com água e sabão. Já a área semicrítica,
também conforme a ANVISA, tende a ser uma área com baixo a moderado risco de infecções,
tanto pela realização de procedimentos menos invasivos quanto por atividades assistenciais. A
limpeza e a desinfecção devem ser constantes, podendo ser semelhante à limpeza doméstica.
Finalizando, a área crítica é o local onde existe um alto risco de infecção e contaminação
advindo dos procedimentos e assistências realizadas, por exemplo, uma sala de cirurgia.
Necessitam de limpeza diária e frequente, pode ser usado hipoclorito de sódio a 1% e também
água e sabão (BRASIL, 2002).
2.1 Classificação dos Procedimentos
O consultório odontológico é um dos locais mais propícios para se suceder
contaminações com agentes infecciosos. Como anteriormente dito, as áreas do consultório são
divididas em área crítica, semicrítica e também não-crítica, esta mesma classificação é
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utilizada para classificar os procedimentos realizados no local. Procedimento critico é aquele
onde existe presença de sangue, pus, ou material biológico contaminado com perda de tecido.
Procedimento semicrítico é o qual onde existe presença de secreção orgânica sem perda de
tecido. E por fim o procedimento não-crítico é aquele em que não há presença de sangue pus
ou de secreção orgânica (GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2015).
Para a realização de todos os procedimentos em odontologia, é necessário o uso de
equipamento de proteção individual (EPIs), a luva é um dos EPIs de maior importância para o
cirurgião dentista, além disso, Guandalini; Melo e Santos (2005) consideram a luva como uma
“segunda pele” onde se constitui na melhor barreira mecânica para proteção individual do
profissional. Mesmo com tantos benefícios que o uso da luva traz, muitos profissionais
alegam que não gostam de usar ou que até mesmo não usam por “perderem” a agilidade
manual e a sensibilidade táctil.
Existem diversos tipos de luva no mercado, luvas cirúrgicas estéreis, luvas de látex
estéreis e não estéreis para uso em procedimentos semi-críticos, luvas para limpeza de
instrumental e também as luvas nitrílicas e as de vinil descartáveis, que são utilizadas por
profissionais que são alérgicos ao látex e também no atendimento a pacientes com alergia
(GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2015).
A Organização Mundial da Saúde recomenda que as luvas devam ser usadas para
reduzir o risco de contaminações, pelo frequente contato com secreções, sangue e fluidos
corporais e também para diminuir o risco de contaminação cruzada entre profissional e
paciente e também vice-versa. Ela alerta também que só uso da luva não protege
completamente e por isso é de grande importância a correta higienização das mãos antes e
após os procedimentos, e assim com a correta retirada das luvas, onde a parte externa da luva
não deve fazer contato com a mão do profissional (WHO, 2006).
2.2 Microrganismos comuns da cavidade oral
Segundo Spolidoro, et al.(2013) os microrganismos que estão presentes na
microbiota natural do homem podem ser classificados em residente, transitória e suplementar.
O primeiro contribui na eliminação de agentes patológicos e na manutenção da saúde, a
microbiota transitória apresenta microrganismos com potencial patológico, estes não ficam
por tempo definitivo no organismo podendo ser eliminados, já a microbiota suplementar
apresenta bactérias que permanecem, entretanto, em menor quantidade e quando esta
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população crescem podem causar doença. Na cavidade bucal podemos encontrar em torno de
700 espécies de bactérias, e algumas delas são Peptostreptococcus spp., Porphyromonas spp.,
Prevoltella spp., Treponema spp., Streptococcus spp., Staphylococcus ssp.,que em condição
normal não causam danos à saúde do homem.
De acordo com Fernandez, et al. (2013) a hepatite C tem como sua principal fonte de
contaminação o sangue, o vírus da hepatite em temperatura ambiente pode se manter vivo por
mais de cinco dias, ainda não foram desenvolvidas vacinas afim de previnir esta doença. Já o
vírus da hepatite B se mantém vivo em superfície seca por até uma semana, para que seja
efetiva a imunização contra este vírus é necessária que se faça a aplicação de três doses da
vacina.
2.3 Antissepsia intrabucal a fim de reduzir microorganismos presentes na cavidade oral
De acordo com Villoria e Costinha (2013) o digluconato de clorexidina age na
membrana celular bacteriana, provocando perda dos conteúdos celulares bacterianos, a
clorexidina inclusive é bactericida e bacteriostática e o seu uso em forma de bochechos, com
concentração de 0,12% reduz o número de estreptococos no sulco gengival.
