EM ENTREVISTA LABORIAL A EM REDE falou com José Carlos Branco, CEO da Laborial, que faz um balanço dos últimos 2 anos da presença da empresa na Rede PAEX. O responsável afirma que 2012 foi o melhor ano de sempre em termos de volume de vendas internacionais, que passou, nos últimos dois anos de 22% para 56% do total de vendas da Laborial. Quais foram as razões que o levaram a aderir ao programa PAEX, em Novembro de 2010? Em Novembro de 2010 a Laborial era uma empresa em franco crescimento, com uma estrutura recente e uma equipa nova. O objetivo então era orientar a empresa para novos mercados, numa despectiva de saber fazer e lançar a inovação, no sentido de organizar a nossa estrutura. Pretendíamos colher experiências de pessoas ligadas à gestão, com percursos em empresas de maior dimensão, mas também com uma forte base académica. Queríamos vivenciar esta experiência baseada numa forte componente prática, com alguém que nos acompanhasse na nossa rotina diária. Comparando a Laborial de há 2 anos atrás com a Laborial de hoje, qual é o balanço que faz da participação neste programa? Podemos afirmar que estamos perante um caso de “Change Lives”? A nossa participação no PAEX proporcionou uma consolidação de base teórica de gestão, ao nível dos principais quadros da empresa, que orientou a equipa para um nível de exigência superior, e a direcionou no sentido de se superar e regenerar. Introduziu na empresa ferramentas de gestão com base em novas diretrizes e indicadores, auxiliando a Laborial na definição de uma reflexão estratégica e na gestão do controlo operacional, alterando significativamente algumas das práticas existentes. O PAEX potenciou ainda a consolidação de um objetivo existente de atingir uma elevada excelência operacional, proporcionando-nos ferramentas que nos ajudaram a procurar melhor os mecanismos para o atingir. Sim, podemos afirmar que o PAEX operou como um instrumento de mudança de mentalidades, práticas e métodos na Laborial, tendo contribuído para uma evolução significativa das pessoas que participaram no programa. Internacionalização, Inovação e Melhoria Operacional foram os vetores estratégicos identificados no início do programa. Dois anos após ter aderido ao PAEX, qual a evolução da empresa, nestes 3 vetores? No que diz respeito à inovação, dispomos de um Sistema de Gestão de IDI implementado e certificado, que não tínhamos há 2 anos. A inovação é neste momento um tema de discussão corrente na organização e dispomos de várias ferramentas para a colocar em prática, desde processos de geração de ideias, vigilância da micro e macro envolvente e gestão de projetos. Dispomos ainda de procedimento documentado para gestão da propriedade industrial, dispomos neste momento de um pedido de patente internacional em fase de publicação, um pedido provisório de patente, duas marcas comunitárias registadas e uma marca registada no Brasil. Estamos a criar um processo de Gestão do Conhecimento, de forma a materializar alguns dos resultados da IDI, tornando o sistema mais maduro e evoluído. Em relação à internacionalização, os volumes de vendas nos mercados internacionais têm aumentado a cada ano que passa. 2012 foi o melhor ano de sempre em termos de volume de vendas internacionais que ascenderam neste mesmo ano a 56% do total de vendas. Foram entretanto criadas a Laborial Maroc, a Laborial Moçambique, a Laborial Suisse (em constituição) e a Laborial Cabo Verde, quando inicialmente apenas dispúnhamos da Laborial Angola. Por fim, em relação à melhoria operacional, foram criadas zonas de verificação “Zonas de Tolerância Zero” ao nível dos processos críticos da execução do produto que continuam em vigor. Foram reformuladas as áreas de Produção e Armazém, procurando uma melhor organização do fluxo operacional destas áreas de logística. O sistema integrado de projeto e planeamento (software de projeto ligado via SQL ao software de gestão) foram bastante afinado e otimizado, com o objetivo da redução do erro tanto ao nível do projeto como do planeamento de obra. Qual é, neste momento, o fator diferenciador da Laborial? A Laborial distingue-se internamente por ter uma equipa sólida, com uma ambição comum e um forte espírito de entreajuda. Externamente diferencia-se por proporcionar soluções personalizadas, numa filosofia que alia a dimensão do produto à engenharia de topo, apostando ainda numa forte componente de inovação tecnológica. Há uma grande motivação para ir sempre mais além, de pensar outside the box, com um propósito de auto-superação e procura de uma presença distinta no mercado. Sente que a Laborial está hoje mais bem preparada para enfrentar os desafios atuais? Sim, a Laborial hoje é uma empresa com ferramentas consolidadas na abordagem aos diferentes mercados e aos desafios mais árduos. Possui uma equipa especializada e multidisciplinar que permite responder ao mais elevado nível de exigência dos vários segmentos onde opera. Possui também uma grande flexibilidade e capacidade de adaptação aos diferentes requisitos impostos pela evolução natural dos mercados, das práticas laboratoriais e sobretudo do avanço tecnológico que gradualmente se impõe nas rotinas do dia-a-dia. De todas as componentes do PAEX – tutoria estratégica, tutoria operacional, seminários, programa de formação geral em gestão, networking nacional e internacional – qual é a que considera mais importante? E qual foi a componente que, até ao momento, teve mais impacto na sua empresa? A tutoria estratégica e a tutoria operacional foram as que mais impacto tiveram na empresa, complementando-se ao nível de estabelecimento de diretrizes estratégicas e de controlo operacional de indicadores. Contudo o programa de formação geral em gestão foi fundamental na preparação de pessoas para aplicar as definições das tutorias estratégica e operacional, bem como corporizar a dinâmica envolvente do programa PAEX. Recomendaria a adesão ao PAEX? A que tipo de empresas? Sim. Todas as empresas em geral beneficiariam com este programa, mas em particular aquelas com espírito aberto para este tipo de dinâmicas empreendedoras e com vontade de rutura com filosofias do passado. Empresas que desejem fazer um diagnóstico profundo à sua empresa, quer na perspetiva de aprendizagem e conhecimento como na vertente financeira e que procurem ser mais diferenciadoras, têm no PAEX uma série de mecanismos para reflexão e para operacionalização de uma forma pragmática, concisa e rápida