Uma maneira de reduzir infecções cruzadas é o paciente realizar o bochecho
supervisionado, antes do início do atendimento odontológico com clorexidina 0,12% pois o
conhecimento de suas propriedades permite ao cirurgião-dentista desenvolver suas atividades
com segurança, além disso, o uso da clorexidina reduz bactérias que possam ser viáveis em
aerossóis, pois pequenas concentrações de clorexidina são na maioria das vezes suficientes
para impedir o processo reprodutivo ou eliminar a maioria dos microrganismos (HORTENSE
et al., 2010).
2.4 Descarte das luvas de procedimento após o uso
As luvas após o seu uso são um Resíduo do Serviço de Saúde – RSS, e conforme o
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), na Resolução nº 358, p. 616, de 29 de
abril de 2005, em seu art.3º expõe que para um descarte correto:
Cabe aos geradores de resíduos de serviços da saúde e ao responsável legal, o
gerenciamento dos resíduos, desde a geração até a disposição final, de forma atender
os requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, sem prejuízo de
responsabilização solidária, de todos aqueles, pessoas físicas e jurídicas, que direta
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ou indiretamente causem, ou possam causar degradação ambiental, em especial aos
transportadores e operadores das instalações de tratamento e disposição final [...].
Segundo a ANVISA as luvas se enquadram no grupo D de RSS, e devem ser
acondicionadas em saco plástico preto, para posterior recolhimento da empresa responsável
(ANVISA, 2004).
Macedo et al. (2007) expõe que se o gerenciamento dos RSS não for feito
corretamente originará danos ao meio ambiente, podendo acontecer também acidentes de
trabalho com trabalhadores da saúde, catadores de lixo, à população, podendo assim propagar
doenças para a população em geral, por isso os profissionais devem ter o correto cuidado no
momento de segregar esses materiais, avaliando as questões ambientais relacionadas a esse
contexto.
3 Metodologia
Para a realização do Projeto de Aperfeiçoamento Teórico Prático (PATP) 2016/II, os
alunos do IV semestre de Odontologia do IDEAU foram divididos em seis grupos, com o
objetivo de analisar as formas e riscos microbiológicos que os diferentes instrumentais podem
propagar aos pacientes atendidos pela Faculdade de Odontologia e assim cada grupo tendo
seu objeto de avaliação pré-definido, e este grupo ficou responsável pela coleta bacteriológica
nas luvas de procedimento após o uso na clínica, relacionando a isso os conhecimentos de
biossegurança, de modo a propor alternativas de redução de contaminações cruzadas. Para
atingir este objetivo, foi realizado um levantamento de dados por meio de três coletas na
clínica da disciplina de Odontologia em Saúde Coletiva I Clínica, da Faculdade IDEAU de
Getúlio Vargas – RS, na qual os alunos do VI semestre estavam realizando atendimento em
pacientes; cada dia coletando três amostras. Para isso, foram utilizados os seguintes materiais:
nove placas de Petri, Ágar Nutriente (AN), Ágar Padrão Para Contagem (PCA), nove swabs
estéreis, nove tubos de ensaio de vidro estéreis com tampa, solução de cloreto de sódio, luvas
de procedimento, disponibilizados pela instituição.
A Figura 1 demonstra a maneira pela qual foram realizadas as coletas na clínica
odontológica, as mesmas ocorreram nos dias 03/10/2016, 10/10/2016 e 17/10/2016, e
obtiveram-se três coletas por dia. Todas as coletas foram feitas em diferentes alunos que
estavam realizando procedimentos em pacientes diferentes.
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Figura 1 – Figura ilustrando a maneira pela qual foram realizadas as coletas na clínica
odontológica da Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
Fonte: Autoria própria.
Após as coletas o grupo se dirijiu para o laboratório de análise para realizar o
esfregaço do material coletado via swab na placa de Petri com o respectivo ágar dentro, para
que houvesse o crescimento ou não das bactérias., A técnica de semeadura utilizada foi a de
estria simples, para isto foram necessários os seguintes materiais: swab com a respectiva
coleta das luvas deixado dentro do tubo de ensaio imerso em solução de cloreto de sódio,
lamparina e placa de pétri com respectivo àgar – nos dias 03/10 e 10/10 foi utilizado apenas o
AN, já no dia 17 foram usados dois AN e um PCA -.
Apresenta-se na Figura 2 a maneira pela qual foram realizadas as semeaduras do
material coletado na placa de Petri com o respectivo ágar dentro.
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Figura 2 – Figura ilustrando a maneira pela qual foram realizadas as semeaduras do material
coletado, para propiciar o crescimento ou não das bactérias, no laboratório de análises da
Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
Fonte: Autoria própria.
Após aproximadamente 48h de cada coleta fez-se necessário o retorno ao laboratório
para análise dos crescimentos e realizar a coloração de Gram, que auxilia na diferenciação de
bactérias gram-positivas e gram-negativas das principais culturas que apresentaram
crescimento, no caso uma cultura de cada dia coletado. Os materiais necessários para a
coloração foram: lamparina, placa de Petri com crescimento microbiológico, alça de platina,
placas de vidro, violeta genciana, lugol, fucsina, álcool etílico 95%, água destilada e óleo de
imersão. Feita a coloração a placa de vidro pôde ser observada em microscópio.
4 RESULTADOS E ANÁLISE
Da amostra de nove coletas, nas três coletas do dia 03/10/2016 apenas uma
apresentou maior crescimento de colônias, e nessa foi realizada a coloração de Gram e análise
em microscópio óptico.
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Veronese (2005) explica que as doenças periodontais podem ser causadas pelas
bactérias Porphyromonas gingivalis, Tannerela forsytha e Treponema denticola, essas são
anaeróbias estritas, acarretam na perda dos tecidos de suporte dentários, sendo essas bactérias
gram-negativas presentes na cavidade oral e na grande maioria das vezes causando
periodontite crônica.
De acordo com Coura (2013) as infecções causadas por Escherichia Coli podem ser
de nível intestinal e no trato urinário, a de nível intestinal pode se manifestar por diarréia e
sintomas gerais de infecção, já no trato urinário podem afetar a uretra e bexiga, e inclusive é
uma das poucas bactérias gram-negativas encontradas na cavidade oral.
A análise em microscopia da imagem D contida na figura 3 apresentou-se na
coloração rosa, ou seja são bactérias gram-negativas. As bactérias gram-negativas são minoria
na cavidade oral. Veronese (2005), entretanto expõe que a meningite meningocócica também
é uma bactéria gram-negativa e é frequentemente encontrada em mucosas humanas, e pode
causar inflamações nas membranas do cérebro. Mesmo que existam poucas bactérias gramnegativas encontradas na cavidade oral, o não aparecimento de formas e arranjos, como: coco,
bacilo, espirilo, diplococo, estreptococo, tétrade, sarcina e estafilococos dificulta a avaliação
da possível bactéria presente.
Apresenta-se na Figura 3 as coletas do dia 03/10/2016 e a avaliação microscópica da
coleta que apresentou maior crescimento de colônias.
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A
B
C
D
Figura 3 – Figura apresentando as três coletas obtidas das luvas dos alunos que estavam
realizando procedimento odontológico no dia 03/10/2016. A) Imagem ilustrando placa com
grande crescimento de colônias. B) Imagem apresenta placa com poucas colônias. C) Imagem
demonstrando placa com poucas colônias. D) Imagem microscópica de crescimento de
colônias gram-negativas, resultantes da placa da imagem A.
Fonte: Autoria própria.
Segundo Ferreira e Moraes (2013) as bactérias do gênero Streptococcus são
considerados os grandes responsáveis por causar infecções em humanos. Algumas das mais
encontradas são: Streptococcus pyogenes, Streptococcus agalactiae e Streptococcus
pneumoniae e também o Staphylococcus aureus. As infecções causadas por bactérias do
gênero Streptococcus, são invasivas e ocorrem dependendo da condição do hospedeiro que
podem apresentar distúrbios no sistema imune. É responsável por diversas infecções, entre
elas pneumonias, abcessos, endocardite e também infecções urinarias.
Martins et al. (2013) afirma que o Staphylococcus aureus é um dos microrganismos
que aparece com mais frequência associados a infecção em consultórios odontológicos,
mantem-se estável por um longo período em fluídos de saliva e sangue, os quais em contato
com a pele e tecidos podem vir a provocar patologias graves como pneumonia, endocardite,
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sepse, e osteomielite. Esta bactéria é capaz de produzir resistência aos antibióticos usados na
prática clínica.
Apresenta-se na Figura 4 as coletas do dia 17/10/2016 a avaliação microscópica da
coleta na imagem B, que apresentou maoir crescimento de colônias. Seu resultado e a análise
em microscópio na imagem D, nos revelou bactérias possivelmente do grupo cocus grampositivos.
A
B
C
D
Figura 4 – Figura apresentando as três coletas obtidas das luvas dos alunos que estavam
realizando procedimento odontológico no dia 10/10/2016. A) Imagem ilustrando placa sem
crescimento de colônias. B) Imagem apresentando crescimento de várias colônias. C) Imagem
demonstrando placa com considerável crescimento de colônias. D) Imagem microscópica de
crescimento de colônias gram-positivas, resultantes da placa da imagem B.
Fonte: Autoria própria.
Nas amostras de nove coletas, das três coletas do dia 17/10/2016 apenas uma
apresentou maior crescimento de colônias, essa sendo a PCA, e nessa foi realizada a
coloração de Gram e análise em microscópio.
A análise em microscópio da imagem B contida na Figura 5 resultou na imagem D,
essa apresentou coloração gram-positiva, entretanto as colônias A e B da mesma imagem tem
aparência de colônias de fungos, e fungos são sempre Gram-positivos, a imagem C da mesma
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figura representa um crescimento aparente de colônias de bactérias, mas como foram tão
poucas não possibilitou a realização da coloração de gram e análise em microscópio. Como o
objetivo deste presente trabalho é a avaliação bacteriológica dos crescimentos esta coleta não
possibilitou a mesma. Não menos importante, o crescimento de fungos advindos das coletas
de luvas de procedimento, durante os procedimentos odontológicos também deve ser
amplamente apurado para análise das possíveis causas.
A
B
C
D
Figura 5 – Figura apresentando as três coletas obtidas das luvas dos alunos que estavam
realizando procedimento odontológico no dia 17/10/2016. A) Imagem ilustrando placa com
pouco crescimento de colônias. B) Imagem demonstrando crescimento de colônias. C)
Imagem apresenta placa com pouco crescimento de colônias. D) Imagem microscópica de
crescimento de colônias gram-positivas, resultantes da placa da imagem B.
Fonte: Autoria própria.
Vasconcelos et al. (2009) concordam que o profissional deve fazer uso de luvas
sempre que existir alguma possibilidade de contato com sangue, saliva ou mucosa. Inclusive
os mesmos afirmam que antes de atender a cada paciente o dentista deve fazer a correta
lavagem das mãos e calçamento de novas luvas, após o uso devem ser retiradas com cuidado
para que não haja toque na parte externa da luva possibilitando o correto descarte em lixo
contaminado e em seguida ocorra novamente à lavagem de mãos do cirurgião dentista.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista os dados obtidos e o estudo feito, se conclui que o uso das luvas de
procedimento durante atendimentos no consultório odontológico, considerando que das nove
coletas que fizemos, oito delas apresentaram crescimentos, ou seja, 89%, mesmo que pouco
crescimento, duas dessas inclusive apresentaram crescimento fúngico além do bacteriológico.
O profissional responsável pela saúde dos seus pacientes e a sua própria deve ter muito
cuidado quando estiver realizando procedimentos, isso porque qualquer toque em superfícies
com essa luva contaminada sem sobre luvas pode estar contaminando essa superfície também,
favorecendo e muito as infecções cruzadas.
A maioria dos cirurgiões dentistas já faz o uso das luvas de procedimento para sua
segurança, entretanto alguns mais velhos na profissão ainda não se adequaram a esse uso, e
como vimos anteriormente estão expostos a muitos tipos de bactérias e doenças causadas por
elas, como meningite, periodontite crônica, infecções no trato intestinal e urinário, entre tantas
outras. A conduta adequada do cirurgião dentista é sempre usar o sistema BEDA, que são
barreiras, esterilização, desinfecção e anti-sepsia. O uso de clorexidina antes dos
procedimentos, para o paciente realizar o bochecho também tem bastante significância a
respeito da redução de microorgranismos que podem ser transmitidos.
Como a cavidade oral é um local amplamente colonizado por bactérias, remover
todos os microorganismos patógenos pré-procedimento é impossível, o que se pode fazer é
realmente ter muita cautela para não acontecerem infecções cruzadas entre o profissional e os
pacientes, o profissional sempre usar seus E.P.I‟s e a respeito da luva troca-la a cada paciente
e fazer o descarte correto em lixo para material contaminado.
A principal limitação apresentada tem a ver com a grande quantidade de bactérias
existentes que colonizam a cavidade oral, o que dificulta o reconhecimento de possíveis
bactérias presentes.
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